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Aula 03

Direito Penal p/ PM-PI (Soldado) Com videoaulas - 2019

Renan Araujo, Time Renan Araujo


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DAS PENAS: PRINCÍPIOS. ESPÉCIES; COMINAÇÃO.

1! DAS PENAS .............................................................................................................. 3!
1.1! Conceito ................................................................................................................................... 3!
1.2! Princípios .................................................................................................................................. 3!
1.3! Finalidade: teorias .................................................................................................................... 4!
1.3.1! Teoria absoluta e sua finalidade retributiva ................................................................................................................ 4!
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1.3.2! Teoria relativa e sua finalidade preventiva .................................................................................................................. 4!
1.3.3! Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade .................................................................. 5!

1.4! Espécies .................................................................................................................................... 5!


1.5! Penas em espécie ..................................................................................................................... 6!
1.5.1! Privativa de liberdade .................................................................................................................................................. 7!
1.5.2! Penas restritivas de direitos ...................................................................................................................................... 11!

1.6! Pena de multa ........................................................................................................................ 20!


2! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ..................................................................... 22!
3! SÚMULAS PERTINENTES ........................................................................................ 29!
3.1! Súmulas do STF ...................................................................................................................... 29!
3.2! Súmulas do STJ ....................................................................................................................... 29!
4! RESUMO ................................................................................................................ 30!
5! EXERCÍCIOS PARA PRATICAR .................................................................................. 36!
6! EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................................... 41!
7! GABARITO ............................................................................................................. 53!


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Olá, meus amigos concurseiros!



Hoje é dia de entrarmos na “Teoria Geral da Pena”. Veremos as espécies de pena e sua
cominação. Trata-se de um tema relativamente complexo, então estudem com bastante atenção!

Bons estudos!
Prof. Renan Araujo


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1! DAS PENAS

1.1! CONCEITO

Se a conduta incriminada pelo tipo penal incriminador é um preceito primário, a pena (sanção
penal) a ele cominada (prevista) é o que se pode chamar de preceito secundário.
A pena criminal é, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal que se aflige a alguém em
razão da prática de um delito2. O conceito não se confunde, porém, com os fins (ou finalidades) da
pena.
A pena possui como pressuposto de sua aplicação a culpabilidade do agente3. Já as medidas
de segurança não possuem a culpabilidade como pressuposto de sua aplicação (até porque o agente
não é plenamente imputável, não possuindo, portanto, culpabilidade), mas sim a periculosidade.
Isto é importante!
A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao indivíduo que transgride
a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem jurídico do
condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo.

1.2! PRINCÍPIOS

Alguns princípios norteiam a Teoria Geral da Pena:


a) Reserva legal ou legalidade estrita – Somente a Lei (em sentido estrito) pode cominar penas:
“Nulla poena sine lege”. Está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP;
b) Anterioridade – A Lei que prevê a pena para a conduta deve ser anterior à prática do crime: “Nulla
poena sine praevia lege”. Também está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP,
sendo, juntamente com o princípio da reserva legal, subprincípios do princípio da LEGALIDADE;
c) Intranscendência da pena – A pena deve ser cumprida somente pelo condenado, não podendo,
em caso de morte deste, ser transferida aos seus familiares, salvo a obrigação de reparar o dano e o
perdimento de bens, que podem ser cobrados dos sucessores até o limite do patrimônio transferido
pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa, embora patrimonial, não pode ser cobrada
dos sucessores!
d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Presentes os requisitos para a condenação, a
pena não pode deixar de ser imposta e cumprida. É mitigado, atualmente, por institutos como o
sursis, o livramento condicional, etc.;


1
BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2011. Tomo I, p. 99.
2
MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos Aires: Ed. B. de F., 2003, p. 49.
3
DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo I, p. 46-47


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e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não pode desrespeitar os direitos
fundamentais do indivíduo, violando sua integridade física ou moral, e também não pode ser de
índole cruel, desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição);
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve ser proporcional à gravidade
da infração cometida e também deve ser suficiente para promover a punição ao infrator e sua
reeducação social;
g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de maneira individualizada para
cada infrator em cada caso específico. Essa individualização se dá em três fases distintas: a)
cominação: O legislador deve prever um raio de atuação para o Juiz aplicar a pena no caso concreto,
estabelecendo penas mínimas e máximas, de forma que o Juiz possa aplicar a quantidade de pena
que achar conveniente no caso concreto; b) aplicação: Saindo da esfera legislativa, passamos à
esfera judicial, segunda etapa, que consiste na efetiva aplicação individualizada da pena, que será
imposta conforme as circunstâncias do crime e os antecedentes do réu, de acordo com a margem
estabelecida pelo legislador; c) Na terceira e última fase temos a aplicação deste princípio na
execução da pena (esfera administrativa), de forma que o cumprimento da pena, progressão de
regime, concessão de benefícios devem ser analisados no caso concreto, e não abstratamente, pois
entende-se que “cada caso é um caso”, e não cabe ao legislador retirar do Juiz a possibilidade de
analisá-lo e proceder da forma que melhor atenda aos anseios da sociedade. Está previsto no art.
5°, XLVI da Constituição da República.

1.3! FINALIDADE: TEORIAS

Quanto à finalidade da pena, três teorias surgiram:

1.3.1! Teoria absoluta e sua finalidade retributiva

Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu uma transgressão à
ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. Não há nenhuma finalidade educacional de
reinserção do indivíduo à vida social. A pena é mero instrumento para a realização da vingança
estatal. Trata-se de um imperativo categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser punido,
independentemente de qualquer outra finalidade).4

1.3.2! Teoria relativa e sua finalidade preventiva

Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de novos crimes. Essa
prevenção pode ser:


4
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 1996, p. 12


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⇒! Prevenção Geral – Busca controlar a violência social, de forma a despertar na sociedade


o desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser negativa5, quando busca criar um
sentimento de medo perante a Lei penal, ou positiva, quando simplesmente se busca
reafirmar a vigência da Lei penal.
⇒! Prevenção especial – Não se destina à sociedade, mas ao infrator, de forma a prevenir
a prática da reincidência. Também pode ser negativa, quando busca intimidar o
condenado, de forma a que ele não cometa novos delitos por medo, ou positiva, quando
a preocupação está voltada à ressocialização do condenado (Infelizmente, não há uma
preocupação com isto na prática).

1.3.3! Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade

Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao infrator, mas também como
medida de prevenção, tanto em relação à sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção geral e
especial). Além de consagrada na maioria dos países ocidentais6, foi a adotada pelo art. 59 do CP,
que diz:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

1.4! ESPÉCIES

Quanto às espécies, as penas podem ser:


a) Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à liberdade de locomoção, por
determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição). Máximo
de 30 anos para crimes (art. 75 do CP) e de 05 anos para contravenções penais (art. 10 da Lei de
Contravenções Penais);
b) Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de liberdade, limitam (restringem)
o exercício de algum direito do condenado. Estão previstas no art. 43 do CP e em alguns dispositivos
da Legislação Especial;
c) Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado;
d) Restritiva de liberdade – Restringem, mas não retiram o direito de locomoção do
condenado. Na verdade, trata-se de uma espécie de pena restritiva de direitos. Exemplo: Proibir o
marido de se aproximar da casa da ex-esposa no caso de violência doméstica;


5
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91.
6
DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470


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e) Penas corporais – Trata-se de castigos aplicados ao corpo do indivíduo. É espécie de pena


vedada pela Constituição Federal (art. 5°, XLVII, e).

O CP previu, em seu art. 32, as penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa.
Este quadro esquemático vai ajudar na compreensão de vocês:
RECLUSÃO

PRIVATIVAS DE
DETENÇÃO
LIBERDADE

PRISÃO SIMPLES

PRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA
ESPÉCIES DE PENAS
PERDA DE BENS E
VALORES

PRESTAÇÃO DE
RESTRITIVA DE
SERVIÇOS À
DIREITOS
COMUNIDADE
INTERDIÇÃO
TEMPORÁRIA DE
MULTA DIREITOS

LIMITAÇÃO DE FINAL
DE SEMANA


Estas penas podem ser cominadas:

⇒! Isoladamente – A Lei prevê a aplicabilidade de apenas uma espécie de pena. Exemplo: art.
121 do CP – Pena de reclusão;
⇒! Cumulativamente – A Lei prevê a aplicabilidade conjunta de duas espécies de penas.
Exemplo: art. 155 do CP – Pena de reclusão e multa;
⇒! Alternativamente – A Lei comina, alternativamente, duas espécies de pena. Exemplo: art. 331
do CP: Detenção ou multa.

Todavia, é bom ressaltar que as penas restritivas de direitos, como regra, apenas substituem
as penas privativas de liberdade, não sendo cominadas de forma isolada.

