Você está na página 1de 2

MARTINS Área: sociologia; conceito, história Tema(s): sociologia: surgimento, formação e desenvolvimento

MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia. São Paulo: Nova Cultural; Brasiliense, 1996.

p. Cap. 1 - O surgimento
10
- a sociologia pode ser vista como fruto do pensamento moderno: novo saber científico - mundo social
- ela surge “...com os derradeiros movimentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da sociedade
capitalista”.
p. - século XVIII - problemas humanos inéditos causados pelas Rev. Francesa e Rev. Industrial
11 - o termo sociologia só aparecerá em 1830
- RI - a introdução da máquina no processo de produção “...representou o triunfo da indústria capitalista...” liderada por
empresários que, através do acúmulo de meios de produção e bens,
p. tornaram as “...grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos”.
12 - a “consolidação da sociedade capitalista” representava “a desintegração de costumes e instituições” antigas para introduzir
uma nova forma de organizar a vida social.
- a máquina na produção acaba com o modelo produtivo do artesão independente e o submete a uma severa disciplina
- Inglaterra - 1780-1860 (80 anos) - grandes centros urbanos, nascentes indústrias - produtos vendidos pelo mundo, novas
realidades sociais: “reordenação da sociedade civil, a destruição da servidão, o desmantelamento da família patriarcal etc”.
- passagens: da atividade artesanal à manufatureira e depois fabril atrai os camponeses à cidade;
p. - este processo submeteu mulheres e crianças a jornadas de 12h sem férias, feriados e com salário de subsistência inferior ao
13 salário dos homens; sendo que mulheres e crianças eram mais da metade em alguns setores;
- consequências dessas mudanças: crescimento demográfico, sem condições de moradia, serviços sanitários e saúde
- “Mancehster, que constitui um ponto de referência indicativo desses tempos, por volta do início do século XIX era habitada
por setenta mil habitantes; cinquenta anos depois, possuía trezentas mil pessoas.”
- “...aumento da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da crimi-
p. nalidade, violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera que dizimaram a população etc”.
14 - aparecimento do proletariado e seu papel na sociedade capitalista
- com poucas condições de vida, o proletariado se revolta, sabota máquinas, faz greve, nasce o sindicato;
- o confronto entre pobres e ricos passa a ser confronto de classes conscientes de seus direitos.
p. - para a sociologia temos: um problema social considerado com fato a ser estudado e resolvido; fato social - objeto da
15 sociologia;
- o debate sociológico não visava a produzir idéias, mas sim mudanças
- nomes importantes: Owen (1771-1858), Willian thompson (1775-1833), Jeremy Bentham (1748-1832);
p. - as primeiras preocupações da sociologia são as consequências da RI, o que praticamente inexistia nas sociedades pré-
16 capitalistas;
p. - o abandono da visão sobrenatural e a adesão à visão racional também ajuda no surgimento da sociologia
17 - passamos a ter a aplicação do método científico
- 150 anos, de Copérnico a Newton, há uma grande mudança na ciência: do heliocentrismo para o geocentrismo;
- observação, experimentação [e controle]: métodos para conhecimento da natureza;
- para Francis Bacon (1561-1626) a teologia perde sua autoridade - cede lugar à dúvida metódica para um conhecimento
objetivo da realidade
p. - para Bacon, o conhecimento baseado na observação e experimentação amplia o poder do homem e esse método serve
18 também para estudar a sociedade [“saber é poder]
- razão livre - racionalismo
- abando no do dogmatismo e da concepção providencialista
- “A literatura no século XVII, por exemplo, constituía uma outra área que ia se afastando do pensamento oficial, na medida
em que se rebelava contra a criação literária legitimada pelo poder.”
p. - grande produção do pensamento social no século XVIII - novas descobertas
19 - “A pressuposição de que p processo histórico possui uma lógica passível de ser apreendida constituiu um acontecimento
que abria novas pistas para a investigação racional da sociedade”.
- Vico (1668-1744) - “... é o homem quem produz a história”.
- para Vico a sociedade pode ser compreendida porque é obra dos indivíduos.
- autores influenciados por Vico: David Hume (1711-1776). Adam Ferguson (1723-1816) e depois Hegel e Marx
- a sociedade passa a ser estudada pelos seus grupos:
- Ferguson - evitar conjecturas e especulações - seguir pela indução;
p. - séc. XVIII - os Iluministas - pensadores franceses: “... um grupo de filósofos que procurava não apenas as velhas formas do
20 conhecimento, baseadas na tradição, mas a própria sociedade.”
- os filósofos iluministas, representantes intelectuais da burguesia, vão defendê-la contra a sociedade feudal
- eles têm como antecessores Descartes, Bacon e Hobes - “... os iluministas insistiam numa explicação da realidade baseada
no modelo das ciências da natureza.” - influência vinda de Newton [modelo mecanicista]
p. - “Influenciado por este espírito, Condorcet (1742-1794), por exemplo, desejava aplicar os métodos matemáticos ao estudo
21 dos fenômenos socias, estabelecendo uma área própria de investigação a que denominava ‘matemática social’”.
- “Os trabalhos de Montesquieu (1689-1755), por exemplo, estabelecem uma série de observações sobre a população, o
comércio, a religião, a moral, a família etc. O objetivo dos iluministas, ao estudar as instituições de sua época, era demonstrar
que elas eram irracionais e injustas, que atentavam contra a natureza dos indivíduos e, nesse sentido, impediam a liberdade do
homem. Concebiam o indivíduo como dotado de razão, possuindo uma perfeição inata e destinado à liberdade e à igualdade
social.” - nesse sentido eles combatiam as corporações,
p. a autoridade feudal etc.
22 - a tarefa da filosofia não consistia em pensamentos abstratos, mas em raciocínios práticos de crítica da sociedade vigente
para propor possibilidades de uma sociedade nova
- a vida social passava a ser mais racionalizada, frente às crenças e superstições dominantes até então;
- tanto pensadores com o “homem comum” deixavam de lado a interpretação tradicional do mundo e passavam a interpretar o
mundo, seus fenômenos e instituições não mais submetidos às forças sobrenaturais, mas como produtos da atividade
humana, que poderiam ser conhecidos
p. e transformados;
23 -

Você também pode gostar