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Por Onde Andas Pedras PDF
Por Onde Andas Pedras PDF
PROJETO DE EDUCAÇÃO
KUARIKA NARUKI
BELÉM
2018
1
Mydjere Kayapó, Paola R. Lisboa Dias, Adriana de Jesus Silva, Alda Luísa Tavares
Trindade
Secretaria Estadual de Educação- SEDUC
Profa. Me. Júlia Cleide Teixeira de Miranda, Profa. Me. Maria Célia Sales Pena, Profa.
Mônica Nascimento de Brito
Secretaria Municipal de Educação- SEMEC
Prof. José Ribamar Saraiva Junior, Prof. Mário Rodrigues da Silva Filho
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio D. Pedro II.
COLABORAÇÃO
Estudo Sociolinguístico/UEPA
Profa. Dra. Elite de Jesus Bararuá Solano, Profa. Me. Mara Silvia Jucá Acácio, Profa. Me. Antônia
Zelina Negrão de Oliveira
Oficina de Mudas
Engenheira Agronôma Tieure Ribeiro de Oliveira
Mydjere Kayapó, Paola R. Lisboa Dias, Adriana de Jesus Silva, Alda Luísa Tavares Trindade, Profª
Núlcia Odaléa Costa Azevedo, Profa. Me. Júlia Cleide Teixeira de Miranda
Secretaria Estadual de Educação- SEDUC
Profa. Me. Maria Célia Sales Pena, Profa. Mônica Nascimento de Brito
Secretaria Municipal de Educação- SEMEC
Prof. José Ribamar Saraiva Junior, Prof. Mário Rodrigues da Silva Filho
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio D. Pedro II.
3
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 4
1 BREVE APRESENTAÇÃO SOBRE OS WARAO ...........................................................5
2.1 Informações relevantes sobre a etnia ...............................................................................5
2.2. Breve histórico da presença Warao em Belém ............................................................10
3 PRINCÍPIOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS PARA A EDUCAÇÃO ESCOLAR
WARAO.................................................................................................................................................12
4 OBJETIVOS .....................................................................................................................................19
5 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICA ...........................................................................................20
6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EDUCATIVO .....................................................................23
7 PROCEDIMENTOS AVALIATIVOS ...........................................................................................24
8 CRONOGRAMA ..............................................................................................................................25
9 ORÇAMENTO .................................................................................................................................26
10. RECURSOS HUMANOS .............................................................................................................26
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................28
ANEXO I ..............................................................................................................................................29
ANEXO II .............................................................................................................................................33
ANEXO III ...........................................................................................................................................35
ANEXO IV............................................................................................................................................37
ANEXO V..............................................................................................................................................39
ANEXO V .............................................................................................................................................47
ANEXO VII ..........................................................................................................................................49
ANEXO VIII ........................................................................................................................................54
ANEXO IX ...........................................................................................................................................55
ANEXO X .............................................................................................................................................64
ANEXO XI ...........................................................................................................................................67
ANEXO XII ..........................................................................................................................................68
4
1. APRESENTAÇÃO
dos estados de Monagas e Sucre (BOTELHO; RAMOS; TARRAGÓ, 2017). A região onde
habitam é marcada por uma vasta rede de rios e caños. O estado de Delta Amacuro se divide
em quatro municípios: Antonio Díaz, Casacoima, Pedernales e Tucupita (capital), havendo
presença Warao em todos eles.
A região onde habitam é marcada por uma vasta rede de rios e caños (igarapés) que
se encontram com as correntes marítimas do Caribe, resultando em um ecossistema de grande
biodiversidade, caracterizado por várias ilhas fluviais, regiões de mangue e solos inundáveis,
diretamente afetados pelas cheias do rio Orinoco e pelas marés da costa. Estudos
antropológicos, linguísticos e arqueológicos apontam para a região do delta do Orinoco como
espaço tradicional de ocupação Warao, que remonta há pelo menos 8.000 anos, embora haja
indícios de que sua territorialidade e mobilidade fossem mais amplas em períodos pré-
coloniais, abarcando a região das Antilhas (ibid.).
A distribuição espacial dos Warao nos últimos séculos em uma área geográfica
relativamente definida decorre tanto das dinâmicas de mobilidade próprias a esse povo, bem
como à situação de encontro com outras populações caribenhas e com os colonizadores
europeus (ibid.).
A distribuição espacial dos Warao nos últimos séculos em uma área geográfica
relativamente definida decorre tanto das dinâmicas de mobilidade próprias a esse povo, bem
7
1
“A agricultura foi introduzida tardiamente nas atividades de subsistência dos Warao, no fim da década de 1920,
por missionários oriundos da Guiana, tendo notadamente desenvolvido o cultivo do ocumo chino, um tubérculo
rico em amido, de boa adaptação nas terras encharcadas da região” (TARRAGÓ, 2017, p.3).
