Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM

Gabriela Moreira Dos Santos Simões


3ºNA

Leitura e interpretação do conto “Felicidade Clandestina”, de


Clarice Lispector

Clarice jamais decepciona, sua escrita leve e poética é capaz de manter


qualquer pessoa envolvido em suas narrativas. O conto felicidade clandestina,
por sua vez, é uma leitura intrigante. Observar os conflitos de uma criança que
tem sede pela leitura nos deixa ávidos por ter essa vontade por nós mesmo,
não é à toa que a leitura do conto se torna algo necessário.
A menina do conto é associada a própria autora, pois relata, por
exemplo, espaços que de fato Clarice viveu durante sua infância e
personagens que me parecem representar as pessoas que passaram por sua
vida. Nesse caso, Clarice realmente tinha uma colega da escola que era filha
do dono de uma livraria.
No entanto, ela retrata tudo de forma perspicaz e sensível. O que pode
ser uma de suas primeiras experiências com livros, sendo assim, um conto de
cunho autobiográfico, ao que tudo indica.
Apesar da menina ter passado pela humilhação e tortura imposta pela
menina má, em nenhum momento houve intenção de vingar-se ou, nem
mesmo culpar a menina. Pois, a narradora parece justificar os atos da filha do
dono da livraria por questões relacionadas a autoestima, por exemplo, e
embora ela tenha a sua disposição tantos livros, ela não é capaz de aproveitar
essa felicidade (o que indica que pode contribuir para que a menina má, seja,
de fato, má).
Nesse sentido, a devoradora de histórias que é a narradora parece
questionar o que é felicidade e para ela, poder ter algo que a satisfaça em sua
alma é a felicidade, entretanto, no seu caso seria uma felicidade clandestina,
pois reconhece que sua posição não a permitiria desfrutar dessa felicidade se
não fosse contar com a ajuda da mãe da filha do dono da livraria.

Você também pode gostar