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I. Título.
CDD 739.27
DESIGN DE JOIAS E PESQUISA ACADÊMICA:
LIMITES E SOBREPOSIÇÕES
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Dra. Ana Gabriela Godinho Lima
Universidade Presbiteriana Mackenzie
___________________________________________________
Dra. Cecília Helena Godoy Rodrigues dos Santos
Universidade Presbiteriana Mackenzie
___________________________________________________
Dra. Miriam Mirna Korolkovas
Instituto Europeu de Design
___________________________________________________
Dra. Nara Silvia Marcondes Martins
Universidade Presbiteriana Mackenzie
___________________________________________________
Dra. Cibele Hadad Taralli
Universidade de São Paulo (USP)
Ao Estevão pelo companheirismo,
ajuda e estímulo.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Yvette Aguiar Rosa e Edgard Bizarro Rosa (in me-
morian), pela presença amorosa e inspiração à carreira acadêmica.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
RESUMO
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
abordados alguns aspectos dessa insatisfação, e na reflexão so-
bre a questão de processo ao método projetual de joalheria em
âmbito acadêmico.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
ABSTRACT
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
The research infers, from the proceedings in a selection of TCC,
which can lead to the solution of problems via design tools, not be
so closely linked to the academic literature. As a resource for this
research, we used concepts from articles such as “Eight criteria
of academic research in areas of practice projetual”, from authors
such as Michel Biggs and Daniela Büchler, as well as works by Ana
Gabriela Godinho Lima and Steven Scrivener, in a discussion of
academic research techniques regarding the design methods in
the academic research based on jewelry design.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01
Fivela - ouro, esmalte, opala e safira; Pendente ‘Rosto Feminino’ –
Vidro, prata, esmalte e pérola barroca. René Lalique.
Fonte: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.......................................................................51
Figura 02
Fio de prata, corda e fita. Alexander Calder. Fonte:
Calder Fondation, New York, 2007...............................................................................................55
Figura 03
‘Totem Chafariz’ – Rua dos franceses, 470. S. Paulo.
Coletânea Privada em Espaços Públicos; Gargantilha em prata.
Fonte: Domenico Calabrone/Itaú cultural.org.br................................................................56
Figura 04
Conchas com data de 75000 anos. Fonte: Bonalume Neto, 2012...........................62
Figura 05
Conchas de colar achadas em Israel. Fonte: Science.......................................................63
Figura 06
Colar de conchas e ossos perfurados, encontrado em uma
tumba próxima a Roma – 20 000 a.C.: Fonte BLACK,1973............................................64
Figura 07
Tentativa de lapidação de pedras. Fonte: Tait, 1986.........................................................65
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 08
Indumentária da rainha PU- Abi, Suméria, 2500 a. C.
Fonte: Campos, 1997............................................................................................................................65
Figura 09
Lúnula, a mais antiga forma de ornamentação pessoal deste
período, 1800 a 1500 a.C.- idade do bronze. Fonte: TAIT, 1986..................................66
Figura 10
Fíbula etrusca com granulação – Séc. VII a.C. Fonte: Cavagna, 2005....................67
Figura 11
Conjunto de joias com símbolos de identificação
e talismãs, 1550 a 1200 a.C. Fonte: Tait, 1986.......................................................................68
Figura 12
Rosácea grega com granulação e filigrana. Fonte:
The British Museum; Pulseira egípcia com escaravelho em
turquesa pertencia a Tuntamkhamon. Fonte: Cavagna, 2005..................................68
Figura 13
Diadema grega, 220 a 100 a.C. com ‘nó de Heracles’
no fecho ao centro. Fonte: Tait, 1986.........................................................................................69
Figura 14
Anéis romanos. Fonte: joiasnahistoria.wordpress.com...................................................70
Figura 15
Torque Celta - Anglo saxônico – 50 a.C.; Broche Roscrea, encontrado no
Condado de Tipperary- joalheria celta. Fechos “Shoulder-clasps” em ouro –
originários da região anglo-saxônica decorados com a técnica cloisonné com
granadas, vidros e filigrana – séc. VII Dc Fonte: Tait, 1986.............................................71
Figura 16
Réplica de um elmo encontrado em Sutton Hoo, na sepultura de um líder
anglo-saxão e datado provavelmente de 620, durante a Alta Idade Média.
Fonte: learner.org/exhibits/midleages......................................................................................72
Figura 17
Braceletes em bronze encontrados na Escócia –
séc. I e II Dc. Fonte: Tait, 1986...........................................................................................................73
Figura 18
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Tesouro vicking. Fonte: British Museum de Londres........................................................73
Figura 19
Talismã de Carlos Magno: no centro duas safiras ovais opostas
com um pedaço de madeira da cruz. Fonte: Cavagna, 2005......................................74
Figura 20
Joias com imagens de símbolos cristãos. Fonte: Tait, 1986..........................................75
Figura 21
Anéis medievais com monogramas de família e com inscrições românticas.
Fonte: Tait, 1986.......................................................................................................................................76
Figura 22
Figura de Cristo esculpida e esmaltada em ronde-bosse.
Fonte: Museu Britânico, Tait, 198...................................................................................................76
Figura 23
Saliera - Peça de Benvenuto Cellini. Fonte: Collection of
Sculpture and Decorative Arts, Kunstkammer, Viena......................................................78
Figura 24
Pingentes em ouro, esmalte, pérola barroca e rubi. Triton de Canning, originá-
rio da Espanha, séc. XVI. Fonte: Tait, 1986................................................................................79
Figura 25
Ana da Áustria, quarta mulher de Felipe II, em retrato de
Alonso Sanches Coelho, ostentando cinco tipos de joias da
época. Fonte Joyas: Diccionários Antiqvaria, 1987............................................................81
Figura 26
René Lalique: Mulher libélula, mulher flor - ouro e marfim.
Fonte: Black, 1973...................................................................................................................................82
Figura 27
Broche de ouro desenhado por Pablo Picasso, e confeccionado por
François Hugo; “Olho do Tempo”, relógio em platina esmaltada, diamantes
baguete e rubi cabochão, Salvador Dali. Fonte: Black, 1973.......................................83
Figura 28
Broche de platina com diamantes, jade e ônix de Geoges Fouquet;
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e Jean Desprès e Scarab Buckle brooch. Fonte: Phillips, 1997...................................84
Figura 29
29 Broche e brincos ‘Poured Glass Heart’, ‘Pear Maltese, 1920 - Chanel. Fonte:
thebiographychanel/co/uk..............................................................................................................85
Figura 30
Greta Garbo. Fonte: Heremoteca.abc.es...................................................................................86
Figura 31
Bracelete - prata e ônix inspirado em peças de máquinas datado
de 1930; brincos com movimento inspirados na arquitetura,
Tiffany & Co. Fonte: Gola, 2008.......................................................................................................86
Figura 32
Peças de grandes maisons: Boucheron. Fonte: Cartier...................................................87
Figura 33
Cartier, em 1940 – pavê de diamantes, safiras e cabochão de safira. Fonte:
Gola, 2008....................................................................................................................................................87
Figura 34
Contume jelwelry - Elsa Schiaparelli – elementos coloridos sobre base de
plástico, Fonte Brooklin Museum.................................................................................................88
Figura 35
Vogue UK – Maio de 1966. Fonte: Vogue.com.....................................................................90
Figura 36
Pulseira em prata e pérolas, Gerda Flockinger. Fonte: Gola, 2008............................91
Figura 37
Alexander Calder; Verena Sieber Fuchs.
Fonte: Calder Fondation; Verena siber fuchs.........................................................................91
Figura 38
Grande maisons e joalheria voltada para o social.
Fonte us.bulgari.com............................................................................................................................92
Figura 39
Colares de dentes de macacos e pérolas de Tucúm, penachos de gavião. Tribo
Cinta Larga (RO). Fonte: Wagner (1980, p.277).....................................................................94
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Figura 40
Urapei: colar de caramujo, tribo Karib. Fonte: Wagner (1980, p. 23).......................95
Figura 41
Colar de Elitros de Besouro; Colar de dentes de macaco.
Ticuna, Amazonas. Fonte: Museu Nacional da UFRJ.........................................................95
Figura 42
Colar Rikbaktsa, Mato Grosso. Fonte: Museu de Arqueologia
e Etnologia da USP...............................................................................................................................96
Figura 43
Broche/pendente de prata com topázio imperial e citrino.
Museu Costa Pinto. Magtaz, (2008).............................................................................................98
Figura 44
Barras fundidas de ouro quintado – 1818. Fonte: Magtaz, (2008, p. 40)..............99
Figura 45
Insígnia da Imperial Ordem do Cruzeiro e da Ordem de Cristo, Brasil, séc. XIX.
Fonte: Museu Costa Pinto.............................................................................................................. 100
Figura 46
Estribo – sandália masculina em prata – Bahia, acervo
do Museu Costa Pinto...................................................................................................................... 101
Figura 47
Conjunto em ouro, ametista e pérolas, Bahia século XIX, acervo:
Museu Costa Pinto.............................................................................................................................. 102
Figura 48
Joias do Império Brasileiro. Fonte: Museu Imperial........................................................ 102
Figura 49
Coroa Imperial de D. Pedro II. Fonte: Museu Imperial................................................... 103
Figura 50
Imagem da exposição: “Joia Crioula: o brilho do ornamento
escravo do Museu Costa Pinto”. Fonte: Caixa (20.set.2012)...................................... 104
Figura 51
Pulseiras de Criola de ouro tipo ‘copo’, e pulseira em ouro de chapa.
Bahia – século XIX Museu Costa Pinto................................................................................... 104
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Figura 52
Pulseiras e terço de Criola de ouro com bolas confeitadas; Bahia-Brasil, sec. XIX
– Acervo Museu Costa Pinto........................................................................................................ 105
Figura 53
Penca de Balangandãs em
prata – Bahia, acervo do Museu Costa Pinto...................................................................... 106
Figura 54
Classificação e coleção de turmalinas de Hans Stern: 971 tipos
diferentes. Fonte: Espaço Cultural H Stern, Rio de Janeiro......................................... 109
Figura 55
Museu Amsterdam Sauer – coleção diversificada de gemas raras,
Rio de Janeiro. Fonte: Museu Amsterdam Sauer de Minerais
Raros e Pedras Preciosas.................................................................................................................. 109
Figura 56
Lina Bo Bardi e o colar com pedras brasileiras, criado por ela em 1947.
Colar, brincos e anel articulado em ouro com águas marinhas.
Fonte: Wagner (1980, p. 53))......................................................................................................... 110
Figura 57
Renée Sasson - Colar de prata com quartzo; Colar de prata com
turmalina melancia. Fonte: Magtaz, 2008............................................................................ 113
Figura 58
Renée Sasson - Colar em prata e ágata. Fonte Wagner (1980................................. 113
Figura 59
Colar de flores de quartzo branco com prata dourada; Colar de
prata com opala leitosa brasileira. Fonte: Wagner (1980, p. 217)........................... 114
Figura 60
Colar de prata 950 em fundição orgânica. Fonte:
Pastore (2003, p. 131)........................................................................................................................ 115
Figura 61
Paris, 1968: união entre joalheria e moda.
Fonte: Atelier Mourão (25/mar/2012)..................................................................................... 116
Figura 62
Colar “Anti-Joia”: feito em bronze, aço, prata, especularita
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bruta e com pequeno detalhe em ouro; Pulseira ‘Fogo’.
Caio Mourão. Fonte: Joia Br........................................................................................................... 116
Figura 63
Broche em bronze “Natureza objeto-lagarta”, 1977;
e “Natureza-objeto Besouro”, 1978. Fonte: Wagner, (1980, p. 207)....................... 117
Figura 64
Ulla Johnsen - Pulseira de prata, concha e turquesa
“Pré-história”. Fonte: Wagner (1980, p. 121)......................................................................... 117
Figura 65
Colar “Pássaro”, com ouro, turmalina bicolor e concha.
Fonte: Wagner (1980, p. 121)........................................................................................................ 118
Figura 66
Colar “Onda” – prata com rubis e concha. Fonte:
Wagner (1980, p.121)........................................................................................................................ 118
Figura 67
Orietta Del Sole - Colar com ouro e coral. Fonte: JOIA Br........................................... 119
Figura 68
Colar de prata com esmeralda; Orietta Del Sole. Fonte: Magtaz, 2008.............. 120
Figura 69
“Laranja deste lado da cerca” – Pendente em prata 925 e acrílico
com desenho em baixo relevo. Fonte: Wagner (1980, p. 227)................................ 121
Figura 70
Colar “Lingote”, prata 925 e ouro verde. Fonte Wagner (1980, p. 227)................ 121
Figura 71
Nelson Alvim - Colar “Ouro verde”, prata 925, esmeralda,
fungo tratado e Urupê. Fonte: Wagner (1980, p. 227))................................................. 122
Figura 72
Nelson Alvim - ‘Luar’ – pendente com prata 925, acrílico
e rebite em prata. Fonte: Wagner (1980, p.227)................................................................ 122
Figura 73
Reny Golcman – Colar Mutável (3 faces), prata e onix.