8
de água parada. Desse modo, o barramento do rio Manamo “gerou de imediato a remoção
forçada de parcialidades da etnia e o impedimento de acesso às áreas anteriormente em uso,
além de passar suas áreas para populações não indígenas, incentivando estas a empreender em
agricultura familiar ou empresa agrícola” (ibid., p.10).
A década de 1990 é marcada por novos empreendimentos do setor petroleiro na
região do delta, provocando a intensificação dos fluxos migratórios dos Warao para as cidades
da Venezuela (ibid.). O deslocamento para o contexto urbano é motivado pela necessidade de
complementar a subsistência das famílias, uma vez que essa não é plenamente satisfeita em
seus territórios de origem. Nas cidades, os indígenas começaram a desenvolver formas
específicas para garantir sua sobrevivência, como a venda de artesanato, de pescado e a
prática do “pedir”. É importante destacar que, além da busca pelo acesso a bens alimentícios,
na qual se insere a busca por trabalho e dinheiro, a ida para as cidades também é estimulada
pela possibilidade de acesso a medicamentos e ao atendimento na área de saúde (ibid.).
Mais recentemente, em 2014, a situação de crise econômica na Venezuela, marcada
por queda nos preços do petróleo, baixa produção econômica, altos níveis de desemprego,
desvalorização da moeda e hiperinflação, ocasionou perdas de programas sociais e redução de
seus valores, bem como a escassez de bens alimentícios e a dificuldade de acesso a eles,
potencializando os fluxos migratórios dos Warao para as zonas urbanas de países vizinhos,
como é o caso do Brasil (ibid.). Na atual conjuntura econômica venezuelana, o deslocamento
de indígenas Warao para as cidades brasileiras é motivado fundamentalmente pela busca de
alimentos, trabalho fixo ou temporário e dinheiro, além do acesso à saúde (ibid.). A dinâmica
de mobilidade Warao é caracterizada por um constante ir e vir entre o Brasil e a Venezuela,
que se reflete na oscilação da quantidade de indígenas nas cidades brasileiras, cujas razões e
especificidades serão apresentadas mais adiante.
Os primeiros registros a respeito da vinda de indígenas Warao para o Brasil datam de
2014, sendo verificado o deslocamento por terra até o estado de Roraima. Em dezembro de
2016, o número estimado de indígenas em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, e em
Boa Vista, capital do estado, girava em torno de 70 e 560, respectivamente, conforme aponta
reportagem do portal de notícias Amazônia Real. Em Pacaraima, os indígenas costumam se
instalar em terrenos nas proximidades da rodoviária, onde preparam seus alimentos de forma
precária. À noite se deslocam até o espaço coberto do terminal, onde dormem sobre papelões,
junto com outros imigrantes venezuelanos (ibid.). Já em Boa Vista, os Warao se instalaram
inicialmente no terminal rodoviário, em feiras públicas, como a Feira do Passarão, e em
terrenos baldios, sendo frequentemente encontrados próximos aos semáforos das principais
10
ruas e avenidas durante o dia (ibid.). A partir de Roraima os Warao se deslocaram para a
capital amazonense, Manaus, o que se tornou mais sistemático em dezembro de 2016, em
2017 no mês de agosto, chegaram ao Pará onde alguns grupos se instalaram na cidade de
Santarém e outros continuaram a viagem em navio até a cidade de Belém.
Conselho Nacional de Educação (CNE), são fixadas para as escolas “as normas e
ordenamentos jurídicos, como unidades próprias e autônomas e específicas no sistema
estadual”, provendo-as com “os recursos humanos, materiais e financeiros para seu pleno
funcionamento” (CNE, 1999).
O reconhecimento dos processos próprios de aprendizagem deriva do conhecimento
das diferentes formas de se organizar socialmente dos povos indígenas. Outra ideia que
conceitua o campo da educação escolar indígena diz respeito à autodeterminação das
comunidades indígenas. Para o RCNEI :
Os povos indígenas em todo o mundo, no contexto atual de inserção nos
estados nacionais, têm contato com valores, instituições e procedimentos
distintos dos que lhes são próprios. Eles têm o direito de decidir seu destino,
fazendo suas escolhas, elaborando e administrando autonomamente seus
projetos de futuro. Desse modo, a escola indígena faz parte desse projeto de
construção autônoma do projeto societário. Para isso, a comunidade deve
participar da definição do projeto político-pedagógico da escola, das
decisões pedagógicas e curriculares e da organização e gestão escolares (Op.
cit.).
escola indígena, visto que em algumas regiões, falantes e comunidades indígenas usam no
dia-a-dia, além de duas ou três línguas maternas, o português e as línguas usadas nos países
com que o Brasil faz fronteira. Assim atende-se o princípio do bi-multilinguísmo.
