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Programa Agricultura de Precisão

Introdução à Agricultura
de Precisão
» Módulo 5: Técnicas de amostragem

Agricultura de Precisão » 1
Ficha técnica
2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO

INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP:74.093-300
(62) 3412-2700 / 3412-8701
E-mail: senar@senargo.org.br
http://www.senargo.org.br/
http://ead.senargo.org.br/

PROGRAMA AGRICULTURA DE PRECISÃO

PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Leonardo Ribeiro

TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas
de Mendonça.

SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser
Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria.

SUPERINTENDENTE
Eurípedes Bassamurfo da Costa

GESTORA
Rosilene Jaber Alves

COORDENAÇÃO
Fernando Couto Araújo

IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S


Conteudistas: Renato Adriane Alves Ruas e Juliana Lourenço Nunes Guimarães

TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃO


IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S

DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO


IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S
Módulo 5
» Técnicas de amostragem

As técnicas de amostragem do solo são uma base fundamental para agricultura de precisão, pois
é deste trabalho que depende a qualidade das informações que formarão os mapas de variabili-
dade, ou seja, que delimitarão boa parte da sua tomada de decisão como “gerente” da lavoura.
Trata-se de uma tecnologia emergente, com inovações aparecendo no mercado a cada ano.

Uma etapa básica da amostragem é o seu planejamento, que envolve a definição das ferramen-
tas mais apropriadas para cada tipo de solo e também a definição do tamanho da amostra a ser
coletada. Esta não é uma tarefa fácil, e pode ser baseada em critérios operacionais, econômicos
e estatísticos.

Neste módulo, portanto, você vai estudar a importância de todas as etapas de amostragem, do
planejamento, cálculos e execução correta, com o objetivo final de ter confiabilidade nos dados
que vão compor os mapas de variabilidade.

Atenção! Para os momentos em que você não pode estar conectado à internet, disponibilizamos
um arquivo com o conteúdo deste módulo. Mas lembre-se: você deve retornar ao Ambiente de
Estudos para realizar as atividades.

Atenção! Sempre que


finalizar a leitura
do conteúdo de um
módulo, você deve
retornar ao Ambiente
de Estudos para
realizar a atividade de
aprendizagem.

Faça bom estudo!

Agricultura de Precisão » 3
Fonte: Falker

Aula 1
A evolução das técnicas de amostragem

Por que um produtor rural deve saber realizar amostragens? Podemos dizer que a técnica de amos-
tragem é muito importante para a agricultura de precisão porque regula a coleta de informações
sobre vários fatores que afetam a produção, e são essas informações que vão constituir os mapas
de variabilidade.

Seria ótimo se pudéssemos coletar toda a população para estudo, no entanto isso é inviável em
termos práticos. Portanto, deve-se empregar técnicas para coletar partes da população, ou amos-
tras, que possibilitem fazer estimativas sobre o comportamento de toda a população. Nos últimos
anos, essas técnicas têm apresentado consideráveis avanços que precisam ser bem compreendi-
dos para se fazer uso adequado delas e aprimorar as práticas agrícolas.

Ao fim dessa aula, portanto, você deve ser capaz de entender a importância das técnicas de amos-
tragens informatizadas para o avanço dos processos agrícolas.

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Tópico 1
Conceitos de amostragem

Chamamos de amostragem a realização de uma série de procedimentos adotados para coletar


amostras que sejam representativas de toda uma população. Para agricultura de precisão, uma das
amostragens mais utilizadas e estudadas é a amostragem de solo para levantamento dos níveis
de fertilidade. Entretanto, qualquer fator que afeta a produção e que seja passível de interesse de
estudo pode ser amostrado, como, por exemplo, ataques de pragas, doenças e plantas daninhas,
níveis de nutrientes em folhas, entre outros. Este é mais um campo da tecnologia que tem se apri-
morado muito nos últimos anos, sobretudo pelo fato de estar diretamente relacionada à qualidade
da decisão tomada.

