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Introdução.....................................................................................................................05
3.1.3 Público-alvo....................................................................................................08
3.3.4 Endomarketing.................................................................................................16
3.4.3 Brainstorm .......................................................................................................20
Síntese...........................................................................................................................22
Referências Bibliográficas.................................................................................................23
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Capítulo 3
Ações Estratégicas de Vendas
Introdução
A palavra “vendas” refere-se a uma ação, certo? Vender significa trocar determinado produto
pelo seu respectivo valor. Mas como essa troca ocorre? Será que vender é uma arte que requer
um conhecimento específico? Qual a relação de quem vende com o produto oferecido? Será
que há um planejamento prévio à concretização do ato? Estas são as questões que abordaremos
neste capítulo.
Saiba, desde já, que deve sim haver um planejamento para as técnicas de vendas. Além do
estabelecimento das rotas, das estratégias de abordagem do cliente e de um produto com boa
qualidade e preço compatível, é importante que a empresa analise seu ambiente interno e exter-
no, conheça suas fraquezas e os seus pontos fortes para que possa estabelecer ações de curto,
médio e longo prazo conforme as ameaças e oportunidades.
Vamos compreender o processo de planejamento das estratégias de vendas desde a sua evo-
lução, passando pelas definições de vendas, marketing, público-alvo, mercado e definição dos
requisitos necessários para o processo de planejamento. Vamos compreender que, para a for-
mulação de um plano estratégico de vendas, conhecer as variáveis que interferem tanto no am-
biente interno como no externo propicia uma melhor distribuição dos recursos para os objetivos
organizacionais.
Vender é uma arte, é algo complexo que requer o contato direto com o cliente e a compreensão
do que ele deseja. É também algo difícil, pois precisamos estabelecer um preço e condições de
pagamento.
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Estratégias de venda, distribuição e logística
O ato de vender é de extrema importância, pois dele resulta a receita com a qual a empresa
se mantém. O capital obtido com as vendas deve cobrir o custo das mercadorias, as despesas
operacionais e ainda garantir uma margem que remunere o capital investido e dê-lucro. E aqui
vale ressaltar que o conceito de vendas é muito amplo e não se resume a mercadorias. Uma
empresa de serviços, por exemplo, também vende - no caso, seus serviços. (LAGO, 2007, p. 1).
Saiba que a essência por trás do conceito de marketing é o estudo do mercado e das relações
existentes entre quem quer vender e quem quer comprar. Para Neves e Castro (2005, p. 7),
marketing é “[...] um processo social e de gestão pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que
necessitam e querem através da criação, oferta e troca de produtos e valores com outros”.
Por outro lado, vender também é a ação de transferir algo a outrem, não deixando de ser uma
relação de troca. Do latim vendĭta, venda é a ação e o efeito de transferir a propriedade de algo
para outra pessoa, mediante o pagamento de um preço estipulado. Para Villain (2012, p. 14),
vendas é um dos eixos de um negócio, ou seja, é identificar o cliente e levantar suas necessidades
para influenciá-lo de modo que venha fechar a transação. Grave bem: vender é convencer uma
pessoa a comprar algo.
Kotler (2000, p. 40) apresenta uma orientação de vendas que parte do princípio de que os
consumidores e as empresas, por vontade própria, normalmente não compram os produtos em
quantidades suficientes. Quem quiser vender deve, portanto, empreender um esforço agressivo
de promoção e persuasão.
Para melhor entendimento, o autor apresenta as diferenças entre o que é uma orientação para
as vendas e o que é uma orientação para o marketing: nas vendas, por exemplo, os fins são os
lucros imediatos e o volume dos produtos comercializado; ao passo que para o marketing são os
lucros mediante a satisfação do cliente (confira no quadro 1).
Lucros obtidos
ORIENTAÇÃO Necessidades Marketing
Mercado pela satisfação
DE MARKETING dos clientes Integrado
do cliente
Podemos depreender que a ação de vender algo a alguém ocorre desde as primeiras civilizações,
mas que foi somente a partir do século XIX que essa prática aumentou. Nesse período, no en-
tanto, a capacidade de produção ainda era muito limitada, e os responsáveis pelas vendas não
tinham o cliente como o foco da negociação. Essa baixa preocupação com o cliente perdurou
até meados do século XX, e tal quadro só começou a mudar quando as indústrias, pressionadas
pela concorrência e pela globalização, começaram a melhorar a qualidade de seus produtos e
de seus sistemas de distribuição.