O entendimento desses princípios da educação escolar indígena em território
brasileiro se faz necessário à medida que trabalhamos na perspectiva do desenvolvimento de
ações educativas com os indígenas da etnia Warao que encontram-se no Brasil na condição de
refugiados e consequentemente amparados pela Lei n. 9.474/1997, que garante a acolhida
dessas pessoas. As ações educativas, objetos deste Projeto tem como principal foco o
desenvolvimento de ações que viabilizem a escolarização pautada na autoafirmação do povo
Warao (identidade, cultura, tradições e língua), a sustentabilidade econômico-financeira e a
aquisição da Língua Portuguesa, pois,
Para que comece a se fazer parte do dia-a-dia do Brasil, se faz necessário um
aprendizado essencial: a linguagem. É através dela que as pessoas
conseguem expor seus pensamentos, preocupações, anseios e sentimentos. A
língua é elemento crucial para o desenvolvimento das relações e para as
trocas culturais (FEITOSA; MARRA; FASSON; MOREIRA; PEREIRA;
AMARO, 2015, p. 4).
como elo entre todos os conhecimentos dos diversos campos. O currículo interdisciplinar
concebido como artefato social cultural, deverá eliminar, no processo de ensino-
aprendizagem, a desarticulação que existe entre a vida na escola e na vida da comunidade;
entre o fazer pedagógico e o político; e por último, entre os aspectos, macro e micro sociais
(CASTRO, 2007). Nela o currículo deve contemplar conteúdos e estratégias de aprendizagem
que formem para a vida em sociedade, a atividade produtiva e experiências subjetivas,
visando à interligação entre os saberes, criando possibilidades de olhar por diferentes
perspectivas uma mesma questão pedagógica.
O aprendizado da Língua Portuguesa enquanto uma língua estrangeira, de acordo
com as informações coletadas pelas professoras linguistas (NUFI/UEPA) por meio do
questionário sócio linguístico, com as 40 famílias Warao (NEGRÃO; SOLANO; JUCÁ-
ACÁCIO, 2018), deve se desenvolver na perspectiva do letramento considerando que
a língua materna Warao - com domínio pleno na oralidade e com domínio
mínimo na escrita; o grau de bilinguismo (faixa etária/escolarização) do
grupo em tela (Warao – Espanhol); o caráter itinerante do povo Warao e o
caráter emergencial das ações de acolhimento em território nacional;
(NEGRÃO; SOLANO; JUCÁ-ACÁCIO, 2018).
- considerando permitir aos Warao uma escolha mais consciente das alternativas de auto-
sustentação a partir das alternativas econômicas do seu grupo étnico e do país de acolhimento
(cf. RCNEI, 1998), visto que a maioria dos homens tem habilidades para o artesanato e para
trabalhos de ajudante de construção, serviços gerais etc).
- considerando que não conhecem a legislação brasileira, principalmente quanto à proteção
das crianças e adolescentes.
3.2- Quanto ao letramento dos Warao adultos - mulheres (entre 17 a 71 anos) e crianças
(1 mês a 8 anos)
- considerando que, em algumas sociedades indígenas , as mulheres são as grandes guardiães
da língua indígena, sendo preservadas diante da aprendizagem de outras línguas – como é o
caso das mulheres Warao que falam minimamente o espanhol e quanto à escrita limitam-se a
assinatura de seus nomes.
- considerando que as mulheres Warao, quanto à LP falam só palavras de comunicação
(saudação) e não escrevem.
- Considerando às relações de ensinamentos linguísticos e culturais das mães Warao em
relação aos seus filhos;
fragilizar o aprendizado das crianças quanto à língua Warao (05 bebês e 21 crianças)
nem seus vínculos maternais;
Dessa forma, os espaços pedagógicos devem ser amplos para que possam
recepcionar os dois grupos – mães (e bebês) e crianças – que terão atividades
diferenciadas em um mesmo espaço de tempo;
A estratégia pedagógica de letramento seria por meio de oficinas temáticas: de
artesanato, de comida, de corte e costura, de legislação brasileira (CF, ECA, Lei Maria
da Penha), de saúde (hábitos alimentares, DST/AIDS, alcoolismo, doenças tropicais).
Práticas corporais, nos quais possam estar interagindo com os outros alunos não
indígenas da escola.
4. OBJETIVOS
4.1- GERAL
Implantar o projeto de educação escolar indígena integrada a educação profissional específica
para os Warao com ênfase na escolarização, em atividades que proporcionem o
fortalecimento cultural, a sustentabilidade econômico-financeira e a aquisição da Língua
Portuguesa enquanto ferramenta de inclusão social e econômica.
