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PROJETO MARAVILHAS III

S1331
TÍTULO Nº VALE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00858 1/23
MINA DO PICO Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
PLANO DE MANEJO E DISPOSIÇÃO DE REJEITOS VG12-053-1-EG-RTE-0004 1

REVISÕES
TE: TIPO A - PRELIMINAR C - PARA E - PARA CONSTRUÇÃO G - CONFORME CONSTRUÍDO
EMISSÃO B - PARA CONHECIMENTO F - CONFORME COMPRADO H - CANCELADO
APROVAÇÃO D - PARA COTAÇÃO
Rev TE Descrição Por Ver. Apr. Aut. Data
.
12/09/201
A B EMISSÃO INICIAL PC JA AS JA
2
09/11/201
0 B ATENDIMENTO AOS COMENTÁRIOS PC JA AS JA
2
14/03/201
1 C APROVADO PC JA AS JA
3
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº VALE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00858 2/23
MINA DO PICO Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
PLANO DE MANEJO E DISPOSIÇÃO DE REJEITOS VG12-053-1-EG-RTE-0004 1

ÍNDICE
ITEM DESCRIÇÃO PÁGINA

1.0 INTRODUÇÃO 3

2.0 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 4

3.0 PREMISSAS E CRITÉRIOS 4

4.0 BALANÇO HÍDRICO DA BARRAGEM DE REJEITOS 7

5.0 PLANO DE DISPOSIÇÃO DE REJEITOS 17

6.0 VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE RETENÇÃO DE


SEDIMENTOS/REJEITOS NO RESERVATÓRIO 21

7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22

8.0 equipe técnica 23

APÊNDICES

APÊNDICE I – PLANILHA RESUMO COM AS CARACTERÍSTICAS DOS REJEITOS


1.0 INTRODUÇÃO

No presente relatório, elaborado pela VOGBR Recursos Hídricos & Geotecnia Ltda., são
apresentados os estudos realizados para o balanço hídrico e elaboração dos cenários de
disposição de rejeitos da Barragem Maravilhas III, localizada na Mina do Pico, integrante do
Complexo Minerador de Itabiritos, de propriedade da VALE, situada no município de
Itabirito/MG.

A Barragem Maravilhas III tem por objetivo atender à disposição dos rejeitos provenientes
das Instalações de Tratamento de Minério (ITM) das Minas do Pico e Vargem Grande, a
partir do ano de 2016. A FIGURA 1 .1 apresenta a área de localização da futura barragem.

FIGURA 1.1 – Localização da área de implantação da Barragem Maravilhas III

Especificamente, os trabalhos consistiram na elaboração do modelo matemático do balanço


hídrico mensal e na elaboração de 06 cenários anuais de disposição de rejeitos, a partir dos
dados disponíveis e critérios e premissas do projeto.

Os estudos têm como finalidade verificar a vida útil da Barragem Maravilhas III, avaliar o
comportamento do nível de água no reservatório, verificar o funcionamento do sistema de
captação de água, definir o período de pré-operação do reservatório (período de
enchimento) e prever a ocupação da praia de rejeitos.

2.0 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Os documentos relacionados a seguir subsidiaram o desenvolvimento dos estudos


apresentados neste relatório:

 Relatório nº 10370-033-NT001 – “Avaliação da Disponibilidade Hídrica


Superficial na Barragem Maravilhas III”, elaborado pela Pótamos Engenharia
e Hidrologia, em junho de 2012;
 Relatório nº RL-1850PI-X-00859 – Projeto Básico – Barragem
Maravilhas III- “Relatório Técnico de Critérios e Premissas”, elaborado pela
VOGBR, em junho de 2012;

 Relatório nº RL-1850PI-X-00853 – Projeto Básico – Barragem


Maravilhas III- “Relatório Técnico- Projeto Básico”, elaborado pela VOGBR,
em agosto de 2012;

 Base topográfica da área do empreendimento com curvas de nível de


metro em metro, fornecido pela VALE em 15/05/2012;

 Imagem aérea (arquivo “imagem área”), fornecido pela VALE em


01/06/2012;

 Arquivo “Dados rejeitos”, fornecido pela VALE em 01/06/2012, contendo


a produção e principais características dos rejeitos provenientes da ITM A
Pico, ITM D Pico, ITM I Pico e ITM VGR;

 Produção total e características dos rejeitos provenientes da ITM I VGR


(arquivo “RG0002 GADMF N0006_Vargem Grande_Rev15”), disponibilizado
pela VALE em 01/06/2012;

 Curvas de Distribuição Granulométrica dos Rejeitos, (arquivos: “Curvas


Granulométricas Lama”, “Curvas Granulométricas Rejeito de Flotação” e
“Curvas Granulométricas Rejeito Total”), fornecidos pela Vale em maio de
2012.

3.0 PREMISSAS E CRITÉRIOS

Para o desenvolvimento dos estudos do balanço hídrico e do plano de disposição dos


rejeitos no reservatório da Barragem Maravilhas III, em nível de projeto básico, foram
observadas as seguintes premissas e critérios:

 Balanço hídrico desenvolvido com o auxílio do software Goldsim,


Goldsim Technology Group LCC;

 Simulação realizada considerando intervalo de tempo mensal;

 A Barragem Maravilhas III receberá rejeitos provenientes das seguintes


Instalações de Tratamento de Minério (ITM): ITM A, ITM D e ITM I, da Mina
do Pico e ITM e ITM I, da Mina Vargem Grande;

 O plano de produção da planta prevê a geração de rejeitos igual a


3624,78 t/h, resultando, em um volume anual de, aproximadamente, 16,95
Mm³ (sólido base seca). Os pesos específicos secos dos rejeitos
considerados no presente estudo estão apresentados no Apêndice I;

 A produção, disponibilidade de operação da planta e as principais


características dos rejeitos provenientes da ITM A Pico, ITM D Pico, ITM I
Pico, ITM VGR e ITM I VGR utilizados no presente estudo foram
apresentados nos arquivos “Dados rejeitos” e “RG0002 GADMF
N0006_Vargem Grande_Rev15”, fornecidos pela VALE em 01/06/2012. A
planilha resumo com os referidos dados pode ser visualizada no Apêndice I;

 O reservatório da barragem também será utilizado para regularização de


vazões e recuperação da água liberada na sedimentação e no adensamento
dos rejeitos;

 Início do período de operação no mês de janeiro de 2016;

 Período de enchimento do reservatório (pré-operação) de 3 meses, com


início em outubro de 2015 e término em dezembro de 2015, correspondente
ao tempo necessário para o armazenamento do volume útil capaz de suprir
as demandas em períodos de estiagem mais severos.