Essa fase é conhecida como a fase do Marketing, na qual a sociedade passou a ser mais infor-
mada e mais exigente. Para Las Casas (2006, p. 7), a história do marketing se confunde com
a evolução das vendas. Além disso, o autor defende a existência de três eras distintas: a da
produção antes dos anos 1920, na qual o pensamento era de que um produto bom se vende
naturalmente; a era de vendas, um pouco antes dos anos 1950, na qual a propaganda e a venda
criativa venceram a resistência do consumidor e o convenceram a comprar; e a era do marketing,
cujo lema era “o consumidor é rei” e “busque uma necessidade e satisfaça-a”. Tanto as vendas
como o marketing passaram a ocupar novos papéis na sociedade moderna e, atualmente, o foco
é o mercado e seus elos de ligação entre clientes, concorrentes e o próprio mercado.
A área de vendas hoje está interligada com o marketing, em um esforço combinado a que
chamamos de área comercial. Para que uma venda traga relações estáveis e duradouras, o
marketing tem de agir com pesquisas de mercado e estratégias que envolvam os quatro Ps de
marketing, isto é, produto, preço, propaganda e praça.
Saiba que tanto a área de vendas quanto a de marketing propiciam uma carreira profissional
interessante, instigante e bem remunerada. Há, de fato, uma variedade de opções de trabalho
nesta área, desde o entregador até o gestor de vendas, de um líder de reposição até um coor-
denador geral de marketing.
Kotler (2000, p. 142-143) apresenta diversos conceitos importantes para conhecer um mercado,
entre os quais está a Demanda de Mercado (quantidade adquirida de um produto por um gru-
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Estratégias de venda, distribuição e logística
3.1.3 Público-alvo
A empresa, conhecendo o mercado, pode definir o seu público-alvo. O público-alvo é a razão
da existência de uma empresa e das ações de marketing, segundo Gabriel (2010, p. 33),
[...] público-alvo refere-se para quem os esforços de marketing enfocam para satisfazer
necessidades ou desejos. O público-alvo é a parte mais importante da equação de marketing,
pois toda e qualquer estratégia de marketing deve ter como início e origem um público-alvo e
os objetivos a serem alcançados com esse público, ou seja, as necessidades e/ou desejos aos
quais se pretende atender.
Para Sousa (2010, p. 12), é mediante o cadastro de clientes, ou outra forma de banco de dados,
que uma empresa pode conhecer o seu público-alvo. As informações segmentadas por esse re-
positório de informações vai permitir que a empresa adote estratégias diferenciadas para cada
tipo de público-alvo.
Para determinar um preço, a empresa precisa pesquisar o mercado e saber como quer se po-
sicionar para ofertar seu produto. É mais válido estipular um preço baixo ou alto? A empresa
também vai precisar levantar as demandas desse mercado, ou seja, o quanto ele está disposto a
adquirir em unidades de seu produto. Definido isso, é possível começar a pensar nos custos, re-
alizando as análises necessárias pelo método correto até a seleção do preço final. As fases para
o estabelecimento de uma política na determinação do preço, de acordo com Kotler (2000, p.
478), são: “1 – seleção do objetivo da determinação de preço; 2 – determinação da demanda;
3 – estimativas de custos; 4 – análise dos custos, preços e ofertas dos concorrentes; 5 – seleção
de um método de determinação de preço; 6 – seleção do preço final”.
São diversas as abordagens sobre o processo de venda. Em linhas gerais, elas englobam o le-
vantamento dos clientes, a forma de manter contato com esses clientes, a maneira de expor os
produtos e serviços, a análise das recusas que podem surgir por parte do cliente, o fechamento e
o atendimento após a execução da transação. Vamos estudar essas etapas com o foco na iden-
tificação do perfil do consumidor e na necessidade de se manter um relacionamento duradouro.
Para o autor (2000, p. 654), a primeira etapa é a de prospecção e qualificação, na qual serão
identificados e qualificados os clientes potenciais da empresa. A empresa pode adotar diversas
estratégias para esse levantamento, fazendo uso de fontes de dados tais como jornais, catálogos
e listas para identificar possíveis clientes, procurando participar de feiras e eventos (setoriais ou
não), e até solicitando de seus contatos atuais indicações de outros possíveis clientes.