4.2- ESPECÍFICOS
20
5. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICA
Aspectos de natureza antropológica também são mencionados por autores que têm
fundamentado a escola em ciclos. Ao referir-se à noção de temporalidade humana, Arroyo
(2003) defende que a função da escola e de toda instituição educativa é dar conta do
desenvolvimento pleno dos estudantes. Para ele, o processo de formação humana passa por
tempos diferentes: tempo de infância, de adolescência, de juventude, de vida adulta. Logo, a
ideia de ciclo é “ciclo da vida, é tempo da vida, temporalidade da formação humana” (p.2).
Ainda segundo Arroyo (2004), a lógica temporal institucionalizada é a lógica que
organiza o sistema seriado. Essa lógica se caracteriza por ser “transmissiva”, pois organiza os
tempos e espaços dos docentes e dos alunos em torno dos conteúdos que deverão ser
transmitidos; possui um caráter “precedente” e “acumulativo” dos conteúdos, isto é, encara
que um conteúdo precede o outro, em determinada ordem, que estabelece a organização dos
bimestres e séries, acumulando-os em etapas subsequentes; organiza-se tendo por base
“ritmos médios” de aprendizagem, ou seja todos devem absorver os conteúdos transmitidos
num mesmo tempo médio e os que não se adequarem serão reprovados; por último, essa
lógica trabalha com a “simultaneidade”, pois os alunos devem aprender os conteúdos de todas
as disciplinas ao mesmo tempo, caso contrário serão reprovados também.
Essa lógica determina tudo dentro da escola seriada e vem colada a uma concepção
de currículo fragmentado, classificatório, excludente e homogeneizador. Por meio da escola
seriada institui-se uma sequência que fragmenta cada vez mais os tempos escolares e, em
decorrência disso, o conhecimento, limitando espaços e relações.
Outro aspecto de natureza antropológica é o fato de que a escola em ciclos reconhece
a pluralidade e a diversidade cultural como uma característica de qualquer escola e sala de
aula e que ela precisa ser considerada e incorporada na dinâmica pedagógica do cotidiano da
escola, ou seja, nas propostas curriculares, na organização do trabalho pedagógico, nas
relações de ensino, enfim, em todas as dimensões de trabalho educativo (MAINARDES,
2009).
O atendimento a essa diversidade indica que o currículo precisaria ser formulado e
desenvolvido de maneira flexível para dar conta da especificidade que caracteriza o percurso
educativo a ser trilhado pelos Warao e os saberes e conhecimentos a serem abordados devem
ser redefinidos para que estejam coerentes com a realidade e articulados com as necessidades
educativas e sociais dos Warao .
Nesse sentido, considerando a especificidade do Projeto de Educação “Kuarika
Naruki”, nome escolhido pelos Warao e que significa na língua portuguesa “vamos para
22
frente”, o processo educativo será organizado em quatro eixos formativos que perpassam por
todos os ciclos de formação e estão articulados com os princípios que norteiam este projeto:
1- Política linguística
- Oralidade
- Língua portuguesa
- Língua warao
- Língua espanhola
2- Sustentabilidade econômico- financeira
- Língua Portuguesa
- Matemática básica
- Matemática financeira
- Ciências
- Geografia
3- Migração e direitos humanos
- Língua portuguesa
- Cidadania e ètica
- Legislação brasileira
- Legislação de proteção ao migrante
- Legislação para os indígenas
4- Cultura e meio- ambiente
- Língua Portuguesa
- História do Brasil
- História e tradição warao
- Ecossistema amazônico
- Geografia
- Religiosidade indígena
- Artes
- Educação física
- Estudos amazônicos
- Filosofia
Colocar em prática uma proposta diferenciada de organização de tempos, saberes e
espaços educativos que concretize o acesso a diferentes tipos de conhecimento e desenvolva
aprendizagens relevantes para a inserção dos Warao na sociedade de forma autônoma, é uma
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tarefa desafiadora e requer não apenas investimento financeiro, mas, também vontade política
e compromisso com a educação cidadã.
disponibilizou o Centro de Estudos de Educação Jovens e Adultos Prof. Luís Otávio Pereira,
com o objetivo de certificá-los de acordo com seu nível de escolaridade.
Em anexo serão apresentados os quadros com a demanda de participantes do Projeto
para o ano de 2018. Considerando a rotatividade das demandas de acordo com o fluxo de
migração, tais quadros poderão ser alterados com a inclusão ou exclusão de participantes no
Projeto.