 Para o presente estudo foi adotado volume útil de 2,2 Mm³, obtido do
relatório 10370-033-NT-001, elaborado pela Potamos em junho 2012, que
corresponde uma demanda de água nova de, aproximadamente, 300 m³/h;

 Período de simulação do balanço hídrico correspondente a 75 meses (3


meses de enchimento e 06 anos de operação);

 Elaboração dos cenários do plano de disposição de rejeitos com


intervalo de tempo anual;

 Lançamento de rejeitos na Barragem Maravilhas III a partir de montante,


sendo a cota máxima para lançamento na EL. 1310,00 m, condicionada a
interferência do acesso existente;

 Declividade da praia de rejeitos: 1% trecho emerso e 3% trecho


submerso;

 Crista da barragem limitada à cota 1306,00 m, ficando a sua vida útil


condicionada à capacidade do reservatório e ao volume de rejeitos gerados;

 Nível de água mínimo operativo do sistema de captação correspondente


a uma lâmina de água de 2,00 m acima do sedimento depositado;

 Índice de vazios dos rejeitos provenientes da flotação e das lamas igual


a 1,2 e 1,1, respectivamente;

 Manutenção da vazão mínima residual a jusante da Barragem de


Rejeitos Maravilhas III de 114 m³/h (100% Q7,10) durante o período de
enchimento e de operação;

 Vazão percolada pelo sistema de drenagem interna do maciço e pela


fundação de 14,68 m³/h do início até o final de operação;

 Barragem inicial para atender 2 anos de operação, seguida de um único


alteamento para a cota final prevista;

 Cota da soleira do vertedouro posicionada a 3,0 m abaixo da crista da


barragem em todas as etapas;
 Taxa de assoreamento do reservatório igual a 30 m³/ha/ano,
considerando os sedimentos provenientes da área da bacia hidrográfica de
contribuição;

 Curvas cota x área x volume determinadas considerando a evolução da


praia de rejeitos, obtidas a partir da interação balanço hídrico e cenários de
disposição de rejeitos.

 A curva cota x área x volume natural do reservatório da barragem de


rejeitos utilizada está apresentada na FIGURA 3 .2.

 Tal curva foi adotada como subsídio para a definição das curvas cota x
área x volume de cada cenário, considerando a disposição de rejeitos para
os anos e situações analisadas.

Volume (m³)
140,000,000.00 120,000,000.00 100,000,000.00 80,000,000.00 60,000,000.00 40,000,000.00 20,000,000.00 0.00
1310

1300

1290

1280
Elevação (m )

1270

1260

1250

1240

1230

1220
0.00 500,000.00 1,000,000.00 1,500,000.00 2,000,000.00 2,500,000.00 3,000,000.00 3,500,000.00 4,000,000.00 4,500,000.00
Área (m²)

Cota x Area Cota x Volume

FIGURA 3.2 - Curva Cota x Área x Volume Natural do Reservatório.

4.0 BALANÇO HÍDRICO DA BARRAGEM DE REJEITOS

O estudo do balanço hídrico foi realizado com as seguintes finalidades:

 Determinar o período de enchimento do reservatório;

 Avaliar o funcionamento do sistema de captação de água recirculada


para a usina de beneficiamento;

 Prever/avaliar o comportamento do nível de água e o regime de


operação do reservatório;

 Subsidiar a elaboração das configurações de disposição de rejeitos;

 Verificar a eficiência de retenção de sedimentos/rejeitos no reservatório


(ver item 6.0).
Os estudos de balanço hídrico foram realizados a partir da morfologia de disposição de
rejeitos no reservatório da barragem, onde a praia de rejeitos se desenvolve em diferentes
inclinações (1% no trecho emerso e 3% no trecho submerso).

No projeto Maravilhas III, a barragem tem a função de armazenar os rejeitos provenientes


das Minas do Pico e Vargem Grande, resultando em um volume de aproximadamente 16,95
Mm³ por ano. Como premissa de projeto, ficou estabelecido que a crista da barragem estaria
limitada à cota 1306,00 m, ficando a sua vida útil condicionada à capacidade do reservatório
e ao volume de rejeitos gerados. A partir de uma avaliação preliminar do balanço hídrico,
verificou-se que a barragem de rejeitos teria uma vida útil de 6 anos, fato confirmado pelo
plano de disposição de rejeitos.

4.1 METODOLOGIA

A operação simulada do reservatório foi realizada a partir da aplicação da equação do


balanço hídrico entre afluências e defluências médias mensais, a saber:

 Para o período de pré-operação (enchimento):

V   PDIRETA  QAFLUENTE    QPERCOLADA  EREAL  QRESIDUAL  QVERTIDA 


t

 Para o período de operação:

V   PDIRETA  QAFLUENTE  QREJEITO   QRETIDA  QPERCOLADA  EREAL  QRESIDUAL  QRECIRCULADA  QVERTIDA


t

Onde:

V
t : corresponde à variação do volume no intervalo de tempo;

PDIRETA: Precipitação total média mensal sobre a superfície do espelho de água formado pelo
reservatório. Utilizou-se os dados de precipitação total média mensal provenientes do
pluviômetro PLV-05-PIC, operado pela Vale e instalado na Mina do Pico. O pluviômetro
possui uma série histórica de dados diários no período de 1990 a 2011. Na TABELA 4 .1
podem ser verificados os valores médios mensais de precipitação.

