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A IMPORTÂNCIA DA ENERGIA SOLAR, NO

CONTEXTO SOCIO - ECONÔMICO.

Autora: Barbara Consuelo de Araujo Santos


Orientadora: Anastacia Santos

barbarasantos.tst@hotmail.com

RESUMO

O acesso à energia é um meio importante para a existência humana, uma vez que
é necessária a satisfação das necessidades básicas como alimentação, vestuário,
habitação, de mobilidade e comunicação. Um dos acessos à energia para suprimento de
uma demanda cada vez mais crescente é a queima de combustíveis fósseis que afeta a
estabilidade ecológica da Terra. Este artigo analisa a importância da energia solar, no
contexto socioeconômico atual. Usando o método comparativo nos anos de 2001 e 2020,
faz-se um estudo do crescimento desta fonte no Brasil e no mundo. Verifica-se, portanto
que a energia solar torna-se como instrumento de inclusão social no uso de energia
elétrica assim como mitigador de emissões de gases de efeito estufa.
A energia fotovoltaica pode proporcionar uma condição mínima de qualidade de
vida para comunidade mais distante, com nível baixo de renda .Por fim, busca-se com
este trabalho o entendimento mais aprofundado sobre esta fonte de energia, que a cada
dia esta mais em evidência com proposta não apenas para diversificação da matriz
energética como também para redução dos impactos ambientais.

Palavras-chave: Demanda, Energia Alternativa, Energia Solar.

ABSTRACT

Access to energy is an important means for human existence, since it is necessary


to satisfy basic needs such as food, clothing, housing, mobility and communication. One
of the ways of accessing energy to supply an increasing demand is the burning of fossil
fuels, which affects the ecological stability of the Earth. This article analyzes the
importance of solar energy, in the current socioeconomic context. Using the comparative
method in the years 2001 and 2020, a study is made of the growth of this source in Brazil
and in the world. It is verified, therefore, that solar energy becomes as an instrument of
social inclusion in the use of electric energy as well as mitigating greenhouse gas
emissions.
Photovoltaic energy can provide a minimum quality of life condition for a more
distant community, with a low income level. Finally, this work seeks to reach a deeper
understanding of this energy source, which is more and more in evidence every day with

Estudante de Engenharia Mecanica. Faculdade ÁREA 1 WYDEN, Campus Paralela.


2

a proposal not only to diversify the energy matrix but also to reduce environmental
impacts.

Key-words: Demand, Alternative Energy, Solar Energy.

1 Introdução

A demanda mundial por eletricidade cresce quanto mais os países se desenvolvem


industrialmente, mais ficam dependentes desta commodity. A evolução tecnológica deixa
a população cada dia mais dependente dos recursos energéticos, e há a necessidade de
garantir o acesso ao insumo básico do desenvolvimento econômico e social: a energia
elétrica. Segundo o “World Outlook Energy 2011” publicação da International Energy
Agency (IEA), estima-se que 1.3 bilhões de pessoas não tem acesso à rede de energia
elétrica no mundo.
O grande desafio do Brasil nas próximas décadas em relação ao setor energético é
buscar atender os crescentes requisitos de energia, satisfazendo princípios de segurança,
economia, eficiência, qualidade, garantia universal e sustentabilidade. As crescentes
pressões ambientais sobre a exploração do potencial hidráulico, localizado em sua maior
parte na região norte do país, e os recursos energéticos situados cada vez mais distante
dos grandes centros consumidores tem feito cada vez mais necessária a criação de novas
soluções.

(Fonte: MONTEIRO, 2019)

Figura 1. Composição da Matriz Energética Brasileira


3

Conforme Figura 1 a fonte de energia hidrelétrica responde por 74% do total da


matriz energética do país. Diante do cenário apresentado do setor energético, os sistemas
de geração fotovoltaicos despontam como promissoras fontes de energia, já que a região
de instalação precisa apenas satisfazer algumas condições ambientais relativas à radiação
solar adequada. O Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos (CEPEL - Centro
de Pesquisas de Energia Elétrica, 2004, p. 23) informa que a incidência de energia solar
por ano no planeta é equivalente a 10.000 vezes o consumo energético no mesmo período.
O território brasileiro é privilegiado nesse aspecto, pois está situado relativamente
próximo à Linha do Equador, de forma que não se observam grandes variações de
radiação na duração solar do dia, o que torna a energia solar uma alternativa muito
interessante ao país.
De acordo com o Atlas Solarimétrico do Brasil (TIBA, 2000), a radiação solar no
Brasil varia de 8 a 22 MJ/m² durante o dia, sendo que as menores variações ocorrem entre
maio e julho, quando a radiação varia de 8 a 18 MJ/m². Os dados mostram que o nordeste
brasileiro tem médias anuais comparáveis às melhores regiões do mundo em termos de
radiação solar, a exemplo da cidade de Dongola no deserto do Sudão (TIBA, 2000, p. 19).
Amostra o detalhamento da média anual.