Fonte: Pastori, 2003........................................................................................................................... 123
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Figura 74
Reny Golcman - Joias mutáveis. Fonte: Pastori, 2003.................................................... 124
Figura 75
Colar em ouro amarelo e marfim (com várias faces).
Fonte Wagner (1980, p. 103)......................................................................................................... 124
Figura 76
Livio Levi - Joias Facetadas. Fonte: Leon (2009)................................................................ 125
Figura 77
Livio Levi - Colar com ouro martelado, branco e amarelo opaco;
anel – ouro branco e amarelo. Fonte: Wagner (1980, p. 153)................................... 126
Figura 78
Livio Levi - Joias Facetadas. Fonte: Pioneiros, Tecnogold............................................ 126
Figura 79
Livio Levi - Gargantilha e pulseira com ouro branco;
colar – ouro branco e amarelo opaco. Fonte: Wagner (1980)................................. 127
Figura 80
Renato Wagner - Anel – prata com Rondonita em lapidação Mediterrânea.
Fonte Wagner (1980))....................................................................................................................... 128
Figura 81
Renato Wagner - Anel – prata com Rondonita em lapidação
Mediterrânea. Fonte Wagner (1980)........................................................................................ 128
Figura 82
Renato Wagner - Colares de prata polida, escovada e
envelhecida. Fonte: Wagner (1980).......................................................................................... 129
Figura 83
Renato Wagner - Colar – ouro negro com brilhantes e ouro
amarelo polido. Fonte: Wagner (1980)................................................................................... 129
Figura 84
Kjeld Boesen - Pulseira – ouro 18k, ouro puro e jade
russo: Wagner (1980)......................................................................................................................... 130
Figura 85
Kjeld Boesen - Colar – ouro 18 k, ouro puro, prata oxidada com marfim, pedra
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da lua e ágata. Fonte: Wagner (1980)...................................................................................... 131
Figura 86
Kjeld Boesen - Colar – prata com cilindro de jade russo.
Fonte: Wagner (1980.......................................................................................................................... 131
Figura 87
Clementina Duarte, 1967, desfile de Pierre Cardin.
Clementina Duarte, 2012................................................................................................................ 132
Figura 88
Clementina Duarte - Joias Personalizadas. Fonte:
Clementina Duarte (2012............................................................................................................... 133
Figura 89
Clementina Duarte - Coleção Amazônia. Fonte:
Clementina Duarte, (2012)........................................................................................................... 134
Figura 90
Miriam Korolkovas - Pena, uma ode aos indígenas: broche de
nióbio com titânio. Fonte: Stephan, 2012............................................................................ 135
Figura 91
Miriam Korolkovas - Bracelete em ferro e zinco.
Fonte: Stephan, 2012........................................................................................................................ 136
Figura 92
Mirian Korolkovas - caçambas contendo tacos de piso
em peroba, São Paulo. Fonte: Stephan, 2012..................................................................... 136
Figura 93
Miriam KorolKovas entre as indígenas artesãs Krahô na aldeia
Morro do Boi, Tocantins, junho de 2010. Fonte: Stephan, (2012)......................... 137
Figura 94
Miriam Korolkovas – Colar em prata 925 e semente da
palmeira de açaí; Colar série Círculo em aço e madeira
rouxinho. Fonte: Stephan, (2012)............................................................................................... 138
Figura 95
Miriam Mamber - Araucária – ouro na matriz, aço e ouro 18k.
Fonte Miriam Mamber (2012)..................................................................................................... 139
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Figura 96
Miriam Mamber e suas criações na XII Bienal de Arte de
Paulo, 1973; peça da série Poliestrutura, vencedora de menção
na Bienal. Fonte Miriam Mamber (2012).............................................................................. 140
Figura 97
Miriam Mamber - Peça ‘Varal’ – pérolas, coral, coco, fragmento de leque e
ouro 18k. Fonte: Miriam Mamber, 2012................................................................................. 140
Figura 98
Colar de Água Marinha, ouro e brilhantes. Fonte
Miriam Mamber(2012...................................................................................................................... 141
Figura 99
Miriam Mamber - Colar em ouro e âmbar; colar em ouro com
centro em drusa branca e diamante. Fonte: Miriam Mamber (2012)................. 141
Figura 100
Miriam Mamber - Peça ‘Orelha de pau’ – Fungo urupê, brilhante,
casca de árvore e ouro 18k. Fonte: Miriam Mamber (2012)...................................... 142
Figura 101
Miriam Mamber – Peça Cristal in natura, brilhante e ouro18 k............................... 142
Figura 102
Gráfico com os oito critérios estabelecidos por
BIGGS & BÜCHLER, 2010.................................................................................................................. 146
Figura 103
Pingente e brincos – “Joia High-Tech: Integração da tecnologia
Vestível”. Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, Adriana Kimura.
Fonte: Kimura, 2009.......................................................................................................................... 147
Figura 104
Construct: criação do modelo: série de fotografias que ilustram
todas as fases de desenvolvimento do objeto e o seu processo
criativo. Fonte: ANUÁRIO, 2010................................................................................................... 161
Figura 105
Modelo do sapato da designer Marlos Tem Bhömer - 2009.
Fonte: ANUÁRIO, 2010...................................................................................................................... 161
Figura 106
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Colar de conchas – executado pelos Cuicurus. As conchas
são esfregadas em pedras de água doce até ficarem com o
formato desejado – Uruca. Fonte: Wagner (1980, p. 23). Peça
da Coleção Raízes e Formas, Juliana Pelegrini, Anglo
Gold, catálogo 2004........................................................................................................................... 162
Figura 107
Peça inspirada na cultura africana, “Odoyá”, Ditlind Karin Lenk, 2004................. 163
Figura 108
Apresentação das peças – TCC Julia Prado; TCC Patrizzia Monti.
Figura 109
Modelo de peça em prototipagem e fundição (Henrique Lana, laboratório da
CEDGEM/UEMG).................................................................................................................................. 169
Figura 110
A mesma peça: simulação em ouro branco e amarelo............................................... 169
Figura 111
Sketch; Renderig digital; partes
do anel pronto; Patrizzia Monti, TCC, 2010.......................................................................... 170
Figura 112
Maíra Paiva, pesquisadora do CEDGEM – Centro de Estudos
em Desenhos de Gemas e Joias. Lapidação carré em elos de
quartzo fumé e ouro amarelo. Fonte: Catálogo IBGM, 2011................................... 173
Figura 113
Peça Atabaque, Fernando Pires Jorge, catálogo Anglo Gold 2004...................... 175
Figura 114
Esquema ilustrado da cravação. (PRADO, 2011, fig. 31)............................................... 232
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
LIsta de quadros
Quadro 01
Sistemas de Primeira Geração, Christopher Alexander, 1964.................................. 154
Quadro 02
Modelo do processo do design, Bürdek (2006)................................................................ 155
Quadro 03
Tabela de metodologia de Desenvolvimento do produto,
Baxter, 1998............................................................................................................................................. 155
Quadro 04
Modelo de processo de design: Löbach, 2007................................................................. 157
Quadro 05
Modelo de método – Gui Bonsiepe, 1998........................................................................... 157
Quadro 06
Modelo de Método – Bruno Munari (2000......................................................................... 158
Quadro 07
Briefing de TCC- Alessandra Kimura, 2009 e Patrizzia Monti, 2010....................... 178
Quadro 08
Painel semântico ‘Estilo de vida’, TCC – Natália Nakagawa, 2011........................... 179
Quadro 09
Painel semântico ‘Público alvo’, TCC – Priscylla Cristina Kamin, 2010.................. 180
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Quadro 10
Painel semântico ‘Inspiração’, TCC – Marco Antonio Rocha, 2010......................... 180
Quadro 11
Rought ou Thumbnails, TCC 2010, 2011............................................................................... 182
Quadro 12
Sketchs ou clínicas, TCC – 2010, 2011...................................................................................... 184
Quadro 13
Sketch: TCC, Juliana Andrade, 2005........................................................................................... 184
Quadro 14
Rendering com descrição da peça, TCC – Marco Antoni
Rocha, 2010............................................................................................................................................. 185
Quadro 15
Renderings.............................................................................................................................................. 186
Quadro 16
Estudos de Ergonomia, TCCs........................................................................................................ 189
Quadro 17
Desenho Técnico, TCC...................................................................................................................... 191
Quadro 18
Mockup ou processo de produção da peça, TCC............................................................ 193
Quadro 19
Mockup ou processo de produção da peça, TCC............................................................ 194
Quadro 20
Mockup ou processo de produção da peça, TCC............................................................ 196
Quadro 21
Fotos – apresentação da peça, TCC......................................................................................... 197
Quadro 22
Memorial descritivo, TCC................................................................................................................ 199
Quadro 23
Normas de Projetos de Pesquisa
de Tecnologia......................................................................................................................................... 200
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Quadro 24
Produção criativa................................................................................................................................. 202
Quadro 25
Estrutura Básica sugerida de um Relatório do Projeto de
produção-criativa................................................................................................................................ 207
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Sumário
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 31
O argumento.............................................................................................................................................31
1ª PARTE.....................................................................................................................................32
2ª PARTE.....................................................................................................................................35
3ª PARTE.....................................................................................................................................39
2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................. 42
Conceitos ...................................................................................................................................................42
Artesanato ...............................................................................................................................47
Design ........................................................................................................................................50
Arte ..............................................................................................................................................50
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A função da retórica ...................................................................................... 162
C. Roughs ou thumbnails..............................................................................181
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A2 - Estrutura do trabalho:.......................................................................................... 215
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D1- Ficha técnica do trabalho:.................................................................................. 228
5. Considerações finais..............................................................................................238
REFERÊNCIAS..................................................................................................................242
APÊNDICE A
Thatiana Ciriaco Miyashiro ........................................................................................255
APÊNDICE B
Thaisa Caramel Kurokava – Linha Orquídeas......................................................263
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B.4 Sketches ou clínicas................................................................................................................... 264
APÊNDICE C
Patricia Honda – Coleção Fragmentos...................................................................270
APÊNDICE D
Julia Prado – Coleção Espaços..................................................................................278
31
O argumento
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
modelo pré-existente de pesquisa, como o das humanidades, ci-
ências naturais e tecnológicas, ciências sociais e aplicadas, então
esta seria uma categoria vazia e, portanto essa reflexão seria des-
necessária, (BIGGS & BÜCHLER, 2008).
1ª PARTE
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O trabalho histórico/historiográfico, como uma tarefa científica,
exige o exercício crítico em cada etapa elaborada do material de-
senvolvido, exercício esse que busca alcançar o significado do ob-
jeto, sua condição histórica, posto que como todo feito cultural,
está imerso na história e se torna inexplicável fora dela.
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lhado, conforme a reflexão de Peter Burke (2007), sobre o que é
transmitido, por quem, para quem, com quais objetivos, onde, e
com quais resultados.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
racterística de serem pesquisadores com o uso de diferentes ma-
teriais e formas para a expressão da joia no Brasil.
Por fim, esse capítulo propõe que a interação entre o design, ar-
tesanato e arte seja um ponto de foco para análise, interessante e
revelador, e questiona a relação mutuamente informativa entre a
prática e o discurso, forma e conteúdo, arte ou ciência, princípios
esses que norteiam a tese em questão.
2ª PARTE
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
ca projetual existir, essencialmente, como uma subcategoria da
pesquisa acadêmica geral. Uma abordagem com base em crité-
rios pode superar uma série de problemas persistentes que acre-
ditamos, estarem contribuindo para estagnar o debate na área.
(BIGGS & BÜCHLER, 2008, p. 86).
Veloso & Elali (25. fev. 2010), identificam outro ponto que se dis-
cute no capítulo: “é a questão da diferença entre graduação e a
pós-graduação, no sentido de que a maioria dos TCCs são desen-
volvidos com ênfase na área de projeto, enquanto no nível da Pós,
são poucas as pesquisas nessa área”.
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posição à figura do cientista (que não seria dotado da tal criativi-
dade, mas sim da razão justificada por meio de gráficos, análises
e tabelas). É daí que ocorre uma prevenção contra o projeto en-
quanto objeto de pesquisa científica, pois ele é considerado como
uma atividade artística, ou seja, subjetiva.
Lima (2012) esclarece que, por outro lado, outros aspectos estão
longe de ser consenso, e cita Helga Nowotny, que diz que o que
constitui evidência nas pesquisas acadêmicas em áreas de prática
projetual não está estabelecido, enfatizando que a discussão a res-
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peito dos métodos apropriados para esses tipos de pesquisa ainda
é tema de debates.
