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Unidade 01

Metodologias
para Elaboração de
Programas Preventivos

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Nesta unidade, vamos apresentar as metodologias
para elaboração de programas preventivos, consideran-
do que são baseados em normas e atendendo exigências
legais. De acordo com o dicionário Aulete, metodologia
significa “parte da lógica que trata dos métodos das di-
ferentes ciências”. Deste modo, vamos verificar quais
são as exigências e orientações para desenvolvimento
de programas preventivos de saúde e segurança.

Conteúdos da Unidade
Serão abordadas as metodologias para o desenvol-
vimento dos seguintes programas: Programa de Pre-
venção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria
da Construção (PCMAT), Programa de Gerenciamento
de Riscos (PGR) e Planos de Atendimento à Emergên-
cia (PAE).
Vá anotando as etapas necessárias para o desen-
volvimento de cada programa, conforme seus estudos
vão avançando.
Ao final de cada unidade você avaliará seu conhe-
cimento respondendo as perguntas relativas ao capítulo.
Bons estudos!

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1.1. Metodologia para elaboração
do PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


(PPRA) foi estabelecido pela primeira vez em 1978,
através da Portaria n.º 3.214, de 08/06/1978, da Secre-
taria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério
do Trabalho, por meio da Norma Regulamentadora NR
9, denominada Riscos Ambientais. Apresentava como
objetivo definir uma metodologia de ação para garantir
a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores
face aos riscos existentes nos ambientes de trabalho.
O texto da referida norma sofreu alterações através da
Portaria n.º 25, de 29/12/1994, passando a denominar-
-se Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
São definidos como riscos ambientais os agentes
físicos, químicos e biológicos, e são considerados fato-
res de riscos ambientais a presença destes agentes em
determinadas concentrações ou intensidade. O tempo
máximo de exposição do trabalhador a esses agentes é
determinado por limites preestabelecidos.
Conforme estabelecido na NR9, o PPRA – Pro-
grama de Prevenção de Riscos Ambientais, deve apre-
sentar a seguinte estrutura básica:

• Identificação da Empresa;
• Documento Base e Desenvolvimento do PPRA;
• Antecipação e Reconhecimento dos Riscos
Ambientais;
• Avaliações Ambientais qualitativas e quantitativas;

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• Critérios de Avaliação para os Agentes Físicos,
Químicos e Biológicos;
• Conclusões;
• Cronograma de Ações.

A título de exemplo, vamos apresentar a estrutu-


ração de um PPRA de uma empresa de pequeno porte
dedicada à comercialização, distribuição e instalação de
vidros temperados em estruturas de alvenarias diversas.

1.1.1. Estrutura básica para elaboração do


PPRA

Quadro 4 - Estrutura básica para elaboração do PPRA

CNPJ: Inscrição Estadual:

Atividade Econômica:

C.N.A.E. Grau de Risco: Grupo de Risco:

Local
Avaliado:

Quadro de Sexo Masculino Sexo Feminino Menor Total


Colaboradores

Data de Elaboração do PPRA

Responsável pela Elaboração do


PPRA

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1.1.2. Documento base e desenvolvimento
do PPRA

A Portaria do Ministério do Trabalho de n.º 25,


de 29/12/1994, republicada em 12/02/95, deu nova
redação à Norma Regulamentadora NR9, estabelecen-
do a obrigatoriedade da elaboração e implementação,
por parte de todos os empregadores, do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Os principais
pontos da referida Portaria, que devem servir como re-
ferência, são abaixo destacados:
É de responsabilidade da empresa a elaboração e
implementação do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA), visando à preservação da saúde do
trabalhador, a proteção do meio ambiente e dos recur-
sos naturais;
Ainda, segundo a Portaria SSST n.º 25, de 29 de
dezembro de 1994:

9.1.2 As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âm-


bito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsa-
bilidade do empregador, com a participação dos trabalha-
dores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes
das características dos riscos e das necessidades de controle.
9.1.3 O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo
das iniciativas da empresa no campo da preservação da
saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar
articulado com o disposto nas demais NR, em especial
com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional - PCMSO previsto na NR-7.

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9.1.4 Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e dire-
trizes gerais a serem observados na execução do PPRA,
podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação
coletiva de trabalho.
9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambien-
tais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes
nos ambientes de trabalho que, em função de sua natu-
reza, concentração ou intensidade e tempo de exposição,
são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
9.1.5.1 Consideram-se agentes físicos as diversas formas
de energia a que possam estar expostos os trabalhadores,
tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, tempera-
turas extremas, radiações ionizantes, radiações não ioni-
zantes, bem como o infra-som e o ultra-som.
9.1.5.2 Consideram-se agentes químicos as substâncias,
compostos ou produtos que possam penetrar no orga-
nismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza
da atividade de exposição, possam ter contato ou ser ab-
sorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
9.1.5.3 Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fun-
gos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

De acordo com a NR9, a estrutura básica do Pro-


grama de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
deve ser a seguinte:

- planejamento anual com o estabelecimento de


metas, prioridades e cronograma de ações;

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- definição da estratégia e informada a metodolo-
gia de ação;
- definição da forma de registro, manutenção e di-
vulgação dos dados;
- estabelecimento da periodicidade e forma de ava-
liação do desenvolvimento do PPRA.

