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TEMPO DO CRIME

TEORIA DA ATIVIDADE TEORIA DO RESULTADO TEORIA MISTA / UBIQUIDADE


Considera-se praticado o crime no Considera-se praticado o crime no Considera-se praticado o crime no
momento da conduta (A/O) – teoria momento do resultado. momento da conduta (A/O) ou do
adotada pelo CP (art. 4°). resultado.

“Art. 4º C.P. - Considera-se pratica-


do o crime no momento da ação ou
omissão, ainda que outro seja o mo-
mento do resultado.”

LUGAR DO CRIME
TEORIA DA ATIVIDADE TEORIA DO RESULTADO TEORIA MISTA / UBIQUIDADE
O crime considera-se praticado no O crime considera-se praticado no o crime considera-se praticado no
lugar da conduta. lugar do resultado. lugar da conduta ou do resultado.
Adotada.

“Art. 6º - Considera-se praticado o


crime no lugar em que ocorreu a
ação ou omissão, no todo ou em par-
te, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado (a
circunstância alheia à vontade do
agente que impediu o resultado
deve ocorrer no território nacio-
nal).”

CRIME
TEORIA TRIPARTITE TEORIA BIPARTITE
Crime = fato típico + ilicitude + culpabilidade Crime = fato típico + ilicitude
* Culpabilidade como pressuposto para aplicação da
pena

CONDUTA
Idealizada por Von Liszt, Beling, Radbruch.
Início do século XIX.
Marcadas pelos ideais positivistas.
TEORIA CAUSALISTA Segue o método empregado pelas ciências naturais
(CAUSAL-NATURALISTA/ Crime: (Teoria tripartite) - Fato típico (conduta), Ilici-
CLÁSSICA/NATURALÍSTICA/MECANICISTA) tude e Culpabilidade
Conduta: movimento corporal voluntário que produz
uma modificação no mundo exterior, perceptível pelos
sentidos.
Experimentação
Idealizada por Edmund Mezger.
Desenvolvida nas primeiras décadas do século XX.
Tem base causalista
TEORIA NEOKANTISTA Fundamenta-se em uma visão neoclássica, marcada
(CAUSAL-VALORATIVA/NEOCLÁSSICA/NORMATIVISTA) pela superação do positivismo, introduzindo a raciona-
lização do método
Valoração
Conduta: Comportamento humano voluntário causador
de um resultado.
Criada por Hans Welzel.
Meados do século XX (1930 – 1960).
TEORIA FINALISTA Percebe que o dolo e a culpa estavam inseridos no
substrato errado (não devem integrar a culpabilidade).
Conduta: Comportamento humano voluntário psiquica-
mente dirigido a um fim (toda conduta é orientada por
um querer).
OBS: Para Welzel, toda consciência é intencional.
OBS: Retira do dolo seu elemento normativo (consciên-
cia da ilicitude).
OBS: Culpabilidade formada apenas por elementos nor-
TEORIA FINALSITA mativos (potencial consciência da ilicitude, exigibilida-
de de conduta diversa, imputabilidade).
(ÔNTICO-FENOMENOLÓGICA) OBS: Dolo normativo (consciência da ilicitude) passa a
ser dolo natural/valorativamente neutro (dolo sem
consciência da ilicitude).
Dica: supera-se a cegueira do causalismo com um fina-
lismo vidente.
Desenvolvida por Wessels, tendo como principal adepto
Jescheck.
A pretensão desta teoria não é substituir as teorias
clássica e finalista, mas acrescentar-lhes uma nova di-
mensão, qual seja, a relevância social do comporta-
mento.
TEORIA SOCIAL DA AÇÃO Conduta: Comportamento humano voluntário psiquica-
mente dirigido a um fim, socialmente reprovável.
ATENÇÃO: para esta teoria, o dolo e a culpa integram o
fato típico (finalismo), mas são novamente analisados
no juízo da culpabilidade (causalismo).
Ganham força e espaço na década de 1970, discutidas
com ênfase na Alemanha.
Buscam adequar a dogmática penal aos fins do Direito
Penal.
Percebem que o Direito Penal tem necessariamente
FUNCIONALISMO (TEORIAS FUNCIONALISTAS) uma missão e que seus institutos devem ser compreen-
didos de acordo com essa missão – (edificam o Direito
Penal a partir da função que lhe é conferida).
Conclusão: a conduta deve ser compreendida de acor-
do com a missão conferida ao direito penal.
Roxin (Escola de Munique)
CRIME: fato típico (conduta), ilícito e reprovável (im-
putabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigi-
bilidade de conduta diversa e necessidade da pena).

FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO / DUALISTA / MODERA- OBS: Roxin busca a reconstrução do Direito Penal com
DO / DA POLÍTICA CRIMINAL / VALORATIVO base em critérios político-criminais.

Missão do Direito Penal: proteção de bens jurídicos.


Proteger os valores essenciais à convivência social har-
mônica.
Conduta: Comportamento humano voluntário causador
de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao
bem jurídico tutelado.
Jakobs (Escola de Bonn)
CRIME: fato típico (conduta), ilícito e culpável (imputa-
bilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibili-
dade de conduta diversa).
OBS: Para Jakobs, o Direito Penal deve visar primordi-
almente à reafirmação da norma violada e ao fortaleci-
mento das expectativas de seus destinatários.

FUNCIONALISMO SISTÊMICO / MONISTA / RADICAL Missão do Direito Penal: Assegurar a vigência do siste-
ma.
Está relativamente vinculada à noção de sistemas soci-
ais (Niklas Luhmann).

Conduta: Comportamento humano voluntário causador


de um resultado violador do sistema, frustrando as ex-
pectativas normativas.
OBS: Ação é produção de resultado evitável pelo indiví-
duo (teoria da evitabilidade individual).
OBS: O agente é punido porque violou a norma e a pena
visa reafirmar a norma violada.
TEORIAS DO DOLO
TEORIA DA VONTADE TEORIA DA REPRESENTAÇÃO TEORIA DO CONSENTIMENTO/
ASSENTIMENTO
Dolo é a vontade consciente de que-
Fala-se em dolo sempre que o agen- Fala-se em dolo sempre que o agen-
rer praticar a infração penal. te tiver a previsão do resultado te tiver a previsão do resultado
Dolo = previsão (consciência) + que-
como possível e, ainda assim, deci- como possível e, ainda assim, decide
rer dir prosseguir com a conduta. prosseguir com a conduta, assumin-
Dolo = previsão ( consciência) + do o risco de produzir o evento.
OBS: Adotada pelo CP em relação prosseguir com a conduta Dolo = previsão (consciência) + pros-
ao dolo direto. ATENÇÃO: Esta teoria acaba abran- seguir com a conduta assumindo o
gendo no conceito de dolo a culpa risco do evento
consciente. OBS: Esta teoria, diferente da ante-
rior, não mais abrange no conceito
de dolo a culpa consciente.
OBS: Adotada pelo CP em relação ao
dolo eventual.
#Quais destas teorias foram adotadas pelo Brasil?
- Teoria da vontade: dolo direto
- Teoria do consentimento: dolo eventual

FASES DA TIPICIDADE
INDEPENDÊNCIA CARÁTER INDICIÁRIO DA ESSÊNCIA DA ILICITUDE TEORIA DOS ELEMENTOS
(BELING) ILICITUDE (“RATIO ESSENDI”) NEGATIVOS DO TIPO
(RATIO COGNOSCENDI) (MEZGER) (ILICITUDE SEM AUTONO-
(MAYER) MIA)

Não há ligação do fato Ocorrendo o fato típico há Todas as condutas típicas Todas as condutas típicas
típico com a ilicitude e um indício de ilicitude, são ilícitas. Tipicidade e são ilícitas. No entanto,
com a culpabilidade. que poderá ser afastada se ilicitude não são institutos para essa teoria, as causas
ocorrer alguma de suas ex- distintos. de exclusão da ilicitude
cludentes. integram a tipicidade.
Adotada pelo CP.