7. PROCEDIMENTOS AVALIATIVOS
8. CRONOGRAMA
ATIVIDADE MESES
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Reunião do X X X X X X
Conselho
deliberativo e
consultivo do
Projeto
Formação X X X X X X X X X X X X
geral dos
formadores
Formação X X X X X X X X X X X X
específica
dos
formadores
Início das X
atividades no
CEEJA
Ambientação X X
no Bosque
Rodrigues
Alves
Atividades X X X X X X X X X X X
de
escolarização
no Bosque e
Escola D.
Pedro II
Atividades
extra-
curriculares
Reunião de
avaliação do
projeto
Produção de X X X X
relatório
parcial
Produção de X
relatório
anual
26
Reunião com X X
o Ministério
Público
Obs: O detalhamento das atividades estão nos subprojetos que seguem anexados a este
Projeto. O detalhamento das atividades específicas de ensino será realizado com os
professores durante a formação.
9. ORÇAMENTO
povos indígenas
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel. Ciclos de desenvolvimento humano e formação de educadores.
Educação e Sociedade, Campinas, ano XX, n. 68, p. 143-161, dez. 1999.
_____. Outros sujeitos, outras pedagogias. 2 ed. Petrópolis, RJ. Vozes, 2014.
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96.
Brasília: 1996.
FEITOSA Jacqueline; MARRA Juliana; FASSON Karina; MOREIRA Nayara; PEREIRA
Renata; AMARO Talita. Português no Brasil para refugiadas e refugiados. São Paulo;
2015
FREIRE, P. Extensão ou comunicação? 4 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
http://amazonia.org.br
Acesso em 30 de março de 2018
MAINARDES, J. Escola em ciclos: fundamentos e debates. São Paulo: Cortez, 2009.
MELIA, B., (1981). Trançados da educação indígena. In: SILVA LOPES, Aracy, (org.). A
questão da educação indígena, São Paulo: Editora Brasiliense.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referencial curricular nacional para as escolas
indígenas. Brasília: MEC/SEF, 1998.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Escolar Indígena na Educação Básica: Brasília: MEC/CNE, 2012.
MIRANDA, Marilia Gouveia de. Sobre tempos e espaços da escola: Do principio do
conhecimento ao principio da sociedade. Campinas, SP: Cedes, 2005.
Ministério Público Federal. Procuradoria da República do Amazonas; Parecer Técnico nº
10/2017, SP/ Manaus/ SEAP.
MONTE, Nieta L. E agora, cara pálida? Educação e povos indígenas 500 anos depois.
Revista Brasileira de Educação, 2000, n. 15, p.118-133.
NASCIMENTO, Adir Casaro. Escola indígena: palco das diferenças. Campo Grande:
UCDB, 2004.
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ANEXO I
ESTUDO SOCIOLINGUÍSTICO COMPLEMENTAR DOS INDÍGENAS WARAO
Família 7 / Externa
30
26 Yoel Torres 03 EI
30 Atirma Rattia 2 EI
Família 9 / Externa
31 Roberto Rattia Quinones 46 Cabelereiro
32 Maria Helena Rattia 33 Corte e costura
33 Osomel Rattia 20 4º ano
Família 10 / Externa
36 Nombelio Rattia Rattia 21 Pintor de parede
37 Yoraida Maria Cardona Perez 24 Artesanato, bijouteria
Família 11 / Externa
39 Melingo Rattia 44 Serviços gerais
40 Juanita Perez 58 Tecer redes
Família 12 / Externa
41 Chamaco Murillo Perez 22 Não alfabetizado Serviços gerais
42 31 Não alfabetizada Corte e costura
Monica Perez Perez
43 04 EI
Wildel Perez Perez
44 10 Não alfabetizado
Ronny Perez
45 02 EI
Antonio Perez Perez
46 17 Não alfabetizado Pintor de paredes
Riki Perez
47 15 Não alfabetizado Serviços Gerais
Lucia Perez
Família 13 / Externa
48 Renool Rattia Rivero 54 Serviços gerais/pintura
31
Família 14 / Externa
51 Maria Angelica Perez 31 2º ano Serviços Gerais
52 Jesus Gabriel Perez 10 Não alfabetizado
Família 15 / Externa
54 Marino Rattia Rattia 21 Pintura de parede
55 Solanda Ramos Perez 27 Serviços gerais
56 Marcelino Rattia Ramos 04 EI
Família 16 / Externa
57 Daman Rattia 50 Serviços gerais e plantas
60 06 Não alfabetizada
Yamilis Dle Carmen Quiñones Rattia
Família 17 / Externa
65 Antonio Rattia Rattia 36 4º ano fundamental Plantação de frutas
66 Minerva Perez 32 Artesanato
67 Glenda Perez Rattia 11 3º ano fundamental
Família 18 / Externa
71 Yhoni Rattia Rattia 34 Serviços gerais
72 Eloisa Garcia Mata 22 4º ano fundamental Corte e costura
73 Jhonny Garcia Romero 9 meses EI
Família 19 / Externa
74 Rogelio Quiñones 21 5º ano fundamental
32
76 Wilson Mata 1 EI
Família 20 / Externa
78 Jose Cedeño Valenzuela 23
79 Rosirys Garcia Mata 23 5º ano fundamental
Família 21 / Externa
81 Pedro Grincon Rattia 37
82 America Matta 47
83 Eleide Matta 12 4º ano fundamental
84 Ofelia Matta 11
33
ANEXO II
História do Brasil 02 80
Geografia 02 80
Religiosidade Warao 02 80
Educação Física 02 80
* Ciclos de Formação (Ciclo de Formação I- Educação Infantil; Ciclo de Formação II- Ensino Fundamental- séries iniciais, Ciclo de Formação
III- Ensino Fundamental- séries finais, Ciclo de Formação IV- Educação de Jovens e Adultos
* Migração e direitos humanos: recomenda-se ser trabalhado por professores Licenciados em Filosofia e Sociologia.