Na redação da NR9 está presente o conceito de


“nível de ação”, que é o valor acima do qual devem ser
tomadas ações preventivas para eliminar ou minimizar
a probabilidade de que as exposições a agentes ambien-
tais ultrapassem os limites de tolerância, sendo defini-
dos conforme segue:
a) Ruído: Dose superior a 0,5 (cinquenta por cen-
to) dos limites de tolerância estabelecidos para ruído na
NR15, que trata das Atividades e Operações Insalubres;
b) Para agentes químicos: A metade dos limi-
tes de exposição ocupacional estabelecidos pela mesma
NR15 citada acima.
O controle destes agentes deve ser feito através
do monitoramento e avaliações clínicas, conforme pre-
visto na NR7 - Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO).
Deve ser organizado registro de dados relativos ao
PPRA, constituindo histórico técnico do mesmo e ad-
ministrativo de seu desenvolvimento. Todos os dados
deverão ser mantidos por um período mínimo de vinte
anos e ficar à disposição dos trabalhadores, da Comis-
são Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e da fis-
calização trabalhista.

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O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
deve fazer uso de avaliações quantitativas dos agentes
ambientais, sempre que necessário, para comprovar a
inexistência de riscos, dimensionar a exposição dos
trabalhadores ou como auxiliar para a adoção de me-
didas corretivas.
Em todas as fases de planejamento e execução do
PPRA devem ser considerados os dados contidos no
Mapa de Riscos, elaborado pela CIPA, por expressarem
a percepção e o conhecimento dos empregados rela-
tivos aos riscos ambientais e do processo de trabalho.

1.1.3. Antecipação e reconhecimento dos


riscos ambientais

Descrição das Atividades:


O reconhecimento dos Riscos Ambientais levou
em consideração a análise dos postos de trabalho, a
identificação dos riscos potenciais e/ou reais, as possí-
veis fontes geradoras, o meio de propagação, o número
de trabalhadores expostos, as atividades exercidas por
função e as medidas de controle existentes e as propos-
tas preventivas recomendadas.

Abrangência:
As atividades exercidas pelos colaboradores da
empresa referem-se à instalação de vidros, sendo este
documento específico da atividade fim e as avaliações
qualitativas e quantitativas foram realizadas no canteiro

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de obras. O trabalho a ser realizado pela equipe anali-
sada consiste na montagem e instalação de vidros tem-
perados em caixilhos, como acabamento e fechamento
lateral de estrutura de alvenaria de “stand” de vendas
durante a montagem deste no endereço do cliente.

Diretriz:
O PPRA é parte integrante do conjunto mais am-
plo das iniciativas a empresa no campo da preservação
da saúde e da integridade física dos trabalhadores, ar-
ticulando-se com o disposto nas Normas Regulamen-
tadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, em es-
pecial com a NR7 – PCMSO - Programa de Controle
Médico e de Saúde Ocupacional.

Responsabilidades:
Cumpre-nos esclarecer que os resultados obtidos
no presente levantamento e as recomendações enume-
radas neste documento implicam em parecer essencial-
mente técnico e científico das condições de segurança,
higiene e medicina do trabalho, encontradas nos postos
de trabalho analisados, estando a empresa empenhada
em estabelecer, implementar e assegurar o cumprimen-
to do PPRA, como sua atividade permanente.

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Quadro 5 - Antecipação e reconhecimento
dos riscos ambientais
Empresa: COMÉRCIO E DISTRIBUIDORA DE VIDROS Ltda.
Montagem Local Canteiro de Obras
Setor:
Avaliado:
Quantidade de Trabalhadores Masculino: 5 Feminino: 0
Realizar atividades de dimensionamento de área a ser envidraçada,
Atividades mensurar espessura, tipo de vidro, de acordo com a determinação do cliente,
Desenvolvidas: medir, cortar vidro e cantoneiras para a construção de caixilhos,
transportar até o cliente e realizar serviços de instalação e acabamento.
Quantidade Trajetória ou
Exposição
Função Trabalhadores Riscos Agentes Fonte Geradora Meio de
diária
Expostos Propagação
Serra circular de
Supervisor 1 Físicos Ruído bancada; quando de Ar Eventual
acesso à obra

Sol; acompanhamento
Físicos Radiação solar Ar Eventual
das montagens

Montador/
Serra circular de
Instalador 2 Físicos Ruído Ar Intermitente
bancada
de Vidros
Utilização de
Queda de
andaime/escadas Níveis
Acidentes Trabalho em Intermitente
portáteis/ plataforma diferentes
níveis elevados
elevatória
Sol; montagem dos
Físicos Radiação solar Ar Intermitente
vidros nos caixilhos
Adesivo à base de
Substância borracha de silicone;
Químicos Contato Eventual
química montagem de perfis e
vidros
Ajudante Serra circular de
Geral
2 Físicos Ruído
bancada
Ar Eventual

Utilização de
Queda de
andaime/escadas Níveis
Acidentes Trabalho em Eventual
portáteis/ plataforma diferentes
níveis elevados
elevatória
Sol; montagem dos
Físicos Radiação solar Ar Intermitente
vidros nos caixilhos
Adesivo à base de
Substância borracha de silicone;
Químicos Contato Eventual
química montagem de perfis e
vidros
Medidas de Controle
Relacionar as medidas existentes
Existentes (EPI/EPC):

EPIs fornecidos: Relacionar os EPIs fornecidos, por função.

1.1.4. Análise dos Riscos Ocupacionais

Seguem as avaliações quantitativas efetuadas para


os níveis de pressão sonora (ruído) e iluminância.

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