1.5! PENAS EM ESPÉCIE


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1.5.1! Privativa de liberdade

Como já vimos, o Direito Penal pátrio admite três espécies de penas privativas de liberdade:
reclusão, detenção e prisão simples (somente para as contravenções penais).
O regime de cumprimento de cumprimento da pena está previsto no art. 33, § 1° do CP, e
pode ser fechado, semiaberto ou aberto7.
O regime inicial de cumprimento da pena (fechado, semiaberto ou aberto) tem como regra o
seguinte: pena de reclusão – Qualquer regime inicial; pena de detenção – Regime inicial somente
semiaberto ou aberto.
A fixação, em concreto, do regime inicial de cumprimento da pena irá variar conforme três
fatores: reincidência, quantidade da pena e circunstâncias judiciais. Além disso, a própria Lei
estabelece que a pena seja executada de forma progressiva (de um regime mais gravoso para outro,
menos gravoso), ressalvada a hipótese de regressão (passagem de um regime menos gravoso para
outro, mais gravoso), em qualquer caso, atendendo-se ao mérito do condenado, nos termos do art.
33, §§ 2°, 3° e 4° do CP.8


CUIDADO! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a fixação do regime semiaberto
aos condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais sejam favoráveis.
Vejamos:
Súmula 269 do STJ
É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou
inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.


7
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto,
salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
8
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes
critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la
em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do
dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)


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Além disso, na fixação do regime inicial de cumprimento da pena, não pode o Juiz fixar regime
mais gravoso do que aquele abstratamente previsto tendo em conta a pena aplicada, tendo como
base unicamente a gravidade abstrata do delito.
O STF possui dois verbetes de súmula muito importantes sobre o tema:
SÚMULA 718
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA
PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

SÚMULA 719
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE
MOTIVAÇÃO IDÔNEA.

1.5.1.1!Regras do regime fechado
As regras do regime fechado são, basicamente, três:
⇒! Submissão a exame criminológico9 inicial (O STJ passou a entender que ele agora é
facultativo – SÚMULA 439 DO STJ);
⇒! Submissão a trabalho durante o dia e descanso isolado durante a noite;
⇒! Trabalho em comum (junto com outros presos) dentro do estabelecimento, SENDO
ADMISSÍVEL O TRABALHO EXTERNO em obras públicas (Necessário cumprimento de ao
menos 1/6 da pena).

O trabalho durante o regime de cumprimento da pena é obrigatório, e a recusa caracteriza
falta grave, nos termos do art. 50, IV da LEP (Lei de Execuções Penais), acarretando impossibilidade
de obtenção da progressão de regime e livramento condicional. Em resumo: O preso pode se negar
a trabalhar (até porque, não há como obrigá-lo fisicamente a isso), mas a recusa injustificada (se
tiver problemas de saúde, por exemplo, é uma recusa justificada) gera consequências gravíssimas
para ele.
O trabalho do preso é remunerado e ele tem direito, ainda, aos benefícios da previdência
social. Isso é bastante importante, pois o preso foi condenado a uma pena “privativa de liberdade”,
ou seja, o único direito do qual ele está privado é a liberdade. Assim, o preso não se tornou um
escravo do Estado, devendo receber pelo seu trabalho, como qualquer pessoa.

1.5.1.2!Regras do Regime semiaberto
O regime semiaberto é bem menos gravoso que o regime fechado, e possui como regras:
⇒! Exame criminológico inicial (O STJ passou a entender que ele agora é facultativo – SÚMULA
439 DO STJ);


9
O exame criminológico tem por finalidade permitir a individualização da pena (um dos princípios da pena) em sua terceira fase, em homenagem
ao disposto no art. 5°, XLVI da Constituição:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


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⇒! Trabalho diurno em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, com descanso


isolado à noite;
⇒! Admissão do trabalho externo, BEM COMO FREQUÊNCIA A CURSOS SUPLETIVOS
PROFISSIONALIZANTES, DE INSTRUÇÃO DE SEGUNDO GRAU OU SUPERIOR.

Vejam que as regras, embora parecidas, não são idênticas. Nesse regime o condenado pode
trabalhar fora do estabelecimento de cumprimento da pena (em qualquer trabalho, e não apenas
em obras públicas), bem como estudar.
Além disso, o preso deve ficar recolhido em estabelecimento próprio (colônia agrícola,
industrial ou similar), e não em presídio comum, onde se encontram os presos em regime fechado.


Mas e se não houver vagas nos estabelecimentos especiais (colônias), o que fazer? O STF entende
que se não houver vagas no regime semiaberto, o preso não pode arcar com essa deficiência do
Estado, pois é um direito seu. Desta forma, não pode o preso continuar no regime fechado. Por
consequência, a lógica determina sua transferência diretamente para o regime aberto ou prisão
domiciliar.


O regime aberto é o mais brando dos três regimes de cumprimento da pena privativa de
liberdade, e baseia-se no senso de responsabilidade e autodisciplina do preso. Regras básicas:
⇒! Trabalho diurno fora do estabelecimento e sem vigilância, frequência à curso ou outra
atividade autorizada, bem como recolhimento noturno e nos dias de folga;
⇒! Transferência para regime mais gravoso no caso de prática de crime doloso, frustração dos
fins da execução (basicamente, a fuga), ou ausência do pagamento da pena de multa.

Onde se dá o recolhimento do preso, e o que ocorre se não houver vagas no regime aberto?
O recolhimento noturno do preso no regime aberto se dá em casa de albergado, que é um prédio
urbano, separado dos demais estabelecimentos prisionais e que não deva possuir características de
prisão, principalmente no que se refere à existência de obstáculos físicos para a fuga. Caso não haja
vagas no regime semiaberto (são raríssimas as casas de albergado), o STF e o STJ firmaram
entendimento no sentido de que deve o preso ficar recolhido à prisão domiciliar10.


10
STJ - REsp 1201880/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 14/05/2013) e STF - HC
122313, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 23/02/2016, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG 29-04-2016 PUBLIC 02-05-2016).


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1.5.1.3!Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da pena


Conforme havia dito a vocês, a pena privativa de liberdade atinge somente um direito do
preso: a liberdade (óbvio, não?).
Assim, o preso mantém todos os direitos inerentes à pessoa humana, como o respeito à sua
integridade física e moral. O respeito à integridade física e moral, inclusive, possui índole
constitucional (art. 5°, XLIX da Constituição).11
Em razão disso, o STF decidiu regulamentar o uso de algemas, editando a súmula vinculante
n° 11, que diz:
SÚMULA VINCULANTE Nº 11
SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO RECEIO DE FUGA OU DE
PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA, POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS,
JUSTIFICADA A EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, CIVIL E
PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE NULIDADE DA PRISÃO OU DO ATO PROCESSUAL A QUE SE
REFERE, SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.

O direito ao recebimento de salário pelo seu trabalho realizado no estabelecimento
prisional, bem como o direito à integrar a previdência social também são assegurados ao preso,
conforme foi dito.12
E se antes do início do cumprimento da pena sobrevier ao condenado doença mental? O CP
diz que o condenado, neste caso, deve ser recolhido a Hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico, ou outro estabelecimento adequado.13


CUIDADO! Se a doença mental sobrevém após o início da execução da pena, aplica-se o art. 183 da
LEP, que autoriza o Juiz a substituir a pena privativa de liberdade por medida de segurança.


O Código Penal estabelece, ainda, o fenômeno da Detração, que é o abatimento do tempo
de cumprimento da pena imposta, em razão do tempo que o condenado permaneceu preso
provisoriamente, administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos previstos
no art. 41. Vejamos:


11
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
12
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua
integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
13
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro
estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


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Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória,
no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Por fim, há ainda a previsão de regime de cumprimento de pena especial às presidiárias
mulheres, que devem ser recolhidas a estabelecimento próprio.14
Trata-se de regra que materializa o direito previsto no art. 5°, XLVIII da constituição, que trata
do cumprimento da pena em estabelecimentos prisionais adequados.15
Na Lei de Execuções Penais, inclusive, há regramento específico para o tratamento das
presidiárias gestantes e que estejam em fase de amamentação, bem como dispõe sobre a existência
de creches para que as mães presidiárias não sejam privadas da companhia de seus filhos, e vice-
versa.

1.5.2! Penas restritivas de direitos

As penas restritivas de direitos são também chamadas de “penas alternativas”, pois se


apresentam como uma alternativa à aplicação da pena privativa de liberdade, muitas vezes
desnecessária no caso concreto.
São divididas em cinco espécies, conforme já adiantado, nos termos do art. 43 do CP.
Duas são as características elementares das penas restritivas de direitos: autonomia e
substitutividade.16
Por autonomia entende-se a impossibilidade de serem aplicadas cumulativamente com a
pena privativa de liberdade.
Por substitutividade entende-se o caráter substitutivo das penas restritivas de direito, ou
seja, elas não são previstas como pena originária para nenhum crime no Código Penal, sendo
aplicadas de maneira a substituir uma pena privativa de liberdade originariamente imposta,
quando presentes os requisitos legais.
Entretanto, as penas restritivas de direitos devem ser aplicadas somente se presentes alguns
requisitos, que a doutrina divide em objetivos e subjetivos.17 Os primeiros referem-se ao crime em
si, e à penalidade imposta. Os últimos estão ligados à pessoa do criminoso. Estão previstos nos
incisos do art. 44 do CP.18


14
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem
como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
15
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
16
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São Paulo, 2015, p. 659/660
17
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 662/666
18
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou,
qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)


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REQUISITOS OBJETIVOS

Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes culposos (todos
eles) ou no caso de crimes dolosos, desde que, nesse último caso,
não tenha sido o crime cometido com violência ou grave ameaça
à pessoa (ex.: Não caberia substituição no caso de homicídio).