TABELA 4.1 – Precipitação Média Mensal (mm)

Altura Pluviométrica (mm)


JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
321.3 162,0 206,5 72,1 31,2 13,4 8,7 19,3 57,5 108,4 243,8 360,4

QAFLUENTE: Vazão natural da bacia de contribuição afluente ao reservatório. Face à ausência


de informações hidrológicas na bacia em estudo, a série de afluências mensais na seção
fluvial de implantação da barragem de rejeitos Maravilhas III foi determinada a partir de
técnicas de transferência de informações, baseadas nos registros de vazões da estação
fluviométrica Itabirito Linígrafo (código ANA - 41180000), localizada no município de Itabirito,
nas coordenadas geográficas 20º18’04”S e 43º47’53”W. A estação em questão conta com
uma série histórica que abrange o período de 1957 a 2010.
A metodologia utilizada para a obtenção da série de vazões médias mensais adotada no
balanço hídrico está apresentada no Relatório Técnico referente ao Projeto Básico da
Barragem Maravilhas III (No. RL-1850PI-X-00859), elaborado pela VOGBR Recursos
Hídricos e Geotecnia. A serie fluviométrica utilizada como dado de entrada do balanço
hídrico está apresentada na TABELA 4 .2.

TABELA 4.2 – Série de Vazões Médias Mensais

Vazão Média Mensal (m³/s)


ANO
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1957 0.206 0.186 0.222 0.179 0.180 0.153 0.151 0.141 0.184 0.160 0.311 0.462
1958 0.306 0.811 0.270 0.434 0.219 0.143 0.183 0.155 0.166 0.174 0.163 0.185
1959 0.203 0.181 0.363 0.152 0.142 0.135 0.133 0.132 0.131 0.210 0.370 0.319
1960 0.523 0.343 0.271 0.161 0.122 0.123 0.125 0.125 0.127 0.138 0.199 0.391
1961 0.516 0.312 0.334 0.243 0.200 0.171 0.148 0.129 0.128 0.128 0.222 0.249
1962 0.527 0.352 0.243 0.243 0.211 0.225 0.187 0.215 0.487 0.534 0.527 0.438
1963 0.223 0.159 0.148 0.164 0.172 0.164 0.161 0.153 0.153 0.153 0.222 0.195
1964 1.014 1.128 0.174 0.157 0.134 0.123 0.174 0.187 0.149 0.171 0.598 1.295
1965 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.272 0.242 0.269 0.269 0.269 0.555 0.269
1966 1.256 0.317 0.269 0.269 0.269 0.148 0.192 0.169 0.211 0.295 0.289 0.323
1967 0.516 0.587 0.323 0.262 0.203 0.182 0.170 0.156 0.145 0.173 0.328 0.342
1968 0.434 0.328 0.340 0.267 0.218 0.206 0.197 0.184 0.189 0.234 0.242 0.466
1969 0.298 0.236 0.222 0.178 0.167 0.159 0.155 0.148 0.139 0.203 0.356 0.455
1970 0.366 0.211 0.169 0.168 0.150 0.147 0.148 0.144 0.152 0.172 0.227 0.271
1971 0.219 0.205 0.242 0.181 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.158 0.315 0.324
1972 0.169 0.242 0.302 0.182 0.129 0.116 0.126 0.111 0.114 0.154 0.212 0.377
1973 0.434 0.484 0.573 0.326 0.251 0.217 0.192 0.173 0.167 0.197 0.322 0.462
1974 0.516 0.263 0.423 0.359 0.255 0.225 0.198 0.180 0.164 0.268 0.225 0.381
1975 0.583 0.466 0.256 0.264 0.234 0.198 0.207 0.183 0.179 0.200 0.325 0.263
1976 0.211 0.287 0.222 0.169 0.153 0.142 0.159 0.162 0.280 0.343 0.388 0.505
1977 0.680 0.395 0.303 0.240 0.174 0.164 0.149 0.146 0.164 0.163 0.247 0.250
1978 0.573 0.320 0.244 0.232 0.259 0.206 0.200 0.184 0.190 0.192 0.292 0.314
1979 0.761 1.473 0.566 0.381 0.317 0.288 0.264 0.263 0.261 0.231 0.321 0.694
1980 0.864 0.459 0.328 0.477 0.341 0.303 0.249 0.210 0.185 0.161 0.286 0.601
1981 0.761 0.466 0.448 0.381 0.338 0.334 0.300 0.290 0.268 0.314 0.512 0.559
1982 0.647 0.416 0.548 0.391 0.284 0.241 0.216 0.170 0.126 0.169 0.194 0.351
1983 0.747 0.647 0.523 0.438 0.332 0.247 0.227 0.215 0.242 0.316 0.391 0.729
1984 0.322 0.280 0.268 0.232 0.183 0.170 0.170 0.176 0.193 0.176 0.197 0.566
1985 0.964 0.804 0.751 0.388 0.287 0.245 0.232 0.228 0.243 0.281 0.363 0.548
1986 0.640 0.537 0.455 0.296 0.296 0.247 0.217 0.197 0.164 0.139 0.141 0.377
1987 0.374 0.338 0.544 0.349 0.261 0.207 0.180 0.167 0.189 0.205 0.195 0.491
1988 0.330 0.729 0.335 0.282 0.236 0.212 0.186 0.178 0.195 0.204 0.217 0.252
1989 0.286 0.398 0.342 0.213 0.173 0.177 0.156 0.144 0.149 0.166 0.279 0.269
1990 0.292 0.295 0.313 0.243 0.223 0.173 0.152 0.151 0.143 0.131 0.187 0.192
1991 1.078 0.612 0.462 0.348 0.234 0.186 0.150 0.137 0.146 0.183 0.296 0.299
1992 1.032 0.612 0.341 0.292 0.220 0.181 0.173 0.168 0.209 0.185 0.318 0.605
1993 0.445 0.423 0.377 0.309 0.250 0.225 0.206 0.199 0.221 0.264 0.196 0.252
1994 0.701 0.244 0.292 0.224 0.191 0.177 0.164 0.156 0.151 0.177 0.168 0.264
1995 0.212 0.236 0.243 0.216 0.203 0.182 0.173 0.166 0.167 0.212 0.212 0.477
1996 0.580 0.266 0.255 0.230 0.196 0.168 0.146 0.142 0.155 0.167 0.438 0.519
1997 0.269 0.269 0.269 0.269 0.204 0.194 0.167 0.141 0.165 0.163 0.181 0.247
1998 0.430 0.315 0.233 0.193 0.184 0.164 0.153 0.158 0.133 0.187 0.211 0.193
1999 0.281 0.186 0.338 0.189 0.149 0.129 0.127 0.121 0.122 0.141 0.335 0.292
2000 0.658 0.416 0.297 0.193 0.160 0.154 0.167 0.149 0.147 0.128 0.236 0.349
2001 0.374 0.224 0.253 0.173 0.153 0.142 0.138 0.130 0.132 0.121 0.274 0.406
2002 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269
2003 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269
2004 0.470 0.466 0.256 0.262 0.261 0.216 0.197 0.162 0.146 0.152 0.134 0.261
2005 0.302 0.269 0.430 0.229 0.206 0.194 0.180 0.169 0.165 0.150 0.196 0.384
2006 0.171 0.165 0.191 0.129 0.105 0.086 0.083 0.070 0.072 0.109 0.101 0.269
2007 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.269 0.010 0.035 0.069
2008 0.092 0.125 0.170 0.079 0.010 0.009 0.004 0.007 0.269 0.099 0.123 0.559
2009 0.395 0.340 0.246 0.248 0.208 0.165 0.140 0.125 0.269 0.164 0.161 0.388
2010 0.276 0.159 0.227 0.163 0.143 0.115 0.105 0.101 0.094 0.111 0.213 0.213
QREJEITO: Volume de água presente na polpa de rejeitos (água livre e água presa). As vazões
de água na polpa dos rejeitos provenientes da ITM A Pico, ITM D Pico, ITM I Pico, ITM VGR
e ITM I VGR estão apresentadas no Apêndice I;