RELAÇÃO ENTRE TIPICIDADE E ILICITUDE


TEORIA DA AUTONOMIA TEORIA DA INDICIARIEDA- TEORIA DA ABSOLUTA TEORIA DOS ELEMENTOS
OU ABSOLUTA INDEPEN- DE OU RATIO COGNOS- DEPENDÊNCIA OU RATIO NEGATIVOS DO TIPO
DÊNCIA CENDI ESSENDI
VON BELING (1906). MAYER (1915). MEZGER (1930) Chega no mesmo resultado
A tipicidade não tem qual- A existência de fato típico A ilicitude é essência da da 3ª teoria, mas por outro
quer relação com a ilicitu- gera presunção de ilicitu- tipicidade, numa relação caminho.
de. de. de absoluta dependência. De acordo com essa teoria,
CUIDADO: excluída a ilici- - Relativa dependência. CUIDADO: excluída a ilici- o tipo penal é composto de
tude o fato permanece CUIDADO: excluída a ilici- tude, exclui-se o fato típi- elementos positivos (ex-
típico. tude, o fato permanece co (tipo total injusto). plícitos) e elementos ne-
Ex: Fulano mata Beltrano – típico. gativos (implícitos).
temos um fato típico. Ex: Fulano mata Beltrano. ATENÇÃO: para que o fato
Comprovado que Fulano Comprova a tipicidade, seja típico, é preciso pra-
agiu em legítima defesa, presume-se a ilicitude. Fu- ticar os elementos positi-
exclui a ilicitude, mas per- lano tem que provar que vos do tipo, e não prati-
manece o fato típico. agiu em legítima defesa. car os elementos negati-
Comprovando, desaparece vos do tipo.
a ilicitude, mas o fato con- Ex: matar alguém. Elemen-
tinua típico. tos positivos: matar al-
De acordo com a maioria guém. Elementos negati-
da doutrina, o Brasil seguiu vos: estado
a TEORIA DA INDICIARIE- necessidade/legítima defe-
DADE, isto é, provada a ti- sa.
picidade, presume-se rela-
tivamente a ilicitude, pro-
vocando inversão do ônus
da prova nas descriminan-
tes.
ESTADO DE NECESSIDADE
TEORIA DIFERENCIADORA TEORIA UNITÁRIA
CPM arts. 39 e 45 CP art. 24, §2°
Estado de necessidade justificante Estado de necessidade justificante
Exclui a ilicitude Exclui a ilicitude
Bem jurídico: vale + ou = (vida) Bem jurídico: vale + ou = (vida)
Bem sacrificado: vale – ou + (patrimônio) Bem sacrificado: vale – ou + (patrimônio)
Estado de necessidade exculpante #E no caso do bem protegido valer menos que o bem
Exclui a culpabilidade sacrificado? Pode servir como diminuição de pena.
Bem jurídico: vale - (patrimônio)
Bem sacrificado: vale + (vida)

OBS: Para a Teoria Diferenciadora o Estado de Necessi-


dade pode ser ou causa de exclusão da ilicitude ou da
culpabilidade (considera a variação de valor dos bens
em conflito). Para a Teoria Unitária o Estado de Neces-
sidade será sempre causa de exclusão da ilicitude (es-
tado de necessidade justificante).

ERRO SOBRE OS PRESSUPOSTOS FÁTICOS


TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDA- TEORIA EXTREMADA DA CULPABILI- TEORIA EXTREMADA “SUI GENERIS”
DE DADE DA CULPABILIDADE
(prevalece no Brasil)

O erro sobre os pressupostos fáticos Equipara-se a erro de proibição. Se De acordo com essa teoria, o art.
deve equiparar-se a erro de tipo. Se inevitável, isenta o agente de pena; 20, §1°, CP, reúne as duas teorias
inevitável, exclui dolo e culpa; se se evitável, diminui a pena. anteriores, seguindo a extremada,
evitável, pune a culpa. Prevista na quando o erro é inevitável, e a limi-
exposição de motivos do CP. Apesar tada, quando o erro é evitável.
de previso no art. 20, §1° que o
agente fica isento de pena, a conse-
quência será a exclusão da tipicida-
de (ausência de dolo e culpa).