Quantidade de pena A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não pode ser
aplicada superior a quatro anos. No caso de crimes culposos, pode haver
a substituição qualquer que seja a pena aplicada.

REQUISITOS SUBJETIVOS

Não ser reincidente em OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime culposo, poderá
crime doloso haver a substituição.
OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo se o condenado
for reincidente em crime doloso, poderá haver a substituição,
desde que a medida seja socialmente recomendável (análise das
características do fato criminoso e do infrator) e não se trate de
reincidência específica (reincidência no mesmo crime), conforme
previsão do art. 44, § 3° do CP.
Suficiência da medida A pena restritiva de direitos deve ser suficiente para garantir o
(princípio da alcance das finalidades da pena (punição e prevenção, geral e
suficiência) especial).

1.5.2.1!Regras da substituição
Nos termos do art. 44, § 2° do CP, a substituição se fará da seguinte forma:
Art. 44 (...) § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma
pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma
pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)


Assim:

⇒! Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena restritiva de direitos.
⇒! Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena restritiva de direitos,
ou por duas restritivas de direitos. No caso de serem aplicadas duas restritivas de direitos, o


III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que
essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)


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condenado poderá cumpri-las simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente,


se incompatíveis (art. 69, § 2° do CP).


ATENÇÃO! O art. 60, § 2° do CP prevê que: § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior
a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art.
44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Como conciliar este artigo com o
art. 44, § 2° do CP, que expressamente permite a substituição pela pena de multa nos casos de
crime cuja pena seja igual ou inferior a um ano? Como fazer quando a pena privativa de liberdade
for superior a seis meses, mas não superior a um ano? O entendimento majoritário é o de que o
art. 44, § 2°, por ter sido incluído pela Lei 9.714/98, sendo mais recente, portanto, que o art. 60, §
2° (incluído pela Lei 7.209/84), revogou este último, de forma que a substituição da pena privativa
de liberdade pela pena de multa pode ocorrer quando a pena aplicada não for superior a um ano.19


Pode ocorrer, durante o cumprimento da pena restritiva, que o condenado descumpra a
obrigação imposta pelo Juiz. Nesse caso, ocorrerá o que se chama de RECONVERSÃO OBRIGATÓRIA.
Embora a lei diga “conversão”, a conversão ocorreu da primeira vez, quando se converteu a pena
privativa de liberdade em restritiva de direitos. O que acontece, agora, é uma reconversão à pena
original. Nos termos do art. 44, § 4° do CP:
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento
injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo
cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)


Mas a Lei não é injusta, de forma que se o condenado cumpriu parte da pena restritiva de
direitos imposta, o tempo que ele cumpriu será abatido da pena privativa de liberdade que ele
cumprirá em razão da reconversão (parte final do § 4° do art. 44 do CP).
Entretanto, além da reconversão obrigatória, há também hipótese de reconversão
facultativa, nos termos do art. 44, § 5° do CP:
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá
sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva
anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)


19
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 671/672


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Nesse caso, o Juiz da execução irá avaliar se o condenado pode cumprir a pena restritiva de
direitos imposta juntamente com a pena privativa de liberdade (que o camarada acabou de receber).
Se for possível, o Juiz PODE manter a pena restritiva de direitos imposta e o condenado cumprirá
ambas, simultaneamente; se não for possível, haverá a reconversão para a pena privativa de
liberdade anteriormente aplicada.20

EXEMPLO: Imagine que fulano tenha sido condenado a pena de 02 anos de detenção,
substituída por restritiva de direitos consistente na prestação de serviços à comunidade.
Enquanto cumpria a pena alternativa, fulano foi condenado a uma pena privativa de
liberdade que não foi suspensa (sursis) nem convertida em restritiva de direitos. Nesse
caso, o cumprimento de ambas é inviável, pois fulano não pode ao mesmo tempo estar
preso e cumprir a pena de prestação de serviços à comunidade. Assim, deverá haver a
reconversão da restritiva de direito em privativa de liberdade.


Porém, se no exemplo acima, a pena restritiva de direitos imposta fosse de prestação
pecuniária, não haveria nenhum impedimento ao cumprimento simultâneo desta com a nova pena
privativa de liberdade imposta, de forma que o Juiz da execução poderia deixar de reconvertê-la.


CUIDADO! Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena de multa, pois o CP
só admite a reconversão no caso de descumprimento das penas restritivas de direitos e não no caso
de descumprimento da pena multa.
CUIDADO II! Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. A
primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No
primeiro caso, NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não pagamento. No segundo caso
é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ.21

1.5.2.2!Penas restritivas de direitos em espécie


Prestação pecuniária
Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da infração penal, a seus dependentes, ou ainda,
a entidade pública ou privada com finalidade social, em montante fixado pelo Juiz entre 01 (um) e


20
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699
21
HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012,
DJe 20/03/2012


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360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. Este valor pago será deduzido de eventual valor a ser
pago em razão de condenação na esfera cível, SE OS BENEFICIÁRIOS FOREM OS MESMOS.
No entanto, pode acontecer de, por acordo entre o infrator e o beneficiário da prestação,
esta ser de outra natureza que não seja patrimonial.22

EXEMPLO: joias, bens móveis, imóveis, mão-de-obra, etc.


MUITO CUIDADO! A prestação pode ser destinada a qualquer entidade pública. No entanto, se se
tratar de entidade privada, deverá possuir finalidade social.



Além disso, a pena de prestação pecuniária NÃO É PENA DE MULTA. Trata-se de uma
modalidade de pena restritiva de direitos, e difere da multa em diversos aspectos. Vejamos:

DIFERENÇAS ENTRE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA E MULTA

CRITÉRIO MULTA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA


Destinação Destinada ao Fundo Destinada à vítima, seus dependentes
Penitenciário Nacional. ou entidade pública ou privada (com
destinação social).

Fixação Entre 10 e 360 dias- Entre 01 e 360 salários mínimos.


multa
Consequências do Deverá ser executada Reconversão obrigatória.
descumprimento como dívida de valor.

Perda de bens e valores


22
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação
social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor
pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714,
de 1998)
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)


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A perda de bens e valores, tal qual a pena de prestação pecuniária, é uma modalidade de
pena restritiva de direitos que atinge o patrimônio financeiro do condenado.23

Poderá ter, como teto, dois parâmetros:
¥! Montante do prejuízo causado
¥! Montante do proveito obtido pelo agente ou por terceiro com a prática do delito

Perceba, caro aluno, que esta pena só poderá ser aplicada nas hipóteses de crimes que gerem
algum prejuízo ao sujeito passivo ou tragam algum benefício ao sujeito ativo ou a terceira pessoa.


Não confundam a pena de perdimento de bens, art. 45, § 3° do CP (modalidade de pena restritiva
de direitos), com o confisco, previsto no art. 91, II do CP (perda de bens em razão da condenação).
A pena de perdimento de bens incide sobre o patrimônio lícito do condenado, sendo, portanto,
uma pena propriamente dita. Já o confisco não é pena, mas efeito da condenação, e incide sobre o
patrimônio ilícito do agente, constituído pelo produto do crime e pelos instrumentos do delito,
desde que estes consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato
ilícito.


Prestação de serviços à comunidade
A pena de prestação de serviços à comunidade consiste, nos termos do art. 46, §§ 1° e 2° do
CP:
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a
seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas
ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e
outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
1998)


23
Está prevista no art. 45, § 3° do CP:
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional,
e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência
da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)


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De plano, vocês podem perceber que se trata de pena restritiva de direitos somente cabível
nas condenações a pena privativa de liberdade superior a 06 meses.
Embora o CP se refira a “entidades públicas”, a Doutrina entende que, à semelhança do que
ocorre com a pena de prestação pecuniária, esta pode ter como destinatária entidade privada,
desde que possua destinação social.24
A Doutrina entende, ainda, que a pena não pode ser prestada em Igrejas, por não se tratar de
serviço à comunidade, e pelo fato de que seria uma ofensa ao princípio do Estado laico (art. 19, I da
Constituição).
O § 1° determina que a pena deva ser cumprida mediante a atribuição de tarefas gratuitas ao
condenado. Ou seja, diferentemente do que ocorre no caso de trabalho realizado pelo preso no
estabelecimento prisional, quando em cumprimento de pena privativa de liberdade, aqui o
condenado não recebe nada pelo trabalho, exatamente porque esta é a própria pena. Na pena
privativa de liberdade a execução das tarefas não é a pena (que é a privação da liberdade), motivo
pelo qual naqueles casos o preso deve receber retribuição salarial.
O § 3° estabelece que as tarefas sejam atribuídas de acordo com as aptidões do condenado.
Vejamos:
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser
cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada
normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)


Assim, não pode o Juiz determinar a um pintor que preste serviço de carpintaria em uma
escola, pois não se enquadra dentro das suas aptidões, sendo impossível de ser cumprida.
A pena não pode, ainda, ser vexatória, humilhante ou possuir qualquer outra característica
contrária à sua finalidade.
O sistema de cumprimento adotado pelo CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa
realizada será computada como um dia da condenação.

EXEMPLO: Imagine que fulano foi condenado a 08 meses de detenção, tendo sua pena
sido convertida em restritiva de direitos, consistente na prestação de serviços à
comunidade. Assim, cada hora-tarefa cumprida por fulano corresponderá a um dia de
cumprimento da pena.


