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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO


ENGENHARIA ELÉTRICA
DISCIPLINA DE MÁQUINAS ELÉTRICAS 3

BRENOWILLY KLEIN DOS SANTOS


HIGOR MEDEIROS CORDEIRO DE SOUZA
LUCAS OLIVEIRA DA SILVA
MATHEUS GODOY LANDGRAF

PESQUISA:
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS ACOSSIADOS Á COMUTAÇÃO EM
MÁQUINAS DE CORRENTE CONTINUA

CORNÉLIO PROCÓPIO
2021
1. INTRODUÇÃO

Existem dois problemas recorrentes que podem afetar a comutação em


máquinas de corrente contínua:

 Reação de armadura
 Tensão de comutação

Se uma fonte mecânica qualquer girar o eixo do rotor de uma máquina


CC, que esteja conectada a uma fonte em seus enrolamentos de campo, uma
tensão alternada será induzida nos enrolamentos da armadura. Esta tensão
será retificada devido a conexão do comutador, presente nos terminais da
armadura, assim transferindo uma tensão contínua.
Ao conectar uma carga aos terminais da armadura, circulará uma
corrente pelos enrolamentos de armadura, produzindo assim um campo
magnético próprio que irá enfraquecer e distorcer o campo magnético original.
Esta ação é chamada de reação da armadura, e pode causar sérios problemas
para a máquina como: Deslocamento do plano magnético neutro e
Enfraquecimento do fluxo.
O Deslocamento do plano magnético neutro pode provocar o
centelhamento, que é o desgaste na escova e no comutador, e isso irá
requerer uma maior frequência e precisão na manutenção desta máquina.
O enfraquecimento do fluxo representa a queda de tensão nos
geradores, que acarreta variações de velocidade indesejáveis nos motores,
pois uma máquina com velocidades estáveis é o que sempre se busca.
Os problemas causados pela tensão de comutação, ocorrem pelo
centelhamento na hora da comutação, que se transforma em desgaste nas
escovas e nos comutadores. E também pode provocar o famoso flashover que
é o anel de fogo.
2. DESENVOLVIMENTO

Na figura 1 tem-se o Fluxo da Armadura e na parte inferior da figura


existe o vetor resultante desse fluxo, gerado pelas correntes nos condutores,
que é paralelo ao eixo da zona interpolar.

Figura 1 – Fluxo da Armadura.

Na Figura 2, tem-se o Fluxo Polar, onde o caminho das linhas de fluxo


entre os polos é perpendicular ao eixo da zona interpolar, saindo do polo norte
ao sul e na parte inferior da figura tem-se também uma resultante de fluxo.

Figura 2 – Fluxo Polar.


A interação entre os dois fluxos, gera um fluxo resultante que pode ser
observado na figura 3:

Figura 3 – Fluxo Resultante

Nota-se que o fluxo de campo que entra na armadura, agora é uma


composição vetorial dos anteriores. O fluxo que entra está deslocado e torcido,
fazendo com que a zona interpolar seja deslocada no sentido horário. Observa-
se também, que existe uma concentração de fluxo nas extremidades dos polos
e uma diminuição da outra, esta é a reação da armadura.

Para compensar a Reação de Armadura, pode-se fazer as extremidades


dos polos com uma alta relutância, de forma que o fluxo das extremidades dos
polos seja concatenado para o meio do polo, fazendo assim com que o fluxo
entre na armadura sem deslocar a zona neutra.

Figura 4 – Compensadores e Interpolos


Outra forma é reduzir o fluxo na armadura de forma que ele não seja
significativo para mover a zona neutra. A medida mais comum de se fazer isto,
é através de enrolamentos compensadores (Figura 4). Normalmente
conectados em série com o enrolamento de armadura, localizados na região de
face dos polos, estes minimizam a distorção do fluxo e suas consequências.
Há também os interpolos, que produzem força magneto motriz oposta à da
armadura, reduzindo seu fluxo. Isto minimiza faiscamentos, através do
alinhamento automático da linha neutra.

Outro fator que exerce influência na comutação é a pressão das escovas


(molas), nível de assentamento das escovas (superfície de contato com o
comutador), carga aplicada ao eixo e condições externas.
Um dos métodos mais utilizados para o assentamento de escovas consiste
na instalação de uma fita de lixa sobre o comutador ou anel coletor, com o
dorso abrasivo voltado para o lado externo em contato com as escovas,
montadas no interior do porta escovas.

A operação ideal de uma máquina com escovas, acontece quando:

 A patina tem um aspecto normal

 Não existe faiscamento ou existe pouco perceptível em situações de


sobrecarga

 As escovas têm vida longa e a taxa de pó é mínima

 Não existência de desgaste perceptível no comutador ou nos anéis


coletores.
3. CONCLUSÕES

É clara a necessidade de se atentar à operação de uma máquina elétrica. E


caso qualquer uma das condições citadas não estiver sendo atendida, de forma
eficiente e em posse de todos os detalhes técnicos, utilizar ou desenvolver
soluções. No entanto ao deparar-se com os problemas de comutação foram
desenvolvidas três alternativas básicas para corrigir parcialmente ou
completamente os problemas de comutação, sendo elas: deslocamento de
escovas, interpolos e enrolamento compensador.
4. REFERÊNCIAS

[1] FITZGERALD, Arthur E.; KINGSLEY JR., Charles; UMANS, Stephen D.


Máquinas Elétricas: Com introdução à eletrônica de potência. 6. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2006.

[2] CHAPMAN, Stephen. Fundamentos de Máquinas elétricas. Brasil, Porto


Alegre, 2013, 5ºed.

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