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longo de um projeto, lembra que Donald Schön (2000), um dos
principais autores a falar sobre o “profissional reflexivo”, admite
que, embora todo profissional possa ser, em alguma medida, “re-
flexivo”, nem todos registram essa reflexão de modo consciente.
39
3ª PARTE
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pesquisa, e se referem à: 1) à identificação (autor, título, ano, ca-
tegoria, palavras-chave); 2) ao tema (autor, banca examinadora,
briefing de pesquisa); 3)ao papel do texto e da imagem (núme-
ro de páginas e estimativa de páginas com texto/imagem, bem
como fotos e desenhos disponíveis no trabalho); 4) à estrutura do
trabalho (sumário); e 5) ao emprego do método histórico/histo-
riográfico (indicadores que listam as referências bibliográficas de
cada um).
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Os indicadores de avaliação das pesquisas acadêmicas em áreas de
prática projetual foram baseados nas pesquisas de LIMA (2013), e
adaptados para o presente trabalho: 1.) o indicador projetual em
que o pesquisador utiliza análises visuais, recorrendo a plantas,
cortes, elevações, croquis, fotografias e outros tipos de esquemas
gráficos para substanciar ou construir sua argumentação, que se
complementa com o indicador 2.) o indicador crítico, histórico/
historiográfico em que o pesquisador busca situar o objeto de sua
pesquisa em contextos históricos e culturais, delimitando-o por
meio de recursos historiográficos.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
42
Conceitos
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Adotamos aqui a ideia de tradição tal como é trabalhada por Pe-
ter Burke1 que oferece algumas reflexões a respeito, como trans-
missão da cultura com a história da ‘educação’.
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inglesas, roupas de lã escura, pesadas, totalmente inadaptadas a
um clima tropical.” Apud Burke (2007, p. 17).
De acordo com Burke (2007), todo país tem várias tradições, po-
rém no Brasil elas são bem visíveis, pela multiplicidade e a convi-
vência do Brasil colonial, que implica em mistura ou hibridização.
Há a presença de tradições regionais, profissionais, ou tradições
associadas com um só sexo, ou uma camada social, como afirma
o autor, onde podem aparecer também as diferenças e os conflitos
de tradições: “Todo país tem o que podemos chamar de ‘contra-
-tradições’, às vezes guerras de memória depois de guerras civis.”
Burke (2007, p. 19).
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veladores sobre o universo da joalheria, poderiam ser traçados
à partir da interação entre o artesanato, a arte e o design, pois a
convivência das várias tradições oferece vantagens:
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hierárquicos, encontrados nas suas características e no período
em que eles se situaram.
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Em março de 1973, na edição número1, um artigo intitulado
The Concept of Craft (O Conceito de Artesanato) fez - entre
outras - duas perguntas: “O que é artesanato?” e “Como ele se
diferencia por um lado da indústria e por outro lado da arte?”
30 anos depois, uma terceira pergunta segue-se à segunda: “Isso
importa?” Certamente hoje poucos artesãos consideram as bar-
reiras entre a arte, o artesanato e o design de tamanha signi-
ficância. Artesanato e indústria são rotineiramente parceiros, e
muitos designers de bom grado combinam o feitio de objetos
exclusivos com a linha de produção... [e] o termo artesanato é
agora simplesmente “inadequado” para resumir a diversidade
colaborativa, interdisciplinar dessa prática atual. (RUDGE apud
LEES-MAFFEI, 2007, p. 212)
Artesanato
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O significado da palavra artesanato, adotada nesse mesmo docu-
mento da UNESCO, compreende:
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ocupação manual que exige qualificação profissional, e que tra-
balha por conta própria, frequentemente com a ajuda da família,
de companheiros, de aprendizes, etc. 2. (Até o séc. XVIII). Anti-
go. Pessoa que pratica uma arte, uma técnica, até mesmo estética
(este uso acumula os sentidos de artesão (1. Artizan) e de artista).
3. Fig. Autor, pessoa que é a causa de (uma coisa, uma situação,
uma condição), com uma ideia de perseverança, de paciência.
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na identidade local, são exemplificados sob essa reflexão, que
apresenta as potencialidades e riscos dessa aproximação: “Ao di-
vulgar a revitalização do objeto artesanal, que vem ocorrendo
em nosso país, pretende-se contribuir para a sua continuidade
e aperfeiçoamento, e, assim, colaborar na melhoria da vida dos
produtores e usuários e no desenvolvimento da economia do
país.” Borges (2011, p. 15).
Design
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tesanato e a arte, e pondera que:
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A escola Bauhaus (1919), com o propósito de formar profissionais
capacitados para relacionar artes com indústria, contribui na de-
marcação de áreas distintas entre arte, artesanato e design, através
de um pensamento e de uma estética funcionalista, acabam por
afastar a produção joalheira de uma relação com o campo do de-
sign: “Sua conotação artística era considerada pejorativa e a colo-
cava distante das discussões do design tanto no que diz respeito
aos aspectos formais quanto ao caráter industrial de fabricação,
dado seu forte vínculo de produção com o artesanal e a manufa-
tura” (ANNICCHIARICCO apud CAMPOS, 2010, p. 20).
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cimentos locais? Como identificar habilidades já existentes? (...)”
Borges (2011, p. 138).
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outras especificidades são trabalhadas uma a uma, por um pro-
fissional capacitado.
e eficiência na produtividade.
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Arte
Figura 02
Fio de prata, corda e fita. Alexan-
der Calder. Fonte: Calder Fonda-
tion, New York, 2007
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No Brasil, a arte joalheria aproximou-se das Artes Plásticas na dé-
cada de 60, com presença nas Bienais de Arte de São Paulo, mais
precisamente a partir da 5ª edição em 1963, até a 12ª em 1973:
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Campos (2011) observa que, apesar da aproximação desses cam-
pos, a arte-joalheria não constitui-se como prática artística ampa-
rada por uma formação acadêmica, mas como um complemento
de uma educação formal em artes ou em design. A autora com-
plementa que:
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2.2 Anotações sobre a História da joia:
marcos referenciais
58
Os adereços transportam significados que vão além de seu caráter
utilitário, ou mesmo de seu valor comercial: constituem signos
de beleza ao mesmo tempo em que atuam como mapas étnicos,
indicando procedências, identidades culturais.
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de fatos, mas sim como um processo contínuo de interpretar e re-
pensar velhos e novos relatos: “(...) constatação esta que leva a uma
indagação de fundamental importância para a história do design:
repensar o passado para que? Cabe questionar a velha máxima de
que quem não conhece a história está condenado a repeti-la”.
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a joalheria, a ‘Idade do Ouro’ (2500 a.C.) é apresentada com a
característica de que, com a durabilidade dos metais e pedras, a
joia é criada como um objeto ligado às questões de permanência,
levando o homem a uma atração por materiais raros e belos, ao
desejo do embelezamento do corpo, status e superstição, repre-
sentados por valores místicos ligados à cor do ouro e das gemas.
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Na sequência, o Neoclassicismo, movimento cultural nascido
também na Europa, em meados do séc. XVIII, a segunda metade
do séc. XIX, que teve como base os ideais do iluminismo e um
renovado interesse pela cultura clássica da Grécia e da Roma an-
tigas, ressaltando os princípios da moderação, equilíbrio, reação
contra os excessos do Barroco.
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qual supõe que funções básicas – como comer, vestir e beber,
por exemplo – seriam mais fundamentais que os enfeites e ade-
reços, que em geral são pensados como suplementares, exces-
sivos. No entanto, quanto mais se observa esse tipo de suporte,
mais se nota como eles sempre constituíram uma realidade em
si, cumprindo funções que excedem o mero gesto de decorar,
alegrar ou simplesmente ‘complementar’ a cena. (SCHWARCZ
apud MIRIAM MAMBER, 2012, p. 47)
Figura 04
Conchas com data de 75000 anos.
Fonte: Bonalume Neto, 2012.
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Bonalume Neto (23 jun 2006) relata um estudo publicado na edi-
ção da revista científica Science (2006) sobre pesquisadores que
continuaram à procura de materiais semelhantes, e acharam nas
prateleiras de museu, conchas parecidas, figura 05, todas da espé-
cie Nassarius gibbosulus, nos sítios arqueológicos de Skhul, em
Israel, e de Oued Djebbana, na Argélia. Acontece que, de acordo
com Stringer apud Bonalume (23 jun 2006):
Figura 05
Conchas de colar achadas em
Israel. Fonte: Science
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Figura 06
Colar de conchas e ossos perfura-
dos, encontrado em uma tumba
próxima a Roma – 20 000 a.C.:
Fonte BLACK,1973.
64
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
65
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2.2.3 Período da Idade Antiga (4 000 a. C. a 476 d. C.)
Figura 09
Lúnula, a mais antiga forma de
ornamentação pessoal deste pe-
ríodo, 1800 a 1500 a.C.- idade do
bronze. Fonte: TAIT, 1986.
66
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Encontra-se, nas peças da época, técnicas como a granulação4,
que começou a 3 000 anos a. C. na Suméria, e foi mais tarde de-
senvolvido pelos etruscos. Esses ornamentos consistem em pe-
quenas esferas de metal sobre a superfície dos objetos, no formato
de desenhos, que davam à peça um aspecto rústico e primitivo,
como pode-se observar na figura 10:
Figura 10
Fíbula etrusca com granulação –
Séc. VII a.C. Fonte: Cavagna, 2005.
67
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 11
Conjunto de joias com símbolos
de identificação social e talismãs,
1550 a 1200 a.C. Fonte: Tait, 1986.
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O Período Helenístico (325 a 27 d.C.) foi o apogeu da joalheria
na Grécia, com o ouro muito abundante e temas predominan-
temente naturalísticos e mitológicos: formas humanas, animais
alados e também a representação de divindades, como os deuses
Eros e Nike.
69
Figura 13
Diadema grega, 220 a 100 a.C. A produção das joias romanas começou a desenvolver-se mais
com ‘nó de Heracles’ no fecho ao efetivamente por volta de 27 a. C. Antes disso, os metais, tais como
centro. Fonte: Tait, 1986.
prata, chumbo, cobre, enxofre e ouro, eram misturados, o que re-
sultava em uma massa negra, e eram destinados à fabricação de
armas, consumido quase que totalmente para manter as guerras
no período do Império Romano, resultando assim em uma pro-
dução joalheira muito restrita, como observa Campos (1997).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A técnica do Nielo8, utilizada apenas para a produção de armas,
foi posteriormente introduzida pelos romanos na confecção de
joias, através de desenhos mais simples. Brincos e braceletes e o
nó de Heracles eram populares, porém são os anéis (figura 14)
que possuem destaque na produção romana, com frequente utili-
zação de moedas e medalhas.
Figura 14
Anéis romanos. Fonte: joiasnahis-
toria.wordpress.com
70
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Romano, os celtas migraram para a região anglo-saxônica, porém
continuaram com a produção joalheira até 600 a. C.. .
Figura 15
Torque Celta - Anglo saxôni-
co – 50 a.C.; Broche Roscrea,
encontrado no Condado de
Tipperary- joalheria celta. Fechos
“Shoulder-clasps” em ouro – ori-
ginários da região anglo-saxônica
decorados com a técnica cloison-
né com granadas, vidros e filigrana
– séc. VII Dc Fonte: Tait, 1986.
71
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2.2.4 Período da Idade Média (séc. V a XV)
Figura 16
Réplica de um elmo encontrado 72
em Sutton Hoo, na sepultura de
um líder anglo-saxão e datado
provavelmente de 620, durante a
Alta Idade Média. Fonte: learner.
org/exhibits/midleages.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A produção joalheira se caracterizou por peças marcantes no con-
traste de cores e desenhos, tais como fivelas, cinturões, bainhas de
espadas, colares e pingentes, porém os anéis e brincos eram raros,
e o motivo utilizado nas peças continua a ser principalmente de
animais estilizados, sem a figura do homem.
Figura 17
Braceletes em bronze encontrados
na Escócia – séc. I e II Dc. Fonte:
Tait, 1986.
73
Figura 18
Tesouro vicking. Fonte: British
Museum de Londres.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A era cristã quanto à produção de joias, enfatizou a temática reli-
giosa, com peças repletas de símbolos cristãos, tais como a cruz,
os santos, o Cristo e a Virgem Maria, e para tanto, os bizantinos
aperfeiçoaram a técnica figurativa, sobretudo em esmaltação.
Figura 19
Talismã de Carlos Magno: no cen-
tro duas safiras ovais opostas com
um pedaço de madeira da cruz.
Fonte: Cavagna, 2005.
74
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
nados à divisão de classes e ao status, os anéis eclesiásticos são
usados até hoje por cardeais, bispos e papa.
75
Figura 20
Joias com imagens de símbolos Séc. XIV – As leis decretadas pelas cortes europeias limitaram o
cristãos. Fonte: Tait, 1986. uso de joias em metais nobres e pedras preciosas apenas à nobre-
za, com intenção de diferenciar a hierarquia social.