QRETIDA: Vazão retida nos espaços vazios existentes nos rejeitos. Os valores utilizados
podem ser observados no Apêndice I;

QPERCOLADA: Vazão percolada pelo sistema de drenagem interna do maciço e da fundação da


barragem. Foi adotado o valor de 14,68 m³/h, percolação prevista para o nível de água no
reservatório na situação mais crítica, ou seja, na El. 1303,00 m.

EREAL: Evaporação real incidente no espelho de água do reservatório. Para obtenção da série
de evaporação a ser utilizada no balanço hídrico foram utilizados os dados mensais da
Estação Climatológica de Belo Horizonte, operada pelo INMET – Instituto Nacional de
Meterologia, aplicando um fator multiplicador igual a 0,80 para a obtenção dos valores reais
de evaporação. O uso deste fator se deve ao fato de que a evaporação é medida em um
tanque metálico (tanque classe A), no qual as temperaturas tendem a ser maiores do que no
lago formado pela barragem. As normais mensais de evaporação estão apresentadas na
TABELA 4 .3.

TABELA 4.3 – Totais Mensais de Evaporação

Evaporação (mm)
Variável
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
ETOTAL 88,1 81,2 93,5 92,3 90,8 89,5 103,3 132,9 143,6 117,6 90,8 82,4
EREAL 70,5 65,0 74,8 73,8 72,6 71,6 82,6 106,3 114,9 94,1 72,6 65,9

QRESIDUAL: Vazão mínima a ser garantida a jusante do eixo da Barragem de Rejeitos


Maravilhas III. O fluxo residual foi obtido a partir dos estudos de disponibilidade hídrica
desenvolvidos pela Potamos Engenharia e Hidrologia (Relatório nº 10370-033-NT001-2 –
“Avaliação da Disponibilidade Hídrica Superficial na Barragem Maravilhas III”), em junho de
2012. Foi estabelecido, como premissa, que a vazão residual adotada equivale a 100% da
Q7,10, ou seja, 114 m³/h (31,67 l/s). Ressalta-se que a Q7,10 corresponde a vazão de
referência adotada no estado de Minas Gerais, instituída pela Portaria do IGAM nº 049/10 de
01 de julho de 2010, para estabelecer o fluxo residual mínimo a ser mantido a jusante.

QRECIRCULADA: Vazão que será recirculada para atender a demanda requerida pelo processo
de beneficiamento do minério. Corresponde a vazão de água livre na polpa dos rejeitos
somada a vazão de água regularizada;

QVERTIDA: Vazão vertida pelo sistema extravasor da barragem ;


Na FIGURA 4 .3 são apresentadas, de forma esquemática, as variáveis de entrada e saída
de água, utilizadas na equação do balanço hídrico.
FIGURA 4.3 - Representação Esquemática do Balanço Hídrico do Reservatório da
Barragem de Disposição de Rejeitos.

4.2 SISTEMÁTICA DE SIMULAÇÃO

A simulação do balanço hídrico do reservatório da barragem de rejeitos, considerando as


variáveis de entrada e saída de água apresentadas acima, foi realizada com o auxílio do
programa computacional Goldsim.

O programa GoldSim é um ambiente gráfico especialmente elaborado para permitir a


montagem de modelos de simulação de processos dinâmicos, com elementos
especializados e pré-definidos para representar estruturas, como, por exemplo, barragens. O
software foi desenvolvido pelo GoldSim Techonology Group LCC, com o qual a VOGBR
possui um termo de colaboração.

