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O conhecimento filosófico

A discussão inicial sobre o que é filosofia nos leva, muitas vezes, a entender a filosofia
como a amizade ou o amor ao saber. Nesta medida, o conhecimento filosófico pode ser entendido a
partir de uma relação que o homem com o saber.
É deste envolvimento com a sabedoria que podemos falar sobre a própria sabedoria. Para
entender o que é filosofia o caminho a ser percorrido é o caminho do amor pelo saber, da busca de
uma amizade com a sabedoria. É o que Iglesias (2001, p. 13) fala: “... para dizer e entender o que é
a filosofia, é preciso já estar dentro dela”.
A tradição atribui a Pitágoras, século V a.C., a invenção da palavra “filosofia”. Segundo
Chaui (2006, p. 25) “Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses,
mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos”.
Esta sabedoria que o filósofo procura está debruçada sobre as questões mais inquietantes da
vida humana. A filosofia nasce de uma maneira mais profunda de entender os fenômenos do mundo
e o homem. Diante dos acontecimentos da vida cotidiana o homem se depara com situações que
escapam ao seu entendimento mais superficial e comum. Estas situações causam um espanto e este
espanto gera indagações. E com as perguntas sobre o que é isto, por que é desta maneira e não de
outra, de onde isto vem, para onde vai e como isto acontece que o filósofo começa sua jornada
filosofante. Estas questões foram intrigantes a alguns pensadores gregos. E as tentativas de
respostas foram configurando algumas das primeiras noções filosóficas sobre o mundo ocidental.
O conhecimento filosófico é um conhecimento que parte do mundo material sensível, mas
alça voo até uma dimensão supramaterial, território dos questionamentos sobre o fundamento dos
fenômenos, sua essência e finalidade. Não necessita submeter os dados sensíveis à rigorosa prova
da experimentação, mas não deixa de submetê-los ao rigor da razão. Esta dinâmica, própria da
filosofia, coloca este saber na trilha de desvendar racionalmente o mistério da existência das coisas
ao tempo em que o torna capaz de falar sobre o cotidiano no mundo onde vivemos.
A filosofia, embora posa apontar algumas respostas, se volta à reformulação constante de
perguntas como forma sui generis de busca do saber. É um pensar desperto pela curiosidade e
espanto diante do homem, do mundo e de seus fenômenos.

Referências bibliográficas

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006.

IGLESIAS, Maura. “O que é filosofia e para que serve” in REZENDE, Antonio (org.). Curso de
filosofia: para professores e alunos dos cursos de segundo grau e de graduação. 10ª ed., Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2001, pp. 11-17.

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