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REALIZAÇÃO:

III JORNADA VOZES, AÇÕES E SABERES


DE MULHERES NEGRAS POR JUSTIÇA
REPRODUTIVA E DIREITO AO ABORTO
APOIO:
O QUE É JUSTIÇA REPRODUTIVA?

É o bem-estar mental, espiritual, social e econômico, individual e coletivo derivado da realização e


proteção dos direitos humanos das mulheres (trans e cis), homens trans, meninas (trans e cis) e
meninos trans. A Justiça Reprodutiva só pode ser alcançada quando todes nós tivermos poder
econômico, social, político e recursos para tomar decisões saudáveis sobre nossas próprias
trajetórias, em todas as áreas de nossas vidas, individual e coletivamente.
COMO SURGIU O CONCEITO DE JUSTIÇA REPRODUTIVA?

O Conceito de Justiça Reprodutiva foi construído por um grupo de mulheres negras denominando
Mulheres Afrodescendentes por Justiça Reprodutiva (Women of African Descent for Reproductive
Justice) em novembro de 1994, durante a Conferência da Aliança pró-escolha de Illinois. Em 1997 a
SisterSong Coletivo de Mulheres de Cor e Saúde Reprodutiva Coletiva (SisterSong Women of Color
Reproductive Health Collective) foi formado por 16 mulheres de organizações mulheres negras e
asiáticas que começou a popularizar o termo Justiça Reprodutiva.
A Justiça Reprodutiva surgiu não somente para explicar a luta por direitos
reprodutivos e saúde reprodutiva, mas para redesenhar estratégias das lutas
por justiça social, racial e ambiental de mulheres negras e de suas
comunidades, relacionando nossas trajetórias reprodutiva e sexual à busca
por cidadania, dignidade e bem-viver em todos os espaços de vida,
individual e coletiva.
O QUE É OPRESSÃO REPRODUTIVA?

Historicamente as instituições estatais, familiares e da sociedade controlam e exploram gravemente


mulheres negras (trans e cis), homens negros trans, meninas negras e meninos negros trans, através
de nossos corpos, forças de produção e reprodução, bem como da sexualidade. A isto chamamos de
opressão reprodutiva. A opressão reprodutiva é mais um mecanismo de repetição da hierarquia social
atravessado por classe, gênero, sexualidade, capacidade, idade e situação de imigração que com o
racismo, ganha contornos ainda mais cruéis. Assim, temos que combater a opressão reprodutiva com
esforços para enfrentar o racismo, promover equidade racial, social, defender os direitos humanos
para a realização da Justiça Reprodutiva.
O QUE É A LUTA POR JUSTIÇA REPRODUTIVA?
A luta por Justiça Reprodutiva está presente quando exigimos uma política integral que
garanta as nossas vidas, livrando-nos da mortalidade materna, do aborto inseguro e
garantido o direito de ter filhas e filhos (maternidade) e de ser mãe e acompanhar o
crescimento saudável de suas filhas e filhos (maternagem).

Mas agir politicamente por justiça reprodutiva não se resume a ampliar direitos
sexuais e reprodutivos.Também é luta por justiça reprodutiva quando mulheres
negras se movimentam por melhores condições de vida, saneamento básico,
alimentação saudável, moradia adequada, oferta e acesso a serviços públicos,
segurança cidadã e baseada em direitos humanos e no desencarceramento, vida
livre de discriminação, ambiente não degradado ou poluído.

Assim, para as injustiças e iniquidades serem revertidas e este marco de justiça se tornar
realidade, mudanças devem ser feitas nos níveis individual, comunitário, institucional e
social para acabar com todas as formas de opressão, para que mulheres e meninas
possam prosperar, ter cidadania e dignidade plena e se autodeterminarem.
COMO ESTAMOS PENSANDO E PAUTANDO JUSTIÇA
REPRODUTIVA?

CRIOLA tem se concentrado em pautar a Justiça


Reprodutiva como chave em nossa luta por bem-viver e
para compreender as trajetórias reprodutivas e sexuais de
mulheres negras (trans e cis) e homens trans negros
mediadas e diretamente relacionadas aos percursos de
(in)justiça racial e social.
No ano de 2017, em ação no Supremo Tribunal Federal que debate
a descriminalização do aborto (ADPF 442), com recorde de
participação da sociedade civil organizada pela figura do amicus
curiae, CRIOLA estruturou seus argumentos na ADPF 442 a partir
da Justiça Reprodutiva e na centralidade da luta histórica de
mulheres negras por saúde sexual e reprodutiva.
Em 03 de agosto de 2018, CRIOLA apresentou seus argumentos
fundados em Justiça reprodutiva para mulheres pretas e pardas,
através da sustentação oral de Fernanda Lopes frente ao Supremo
Tribunal Federal em audiência pública que contemplou em fala mais
de 50 organizações.
Em 23 de novembro de 2018, CRIOLA promoveu a oficina
“Ampliando Capacidades para a Defesa dos Direitos Humanos,
Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos de Adolescentes, Jovens e
Mulheres Negras” para ampliar sua comunicação e ação política
para os direitos sexuais e reprodutivos e Justiça Reprodutiva, o
direito à saúde e os direitos humanos de mulheres negras (trans e
cis) e homens negros trans.
Já em 2019, pela saúde sexual e reprodutiva de mulheres negras
(cis e trans) e de homens negros trans em tempos políticos ainda
mais difíceis, CRIOLA realizou em 23 de maio a jornada “Desafios
para a Efetivação dos Direitos Sexuais e Reprodutivos das
Mulheres Negras em Tempo de Retrocesso” para debater política
sexual e reprodutiva nos dias atuais, justiça reprodutiva, racismo,
aborto e as implicações das restrições de direitos sexuais e
reprodutivos para as mulheres negras.
Em 07 e 08 de junho de 2019, durante o “III Ciclo de Debates:
Justiça para as Mulheres Negras em Situação de Prisão Provisória
no Estado do Rio de Janeiro” promovido por CRIOLA, foi realizada a
mesa “Caminhos da luta pelo desencarceramento: pautando o
desencarceramento provisório de mulheres negras em busca de
Justiça Racial, Social, Sexual e Reprodutiva”.
Em outubro de 2019, ainda na missão de refletir e debater sobre
Justiça Reprodutiva no Brasil, foi lançada chamada para o Caderno
Sisterhood do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Raça e
Saúde (NEGRAS/UFRB) em parceria com o Blog População Negra
e Saúde, CRIOLA e Niketche: Transformando Realidade.
A parceria entre as organizações ainda proporcionou o debate
sobre o tema durante a Oitava edição do Congresso de Ciências
Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco – “Igualdades nas
Diferenças: enfrentamentos na construção compartilhada do bem-
viver e o SUS”. Durante o evento, no dia 29 de setembro
representantes de Niketche: Transformando Realidade, Blog
População Negra e Saúde e Criola promoveram a mesa de debates
“Justiça Reprodutiva: Conceito-potencia para a Equidade Racial em
Saúde”.
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