Entretanto, o § 4° estabelece que se pena aplicada for superior a um ano, para que não se
torne muito extensa, poderá ser cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade.


24
Em nenhuma hipótese será possível a prestação de serviços a entidades privadas que visem lucro. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 682


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§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em
menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714,
de 1998)


Imagine, no exemplo anterior, que a condenação de fulano tenha sido a dois anos de reclusão.
Nesse caso, o CP possibilita que fulano realize duas horas-tarefa por dia, o que lhe fará abater dois
dias de cumprimento da pena, que será cumprida na metade do tempo previsto. No entanto, o
cumprimento não pode se dar em menos da metade do tempo previsto!

Interdição temporária de direitos
A pena de interdição temporária de direitos está prevista no art. 47 do CP, e pode consistir
em:
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)>

IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)


V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 11.250, de 2011)


As duas primeiras hipóteses são modalidades de penas restritivas de direitos específicas, pois
só podem ser aplicadas quando o crime for cometido no exercício do cargo ou função pública, ou,
na segunda hipótese, no exercício de atividade que dependa de habilitação especial, licença ou
autorização do poder público. Esta é a previsão do art. 56 do CP:
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime
cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres
que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

EXEMPLO: Se um funcionário público comete um crime de lesão corporal, sem qualquer


relação com o exercício das funções, não pode lhe ser imposta a pena suspensão de
exercício de cargo ou função pública. Da mesma forma, se um médico é condenado pelo
crime de furto, não poderá ser privado do exercício de sua atividade, pois o crime
praticado não guarda qualquer relação com o exercício da atividade.


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Não devemos confundir esta pena com o efeito da condenação previsto no art. 92, I do CP.
A pena de suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (inciso III) somente se
aplica nos casos de crimes culposos cometidos no trânsito. Nos termos do art. 57 do CP:
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de
trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Entretanto, com a edição do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), este dispositivo
perdeu muito de sua utilidade, pois o CTB cuida com certa minúcia da matéria, inclusive no que
tange à aplicação desta pena de interdição. Entretanto, isto não é tema para a nossa aula.


CUIDADO! Esta pena não pode ser confundida com o efeito da condenação previsto no art. 92, III do
CP:
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A pena restritiva de direitos consistente na suspensão do direito de dirigir é uma pena que se aplica
aos crimes culposos cometidos no trânsito. Já o efeito da condenação, consistente na inabilitação
para dirigir, ocorre quando o veículo é utilizado como meio para a prática de crime doloso
(atropelamento doloso, por exemplo).25


Por sua vez, a proibição de frequentar determinados lugares é uma pena de difícil
fiscalização, pois, primeiramente, a Lei não estabeleceu quais são os lugares, ficando a critério do
Juiz26. Em segundo lugar, a ausência de mecanismos hábeis para a realização da fiscalização dificulta
demais a aplicação desta pena.
Entretanto, a Doutrina entende que se trata de uma pena constitucional, e que mesmo a
expressão vaga “determinados lugares” não ofende o princípio da legalidade, na medida em que
esta é uma pena alternativa, sendo originariamente prevista a pena privativa de liberdade,
perfeitamente bem delimitada.


25
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689
26
Entende-se que o lugar deva ter alguma relação com o delito cometido, e que seja um lugar que exerça influência criminógena sobre o
condenado (um lugar que propicie a ele a prática do delito). BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 690/691


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Finalizando com chave-de-ouro, o inciso V (incluído pela Lei 11.250/11) prevê uma quinta
modalidade de interdição de direitos, consistente na impossibilidade de o condenado se inscrever
em concurso, avaliação ou exame público.
A Lei não disse por quanto tempo, mas por lógica, em se tratando de uma pena substitutiva,
esta pena terá como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada.

Limitação de fim de semana
Está regulamentada pelo art. 48 do CP:
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5
(cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou
atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Trata-se de uma pena raramente aplicada, em razão da praticamente inexistência, no Brasil,
de casas de albergado e congêneres. O STJ entende que se essa pena for aplicada, não havendo casa
de albergado em que possa ser cumprida, não pode o condenado ser submetido a estabelecimento
prisional, por ser medida mais gravosa que a pena imposta.

1.6! PENA DE MULTA

A pena de multa pode ser conceituada como a penalidade (sanção penal) consistente no
pagamento de determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário Nacional. Nos
termos do art. 49, e seus §§, do CP:
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e
calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo
mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-multa. O valor do “dia-multa”
será arbitrado pelo Juiz, em montante que varie entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes o valor do
maior salário mínimo vigente À ÉPOCA DO FATO!


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Perceba, caro aluno, que a aplicação da pena de multa obedece a um sistema BIFÁSICO, no
qual o Juiz:
⇒! Primeiro fixa a quantidade de dias-multa.
⇒! Depois, fixa o valor de cada dia multa.

O produto da multiplicação do número de dias multa pelo valor de cada dia multa será o
montante total da condenação.

EXEMPLO: Imagine que um réu é condenado ao pagamento de 10 dias-multa,


considerando-se cada dia multa como 1/30 do maior salário mínimo vigente
(exemplificativamente, R$ 600,00). Assim, 1/30 de R$ 600,00 igual a R$ 20,00. Desta
forma, o valor total da condenação será de 10 (quantidade de dias-multa) x R$ 20,00
(valor do dia-multa). Logo, a pena de multa será fixada em R$ 200,00 (Duzentos reais).


Este critério possibilita o exercício do princípio da individualização da pena, pois confere ao
Juiz uma amplitude enorme na fixação do valor da pena de multa.
A Doutrina entende que27:
⇒! A quantidade de dias-multa é calculada com base no fato criminoso e na personalidade do
agente (circunstâncias do art. 59 do CP).
⇒! O valor de cada dia-multa é fixado com base na situação econômica do infrator.

A pena de multa deve ser fixada levando-se em conta a situação econômica do réu,
entretanto, essa fixação com base na situação econômica do réu se refere à fixação do valor do dia-
multa. Além disso, a pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso, mesmo sendo aplicada
ao máximo, o Juiz considere que ela ainda é insuficiente.
Ressalto a vocês que esse sistema de aplicação da pena de multa é genérico, ou subsidiário.
Assim, nada impede que a Legislação Especial, e até mesmo o CP, prevejam situações especiais nas
quais o critério para a aplicação da pena de multa seja outro.
O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar do trânsito em julgado
da sentença, podendo o Juiz, considerando as circunstâncias e a requerimento do condenado,
permitir o parcelamento do seu pagamento (art. 50 do CP).
O CP permite, ainda, que a pena de multa seja descontada diretamente na remuneração do
condenado, salvo na hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena privativa de
liberdade (§ 1° do art. 50 do CP), E NÃO PODE INCIDIR SOBRE RECURSOS QUE SEJAM
INDISPENSÁVEIS AO SUSTENTO DO INFRATOR E DE SUA FAMÍLIA (§ 2° do art. 50 do CP).


27
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 529/530


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Conforme já havia adiantado a vocês, não cumprida espontaneamente a pena de multa, não
pode haver conversão em pena privativa de liberdade28, muito menos reconversão (porque nunca
houve conversão). Nesse caso, a multa será considerada como dívida de valor e executada pelo
procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública (Execução Fiscal).29
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que embora o não cumprimento
da pena de multa não possa gerar a conversão em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira
seu caráter de pena. Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará extinta
a punibilidade30, nos termos do art. 107, I do CP, já que não se pode estender os efeitos da pena aos
sucessores do infrator, por força do art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação
de reparar o dano e o perdimento de bens.
Por fim, o art. 52 do CP prevê que, sobrevindo doença mental ao condenado, ficará suspensa
a pena de multa.

2! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES


CÓDIGO PENAL
Ä Arts. 32 a 58 do CP – Regulamentam as espécies de pena no Código Penal, bem como sua
cominação:
Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos;

III - de multa.

SEÇÃO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Reclusão e detenção


28
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 530/531
29
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação
relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei
nº 9.268, de 1º.4.1996)
30
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531


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Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado,
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em
regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no
art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena
condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
(Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

Regras do regime fechado

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para
individualização da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores
do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


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§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime semi-aberto

Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime
semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de
segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime aberto
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins
da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua
condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades
o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Trabalho do preso
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Legislação especial
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os
deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares
e correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Superveniência de doença mental


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Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no
Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo
anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Penas restritivas de direitos
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada
pela Lei nº 9.714, de 1998)

I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de
direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa
ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)


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§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior,
a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado
da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a
conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei
nº 9.714, de 1998)

Conversão das penas restritivas de direitos
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou
privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360
(trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de
reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em
prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do
Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento
obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis
meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao
condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à
razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)


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§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor
tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

IV – proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011)

Limitação de fim de semana
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco)
horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas
atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA
Multa

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em
dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal
vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Pagamento da multa


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Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do
condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando:
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.(Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Modo de conversão.
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes
as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

§ 1º - e § 2º -(Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

Suspensão da execução da multa

Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
Penas privativas de liberdade
Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de
crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Penas restritivas de direitos
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na parte especial, em
substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena
privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)


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Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime
cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são
inerentes. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Pena de multa
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se
independentemente de cominação na parte especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

3! SÚMULAS PERTINENTES ==732b7==

3.1! SÚMULAS DO STF

Ä Súmula 718 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que a gravidade em abstrato
do delito não é razão idônea para que o Juiz imponha regime prisional mais severo que aquele
permitido de acordo com a quantidade de pena aplicada:
SÚMULA 718
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA
PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

Ä Súmula 719 do STF – Além de entender que a gravidade em abstrato do delito não é fundamento
idôneo para a imposição de regime prisional mais gravoso, o STF sumulou entendimento também
no sentido de que o Juiz deve sempre fundamentar, de maneira idônea (baseada em fatos concretos
e que não sejam inerentes ao delito), a imposição de eventual regime prisional mais gravoso que
aquele permitido pela quantidade de pena aplicada:
SÚMULA 719
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE
MOTIVAÇÃO IDÔNEA.