(Fonte: TIBA, 2000)

Figura 2. Variação da Radiação Solar anual média no Brasil


4

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) a energia fotovoltaica


poderia suprir o total de energia elétrica consumida no ano de 1998 no Brasil:

Tomando-se como referência um índice médio global de radiação solar


no Brasil de 1.800 kWh/m2 ao ano, o consumo total de energia elétrica
em 1998 (cerca de 300 TWh) e uma eficiência de conversão de 12%,
seriam necessários 1.400 km2 de coletores solares (0,016% do
território nacional), o que corresponde a somente 5% da área alagada
por usinas hidrelétricas no Brasil
(ANEEL, 2002, p.16).

A produção solar de energia não modifica o equilíbrio térmico do planeta, os


equipamentos utilizam parte da energia irradiada pelo sol como eletricidade útil antes de
ser degradada em forma de calor para o meio ambiente, não existem emissões de CO2 ou
gases tóxicos durante as etapas de geração, comuns quando tratamos de produção de
energia a partir de combustíveis fósseis. Então, a geração fotovoltaica acaba sendo menos
danosa ao meio ambiente, o que explica as crescentes adesões a esse tipo de energia nos
diferentes países do mundo.
A referencia [1] mostra que apenas no ano de 2010 houve no mundo crescimento de
72% no investimento em energia solar fotovoltaica (considerando os sistemas conectados
ou não-conectados à rede) e 81% em energia solar fotovoltaica conectada à rede.
Uma das soluções encontradas atualmente, que alia geração limpa à eficiência
energética, são os chamados Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede (SFCR). Essa
tecnologia vem apresentando alta taxa de adesão em diferentes países do mundo, e queda
gradual nos custos de implantação, apesar de ainda se mostrar uma alternativa cara frente
a outras soluções. Previsões dão conta que os SFCRs tornar-se-ão competitivos para
utilização em larga escala em 20 anos.
As centrais geradoras descentralizadas oferecem uma série de vantagens, dentre elas:
a) o atendimento rápido ao crescimento da demanda, por ter tempo de implantação
inferior a um empreendimento de grande porte; b) o aumento da estabilidade do sistema
elétrico, pela existência de reservas de gerações distribuídas; c) a redução das perdas na
transmissão e adiamento nos investimentos relativos à ampliação do sistema elétrico; d)
redução dos impactos ambientais nas geradoras que fazem uso de energias renováveis.
Com os SFCRs há o benefício da descentralização da produção energética, uma vez
que através deles é possível trazer a geração para mais perto das cargas e dos centros
urbanos, que são os que mais demandam energia elétrica, tornando o sistema mais
5

acessível e reduzindo custos relativos à transmissão, já que as cargas estarão mais


próximas à geração.
Essa modalidade de produção de energia é chamada de Geração Distribuída (GD).
Segue definição da ANEEL em sua Nota Técnica n° 0025/2011-SRD-SRC-SRG-SCG-
SEM-SRE-SPE/ANEEL:
Pode-se conceituar geração distribuída, de maneira genérica, como
aquela localizada próxima aos centros de carga, conectada ao sistema
de distribuição ou na própria unidade consumidora, de pequeno porte
e não despachada pelo ONS. No entanto, não há consenso no meio
acadêmico sobre o tamanho dessa geração [...]
(ANNEL, 2019, p. 3)

2 Energia Solar
A disponibilidade de radiação solar, também denominada energia total incidente
sobre a superfície terrestre, depende da latitude local e da posição no tempo (hora do dia
e dia do ano). Isso se deve aos movimentos de rotação e translação.

