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S1331
TÍTULO Nº VALE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00856 1/27
MINA DO PICO Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III – ESTUDOS HIDROLÓGICOS
E HIDRÁULICOS - RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-RH-RTE-0001 1
REVISÕES
TE: TIPO A - PRELIMINAR C - PARA E - PARA CONSTRUÇÃO G - CONFORME CONSTRUÍDO
EMISSÃO B - PARA CONHECIMENTO F - CONFORME COMPRADO H - CANCELADO
APROVAÇÃO D - PARA COTAÇÃO
Rev TE Descrição Por Ver. Apr. Aut. Data
.
20/08/201
A B EMISSÃO INICIAL PC JA JA AS
2
22/02/201
0 B ATENDENDO A COMENTÁRIOS PC JA JA AS
3
12/05/201
1 C APROVADO PC JA JA AS
4
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº VALE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00856 2/27
MINA DO PICO Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III – ESTUDOS HIDROLÓGICOS
E HIDRÁULICOS - RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-RH-RTE-0001 1
ÍNDICE
ITEM DESCRIÇÃO PÁGINA
1.0 INTRODUÇÃO 3
No presente relatório, elaborado pela VOGBR Recursos Hídricos & Geotecnia Ltda., são
apresentados os “Estudos Hidrológicos e Hidráulicos para a Barragem de Rejeitos
Maravilhas III”, localizada na Mina do Pico, integrante do Complexo Minerador de Itabiritos,
de propriedade da VALE, situada no município de Itabirito/MG.
A Barragem Maravilhas III tem por objetivo atender à disposição dos rejeitos provenientes
das Instalações de Tratamento de Minério (ITM) das Minas do Pico e Vargem Grande, a
partir do ano de 2016. A FIGURA 1 .1 apresenta a área de localização da futura barragem.
10 17,6 22,3 25,3 29,0 31,8 32,7 35,2 38,5 40,9 48,9
15 23 29,0 32,8 37,6 41,1 43,1 46,3 50,5 53,6 63,7
20 26,8 33,7 38,2 43,7 47,7 50,5 54,2 59,1 62,6 74,2
30 32,1 40,4 45,7 52,3 57 60,9 65,4 71,1 75,3 88,9
1 41,3 51,8 58,6 66,9 72,9 78,7 84,4 91,8 97,0 114
2 53,5 67,5 76,5 87,8 96,1 104 112 123 130 155
3 60,6 76,6 87,0 100 110 119 128 140 150 179
4 65,7 83,1 94,5 109 119 130 140 153 163 196
Horas
6 72,8 92,2 105 121 133 144 156 171 183 220
8 77,8 98,7 112 130 142 155 168 184 196 237
10 81,8 104 118 136 150 163 176 194 207 250
12 85 108 123 142 156 170 184 202 216 261
18 92,1 117 133 154 170 185 200 220 235 285
24 97,2 123 141 163 179 195 211 233 249 302
2 124 159 182 211 233 254 275 304 325 395
Dias
3 152 194 222 257 284 310 335 370 395 481
5 196 249 285 330 363 396 429 472 505 613
7 232 294 336 388 427 466 504 555 593 721
10 277 350 399 460 506 551 596 655 700 849
15 338 429 490 566 623 679 735 809 865 1050
20 390 493 562 648 712 776 840 923 987 1197
30 478 599 680 782 857 932 1007 1105 1180 1427
Aos pontos amostrais, foram ajustadas diversas distribuições teóricas, tendo sido adotada a
distribuição de Gumbel. A partir dessa distribuição, foram obtidos os quantis de precipitação
máxima diária para as diversas recorrências. Para transformação em chuva de 24 horas e
desagregação em alturas de chuvas de menor duração foi utilizada a seguinte metodologia:
Transformação da precipitação diária, em altura de chuva de 24 horas de
duração, pela multiplicação dos valores pelo fator 1,10 (PINHEIRO, 2011);
Os quantis de altura de chuva para o período de retorno de interesse (TR 25 anos) utilizados
no dimensionamento do Sistema de Desvio estão apresentados na TABELA 4 .3.
15 18,1
20 21,0
25 23,4
30 25,6
1 30,9
2 39,4
4 48,7
6 54,3
Horas
8 58,6
10 62,0
12 64,9
14 67,5
24 77,8
O estudo para o cálculo das vazões de projeto foi realizado com o intuito de fornecer
subsídios para o dimensionamento das estruturas hidráulicas previstas na área de
implantação da Barragem de Rejeitos Maravilhas III.
Como premissa de projeto, o sistema extravasor da Barragem de Rejeitos Maravilhas III foi
dimensionado para uma vazão decorrente da chuva com 10.000 anos de recorrência,
considerando uma borda livre mínima de 1,0 m, conforme recomendação constante na
publicação “Diretrizes para Elaboração de Estudos Hidrológicos e Dimensionamentos
Hidráulicos em Obras de Mineração”, (PINHEIRO, 2011).