ANEXO III
Ecossistema amazônico 02 80
Geografia 02 80
Religiosidade 02 80
Artes 02 80
Educação Física 02 80
Estudos amazônicos 02 80
* Ciclos de Formação (Ciclo de Formação I- Educação Infantil; Ciclo de Formação II- Ensino Fundamental- séries iniciais, Ciclo de Formação
III- Ensino Fundamental- séries finais, Ciclo de Formação IV- Educação de Jovens e Adultos
* Migração e direitos humanos: recomenda-se ser trabalhado por professores Licenciados em Filosofia e Sociologia.
ANEXO IV
Ecossistema amazônico 02 80
Geografia 02 80
Religiosidade 02 80
Artes 02 80
Educação Física 02 80
Estudos amazônicos 02 80
* Ciclos de Formação (Ciclo de Formação I- Educação Infantil; Ciclo de Formação II- Ensino Fundamental- séries iniciais, Ciclo de Formação
III- Ensino Fundamental- séries finais, Ciclo de Formação IV- Educação de Jovens e Adultos
* Migração e direitos humanos: recomenda-se ser trabalhado por professores Licenciados em Filosofia e Sociologia.
ANEXO V
1. Identificação do Projeto
Título do Projeto: Implementação de Novas Turmas de EJA/ Resolução nº 48/2012 para Indígenas Warao
refugiados da Venezuela ‘‘KUARIKA NARUKI’’
4. Recursos – Síntese
Elemento de Despesa
4.1 Tesouro Federal –Fonte 106 Rubrica Valor (R$)
Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Física 339036 144.800.00
Material didático e Pedagogico 339030 32.180,00
Despesas com Alimentação Escolar 339033 32.180,00
Despesa com Formação 449052 32.174,00
Total 241.334,00
40
6. Parcerias envolvidas
Instituição Atribuições
UEPA, SEASTER,SEMEC, Bosque Participação e acompanhamento
Rodrigues Alves, Caritas...
8. Apresentação
O Governo do Estado do Pará, por meio de sua Secretaria de Estado de Educação (SEDUC/PA),
Secretaria Adjunta de Ensino, Diretoria do ensino Fundamental e Coordenação de Educação de Jovens e
Adultos e Coordenação Escola Indígena, apresentam o projeto que irá nortear o ingresso de alunos nas novas
turmas de EJA no Estado do Pará, fundamentada na Resolução nº 48/2012 CD-FNDE para indígenas
WARAO refugiados da Venezuela
Sabemos que escolarização dos jovens e adultos que não tiveram acesso ou permanência no
sistema formal de ensino na idade prescrita pela lei constitui um enorme desafio para o governo, assim como
para a sociedade. Ainda é significativo o número de pessoas analfabetas acima de quinze anos de idade
nessas condições, o que leva a necessidade de fomentar o desenvolvimento pleno destes sujeitos por meio,
dentre outros, de uma educação básica de qualidade, considerando e respeitando a diversidade das pessoas
jovens e adultas, tendo na LEI Nº 10.880 de 9 de junho de 2004, um dos aspectos fundamentais para
responder a esta realidade, uma vez que Institui o Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para
Atendimento à Educação de Jovens e Adultos no Art. 3o ressalta que:
Fica instituído o Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à
Educação de Jovens e Adultos, no âmbito do Ministério da Educação, a ser
executado pelo FNDE, com o objetivo de ampliar a oferta de vagas na educação
fundamental pública de jovens e adultos, em cursos presenciais com avaliação no
processo, por meio de assistência financeira, em caráter suplementar, aos sistemas
de ensino estaduais.