(Fonte: AMBIENTE BRASIL, 2020)


Figura 2. Representação das estações do ano (translação)

Com isso, as variações ficam bem mais visíveis nos países que ficam mais afastados
da linha do equador e regiões polares ou nos períodos de solstício onde o Sol, no seu
movimento aparente na esfera celeste, atinge o máximo afastamento angular do Equador,
ou seja, os dias são mais longos num hemisfério do que no outro prejudicando a captação
solar durante determinado período do ano. Como a maior parte do território brasileiro
está próximo à linha do equador as variações na irradiação solar, durante todo o ano, são
quase nulas.
6

Vale também ressaltar que a radiação solar vai varia de acordo com as condições
climáticas e atmosféricas podendo só uma parcela de radiação atingir a superfície devido
à reflexão e absorção dos raios solares pela atmosfera.

2.1 Utilização da Energia Solar


As aplicações potenciais de energia solar fotovoltaica são inúmeras desde forma
isolada da rede (eletrificação rural, as aplicações agrícolas, telecomunicações, etc.) até
sistemas ligados diretamente à rede (central produção de eletricidade, instalações em
edificações etc.).
No Brasil, devido às grandes dimensões do país e a ocorrência de muitas áreas onde
o Sistema Interligado Nacional não tem alcance, é comum a utilização de energia solar
na eletrificação de casas rurais. Estima-se que a utilização da energia solar fotovoltaica é
rentável se a distância para o mais próximo de rede elétrica é superior a 500 metros.
A radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica, para
aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de potência mecânica ou elétrica. Pode
ainda ser convertida diretamente em energia elétrica, por meio de efeitos sobre
determinados materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e o fotovoltaico.
O aproveitamento da iluminação natural e do calor para aquecimento de ambientes,
denominado aquecimento solar passivo, decorre da penetração ou absorção da radiação
solar nas edificações, reduzindo-se, com isso, as necessidades de iluminação e
aquecimento. Assim, um melhor aproveitamento da radiação solar pode ser feito com o
auxílio de técnicas mais sofisticadas de arquitetura e construção.
O aproveitamento térmico para aquecimento de fluidos é feito com o uso de coletores
ou concentradores solares. Os coletores solares são mais usados em aplicações
residenciais e comerciais (hotéis, restaurantes, clubes, hospitais etc.) para o aquecimento
de água (higiene pessoal e lavagem de utensílios e ambientes). Os concentradores solares
destinam-se a aplicações que requerem temperaturas mais elevadas, como a secagem de
grãos e a produção de vapor. Neste último caso, pode-se gerar energia mecânica com o
auxílio de uma turbina a vapor, e, posteriormente, eletricidade, por meio de um gerador.
Entre os vários processos de aproveitamento da energia solar, os mais usados
atualmente são o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica. No
Brasil, o primeiro é mais encontrado nas regiões Sul e Sudeste, devido a características
climáticas, e o segundo, nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades isoladas da rede
de energia elétrica.
7

Ainda em regiões longe da urbanização, vê-se a utilização da energia solar para


aplicação em equipamentos de comunicação em estações, normalmente equipamentos
meteorológicos, ambientais, telefones de emergência nas auto-estradas, repetidores, etc.
Entre outras aplicações tem-se:
• Sinalização: boias, balizas e luzes de navegação, de sinalização, iluminação
e de semáforos, sinalização ferroviária e sinalizando percursos nos
aeroportos;
• Proteção catódica de oleodutos e gasodutos. Qualquer metal enterrado no
solo ou na água afetadas por corrosão. A proteção catódica contra a corrosão
é alcançada através da aplicação de uma pequena diferença entre os
potenciais metais e o solo. A utilização da energia solar fotovoltaica, neste
tipo de aplicação é muito comum;
• Iluminação pública. Este alcance é limitado e está sendo implementado em
túneis, parques e estradas, autocarro, cartazes, etc.
• Sistemas de segurança e de emergência sirenes.
• Carregadores de baterias para veículos elétricos. Calculadoras, telefones
celulares e outros equipamentos eletrônicos.
• Bombeamento de água e sistemas de irrigação. Esta aplicação é excelente.
Estas aplicações têm a vantagem de que as exigências energéticas igualar o
tempo com mais dias ensolarados. Além disso, a montagem necessária para
bombear a água é muito simples e barato.
• Vedações eléctricas e de iluminação.
• Estufas: Circulação da água, iluminação e equipamentos HVAC.
• Satélites de todos os tipos.