A capacidade do programa equipara-se a de um ambiente de programação, no qual se


definem relações lógicas entre variáveis, mas de maneira gráfica, o que torna o ambiente de
desenvolvimento bastante compreensível. Esta capacidade simplifica a compreensão da
lógica e dos relacionamentos entre as variáveis modeladas, auxiliando decisivamente na
demonstração e compreensão dos modelos desenvolvidos para terceiros.

As simulações do balanço hídrico, considerando o tempo de operação da barragem de


rejeitos de 06 anos, foram realizadas a partir de uma média móvel dos dados da série de
vazões médias mensais (1957 a 2010 - 54 anos). Desta forma, a primeira simulação
considerou o período da série de 1957 a 1962, a segunda considerou o período de 1963 a
1968, e, assim sucessivamente, resultando em 54 simulações.

4.3 RESULTADOS

Dentro das premissas adotadas anteriormente, foram realizadas duas simulações distintas, a
primeira considerando o período de pré-operação (enchimento) do reservatório e a segunda
o balanço hídrico total do reservatório.

1.1.1 Pré-Operação
Para o período de pré-operação, foi adotado como premissa que o volume mínimo
necessário para o start-up da barragem de rejeitos deveria ser de 2,2 Mm 3 (volume útil capaz
de garantir a captação da vazão a ser regularizada já no primeiro mês de operação).

Ressalta-se que, no período de pré-operação do reservatório, a captação para a usina de


beneficiamento é igual a 0 (zero).

A partir das simulações do balanço hídrico, foi realizada uma análise dos resultados para
verificação do cenário mais crítico, que corresponde ao maior tempo necessário para
enchimento do reservatório até atingir o volume mínimo de start- up. Conforme pode ser
observado na FIGURA 4 .4, onde foi considerado o início o período de pré-operação em
outubro de 2015, o tempo necessário para o enchimento do reservatório, é de 3 meses, (de
outubro de 2015 a dezembro de 2015), compatível com a premissa de início de operação em
janeiro de 2016.

7.000.000

6.000.000

5.000.000
Volume (m³)

4.000.000

3.000.000

2.000.000

1.000.000

0
0 1 2 3 4
Mês
Volume Total Mínimo Volume Total Médio Volume Total Máximo Volume de Start-Up (2,2 Mm³)

FIGURA 4.4 - Variação do Volume de Água no Reservatório Durante o Período de


Enchimento

1.1.2 Operação

O início da operação da Barragem Maravilhas III ocorrerá em janeiro de 2016. A partir da


série de vazões médias mensais foram realizadas 54 simulações do balanço hídrico. Os
resultados obtidos das operações simuladas encontram-se sintetizados a seguir.

 A FIGURA 4 .5 ilustra a variação do nível de água do reservatório ao


longo do período simulado, considerando os 3 meses de enchimento e os 6
anos de operação (out/2015 a dez/2021). Em meados do ano 01 de
operação e ao longo dos anos 02 e 06 de operação, o nível de água máximo
atinge a soleira do vertedouro, ocorrendo vertimentos. Nota-se uma
descontinuidade nas transições entre os anos de operação 01, 02, 03, 04,
05 e 06 devido a alteração das curvas cota x área x volume obtidas do
estudo de disposição de rejeitos;
1310

1300

1290

1280

1270
Cota (m)

1260

1250

1240

1230

1220
10/15 1/16 4/16 7/16 10/16 1/17 4/17 7/17 10/17 1/18 4/18 7/18 10/18 1/19 4/19 7/19 10/19 1/20 4/20 7/20 10/20 1/21 4/21 7/21 10/21

Tempo
Cota da Crista da Barragem Cota Soleira do Vertedouro Cota do Fundo do Reservatório
Nível de Água Mínimo do Reservatório Nível de Água Médio do Reservatório Nível de Água Máximo do Reservatório

FIGURA 4.5 - Variação dos Níveis de Água no Reservatório.

 A variação do volume de água no reservatório é apresentada na


FIGURA 4 .6. É possível observar que, para as premissas adotadas, o
reservatório apresenta um comportamento ascendente.

60.000.000,00

Barragem Inicial Barragem Final

50.000.000,00

40.000.000,00
Volume (m³)

30.000.000,00

20.000.000,00

10.000.000,00

0,00
10/15 1/16 4/16 7/16 10/16 1/17 4/17 7/17 10/17 1/18 4/18 7/18 10/18 1/19 4/19 7/19 10/19 1/20 4/20 7/20 10/20 1/21 4/21 7/21 10/21

Tempo

Capacidade do Reservatório Volume Total Mínimo Volume Total Médio Volume Total Máximo Alteamento

FIGURA 4.6 - Variação dos Volumes de Água no Reservatório.


 A vazão de água recuperada durante o período de operação
corresponde a vazão de água livre dos rejeitos somada a vazão regularizada
pelo reservatório (300 m3/h), totalizando 2708,4 m3/h. Na simulação do
balanço hídrico, foi considerada a captação durante 24 horas/dia. Conforme
apresentado na FIGURA 4 .7, pode-se verificar que não ocorreu falhas no
sistema de bombeamento durante o período de operação da barragem.
3500,00

3000,00

2500,00
Vazão recirculada (m3/h)

2000,00

1500,00

1000,00

500,00

0,00
10/15 1/16 4/16 7/16 10/16 1/17 4/17 7/17 10/17 1/18 4/18 7/18 10/18 1/19 4/19 7/19 10/19 1/20 4/20 7/20 10/20 1/21 4/21 7/21 10/21

Tempo

FIGURA 4.7 – Vazão Recuperada no Reservatório da Barragem.

