Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE RESUMOS
JORNADAS INTERMIDIÁTICAS
palavra e imagem
APRESENTAÇÃO
21/11 - QUINTA-FEIRA
Local: Auditório M / Instituto de Linguagens / UFMT
22/11 - SEXTA-FEIRA
Local: Auditório M / Instituto de Linguagens / UFMT
09:00-12:00 - Minicursos
As teorias da adaptação: diálogos entre a literatura e o
audiovisual (Local: Sala 6 - Bloco Didático IL/FCA)
Juan Ferreira Fiorini (PPGEL/UFMT)
Podemos dizer sem medo de errar que, entre paixões e críticas, Bacurau
(2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, já é um marco na
cinematografia brasileira contemporânea. Em um futuro high-tech
arcaico, conectado e distópico, a ameaça de caçadores imperialistas e
gamificados desperta a resistência ancestral e visceral de um povoado
sertanejo. Bacurau transmuta (STAM, 2008) em imagens e sons a força
cultural e fantasmática dos mitos afro-indígenas que permeiam a
literatura brasileira. E corporifica, na tela, personagens marcados pela
“ferida colonial” (MIGNOLO, 2005), os quais ainda vagam às margens
da literatura nacional. Em sua trilha sonora, recorre a canções e músicas
emblemáticas para promover “leituras” intertextuais (CLÜVER, 2006). E
as memórias e referências improváveis que imbrica na composição de
sua narrativa audiovisual o situam no espaço permeável e subversivo do
“cinema de gênero”. Impuro e híbrido (NAGIB, 2014), Bacurau nos
envolve em uma complexa trama intermidiática (PETHŐ, 2011) que nos
faz entrar “‘em contato’ com o mundo do filme [experimentando]
diferentes níveis de consciência e percepção” (PETHŐ, 2011, p. 4). E, ao
apontar ao mesmo tempo para o “mundo real” e para “sua própria
midialidade”, instaura relações de intermidialidade famintas (GLAUBER,
1965) e decoloniais (WASH, 2009).
Luciene Candia
Universidade Estadual de Mato Grosso (PPGEL/Bolsista CAPES)
Divanize Carbonieri
Universidade Federal de Mato Grosso (PPGEL)
Fábio Messa
Universidade Federal do Paraná
Marília Bonna
Sebo Rua Antiga
Ler as mãos, ler os astros, ler os desenhos na areia: é possível ler sem
letras? De acordo com Roland Barthes e Antoine Compagnon, ler é –
antes de tudo – uma técnica de decodificação, uma busca pelo oculto, um
exercício de decifração. Tratando a imagem – tal como a palavra – como
um código a ser penetrado, este minicurso se propõe a pensar
ferramentas para a leitura visual, tendo como ponto de partida livros
sem palavras, os chamados livros-imagens. Encerrados, geralmente, ao
universo da criança – do leitor “sem autonomia” –, esses livros são
ignorados por grande parte dos leitores adultos, os ditos emancipados:
como se prescindir da leitura da imagem – dessa, que nos cerca
diariamente e cada vez mais – fosse algum tipo de libertação. Perder a
imagem, perder o hábito de decifrá-la e interpretá-la, é perder todo um
universo simbólico que está em contato direto com a origem do próprio
exercício da leitura e com esse leitor primitivo que habita em todos os
modernos. Como veremos, tal leitura aprofunda – através de elementos
como: forma, cor, técnica, enquadramento, etc. – a capacidade de
interpretação, tocando continuamente o reino do abstrato e, como
consequência, estimulando a imaginação do leitor, de qualquer idade.
APOIO