CULPABILIDADE
FRANZ VON LISZT E BELING
A culpabilidade seria constituída pelo elemento psicoló-
gico – dolo ou culpa.
A imputabilidade não é elemento da culpabilidade.
TEORIA PSICOLÓGICA A imputabilidade é considerada como um pressuposto
para análise da culpabilidade e não elemento constitu-
tivo dela.
O dolo é normativo (consciência da ilicitude).
EDMUND MEZGER, BERTOLD FREUDENTHAL, GOLDS-
CHIMITD E FRANK.
A culpabilidade seria constituída pelos elementos psico-
lógicos/subjetivos (dolo e culpa), além dos elementos
normativos: imputabilidade e exigibilidade de condu-
TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA ta diversa.
Para esta segunda teoria a consciência da ilicitude es-
tava embutida no dolo.
Atualmente, o dolo é o binômio consciência e vontade,
sendo que a consciência não é da ilicitude, mas sim a
consciência de saber o que se está fazendo.
Não rompe com o causalismo, mas é influenciada pelo
neokantismo.
HANS WELZEL
Toda conduta humana é destinada a um fim, portanto,
toda conduta humana é dolosa ou culposa, necessaria-
mente.
Welzel retirou o dolo e a culpa da culpabilidade e os
colocou na conduta humana, elemento do fato típico.
Ao fazer isso, retira a consciência da ilicitude do dolo
(aspecto normativo), para entender que culpabilidade é
imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e a
TEORIA NORMATIVA OU TEORIA NORMATIVA PURA potencial consciência da ilicitude.
Este é o atual estágio da culpabilidade – culpabilidade
normativa.
Dolo e culpa fazem parte da conduta humana penal-
mente relevante, ao passo que a culpabilidade é consti-
tuída de elementos normativos.
Dolo deixa de ser normativo e passa a ser natural.

TEORIAS SOBRE O MOMENTO DE INÍCIO DA EXECUÇÃO


TEORIA DA HOSTILIDADE AO BEM TEORIA OBJETIVO-FORMAL TEORIA OBJETIVO-INDIVIDUAL
JURÍDICO/CRITÉRIO MATERIAL
Consideram-se atos executórios Entende-se como ato executório Consideram-se atos executórios
aqueles que atacam o bem jurídico, aquele que inicia a realização do aqueles que, de acordo com o plano
criando-lhe concreta situação de pe- núcleo do tipo. do agente, ocorrem no período ime-
rigo. Frederico Marques. diatamente anterior ao começo da
Nélson Hungria. realização do núcleo.
STJ.
Maioria da doutrina moderna.
Zaffaroni.

PUNIÇÃO DA TENTATIVA
TEORIA OBJETIVA/REALÍSTICA TEORIA SUBJETIVA/VOLUNTARÍSTICA/MONISTA
Observa o aspecto objetivo do delito (sob a perspectiva Observa o aspecto subjetivo do delito (sob a perspecti-
dos atos praticados pelo agente). va do dolo).
A punição se fundamenta no perigo de dano acarretado Conclusão: sob a perspectiva subjetiva (dolo), a consu-
ao bem jurídico, verificado na realização de parte do mação e a tentativa são idênticas, logo, a tentativa
processo executório. deve ter a mesma pena da consumação, sem redução.
Conclusão: por ser objetivamente incompleta, a tenta-
tiva merece pena reduzida.
A tentativa é chamada de tipo manco.
Quanto maior a proximidade da consumação menor será
a diminuição, e vice-versa (leva-se em conta o iter cri-
minis percorrido pelo agente).
Adotado pelo CP.
Regra: Teoria objetiva (pune-se a tentativa com a pena da consumação reduzida de 1/3 a 2/3).
Exceção: Teoria subjetiva (pune-se a tentativa com a mesma pena da consumação – sem redução). São os cri-
mes de atentado ou empreendimento.

CRIME IMPOSSÍVEL / QUASE-CRIME / CRIME OCO / TENTATIVA INIDÔNEA / TENTATIVA INADEQUADA /


TENTATIVA INÚTIL
TEORIA SINTOMÁTICA TEORIA SUBJETIVA TEORIA OBJETIVA
Com a sua conduta, demonstra o Sendo a conduta subjetivamente Crime é conduta e resultado. Este
agente ser perigoso, razão pela qual perfeita (vontade consciente de pra- configura dano ou perigo de dano ao
deve ser punido, ainda que o crime ticar o delito), deve o agente sofrer bem jurídico. A execução deve ser
se mostre impossível de ser consu- a mesma pena cominada à tentativa, idônea, ou seja, trazer a potenciali-
mado. Por ter como fundamento a sendo indiferente os dados (objeti- dade do evento. Caso inidônea, te-
periculosidade do agente, esta teo- vos) relativos à impropriedade do mos configurado o crime impossível.
ria se relaciona diretamente com o objeto ou ineficácia do meio, ainda O agente não deve ser punido por-
direito penal do autor. quando absolutas. O agente deve ser que não causou perigo aos bens pe-
punido porque revelou vontade de nalmente tutelados. A teoria objeti-
praticar o crime. va subdivide-se:
1) TEORIA OBJETIVA PURA: não há
tentativa, mesmo que a inidoneida-
de seja relativa, considerando-se,
neste caso, que não houve conduta
capaz de causar lesão.

