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DESVIO PRODUTIVO

Fazer cliente perder tempo tentando


cancelar plano gera danos morais, diz juiz
10 de abril de 2021, 7h47 Imprimir Enviar

Por Tiago Angelo

 Ouvir: gera danos morais 0:00

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seguiu sendo cobrado. A decisão é de DESVIO PRODUTIVO
31 de março deste ano. Empresa indenizará cliente que
X
perdeu tempo com cobrança indevida
"Foram mais de 20 reclamações, sem
êxito. Não se verificou empenho da DESVIO PRODUTIVO
requerida na composição extrajudicial Fazer cliente perder tempo com
Claro terá que indenizar cliente que solicitou
cancelamento do plano mas continuou sendo do impasse. Tal postura faz com que o cobrança indevida gera indenização
cobrado consumidor gaste seu tempo
DESVIO PRODUTIVO
realizando diligências para solucionar
Fazer consumidor perder tempo gera
problema a que não deu causa, ocorrendo a perda de seu tempo útil", diz a
dano moral, diz TJ-RJ
decisão.
O juiz aplicou a teoria do desvio produtivo, elaborada pelo advogado capixaba
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Marcos Dessaune. Segundo a tese, o desvio ocorre quando o consumidor,
diante de uma situação de mau atendimento, precisa desperdiçar o seu tempo
para solucionar problemas causados pelo fornecedor, deixando de executar Linkedin RSS
uma atividade necessária ou por ele pretendida.

Dessaune não atuou no caso concreto, mas comentou o julgado em nota


enviada à ConJur. "A decisão aplica corretamente a teoria. Minha única
observação é quanto a uma nomenclatura inadequada que vem se
disseminando pelo Brasil, sem que haja o correspondente respaldo científico
ou doutrinário. Enquanto bem jurídico, entendo que não se deva classificar o
tempo de 'útil', pois isso implicaria reconhecer que existe um tempo 'inútil' na
vida humana. Penso que também não se deva denominá-lo 'livre', pois alguém
poderia alegar, ainda que falaciosamente, que se trata de um tempo de 'pouca
importância'", diz o advogado.

Ainda segundo ele, o tempo "é sempre 'ocupado', do ócio ao negócio".


"Portanto, é mais adequado chamar esse relevante valor jurídico de 'tempo
vital' ou 'existencial' , como o denomino na teoria aprofundada do desvio
produtivo do consumidor, que é a tese mundialmente pioneira no estudo dessa
temática."

Clique aqui para ler a decisão


1011745-25.2020.8.26.0562

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Tiago Angelo é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 10 de abril de 2021, 7h47

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