A segunda etapa, de acordo com Kotler (2000, p. 655), é a pré-abordagem, na qual o vendedor
tem um papel preponderante, pois subentende-se que ele já tenha aprendido sobre a empresa
e sobre o cliente potencial, as suas necessidades, quem está envolvido no processo de compra,
suas características e seus estilos. Aqui, o vendedor vai estabelecer os objetivos das suas visitas
para qualificar o cliente potencial e recolher informações para fazer uma venda imediata. Nesse
momento, vai também planejar sua visita e a forma com que irá abordar o cliente, os horários e
que tipo de recursos utilizará.
Na fase seguinte, ocorre a abordagem. Aqui a comunicação e os aspectos visuais podem fazer
a diferença. Um bom vendedor vai procurar manter um bom relacionamento com seus clientes
para conhecer seus hábitos. De acordo com Kotler (2000), ele deverá ter um roteiro de como
realizar a abordagem, estabelecendo uma sequência das falas que terá com seu cliente, apre-
sentando a empresa e os seus produtos.
Kotler (2000) apresenta ainda três tipos de abordagens para a apresentação e demonstração de
um produto. Acompanhe!
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Estratégias de venda, distribuição e logística
• Abordagem enlatada: é um dos sistemas mais antigos, no qual ocorre uma conversa
memorizada que cobre os pontos principais do produto.
Saber lidar com a rejeição e com o não é um dos grandes desafios para um vendedor, constituin-
do um aspecto que exige muita habilidade interpessoal. Kotler (2000) apresenta que objeções
lógicas podem surgir, e as mais comuns são relacionadas ao preço, ao plano de entrega ou a
certas características da empresa e/ou do produto. Para lidar com tais objeções, o vendedor de-
verá ter uma postura positiva, solicitando ao comprador que esclareça da melhor forma a obje-
ção, a tal ponto que ele mesmo encontre as respostas. Grave bem: nesse momento, a habilidade
de negociação por parte do vendedor é fundamental.
A hora da verdade é o fechamento da venda. Chegar até essa fase já é uma grande vitória, mas
ainda não é suficiente para garantir o sucesso no processo. O vendedor precisa de habilidades
para perceber o momento certo de fechar a venda com o cliente. Esse momento pode ser tanto
de forma clara e direta quanto por sinais, gestos e até manifestações verbais. Kotler (2000, p.
656) apresenta uma série de estratégias para o fechamento da venda; “[...] requisitar um pedido,
oferecer ajuda, perguntar sobre uma cor ou preferência, deixar que o cliente escolha detalhes do
produto, além ainda de oferecer descontos e ou incentivos como brindes”.
Lago (2007, p. 2) afirma que a cada dia surgem novas e diferentes maneiras de vender e que é
possível dividir a venda direta em cinco tipos: venda direta tradicional; autosserviço; autossele-
ção; porta em porta; comércio eletrônico.
O vendedor precisa ser um observador nato para aproveitar as oportunidades que possam surgir
durante o seu trabalho. Deverá realizar visitas, marcar entrevistas, bater de porta em porta, par-
ticipar de eventos correlatos e mais uma série de outras estratégias para alcançar o seu objetivo-
-final, a venda.
O bom vendedor deverá sempre ficar sabendo das novidades do mercado e acompanhar as ne-
cessidades de seus clientes para traduzi-las em oportunidades de negócio, tanto para ele como
para a empresa, podendo ainda auxiliar no desenvolvimento de novos mercados e de produtos.
O bom vendedor é um planejador e estrategista, deverá dimensionar seu tempo em função de
sua rota de trabalho para que consiga otimizar seus resultados e atingir as suas metas.
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Estratégias de venda, distribuição e logística
Nos fatores sociais estão envolvidos os grupos de referência, ou seja, indivíduos que exercem
uma influência direta ou indireta na decisão de compra de outra pessoa. A família, os papéis
sociais (todo cliente participa de muitos grupos e em cada um desenvolve um papel) e o status
(ao assumir um papel, alcançamos um status e as pessoas procuram produtos que comunicam
seus papéis e seu status na sociedade) fazem parte desses grupos de referências.
Quanto aos fatores pessoais, o comprador pode ser influenciado por características pessoais tais
como estágio do ciclo de vida, ocupação, circunstâncias econômicas, estilo de vida, personali-
dade e autoimagem. Um gosto por um produto específico pode ser determinado pela influência
recebida durante toda a vida.