Nos últimos anos, uma técnica que tem sido muito utilizada nas tomadas de decisões é a análise
de mapas individuais para cada indicador de qualidade. Para isso, torna-se necessário maior levan-
tamento de informações e, consequentemente, exige-se que se adotem técnicas de amostragens
mais aprimoradas.Como não é possível estudar toda a população desejada, seja solo, plantas,
animais, dentre outros, torna-se muito importante o emprego de certas técnicas de amostragens.
Elas têm a finalidade de obter amostras que possam representar a população. Uma das premissas
da amostragem é que a amostra coletada será uma representação da população apenas quando
contiver todos os componentes existentes na população. Atualmente, diversos trabalhos científi-
cos dão suporte para que se consiga estabelecer critérios técnicos de amostragem que permitam
atingir essa premissa.

Dentre os principais cuidados que devemos ter nessa etapa, destacam-se: evitar
contaminação com outros materiais, rigor na localização da posição de coleta,
número de amostras adequado, operação segura dos equipamentos de coleta,
acondicionamento e transporte das amostras etc.

Em geral, as amostragens podem ser do tipo convencional ou sistematizada e podem ser repetidas
de ano em ano a cada quatro anos, a depender do objetivo. Geralmente são feitas alguns meses
antes do plantio.

Na amostragem convencional, a área de


cultivo é dividida em glebas com carac-
Gleba
terísticas diferentes entre si, como por
exemplo, relevo, tipo de solo, uso anterior,
tipo de exploração, erosão e drenagem Terreno próprio para cultivar; porção de
dentre outros. terra; solo cultivável.

Agricultura de Precisão » 5
Saiba Mais

As extensas áreas cultivadas em determinadas regiões do estado de Goiás, na maioria das


vezes, proporcionam glebas maiores que 10 ha. No caso de agricultores familiares, em culti-
vos de pequenas áreas, podem ser encontradas glebas com áreas inferiores a 10 ha.

Tópico 2
Coleta de amostras

As amostras das glebas podem ser coletadas em ziguezague, no caso de amostragem para coleta
de amostras de solo, ou seguindo caminhamento determinado pela metodologia específica segun-
do o objetivo. Para culturas anuais, as coletas podem ser feitas nas ruas ou entre linhas e, para as
perenes, a coleta geralmente é feita nos locais onde se realiza a adubação de cobertura. Confira os
exemplos de coleta convencional, em ziguezague, e de amostragem sistematizada feita em malha
ou grade (grid).

Amostragem tradicional Amostragem em grid

Fonte:
adaptado de
Revista Plantio
Direto - www.
plantiodireto.
com.br/
imprime.
php?cod=907

Agricultura de Precisão » 6
Na coleta de amostras, as áreas de manchas devem ser evitadas por causarem
interferência nas análises, ou então podem ser coletadas separadamente das
demais amostras.

Você percebe, comparando os dois métodos, que a amostragem sistematizada representa uma
evolução nos processos de amostragens em relação à amostragem convencional? Ela de fato per-
mite a determinação da variabilidade de forma mais confiável, sendo mais empregada nas ope-
rações relacionadas à agricultura de precisão, possibilitando, inclusive, a elaboração e análise de
mapas de variabilidade em várias direções.

Nesse caso, as glebas demarcadas para coleta de amostras são subdivididas em malhas também
chamadas de grades ou grids. Quanto menor for a malha, maior será o nível de detalhamento al-
cançado: entretanto, também gasta-se mais tempo e recursos.

Para realizar amostragem, normalmente utilizam-se malhas de um hectare para


áreas de alto investimento, sobretudo as irrigadas, e de dois a cinco hectares
para áreas de sequeiro, dependendo da extensão do talhão. As coletas podem ser
feitas em pontos ou em células georreferenciadas.

Tópico 3
Amostragem indireta

Quando se trabalha com áreas muito extensas ou de difícil acesso, é possível adotar métodos de
amostragens indiretos, seja por processamento de imagens ou pela estimativa de uma informação
de fácil obtenção e que tenha relação com outras variáveis.

As técnicas de obtenção e processamento de imagens aéreas são recentes e podem ser obti-
das por satélite ou por aeronaves, tripuladas ou não.

Acompanhe, a seguir, características de cada uma delas.

