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INSTITUTO EDUCACIONAL

SOBRALENSE (IES)

RICÁTILA SOUZA

NR-16: ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS

SOBRAL – CE
ABRIL/2023

INTRODUÇÃO
A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT trouxe em seu bojo normas relativas à
segurança e medicina do trabalho de cunho obrigatório aos empregadores. No entanto,
também trouxe ao Ministério do Trabalho a incumbência de estabelecer disposições
complementares relativas a estas normas.

Em cumprimento ao disposto, o órgão citado aprovou a Portaria nº 3.214 de 1978, que


regulamentou as normas pertinentes à Segurança e Medicina do Trabalho, originando as
chamadas ''Normas Regulamentadoras”.

A Norma Regulamentadora 16 caracteriza as atividades e operações perigosas que


oferecem perigo ao trabalhador e ao ambiente de trabalho.

Essas atividades são classificadas em explosivos, inflamáveis e radioativos. Daí a


importância de conhecer as regras determinadas pela NR 16, a fim de preservar a vida e a
integridade física dos trabalhadores contra trabalhos perigosos.

CONCEITO
A Norma Regulamentadora nº 16 dispõe sobre as atividades e operações consideradas
perigosas, constantes nos seus Anexos, sendo elas:

- Atividades e Operações Perigosas com Explosivos

- Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis

- Atividades e Operações Perigosas com Radiações Ionizantes ou Substâncias Radioativas

- Atividades e Operações Perigosas com Exposição a Roubos ou Outras Espécies de Violência


Física nas Atividades Profissionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial

- Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica

- Atividades Perigosas em Motocicleta

O principal objetivo da norma é identificar situações de periculosidade existentes nas


empresas, especialmente nas indústrias que lidam diariamente com diversos tipos de risco aos
trabalhadores.

Tais situações devem ser analisadas por profissionais da área de saúde e segurança do
trabalho, que deverão seguir à risca todas as regras contidas nesta norma.

Além disso, a NR 16 afirma que a caracterização da periculosidade ou insalubridade se


dá por meio de laudo técnico, que deve ser elaborado por um Médico do Trabalho ou
Engenheiro de Segurança do Trabalho.

NR 16 E AS ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERICULOSAS

Só serão consideradas perigosas as atividades ou operações executadas com explosivos


que forem sujeitos a:

• degradação química ou autocatalítica;


• ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos
sísmicos, choque e atritos.

A NR 16 também esclarece, no item 16.6, que todas as operações de transporte de


inflamáveis, sejam eles líquidos ou gasosos, armazenados em vasilhames e a granel, serão
consideradas condições de periculosidade.

Com a única exceção do transporte de pequenas quantidades, que deve respeitar o limite de
200 litros para os inflamáveis líquidos e 135 quilos para os gasosos liquefeitos. Vale ressaltar
que não entram no montante as quantidades de inflamáveis contidos nos tanques dos veículos
para consumo durante o deslocamento.

Para ser considerado líquido combustível, vemos no parágrafo 16.7 da NR 16 que este deve
possuir o ponto de fulgor maior que 60ºC e inferior ou igual a 93ºC. Também cabe ao
empregador delimitar todas as áreas de risco que forem previstas nesta NR e nos Anexos
apresentados, de acordo com as distâncias físicas determinadas.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE?


Esta é uma dúvida muito comum por entre os aprendizes de Segurança do Trabalho. Por
isso, é sempre válido lembrar que esses dois conceitos têm a ver as condições laborais que os
trabalhadores enfrentam nas atividades.

• Periculosidade é o nível de risco que o profissional está exposto no momento. Riscos


imediatos, que podem causar acidentes de leves a graves no curto prazo, ou até mesmo
a morte.
• Insalubridade também é uma condição a qual o colaborador estará exposto no momento,
porém, ela começará a mostrar seus verdadeiros efeitos no médio ou longo prazo.

Um exemplo clássico é a exposição ao ruído, que faz com que o trabalhador vá perdendo a
audição gradualmente em caso de não serem cumpridas as medidas de prevenção de acidentes
adequadas.

Como você pode ver, esses dois conceitos andam juntos, mas são diferentes. Por este
motivo, o trabalhador deve ficar atento pois, segundo a NR 16, deverá optar pelo benefício que
dá direito ao acréscimo no salário de um ou de outro: insalubridade ou periculosidade.