São particularmente beneficiários da transferência dos recursos financeiros para as novas turmas
de EJA ‘’ pessoas com 15 anos ou mais que não completaram o ensino fundamental ou médio’’. ( Res. nº
48/2012). A prioridade para matricular nas novas turmas de EJA serão ‘’os egressos do Programa Brasil
Alfabetizado, as populações do campo, as comunidades quilombolas, os povos indígenas e as pessoas que
41
Com a execução do Projeto o público prioritário terá a possibilidade de reinventar suas utopia e ressignificar
seus projetos de vida numa perspectiva solidária.
9. Justificativa:
Em Língua Portuguesa (L2) – com tradução em Warao e/ou espanhol – ações pedagógicas em tempo
tanto, propõe-se como ações pedagógicas:
Contra turno para as oficinas temáticas: com foco em um ‘fazer’ (artesanato, informática, artes, entre
aventurarem-se a usar a língua que está aprendendo de modo criativo. (adapt. de RCNEI, 1998 p. 132)
Discussões sobre temáticas sociais brasileiras buscando dar visibilidade aos direitos da diversidade
outros); com foco nas discussões sobre sexualidade, DSTs, drogas (álcool, fumo etc);
Práticas corporais, nos quais possam interagir com os outros alunos não indígenas da escola.
Diante de tais proposições a criação de turmas de EJA visando o processo de alfabetização e
letramento dos índios Warao está em consonância com as recomendações e orientações postas, pois a oferta de
escolarização através da implementação de Novas turmas de EJA/ Resolução nº 48/2012 tem a finalidade de
orientar na promoção da formação cidadã, a pluralidade cultural e o fortalecimento de uma visão mais
participativa, crítica e reflexiva dos estudantes nos assuntos que lhe dizem respeito, pois nas palavras de Paulo
Freire (1996) “Educar para vida requer um olhar que se projete para fora da escola e para o futuro”.
Nessa perspectiva, a oferta de cursos de Educação de Jovens e Adultos amparados pela Resolução nº
48/2012, deve atender em sua concepção as particularidades e pluralidade do público atendido, contribuindo
para firmar a identidade e valorizar seu trabalho, sua história e conhecimento, assim como seus modos de
produção, organização política, rituais, tempos e formas diferenciadas nos processos de aprendizagem.
Nesse contexto, a Coordenação de Educação de Jovens e adultos propõe a operacionalização da
criação de 5 (cinco) novas turmas de Educação de Jovens e Adultos, sendo todas de 1ª etapa do ensino
43
fundamental com o objetivo de atender os 100 indígenas Warao refugiados da Venezuela, que atualmente estão
abrigados na Casa de Passagem ao Migrante em Trânsito Domingos Salim Jacob Zaluth funciona atualmente
em Belém, no endereço Tv. do Chaco, nº 1.823, bairro do Marco, em idade escolar de EJA.
Geral:
Implementação de novas turnas de EJA Resolução FNDE nº 48/2012 visando promover o processo de
letramento e alfabetização dos indígenas Warao.
Específicos:
- Garantir a contratação de 5 professores para promover o processo de letramento e alfabetização;
- Contratar 5 educadores de língua materna indígena Warao.
- Garantir a aquisição da Língua Portuguesa enquanto ferramenta de inclusão social e cultural,
- Desenvolver a educação profissional integrada à educação escolar indígena e
- Contribuir para o fortalecimento da língua e da cultura Warao.
Os alunos terão como escola de referência para a matrícula a Escola Estadual Dom Pedro II e o
processo de letramento e alfabetização acontecerá de forma concomitante as atividades da qualificação
profissional. O atendimento terá a duração de 10 (dez) meses e será executado por ciclos de formação, conforme
a estrutura apresentada acima. Cada ciclo de formação terá a duração de 2 meses e contemplará a partir de temas
geradores de conteúdos curriculares significativos de forma transversal e intercultural.
12. Metas:
Atender 100 alunos do público prioritário, indígenas Warao que estão em Belém, proporcionando o
processo de alfabetização e letramento.
Os recursos necessários à execução deste Plano de Trabalho serão provenientes do Tesouro Federal, através da
Secretaria de Estado de Educação/ SEDUC – Pará, no valor de R$ 241.334,00 – Fonte 106 (Resolução
48/CD/FNDE-2012)
O projeto SABERES DA EJA, trás no seu bojo a pretensão de um modelo preliminar a ser,
inclusive, implantado e desenvolvido nos demais municípios em que houver demanda para o
desenvolvimento de políticas educacionais específicas (Resolução 48/CD/FNDE-2012).
REFERÊNCIAS
______. Decreto presidencial n° 5.051 que promulga convenção 169,de 1989. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2004/decreto/d5051.htm
_______. Lei 6.815, de 19 de agosto de 1980. Define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria
o Conselho Nacional de Imigração. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6815.htm
______. Resolução CNE/CEB 5/2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Escolar Indígena na Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de junho de 2012.