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utilizou anéis gravados com monogramas como instrumentos de
autenticação de documentos.
76
Figura 21 Novas técnicas surgiram com a produção de joias nesse período,
Anéis medievais com monogra-
mas de família e com inscrições como a técnica do esmalte ronde–bosse13 que possibilitava um gran-
românticas. Fonte: Tait, 1986. de realismo às figuras representadas, como se observa na figura 22.
Anéis de Bispo e Arcebispo. Fonte:
Museu da Idade Média, Paris.
Figura 22
Figura de Cristo esculpida e
esmaltada em ronde-bosse. Fonte:
Museu Britânico, Tait, 1986.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
No século XV, na França, é criada a técnica de lapidação faceta-
da14, o que apresenta um grande avanço na área joalheira, pelo
fato de que, até esse período da história da joalheria, as pedras
eram utilizadas na forma de cabochão15, com uma leve lixada nas
extremidades para dar o formato arredondado.
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2.2.5 Período da Idade Moderna (séc. XVI a XVIII).
Figura 23
Saliera - Peça de Benvenuto Celli-
ni. Fonte: Collection of Sculpture
and Decorative Arts, Kunstkam-
mer, Viena.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
No renascimento, a joia passa a ser um importante artifício da
beleza feminina, os brincos voltam a ser valorizados, pois a mu-
lher os utilizava de forma a harmonizar suas características - seus
cabelos eram usados presos, para que pudessem deixar as orelhas
descobertas. Porém os itens mais populares neste momento são
os pingentes, cada vez mais enriquecidos de pedras. Também era
costume, na época, usar vários anéis na mesma mão, e muitos
colares ao mesmo tempo.
Figura 24
Pingentes em ouro, esmalte,
pérola barroca e rubi. Triton de
Canning, originário da Espanha,
séc. XVI. Fonte: Tait, 1986.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
No barroco, as peças ficam mais aprimoradas e luxuosas, as joias
perdem a importância artística e passam a representar símbolo
de poder e status: “Pesados brocados e veludos em preto, púrpura
e violeta, adornados com suntuosas joias e inúmeras pérolas de-
coravam a nobreza, não deixando a menor dúvida quanto ao seu
status social”, como observa Campos (1997, p. 46).
80
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Com a França sendo governada por Luiz XV, o estilo da joalheria
passa a ser mais rebuscado, assimétrico, e a utilização de mui-
tas gemas coloridas e diamantes. São peças sedutoras, com muito
mais brilho e mais luxuosas.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
2.2.6 Idade contemporânea (séc. XIX até os dias atuais).
Figura 26
René Lalique: Mulher libélula,
mulher flor - ouro e marfim. Fonte:
Black, 1973.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
No início do século XX, surgem as grandes maisons como a Car-
tier e Boucheron, onde se distinguem duas categorias de joias: a
joalheria comercial, que utilizava incondicionalmente materiais
nobres e produção em série; e a joalheria de artistas, como Dali e
Picasso, figura 27.
83
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
a busca da forma racional, sem complicações: “Os vestidos lon-
gos e incômodos, com várias saias, foram substituídos por trajes
mais adequados ao estilo de vida da mulher moderna”, Tambini
apud Martins (1998).
Figura 28
Broche de platina com diamantes,
jade e ônix de Geoges Fouquet;
e Jean Desprès e Scarab Buckle
brooch. Fonte: Phillips, 1997.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
As novas tendências da moda influenciaram a década de 20, que
se apresentava mais casual e esportiva, e fizeram surgir a Costume
Jewelry, ou joia de moda, (confeccionada em material não precio-
so) tendo Chanel como incentivadora para ser símbolo da mulher
moderna:
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
cidos mais casuais, como o algodão, lã e os sintéticos, contribuin-
do para o barateamento dos modelos, (Gola, 2008).
Figura 30
Greta Garbo. Fonte: Heremoteca.
abc.es
86
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 32
Peças de grandes maisons:
Boucheron. Fonte: Cartier
Figura 33
Cartier, em 1940 – pavê de
diamantes, safiras e cabochão de
safira. Fonte: Gola, 2008.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Durante os anos 1950, as produções das peças se caracterizam em
categorias distintas, coexistindo tanto joias feitas com materiais
preciosos, quanto às do artista artesão, feitas em oficinas menores
e materiais mais acessíveis:
Figura 34
Contume jelwelry - Elsa Schiapa-
relli – elementos coloridos sobre
base de plástico, Fonte Brooklin
Museum.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
colas de arte e desenho tiveram papel crucial. A joalheria começa
a ter a atenção das galerias de arte, e da academia, com museus e
exibições escolares, com significativa atividade.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 35
Vogue UK – Maio de 1966. Fonte:
Vogue.com
90
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
No final da década de 70, as joias começam a exibir mais liberdade
e criatividade, com texturas que imitavam a superfície da Lua, ou
elementos da natureza que acrescentavam maior inovação às peças.
Figura 36
Pulseira em prata e pérolas,
Gerda Flockinger. Fonte:
Gola, 2008.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A joalheria contemporânea, caracteriza-se pela diversidade de
expressão. Nas joias voltadas para o mercado, mesclam-se as téc-
nicas e conhecimento da joalheria clássica, com os experimen-
tos de novos materiais entre os artistas-joalheiros. Uma joalheria
mais preocupada com o meio ambiente e na maneira de produzir
sem trazer impactos negativos para a natureza, além de uma joa-
lheria voltada para o social, também aparece entre os propósitos
de alguns artistas-joalheiros nessa época.
Figura 38
Grande maisons e joalheria
voltada para o social. Fonte
us.bulgari.com.
92
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
2.3 Marcos Referenciais da Trajetória da joia no Brasil
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
dos ciclos da natureza. E os portugueses tiraram proveito dessa
diversidade; e de seu conflito com a tecnologia e a sociedade
altamente organizada da Europa. (Gola, 2008, p. 78).
Figura 39
Colares de dentes de macacos e
pérolas de Tucúm, penachos de
gavião. Tribo Cinta Larga (RO).
Fonte: Wagner (1980, p.27)
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Outro exemplo, como relata Wagner, é a joia ‘Urapei’, figura 40,
uma peça que requer muito trabalho no seu feitio:
Figura 40
Urapei: colar de caramujo, tribo
Karib. Fonte: Wagner (1980, p. 23).
95
Figura 41
Colar de Elitros de Besouro; Colar
de dentes de macaco. Ticuna,
Amazonas. Fonte: Museu Nacional
da UFRJ.
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Figura 42
Colar Rikbaktsa, Mato Gros-
so. Fonte: Museu de Arqueo-
logia e Etnologia da USP.
96
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
É fato que todas as civilizações escolheram para seus ornamen-
tos materiais de beleza peculiar e não se pode negar que o brilho,
a cor, a transparência e o reflexo dos metais e das pedras precio-
sas sejam atributos plásticos com características excepcionais,
que têm encantado o homem há séculos. (Campos, 2011, p. 29).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
ração do governo e a exploração ilícita, então a corte portuguesa
implantou os impostos sobre as pedras, para um possível con-
trole, porém a autora observa que provavelmente apenas 30% da
exploração de diamante tenha sido registrada oficialmente, o que
não impediu que o Brasil fosse considerado na época e por mais
de 150 anos, o principal produtor de diamante do mundo:
Figura 43
Broche/pendente de prata com
topázio imperial e citrino. Museu
Costa Pinto. Magtaz, (2008)
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Com a circulação de pessoas atrás do caminho do ouro, diaman-
tes, rubis e mercadorias, as vias autorizadas pelo governo eram
chamadas de Estrada Real, no intuito de ter as rotas de comunica-
ção com as minas devidamente controladas, “(...) para que nelas
se pudesse extrair uma massa cada vez maior de tributos para o
tesouro real”, Magtaz (2008, p. 27). Porém, as primeiras trilhas
para o caminho do ouro foram abertas muito antes, pelos índios,
como por exemplo, os Taba-etê no vale do rio Paraíba, que acre-
ditavam no poder medicinal das areias de Parati, com o objetivo
de tratar a saúde, abriram caminhos em direção ao sul do Rio de
Janeiro.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
dá-se o início a um declínio da economia colonial. A primeira
metade do século XIX é marcada por uma transição econômica,
com o algodão, açúcar, tabaco, cacau e café.
Figura 45
Insígnia da Imperial Ordem do
Cruzeiro e da Ordem de Cristo,
Brasil, séc. XIX. Fonte: Museu
Costa Pinto.
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O metal era trabalhado por ourives portugueses, e brasileiros
que aprendiam o ofício, dando início a uma ourivesaria brasileira
original, em função do grande número de ajudantes escravos ou
mesmo dos negros libertos, que começam a desenvolver objetos
considerados típicos:
101
Figura 46
Estribo – sandália masculina em
prata – Bahia, acervo do Museu
Costa Pinto.
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Figura 47
Conjunto em ouro, ametista e
pérolas, Bahia século XIX, acervo:
Museu Costa Pinto.
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De acordo com Wagner (1980), quando o 13º Vice-Rei, Conde de
Resende chegou ao Rio de Janeiro, em 1790, verificou a existên-
cia de inúmeras lojas e oficinas, onde trabalhavam 375 mestres e
1500 funcionários entre lapidários, gravadores e fundidores, loca-
dos principalmente em Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio
de Janeiro, e produziam peças para a mulher colonial, e para o
patrimônio artístico das igrejas.
Figura 49
Coroa Imperial de D. Pedro II.
Fonte: Museu Imperial.
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2.3.3 Joias Crioulas
Figura 50
Imagem da exposição: “Joia
Crioula: o brilho do ornamento
escravo do Museu Costa Pinto”.
Fonte: Caixa (20.set.2012).
Figura 51
Pulseiras de Criola de ouro tipo
‘copo’, e pulseira em ouro de
chapa. Bahia – século XIX Museu
Costa Pinto.
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Usadas pelas escravas favoritas dos senhores do engenho, pre-
sentes oferecidos provavelmente às mães pretas, tão comuns na
família brasileira da época, possuíam características diferentes
das joias das senhoras brancas principalmente por seu aspecto
de grande opulência, nem sempre de ouro maciço, feitas com a
técnica de ferro fundido, pelos negros ‘malês’17: “(...) que já co-
nheciam na África as propriedades e manuseio dos metais. Nos
terreiros de Candomblé, o artesão que produzia os objetos usados
nas cerimônias era chamado de ‘ferramenteiro’, ou ‘ferramenteiro
de santo’.” Magtaz (2008, p. 112).
105
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Os balangandãs eram molhos de amuletos, compostos de figuras
como ex-votos, figas, bolas de louça, saquinhos de couro, dentes
de animais e objetos provenientes dos cultos africanos, medalhi-
nhas de santos e diversos tipos de crucifixo, enfim, símbolos da
cultura afro-brasileira, que se propagaram como adorno pessoal
na joalheria popular, e que representam parte de nossa história.
De acordo com Valladares apud Campos (1997), era de uso cor-
rente entre as crioulas baianas, e cada peça do balangandã tradu-
zia os acontecimentos de suas vidas, crenças e amores, através do
registro nos amuletos e berloques.
Figura 53
Penca de Balangandãs em
prata – Bahia, acervo do Museu
Costa Pinto.
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2.3.4 A JOALHERIA DO BRASIL À PARTIR DO SÉCULO XX
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senvolveu e a busca por artigos de luxo cresceu: as famílias conta-
vam com seu ourives de confiança para confeccionar ou reformar
joias, ou até mesmo para avaliar as peças em caso de falecimento
e partilha de bens.
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sageiros no Rio de Janeiro, pois os estrangeiros na época eram os
grandes interessados nas pedras brasileiras.
Figura 54
Classificação e coleção de tur-
malinas de Hans Stern: 971 tipos
diferentes. Fonte: Espaço Cultural
H Stern, Rio de Janeiro.
109
Figura 55
Museu Amsterdam Sauer – cole-
ção diversificada de gemas raras,
Rio de Janeiro. Fonte: Museu Ams-
terdam Sauer de Minerais Raros e
Pedras Preciosas.
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Na década de 50, de acordo com Magtaz (2008), o Brasil estava
imbuído do nacionalismo de Vargas e do desenvolvimentismo de
JK, sendo assim, a sociedade despontava para uma nova sensibi-
lidade estética e novos hábitos de consumo:
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
2.4 Representantes da Joalheria do Brasil
111
• Mariana Magtaz, em seu livro “Joalheria Brasileira: do desco-
brimento ao século XX”, considera que, na metade do século
XX (década de 50), a joalheria brasileira rompe com o padrão
da joia tradicional europeia, momento em que as joias pas-
sam a fazer parte do circuito das artes, entra para a Bienal, e
muda o conceito da joia brasileira: “... e transforma joalheiros
em artistas, e artistas em joalheiros.” Magtaz (2008, p. 156), e
destaca alguns de seus principais representantes.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
do na década de 70, como grupo que se destacou no período
principalmente pela característica de serem pesquisadores
com o uso de diferentes materiais e formas para expressão
pessoal da joia.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Inicia a criação joalheira em 1960, considerada uma das precur-
soras do uso de gemas brasileiras, o que mudou o conceito entre
fazer arte e fazer joia, pois suas peças eram feitas de esculturas em
pedras, e metais não tradicionais à joalheria.