2.1.1 Coletores para aquecimento

O principal aproveitamento da radiação solar através de coletores solar é para o


aquecimento de água para temperaturas inferiores a 100º C. Verificamos a utilização deste
tipo de aproveitamento em edifícios, hotéis, hospitais restaurantes, porém as maiores
demandas são no setor residencial, principalmente casas, em virtude da necessidade da
área para implantação das placas solares e do reservatório. A redução no custo de energia
é considerável com este tipo de tecnologia , mesmo considerando os custos iniciais dos
8

equipamentos, em virtude do chuveiro elétrico ser um dos eletrodoméstico que mais


consomem energia.
Segundo a Organização Não Governamental (ONG) Sociedade do Sol, existem 36
milhões de residências em todo país, se considerarmos hipoteticamente que em cada
residência haja quatro pessoas e cada uma mantenha o chuveiro ligado 15 minutos em
média e a potência do chuveiro seja de 5000W, teríamos um gasto de 18 milhões de kwh
por dia, só com chuveiros elétricos no país.

(Fonte: www.aquecedorsolaragua.com.br)
Figura 3. Esquema ilustrativo de um sistema de aquecimento solar.

2.1.2 Concentradores Solar

Este tipo de aproveitamento de radiação solar é mais utilizado em sistemas que


necessitam de temperaturas mais elevadas. Os concentradores solares possuem uma
superfície refletora normalmente com formas parabólicas ou esféricas, fazendo com que
os raios solares que incidem sejam refletidos para uma superfície muito menor,
denominada foco, onde fica localizado o material a ser aquecido. Este sistema se torna
muito oneroso em virtude da necessidade de equipamentos com dispositivos de
orientação os quais normalmente tem custo muito elevado.
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(Fonte: www.cebrac.com.br/usina-de-energia-solar/usina-solar-Greenpeace)
Figura 4. Concentrado em Usina Solar

(Fonte: www.aquecedorsolaragua.com.br/)
Figura 5. Esquema ilustrativo de Concentrador solar para fins de aquecimento de
água.

2.1.3 Placas Fotovoltaicas

Este tipo de energia é obtido com a conversão direta da radiação solar em


eletricidade, por meio de efeito de radiação sobre determinados materiais, principalmente
os semicondutores. Dois efeitos são destacados: (O efeito termoelétrico e o efeito
fotovoltaico).
O efeito Termoelétrico é obtido pelo surgimento de uma diferença de potencial,
proveniente das junções de dois metais, quando esta junção esta a uma temperatura mais
elevada do que as outras extremidades dos fios. Este tipo de eletricidade em função do
baixo rendimento e alto custo dos materiais, não tem grande utilização comercial.
O efeito fotovoltaico ocorre pela excitação dos elétrons de alguns materiais na
presença da radiação solar. Os materiais mais utilizados para a conversão da radiação
solar são as células fotovoltaicas de silício.
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(fonte: www.aquecedorsolaragua.com.br)
Figura 6. Ilustração de um sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica

2.2 Eficiência da Célula Solar

Como já conhecemos, a célula solar é um dispositivo semicondutor capaz de


transformar energia solar em corrente elétrica através do efeito fotovoltaico. Apesar de
ser um dispositivo onde à sua alimentação se encontra em abundância e da sua
praticidade, pois de qualquer ponto do planeta podemos instalar uma placa solar e utilizar
da energia do mesmo, o que ainda é preocupante é a questão da sua eficiência energética.
O processo de captura é feito colocando contatos de metal na parte superior e na
parte inferior da célula fotovoltaica, quando a luz atinge a célula, certa quantidade dessa
luz é absorvida pelo material semicondutor (metal). Isso significa que a energia da luz
absorvida é transferida para o semicondutor. A energia arranca os elétrons fracamente
ligados, permitindo que eles possam fluir livremente, daí temos a corrente elétrica.

(Fonte: Australian CRC for Renewable Energy Ltd)


Figura 7. Conversão direta da radiação solar em eletricidade.