Os valores de CN atribuídos a cada tipo de solo, considerando as condições normais (CN II)
e de solo saturado (CN III) estão apresentados na TABELA 4 .4.
Na síntese dos hidrogramas de vazões foi utilizado o método SCS, tendo como parâmetro o
lagtime (Tlag) dado pela multiplicação do tempo de concentração pelo fator de 0,6.
As simulações foram realizadas para os eventos de chuva com as durações variando entre 1
hora até 30 dias, de maneira a se determinar a duração crítica, ou seja, aquela que resultará
na maior vazão afluente. Adicionalmente, para a obtenção das vazões de projeto (vazão
máxima defluente) do sistema extravasor da barragem de rejeitos Maravilhas III, no ribeirão
Congonhas, foi considerado o potencial de amortecimento do reservatório da referida
barragem, a partir da avaliação do trânsito de cheia, apresentado no item 5.1.1.
Os resultados das simulações para as vazões afluentes ao sistema extravasor da barragem
de rejeitos na etapa final, podem ser visualizados na TABELA 4 .6.
8 151
10 135
12 122
18 93,4
24 75,7
2 50,7
3 41,3
5 31,7
7 26,7
Dias
10 22,0
15 18,2
20 15,5
30 12,3
As simulações foram realizadas para os eventos de chuva com as durações variando entre 1
hora e 24 horas, de maneira a se determinar a duração crítica, ou seja, aquela que resultará
na maior vazão afluente. Os resultados das simulações para as vazões afluentes ao sistema
de desvio da barragem de rejeitos podem ser visualizados na TABELA 4 .8.
8 3,55
10 3,69
12 3,75
14 3,76
24 3,64
Em virtude da magnitude das áreas de contribuições (inferiores a 1,0 km²), as vazões das
estruturas constituintes do sistema de drenagem superficial foram obtidas utilizando o
Método Racional.
C it ,T A
Qp 3, 6
Onde:
- Qp: vazão de projeto (m³/s);
- C: coeficiente de escoamento, determinado a partir do uso do solo e
do tipo do solo;
- it,T: intensidade média da chuva para uma duração t e um tempo de
retorno TR (mm/h);
- A: área da bacia de contribuição (km²).
Nas áreas das canaletas de drenagens das bermas, das descidas de água e
dos canais periféricos utilizou-se o Método Cinemático, admitindo a
velocidade de escoamento de 1,0 m/s, 5,0 m/s e 5,0 m/s, respectivamente;
A TABELA 4 .9 apresenta uma síntese das variáveis utilizadas e os resultados obtidos para
as estruturas do sistema de drenagem superficial, utilizando o Método Racional, sendo TR o
tempo de retorno, I a intensidade média da chuva e C o coeficiente de escoamento.
Área de
Estrutura Nome Drenagem TR (anos) I (mm/h) C (Ponderado) Vazão (m³/s)
(km²)
Berma Todas 0.004 100 195 0.45 0.097
Pelo fato da área de interesse estar inserida, em sua totalidade, no estado de Minas Gerais,
os estudos de vazões mínimas foram conduzidos com o objetivo de determinar a vazão
mínima anual com duração de 7 dias e período de retorno de 10 anos (Q 7,10) na seção fluvial
selecionada. A Q7,10 corresponde a vazão de referência adotada no estado de Minas Gerais,
instituída pela Portaria do IGAM nº 049/10 de 01 de julho de 2010, para estabelecer o fluxo
residual mínimo a ser mantido a jusante.
A vazão residual a ser mantida a jusante da Barragem de Rejeitos Maravilhas III foi obtida a
partir dos estudos de disponibilidade hídrica desenvolvidos pela Potamos Engenharia e
Hidrologia (Relatório nº 10370-033-NT001-2 – “Avaliação da Disponibilidade Hídrica
Superficial na Barragem Maravilhas III”), em junho de 2012. Foi estabelecido, como
premissa, que a vazão residual adotada equivale a 100% da Q 7,10, ou seja, 114 m³/h (31,67
l/s).
O sistema extravasor da Barragem de Rejeitos Maravilhas III foi concebido com a finalidade
de conduzir, de forma ordenada, as vazões defluentes do reservatório em épocas de cheias
até o talvegue natural, garantindo a segurança hidráulica da barragem, sendo composto
pelos seguintes elementos:
O sistema extravasor foi dimensionado para a vazão decorrente da chuva de 10.000 anos de
período de retorno, considerando uma borda livre mínima de 1,0 m, conforme recomendação
constante na publicação “Diretrizes para Elaboração de Estudos Hidrológicos e
Dimensionamentos Hidráulicos em Obras de Mineração”, (PINHEIRO, 2011).