Sobre os fatores psicológicos, para Kotler (2000, p. 193) as escolhas de compra de uma pessoa
são influenciadas por quatro elementos predominantes: motivação, percepção, aprendizagem e
crenças e atitudes. A motivação pode ser tanto por necessidades fisiológicas como de autorreali-
zação. Já a percepção é a forma como a pessoa seleciona, organiza e interpreta as informações
para criar uma imagem do mundo. A aprendizagem envolve mudanças no comportamento de
uma pessoa a partir das experiências adquiridas, ao passo que crenças e atitudes englobam tudo
aquilo que, de alguma forma, representa o pensamento do cliente, as suas convicções.
VOCÊ O CONHECE?
Determinação, persistência e dedicação. Estas são as principais características de um
vendedor e não é nada fácil obtê-las na prática. Imagine, então, para alguém que pos-
sui uma deficiência física. Conheça a história de Bill Porter, um americano que nasceu
com paralisia cerebral e se tornou um dos maiores vendedores de porta em porta do
mundo. Sua história virou livro e filme, muito bonito de assistir, por sinal. Que tal uma
sessão de cinema?
Nos estágios cinco ou seis, a procura é pela conquista da eficácia, e as áreas de vendas e
marketing atuam juntas. Para Kotler (2000), o marketing eficaz é quando todos os funcionários
percebem que seus empregos são criados pelos clientes. As novas estruturas organizacionais vi-
sam melhorar o desempenho organizacional, por isso, hoje não se fala mais em departamentos,
mas sim em processos-chaves da organização.
Você sabe por que a organização departamental é vista como uma barreira? Porque as empresas
estão agora mais interessadas em conseguir resultados nos processos relacionados ao cliente e,
dessa forma, para cada processo existem equipes treinadas e avaliadas de acordo com o seu
desempenho em vendas.
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Estratégias de venda, distribuição e logística
A organização funcional, de acordo com Kotler (2000, p. 101), é a forma mais comum de
organizar um departamento de marketing e consiste em colocar especialistas para realizar as
principais funções; administração de marketing, propaganda e promoção, vendas, pesquisa de
marketing e de novos produtos e em alguns casos planejamento de marketing e logística. Para
Kotler (2000), conforme a organização cresce, esse tipo de estrutura torna-se inadequado, pois
alguns produtos podem ficar negligenciados, e como há uma concorrência entre funções, a co-
ordenação tende a ser mais complexa.
Uma empresa que possui uma variedade muito grande de produtos pode incluir em sua estrutura
uma organização baseada em produtos ou marcas. Neste tipo de estrutura, é criada uma gerên-
cia responsável por:
[...] desenvolver uma estratégia competitiva de longo prazo para o produto. Preparar um plano
anual de marketing e previsões anuais de vendas. Trabalhar com agências de propaganda
para desenvolver textos, programas e campanhas. Estimular apoio ao produto entre a força de
vendas e os distribuidores Começar aperfeiçoar produtos para atender a novas necessidades
do mercado. (KOTLER, 2000, p. 702).
A organização por gerência de mercados é adequada para aquelas empresas que vendem seus
produtos para diferentes mercados e, portanto, cada consumidor de cada um desses mercados
possuem necessidades diferentes dos demais. Conforme o aumento na participação da empresa
no mercado, ela ainda pode adotar uma organização matricial (produto x mercado) e ou uma
organização corporativa (divisional).
Compartilham a responsabilidade
pela inovação e pelo lançamento de
Pesquisa e de- Reúnem-se com os clientes para
produtos. Participam do processo de
senvolvimento ouvir seus problemas.
vendas, preparando material técnico
para feiras e eventos.
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Estratégias de venda, distribuição e logística
3.3.4 Endomarketing
O que são os clientes internos? Saiba que clientes internos são todas as pessoas envolvidas no
processo organizacional, seja de vendas, produção ou logística. Tal como uma empresa desen-
volve ações para conquistar e fidelizar seus clientes, mantendo-os satisfeitos, a organização deve
procurar também satisfazer os seus clientes internos.
Um cliente só fica fiel a uma marca ou a uma empresa e seu produto se o serviço que ele recebe
for julgado de ótimo para excelente. Entenda que este é o papel do endomarketing: fazer com
que todos trabalhem em prol da satisfação do cliente. Para a realização do endomarketing, a
empresa deve considerar todas as etapas do marketing tradicional, fazendo um planejamento
com o envolvimento e a participação de todos.