2) TEORIA OBJETIVA TEMPERADA


OU INTERMEDIÁRIA: a ineficácia do
meio e a impropriedade do objeto
devem ser absolutas para que não
haja punição. Sendo relativas, pune-
se a tentativa. É a teoria adotada
pelo Código Penal.

CONCURSO DE AGENTES
TEORIA MONISTA TEORIA PLURALISTA TEORIA DUALISTA
(UNITÁRIA OU IGUALITÁRIA) TEORIA DA CUMPLICIDADE-DELITO
DISTINTO
TEORIA DA AUTONOMIA DA CON-
CORRÊNCIA

O crime é único para todos os con- A cada um dos agentes se atribuem Tem-se um crime para os executores
correntes. Regra no CP. conduta, razão pela qual cada um do núcleo e outro aos que não o rea-
A pena será aplicada na medida da responde por delito autônomo. Ha- lizam, mas concorrem de qualquer
culpabilidade de cada agente. O juiz verá tantos crimes quanto sejam os modo. Divide a responsabilidade dos
fixará a pena levando em considera- agentes que concorrem para o fato. autores e dos partícipes. Crime úni-
ção circunstâncias relacionadas ao Cada um responde pelo seu crime. co para autores principais (partici-
fato, à vítima e ao agente. Segundo Adotada pelo CP em casos excepcio- pação primária) e outro crime único
Luiz Regis Prado, o CP adotou a teo- nais. para os autores secundários/partíci-
ria monista de forma matizada ou pes (participação secundária).
temperada, já que estabeleceu cer-
tos graus de participação e um ver-
dadeiro reforço do princípio consti-
tucional da individualização da
pena.
O CP adotou como regra a TEORIA MONISTA:
“Art. 29 C.P. - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me -
dida de sua culpabilidade.”
Excepcionalmente, no que tange à infração penal, o CP adotou ora o DUALISMO, ora o PLURALISMO.
Exemplo - dualismo: art. 29, §1° e §2°, CP.
Exemplos - pluralismo: no aborto, o agente provocador responde pelo art. 126, CP e a gestante pelo art. 124,
CP.

AUTORIA
TEORIA SUBJETIVA TEORIA EXTENSIVA TEORIA OBJETIVA TEORIA DO DOMÍNIO DO
TEORIA UNITÁRIA (Mezger) TEORIA DUALISTA FATO

não existe distinção entre não distingue autor do Estabelece clara distinção OBS: na concepção de Ro-
autor e partícipe. partícipe, mas permite o entre autor e partícipe. xin, o domínio do fato
Conclusão: todo aquele estabelecimento de graus Conceito restritivo de au- pode se dar de 3 formas:
que de alguma forma con- diversos de autoria. tor. Esta teoria divide-se - Domínio da ação (autor
tribui para a produção do Conclusão: todos aqueles em: imediato): o autor realiza
resultado é autor. que concorrem para o 1. TEORIA OBJETIVO FOR- pessoalmente os elemen-
mesmo evento são auto- MAL: tos do tipo.
OBS: Tem como funda- res. No entanto, a depen- Autor: realiza o núcleo do - Domínio da vontade (au-
mento a teoria da equiva- der da contribuição temos tipo. tor mediato): é autor
lência dos antecedentes graus diversos de autoria. Executa, total ou parcial- aquele que domina a von-
causais. OBS: Tem como funda- mente, a conduta que rea- tade de um terceiro que é
mento a teoria da equiva- liza o tipo. utilizado como instrumen-
lência dos antecedentes Partícipe: concorre sem to.
causais. realizar o núcleo do tipo. - Domínio funcional do
Coautoria: conjuntamente fato (autor funcional): em
realizam o núcleo do tipo – uma atuação conjunta (di-
princípio da imputação re- visão de tarefas) para a
cíproca. realização de um fato, é
Concepção majoritaria- autor aquele que pratica
mente adotada. um ato relevante na exe-
OBS: não explica as ques- cução (não na fase prepa-
tões que envolvem a auto- ratória) do plano delitivo
ria mediata. global.

