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O papel da tradição
O diálogo do Parnasianismo com a tradição ocorre em duas vias: recuperação Da Antiguidade Clássica e ruptura com o
egocentrismo ultrarromântico.
Os parnasianos se apropriam do ideal clássico de “arte pela arte” e dosa temas da cultura greco-romana. Por tema
entendam-se aqui os mais elevados e os mais prosaicos: um poema podia tanto ser dedicado a um deus, entidade
mitológica ou artista, quanto à taça em que eles tomavam vinho. E às vezes acontecia no mesmo poema a fusão entre
esses dois níveis de temas: o poema falava da taça de vinho ao mesmo tempo da personalidade ilustre a quem ela teria
servido.
O apego aos temas da Antiguidade servia aos poetas parnasianos como uma forma de combate ao egocentrismo
ultrarromântico. Isso se evidencia nitidamente no “culto aos objetos” praticado pelos parnasianos, marcado
frequentemente pela neutralidade e pela impassibilidade do eu lírico em relação àquilo que descreve. A devoção com
que se dedicaram à descrição minuciosa de um objeto corresponde justamente à anulação da dimensão subjetivista da
expressão poética. Isso não significa, porém, que os poetas parnasianos não tratassem de temas como o amor ou o
sofrimento; pelo contrário, são inúmeros os exemplos de textos que ultrapassam o descritivismo. No entanto, mesmo
quando há a expressão de uma paixão, nesses textos, o poeta jamais se permite cair no derramamento sentimentalista
romântico, contra o qual luta.
O Parnasianismo no Brasil: o contexto de produção A segunda metade do século XIX é marcada por profundas
transformações na história brasileira. A plantação do café – alternativa
para escapar da baixa dos preços de produtos como o açúcar, o
algodão e o fumo – acaba se tornando um investimento bem-sucedido
e gera uma melhoria nas condições socioeconômicas do país.
O capital acumulado pela produção do café também se reflete em
transformação mais ampla do espaço urbano: o lucro obtido pelos
cafeicultores permite o investimento em outra áreas, diversificando as
atividades econômicas do país, intensificando a concentração do
poder na região Sudeste e acelerando o desenvolvimento de
infraestrutura das cidades.
Esse contexto econômico abre as portas para uma época de opulência
e riqueza da aristocracia brasileira. O culto ao luxo e ao requinte faz
dos grandes cafeicultores os principais consumidores de obras de arte
do período. Esta, por sua vez, assumem o papel de objeto raro,
precioso, produzido para poucos privilegiados, únicos capazes de
realmente desfrutá-lo. Nessa categoria, enquadra-se a própria poesia
parnasiana e sua proposta preciosista.
A literatura adquire status de luxo e de objeto a ser publicamente
levado a sério. Discussões entre escritores eram vivamente
acompanhadas pelo jornal, e a importância que um sujeito dava à
literatura poderia demonstrar sua posição na sociedade.
Surge, então, a necessidade de instrumentalizar a obra de arte. Uma
das iniciativas para atender a esse objetivo é a criação, em 1897, da
Academia Brasileira de Letras, composta por membros da elite dos
escritores do período.
A “Batalha do Parnasso”: guerra ao Romantismo
Parnasianismo: ornamentação, gramática e lirismo
A obsessão pela forma e pela ornamentação levou os poetas a estudar em
profundidade a língua portuguesa, para se tornarem aptos a empregar
construções diferentes das usuais, como aas frequentes inversões sintáticas, e
a dominarem um vocabulário culto e até preciosista, também distante do
vocabulário corrente.
A impassibilidade, porém, foi muitas vezes abandonada pelos parnasianos
brasileiros. Assim, Olavo Bilac abraça os ideais parnasianos típicos em
“Profissão de fé” e “A um poeta”, mas se entrega a um lirismo quase passional
em vários sonetos, como no famoso “Ora (direis) ouvir estrelas”. A explicação
para esse contraste pode estar no fato de que, na época, o sistema literário
brasileiro acolhia várias correntes de origem estrangeira, que aqui interagiam.
Assim sendo, o Romantismo e o Simbolismo provavelmente influenciaram a
obra dos poetas parnasianos.
Características da poesia parnasiana
Continuação das características do Parnasianismo no Brasil
Parnasianismo: Olavo Bilac
Poemas de Olavo Bilac
Continuação sobre os poemas de Olavo Bilac
Continuação sobre Olavo Bilac
A Metalinguagem – O ideal de beleza e perfeição leva os parnasianos, na maioria das
vezes, a refletir sobre o processo de criação da poesia, o que os leva a fazer
metalinguagem.
O poema Profissão de fé, de Olavo Bilac, nesse sentido funciona como definidor do
programa estético dos parnasianos, em que o poeta reafirma seu compromisso de
objetividade e sua ideologia esteticista.
Inania Verba e Língua Portuguesa são outros poemas de temática metalinguística
que aparece também em poemas sobre objetos de arte, como a Estátua, Vaso Grego
e Perfeição.
Exercícios sobre o Parnasianismo
Raimundo Correia
Exercícios sobre o Parnasianismo
Continuação sobre exercícios sobre o Parnasianismo
Características literárias de Francisca Júlia: apesar de apresentar
traços simbolistas em algumas poesias, a obra de Francisca Júlia
possui características do Parnasianismo: antirromantismo;
objetividade; descritivismo; rigor formal: metrificação e rimas;
alienação social: indiferença a questões sociais; arte pela arte;
metalinguagem; distanciamento do eu lírico; referências greco-
romanas.