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CESF
Farroupilha
2012
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DIREITOS E DEVERES DO CONSUMIDOR
Farroupilha
2012
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Sumário
Introdução...................................................................................................................................3
A História do Direito do Consumidor.........................................................................................4
A História do Direito do Consumidor no Brasil.........................................................................6
Direitos e Responsabilidades do Consumidor............................................................................8
Os Deveres do Consumidor......................................................................................................10
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC ............................................................11
Considerações Finais.................................................................................................................12
Referencias Bibliográfica .........................................................................................................13
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Introdução
Este trabalho tem como objetivo apresentar aos colegas, quando surgiu o direito do
consumidor, começando desde os tempos antigos até chegar no Brasil. E mostrando toda a sua
evolução, saindo de um sistema simples, até ao código extremamente complexo que temos
nos dias de hoje.
Reunindo e divulgando uma série de assuntos relacionados ao direito e aos deveres e
relacionando de forma sucinta e objetiva, de modo em facilitar a compreensão da maioria, em
relação aos direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor – CDC. Tendo como
principal base inspiradora, Sergio Cavalieri Filho.
O Direito do Consumidor surgiu no momento em que se verificou a desigualdade na
relação entre consumidor e o fornecedor e pela falta de envolvimento do prestador de serviço,
que não tinha responsabilidade civil. É importante analisar a importância da proteção do
consumidor nas relações de consumo e também de serviços, e para isto, é necessário
compreender os conceitos básicos do Direito do Consumidor, que são eles: consumidor,
fornecedor, produto e serviço, assim como os princípios básicos, diretrizes trazidas pelo nosso
Código de Defesa do Consumidor, Lei n° 8.078 de 11 de setembro de 1990, para a proteção
do consumidor.
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A História do Direito do Consumidor
Desde os tempos antigos existe a defesa dos interesses das categorias menos
favorecidas ante os produtores, fabricantes e prestadores de serviços, havendo indícios desta
proteção no Código de Hamurabi, o qual detinha certas regras. Uma dessas regras era a Lei n°
233, “rezava” que o arquiteto que viesse a construir uma casa, cujas paredes se revelassem
deficientes, teria a obrigação de reconstruí-las ou consolidá-las às suas próprias expensas.
Extremas, eram as consequencias, pois se ocorressem desabamentos com vítimas fatais o
empreiteiro da obra, além de ser obrigado a reparar cabalmente os danos causados ao cliente,
sofria punição (morte), caso houvesse no desabamento vitimado o chefe da família, mas caso
morresse o filho do dono da obra, a pena de morte era para o respectivo parente do
empreiteiro, e assim por diante.
Na índia, pelo século XIII a.C., o código de Manu, punia àquele que adulterasse
gênero ou entregasse coisa diferente da ofertada, sofrendo multa e punição.
Na Grécia Antiga, a preocupação com a defesa do consumidor também estava
presente, pois havia fiscais de mercado, de medidas, guardiães do trigo e inspetores do
comércio para fiscalizar as relações comerciais entre os fornecedores e compradores, caso
houvesse qualquer vício na mercadoria, poderia haver a extinção contratual. Na Roma Antiga,
existiam institutos para garantir a proteção aos consumidores conhecidos como: “actio
redibitoria, actio estimatoria e empitio venditio”, entre outras medidas.
Mas o direito do consumidor teve uma grande evolução, com a Revolução Industrial,
no qual o desequilibro nas relações de consumo tornava-se mais evidente, à necessidade de
um regime jurídico próprio. Contudo, a codificação ocorreu apenas no final do século XIX e
no início do século XX, com influências dos regimes romanístico, do direito canônico, direito
intermediário e da doutrina científica do século XVII.
A partir dos anos 50 e 60, a produção dos países desenvolvidos aumentou
substancialmente, bem como o comércio mundial, decorrente da produção em massa, o direito
do consumidor traz então quatro direitos básicos: segurança, informação, direito de escolha e
o direito de ser ouvido e consultado.
As primeiras normas para a defesa do consumidor surgiram nos Estados Unidos em
1872, onde reprimia atos fraudulentos dos comerciantes. Posteriormente, em 1887 foi criada a
Comissão do Comércio entre os estados com a função de regular e fiscalizar o comércio em
estradas de ferro, mas o marco da proteção ao consumidor foi em 1890 com a Lei Shermann,
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também chamada Lei Anti Truste, sendo uma das primeiras leis no mundo voltada para a
proteção do consumidor.
Em 1914, foi criada a Federal Trade Comission, que era uma legislação antitruste e
garantia a proteção aos consumidores. E assim foi evoluindo o código de defesa do
consumidor como aconteceu na França, em 1905 surgiu a lei sobre fraudes e controle da
falsificação de mercadorias. Já na Alemanha, as primeiras leis datam de 1909, que tratam da
concorrência desleal, em 1965 é criado o juízo de associações aos consumidores, surgem leis
para a defesa contra clausulas abusivas em 1976 e em 1977 leis que regulam as condições
gerais de contratação.