113
Figura 57
Renée Sasson - Colar de prata com
quartzo; Colar de prata com tur-
malina melancia. Fonte: Magtaz,
2008.
Figura 58
Renée Sasson - Colar em prata e
ágata. Fonte Wagner (1980)
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De acordo com Renée Sasson apud Wagner (1980, p. 218): “ba-
sicamente estou procurando um equilíbrio de formas e cores
com elementos naturais, tentando, na medida do possível, fazer
esquecer o suporte”.
114
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A partir de 1957, passou a morar no Rio de Janeiro, e a dedicar-se
exclusivamente à joalheria, tendo participado de várias exposi-
ções em galerias e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro,
conquistando o primeiro prêmio internacional de joalheria na
VII Bienal de São Paulo, em 1963.
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Foi para Paris a convite de Pierre Cardin, no final dos anos 60, e
em 1967, deu aulas de desenho de joalheria em Portugal, na Fun-
dação Calouste Gulbenkian, onde aprendeu técnicas de fundição
e prataria pesada.
Figura 61
Paris, 1968: união entre joalheria e
moda. Fonte: Atelier Mourão (25/
mar/2012).
116
Figura 62
Colar “Anti-Joia”: feito em bronze,
aço, prata, especularita bruta e
com pequeno detalhe em ouro;
Pulseira ‘Fogo’. Caio Mourão. Fon-
te: Joia Br.
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Figura 63
Broche em bronze “Natureza
objeto-lagarta”, 1977; e “Nature-
za-objeto Besouro”, 1978. Fonte:
Wagner, (1980, p. 207).
Figura 64
Ulla Johnsen - Pulseira de prata,
concha e turquesa “Pré-história”.
Fonte: Wagner (1980, p. 121).
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De acordo com Ulla Johsen apud Wagner (1980, p. 120): “Uso to-
dos os materiais que a natureza me dá e que o homem ainda não
destruiu. O universo é minha fonte, e agora, procuro criar a joia
poesia que é minha síntese de pensamentos sobre a integração do
homem no mundo”.
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2.4.4 Orietta Del Sole (1922 - 1995)
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Figura 68
Colar de prata com esmeralda;
Orietta Del Sole. Fonte: Magtaz,
2008
120
Considera que as joias não podem ser avaliadas apenas pelo ma-
terial utilizado, mas também pela arte, e assim, explora materiais
não tradicionais na joalheria, tais como: bronze, latão, alpaca, pa-
lha e pedras brasileiras entre outros:
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guagem figurativa aplicada à joalheria. Esta peça foi adquirida
pelo Palais Eynard, de Genebra, em 1974, quando o artista partici-
pou da exposição Lárt de Bijou au Brésil. (JOIA BR 20.MAI.2012).
Figura 69
“Laranja deste lado da cerca” –
Pendente em prata 925 e acrílico
com desenho em baixo relevo.
Fonte: Wagner (1980, p. 227).
121
Figura 70
Colar “Lingote”, prata 925 e ouro
verde. Fonte Wagner (1980, p. 227).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Tendo a natureza como esquema plástico para suas criações,
contribui para o campo de pesquisa na área da joalheria, com a
proposta da linguagem do instante cotidiano retratado com uma
equivalência visual, para uso no próprio corpo, através de uma
paisagem metálica do sol, lua, chuva, árvore. Busca não colocar
simplesmente o caráter de miniatura, ou o valor dos materiais nas
peças, unindo materiais menos nobres e de uso comum, como o
latão e a palha, com a prata, o ouro e as pedras brasileiras.
Figura 71
Nelson Alvim - Colar “Ouro verde”,
prata 925, esmeralda, fungo trata-
do e Urupê. Fonte: Wagner (1980,
p. 227).
122
Figura 72
Nelson Alvim - ‘Luar’ – pendente
com prata 925, acrílico e rebite em
prata. Fonte: Wagner (1980 227).
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2.4.6 Reny Golcman - 1933
Figura 73
Reny Golcman – Colar Mutável (3
faces), prata e onix. Fonte: Pastori,
2003.
123
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
e possibilidades de uso, que se adaptam e se modificam de acordo
com a interferência de quem usa.
Figura 74
Reny Golcman - Joias mutáveis.
Fonte:Pastori, 2003.
124
Figura 75
Colar em ouro amarelo e marfim
(com várias faces). Fonte Wagner
(1980, p. 103).
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2.4.7 Livio Edmondo Levi (1933 a 1973)
Figura 76
Livio Levi - Joias Facetadas. Fonte:
Leon (2009).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A primeira joia produzida por Levi foi em 1961, com motivação
puramente artística, mas tornou-se um hobby que praticava a
partir de atelier montado em sua própria casa. De acordo com
Wagner (1980, p. 156), foi um “Representante da joia arquitetôni-
ca, profissional extremamente sério, amante das boas formas, nos
legou uma obra adulta e consistente”.
Figura 77
Livio Levi - Colar com ouro mar-
telado, branco e amarelo opaco;
anel – ouro branco e amarelo. 126
Fonte: Wagner (1980, p. 153).
Figura 78
Livio Levi - Joias Facetadas. Fonte:
Pioneiros, Tecnogold.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Em 1966, fez uma exposição de joias no MAM do Rio de Janeiro,
e Pietro Maria Bardi fez o seguinte comentário no catálogo da
exposição:
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em exposição em Milão, Itália.
Figura 80
Renato Wagner - Anel – prata com
Rondonita em lapidação Mediter-
rânea. Fonte Wagner (1980).
128
Figura 81
Renato Wagner - Anel – prata com
Rondonita em lapidação Mediter-
rânea. Fonte Wagner (1980).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 82
Renato Wagner - Colares de prata
polida, escovada e envelhecida.
Fonte: Wagner (1980).
129
Figura 83
Renato Wagner - Colar – ouro ne-
gro com brilhantes e ouro amarelo
polido. Fonte: Wagner (1980).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
2.4.9 Kjeld Boesen
Figura 84
Kjeld Boesen - Pulseira – ouro 18k,
ouro puro e jade russo. Fonte:
Wagner (1980).
130
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 85
Kjeld Boesen - Colar – ouro 18
k, ouro puro, prata oxidada com
marfim, pedra da lua e ágata.
Fonte: Wagner (1980).
Figura 86
Kjeld Boesen - Colar – prata com
cilindro de jade russo. Fonte:
Wagner (1980).
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2.4.10 Clementina Duarte (1941)
Figura 87
Clementina Duarte, 1967, desfile
de Pierre Cardin. Fonte: Clementi-
na Duarte, 2012.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
por Paris, Rio de Janeiro, Recife, Washington e Brasília, sendo que
atualmente reside em São Paulo:
Figura 88
Clementina Duarte - Joias Per-
sonalizadas. Fonte: Clementina
Duarte (2012).
133
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
134
Figura 89
Clementina Duarte - Coleção
Amazônia. Fonte: Clementina
Duarte, (2012).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
em 1973, ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
USP, e em 1979 fundou a escola Oficina – Escola de joalheria e
a Galeria Oficina, onde começou a dedicar-se ao ensino do de-
sign de joias. Em 1986 concluiu o mestrado no Pratt Institute, no
Brooklin, NY nos EUA; e em 2001, concluiu o doutorado pela
FAU-USP. Como docente na academia, iniciou em 1996, profis-
são que exerce até hoje, como professora de Desenho e Execução
de joias do Instituto Europeu di Design – IED – São Paulo.
Figura 90
Miriam Korolkovas - Pena, uma ode
aos indígenas: broche de nióbio
com titânio. Fonte: Stephan, 2012.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Com o tempo voltado quase exclusivamente para a pesquisa, ob-
serva que a novidade na área sempre causa, num primeiro mo-
mento, uma certa estranheza sob o olhar do observador e do pú-
blico consumidor. A experimentação com materiais, tais como
metais ferrosos, não ferrosos, refratários, gemas, vidro, plástico,
borracha, fibras, madeiras, entre outros, fazem parte de resultados
que não colocam o valor do material como objetivo final das pe-
ças, mas sim o desafio de proporcionar algo inesperado ao público.
136
Figura 92
Mirian Korolkovas - caçambas
contendo tacos de piso em peroba,
São Paulo. Fonte: Stephan, 2012.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
oriunda desse ofício. Outra “preciosa troca de experiência” como
observa a autora (2012, p. 170), ocorreu com a etnia Krahô, ra-
mificação dos Timbiras, os Apinagés, da ramificação dos Jês, e os
Xambioás, da ramificação dos Karajás. A autora observa que os
índios dessa etnia, sobrevivem com dificuldade, mas são íntegros
com suas tradições, com rico artesanato, com peças de ornamen-
tação ou joias que utilizam material natural, como as sementes e
fibras do Buriti e do Tucum:
Figura 93
Miriam KorolKovas entre as indíge-
nas artesãs Krahô na aldeia Morro
do Boi, Tocantins, junho de 2010.
Fonte: Stephan, (2012).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 94
Miriam Korolkovas – Colar em prata
925 e semente da palmeira de açaí;
Colar série Círculo em aço e madei-
ra rouxinho. Fonte: Stephan, (2012).
138
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
dora, seguindo modelos importados e dando pouquíssima im-
portância às matérias e tradições locais. (...) O terreno em que
Miriam se move é outro. Seu trabalho articula o local – o que
ressoa das lembranças da Mafra, o pinheiro do Paraná, as gemas
brasileiras, o grão de café, o pau-brasil – a referências várias e ao
rigor da técnica, inaugurando assim um novo fazer joia no Brasil.
Figura 95
Miriam Mamber - Araucária – ouro
na matriz, aço e ouro 18k. Fonte
Miriam Mamber (2012).
139
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
ou limitação com relação a tipos de materiais. Meu local de tra-
balho é uma prova visível dessa afirmação: pedras com diferen-
tes formatos, pedaços de conchas e fósseis, madeiras petrifica-
Figura 96 das, contas antigas, minerais brutos ou lapidados, palha natural,
Miriam Mamber e suas criações
na XII Bienal de Arte de São etc. Meu trabalho se inicia pela escolha de elementos naturais
Paulo, 1973; peça da série Polies- e prossegue pelas figuras geométricas integradas que se movi-
trutura, vencedora de menção
honrosa na Bienal. Fonte Miriam mentam, originando formas, na medida em que a peça vai sendo
Mamber (2012). executada. (MIRIAM MAMBER apud WAGNER, 1980, p. 166).
140
Figura 97
Miriam Mamber - Peça ‘Varal’
– pérolas, coral, coco, fragmen-
to de leque e ouro 18k. Fonte:
Miriam Mamber, 2012.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
diversos, encontrados na natureza. Também realiza suas ideias
a partir da pesquisa em história, arqueologia, arte, mineralogia,
transpostos para o universo da joalheria, na busca de novos re-
sultados: “Tudo se transforma em objetos usáveis, joias únicas,
carregadas de história”, como observa Korolkovas apud Miriam
Mamber (2012, p.24).
Figura 98
Colar de Água Marinha, ouro e
brilhantes. Fonte: Miriam Mam-
ber(2012).
141
Figura 99
Miriam Mamber - Colar em ouro
e âmbar; colar em ouro com cen-
tro em drusa branca e diamante.
Fonte: Miriam Mamber (2012).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 100
Miriam Mamber - Peça ‘Orelha
de pau’ – Fungo urupê, brilhante,
casca de árvore e ouro 18k. Fon-
te: Miriam Mamber (2012).
142
Figura 101
Miriam Mamber – Peça Cristal in
natura, brilhante e ouro18 k.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
3. PRÁTICA PROJETUAL E PESQUISA
ACADÊMICA EM DESIGN DE JOALHERIA
143
Este capítulo traz algumas reflexões sobre as características da
pesquisa acadêmica na área de prática projetual, especificamente
no que tange ao design de joias. A prática projetual envolve ele-
mentos que são considerados como um desafio para os métodos
de raciocínio acadêmico, o mesmo podendo-se dizer da comuni-
cação dos resultados obtidos pelo praticante quando se trata de
uma pesquisa acadêmica.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
tribuição científica e tecnológica podem não ser facilmente de-
monstrados ou avaliados. Trata-se da problemática sobre a qual
procuraremos abordar nesse capítulo, tendo em vista que decorre
e articula-se como parte essencial da argumentação da pesquisa
acadêmica em áreas de prática projetual, e de design de joias.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
De acordo com Biggs & Büchler (2010), para que haja interação
entre a pesquisa em área de prática projetual, e outras disciplinas,
faz-se necessária a comparação e discussão sob bases equivalen-
tes, de modo a garantir igualdade de tratamento em relação às
outras áreas; para tanto, não têm a intenção de focar exclusiva-
mente os atributos particulares à área de prática projetual, mas de
identificar aspectos em comum entre os dois lados, estabelecendo
relações entre a pesquisa acadêmica em disciplinas tradicionais, e
a atividade profissional de alto nível, que, em si, é assumida como
pesquisa nas áreas de prática projetual.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 102 De acordo com o quadro, os primeiros quatro critérios estão mais
Gráfico com os oito critérios esta-
belecidos por BIGGS & BÜCHLER, fortemente ligados a modelos tradicionais e dominantes de pes-
2010. quisa acadêmica, e como tal, são aplicáveis à pesquisa de alto ní-
vel em outras áreas.