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As imagens obtidas por satélites, em geral, possuem baixa resolu-
ção espacial, impossibilitando seu uso para alguns estudos, como,
Satélites por exemplo, distribuição de sementes ou distância entre passadas
da semeadora ou pulverizador. Além disso, as imagens são de custo
elevado, devido à grande altitude que orbitam a Terra. Nesse caso,
as imagens são obtidas apenas semanalmente.

As imagens obtidas por aeronaves tripuladas empregam as técnicas


de fotogrametria e normalmente são de boa resolução, permitindo
Aeronaves obter informações confiáveis sobre o objeto de estudo. As imagens
tripuladas são obtidas na posição vertical, a alturas aproximadas de 1000 m
por câmeras sofisticadas que equipam aeronaves orientadas por
GPS. As aeronaves podem capturar imagens com intervalos de pou-
cos dias, com uma sobreposição programada entre elas, permitindo
a análise das imagens em três dimensões.

Fonte: Shutterstock

Aeronaves
não-tripuladas

As imagens obtidas com os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT)


ou balões equipados com câmeras de alta resolução, controlados
em solo, apresentam algumas vantagens frente às técnicas de ob-
tenção anteriores. Esses equipamentos captam imagens de boa
qualidade, possibilitando realizar, desde o monitoramento de safras
até a definição de áreas com reboleiras de ataque de pragas, doen-
ças e plantas daninhas. Além disso, a captura de imagens pode ser
feita diariamente e tem menos interferência das condições climáti-
cas em relação às demais técnicas.

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Por fim, as amostragens também podem ser
feitas por meio do sensoriamento remoto, que
analisam as características espectrais dos ob-
jetos, emitindo determinados comprimentos O sensoriamento remoto
de ondas e analisando as faixas que são absor- possibilita diagnosticar
vidas ou refletidas pelo mesmo. também os níveis de
nitrogênio no tecido vegetal,
A variação da constituição físico-química do uma vez que valores de
material a ser amostrado gera diferentes assi- refletâncias são relacionados
naturas espectrais, o que possibilita a utiliza- à concentração deste elemento
ção do sensoriamento remoto para aumentar no tecido vegetal
a precisão nos processos de recomendação de
fertilizantes.

A utilização destes sensores de refletância para a determinação do manejo diferenciado quanto à


adubação de cobertura apresenta vantagens como a possibilidade de realizar um rápido proces-
samento de dados e reduzir os custos com as análises de solo ou foliar. O rápido processamento
implica na possibilidade de realizar uma operação on-line, onde os sensores são instalados nos
equipamentos de distribuição, permitindo a coleta de informações, processamento dos dados
e a aplicação instantânea do insumo, de acordo com a necessidade de adubação, reduzindo os
custos com as operações de coleta de dados.

Recapitulando
Nesta Aula 1, você teve a oportunidade de identificar a importância das técnicas de amostragem
para agricultura de precisão. Delas depende muito a qualidade das informações que serão obti-
das visando a tomada de decisão.

Como se trata de uma tecnologia ainda emergente, diversos trabalhos ainda apontam para ino-
vações nessa área. Essas inovações estão se voltando tanto para as técnicas de coleta quanto
para o desenvolvimento de equipamentos mais sofisticados.

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Fonte: Shutterstock

Aula 2
Definição do tamanho da amostra

Uma das primeiras dúvidas que normalmente surgem quando se inicia o processo de coleta de
amostras é qual a quantidade correta delas. Para responder essa pergunta, o produtor pode
recorrer a diversos critérios (operacionais, econômicos e estatísticos) e escolher aquele que se
melhor adequa às suas condições e necessidades.

Ao fim dessa aula, você deve ser capaz de:

• identificar os critérios para selecionar número de amostras

• aplicar critérios estatísticos para definir o número de repetições nas coletas de dados no campo

• otimizar a utilização de recursos para coleta de informações no campo.

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Tópico 1
Planejamento da amostragem

Antes de se iniciar uma coleta, é muito importante estabelecer o planejamento com base nos ob-
jetivos definidos, como, por exemplo, tipo de análise laboratorial a ser realizada, profundidade
de coleta, direção de caminhamento, conservação e tamanho mínimo da amostra etc.