3.2! SÚMULAS DO STJ

Ä Súmula 269 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que é possível a fixação
do regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais
sejam favoráveis. Vejamos:
Súmula 269 do STJ


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É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro
anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

Ä Súmula 439 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o exame
criminológico pode ser determinado, mas somente por decisão fundamentada nas peculiaridades
do caso, não podendo ser aplicado em qualquer caso e sem qualquer critério:
Súmula 439 do STJ - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.


Ä Súmula 440 do STJ – O STJ, seguindo a mesma linha do STF, sumulou entendimento no sentido
de que, uma vez fixada a pena-base no mínimo legal, o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso que o cabível em razão da pena imposta dependeria de fundamentação concreta, não
podendo estar baseado na mera gravidade abstrata do delito:
Súmula 440 do STJ - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.

Ä Súmula 493 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que é vedado ao Juiz impor,
como condição especial ao regime aberto, qualquer das modalidades de pena restritiva de direitos,
eis que isso configuraria bis in idem (cumprimento de pena privativa de liberdade e cumprimento
de pena restritiva de direitos, ainda que indiretamente):
Súmula 493 do STJ
É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime aberto.

4! RESUMO


CONCEITO - A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao indivíduo que
transgride a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem
jurídico do condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo (adoção da
teoria mista, unificadora, eclética ou unitária - dupla finalidade: punição e prevenção).

PRINCÍPIOS
a) Reserva legal ou legalidade estrita – A pena deve estar prevista em Lei Formal.
b) Anterioridade – A pena deve estar prevista em Lei anterior ao fato.
c) Intranscendência da pena – A pena não pode passar da pessoa do condenado.
d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Uma vez aplicada, não pode deixar de ser
executada. Há exceções (Ex.: Sursis).


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e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não pode desrespeitar os direitos
fundamentais do indivíduo, violando sua integridade física ou moral, e também não pode ser de
índole cruel, desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição);
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve ser proporcional à gravidade
da infração cometida e também deve ser suficiente para promover a punição ao infrator e sua
reeducação social.
g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de maneira individualizada para
cada infrator em cada caso específico. Essa individualização se dá em três fases distintas: a)
cominação; b) aplicação; c) Na terceira e última fase temos a aplicação deste princípio na execução
da pena;

ESPÉCIES
São adotadas no sistema penal brasileiro:
Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à liberdade de locomoção, por
determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição).
Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de liberdade, limitam (restringem) o
exercício de algum direito do condenado.
Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado.

RECLUSÃO

PRIVATIVAS DE
DETENÇÃO
LIBERDADE

PRISÃO SIMPLES

PRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA
ESPÉCIES DE PENAS
PERDA DE BENS E
VALORES

PRESTAÇÃO DE
RESTRITIVA DE
SERVIÇOS À
DIREITOS
COMUNIDADE
INTERDIÇÃO
TEMPORÁRIA DE
MULTA DIREITOS

LIMITAÇÃO DE FINAL
DE SEMANA


PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
Regimes de cumprimento
§! Fechado - Execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média.


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§! Semiaberto - Execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. E


se não houver vaga? Vai para o regime aberto.
§! Aberto - Execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. E se não
houver vaga? STF e STJ: Não pode ser prejudicado, de forma que deve ser permitido que
cumpra a pena em prisão domiciliar.

OBS.: Natureza da pena:
Pena de reclusão – Qualquer regime inicial
Pena de detenção – Regime inicial somente semiaberto ou aberto

Regras para fixação do regime inicial
Leva em conta a quantidade de pena aplicada, reincidência e circunstâncias judiciais:
Regra:
§! Condenado a pena superior a 8 (oito) anos – Regime inicial fechado.
§! Condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8
(oito) – Pode ser fixado regime inicial semiaberto.
§! Condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos - Pode ser
fixado regime inicial aberto.
Observações importantes:
§! É possível fixar regime inicial semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior
a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais (súmula 269 do STJ).
§! A opinião do julgador sobre a gravidade ABSTRATA do delito não é fundamento para aplicar
regime mais severo que o previsto (súmula 718 do STF)
§! A fixação de regime inicial mais severo exige motivação IDÔNEA (súmula 719 do STF)
§! Gravidade CONCRETA da conduta é considerada motivação idônea.

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Também chamadas de “penas alternativas”, pois se apresentam como uma alternativa à aplicação
da pena privativa de liberdade, muitas vezes desnecessária no caso concreto.
Características
§! Autonomia - Impossibilidade de serem aplicadas cumulativamente com a pena privativa de
liberdade.
§! Substitutividade - Não são previstas como pena originária para nenhum crime no Código
Penal, sendo aplicadas de maneira a substituir uma pena privativa de liberdade
originariamente imposta, quando presentes os requisitos legais.

Requisitos:

REQUISITOS OBJETIVOS


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Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes culposos


(todos eles) ou no caso de crimes dolosos, desde que,
nesse último caso, não tenha sido o crime cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia
substituição no caso de homicídio).
Quantidade de pena A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não pode ser
aplicada superior a quatro anos. No caso de crimes culposos, pode
haver a substituição qualquer que seja a pena aplicada.

REQUISITOS SUBJETIVOS

Não ser reincidente em OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime culposo,


crime doloso poderá haver a substituição.
OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo se o
condenado for reincidente em crime doloso, poderá haver
a substituição, desde que a medida seja socialmente
recomendável (análise das características do fato
criminoso e do infrator) e não se trate de reincidência
específica (reincidência no mesmo crime), conforme
previsão do art. 44, § 3° do CP.
Suficiência da medida A pena restritiva de direitos deve ser suficiente para
(princípio da garantir o alcance das finalidades da pena (punição e
suficiência) prevenção, geral e especial).
Esquema:

CRIMES CULPOSOS =
SEMPRE
NATUREZA DO
DELITO SOMENTE SE NÃO
FOR PRATICADO
CRIMES DOLOSOS? COM VIOLÊNCIA OU
GRAVE AMEAÇA À
REQUISITOS PESSOA
OBJETIVOS
CRIMES CULPOSOS =
SEMPRE
QUANTIDADE DE
PENA APLICADA
SOMENTE SE A PENA
SUBSTITUIÇAO DA CRIMES DOLOSOS NÃO FOR SUPERIOR
PENA PRIVATIVA DE A 04 ANOS
LIBERDADE
NÃO SEJA
REINCIDÊNCIA
REINCIDENTE EM ESPECÍFICA
NÃO REINCIDÊNCIA CRIME DOLOSO
EM CRIME DOLOSO PODE? SIM, desde
que: MEDIDA SEJA
REQUISITOS
SOCIALMENTE
SUBJETIVOS
RECOMENDÁVEL
MEDIDA SEJA
SUFICIENTE


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Regras da substituição
Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena restritiva de direitos.
Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena restritiva de direitos, ou por
duas restritivas de direitos. No caso de serem aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado
poderá cumpri-las simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se incompatíveis
(art. 69, § 2° do CP).

Reconversão
§! Obrigatória - Descumprimento injustificado da restrição imposta.
§! Facultativa – Superveniência de nova condenação à pena privativa de liberdade, por outro
crime. Pode deixar de reconverter se for possível cumprir ambas simultaneamente.

Observações importantes:
Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena de multa.
Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. A primeira é uma
modalidade de pena, a outra é uma espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso,
NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não pagamento. No segundo caso é POSSÍVEL,
conforme entendimento do STJ.