A noção do cliente interno requer que os funcionários vejam outros funcionários como clientes
que recebem entregas de produtos, serviços, documentos, mensagens e decisões. Normalmente,
um funcionário preenche a regra de ser, tanto um receptor de algo quanto um cliente interno
e liberar algo em um estado de valor adicionado para outro cliente interno. Desta forma, o
termo “fornecedor interno”, pode estar adicionado ao de “parceiro”, isto é, apenas quando os
clientes internos estão satisfeitos é que um trabalho se completa de comprometimento. (ALVES,
2002, p. 3).
Como em todo processo, o endomarketing inicia-se com um diagnóstico detectando os perfis dos
funcionários e as suas necessidades, avaliando ainda o nível de motivação, o espírito de equipe
e detectando as necessidades de treinamento. Para Alves (2002), as atividades essenciais para a
realização de um endomarketing são: motivação, comunicação e liderança.
Na motivação são dados os estímulos necessários para que o funcionário se esforce no desem-
penho de suas atividades, valorizando suas conquistas. Ele sabe que será recompensado e ficará
satisfeito, fato que aumenta o seu comprometimento.
O planejamento estratégico de vendas tem como objetivo permitir que a organização conheça o
ambiente e possa avaliar as disponibilidades de recursos, bem como as possibilidades existentes,
elaborando, assim, uma relação estratégica. Trataremos, neste tópico, do planejamento estraté-
gico das vendas, que envolve análises profundas de cenário, de definição de metas e estratégias
de abordagens ao cliente.
Seitz (2002, p. 93) apresenta, de forma bem simples, alguns conceitos sobre o planejamento
estratégico. Não basta somente ter um bom planejamento estratégico, é importante que ele seja
colocado em prática, por isso é necessário uma administração estratégica com decisões acerta-
das. Se no planejamento estratégico a empresa procura definir seus objetivos de acordo com
suas ameaças, oportunidades, fraquezas e pontos fortes, na administração estratégica a em-
presa visa conduzir a organização para o processo de tomada de decisão. Em outras palavras, a
empresa ponderará de que forma vai utilizar os recursos disponíveis para alcançar os resultados
esperados.
Conhecer o mercado permite que a empresa defina melhor suas estratégias de vendas. Se a
empresa se encontra em um mercado precário, por exemplo, no qual os consumidores não
fazem questão de qualidade, adotar uma visão mais tradicional pode ser mais adequado. Tal
posicionamento deve mudar se o mercado for palco de uma competitividade maior, ou seja, sua
sobrevivência vai depender de como a empresa agrega e entrega valor ao cliente. Na figura a
seguir, Kotler (2000) apresenta um paralelo entre essas duas estratégias de mercado.
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Estratégias de venda, distribuição e logística
Um planejamento estratégico de vendas, além de ser integrado com todos os demais planos,
passa por algumas etapas, tais como a análise dos ambientes interno e externo, e elaboração e
aplicação da ferramenta SWOT. Através dessa ferramenta, a empresa conhece as suas potencia-
lidades e suas fraquezas, as metas e os objetivos traçados. A figura a seguir apresenta as fases
constantes no planejamento estratégico.
Definição de
Análise
Objetivos
Macroambiental
e Metas
NEGÓCIO
Análise do Visão Formulação e
Ambiente Missão Implementação
Competitivo Competências de Estratégias
Essenciais
Análise do Valores
Elaboração do
Ambiente Poder
Orçamento
Interno Políticas
Avaliação e
Controle
A empresa adota diversas estratégias de vendas, algumas de autonomia do gerente local e outras
promovidas pela central da empresa. Seus produtos são comercializados de diversas maneiras,
seja em lojas físicas, seja nas virtuais, por atendimento ao telefone e até nas redes sociais. Além
disso, quando o cliente deseja um dos produtos expostos, ele pode fazer a compra em qualquer
ambiente da empresa, físico ou não. Agora a empresa está entrando no mercado brasileiro, e
em sua sede no Rio de Janeiro serão construídos espaços que poderão ser utilizados pelo público
para cursos, atividades em grupo e consultoria com vendedores.