O tamanho mínimo da amostra a ser coletada pode ser determinado de acordo com critérios
operacionais, econômicos ou estatísticos.

Operacional

Os critérios operacionais são aqueles onde o tamanho da amostra é determinado apenas de


acordo com a disponibilidade de equipamentos adequados, dificuldade de acesso ao local
da amostragem, falta de mão de obra qualificada ou de ferramentas mais sofisticadas para
coleta ou processamento dos dados e informações.

Econômico

Os critérios econômicos são aplicados quando a disponibilidade de recursos financeiros é


inferior àquela necessária para realizar a coleta de um elevado número de amostras, muitas
vezes, determinado pelo critério estatístico.

Os critérios operacionais e econômicos nem sempre resultam na apresentação de dados


confiáveis, entretanto, em algumas situações, eles podem ser determinantes para a defi-
nição do número de amostras. Baseado nesses dois critérios, na prática, em geral, não se
recomenda realizar menos de 20 amostras por malha.

Estatístico

Os critérios estatísticos para definição do tamanho mínimo da


amostra (n) se baseiam no grau de confiança desejado (z), no
desvio padrão dos valores individuais da amostra (ox) e no erro
tolerável (e). (Equação 1)
Fonte: elaborado pelo autor

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O grau de confiança desejado ou intervalo de confiança representa a probabilidade que o nú-
mero de amostra determinado esteja correto, ou seja, indica a confiabilidade do número en-
contrado. Podem-se estimar valores de confiabilidade entre 90 e 100%. Entretanto, o valor “z”
empregado na Equação 1 é um número tabelado retirado da Tabela de Distribuição Normal. Para
saber qual é esse valor, deve dividir o valor de grau de confiança desejado por dois. Em seguida,
o valor encontrado deve ser localizado na tabela. A sua posição na tabela é indicada pelo valor
do “z” tabelado.

Saiba Mais

Nos anexos você encontra a Tabela de distribuição Normal para consultar.

O desvio padrão pode ser determinado a partir de um le-


vantamento de uma amostra piloto, cujo tamanho é variável
de acordo com critérios operacionais e econômicos. Quan-
to maior for a amostra, mais confiáveis serão os dados. Ele
pode ser calculado pela raiz quadrada do somatório das
diferenças entre os valores amostrados (Xi) e a média arit- Fonte: elaborado pelo autor
mética (X), ao quadrado, dividido pelo tamanho da amostra
piloto (n) menos um, conforme descrito na Equação 2.

O erro tolerável indica a diferença aceitável que existe entre a média amostral e a média popula-
cional verdadeira. Na prática, aplica-se valores entre 1 e 5 %. Quanto menor for o erro amostral
tolerável escolhido, maior será o tamanho da amostra.

Tópico 2
Exemplo de definição de tamanho da amostragem

Vamos agora colocar estes cálculos em um exemplo prático.


Suponhamos que se deseja saber qual deverá ser o tamanho mínimo da amostra a ser realizada
em cada malha de 100 por 100 metros para elaboração de mapas de variabilidade de fertilidade
de um dado solo, considerando um grau de confiabilidade de 95% e erro aceitável de 2,5%.

Inicialmente, deve-se realizar uma amostragem piloto a fim de se estabelecer a média inicial e
o desvio padrão dos dados em torno da média. No exemplo, suponha que foram realizadas dez

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amostras e foram observados os seguintes valores: 45, 45, 43, 56, 39, 35, 57, 41, 38, 50. O desvio
padrão será:

Fonte: elaborado pelo autor

Agora já é possível calcular o tamanho mínimo da amostra: para um grau de confiança de 95%, o
valor a ser localizado na tabela de distribuição normal é a metade, ou seja: 47,5%, ou 0,475. Ao
se consultar a tabela, tem o valor de Z tabelado que é de 1,96.

Portanto:

Quando o cálculo resulta


em valor decimal ou
“quebrado”, deve-se
arredondar para o
valor inteiro superior.
Nesse caso, devem ser
realizados pelo menos
34 amostras em cada
malha.