Espécies de penas restritivas de direitos
Prestação pecuniária – Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da infração penal, a seus
dependentes, ou ainda, a entidade pública ou privada com finalidade social, em montante fixado
pelo Juiz entre 01 (um) e 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. Este valor pago será deduzido
de eventual valor a ser pago em razão de condenação na esfera cível, SE OS BENEFICIÁRIOS FOREM
OS MESMOS.
Perda de bens e valores – Em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor tem como teto - o
que for maior - o montante do prejuízo causado ou o proveito do crime. OBS.: Não confundir com o
confisco, que é mero efeito secundário da condenação, e recai sobre o patrimônio ilícito, bem como
sobre os instrumentos do crime (apenas se se tratar de coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou
detenção constitua fato ilícito.).
Limitação de fim de semana - Consiste na obrigação de permanecer, aos finais de semana (sábados
e domingos), por 05 horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Neste
período, poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras, bem como ser atribuídas
atividades educativas.
Prestação de serviços à comunidade - Atribuição de tarefas gratuitas, e de acordo com as aptidões
do condenado, em favor da comunidade ou de entidades públicas (em entidades assistenciais,
hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou
estatais), ou privadas com destinação social (entendimento doutrinário). Cabível para as
condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. O sistema de cumprimento adotado
pelo CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa realizada será computada como um dia da


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condenação. Se superior a 01 ano, pode ser cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à
metade.
Interdição temporária de direitos – Consiste na limitação temporária de alguns direitos do
condenado, e pode ser de diversas ordens:
(a) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo
- só pode ser aplicada quando o crime for cometido no exercício do cargo ou função pública
(b) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação
especial, de licença ou autorização do poder público – só pode ser aplicada quando o crime for
cometido no exercício de atividade que dependa de habilitação especial, licença ou autorização
do poder público.
(c) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo – somente se aplica nos casos
de crimes culposos cometidos no trânsito (CTB também trata deste tema).
(d) proibição de frequentar determinados lugares – Impossibilita o condenado de frequentar
certos lugares, e deve ter relação com o fato praticado (Ex.: proibir um valentão, membro de
torcida organizada, de frequentar estádios de futebol).
(e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos - em se tratando de uma
pena substitutiva, esta pena terá como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade
aplicada.

PENA DE MULTA
Conceito - Modalidade de pena que consiste no pagamento de determinada quantia em dinheiro e
destinada ao Fundo Penitenciário Nacional.
Fixação – Bifásico. O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-multa.
Primeiro fixa a quantidade de dias-multa – Entre 10 e 360 dias-multa (com base nas circunstâncias
judiciais do art. 59)
Depois fixa o valor do dia-multa – Deve variar entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes o valor do maior
salário mínimo vigente à época do fato (com base na situação econômica do condenado).
OBS.: A pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso se mostre insuficiente (de acordo com
a situação financeira do condenado).

Tópicos importantes
§! O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar do trânsito em julgado
da sentença.
§! Juiz pode, considerando as circunstâncias e a requerimento do condenado, permitir o
parcelamento.
§! Pode ser descontada diretamente na remuneração do condenado, salvo na hipótese de ter
sido aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade.
§! Não pode incidir sobre recursos indispensáveis ao sustento do infrator e de sua família.
§! Não sendo paga, será considerada dívida de valor, devendo ser executada pelo
procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública


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§! Em caso de sobrevir doença mental ao condenado é suspensa a execução da pena de multa


§! Em caso de morte do condenado, NÃO passa aos herdeiros. Neste caso, fica extinta a
punibilidade
___________
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

5! EXERCÍCIOS PARA PRATICAR


01.! (VUNESP – 2013 – ITESP – ADVOGADO)
Com relação às penas privativas de liberdade, é correto afirmar que:
a) a pena de reclusão deverá ser cumprida sempre em regime fechado.
b) considera-se regime fechado a execução da pena em colônia agrícola.
c) a pena de detenção deverá ser cumprida sempre em regime aberto.
d) considera-se regime semiaberto a execução da pena em casa de albergado.
e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto.

02.! (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO)
As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito
do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a
regime mais rigoroso:
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e não exceda a 12 (doze),
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o
início, cumpri-la em regime aberto.
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-
la em regime aberto.

03.! (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ)
Antônio foi condenado definitivamente pela prática de crime de estelionato e, depois de decorridos
mais de cinco anos des- de o cumprimento da pena então imposta, comete novo crime, desta feita


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furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, pelo qual vem a ser condenado à pena de dois anos
e quatro meses de reclusão. Assinale a alternativa correta, em face do art. 44, do Código Penal, que
dispõe sobre a substituição da pena privativa de liberdade, por restritivas de direito.
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena imposta de reclusão.
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele reincidente em crime doloso.
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas as condenações por crimes
contra o patrimônio.
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a rein- cidência não é pela prática do mesmo
crime.
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é reincidente.

04.! (VUNESP – 2009 – TJ-MS – TITULAR NOTARIAL)
A, primário, foi condenado por tentativa de roubo qualificado à pena de 2 anos e 8 meses de reclusão
e multa. O juiz, ao aplicar a pena,
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por tratar-se de crime praticado com
violência contra a pessoa.
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos.
c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos.
d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por até 4 anos.
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena privativa de liberdade.

05.! (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA)
A pena de detenção deve ser cumprida em regime inicial aberto, enquanto a de reclusão permite os
regimes aberto, semiaberto e fechado.

06.! (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA)
O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.

07.! (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO)
A pena de prestação de serviços à comunidade
a) deve ser cumprida à razão de duas horas de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não
prejudicar a jornada de trabalho.
b) não é aplicável, em nenhuma hipótese, caso o condenado for reincidente.
c) não pode ser cumprida em menor tempo pelo condenado, se a condenação for superior a um ano.
d) aplica-se às condenações superiores a seis meses de privação de liberdade.
e) não substitui a pena privativa de liberdade.


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08.! (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO)
Lucila cumpria regularmente pena restritiva de direito, consistente em prestação pecuniária
equivalente a dois salários mínimos, quando sobreveio, aos autos da execução penal, condenação
definitiva à pena privativa de liberdade cujo regime inicial era fechado. Diante disso, o juízo da
execução decidiu pela conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.
A decisão judicial
a) está correta porque há incompatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo válida a conversão da pena alternativa.
b) merece reforma porque há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo inválida a conversão da pena alternativa.
c) está correta porque a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado deve prevalecer sobre
a pena restritiva de direitos.
d) merece reforma porque o Juízo da execução deveria promover a suspensão da pena restritiva de
direitos, cujo cumprimento seria exigível quando Lucila estivesse no regime aberto.
e) está correta porque qualquer condenação superveniente torna obrigatória a conversão da pena
restritiva de direitos em privativa de liberdade.


09.! (FCC – 2011 – TJ/PE – JUIZ)
A pena de prestação pecuniária
A) é sempre incabível para o condenado reincidente.
B) deve ser fixada em dias-multa.
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus dependentes.
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de liberdade não superior a quatro anos.
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver aceitação do beneficiário.

10.! (FCC – 2010 – TRT 8°RG – ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS)
O instituto que permite ser computado na execução da pena privativa de liberdade ou na medida
de segurança o tempo de prisão provisória, ou seja, da prisão anterior ao trânsito em julgado da
sentença condenatória, denomina-se
A) progressão.
B) remissão.
C) detração.
D) regressão.
E) conversão.


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11.! (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA)


A pena de interdição temporária de direitos NÃO inclui:
A) proibição do exercício de mandato eletivo.
B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de
licença ou autorização do poder público.
D) proibição de frequentar determinados lugares.
E) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e domingos.

12.! (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA)
Sobre a pena de MULTA prevista no Código Penal, é INCORRETO afirmar que
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em julgado da sentença.
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa de pagá-la ou frustra a
sua execução.
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do condenado, quando aplicada
isoladamente.
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença mental.
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao
sustento do condenado e de sua família.

13.! (FCC – 2009 – DPE/MT – DEFENSOR PÚBLICO)
NÃO se inclui dentre as penas restritivas de direito a
A) limitação de fim de semana.
B) multa.
C) perda de bens e valores.
D) prestação de serviços à comunidade.
E) interdição temporária de direitos.

14.! (FCC – 2008 – METRÔ/SP – ADVOGADO)
Considere as seguintes penas:
I. reclusão.
II. limitação de fim de semana.
III. multa.
IV. perda de bens e valores.
V. prestação pecuniária.
São penas restritivas de direito SOMENTE
A) I e II.


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B) III e V.
C) I, II e IV.
D) I, II e III.
E) II, IV e V.

15.! (FCC – 2009 – MPE/SE – ANALISTA DO MP – ESPECIALIDADE DIREITO)
A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se esta
for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.

16.! (FCC – 2010 – TRF 4 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA)
A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se esta
for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.

17.! (FCC – 2012 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO)
Considere as seguintes situações hipotéticas de cidadãos processados pela Justiça Pública:
I. José, não reincidente, é condenado a cumprir pena de 04 anos de reclusão por crime de
denunciação caluniosa e poderá iniciar o cumprimento da pena em regime aberto.
II. Paulo é condenado a cumprir pena de 02 anos de reclusão por crime de coação no curso do
processo, e tem sua pena privativa de liberdade substituída por uma pena restritiva de direitos e por
multa.
III. Murilo registra condenação anterior por crime de falso testemunho e está sendo processado por
crime de peculato. Nesse caso, não poderá ter a sua pena privativa de liberdade substituída pela
restritiva de direitos, por expressa vedação legal.
De acordo com o Código Penal, está correto o que consta APENAS em
a) I.


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b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

18.! (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB)
O sistema punitivo brasileiro é progressivo. Por meio dele o condenado passa do regime inicial de
cumprimento de pena mais severo para regime mais brando, até alcançar o livramento condicional
ou a liberdade definitiva.
A respeito da progressão de regime, assinale a afirmativa correta.
A) O sistema progressivo brasileiro é compatível com a progressão “por saltos”, consistente na
possibilidade da passagem direta do regime fechado para o aberto.
B) O cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos é uma exceção ao sistema
progressivo. O condenado nesta modalidade criminosa deve iniciar e encerrar o cumprimento da
pena no regime fechado, sem possibilidade de passagem para regime mais brando.
C) A progressão está condicionada, nos crimes contra a Administração Pública, à reparação do dano
causado ou à devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos legais, além do
cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior e do mérito do condenado.
D) O pedido de progressão deve ser endereçado ao juízo sentenciante, que decidirá independente
de manifestação do Ministério Público.