146
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
vestível, beleza e versatilidade?” Kimura (2009, p.38). O conjun-
to que é composto por brinco ou pingente, como se observa na
figura 103, consiste em oferecer ao consumidor as funções de or-
namentação, armazenamento de dados (pen drive) e versatilidade
através de peças que se compõem com opções de uso.
Figura 103
Pingente e brincos – “Joia High-
-Tech: Integração da tecnologia
Vestível”. Trabalho de Conclusão
de Curso – TCC, Adriana Kimura.
Fonte: Kimura, 2009.
147
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
valor agregado, ou seja, fatores circunstanciais e contingentes de-
terminam este valor. A autora observa:
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
3.1.2 Pesquisa acadêmica tradicional: Critério – Conhecimento
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Biggs e Büchler (2010) observam que esse conceito não pode ser
considerado de forma genérica, pois delega poderes de decisão
a um público que cria e consome a pesquisa, e julga se questões,
perguntas e métodos são ou não apropriados e significativos.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
De acordo com Villoro (1980) “Um método é um procedimen-
to regular, explícito e passível de ser repetido para conseguir-se
alguma coisa, seja material ou conceitual”. O autor parte da pre-
missa de que toda pesquisa, não importando de que tipo seja,
propõe-se a resolver um conjunto de problemas, e esclarece: “Se
o pesquisador não possui uma ideia clara dos seus problemas, ou
não se mune dos conhecimentos necessários para abordá-los, ou
ainda se propõe soluções, mas não as submete a prova, diremos
que não emprega o método científico”, (Villoro 1980, p.26).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
O autor considera que, se por um lado, o método científico exis-
te e é eficaz, por outro é enganoso, pois pode induzir a crer que
consiste num conjunto de receitas exaustivas e infalíveis. O que o
define melhor seria o fato de que é composto em uma estratégia
da investigação científica, na qual o êxito consiste não somente
na tática ou método, mas também na escolha do problema, dos
meios disponíveis (conceituais e empíricos), e também comple-
menta, do talento do investigador.
Esse processo é algo não muito óbvio nas áreas de prática proje-
tual, pois seus pesquisadores não seguem um conjunto único ou
dominante de modelos de investigação como ocorre com mais
frequência em outras áreas: “A nossa proposta para se determi-
nar se o método é ou não apropriado está baseada no quanto
a resposta é uma consequência de, e relevante à questão, den-
tro do contexto das necessidades do público.” Biggs e Büchler
(2010, p. 145).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Dentre os modelos de investigação de Métodos projetuais nos cur-
sos de design, pode-se destacar alguns pelo fato de serem mais
recorrentes, onde o processo de decisões metodológicas, a contex-
tualização e solução do problema devem ser claramente descritos.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Quadro 01
Sistemas de Primeira Geração, 1. Compreensão e definição do problema
Christopher Alexander, 1964.
2. Coleta de informações
4. Desenvolvimento de alternativas
5. Avaliação de alternativas
6. Teste e experimentação
Ao final dos anos 70, iniciou-se uma nova orientação nas meto-
dologias de design ou mudança de paradigma:
Bürdek
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Quadro 02
Modelo do processo do design,
Bürdek (2006).
155
Baxter
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
As atividades de projeto, neste modelo, não são lineares, mas
marcadas por avanços e retrocessos, na medida em que uma
decisão tomada em uma etapa pode afetar a alternativa ante-
riormente adotada: “Este processo ajuda a melhorar o produ-
to e permite enxergar oportunidades e problemas que tenham
passados despercebidos. Cada etapa deste processo compreende
um ciclo de geração de ideias, seguido de uma seleção das mes-
mas.” Luzes (2008, p. 70).
Löbach (2007)
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Quadro 04
Modelo de processo de design:
Löbach, 2007.
157
Quadro 05
Modelo de método – 1. Estruturação do problema – localização de uma necessidade, definição
Gui Bonsiepe, 1998. do problema, subdivisão, hierarquização dos problemas, análise das
soluções existentes.
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Bruno Munari
Quadro 06
Modelo de Método – P – problema
Bruno Munari (2000).
DP – Definição do problema
CP – Componentes do problema
CD – Coleta de dados
AD – Análise de dados
C – Criatividade
MT – Materiais e Tecnologias
E – Experimentação
M – Modelo
V – Verificação
S – Solução
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Na área de design de joalheria, o método deve contemplar uma
série de elementos constitutivos do processo, como por exemplo,
a temática pré-estabelecida: explorar-se o tema, e elementos cor-
relatos a ele, pode levar a resultados melhores.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
mentos projetuais do designer possam ser utilizados e, ao mesmo
tempo, atenderem aos requisitos da pesquisa acadêmica.
Ela foi especialmente criada para fazer um sapato que não con-
ta, em nenhum momento, com a etapa da fôrma e ainda tem
espessuras diferentes, que permitem que o sapato produzido se
adéque exatamente ao formato do pé no seu interior, mas por
fora seja completamente diferente do convencional. (ANUÁ-
RIO, 2010, p. 294).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Figura 104
Construct: criação do modelo:
série de fotografias que ilustram
todas as fases de desenvolvimen-
to do objeto e o seu processo
criativo. Fonte: ANUÁRIO, 2010.
161
Figura 105
Modelo do sapato da designer
Marlos Tem Bhömer - 2009. Fonte:
ANUÁRIO, 2010.
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3.1.6 Pesquisa Acadêmica em Áreas de Prática Projetual:
A função da retórica
O que não significa que se deva deixar que esse tipo de aborda-
gem fale por si só, mas que existe um modelo de conhecimento e
comunicação diferente nas áreas não linguísticas. Mas reconhecer
esse potencial da comunicação não linguística, para além das áre-
as da prática projetual, é um processo interativo que deverá estar
alinhado com as exigências da grande comunidade acadêmica, e
Biggs & Büchler (2010) esclarecem que a utilização de aborda-
gens, com base em critérios, ajuda a desmontar estereótipos es-
condidos nas comunidades.
Figura 106
Colar de conchas – executado
pelos Cuicurus. As conchas são
esfregadas em pedras de água
doce até ficarem com o formato
desejado – Uruca. Fonte: Wagner
(1980, p. 23). Peça da Coleção
Raízes e Formas, Juliana Pelegrini,
Anglo Gold, catálogo 2004.
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Figura 107
Peça inspirada na cultura africana,
“Odoyá”, Ditlind Karin Lenk, 2004
163
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Lima (20.set.2012) complementa a questão:
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
observa Pignatari (2008, p. 19), o que leva à reflexão sobre um
fazer projetual desvinculado de padrões estereotipados, condição
para alcançar maior inovação.
Por exemplo:
Na apresentação do conjunto
Joias Inspiradas no
de peças, a aluna recorreu ao
Julia Prado Artista Plástico Yutaka
formato de um catálogo com
Toyota.
as peças.
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Figura 108
Apresentação das peças – TCC
Julia Prado; TCC Patrizzia Monti.
Fonte: Prado,2011; Monti, 2010.
166
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
é que a motivação inicial, às vezes, surge a partir de uma forte
experiência de algum tipo que acaba por precipitar uma reação
emocional ou estética”.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
que não podem ser perdidas quando o trabalho na tela substitui
o trabalho feito à mão:
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mação, que requer esforço e atenção. Representa um investimen-
to, no qual o candidato espera ter algum retorno.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A função da experiência e seus resultados na prática do projeto
está relacionada com a busca, por parte do praticante, em desco-
brir algo que ele/ela pessoalmente ainda não saiba, ou não tenha
realizado.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Da fase da concepção da peça, do desenvolvimento criativo, à
fase de acabamento, o projeto pode sofrer mudanças em função
das limitações da matéria prima utilizada, como é o exemplo do
quadro anterior. A peça foi inspirada nas fendas das rochas de
onde nascem as drusas, no movimento das placas tectônicas, e
a proposta foi criada com drusa de ametista. Como se observa,
adaptações foram feitas em função da peculiaridade do material
e do projeto, pois a forma imprecisa da pedra dificultou o corte,
que teve de ser feito manualmente, para que se pudesse ter mais
controle e adaptação: quanto maiores são os cristais de superfície
da pedra, mais difícil de obter o corte no tamanho desejado, pois
os cristais se quebram.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
ção da força mínima e da liberação. Desse modo, vão acumulan-
do um repertório de gestos adquiridos. Esses gestos podem ser
ainda mais refinados ou revistos no contexto do processo rítmi-
co que ocorre na prática e a sustem. (SENNETT, 2009, p. 199).
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não apresente emendas, nem cortes, nem colas, utilizando téc-
nicas especiais de lapidação, que foram desenvolvidas ao longo
do estudo de mestrado, com o objetivo de valorizar uma matéria
prima abundante no Brasil: o quartzo.
Figura 112
Maíra Paiva, pesquisadora do
CEDGEM – Centro de Estudos
em Desenhos de Gemas e Joias.
Lapidação carré em elos de quart-
zo fumé e ouro amarelo. Fonte:
Catálogo IBGM, 2011.
173
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
uso e desenvolvimento de novos equipamentos e técnicas que
permitam obter o melhor rendimento do processo de projeto.
A evolução das técnicas, como fundição, cravação, modelagem
e cera perdida estão presentes em uma atividade que sem trazer
mudanças aparentes no resultado final permitiram passar do es-
tágio de produção artesanal à produção em série.
De acordo com Paivio apud Sadoski (1999), para que haja in-
tegração entre palavras, imagens e formas, configurando uma
unidade, estudos sobre a interação entre estímulos verbais e
não verbal, levaram o autor a desenvolver a Teoria do Código
Duplo (Dual Coding Theory), a qual propõe que a informação
é processada através de dois canais distintos: um processa a in-
formação verbal - texto, fala – e o outro processa a informação
não verbal – imagens.
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tegorias, dependendo do papel que exercem como se demonstra
da seguinte forma:
Figura 113
Peça Atabaque, Fernando Pires
Jorge, catálogo Anglo Gold 2004.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
No catálogo, segue a descrição:
Embora tenha sido escrito pelo próprio autor, ainda assim, o tex-
to descrevendo a peça é insuficiente para explicar o que é a peça.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Todas as etapas são desenvolvidas com referências bibliográficas e
projetuais, para o desenvolvimento do referencial teórico do pro-
jeto, sempre relacionado com as etapas do projeto.
A. Briefing
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Autor Título/ano Briefing
Patrizzia Monti Joias da Natureza / 2010 O intuito é criar um efeito inusitado a partir da
percepção individual da natureza e seus elementos,
elaborando assim, uma releitura impressa em uma joia
que apresente o conceito do luxo contemporâneo.
Os materiais a serem considerados para a confecção
das peças partem do princípio de se utilizar o material
como foi encontrado na natureza: se madeira, dar ape-
nas polimento; se semente, adaptá-la como necessário;
se gema, utilizá-la no estado bruto. No caso do pre-
sente projeto, pretende-se utilizar a drusa de ametista
apenas cortando-a no tamanho da própria peça, sem
lapidação, buscando valorizar a pedra em seu estado
natural. O público alvo considerado para o projeto
será: mulheres entre 25 e 35 anos, classe B, que buscam
nos objetos a representação de valores tangíveis, com
peças impactantes que chamam a atenção. Buscam a
diferenciação e contemporaneidade através de peças
178
singulares. (2010, p. 45).
Alessandra Joia High-Tech: Será desenvolvida uma linha de joias high-tech, com-
Kimura Integração da posta por um par de brincos, um berloque e uma pul-
tecnologia vestível. seira. Os materiais utilizados para a produção da peça
2009. serão diamantes de 0,005ct. com a prata 925, devido à
pesquisa de mercado apresentada anteriormente.
Será adaptado um pen-drive já existente, já que o
desenvolvimento de um não estaria dentro dos conhe-
cimentos passados pela faculdade, porém algumas
precauções quanto a sua ergonomia serão levadas em
consideração, para que não prejudique o usuário.
Esta linha tem como objetivo, fornecer versatilidade ao
consumidor, além da ornamentação e funcionalidade.