Agricultura de Precisão » 13
Um fato importante de ser observado é que o tamanho da amostra é dependente do desvio
padrão da amostra piloto, ou seja, quanto maior o desvio padrão, maior será o tamanho mínimo
da amostra final.

Na prática, isso significa que a seleção de glebas com características semelhantes entre si apre-
sentará pouca variação dos dados em torno da média, contribuindo para um menor valor de
desvio padrão e, consequentemente, menor número de amostras final. Acompanhe na imagem
uma definição do número de amostras de acordo com a variabilidade do talhão.

Fonte: adaptado
de Carlos Varella
e Darly de Sena Jr
(UFRRJ) - http://goo.
gl/m3WwSZ

Por fim, deve-se analisar as características e particularidades de cada propriedade e a tomada de


decisão deve ser aquela que melhor atender a realidade do agricultor.

Recapitulando
Nesta aula, você deve ter percebido que a definição do tamanho da amostra a ser coletada não
é uma tarefa fácil, sendo possível adotar critérios operacionais, econômicos e estatísticos nessa
tomada de decisão.

Os critérios operacionais se baseiam principalmente na disponibilidade de equipamentos, mão


de obra e acesso ao local. Os critérios econômicos são aqueles baseados na disponibilidade
de recursos, que normalmente são finitos em qualquer empresa ou propriedade. Já os critérios
estatísticos são ideais, e se baseiam no levantamento de dados matemáticos para a tomada
de decisão. Avance para a próxima aula para conhecer os principais tipos de amostradores que
existem no mercado!

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Fonte: Trevisan Equipamentos

Aula 3
Principais tipos de amostradores

Nas aulas anteriores, você pôde entender a importância do processo de amostragem para a agri-
cultura de precisão, e estudou o processo de definição da amostragem. Resta conhecer, portan-
to, os aparelhos de amostragem disponíveis no mercado hoje. É relevante conhecer os principais
modelos a fim de identificar o mais apropriado para as suas necessidades específicas. Lembre-se
sempre que um processo de coleta otimizado permitirá que as amostras sejam preservadas, o
que vai permitir a obtenção de dados mais confiáveis.

Ao fim dessa aula, você deve ser capaz de:

• identificar os principais equipamentos informatizados utilizados na coleta de


informações no campo.

• enumerar técnicas de amostragens empregando ferramentas da informática.

A confiabilidade dos dados gerados na agricultura de precisão depende diretamente da quali-


dade da coleta das amostras no campo. Para isso, é fundamental que se utilize equipamentos
adequados para preservar as amostras entre a coleta e a análise de laboratório.
Em geral, não existe uma ferramenta predefinida para coleta de amostras, mas sabe-se que essa
ferramenta pode interferir nos resultados finais do processamento da amostra. Assim, o técnico
deve utilizar sempre o equipamento mais adequado de acordo com as condições locais, tipo de
solo, grau de compactação, teor de água e objetivo da análise.

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Tópico 1
Amostradores manuais

Dentre as principais características dos amostradores, podemos destacar: coletar amostras com
qualidade e em quantidade adequada, proporcionar bom custo-benefício, ser ergonômico e con-
fortável para o operador. Para isso, o mercado oferece diversos tipos de amostradores, podendo
ser manuais (trados e pás de corte) ou automatizados.

Conheça a seguir as principais características dos amostradores manuais, relacionadas ao tipo


de solo e ao tipo de amostra desejada (fatia, cilindro ou amostra simples).

Fonte: adaptado de Agrolink http://www.agrolink.com.br/culturas/arroz/AdubacaoCalagem.aspx

Trado de rosca
É utilizado para coleta de amostras em solos firmes, podendo ser macios ou
duros. Tem a desvantagem de não reter materiais secos ou muito arenosos.
Normalmente perde uma pequena camada superficial de solo.

Trado calador
É constituído por um calador, um tipo de gaveta aberta com paredes retan-
gulares. Muito utilizado para amostragens mais superficiais, cerca de 10 a
15 cm de profundidade, em solos mais leves e úmidos. Requer a retirada do
cilindro do solo amostrado com uma faca ou espátula.