19.! (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO)
No caso de condenação igual ou inferior a quatro anos, admissível a adoção do regime
a) semiaberto, se reincidente o agente e favoráveis as circunstâncias judiciais.
b) semiaberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.
c) fechado, ainda que fixada a pena-base no mínimo legal.
d) aberto, se favoráveis as circunstâncias judiciais, ainda que reincidente o agente.
e) aberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.

6! EXERCÍCIOS COMENTADOS


01.! (VUNESP – 2013 – ITESP – ADVOGADO)


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Com relação às penas privativas de liberdade, é correto afirmar que:


a) a pena de reclusão deverá ser cumprida sempre em regime fechado.
b) considera-se regime fechado a execução da pena em colônia agrícola.
c) a pena de detenção deverá ser cumprida sempre em regime aberto.
d) considera-se regime semiaberto a execução da pena em casa de albergado.
e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto.
COMENTÁRIOS: Em relação aos regimes de cumprimento da pena privativa de liberdade, é correto
afirmar que a pena de reclusão poderá ser cumprida inicialmente em qualquer dos regimes. A de
detenção, porém, não poderá ser inicialmente cumprida em regime fechado. O regime fechado é
aquele cujo cumprimento se dá em estabelecimento de segurança máxima ou média. Já o
semiaberto se dá em colônia agrícola ou industrial (ou similar) e o regime aberto em casa de
albergado ou similar. Vejamos:
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

02.! (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO)
As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito
do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a
regime mais rigoroso:
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-
la em regime aberto.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e não exceda a 12 (doze),
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde
o início, cumpri-la em regime aberto.
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
COMENTÁRIOS: Os critérios para a progressão de regime de cumprimento de pena estão previstos
no art. 33, §2º do CP:
Art. 33 (...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;


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c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
Vemos, assim, que a alternativa correta é a letra C, eis que de acordo com o previsto no art. 33, §2º,
c do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

03.! (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ)
Antônio foi condenado definitivamente pela prática de crime de estelionato e, depois de
decorridos mais de cinco anos desde o cumprimento da pena então imposta, comete novo crime,
desta feita furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, pelo qual vem a ser condenado à pena
de dois anos e quatro meses de reclusão. Assinale a alternativa correta, em face do art. 44, do
Código Penal, que dispõe sobre a substituição da pena privativa de liberdade, por restritivas de
direito.
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena imposta de reclusão.
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele reincidente em crime doloso.
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas as condenações por crimes
contra o patrimônio.
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a reincidência não é pela prática do mesmo
crime.
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é reincidente.
COMENTÁRIOS: No caso em tela o agente é considerado primário, eis que decorridos mais de cinco
anos desde a extinção da punibilidade pela condenação anterior (art. 64, I do CP).
Neste caso, temos um agente primário, que praticou delito sem violência ou grave ameaça e cuja
pena aplicada é de 02 anos e 04 meses de reclusão. Vejamos o que diz o art. 44 do CP:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Assim, vemos que é possível a substituição da pena, pois o agente não é reincidente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

04.! (VUNESP – 2009 – TJ-MS – TITULAR NOTARIAL)
A, primário, foi condenado por tentativa de roubo qualificado à pena de 2 anos e 8 meses de
reclusão e multa. O juiz, ao aplicar a pena,
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por tratar-se de crime praticado com
violência contra a pessoa.
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos.


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c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos.
d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por até 4 anos.
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena privativa de liberdade.
COMENTÁRIOS: No caso em tela a substituição não é possível, considerando-se que se trata de crime
praticado com violência ou grave ameaça à pessoa (art. 44, I do CP), também não sendo possível a
concessão de sursis, eis que a pena é superior a 02 anos (art. 77 do CP).
Com relação ao regime de cumprimento, por se tratar de pena inferior a 04 anos, o Juiz poderá fixar
o regime aberto como o regime inicial de cumprimento da pena:
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
(...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

05.! (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA)
A pena de detenção deve ser cumprida em regime inicial aberto, enquanto a de reclusão permite
os regimes aberto, semiaberto e fechado.
COMENTÁRIOS: A pena de detenção pode ser cumprida em regime inicial aberto OU SEMIABERTO,
na forma do art. 33 do CP:
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-
aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.



06.! (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA)
O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
COMENTÁRIOS: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 33, §2º, “b” do CP:
Art. 33 (...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado,
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio,
cumpri-la em regime semi-aberto;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.


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07.! (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO)
A pena de prestação de serviços à comunidade
a) deve ser cumprida à razão de duas horas de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a
não prejudicar a jornada de trabalho.
b) não é aplicável, em nenhuma hipótese, caso o condenado for reincidente.
c) não pode ser cumprida em menor tempo pelo condenado, se a condenação for superior a um
ano.
d) aplica-se às condenações superiores a seis meses de privação de liberdade.
e) não substitui a pena privativa de liberdade.
COMENTÁRIOS: A pena de prestação de serviços à comunidade, por ser modalidade de pena
restritiva de direitos, é uma pena substitutiva à pena privativa de liberdade (errada a letra E). Além
disso, é possível a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos mesmo no caso
de reincidente, na forma do art. 44, §3º do CP (errada a letra B). Tal modalidade deve ser cumprida
à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada
de trabalho, na forma do art. 46, §3º do CP, mas pode ser cumprida em menor tempo do que o
fixado na sentença, caso a condenação seja superior a 01 ano (art. 46, §4º do CP), nunca inferior à
metade do tempo de pena privativa de liberdade fixado (erradas as letras A e C).
Por fim, a letra D está correta, pois tal modalidade de PRD (pena restritiva de direitos) só tem
cabimento no caso de condenação superior a seis meses de privação da liberdade, na forma do art.
46 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

08.! (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO)
Lucila cumpria regularmente pena restritiva de direito, consistente em prestação pecuniária
equivalente a dois salários mínimos, quando sobreveio, aos autos da execução penal, condenação
definitiva à pena privativa de liberdade cujo regime inicial era fechado. Diante disso, o juízo da
execução decidiu pela conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.
A decisão judicial
a) está correta porque há incompatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo válida a conversão da pena alternativa.
b) merece reforma porque há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva
de direitos e privativa de liberdade, sendo inválida a conversão da pena alternativa.
c) está correta porque a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado deve prevalecer
sobre a pena restritiva de direitos.
d) merece reforma porque o Juízo da execução deveria promover a suspensão da pena restritiva
de direitos, cujo cumprimento seria exigível quando Lucila estivesse no regime aberto.
e) está correta porque qualquer condenação superveniente torna obrigatória a conversão da pena
restritiva de direitos em privativa de liberdade.


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COMENTÁRIOS: Neste caso a decisão deve ser reformada, pois há compatibilidade de cumprimento
simultâneo das penas restritiva de direitos e privativa de liberdade, sendo incorreta a conversão da
pena alternativa, pois Lucila poderia cumprir ambas ao mesmo tempo, na forma do art. 44, §5º do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

09.! (FCC – 2011 – TJ/PE – JUIZ)
A pena de prestação pecuniária
A) é sempre incabível para o condenado reincidente.
B) deve ser fixada em dias-multa.
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus dependentes.
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de liberdade não superior a quatro
anos.
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver aceitação do beneficiário.
COMENTÁRIOS: Primeiramente devemos analisar a natureza da pena de prestação pecuniária. A
pena de prestação pecuniária é uma modalidade de pena restritiva de direitos, nos termos do art.
43, I do CP. Desta forma, se submetem ao regramento aplicável às penas restritivas de direitos.
Uma destas características é a substitutividade, pois a pena restritiva de direitos sempre será
aplicada como medida alternativa à pena privativa de liberdade, logo, ela nunca será autônoma
(diferentemente da pena de multa, que pode ser autônoma ou substitutiva).
Pode ser aplicada aos reincidentes, desde que não se trate de reincidência específica e a medida seja
socialmente aconselhável (art. 44, § 3° do CP).
Diz, ainda, o art. 45, em seus §§ 1° e 2°, que a prestação pecuniária pode ter como beneficiários,
além dos familiares, entidades públicas ou privadas com destinação social, e que a prestação pode
ser de outra natureza, que não a pecuniária, desde que haja aceitação do beneficiário.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

10.! (FCC – 2010 – TRT 8°RG – ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS)
O instituto que permite ser computado na execução da pena privativa de liberdade ou na medida
de segurança o tempo de prisão provisória, ou seja, da prisão anterior ao trânsito em julgado da
sentença condenatória, denomina-se
A) progressão.
B) remissão.
C) detração.
D) regressão.
E) conversão.
COMENTÁRIOS: O Código Penal estabelece o fenômeno da Detração, que é o abatimento do tempo
de cumprimento da pena imposta, em razão do tempo que o condenado permaneceu preso


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provisoriamente, administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos previstos


no art. 41. Vejamos:
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no
Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos
no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