 Conforme já observado na FIGURA 4 .5 durante o período de operação


foram observados vertimentos ao longo dos anos 01, 02 e 06 de operação,
sendo a soleira do vertedouro situada na El.1273,00 m (etapa inicial) e na El.
1303,00 m (etapa final). Na FIGURA 4 .8 é possível verificar a freqüência de
vertimento e as respectivas vazões durante a vida útil da barragem. Nota-se
que quando ocorrem vertimentos, a vazão vertida é superior a vazão mínima
residual necessária a ser mantida a jusante da barragem de rejeitos (114
m³/h). Entretanto, na maioria do tempo, cerca de 65%, não ocorrem
vertimentos, havendo necessidade de bombeamento para garantir a
manutenção da referida vazão.
5000.00

4500.00

4000.00

3500.00

3000.00
Vazão (m³/h)

2500.00

2000.00

1500.00

1000.00

500.00

0.00
10/15 1/16 4/16 7/16 10/16 1/17 4/17 7/17 10/17 1/18 4/18 7/18 10/18 1/19 4/19 7/19 10/19 1/20 4/20 7/20 10/20 1/21 4/21 7/21 10/21
Tempo

Vertimento - Mínimo (m³/h) Vertimento - Médio (m³/h) Vertimento - Máximo (m³/h)

FIGURA 4.8 – Vertimentos do reservatório ao longo do período simulado

Como complemento dos resultados, na FIGURA 4 .9 e na TABELA 4 .4, estão


apresentados os valores médios, das variáveis de entrada e saída do balanço hídrico do
reservatório da barragem de rejeitos, para todo o período simulado (75 meses).

TABELA 4.4 - Resultado do Balanço Hídrico Médio Mensal

Entrada (m³/h) Saídas (m³/h) Resultad


Ano o do
PDIRETA QAFLUENTE QREJEITO QRETIDA QPERCOLADA EREAL QVERTIMENTO QRECIRCULADA QRESIDUAL Balanço
17,3
Enchimento 31,43 1328 0 0 30 0 0 114 1198
1
58,7
1 106,4 912 3449 1041 30 30,07 2708 114 485,6
8
56,3
2 93,99 918 3449 1041 30 481,5 2708 114 30,25
6
56,9
3 102,4 914 3449 1041 30 0 2708 114 515,4
7
105,
4 183,0 869 3449 1041 30 0 2708 114 502,5
0
135,
5 232,0 840 3449 1041 30 0 2708 114 492,4
2
178,
6 301,5 803 3449 1041 30 249,9 2708 114 233,6
5
FIGURA 4.9 – Balanço Hídrico do Reservatório da Barragem de Rejeitos – Valores
médios do Período Simulado

De acordo com os resultados apresentados, verifica-se que o balanço hídrico do reservatório


da barragem é positivo, com incremento final médio de 246,69 m³/h.

5.0 PLANO DE DISPOSIÇÃO DE REJEITOS

Foram elaborados 06 cenários de disposição de rejeitos com o objetivo de contextualizar e


prever a ocupação do reservatório ao longo da vida útil do empreendimento. Esse estudo foi
desenvolvido em conjunto com o balanço hídrico do reservatório. Os cenários considerados
no plano de disposição foram:

 Cenário 01 - corresponde aos 3 meses de enchimento e 1 ano de operação


da Barragem de Rejeitos (15 meses);

 Cenário 02 - corresponde aos 3 meses de enchimento e 2 anos de operação


da Barragem de Rejeitos (27 meses);

 Cenário 03 - corresponde aos 3 meses de enchimento e 3 anos de operação


da Barragem de Rejeitos (39 meses);

 Cenário 04 - corresponde aos 3 meses de enchimento e 4 anos de operação


da Barragem de Rejeitos (51 meses);

 Cenário 05 - corresponde aos 3 meses de enchimento e 5 anos de operação


da Barragem de Rejeitos (63 meses);

 Cenário 06 - corresponde aos 3 meses de enchimento e 6 anos de operação


da Barragem de Rejeitos (75 meses).

Para o estudo do plano de disposição de rejeito foi adotado 1% para a declividade da praia
no trecho emerso e 3% para o trecho submerso. Visando um maior aproveitamento da área
do reservatório, foi necessário considerar a movimentação do ponto de lançamento
(longitudinal e transversal), determinando um plano de manejo.
Nos desenhos 1850PI-X-00881, 1850PI-X-00882, 1850PI-X-00883, 1850PI-X-00884,
1850PI-X-00885 e 1850PI-X-00886 são apresentados os cenários de disposição da
Barragem de Rejeitos.

5.1 METODOLOGIA DE DISPOSIÇÃO DOS REJEITOS

A situação mais indicada para a disposição dos rejeitos inicia-se com o posicionamento da
tubulação de descarga nas cotas mais baixas do reservatório, objetivando preencher
sucessivamente os pequenos talvegues. À medida que forem sendo ocupados os espaços
inferiores, a tubulação deve ser posicionada em pontos mais altos. Esta forma de operar a
disposição dos rejeitos visa ocupar com uniformidade todo o espaço disponível para a
acumulação e ainda, evitar a formação de lagoas no interior dos mesmos, que poderiam
ocasionar pontos de instabilidade na superfície dos rejeitos.

A metodologia adotada para elaboração dos cenários de disposição de rejeitos considerou


um único ponto de lançamento por vez. Na definição dos pontos de lançamento de rejeitos
algumas questões foram relevantes, quais sejam:

 Ocupação uniforme do reservatório;

 Ausência de reservatórios intermediários (seccionamento do


reservatório);

 Interferência com os sistemas extravasores;

 Menor caminhamento e manejo da tubulação de rejeitos.

Foram elaborados 06 cenários, tomando-se como referência o nível de água médio do


reservatório em cada etapa.

A avaliação do nível de água no reservatório foi realizada a partir do balanço hídrico, que
considerou como variável a curva cota x área x volume do reservatório tendo em vista que a
disposição do rejeito altera a morfologia do mesmo. Desta forma, a metodologia para
obtenção dos cenários é interativa e ocorre na seguinte seqüência:

 Determinação da curva cota x área x volume do reservatório;

 Simulação do balanço hídrico para obtenção do nível de água médio;

 Lançamento do volume de rejeito para o período e elaboração da


praia/superfície de rejeito;

 Determinação da nova curva cota x área x volume, dando inicio ao novo


ciclo.

