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e Biológicos
Riscos Físicos - Calor
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Riscos Físicos - Calor
Objetivos
• Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico para entendimento do agente físico calor.
Relacionar as exigências normativas;
• Capacitar o aluno para realizar o monitoramento do agente físico calor;
• Demonstrar medidas de controle para o agente físico calor.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Riscos Físicos - Calor
Contextualização
O fogo é conhecido desde os primórdios da humanidade. No entanto, foi durante a
Revolução Industrial que o calor e a temperatura se tornaram protagonistas nos ambientes
industriais. No Brasil, o Anexo 3 da Norma Regulamentadora 15 (NR-15) estabelece as
condições de sobrecarga térmica máxima para ambientes de trabalho.
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Introdução
Calor é a forma de energia que se transfere de um sistema para outro
em virtude de uma diferença de temperatura entre os mesmos (FON-
SECA, 2014). As variáveis que mais influenciam no conforto térmico
são de natureza ambiental (temperatura do ar, temperatura radiante
média, velocidade relativa do ar e umidade relativa do ar ambiente)
ou pessoal (tipo de vestimenta e tipo de atividade física executada)
(BRASIL, 1999).
Anexo 3 da NR-15
O Anexo 3 da NR-15 trata dos limites de tolerância para exposição ao calor. O mes-
mo define que a exposição ao calor deve ser avaliada através do Índice de Bulbo Úmido
Termômetro de Globo (IBUTG), definido nas equações 1 (para ambientes internos ou
externos sem carga solar) e 2 (para ambientes externos com carga solar):
tg = temperatura de globo;
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Os limites de tolerância fixados no Anexo 3 da NR-15 são definidos tanto pelo IBUTG
(temperatura ambiente) quanto pela taxa metabólica de cada atividade, vez que quanto
mais intensa a atividade, maior o calor interno gerado pelo próprio organismo. Para re-
gimes de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação
de serviço, os limites de tolerância são os estabelecidos no Quadro 1:
M t xTt + M d xTd
M= (Eq.3)
60
IBUTGt xTt + IBUTGd xTd
IBUTG = (Eq.4)
60
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Sendo: Mt = taxa de metabolismo no local de trabalho, obtida no Quadro 3;
NHO 06
A Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06) é a norma técnica que estabelece
critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao calor. A mesma
se aplica a ambientes internos e externos, com ou sem carga solar direta, em quaisquer
situações de trabalho que possam ocasionar danos à saúde dos trabalhadores. A mesma
não é aplicável para a avaliação de conforto térmico (BRASIL, 2017).
Assim como o Anexo 3 da NR-15, a NHO 06 tem como critério de avaliação da ex-
posição ocupacional ao calor o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG)
relacionado à Taxa Metabólica (M). Porém, a NHO 06 apresenta uma tabela mais deta-
lhada para as taxas metabólicas por tipo de atividade, conforme Quadro 4:
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ATIVIDADE TAXA METABÓLICA (W)
15 km/h 990
Subindo rampa
1. Sem carga
Com 5° de inclinação, 4 km/h 324
Com 15° de inclinação, 3 km/h 378
Com 25° de inclinação, 3 km/h 540
2. Com carga de 20 kg
Com 15° de inclinação, 4 km/h 486
Com 25° de inclinação, 4 km/h 738
Descendo rampa (5 km/h) sem carga
Com 5° de inclinação 243
Com 15° de inclinação 252
Com 25° de inclinação 324
Subindo escada (80 degraus por minuto – altura do degrau de 0,17 m)
Sem carga 522
Com carga (20 kg) 648
Descendo escada (80 degraus por minuto – altura do degrau de 0,17 m)
Sem carga 279
Com carga (20 kg) 400
Trabalho moderado de braços (ex.: varrer,
320
trabalho em almoxarifado)
Trabalho moderado de levantar ou empurrar 349
Trabalho de empurrar carrinhos de mão, no
391
mesmo plano, com carga
Trabalho de carregar pesos ou com
movimentos vigorosos com os braços (ex.: 495
trabalho com foice)
Trabalho pesado de levantar, empurrar
ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá, 524
abertura de valas)
Fonte: Brasil, 2017
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M [W] IBUTGVT [°C] M [W] IBUTGVT [°C] M [W] IBUTGVT [°C]
266 37,4 369 35,5 511 33,6
270 37,3 375 35,4 520 33,5
275 37,2 382 35,3 529 33,4
280 37,1 388 35,2 538 33,3
Fonte: Brasil, 2017
Avaliação de calor
A avaliação de calor deve ser realizada de modo a caracterizar a exposição de todos os
trabalhadores considerados no estudo. Geralmente, quando um grupo de trabalhadores
apresenta as mesmas características de exposição, é definido um Grupo de Exposição Si-
milar (GES) ou Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) que será avaliado (BRASIL, 2017).
As medições devem ser representativas das condições reais de exposição dos traba-
lhadores avaliados. Ou seja, a avaliação deve contemplar todas as condições habituais
– operacionais e ambientais – que envolvem o trabalhador no exercício de suas funções.
Condições de exposição eventuais devem ser avaliadas e interpretadas isoladamente.