Desta forma, facilitando e auxiliando a vida agitada do
usuário. Por ser um produto diferente no mercado, foi
dedicada grande atenção para o estudo de mercado,
produção e ergonomia, já que se pretende desenvolver
um produto viável para o comércio.
O produto será direcionado às mulheres, principalmente
da classe B, com idade entre 25 a 44 anos. (2009, p. 100).
Quadro 07
Briefing de TCC- Alessandra Kimu-
ra, 2009 e Patrizzia Monti, 2010.
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B. Painéis semânticos
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Autor Título/ano Painel Semântico
180
Quadro 09
Painel semântico ‘Público alvo’, TCC
– Priscylla Cristina Kamin, 2010.
Quadro 10
Painel semântico ‘Inspiração’, TCC –
Marco Antonio Rocha, 2010.
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C. Roughs ou thumbnails
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Título/ano
Autor Inspiração Primeiros traços
2010 / 2011
D. Sketches ou clínicas
182
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pensamento, têm a mão como ferramenta adequada para dese-
nhar e alterar sucessivamente a representação de uma ideia.
do processo.
Foi Cin Gun Joias Inspirada nas Obras de Zaha Hadid / 2010
Sketches / Clínicas
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Sketches / Clínicas
Quadro 12
Sketchs ou clínicas, TCC –
2010, 2011
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E. Rendering ou Ilustração final
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Quadro 15 Autor Título / ano
Renderings
Natália Miki Nakagawa Joia Inspirada nas Obras de Beatriz Milhazes / 2011
Ilustração Final / Rendering
186
Letícia Gonçalvez
Bracelet Worldtec / 2006
Landgraf
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F. Estudo ergonômico
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
6. Os cuidados com a proporção e a estética da peça, entre
cada parte do anel são de extrema importância, sobretudo
quando utilizadas pedrarias ou gemas naturais muito gran-
des no topo;
plementa que:
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Autor Título/ano 2010 Estudo ergonômico
Carla Ettinger A Técnica da Filigrana na Joa- Estudo de dimensão - Material barbante e papel
lheria Contemporânea. 2010
Giovana Fusco Torres Joias Inspiradas na Obra do Estudo de volume – material: papelão
Pintor Piet Mondrian. 2010
Na sequência do estudo, segue o comentário: “Pode-se ob-
servar neste experimento prático a largura que não deveria
ser ultrapassada, não atrapalhando assim a articulação do
dedo.” Torres, (2010, p. 70).
189
Juliana Andrade Conjunto de Joias: Composi- Estudo em cera perdida – acabamento evitando pontas e
ção. 2005 larguras indesejadas.
Natália Nakagawa Wit: Joia Inspirada nas Obras Estudo com madeira, arame e resina
de Beatriz Milhazes. 2011
Quadro 16
Estudos de Ergonomia, TCCs.
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G. Desenho Técnico
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Autor Título / ano
191
Quadro 17
Desenho Técnico, TCC.
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H. Mock-up - Processo de fabricação ou produção
Bancada de joalheria.
Fonte: Peres, (2010, p. 71.)
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Ferramentas utilizadas para as funções básicas
Glossário. Fonte: Kurosawa, 2010.
no processo artesanal em bancada.
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Autor Título / ano
194
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Autor Título / ano
195
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Com um fogo brando e com muita
cautela para os finíssimos fios não
fundirem (derreterem), aos poucos
a solda vai sendo percorrida por
todas as peças, transformando-se
em uma só. Ibidem p.76.
Quadro 20 Por fim, o que nos interessa nessa sequência é o discurso do fazer
Mockup ou processo de produção
da peça, TCC.
a joia, pois o processo de pesquisa, ilustrado neste trabalho, nos
permite fazer algumas reflexões sobre a questão do método na
prática projetual e na pesquisa acadêmica: através da técnica da
bancada, com a linguagem do projeto, pode levar a um modo de
criar que não havia antes.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Autor Título / ano
Quadro 21
Fotos – apresentação da peça, TCC.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
J. Memorial Descritivo
Autor Título/ano
4. Público alvo:
4.2 Perfil do consumidor: mulheres independentes economicamente que procuram por inovação no mercado de joias, 198
mas ao mesmo tempo buscam peças discretas.
5. Características físicas:
5.1 Dimensões:
5.2 Material:
5.2.1 Coleção Comercial - ouro amarelo, vermelho e branco e diamante de 5mm de diâmetro.
5.3 Peso:
5.4 Acabamento:
6. Processo de Fabricação
6.1 Coleção Comercial - A prototipagem rápida é o processo sugerido para a fabricação dessa coleção, devido a neces-
sidade de precisão de encaixe dos fios e das diferenças dos seus diâmetro.
6.2 Colar Artístico - produzido na bancada de acordo com o processo descrito na fabricação.
7. Detalhes Construtivos
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7.1 Número de Peças
7.1.3 Brinco - 8 fios, 8 correntes, 2 chapa circular, 2 tarrachas e 2 fios passantes da tarracha
8. Sistema de distribuição - esse projeto foi desenvolvido para ser vendido a joalherias.
Quadro 22
Memorial descritivo, TCC.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Em seu artigo, Scrivener (2000) descreve sua experiência como
orientador e avaliador de teses de doutorado, na qual se depa-
rou com trabalhos cujos interesses e intenções de pesquisa não
se encaixavam nos moldes das pesquisas tradicionais, o que ele
denominou como pesquisas em “solução de problemas”.
b. O artefato resultante não existia antes ou é uma variante melhorada de um produto já existente.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
No caso de projetos que se alinham às características da tabela 1,
o julgamento quanto a se um artefato é novo ou uma melhora de
um produto já existente depende, segundo o autor, da identifica-
ção dos pontos fracos em produtos já existentes ou necessidades
que ainda não são cumpridas por nenhum produto.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
produzi-las. Muitas fotografias já foram realizadas nesse sentido,
então, sua contribuição seria apenas em adicionar mais uma foto
a esse corpo de trabalho – não existe valor agregado ao produto se
ele for feito apenas pelo fato de que não existia um produto desse
tipo antes. A justificativa para a realização da foto é a motivação
para fazê-la:
a. O artefato é produzido.
b. O artefato pode não ser uma versão nova ou melhorada de um artefato anterior.
d. O tópico de interesse e objetivos criativos pode não ser de relevância óbvia para os outros.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
3.2.3 Avaliação de projetos de pesquisa de resolução de pro-
blemas comparado a projetos de produção criativa.
O estudante tem:
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
• Demonstrado que a resposta a esses estimulantes é provável
que seja original?
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
é ela rigorosa sob a luz da experimentação? Dado que a postura
característica da pesquisa é de objetividade, controle e distân-
cia, como poderia a postura do praticante ser descrita? (2000,
p. 138).
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criativo, mais acessível, tanto para o próprio pesquisador quanto
para aqueles a quem o projeto é comunicado.”
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
comunicação e partilha de experiências com outros praticantes,
juntamente com os registros descritivos do trabalho e as deci-
sões tomadas. (SCRIVENER, 2000, p. 11).
Quadro 25
Estrutura Básica sugerida de um Um relatório da produção do projeto criativo poderia assumir o
Relatório do Projeto de produção-
-criativa sequinte formato:
Corpo principal
• Reflexão pré-projeto sobre a prática (incluindo a identificação de problemas, preocupações e interesses a serem
trabalhados dentro do projeto)
• Revisão da teoria, conhecimentos e as informações (relevantes para as questões identificadas, preocupações e
interesses)
Ciclos de:
• Resumo de um episódio de trabalho (ou seja, colocar a descrição posterior em contexto, por exemplo, quando
ocorreu, quais eram os objetivos, quem estava envolvido, quanto tempo durou, quais eram os resultados, etc.)
• Reflexão sobre o episódio de trabalho (ou seja, focando nos momentos de reflexão-em-ação e na prática, apoiada
por registros de trabalho)
• Reflexão pós-projeto na ação e prática (ou seja, sobre o projeto como um todo)
• A reflexão sobre a ação e prática (reflexão, ou seja crítica sobre um trabalho de reflexão centrado)
Apêndices
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Como se pode observar no quadro 25, uma maior ênfase é colo-
cada sobre o processo e no registro de como os processos mudam
durante o projeto. A reflexão sobre o processo utiliza-se da teoria,
do conhecimento, dos registros de desenho e da análise da refle-
xão sobre a prática de projeto. Portanto, esse material será descri-
to no contexto deste processo, ao invés de separado dele.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
dimento” e estratégia de ação que outros profissionais podem em-
pregar para seus próprios repertórios.
design de joias.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
4. Análise do processo avaliativo
dos trabalhos acadêmicos: a
questão do método
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
item ‘O papel do texto e da imagem’, devidamente organiza-
do e apresentado no subitem – As representações gráficas no
projeto da criação à forma final.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
3. Os aspectos inovadores no processo de construção do conhe-
cimento, produzido pela pesquisa, têm potencial de serem co-
municados e transferidos, de forma a contribuir para o avan-
ço do conhecimento nas práticas de pesquisa sobre a temática
de pesquisa acadêmica em área de prática projetual?
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
QUADRO 2 – Tabela com os resumos dos trabalhos escolhidos para análise
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
3 – Empregos do método histórico/historiográfico: Referencial
teórico recorrente no trabalho;
214
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A2 - Estrutura do trabalho:
1. INTRODUÇÃO
2. JOIA: características
3. VALOR SIMBÓLICO AGREGADO AO PRODUTO
4. RECIFE DE CORAIS
4.1 Grande barreira de Coral
4.2 Anêmonas
4.3 Corais: cores, texturas e formas para se inspirar
5. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
5.1 Coleção de joias – Nature
5.2 Grupo Corpo + HStern
5.3 Tema do Concurso da Anglo Gold
6. ESTUDO DO MERCADO JOALHEIRO – IBGM 2006
7. TENDÊNCIAS
8. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
8.1 Briefing 215
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A3 - Empregos do método histórico/historiográfico -
Referencial teórico recorrente no trabalho
Imagens histórico/historiográficas 8
Desenhos 7
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
A5 - Análise dos resultados obtidos
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Ilustração e documentação do processo produtivo da peça apa-
recem como ferramentas fundamentais na troca de produção de
conhecimento. As reflexões específicas sobre o estudo ergonômi-
co, e a produção da peça, facilitam a compreensão da temática,
através das imagens expostas, vinculadas diretamente ao texto e
descritas pelo mesmo, (Vide APÊNDICE A).
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
B2 - Estrutura do trabalho:
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo
1.2 Justificativa
2. PESQUISA HISTÓRICA
2.1 Linha do Tempo
2.2 História das joias e do luxo
3. O QUE É CONSIDERADO JOIA
3.1 Definição; Etimologia
3.2 Tipos de joia
3.3 Referências projetuais comentadas
3.4 Designers de joia contemporâneos
4. INSPIRAÇÃO
4.1 As orquídeas
4.2 Phaleanopsis 219
4.3 Cattleya
5. MATERIAIS
5.1 Metais: Ouro, prata, platina.
5.2 Gemas, pérolas e lapidação.
6. PROJETO
6.1 Briefing
6.2 Público alvo
6.3 Análise de mercado
6.4 Clínicas de desenvolvimento
6.5 Desenho técnico
6.6 Modelo
7. FOTOS
8. CONCLUSÃO
9. BIBLIOGRAFIA
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
SALEM, Carlos. Joias: os segredos da técnica.
2. ed., rev. ampl. São Paulo: 2007.
Imagens histórico/historiográficas 16
Desenhos 18
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
(Phaleanoposis e Cattleya), seguido de estudos relativos ao valor
social com público alvo, perfil do consumidor; análise de mer-
cado e escolha de materiais a serem utilizados. 3) Validação do
projeto, com o desenvolvimento que vai do briefing ao memorial
descritivo da peça, contendo o processo de fabricação, desenho
técnico e apresentação da peça finalizada.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
porânea brasileira, quanto estuda as tendências do mercado nacio-
nal, na identificação de aspectos para a fundamentação do tema.