O intrigante é o seu baixo rendimento e a dificuldade para a evolução dessa


tecnologia. Segundo SANTOS (2009), nos anos 60 os dispositivos de maior eficiência
não ultrapassavam 14% de eficiência energética, nos dias atuais essa eficiência beira a
11

casa dos 20% portanto uma grande parcela da energia fornecida não é aproveitada. Esse
crescimento é relativamente baixo para a velocidade com que as energias não renováveis
ou fósseis crescem no mercado de fornecimento de energia.
Outro fator de importância é a questão custo-benefício, pois, para estar no mercado
é preciso ter retorno e, o principal, preço baixo, coisa que não acontece quando falamos
de energia solar.
Existem três tipos de células solares que variam de acordo com preço e eficiência,
como podemos ver a seguir:

Células mono-cristalinas
Representam a primeira geração. O seu rendimento elétrico é relativamente elevado,
mas as técnicas utilizadas na sua produção são complexas e caras. Por outro lado, é
necessária uma grande quantidade de energia no seu fabrico, devido à exigência de
utilizar materiais em estado muito puro e com uma estrutura de cristal perfeita.

(Fonte: Australian CRC for Renewable Energy Ltd)


Figura 8. Placa solar composta por células mono-cristalinas.

Células poli-cristalinas
Têm um custo de produção inferior por necessitarem de menos energia no seu
fabrico, mas apresentam um rendimento elétrico inferior. Esta redução de rendimento é
causada pela imperfeição do cristal, devido ao sistema de fabrico.
12

(Fonte: Australian CRC for Renewable Energy)


Figura 9. Placa solar composta por células poli-cristalinas

Células de silício amorfo


São as que apresentam o custo mais reduzido, mas em contrapartida o seu rendimento
elétrico é também o mais reduzido. As células de silício amorfo são películas muito finas,
o que permite serem utilizadas como material de construção, tirando ainda o proveito
energético.

(Fonte: Australian CRC for Renewable Energy)

Figura 10. Placa solar de silício amorfo (flexível)

(Fonte: GREEN, 2000)

Figura 11. Comparativo das tecnologias de placa fotovoltaicas


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O fabrico dos módulos fotovoltaicos necessita tecnologia muito sofisticada


necessitando de um custo de investimento elevado. O rendimento real de conversão dum
modulo é reduzido (o limite teórico máximo numa célula de silício cristalino é de 28%),
isso é relativamente ínfimo quando comparado ao custo do investimento.
Os geradores fotovoltaicos raramente são competitivos do ponto de vista econômico,
comparado a outros tipos de geradores (ex. geradores a gasóleo). A exceção restringe-se
a casos onde existam reduzidas necessidades de energia em locais isolados da rede elétrica
e/ou em situações de grande preocupação ambiental.
Quando é necessário proceder ao armazenamento de energia sob a forma química
(baterias), o custo do sistema fotovoltaico torna-se ainda mais elevado.

2.3 Tipos de Utilização da Energia Solar


A energia solar tem infinitas possibilidades. As instalações solares fotovoltaicas
interligadas à rede elétrica pública podem apresentar duas configurações distintas:
integrada a uma edificação ou de forma centralizada como em uma usina central geradora
convencional.
Quando integrada a uma edificação, as placas podem ser instaladas no telhado,
coberturas ou na fachada da edificação, ficando, portanto junto ao ponto de consumo,
como mostra a figura a seguir.
As vantagens deste tipo são:
- Não requer área extra e pode, portanto, ser utilizada no meio urbano, próximo ao
ponto de consumo.
- Eliminar perdas por transmissão e distribuição da energia elétrica como ocorre com
usinas geradoras centralizadas.
Pode também estar instalada de forma centralizada, como em uma usina central
geradora convencional, normalmente a certa distância do ponto de consumo, como mostra
a figura a seguir. Neste último caso existe, como na geração centralizada convencional, a
necessidade dos complexos sistemas de transmissão e distribuição tradicionais e dos
custos envolvidos.

As vantagens deste tipo são:

- Não requer área extra e pode, portanto ser utilizada no meio urbano, próximo ao ponto
de consumo.
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- Eliminar perdas por T&D da energia elétrica como ocorre com usinas geradoras
centralizadas

- Não requerer instalações de infra-estrutura adicionais.

- Os painéis fotovoltaicos podem ser também considerados como um material de


revestimento arquitetônico (redução de custos).

- Deixam a edificação uma aparência estética inovadora e high tech.

- Trazer uma imagem ecológica associada ao projeto, já que produz energia limpa e de
fonte virtualmente inesgotável.

