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Belém
2022
O conto A moça tecelã, escrito pela autora africana Marina Colasanti, conta a
história de uma mulher que possui um tear no qual tece sua própria realidade de acordo
com suas vontades e é satisfeita. Contudo, um dia ela é envolta por um sentimento de
solidão e decide que quer ter um companheiro, assim, o tecendo. O marido, no entanto,
enxerga o tear da moça tecelã como um instrumento capaz de criar riquezas,
obrigando-a a tecer os seus desejos. Ela, por sua vez, se cansa e resolve destecer seu
companheiro e tudo o que ele já havia lhe pedido para criar, voltando à vida que levava
antes, fato retratado no final do conto, no qual a moça aparece tecendo um novo
amanhecer, uma nova realidade.
A narrativa de Colasanti pode ser considerada como um conto de fadas, uma vez
que, de acordo com a autora Nelly Novaes Coelho, é ligado “à realização interior do
indivíduo, basicamente por intermédio do amor”. Traços de magia e encantamentos
também trazem ao conto características fantásticas, que nos levam a entrar no mundo da
personagem, no qual se inicia de forma leve, com uma narrativa pausada, cheia de
elementos que remetem à felicidade, como a natureza e os pássaros, símbolos de
liberdade. Contudo, a partir do momento em que o homem é inserido no percurso, a
narrativa se torna acelerada, trazendo acontecimentos rápidos, sem intervalos,
remetendo ao leitor um sentimento de angústia e imediatismo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELUQUE, Maria Helena Touro; FERNANDES, Célia Regina Delácio. REENCANTOS E
RESSIGNIFICAÇÕES NO CONTO DE FADAS CONTEMPORÂNEO: UMA ANÁLISE DE
A MOÇA TECELÃ. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 171-185, 2011.
COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas: símbolos, mitos, arquétipos. 2. ed. [S.
l.: s. n.], 2009. 155 p.