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Trado caneca
É dotado de um cilindro de 20 cm de comprimento com diâmetro variando
de 4 a 8 cm, dotado de garras na extremidade. Existem cilindros e ponteiras
desenvolvidos para a retirada de solos muito coesos e úmidos e também
para solos secos, soltos e granulares.

Trado holandês
É um dos trados mais utilizados para a coleta de amostras em solos argilosos
ou com restos de matéria orgânica, exigindo maior esforço do operador. Pos-
sui duas lâminas cortantes nas bases que se cruzam para facilitar a penetração
no solo, quando em movimento de giro. Geralmente, perde-se entre 1 e 3 cm
de solo na superfície. Pode-se utilizar uma faca para a retirada do volume de
solo excedente, a fim de se coletar apenas a quantidade de solo delimitada
pelas duas lâminas. Pode coletar solo a profundidades superior a 20 cm.

Pá de corte
É uma ferramenta barata que exige mais tempo e esforço do operador para
coleta da amostra. Portanto, é muito utilizada nas coletas de amostras con-
vencionais. Deve ser utilizada junto com o enxadão para coleta de amostras
em terrenos compactados e secos. Tem a vantagem de permitir a coleta de
elevado volume de solo, livre de contaminação de eventual material vegetal
da superfície.

Trado fatiador ou Sonda


A sonda consiste em um amostrador tubular contendo uma haste com uma
extremidade pontiaguda de centro oco para penetração e coleta de solo a
profundidades de até 1 metro. Na outra extremidade existe uma base para
percussão com martelo de borracha. Existem dois tipos de ponteiras, uma de
maior diâmetro para solos arenosos e outra de menor diâmetro para solos
argilosos. Não se adequa bem a solos muito duros ou com presença de raí-
zes grossas ou cascalho. Ao se retirar a sonda do solo, deve-se girá-la para o
lado contrário ao lado de rosqueamento da ponteira, a fim de evitar que ela
se solte e se perca no solo.

Tópico 2
Amostradores automatizados

Os amostradores automatizados para coleta de solo são constituídos por dispositivos responsá-
veis por acionar, de forma hidráulica, elétrica ou pneumática uma haste que recolhe uma amostra
de solo. Pode ser acionado e transportado por quadriciclo ou por micro tratores, com retirada
sistematizada de amostras.

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Essas novas ferramentas tornam a coleta mais rápida
e exigem menos esforço do operador, possibilitando Os amostradores manuais
realizar a coleta, inclusive em solos mais duros. Além podem ser automatizados
disso, oferecem uma série de recursos que tornam as por meio destes veículos.
coletas mais padronizadas, como limitadores de pro- Por motivos operacionais, o
fundidade e volume de solo coletado, diminuindo os mais utilizado nesse caso é
erros amostrais. Esses equipamentos são mais utili- o trado tipo rosca.
zados em agricultura de precisão, sobretudo devido
à necessidade de maior número de amostras neces-
sárias de serem coletadas.

A seguir, conheça os três tipos de amostradores automatizados.

Fonte: Saci Soluções:www.sacisolucoes.com.br

 Quadriciclo: Com grande tendência de crescimento entre as empresas de trabalham com agricultura de
precisão, os quadriciclos podem ser utilizados para a coleta de diversos tipos de informações. Em geral,
esses veículos têm baixa manutenção, são ágeis, robustos e ocupam pouco espaço, facilitando o transporte
e permitindo acesso a diferentes áreas. Uma das desvantagens dessa forma de coleta é que nem sempre
o operador consegue acessar e limpar adequadamente o ponto de coleta. Nesse caso, é possível que o
amostrador recolha parte de vegetação presente na superfície e contamine a amostra.

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Fonte: Saci Soluções:www.sacisolucoes.com.br

 Coletores acoplados a veículos: Outro produto que vem ganhando popularidade nas empresas são os
amostradores de solo acoplados a pequenos tratores ou em camionetes. Neles são adaptados coletores
automatizados que coletam grande número de amostras em diversas profundidades, com bastante facilidade
e rapidez. Possuem também dispositivos computadorizados para monitoramento da operação e também
receptores GPS, que permitem a localização das células dentro das malhas e a georreferência dos pontos
coletados. Esse método de coleta possibilita acondicionar as amostras em recipientes adequados para
transporte a longas distâncias. A haste que penetra no solo permite ainda analisar a compactação da área.