2.5 ENERGIA SOLAR NO MUNDO


2.5.1 A Indústria Solar Chinesa

Ao longo dos últimos anos os fabricantes de painéis solares na China construíram


novas fábricas e inundaram o mercado com painéis solares de baixo custo derrubando
preços, que caíram 50 por cento no ano de 2011, reduzindo ou eliminando margens de
lucro e forçando empresas de painéis solares de outros países para fora do mercado. Além
disso, o modelo ocidental de painéis, utilizando finas películas de telureto de cádmio, é
menos eficiente que os painéis solares de silício feitos por fabricantes na China. De acordo
com um estudo realizado pelo Landesbank Baden-Wurttemberg, banco sediado em
Stuttgart, no caso da Alemanha, sem a garantia do governo de um retorno sobre
investimentos, o corte de incentivos irá provocar que quase todos os fabricantes alemães
de células solares saiam do negócio.
Em outros países, o caminho ainda é longo, mesmo com a Lei de Recuperação e
outras legislações voltadas para o aumento do mercado de energia solar nos EUA.
Se as já estabelecidas empresas de energia solar na Alemanha não podem competir
com a China, como as novas empresas de energia solar dos EUA irão suportar? Este é o
grande desafio no crescimento da sua matriz energética renovável.
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3 Resultados

Tempo Energia
medio media
de uso Potencia Dias de diria Energia media
Eletrodomésticos Qtd (horas) (Watt) utilizacao (kWh) mensal (kWh)
Máquina de
lavar roupas 1 2 10 0,74 7,42
Geledeira 1 24 30 12 360
Fogão 1 0,15 30 0 0,002
Microondas 1 0,5 30 0,7 21
Freezer 1 24 30 2,52 75,6
Ventilador 1 8 30 1,12 33,6
TV 2 8 30 2,32 69,6
Batedeira 1 0,75 8 0,26 2,1
Ferro de passar
roupas 1 1 8 1,2 9,6
Air fryer
(fritadeira
elétrica) 1 0,75 30 0,95 28,58
Aspirador de pó 1 1,5 8 1,88 15
Cafeteira
elétrica. 1 1 30 1,17 35,1
Total 24,9 657,6

3.1 Dimensionamento do Painel Solar


O sistema a ser dimensionado deverá gerar um mínimo de 657,6 Watts por dia,
para atender ao consumo da residência.
Considerando o valor da menor radiação diária local, fornecida pela “Cresesb”
baseado nas coordenadas (latitude=12,97110º e longitude=38,510833º ) do local do
imóvel, obtemos o valor da insolação diária de aproximadamente 6 horas, (tabela em
anexo).
Considerando o valor de insolação = 3,94 horas temos : 657,6 Watts / 3,94 horas
= 166,9036 Watts / hora.
Será necessário um conjunto de painéis que gere no mínimo 170,0 Wh. Teremos
que fazer a associação de vários painéis, interligados para obter a potencia necessária.
Utilizou-se 6 painéis de Si-Cristalino da Sunlab Power, conforme discriminado a
seguir:
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Código : 91012
Modelo: S-125
Dimensões: 1450 x 654 x 36 mm
Peso: 11,0 Kg.
Potencia: 125 Wp.
Volts : 17,1Vcc.
Ampéres: 7,3 A.
Tipo de célula: Si-Multicristalino.
Interconexão máxima: 36 unidades.

Tem-se então : 6 painéis x 125Wp = 750 Watts hora, Wh que é um valor superior,
ao necessário (657,6 Watts hora),ficando o valor que ultrapassou como reserva,
interligadas em paralelo ( a tensão se manterá e as correntes se somarão).
Observação: O local de instalação dos painéis, deve ser seguro, evitando a acesso
de pessoas e animais, e em locais onde na tenham sombreamento.

3.2 Dimensionamento do Controlador de Carga

O dimensionamento do controlador de carga será definido pela tensão do sistema


e pela maior corrente exigida. A capacidade do controlador deve superar a corrente dos
painéis ou as de consumo. Corrente do consumo diário = 657,6 Watts hora / 12 V =
54,8 Ampere hora, Ah. Corrente da geração diário = 750,00 Wh / 12 V = 62,50 Ah.
Utilizaremos a maior corrente de (62,50 Ah) para escolher o controlador, discriminado a
seguir:

Controlador de carga solar inteligente SLC/LZP


Código : 91104
Modelo: SLC-30
Capacidade 30Ah.
Volts : 12/24 V.