O ponto inicial de lançamento de rejeitos está localizado na vertente sudeste do reservatório,


a cerca de 800 metros do acesso existente. Nos anos seguintes, a disposição ocorre na
mesma região, sendo a tubulação movida para pontos mais altos, até atingir a cota máxima
de lançamento na El. 1310,00 m (ano 04), quando são previstos avanços na tubulação de
lançamento até o ano 05. Por fim, no último ano, o ponto de lançamento é deslocado para a
vertente sudoeste, sendo em seguida, movido para o talvegue adjacente imediato, de
maneira a evitar a formação de lagoas no interior do mesmo.

A TABELA 5 .5, sintetiza os valores considerados nas 06 simulações realizadas.


TABELA 5.5 – Valores Característicos Adotados para Elaboração dos Cenários de
Disposição de Rejeitos

Nível Médio de Água Volume de Rejeitos Volume de Rejeitos Cota de lançamento


Cenário
(m) Lançados (m³) Acumulado (m³) (m)

Cenário 1 1261,00 17.237.125 17.237.125 1282,00


Cenário 2 1272,00 17.349.952 34.587.077 1300,00
Cenário 3 1277,00 16.889.660 51.476.737 1307,00
Cenário 4 1285,00 16.603.839 68.080.576 1310,00
Cenário 5 1292,00 16.230.280 84.310.856 1310,00
Cenário 6 1299,00 16.680.165 100.991.021 1310,00

5.2 RESULTADOS

Nos desenhos 1850PI-X-00881 a 1850PI-X-00886 encontram-se as representações das


superfícies dos rejeitos depositados no reservatório para cada cenário estudado e as
respectivas curvas cota x área x volume. Os principais resultados obtidos das simulações de
disposição de rejeitos encontram-se sintetizados a seguir:

 A partir do plano de disposição de rejeitos foi possível confirmar a vida


útil da Barragem Maravilhas III de 6 anos, totalizando aproximadamente
101,00 Mm³ de rejeitos dispostos;

 O processo de simulação da praia de rejeitos é extremamente sensível a


cota e localização do ponto de lançamento. Adotou-se como margem de erro
+/- 5% do volume referente a cada configuração estudada, buscando
atender o volume anual de 16.952.461 m³. Adianta-se que, ao final do
estudo, foi obtido a partir da superfície gerada, um volume acumulado de
rejeitos igual a 100.991.021 m³. Comparando esse valor ao volume
acumulado previsto de 101.714.768 m³, resulta em uma diferença inferior a
1%, insignificante para a fase de estudo. Na TABELA 5 .6 são apresentados
os volumes obtidos nos estudos de disposição de rejeitos para cada cenário.

TABELA 5.6 – Volume de rejeitos da Barragem Maravilhas III

Volume de rejeitos previstos Volume de rejeitos


Cenário na Barragem Maravilhas III considerado no Plano de Diferença (%)
(m³) Disposição (m³)
Cenário 1 16.952.461 17.237.125 1,01 %
Cenário 2 16.952.461 17.349.952 1,02 %
Cenário 3 16.952.461 16.889.660 -0,99 %
Cenário 4 16.952.461 16.603.839 -0,98%
Cenário 5 16.952.461 16.230.280 -0,95%
Cenário 6 16.952.461 16.680.165 -0,98%
Total 101.714.768 100.991.021 -0,99%

 Na FIGURA 5 .10 é apresentado um comparativo entre as curvas cota x


área x volume resultantes do presente estudo, onde foi verificado que, para
uma dada elevação, o volume a ser armazenado decresce com o tempo em
virtude da ocupação do reservatório pelos rejeitos;
1310

1300

1290

1280
Elevação (m)

1270

1260

1250

1240

1230
0.00 20,000,000.00 40,000,000.00 60,000,000.00 80,000,000.00 100,000,000.00
Volume Acumulado (m³)

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6

FIGURA 5.10 - Variação da capacidade do reservatório em função das etapas de


operação.

 Nos desenhos 1850PI-X-00881 a 1850PI-X-00886 nota-se que área do


reservatório próxima ao maciço é o local mais recomendável para a
implantação do sistema de captação, pois durante todo o período de
operação da barragem apresenta a formação do lago.

6.0 VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE RETENÇÃO DE SEDIMENTOS/REJEITOS


NO RESERVATÓRIO

A eficiência de retenção do reservatório da Barragem Maravilhas III foi verificada a partir da


comparação dos tempos de queda das partículas e dos tempos de residência médio das
vazões referentes ao evento de TR 2 anos e duração de 24 horas, conforme metodologia
proposta por Haan (1993).

Apresentam-se nas TABELA 6 .7TABELA 6 .8 os tempos de queda das partículas sólidas


para regimes de escoamento permanente laminar em função dos diâmetros dos grãos e o
tempo de residência considerando a cheia de TR 2 anos e duração de 24 horas no
reservatório, respectivamente.

A definição do percentual referente à eficiência de retenção se baseou nas curvas


granulométricas fornecidas pela VALE. Para o cálculo da eficiência de retenção foi
considerado o pior cenário, sendo composto por partículas de menor diâmetro (80% silte e
20% argila).

TABELA 6.7 – Tempo de Queda das Partículas Sólidas

Parâmetros Sedimentométricos Tempo de Queda das Partículas (h)


Diâmetro dos Grãos Velocidade de Queda da Partícula
Descrição Barragem
(mm) (m/s)
Areia Média 0,425 1,55E-01 0,035
Areia Fina 0,075 4,82E-03 1,12
Silte 0,005 2,14E-05 252
Argila 0,001 8,57E-07 6302

TABELA 6.8 – Tempo de Residência da Cheia de TR 2 anos e Duração 24 horas

Estimativa da Eficiência de Retenção


Áreas de Drenagem Total
Estrutura Vazão Afluente (m³/s) Tempo de Residência (h)
(ha)
Barragem 416,7 2,11 10654

Confrontando-se os resultados apresentados, verifica-se que o reservatório da Barragem


Maravilhas III apresenta propriedades geométricas capazes de garantir a retenção de 100%
dos sedimentos e rejeitos.