Fonte: Saci Soluções:www.sacisolucoes.com.br

 Coletores elétricos ou a motor: Existem ainda amostradores manuais equipados


com diferentes ferramentas coletoras que são acionadas por motores de
combustão interna ou baterias. Eles são operados manualmente, portanto têm
capacidade operacional reduzida (em comparação com os veiculares), mas como
vantagem apresentam custo de aquisição mais baixo e melhor qualidade na coleta
pelo fato do operador acessar facilmente o ponto de extração de solo. Nesse caso,
o operador dever se atentar para alguns equipamentos de proteção individuais
específicos como protetores auriculares, óculos, botas e luvas.

Agricultura de Precisão » 19
Saiba Mais

Se você quiser conhecer produtos de uma grande fornecedora de amostradores para agri-
cultura de precisão, acesse o site da Saci Soluções (www.sacisolucoes.com.br).

Uma técnica também possível de ser utilizada para coletar informações gerais sobre proprieda-
des químicas dos solos é a condutividade elétrica. A concentração de sais presente no solo pode
representar a presença de nutrientes que se dissolveram, sendo um indício de qualidade desse
solo. Alguns trabalhos relacionam o tipo de intensidade da condutividade elétrica com certos
elementos e até mesmo textura do solo.

Recapitulando
Nessa aula, você estudou que para o perfeito funcionamento das etapas da agricultura de preci-
são é muito importante se utilizar equipamentos adequados para a coleta de informações, a fim
de preservar as amostras que serão capazes de dar confiabilidade nos dados para os mapas de
variabilidade.

Existem diversas ferramentas para a coleta das amostras, e deve-se escolher sempre a mais
adequada de acordo com as condições locais, tipo de solo, grau de compactação, teor de água
e objetivo da análise.

Você está se encaminhando para o fim de mais um módulo do Curso Introdução à Agricultura de
Precisão. Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar
os conhecimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no
Ambiente de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo
módulo de conteúdo! Siga em frente e aproveite bem a atividade!

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Atividades de aprendizagem

Você chegou ao final do Módulo 5 do Curso Introdução à Agricultura de Precisão. A seguir, rea-
lizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as
respostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você também terá um feedback,
ou seja, uma explicação para cada questão.

1. Na primeira aula desse módulo, você aprendeu que as técnicas de amostragem evoluíram de
acordo com a demanda gerada pela agricultura de precisão. Dessa forma, assinale a alterna-
tiva correta.

a) As amostras permitem estimar apenas uma parte da área, pois normalmente são peque-
nas.

b) As amostras retiradas para agricultura de precisão são escolhidas ao acaso.

c) As amostras devem ser coletadas de acordo com a necessidade e quantidade demandada


para cada situação.

d) A coleta de amostras de solo em ziguezague não é utilizada na agricultura de precisão.

2. Considerando os critérios para definição do tamanho da amostra apresentados na aula 2,


assinale a alternativa correta.

a) A amostra de solo deve ser feita com a coleta de 30 subamostras.

b) A realização de uma amostra piloto serve para tomada de decisão utilizando apenas cri-
térios operacionais.

c) A tomada de decisão deve se basear nos critérios operacionais, econômicos e estatísticos.

d) Por apresentar elevada variabilidade, é comum se trabalhar com erros de até 30% para
computar os erros na determinação do tamanho da amostra pelo método estatístico.

Agricultura de Precisão » 21
3. Considerando os diferentes tipos de amostradores apresentados na aula 3, assinale a alter-
nativa correta.

a) Os trados são os equipamentos mais utilizados para a coleta de diversas amostras visan-
do à elaboração de mapas.

b) Os trados penetram no solo mediante a percussão semelhante à forma utilizada para co-
leta com as sondas.

c) Os quadriciclos são veículos utilizados para coleta de amostra de forma rápida em gran-
des aéreas.

d) O trado holandês coleta amostra de solo a pequenas profundidades.

Agricultura de Precisão » 22
Anexo
Tabela de Distribuição Normal

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