PRINCIPAIS PONTOS

PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS


Apontamento das áreas de risco e determinação Não utilização de EPI
dos agentes perigosos
Descrição das atividades realizadas nas áreas de Negligência na instrução ao trabalhador
risco
Embasamento da periculosidade em normas Falta de conhecimento
técnicas e legais
Recomendações sobre formas de eliminar ou Salário baixo
reduzir os riscos (como EPIs, por exemplo)
QUAIS AS PRINCIPAIS MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCO?

Após os riscos identificados e categorizados pela equipe responsável, é preciso que


sejam aplicadas as Medidas de Controle de Risco, seguindo a Hierarquia de Controle (HOC).

Basicamente, existem três áreas nas quais as Medidas de Controle do Risco podem ser
aplicadas. São elas: na fonte do contaminante; no ambiente; e no receptor (que é o colaborador).
Em cada uma dessas fontes, encaixa-se uma medida de controle de risco, seguindo a Hierarquia
de Controle. Desde a eliminação do contaminante, sendo a medida mais efetiva a ser tomada;
até a utilização do EPI, como última medida a ser tomada.

Existe uma outra nomenclatura para as Medidas de Controle do Risco que também é
importante que você tenha conhecimento. São também conhecidas como Controle de Prevenção
e Controle de Recuperação.

Dentro dos Controles de Prevenção, se encaixam todas aquelas medidas que possuem o
intuito de evitar a possibilidade da situação perigosa atingir o trabalhador. Por exemplo: evitar
que um objeto despenque de uma altura atingindo a cabeça do trabalhador.

Por outro lado, dentro de Controles de Recuperação, vemos as medidas que buscam
amenizar a consequência, após o acidente já ter ocorrido. Como exemplo, podemos citar os
EPIs. Pensando em um capacete, ele não evita que o objeto caia, porém, evita que o trabalhador
se machuque quando for atingido.

EPIS PARA ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS


A NR 16 não determina nenhum tipo de EPI específico para as Atividades e Operações
Perigosas, uma vez que quem determine isso seja a NR 6. Na verdade, essa determinação irá
partir da análise de riscos feita em um dos programas que vimos no parágrafo anterior.
Se tratando das Atividades e Operações Perigosas, a definição dos EPIs irá depender se
o trabalhador atua com Explosivos; Inflamáveis; Radiações Ionizantes ou Substâncias
Radioativas; Exposição a Roubos ou Outras Espécies de Violência Física; Energia Elétrica ou
Motocicleta, que são as atividades listadas pela NR 16.
Para cada uma destas atividades, um grupo de Equipamentos de Proteção Individual
deverá ser empregado e, assim, oferecer a proteção certa ao trabalhador. Mesmo que tudo venha
a depender da análise de riscos, podemos afirmar que existem alguns EPIs muito comuns neste
meio e que portanto é correto listá-los. São eles:
- Luvas de Segurança;
- Óculos de Proteção;
- Capacete de Segurança.
- Calçados de Segurança;
- Vestimentas de Proteção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Trabalhar com Segurança do Trabalho é trabalhar diretamente com a vida daqueles que
levam o país para frente. Por isso, é tão importante que normas como a NR 16 sejam seguidas.
Sejam compartilhadas e sejam lembradas dentro das empresas.

Além de você estar colaborando por um país com menos acidentes do trabalho, estará
mantendo a sua empresa protegida judicialmente.

No Brasil, a relação do profissional com o trabalho é muito importante. Afinal, muitas


vezes passa-se mais tempo no escritório ou em campo do que com a família e amigos. É
essencial que o trabalhador, nessas condições, tenha seus direitos garantidos.

A empresa, por sua vez, precisa se assegurar de que a NR 16 esteja sendo seguida pelo
seu departamento jurídico e pela folha de pagamento. Afinal, o acréscimo de 30% no salário
pelo adicional de periculosidade muda as vidas dos trabalhadores.

E não só isso: a fim de evitar multas, o laudo técnico tem de ser muito bem redigido
pelos profissionais apontados e as informações devem ser verdadeiras e atualizadas.
REFERÊNCIAS

HALLAN, Wesley. NR 16: confira um resumo da norma regulamentadora atualizada.


Disponível em: https://www.getwet.com.br/nr-16/ . Acesso em: 09 de abril de 2023
QUINTINO, Ricardo. NR-16: Atividades e Operações Perigosas. Disponível em:
https://pt.scribd.com/presentation/257757598/NR-16-Atividades-e-Operacoes-Perigosas .
Acesso em: 10 de abril de 2023

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