C. Patricia Honda
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Número de páginas: 108
C2 - Estrutura do trabalho:
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. JOIA: CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS 223
2.1. JOIA MODERNA
2.2. NOVA JOIA OU NOVA JOALHERIA
3. VIK MUNIZ
4. PROJETO: COLEÇÃO FRAGMENTOS
4.1. MATERIAIS UTILIZADOS
4.1.1. Prata
4.1.2. Lápis de Cor
4.1.3. Adesivo Instantâneo Universal
4.2. PROCESSO DE FABRICAÇÃO
4.2.1. PRATA
4.2.2. Fundição
4.2.3. Laminação
4.2.4. Serragem
4.2.5. Lixar
4.2.6. Limar
4.2.7. Fiação
4.2.8. Soldagem
4.2.9. Polimento
4.3. TÉCNICA DE INLAY
4.4. ERGONOMIA
4.5. NOME COLEÇÃO FRAGMENTOS
4.6. PAINÉIS SEMÂNTICOS
4.6.1. Público Alvo
4.6.2. Faixa Etária
4.6.3. Estilo de vida
4.6.5. Hobby/Lazer
4.6.6. Joias com lápis de cor
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
4.7. CLÍNICAS: PROCESSOS E EXPERIMENTAÇÕES.
4.7.1. 1 Etapa
4.7.2. Clínica 1
4.7.3. Clínica 2
4.7.4. Clínica 3
4.7.5. Detalhamento
4.7.6. Desenho Técnico
4.7.7. Vista Explodida/rendering
4.7.8. Mock up
4.7.9. Protótipo
4.7.10. Produto Final
4.7.5. 2 Etapa
4.7.6. Clínica 1
4.7.7. Clínica 2
4.7.8. Clínica 3
4.8. OBRA INSPIRAÇÃO/EXPERIMENTOS
4.9. DESENHO TÉCNICO 224
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Os demais autores utilizados são referências a projetos de TCCs
de design de joia da própria instituição e sites.
MIYASHIRO, Thatiana Ciriaco. Linha Cora. São Paulo, 2010. TCC – Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Imagens histórico/historiográficas 23
Desenhos 9
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
e escolha de materiais a serem utilizados. 3) Validação do projeto,
com o desenvolvimento que vai do briefing ao memorial descritivo
da peça, contendo o processo de experimentação com materiais,
produção, desenho técnico e apresentação da peça finalizada.
mento com raspas de ponta de lápis de cor, com cola super bonder.
Apresenta testes com tampinha de garrafa, acetato e EVA, e obtém
resultados satisfatórios dentro da linguagem de projeto. 4) Como
última etapa do projeto, adapta a técnica para desenvolvimento
de peças da joalheria (anel), com associação aos experimentos an-
teriores; 4) Desenvolvimento e produção das peças, utilizou ma-
teriais como prata, lascas de grafite colorido e cola super bonder,
e com a ajuda de um ourives, montou a peça em bancada, com
todas as fases fotografadas e comentadas. Desenvolveu como se
fosse um tutorial do ‘fazer a peça’, fotografando inclusive as ferra-
mentas utilizadas em cada etapa do processo, por fim, fotografou
as peças prontas demonstrando as várias possibilidades de uso.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
jetos voltados às características da joalheria com materiais dife-
renciados, quanto os materiais utilizados em peças de referências.
D. Julia Prado
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D1- Ficha técnica do trabalho:
D2 - Estrutura do trabalho:
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 UNIVERSO DA JOALHERIA: UM RECORTE HISTÓRICO
2.1 Algumas Joias Contemporâneas
3 YUTAKA TOYOTA
4 REFERÊNCIA PROJETUAL: CONCEITO DO PROJETO
4.1 Painéis Semânticos
4.1.1 Painel sobre as obras de Yutaka Toyota
4.1.2 Painel sobre referências projetuais
4.1.3 Painel sobre peças concorrentes
5 PROJETO
5.1 Primeira etapa: Metodologia de Criação
5.1.1 Thumbnails
5.1.2 Clínica 1
5.1.3 Clínica 2
5.1.4 Clínica 3
5.2 Materiais
5.2.1 O Aço inoxidável
5.2.2 A Turmalina
5.3 Primeiros Resultados
5.3.1 Execução do Mock-up
5.4 Segunda Etapa de Projeto
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5.4.1 Segunda fase de Criação: Formando a coleção
5.5 Novos materiais
5.6 Resultados Finais
5.6.1 Memorial Descritivo
5.6.2 Desenho Técnico
5.6.3 Execução das peças
5.6.4 Fotos das joias prontas
5.7 Criação da Marca
6 CONCLUSÃO
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
8 APÊNDICE
229
Autores Internacionais Autores Brasileiros
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CLARKE, Cathrine. A Joalheria de Arte Pós-moderna. Disponível em: <http://
www.katesjewelry.com.br/artigo1.htm>. Acesso em: 10 abr. 2010.
Imagens histórico/historiográficas 18
Desenhos 29
230
Fotos sobre o processo de produção 12
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na 3 desenhos mais representativos, para dar continuidade, bus-
ca a opinião de várias pessoas (tanto as que conheciam o artista
quanto as que não o conheciam), para a escolha; 4) Como última
etapa do processo criativo, define a peça (bracelete), e escolhe a
cravação de pedras sob as chapas de aço inoxidável, ao contrário,
permitindo apenas a visão de seu reflexo no metal polido, carac-
terísticas marcantes do artista Yutaka Toyota; 5) Desenvolvimen-
to e produção da peça, utilizando materiais como aço inoxidável e
apresenta todas as etapas de produção com a ajuda de um ourives,
em bancada, fotografando o passo a passo; 5) A partir da peça
pronta, Julia desenvolve uma coleção, que consiste em brincos,
anel, colar e pingente, tendo a primeira peça como referência:
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para o entendimento do projeto. O uso de recursos não textuais é
fundamental na argumentação e predominante no trabalho.
Figura 114
Esquema ilustrado da cravação.
(PRADO, 2011, fig. 31).
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As reflexões específicas sobre os problemas encontrados, e as to-
madas de decisão do projeto, facilitam a compreensão da temáti-
ca, através das imagens expostas, vinculadas diretamente ao texto
e descritas pelo mesmo, (Vide APÊNDICE D).
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a partir das quais estas são construídas. Um dos aspectos que
foi possível observar, é que a descrição do processo de criação,
que envolve o de produção, ou seja, as experiências pessoais dos
estudantes de design de joias, foi convocada invariavelmente
para situar o projeto destacado, as decisões projetuais adota-
das e o contexto geral em que o projeto se deu. Isso nos leva a
sugerir que, embora os conhecimentos sociológicos sejam in-
dispensáveis e devamos contar com eles para a construção do
conhecimento, é necessário explorar e trazer para a mesa de
trabalho das pesquisadoras e pesquisadores brasileiros que se
dedicam ao projeto de design de joias, instrumentos de pesqui-
sa qualitativa que permitam explorar com grau satisfatório de
precisão acadêmica, aspectos do mundo interior de designers
em busca de modos de tornar exprimível e passível de descri-
ção elementos que, até agora, permanecem tácitos, dentro do
processo de projeto.
234
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meio da elaboração de artigos que foram apresentados em con-
gressos na área de design, e como participação no grupo de pes-
quisa ‘Percursos e Projetos’ (2013), como novas possibilidades de
desenvolvimento na área, que espera-se chegar a resultados mais
consistentes19.
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trado e doutorado na área, ampliando ainda mais o universo de
transferência de técnicas de pesquisa.
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esses instrumentos podem ser empregados como forma de cons-
trução do conhecimento acadêmico.
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5. Considerações finais
238
Concluo esse trabalho retomando alguns pontos essenciais de
sua estrutura.
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de design de joalheria que possam ser consideradas claramente
enunciadas e satisfatórias.
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Approaches to Creative Arts Enquiry” (2009) debruçam‐se sobre
os aspectos problemáticos do reconhecimento das pesquisas em
áreas de prática projetual, incluindo as artes em todas as suas ma-
nifestações no âmbito do conhecimento acadêmico tradicional.
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Tendo isso em vista, um dos objetivos, até aqui foi, baseado prin-
cipalmente em Biggs e Büchler, construir um quadro que sugere
não haver ainda um conjunto de características da pesquisa aca-
dêmica na área de design de joalheria que possam ser considera-
das claramente enunciadas e satisfatórias. Por outro lado, apon-
ta a possibilidade de estabelecer alguns marcadores úteis para a
reflexão sobre o assunto, como o são os oito critérios propostos
pelos autores para a pesquisa acadêmica em áreas de prática pro-
jetual em geral, aqui abordados tendo em vista especificamente
o design de joias. Por meio de exemplos retirados do contexto
acadêmico e do contexto profissional, buscamos mostrar que a
joia e o discurso sobre a joia frequentemente podem ser encara-
dos como narrativas distintas, talvez um sintoma da necessidade
de comunicação com diferentes públicos. Finalizamos apontando
dificuldades na incorporação de elementos que, embora pareçam
ser centrais no design de joias, como a experiência do designer,
são de difícil consideração na pesquisa acadêmica, o que sugere a 241
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REFERÊNCIAS
242
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BARRERA, Javier; MONTAÑÉS, Luis. Joyas: Diccionarios Anti-
qvaria. Madri: Antiqvaria, 1987.
2008.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
Paulo: Editora Terceiro Nome, 2011.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
_________________. Design e Arte: aproximações através
da Joalheria Contemporânea. São Paulo: P&D 2010. <www.
anhembimorumbi/p&d/2010.br> Acesso em 10.nov.2010.
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Objetiva, 2007.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
ção em Design – Habilitação em Projeto do Produto) – Faculda-
de de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Ma-
ckenzie, São Paulo.
2011.
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al e Comercial. (2011). Trabalho de Graduação Interdisciplinar
apresentado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, curso de
Design, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
em http://siatem.herts.ac.uk/artdes_research/papers/wpdesign.
Acesso em 10 out. 2011.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
pace.com> Acesso em dez./2010.
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Beatriz Milhazes. 2011. Trabalho de Graduação Interdisciplinar
(Graduação em Design – Habilitação em Projeto do Produto) –
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbite-
riana Mackenzie, São Paulo.
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Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.
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ria da Arte. Blackwell Publishing, 2002.
Design de joias e pesquisa acadêmica: limites e sobreposições | Henny Aguiar Bizarro Rosa Favaro
2002. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/
arquitextos. Acesso em 25.fev.2010.
254
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APENDICE A
Thatiana Ciriaco Miyashiro
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A.3 Thumbnails
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Na clínica dois, a aluna já se preocupa com o desenho de vistas
diferentes da peça, com variações, detalhes e acabamentos, desen-
volvendo uma sequencia de 10 séries diferentes de desenhos, com
alguns exemplos a seguir na sequência das figuras:
257
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258
Linha final
Peça escolhida.
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A.5 Ilustração ou Rendering
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260
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Desenvolvimento do
aro do anel..
261
Confecção da flor
Acabamento e montagem da
peça.
Fotos da peça.
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A.10 Memorial Descritivo
3. Função do produto:
4. Publico alvo –
5. Características físicas
7. Detalhes construtivos
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APENDICE B
Thaisa Caramel Kurokava – Linha Orquídeas
B.1 Briefing
263
Desenvolver uma linha de joias, composta por anel, brinco,
pulseira e colar, inspirados nas espécies Phaleanopsis e Cattleya
que pertencem à família Orquidaceae conhecidas popularmente
como orquídeas, onde, suas formas, cores e texturas serão fonte
de inspiração para a criação das joias. Serão utilizados no modelo,
metais como prata e ouro, gemas e pérolas para a produção em
atelier de ourives.
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Painel semântico de inspiração: B.3 Thumbnails 264
orquídeas/phalaenopsis e cattleya.
Primeiras ideias
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seguir são apresentados alguns dos estudos figurativos e alguns
dos estudos de módulos:
265
Clínica 1 – Estudos figurativos
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Clínica 3 – Desenho de módulo a
partir de referência.
Ilustração tridimensional
da peça escolhida.
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267
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Laminação da prata,
desenho e recorte com serra.
268
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B.9 Foto e apresentação final
3. Função do produto
4. Público – alvo
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APÊNDICE C
Patricia Honda – Coleção Fragmentos
C.1 Briefing
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C.3 Thumbnails
271
Experimentos com materiais
achados: Pregnância/complexida-
de; movimento e simetria.
Experimentos com
lantejoulas e pedrinhas.
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C.4 Sketches ou clínicas/experimentação
272
Renderização das
peças escolhidas.
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C.7 Estudo Ergonômico
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Desenho técnico dos
anéis – escala 1:1
274
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275
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C.10 Foto e Apresentação Final
276
3. Função do produto
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4. Público – alvo
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APÊNDICE D
Julia Prado – Coleção Espaços
D.1 Briefing
278
Elaborar uma coleção de joias inspiradas nos conceitos e formas
do artista plástico Yutaka Toyota, que consiste em peças concei-
tuais e comerciais.
Painel semântico do
conceito do projeto.
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D.3 Thumbnails
Esta fase teve como objetivo, desenhos livres, apenas com o intui-
to de representar, de alguma maneira, os aspectos formais ou con-
ceituais mais marcantes do artista, como esculturas, ainda sem
Processo criativo –
primeiros desenhos. pensar na joia para o corpo.
279
Desenhos iniciais
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280
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D.4 Sketches ou clínicas
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282
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foi produzido em escala real, artesanalmente em bancada de ou-
rives, utilizando como material o alumínio e pedras.
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D.7 Desenho Técnico
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Desenho técnico das peças: anel,
brinco e colar.
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Sequência da produção do anel
Fotos do bracelete
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Brincos
287
Anel
Apresentação final
das peças
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Apresentação final
das peças
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