7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este documento apresentou os estudos de balanço hídrico do reservatório da barragem de


rejeitos e os cenários de disposição de rejeitos da Barragem Maravilhas III. As principais
conclusões desse estudo são:

 O balanço hídrico do reservatório é superavitário;

 O reservatório mostrou-se viável quanto ao volume de disposição de


rejeitos e quanto ao suprimento de água durante 06 anos de operação;

 Para elaboração do cronograma de implantação do empreendimento


recomenda-se que seja adotado um periodo de pré-operação (enchimento)
do reservatório igual a 3 meses, para atendimento do volume de start-up
considerado;

 Recomenda-se a implantação da balsa de captação de água na região


próxima ao maciço;

 Deverá ser elaborado um plano de disposição de rejeitos, considerando


cenários semestrais, com objetivo de revisar os estudos desenvolvidos neste
trabalho e otimizar a ocupação do reservatório. Em conjunto com este
material deverá ser elaborado um manual de operação do reservatório com
o intuito de subsidiar a equipe de operação da mina.

É importante ressaltar que os resultados obtidos no presente estudo estão diretamente


relacionados as premissas e critério adotados. Quaisquer alterações nas mesmas faz-se
necessária a reavaliação dos trabalhos.
8.0 EQUIPE TÉCNICA

EMPRESA RESPONSÁVEL POR ESTE RELATÓRIO


Razão social: VOGBR RECURSOS HÍDRICOS &
http: www.vogbr.com.br
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CNPJ: 07.214.006/0001-00
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EQUIPE TÉCNICA DA VOGBR


ESTA EQUIPE PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO
E RESPONSABILIZA-SE TECNICAMENTE POR SUAS RESPECTIVAS ÁREAS
RESPONSABILIDADE
TÉCNICO ÁREA DE ATUAÇÃO
NO PROJETO
Joana Andrade Hidrologia Coordenação/ Revisão do Documento
Carlos Eduardo Torres Hidrologia Estudos Hidrológicos/Hidráulicos
Paula Comini Hidrologia Estudos Hidrológicos/Hidráulicos
Anderson Silva Hidrologia Revisor externo
Alexandre Carvalho Projetista - Desenvolvimento de Projetos
PRODUÇÃO GRÁFICA Kátia Silva Desenhista – Formatação de Desenhos
Nery Chaves Gerenciamento / Edição

EMPRESA RESPONSÁVEL PELO EMPREENDIMENTO


Razão social: VALE S/A
CNPJ: 33.592.510/0001-54
Inscrição Municipal: Isento
Endereço: Av. Graça Aranha, 26 – 7 º andar – Centro – Rio de Janeiro - RJ
Telefone (fax): (31) 3916-2315
Contato: Jeanne Castro
E-mail: Jeanne.castro@vale.com
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº VALE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00858
MINA DO PICO
Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
PLANO DE MANEJO E DISPOSIÇÃO DE REJEITOS VG12-053-1-EG-RTE-0004 1

APÊNDICE I

PLANILHA RESUMO COM AS CARACTERÍSTICAS DOS


REJEITOS
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
Nº VALE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
MINA DO PICO RL-1850PI-X-00858
BARRAGEM MARAVILHAS III Nº VOGBR REV.
PLANO DE MANEJO E DISPOSIÇÃO DE REJEITOS VG12-053-1-EG-RTE-0004 1

ITM I PICO ITM A PICO ITM D PICO ITM VGR ITM I VGR
Variáveis
Flotação Lama Flotação Lama Flotação Lama Flotação Lama Flotação Lama

Vazão Mássita seca - Ms (t/h) 607 191 157 107 150 165 134 538 1042.06 533.72

Disponibilidade planta (h/ano) 6783 6783 5024 5024 6717 6717 7150 7150 7800 7800

Peso específico dos grãos seco (t/m3) - gs 3.13 3.82 3.24 4.29 3.24 4.29 4 4.21 2.73 3.76

Teor de sólidos da polpa (%) 38 40 50 40 40 40 51 55 59 37

ìndice de vazios (e) 1.2 1.1 1.2 1.1 1.2 1.1 1.2 1.1 1.2 1.1

Porosidade (n) 0.55 0.52 0.55 0.52 0.55 0.52 0.55 0.52 0.55 0.52

Massa específica seca (t/m3) - gd 1.42 1.82 1.47 2.04 1.47 2.04 1.82 2.00 1.24 1.79
4,117,281.0 1,295,553.0 1,108,305.0 3,846,700.0 8,128,068.0 4,163,016.0
Produção Total de rejeitos (t/ano) 788,768.00 537,568.00 1,007,550.00 958,100.00
0 0 0 0 0 0
2,893,935.5 712,215.0 1,918,781.4 6,550,091.4 2,325,088.7
Volume total de rejeitos (m3/ano) 535,583.21 263,145.17 684,138.89 542,526.92 526,955.00
3 0 7 3 2
Teor de umidade - w (%) 1.63 1.50 1.00 1.50 1.50 1.50 0.96 0.82 0.69 1.70

Massa específica da água (t/m3) - ga 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00
3
Vazão total de água na polpa (m /h) 990.37 286.50 157.00 160.50 225.00 247.50 128.75 440.18 724.14 908.77

Vazão de água retida nos rejeitos (m3/h) 232.72 55.00 58.15 27.44 55.56 42.31 40.20 140.57 458.05 156.14
3
Vazão de água livre (m /h) 757.65 231.50 98.85 133.06 169.44 205.19 88.55 299.61 266.10 752.62

Total rejeitos (m3/ano) 16,952,461.35


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