É fundamental que o período de amostragem seja adequadamente escolhido de forma
a considerar os 60 minutos corridos de exposição que correspondam à condição de
sobrecarga térmica mais desfavorável (BRASIL, 2017).
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Para a medição do IBUTG, utiliza-se um conjunto de termômetros, que pode ser con-
vencional ou eletrônico, devidamente e periodicamente calibrado pelo Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), ou por laboratórios acreditados pelo
INMETRO (BRASIL, 2017).
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A avaliação da exposição ao calor deve cobrir todo o ciclo de exposição, sendo as
medições realizadas em cada situação térmica do ciclo. Ao início da avaliação, deve-se
aguardar a estabilização dos termômetros (pode levar até 25 minutos, dependendo da
diferença entre a temperatura de globo inicial e a do ponto de medição), para então dar
início às leituras das temperaturas. Devem ser feitas no mínimo 5 leituras, ou quantas fo-
rem necessárias, até que a variação entre elas esteja dentro de um intervalo de ± 0,4 °C.
As leituras possuem um intervalo de um minuto entre elas. Os valores a serem atribuídos
ao tg, ao tbs e ao tbn correspondem às médias de suas leituras obtidas. (BRASIL, 2017).
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Os dados obtidos devem ser invalidados sempre que, após as medições, for
constatado nos equipamentos:
• Qualquer prejuízo à integridade do equipamento;
• Calibração do equipamento eletrônico fora das especificações fornecidas pelo fabricante;
• Indicação de insuficiência de carga da bateria.
Saiba mais sobre a análise da contribuição das variáveis meteorológicas no estresse térmico
associada à morte de cortadores de cana-de-açúcar em: http://bit.ly/2DQvqUv
Saiba mais sobre o risco de exposição à sobrecarga térmica para trabalhadores da cultura
de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, Brasil em: http://bit.ly/2J5eCMU
Exemplo
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Interpretação pelo Anexo 3 NR-15:
1. IBUTG de cada condição térmica:
» IBUTGT = valor do IBUTG no local de trabalho: 31,0ºC;
» IBUTGD = valor do IBUTG no local de descanso: 24,5ºC.
2. Classificação do tipo de atividade conforme Quadro nº 3:
» MT = taxa de metabolismo no local de trabalho (atividade moderada, de levantar
ou empurrar): 300 kcal/h;
» MD = taxa de metabolismo no local de descanso (atividade leve, sentado, com
movimento dos braços): 125 kcal/h.
3. Verificação do regime de trabalho - com descanso em outro local:
» T T = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho:
30 minutos;
» TD = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso:
30 minutos.
4. Cálculos:
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Você sabia que a Fundacentro desenvolveu um software para avaliar a exposição do traba-
lhador à sobrecarga térmica nas atividades a céu aberto? Esta ferramenta está disponível
em: http://bit.ly/2J4nMZL
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Dentre as medidas preventivas, estão:
• Avaliação sistemática e repetitiva da exposição dos trabalhadores para acompanha-
mento dos níveis de exposição e da adequação das medidas de controle;
• Disponibilização de água e sais minerais para reposição adequada da perda pelo
suor, segundo orientação médica;
• Treinamento e informação aos trabalhadores (riscos, aclimatização, hidratação,
pausas, sinais e sintomas da exposição ao calor, condutas de emergência, etc.);
• Controle médico com foco na exposição ao calor;
• Permissão para interromper o trabalho quando condições de risco à saúde fo-
rem identificadas;
• Entre outras (BRASIL, 2017).
Dentre as medidas corretivas, estão:
• Modificação do processo ou da operação de trabalho (por exemplo: redução da
temperatura ou da emissividade das fontes de calor, mecanização ou automatização
do processo, etc.);
• Uso de barreiras refletoras ou absorventes;
• Sistemas de ventilação adequados;
• Redução da umidade relativa do ar;
• Alternância de operações;
• Introdução de pausas;
• Disponibilização de locais climatizados ou termicamente mais amenos para recu-
peração térmica;
• Entre outras (BRASIL, 2017).
Para finalizar esta unidade, vamos refletir sobre a exposição ao calor com Napo:
http://bit.ly/2Y0sE6F
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Software Sobrecarga Térmica
http://bit.ly/2J4nMZL
Vídeos
O Napo em... Stress Térmico (O duelo)
http://bit.ly/2Y0sE6F
Leitura
Análise da Contribuição das Variáveis Meteorológicas no Estresse Térmico Associada à Morte
de Cortadores de Cana-de-Açúcar
http://bit.ly/2Y1kaw9
Risco de Exposição à Sobrecarga Térmica para Trabalhadores da Cultura de Cana-de-Açúcar no
Estado de São Paulo, Brasil
http://bit.ly/2DQDBjF
Sobrecarga Térmica em Fábrica de Móveis
http://bit.ly/2GT8TYL
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Referências
BRASIL. Conforto térmico nos ambientes de trabalho. Disponível em: <http://www.
fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/publicacao/detalhe/2011/6/conforto-
-termico-nos-ambientes-de-trabalho>.
BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73.ed. São Paulo: Atlas, 2014.
FONSECA, J.B. Análise dos níveis de calor nos postos de trabalho de uma la-
vanderia industrial. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstre-
am/1/3532/1/CT_CEEST_XXVIII_2014_18.pdf>.
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