Na Inglaterra as primeiras leis são de 1893, que dispõem sobre o reconhecimento das
particularidades dos contratos de venda e compra de bens corpóreos. Em 1932 surgem as
primeiras Jurisprudências reconhecendo a inversão do ônus da prova e em 1987 surge a
“Consumer Protection” e várias leis de controle administrativo e repressão penal para abusos
em vendas de produtos de alimentação, farmacêuticos e medicinais, e também doutrina sobre
direito contratual comum.
A Espanha foi o primeiro país a garantir a proteção do consumidor na Constituição
Federal de 1978, tendo por base a Carta do Conselho da Europa sobre a proteção do
consumidor de 1973. Em Portugal às primeiras leis para a defesa do consumidor é de 1957,
que dispõe sobre as infrações antieconômicas e contra a saúde pública, as leis de alimentos
em 1972, leis sobre produtos encomendados em 1977, o controle de vendas a prestações em
1979, a lei para defesa do consumidor em 1981, onde se criou o Instituto Nacional de Defesa
do Consumidor, o qual regulamentou as associações dos consumidores, onde foram
instituídos os direitos básicos como: proibição de bens ou serviços perigosos e a comunicação
clara sobre os riscos dos produtos e serviços. E assim por diante foi evoluindo se em cada
país, a defesa do consumidor até chegar no Brasil.
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A História do Direito do Consumidor no Brasil
Como vimos anteriormente o código de defesa do consumidor surgiu nos EUA, depois
em outros países, veremos agora como ele surgiu no Brasil.
A constituição de 1988 inaugurou novos ramos do direito a fim de se concretizar as
aspirações da sociedade brasileira em uma época pós-regime militar. É assim que surge o
Direito do Consumidor sistematizado no Brasil. Apesar de ser conhecido como um ramo
novíssimo do Direito, somente a idéia de codificação e sistematização do direito do
consumidor pode ser considerado como moderno, tendo em vista que, em tempos antigos
desde o código de hamurabi (2.800 a.c) como vimos, já existia a preocupação de dar garantias
de proteção no que dizia respeito à segurança e à saúde e a qualidade dos produtos prestados.
Na trajetória de nosso ordenamento jurídico destacam-se o Decreto-Lei nº 22.626 de
07/04/1933 conhecido como a Lei da Usura (ainda em vigor) que praticamente inaugura o
direito do consumidor no Brasil, logo depois temos o Decreto-Lei nº 869 de 18/11/1938 que
servia para Crimes Contra a Economia popular.
Quase trinta anos mais tarde surge a lei Delegada nº 4 de 26/09/1962 que foi de
fundamental importância no histórico do direito do consumidor Brasileiro, pois positivava a
intervenção no domínio econômico por parte do Estado afim de que se pudesse assegurar a
livre distribuição de produtos necessários ao consumo da população. No mesmo ano de 1962,
foi criada a Lei de Repressão ao Abuso do Poder Econômico, nº 4137, que trouxe inúmeros
benefícios ao consumidor, criando o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica,
órgão que existe até hoje e faz parte do ministério da justiça, atuando conjuntamente com a
Secretaria Nacional de Direito Econômico. Apesar da entrada em vigor da lei delegada nº 4 de
26/09/1962, as associações de consumidores de áreas diversas de produtos foram
constantemente pressionando o governo, para que o direito do consumidor fosse
concretamente incorporado em nosso ordenamento jurídico.
Em 1988 foi finalmente inserida na Constituição Federal a proteção aos direitos do
consumidor, ocupando o status de clausula pétrea (que não pode ser modificada, por ser
direito fundamental) prevista no rol de direitos do art. 5º inciso XXXII. O artigo 170, V, da lei
maior, assume o direito do consumidor como princípio base para a atividade econômica.
Também o artigo 150, parágrafo 5º trata das limitações do poder público para tributação e
esclarece que os consumidores deverão ser esclarecidos acerca dos impostos que incidam
sobre mercadorias e serviços. O artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
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dispôs que fosse elaborado dentro 180 dias pelo Congresso, o Código de Defesa do
Consumidor.
O Código Brasileiro de Defesa e Proteção do Consumidor foi elaborado em 11 de
setembro de 1990 e tornou-se a Lei nº 8.078/90, que possui em seu texto final 199 artigos e
impôs novos princípios para a defesa do consumidor.
O código de Direito do consumidor nasceu com o propósito de garantir aos brasileiros
maiores garantias e respeito frente aos fornecedores de produtos. Então o objetivo do código
de defesa do consumidor não se baseia só na punição dos que praticam atos ilícitos e violam
os direitos do consumidor, mas também na conscientização dos consumidores de seus direitos
e deveres e conscientizar os fabricantes, fornecedores e prestadores de serviços sobre suas
obrigações.