Observação: Será necessário a divisão da carga em quatro (03) controladores de


30 Ah, totalizando 90 Ah, que será maior que o necessário ( 62,50 Ah.). Como a
corrente total superou a capacidade de um controlador, devemos dividir a instalação da
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residência em uma ou mais linha(barramentos de energia, considerando o


balanceamento das cargas.

3.3 Dimensionamento das Baterias

Total da corrente produzida pelo painel = 750,0 Wh.


Total da corrente = 750,0 Wh x 3,94 horas = 2.955,0 Wdia.

C1 = C diário / rendimento inversor


C1 = 2.955,0 Wdia / 0,85
C1 = 3.479,47 Wdia

C2 = C1 / rendimento controlador
C2 = 3.479,47 Wdia / 0,90
C2 = 3.862,75 Wdia

C3 = C2 x Q (Q = quantidades de dias sem sol = 2)


C3 = 3.862,75 Wdia x 2
C3 = 7.725,49 Wdia

C4 = C3 / probabilidade de descarga
C4 = 7.725,49 Wdia / 0,30
C4 = 25.751,63 Wdia

C5 = C4 / V
C5 = 25.751,63 Wdia / 12
C5 = 6.552,58 Ah/dia = 1.667,32 Ah
C5 = 1.667,32 Ah

Utilizou-se a 15 baterias com capacidade de (115Ah), que totaliza 1.725,00 Ah,


conforme discriminado a seguir:

Bateria Spiralcell de eletrólito absorvido (yelllow).


Código : 93508
Dimensões: 330 x 172 x 240 mm
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Peso: 27,1 Kg.


Capacidade 115Ah.
Volts : 12 V.

3.4 Dimensionamento dos Inversores:

Em virtude da energia provenientes dos painéis e baterias, são em corrente


continua (CC) e os equipamentos utilizados na residência são para corrente alternada
(CA), temos necessidade de utilizar inversores para modificar a tensão de entrada de 12
Volts de entrada, para 110 Volts de saída e a corrente continua em alternada.

A capacidade do inversor a ser utilizado será de 750,0 Wh x 1,20 = 900,0 Wh

Utilizou-se o inversor (1500W), conforme discriminado a seguir:

Código : 92805
Capacidade 1500W.
Volts : 12V dc – 110 Vac

3.5 Custos totais para a implantação total do projeto solar.

➢ Painéis Solares Si 6 x 600,00 = 3.600,00


➢ Controlador de carga 3 x 255,00 = 765,00
➢ Baterias Spiracell 15 x 1.100,00 = 16.500,00
➢ Inversor Xantrex 1 x 1.410,00 = 1.400,00
➢ Custo total do sistema R$ 21.005,00

3.6 TEMPO DE AMORTIZAÇÃO DOS GASTOS

657,6 kWh/mês x R$ 0,85 = R$ 558,96 x 12 meses = R$ 6.707,52;

Tempo de Amortizacao: [Custo Total da Instalacao / Custo Anual de Consumo] =


= (21.005,00) / (6.707,52) = 3,13 anos;

Em aproximadamente 3 anos e 2 meses haverá uma amortização do custo total com


a instalacao deste sistema solar fotovoltaico.
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4 Conclusões

Como resultado deste trabalho esperou-se demonstrar, o conteúdo absorvido acerca


do desenvolvimento da geração de energia solar no Brasil para que ela possa se tornar
uma fonte competitiva no país.
Referências

[1] ANEEL. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de Energia Elétrica


do Brasil. Brasília, 2008.

[2] BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Plano Nacional
de Energia 2030. Brasília, 2007.

[3] CPEE. CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELÉTRICA. Manual de Engenharia


para Sistemas Fotovoltaicos. Rio de Janeiro, 1999.

[4] GREEN, M. 1982. Solar Cells – Operating Principles, Technology and System
Applications. Sydney: Prentice Hall, 1982, p. 289.

[5] GREEN, M.. Progress in Photovoltaics: Research and Applications. Sydney, V. 8. P.


377-384, 2000.

[6] HOVEL, H. J. 1975. Solar Cells. 1975, New York: Academic Press, p. 251.

[7] IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sinopse do Censo


Demográfico 2010. Disponível em: <
http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=P13&uf=00> . Acesso: 10 de
Março de 2021.

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