2. TEORIA OBJETIVO MA- #Autor: é quem controla


TERIAL: finalisticamente o fato,
Autor: contribui de forma
ou seja, quem decide a
mais efetiva para a con-sua forma de execução,
corrência do resultado seu início, cessação e de-
(sem necessariamente pra-
mais condições.
ticar o núcleo do tipo) Ex.: “Mensalão”: José Dir-
Partícipe: concorre de for-
ceu era quem controlava
ma menos relevante os eventos, apesar de não
ter realizado os núcleos
Exposição de motivos do dos tipos.
Código Penal – item 25 #Partícipe: será aquele
(adotou teoria objetivo que, embora colabore do-
formal) losamente para o alcance
do resultado, não exerce
domínio sobre a ação.

ATENÇÃO: Podemos afir-


mar que tem o controle
final do fato:
a) Aquele que, por sua
vontade, executa o núcleo
do tipo (autor propriamen-
te dito)
b) Aquele que planeja o
crime para ser executado
por outras pessoas (autor
intelectual)
c) Aquele que se vale de
um não culpável ou de
pessoa que age sem dolo
ou culpa para executar o
tipo (autor mediato)

OBSERVAÇÃO IMPORTAN-
TE: a teoria do domínio do
fato tem aplicação apenas
nos crimes dolosos, única
forma em que se admite o
controle finalístico sobre o
fato criminoso. Nos crimes
culposos, o autor não pos-
sui o domínio do fato, pois
não quer a produção do
resultado.

PARTÍCIPE
TEORIA DA ACESSORIEDA- TEORIA DA ACESSORIEDA- TEORIA DA ACESSORIEDA- TEORIA DA HIPERACESSO-
DE MÍNIMA DE MÉDIA / LIMITADA DE MÁXIMA (EXTREMADA) RIEDADE
(prevalece)
Para punir o partícipe, bas- Para punir o partícipe, bas- Para punir o partícipe, bas- Para punir o partícipe, o
ta que o fato principal seja ta que o fato principal seja ta que o fato principal seja fato principal deve ser típi-
típico. típico e ilícito, indepen- típico, ilícito e culpável. co, ilícito, culpável e puní-
Crítica: é uma teoria injus- dentemente da culpabili- Ex.: Fato praticado por vel.
ta, pois se o partícipe in- dade e da punibilidade do menor com auxílio de um
duzir alguém a matar ou- agente. maior imputável, este
trem em legítima defesa, Ex.: Fulano participa de agente não será punível.
só o partícipe será punido. fato praticado por menor.

ATENÇÃO: Fulano é par-


tícipe (e não autor media-
to). Não se confunde o par-
tícipe de um fato previsto
com crime praticado por
um menor com o autor me-
diato que se vale de um
menor para praticar um
fato.

FINALIDADES DA PENA
CORRENTE ABSOLUTISTA CORRENTE UTILITARISTA/RELATI- CORRENTE ECLÉTICA
VAS/PREVENTIVAS (TEORIA MISTA)

A pena tem como objetivo retribuir A pena atua como instrumento de A pena objetiva retribuição + pre-
o mal causado. A pena não possui prevenção. venção. Adotada pelo nosso CP
nenhum fim socialmente útil. Kant e (art. 59).
Hegel. “Art. 59 - O juiz, atendendo à culpa-
bilidade, aos antecedentes, à condu-
ta social, à personalidade do agen-
te, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como
ao comportamento da vítima, esta-
belecerá, conforme seja necessário
e suficiente para reprovação e pre-
venção do crime.”

SISTEMA DA APLICAÇÃO DA PENA


SISTEMA DO CÚMU- SISTEMA DO CÚMU- ABSORÇÃO EXASPERAÇÃO RESPONSABILIDADE
LO MATERIAL LO JURÍDICO ÚNICA E DA PENA
PROGRESSIVA ÚNICA
Cada delito corres- Não há cumulação de A pena a ser aplicada A pena a ser aplicada Não há cumulação de
ponde a uma pena, panas. deve ser a do delito deve ser a do delito penas, mas deve-se
que será somada com Aplica-se uma única mais grave. mais grave, mas au- aumentar a responsa-
as demais. pena, mas com seve- mentada em certa bilidade do agente à
É adotado pelo CP ridade suficiente quantidade. medida que aumenta
nos arts. 69 (concur- para atender a gravi- Adotado pelo CP nos o número de infra-
so material), 70, ca- dade dos crimes pra- arts. 70, caput, 1a ções.
put, 2a parte (con- ticados. parte (concurso for-
curso formal impró- mal próprio/perfei-
prio/imperfeito) e to) e 71 (crime con-
na aplicação das pe- tinuado).
nas de multa.

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