11.! (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA)
A pena de interdição temporária de direitos NÃO inclui:
A) proibição do exercício de mandato eletivo.
B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder público.
D) proibição de frequentar determinados lugares.
E) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e domingos.
COMENTÁRIOS: A pena restritiva de direitos na modalidade de interdição temporária de direitos
está prevista no art. 47 do CP, que prevê as suas modalidades:
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984),
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984), III - suspensão de autorização ou de
habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 11.250, de 2011).
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

12.! (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA)
Sobre a pena de MULTA prevista no Código Penal, é INCORRETO afirmar que
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em julgado da sentença.
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa de pagá-la ou frustra a
sua execução.
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do condenado, quando aplicada
isoladamente.
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença mental.
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao
sustento do condenado e de sua família.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50 do CP;


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B) ERRADA: A pena de multa, quando não paga, não se converte em pena privativa de liberdade,
passando a ser considerada mera dívida de valor a ser cobrada mediante execução fiscal. Nos termos
do art. 51 do CP:
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes
as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas
e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996).
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que embora o não cumprimento da pena
de multa não possa gerar a conversão em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira seu caráter
de pena. Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará extinta a
punibilidade, nos termos do art. 107, I do CP, já que não se pode estender os efeitos da pena aos
sucessores do infrator, por força do art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação
de reparar o dano e o perdimento de bens. Esta é a posição majoritária (esmagadora), embora
existam alguns julgados no STJ entendendo que a multa, nesse caso, passou a ter caráter extrapenal
(ultraminoritário esse entendimento).
C) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50, § 1°, a do CP.
D) CORRETA: Sobrevindo ao condenado doença mental, ficará suspensa a execução da pena de
multa, nos termos do art. 52 do CP;
E) CORRETA: Os descontos efetuados no salário do condenado, de forma a garantir o pagamento da
pena de multa, não podem prejudicar o seu sustento e o de sua família, nos termos do art. 50, § 2°
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

13.! (FCC – 2009 – DPE/MT – DEFENSOR PÚBLICO)
NÃO se inclui dentre as penas restritivas de direito a
A) limitação de fim de semana.
B) multa.
C) perda de bens e valores.
D) prestação de serviços à comunidade.
E) interdição temporária de direitos.
COMENTÁRIOS: As modalidades de penas restritivas de direitos estão previstas no art. 43 do CP:
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998),
I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
III - (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998),
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 ,
renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998),
V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei
nº 9.714, de 25.11.1998),
VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei nº
9.714, de 25.11.1998)
Assim, a multa não é considerada pena restritiva de direitos, mas uma espécie de pena, tal qual a
pena privativa de liberdade e a restritiva de direitos.


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DESTA FORMA, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.



14.! (FCC – 2008 – METRÔ/SP – ADVOGADO)
Considere as seguintes penas:
I. reclusão.
II. limitação de fim de semana.
III. multa.
IV. perda de bens e valores.
V. prestação pecuniária.
São penas restritivas de direito SOMENTE
A) I e II.
B) III e V.
C) I, II e IV.
D) I, II e III.
E) II, IV e V.
COMENTÁRIOS: As modalidades de penas restritivas de direitos estão previstas no art. 43 do CP:
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998),
I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
III - (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998),
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 ,
renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998),
V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei
nº 9.714, de 25.11.1998),
VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei nº
9.714, de 25.11.1998)
Desta forma, as alternativas I e III trazem hipóteses que não se caracterizam como penas restritivas
de direitos. A reclusão é uma modalidade de pena privativa de liberdade, e a multa é uma espécie
de pena, também diversa da restritiva de direitos.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

15.! (FCC – 2009 – MPE/SE – ANALISTA DO MP – ESPECIALIDADE DIREITO)
A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se
esta for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.


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COMENTÁRIOS: A pena de multa pode ser uma modalidade de pena autônoma (regra) ou ser
aplicada de maneira substitutiva a uma pena privativa de liberdade previamente aplicada (multa
vicariante). Nessa última hipótese, a pena de multa poderá ser aplicada quando a pena privativa de
liberdade for igual ou inferior a um ano, ainda que o réu seja reincidente, desde que, nesta hipótese,
não se trate de reincidência específica e a medida seja aconselhável. Esta é a inteligência do art. 44,
§§ 2° e 3° do CP.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

16.! (FCC – 2010 – TRF 4 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA)
A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se
esta for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.
COMENTÁRIOS: Perceba que a banca, aqui, repetiu, em anos diferentes, a mesma questão (Idêntica
à anterior), de forma que se aplicam a esta questão os comentários feitos àquela. Podemos extrair,
ainda, a lição de que este tema é muito “querido” pela Banca. Assim, vale reforçar o estudo nele.
PORTANTO, ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

17.! (FCC – 2012 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO)
Considere as seguintes situações hipotéticas de cidadãos processados pela Justiça Pública:
I. José, não reincidente, é condenado a cumprir pena de 04 anos de reclusão por crime de
denunciação caluniosa e poderá iniciar o cumprimento da pena em regime aberto.
II. Paulo é condenado a cumprir pena de 02 anos de reclusão por crime de coação no curso do
processo, e tem sua pena privativa de liberdade substituída por uma pena restritiva de direitos e
por multa.
III. Murilo registra condenação anterior por crime de falso testemunho e está sendo processado
por crime de peculato. Nesse caso, não poderá ter a sua pena privativa de liberdade substituída
pela restritiva de direitos, por expressa vedação legal.
De acordo com o Código Penal, está correto o que consta APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.


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COMENTÁRIOS:
I - CORRETA: O art. 33, §2, c do CP prevê esta esta possibilidade. Vejamos:
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
(...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
II - ERRADA: A pena, neste caso, não pode ser substituída, eis que o crime de coação no curso do
processo se dá com violência ou grave ameaça à pessoa, o que veda a conversão, nos termos do art.
44, I do CP:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
III - ERRADA: Mesmo Maurício sendo reincidente, o art. 44, §3º permite a substituição, caso o Juiz
verifique que esta seja recomendável, já que Maurício não é reincidente específico (no mesmo
crime). Vejamos:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
(...)
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior,
a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo
crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

18.! (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB)
O sistema punitivo brasileiro é progressivo. Por meio dele o condenado passa do regime inicial de
cumprimento de pena mais severo para regime mais brando, até alcançar o livramento condicional
ou a liberdade definitiva.
A respeito da progressão de regime, assinale a afirmativa correta.
A) O sistema progressivo brasileiro é compatível com a progressão “por saltos”, consistente na
possibilidade da passagem direta do regime fechado para o aberto.


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B) O cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos é uma exceção ao sistema
progressivo. O condenado nesta modalidade criminosa deve iniciar e encerrar o cumprimento da
pena no regime fechado, sem possibilidade de passagem para regime mais brando.
C) A progressão está condicionada, nos crimes contra a Administração Pública, à reparação do
dano causado ou à devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos legais, além do
cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior e do mérito do condenado.
D) O pedido de progressão deve ser endereçado ao juízo sentenciante, que decidirá independente
de manifestação do Ministério Público.
COMENTÁRIOS:
A) No sistema brasileiro não se admite a progressão por saltos, de forma que progressão de regime
deve sempre se realizar do regime mais gravoso para o regime imediatamente menos gravoso.
B) A impossibilidade de progressão de regime nos crimes hediondos deixou de existir em 2006, com
decisão do STF. Em 2007, a Lei 11.464/07 passou a possibilitar a progressão de regime para os crimes
hediondos.
C) Item correto. Os critérios do cumprimento de 1/6 da pena e do mérito do preso são genéricos. Os
demais estão previstos especificamente para este caso, nos termos do art. 33, §4º do CP:
Art. 33 - (...)
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena
condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos
legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

D) O pedido de progressão é endereçado ao Juiz da Execução, nos termos do art. 66, III, b da LEP:
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
(...)
III - decidir sobre:
(...)
b) progressão ou regressão nos regimes;

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

19.! (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO)
No caso de condenação igual ou inferior a quatro anos, admissível a adoção do regime
a) semiaberto, se reincidente o agente e favoráveis as circunstâncias judiciais.
b) semiaberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.
c) fechado, ainda que fixada a pena-base no mínimo legal.
d) aberto, se favoráveis as circunstâncias judiciais, ainda que reincidente o agente.
e) aberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.
COMENTÁRIOS: No caso, o agente, em tese, deveria cumprir a pena inicialmente em regime
fechado, por ser reincidente. Vejamos:
Art. 33 (...)


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§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
Contudo, o STJ possui entendimento sólido, inclusive sumulado, no sentido de que é possível a
fixação do regime semiaberto neste caso, desde que favoráveis as circunstâncias judiciais. Vejamos:
Súmula 269 STJ
É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro
anos se favoráveis as circunstâncias judicias.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

7! GABARITO


1.! ALTERNATIVA E
2.! ALTERNATIVA C
3.! ALTERNATIVA E
4.! ALTERNATIVA E
5.! ERRADA
6.! CORRETA
7.! ALTERNATIVA D
8.! ALTERNATIVA B
9.! ALTERNATIVA E
10.! ALTERNATIVA C
11.! ALTERNATIVA E
12.! ALTERNATIVA B
13.! ALTERNATIVA B
14.! ALTERNATIVA E
15.! ALTERNATIVA D
16.! ALTERNATIVA D
17.! ALTERNATIVA A
18.! ALTERNATIVA C


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19.! ALTERNATIVA A



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