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Direitos e Responsabilidades do Consumidor
Todo consumidor tem direitos, estes são: Direito ao Consumo, Direito à Indenização,
Direito a ser Ouvido, Direito a um Ambiente Saudável, Direito à Segurança, Direito à
Informação e Direito à Educação para o Consumo.
Conceitua-se consumidor qualquer pessoa ou grupo de pessoas que escolhe, compra e
usa produtos e serviços. Serviço é um trabalho que você paga para alguém fazer para você,
podendo ser públicos ou privados. Os públicos são aqueles prestados pelo governo e que
atendem às necessidades de todos, assim como a água, energia elétrica, coleta de lixo,
educação, postos de saúde, guardas nas ruas, sinalização de trânsito, iluminação pública, etc.
Os privados são prestados por pessoas ou empresas, bem como o dentista, cabeleireira,
telefone fixo e celular, médico, jornaleiro, internet, jardineiro, entre outros.
Um fornecedor pode ser pessoas ou empresas que vendem ou fornecem produtos e
serviços para os consumidores, como o supermercado ou a padaria. O serviço conforme citado
acima é diferente de produto, que são coisas como uma bicicleta, um livro ou uma melancia,
ou seja, é tudo o que pode ser tocado. A relação de consumo se dá toda vez que um
consumidor compra um produto ou contrata algum serviço de um fornecedor, havendo então
uma relação de consumo entre os dois. Já o contrato é um acordo estabelecido entre pessoas
para definir ações relativas a uma compra, devendo ser feito por escrito, com uma linguagem
simples e com letra em tamanho que facilite a leitura.
O direito a ser ouvido designa que as pessoas podem reclamar sempre que sentir-se
prejudicadas. Todos têm o direito à informação, ou seja, a informação é fundamental na
relação de consumo como forma de efetividade do princípio da transparência. Deve haver
uma amplitude de dados sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem. A rotulagem de produtos identifica um produto e é importante tanto para o
produtor quanto para o consumidor, pois a rotulagem é a maneira utilizada pelo fabricante
para indicar a composição dos alimentos, além da quantidade, prazo de validade, nome e
endereço do fabricante, como conservar, informações sobre nutrientes, sobre quem fiscalizou
a produção e liberação para ser comercializado. É importante observar se o produto traz
informações claras e em língua portuguesa e se possui características na sua composição que
represente risco as pessoas com restrição alimentar como diabéticos, por exemplo. O
significado da informação dos rótulos de alimentos informa os ingredientes que compõem o
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produto. A leitura dessa informação é importante porque o consumidor pode identificar a
presença de termos, como açúcar, sacarose, glicose, ou outros tipos de açúcar, como a
dextrose. Mas alimentos de ingredientes únicos como açúcar, café, farinha de mandioca, leite,
vinagre não precisam apresentar lista de ingredientes. A lista de ingredientes deve estar em
ordem decrescente, isto é, o primeiro ingrediente é aquele que está em maior quantidade no
produto e o último, em menor quantidade. Devendo haver informação que permite que o
consumidor saiba quem é o fabricante do produto e onde ele foi fabricado. São informações
importantes para o consumidor saber qual a procedência do produto, e entrar em contato com
o fabricante se for necessário. Os produtos devem apresentar pelo menos o dia e o mês
quando o prazo de validade for inferior a três meses e mês e o ano para produtos que tenham
prazo de validade superior a três meses. O conteúdo líquido indica a quantidade total de
produto contido na embalagem, sendo que o valor deve ser expresso em unidade de massa
(quilo) ou volume (litro).
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Os Deveres do Consumidor
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Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC
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Considerações Finais
Este trabalho teve como intuito trazer e mostrar a importância do CDC para a proteção
do consumidor nas relações de consumo assim como seus conceitos e princípios básicos
perante o Código de Defesa do Consumidor brasileiro, Lei n° 8.078 de 1990. Verificando que
a necessidade de proteção ao consumidor foi resultado de um movimento internacional que se
iniciou nos Estados Unidos da América, a partir da verificação da vulnerabilidade deste nas
relações de consumo.
Buscou-se também, analisar os princípios básicos do consumidor abordados pelo
Código de Defesa do Consumidor brasileiro, e a proteção do consumidor em nosso
ordenamento jurídico, verificando quais são os elementos adotados como cruciais para a
caracterização da relação de consumo, assim como quais são as diretrizes adotadas pela nossa
legislação no que se refere à proteção do consumidor, que é vulnerável nas relações de
consumo.
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Referências bibliográficas
ALMEIDA, João Batista de. A Proteção Juridica do Consumidor. 2. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2000
BRASIL. Lei n° 8.078 , 11 de setembro de 1990. Código Brasileiro de Defesa e Proteção do
Consumidor. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/legislacao> Acesso em: 11 nov.
2012.
CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Direito do Consumidor. São Paulo: Editora
Atlas S.A. 2008.
PROCON – Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor. Disponível em:
<http://www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=292> Acesso em: 10 nov. 2012
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