A simulação do trânsito da cheia de projeto pelo reservatório da barragem foi realizada com
o emprego do Método de Puls Modificado, incorporado ao modelo matemático HEC-HMS
versão 3.5. Esse método é baseado na discretização em diferenças finitas da equação do
balanço hídrico, utilizando como elementos de cálculo as relações cota x descarga do
vertedouro e cota x volume do reservatório, além do hidrograma de vazões afluentes de
projeto, obtido nos estudos hidrológicos. Para realização das simulações adota-se, como
nível de água inicial dos reservatórios, a cota correspondente à soleira vertente (El.
1303,00 m).
2 2
Q Cd B H gH
3 3
Onde:
- Q: vazão (m³/s);
- Cd: coeficiente de descarga, adimensional. Para o presente
dimensionamento, adotou-se Cd igual a 0,9;
- B: largura da base do vertedouro, adotada com 5,0 metros (m);
- H: carga hidráulica sobre a soleira (m);
- g: aceleração da gravidade (m/s²).
1306,50
1306,00
1305,50
1305,00
C ota (m)
1304,50
1304,00
1303,50
1303,00
1302,50
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00
Vazão (m³/s)
1306,00
1305,50
1305,00
C o ta (m )
1304,50
1304,00
1303,50
1303,00
1302,50
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
30,0 1308,0
20,0 1304,0
Q Máx Defluente = 18,05 m³/s
Crista da Barragem
10,0 N.A Max Maximorum 1300,0
NA Max Normal
Cotagrama
5,0 1298,0
0,0 1296,0
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 264 288
Tempo (h)
Na TABELA 5 .11 é apresentada uma síntese dos resultados encontrados nos cálculos do
trânsito de cheia no reservatório da barragem de rejeitos Maravilhas III. Para determinação
da cota de coroamento da Barragem, foi adicionado ao valor de sobrelevação máxima do
nível de água do reservatório para TR 10.000 anos, uma borda livre mínima de 1,00m.
TABELA 5.11 – Síntese do Cálculo das Vazões de Projeto para o Sistema Extravasor.
O dimensionamento do canal de aproximação foi realizado com base nas vazões máximas
defluentes obtidas do estudo de trânsito de cheias. A altura do canal foi dimensionada com
base na equação de emboque citada anteriormente.
Esta estrutura foi concebida com seção retangular, em concreto armado com 5,0 metros de
base e 3,0 metros de altura. A TABELA 5 .12 apresenta a síntese do dimensionamento
hidráulico do canal do vertedouro.
O canal do rápido foi concebido em concreto armado, com geometria retangular, com 3,0
metros de base e 2,0 metros de altura. Apresenta, ainda, nos trechos com alta declividade,
perfil longitudinal em degraus com 0,50 metros de altura, de forma a auxiliar na dissipação
da energia do fluxo de água.
Como premissa este sistema foi dimensionado considerando a vazão decorrente da chuva
durante o período seco (Abril a Setembro) com 25 anos de período de retorno, considerando
a construção da barragem nesses 6 meses e admitindo um risco de, aproximadamente, 2%.
5.2.1 Ensecadeiras
O sistema de desvio da Barragem de Rejeitos Maravilhas III será composto por duas
ensecadeiras, a de montante e de jusante. A ensecadeira de montante tem a finalidade de
redirecionar as águas advindas da drenagem natural para o canal de desvio. Já a de jusante
foi concebida com o intuito de evitar que o nível de água de jusante interfira na região de
obras.
O canal de desvio foi dimensionado, a partir da vazão de projeto, para não apresentar carga
hidráulica a montante, funcionando como escoamento livre. Também não está prevista carga
hidráulica a jusante que pudesse afogar a saída da galeria. A verificação hidráulica da
estrutura foi realizada a partir da aplicação da equação de emboque de canal, apresentada
no item 5.1.1.
2
1
Q A Rh 3 I
n
Onde:
- Q: vazão (m³/s);
- n: coeficiente de rugosidade de Manning, adotado 0,015 (concreto);
- A: área molhada (m²);
- Rh: raio hidráulico da seção molhada (m);
- I: declividade longitudinal (m/m).
BAPTISTA, J.A.; COELHO, M.L.P.C.; CIRILO, J.A. “Hidráulica Aplicada”. ABRH. 2001.
CHOW, V.T.; MAIDMENT, D.R.; MAYS, L.W. “Applied hydrology”. 1ª ed. McGraw-Hill. 1988.
U.S. ARMY CORPS OF ENGINEERS. “HEC-HMS version 3.2”. Institute for Water
Resources (Hydrologic Engineering Center). 2008.
8.0 EQUIPE TÉCNICA