A empresa ainda adota panfletos para promoções específicas de cada loja e outdoor para di-
vulgação institucional, possui quiosques para apresentação de produtos e serviço de Serviço de
Atendimento ao Cliente (SAC), realiza diversos tipos de promoções e o seu maior sucesso é a
promoção “Só amanhã”, em que já conseguiu vender em um único dia 14.500 micro-ondas.
Na definição da visão, dos valores e da missão, a empresa escolhe de que forma quer ser reco-
nhecida no mercado em determinado espaço de tempo (visão), bem como de que forma ela quer
que os clientes avaliem sua presença no mercado. Uma empresa não pode achar que sua exis-
tência deriva somente da obtenção de lucros. A sociedade outorgou a ela o direito de explorar o
mercado e, portanto, ela deve retribuir com melhorias e sustentabilidade.
Para Seitz (2005, p. 102), a análise interna permite à organização levantar as variáveis críticas
que podem ser controladas. Ele destaca o produto e o serviço (descrição, finalidades), as políti-
cas de marketing (produto, preço, promoção), os resultados (evolução das vendas, participação
de mercado) e os fatores referentes ao custo e lucro com seus indicadores.
Kotler (2000) apresenta uma metodologia para o planejamento estratégico das vendas que en-
volve primeiro o levantamento da situação do mercado (público-alvo, tendências, segmentos) e
do produto (vendas, preço, lucro), para depois levantar a competitividade (ações dos concorren-
tes, porte, metas, participação no mercado, qualidade), a distribuição (canal de distribuição, ta-
manho e pontos de vendas), a situação macroambiental (questões políticas, econômicas e socio-
culturais), a análise das oportunidades e ameaças, das forças e fraquezas (determinar o que deve
constar no plano de ações estratégicas) e os objetivos financeiros, de vendas e de marketing.
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Estratégias de venda, distribuição e logística
Requisitos Estratégias
3.4.3 Brainstorm
Sabemos que o processo de planejamento exige a participação de todos os envolvidos, certo?
Dessa forma, é importante conhecer a técnica conhecida como brainstorming. Para Pinto (2007,
p. 2), a técnica do branstorming é muito utilizada para promover a interação de um pequeno
grupo de trabalho, no qual o ponto-chave está no incentivo à participação de todos em divulgar
as ideias que vão surgindo. A proposta dessa técnica é reunir o maior número possível de ideias
e sugestões.
De forma prática, a técnica consiste em reunir um grupo de pessoas que possuem um mesmo
nível de conhecimento sobre o assunto. Esse assunto deve ser de fácil entendimento para facilitar
o levantamento das ideias. O local de realização deve ser preparado para deixar as pessoas
confortáveis e todas as ideias devem ser anotadas para que, posteriormente, passem por um
processo de seleção e ordenamento.
Algumas regras precisam ser estabelecidas para garantir a participação de todos. Para Pinto
(2007, p. 3), as principais regras são:
Para Alves (2007), um brainstorming clássico pode ser dividido em: orientação (apresentação do
problema); preparação (determina o tempo para o debate); análise (agrupar as ideias); ideação
(escolha das alternativas); incubação (tempo para reavaliar as propostas); síntese e avaliação
(conclusão descrevendo as soluções de acordo com o problema avaliado). Observa-se que todo
o processo está voltado para a participação democrática.
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Síntese Síntese
Neste capítulo, abordamos alguns aspectos da área de vendas, principalmente no que tange a
sua relação com os outros conhecimentos-chave da organização e com o planejamento prévio
de sua atuação.
• Vimos que quando a empresa possui bons funcionários, bom produto e uma estrutura
eficiente, ela estará no caminho certo do sucesso.
• Discutimos que é através das vendas que uma empresa sobrevive, pois esta transação
representa o fechamento do processo.
• Vimos também que há uma diferença entre vendas e marketing. A venda pode ser definida
como uma arte, na qual o interesse maior é a relação de troca.
• O marketing, por outro lado, é o estudo do mercado e das relações existentes entre quem
quer vender e quem quer comprar.
• Vimos que, para a aplicação do endomarketing de forma efetiva, a empresa precisa levar
em conta a opinião de todos e implantar as mudanças de forma democrática e participativa.
CONCEITO DE. Venda. Disponível em: <http://conceito.de/venda>. Acesso em: 20 jul. 2015.
KOTLER, P. Administração de Marketing. 10. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000.
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Estratégias de venda, distribuição e logística