Coordenadora- CEJA/SAEN/SEDUC
47
1- Dados de Identificação:
-Nome
Fernanda Sousa
-Entidade proponente
Liceu Escola de Artes e Ofícios “Mestre Raimundo Cardoso”
-Profissional responsável
Rosilene Trindade
2-Objetivo:
O principal objetivo do curso e a capacitação profissional na arte da cerâmica utilitária e
decorativa.
-Nº de participantes
Duas turmas de 25 alunos cada.
-Local
Bosque Rodrigues Alves
4- Orçamento:
-Recursos materiais (valores)
Quantidade Outros Valor Unitário Total
100 Bolas de Argila 4,00 400,00
01 Saca de argila branca 80,00 80,00
Saca de argila vermelha 80,00 80,00
50 Canetas BIC 2,00 100,00
01 Rolo de Arame 25,00 25,00
01 Lata de tinta – Cor: branco neve - 90,00 90,00
48
Coralmur
01 Lata de neutrol 180,00 180,00
01 Lata de betume 100,00 100,00
10 Sacos de esponja Esponja de sofá 2,00 20,00
30 Lixa nº 40 e 50 1,00 30,00
30 Pincel de numeração variadas 2,00 60,00
10 Trincha de numeração variadas 6,00 60,00
03 Tubos de 1 litro de Cola branca - iguini 12,00 36,00
50 Bisnagas diversas cores 3,20 160,00
30 Peças de roupas usadas de algodão 3,00 90,00
Total 1.511,00
-Necessidade de profissionais
Transporte Lanche Agua
04 passagens 02 08
5- Cronograma:
segunda-feira terça-feira quarta-feira quinta-feira sexta-feira
x
x
x
x
ANEXO VII
1- Dados de Identificação:
-Nome: SUBPROJETO FORMAÇÃO DOS FORMADORES EM EDUCAÇÃO
ESCOLAR INDÍGENA
APRESENTAÇÃO
O presente Projeto se articula ao Projeto de educação escolar indígena Kuarika
Naruki integrada a educação profissional específica para os Warao (indígenas venezuelanos),
abrigados na cidade de Belém do Pará, que tem como ênfase na escolarização, em atividades
que proporcionem o fortalecimento cultural, a sustentabilidade econômico-financeira e a
aquisição da Língua Portuguesa enquanto ferramenta de inclusão social e econômica.
Considerando que o projeto Kuarika Naruki está pautado nos pressupostos legais e
princípios da Educação Escolar Indígena (Específica, Diferenciada, Bi-multilíngue e
Intercultural), prevendo que a elaboração de projetos de escola estejam articulados à efetiva
participação das comunidades indígenas, a partir do desenvolvimento de currículos
específicos, com calendários escolares que respeitem as atividades tradicionais dos diferentes
grupos, com metodologias de ensino diferenciadas, com a incorporação dos processos
próprios de aprendizagem de cada povo e com a implementação de programas escolares e
processos de avaliação de aprendizagem flexíveis, pressupõe-se que, além disso, é de
extraordinária importância a viabilização de cursos para a formação especializada de todos os
50
- Matemática financeira
- Ciências
- Geografia
7- Migração e direitos humanos
- Língua portuguesa
- Cidadania e ètica
- Legislação brasileira
- Legislação de proteção ao migrante
- Legislação para os indígenas
8- Cultura e Meio Ambiente
- Língua Portuguesa
- História do Brasil
- História e tradição warao
- Educação ambiental
- Geografia
- Religiosidade indígena
- Artes
- Educação física
- Estudos amazônicos
- Filosofia
Portanto, ao tratar-se de uma nova experiência no âmbito da Educação Escolar
Indígena no Pará percebe-se que os professores e equipe técnica que vão atuar no Projeto
Kuarika Naruki necessitam de uma formação específica para um adequado trabalho junto aos
alunos Warao.
2-Objetivo:
Proporcionar qualificação em educação escolar indígena aos formadores que atuarão
no Projeto Kaurika Naruki
2º Momento:
Formação Específica e Intercultural por Área de Conhecimento
1. Formação em Língua Portuguesa e Língua Espanhola.
2. Formação em Língua Warao.
3. Formação em Educação Matemática.
4. Formação em Sociobiodiversidade Indígena.
5. Formação em Religiosidade Indígena.
6. Formação em História e Culturas Indígenas.
7. Formação em Arte e Cultura Indígena.
8. Formação em Educação Física.
-Local: Auditório da Reitoria da UEPA, Bosque Rodrigues Alves e em outros que forem
necessários.
4- Orçamento:
Material Quantidade Valor
Reprodução de material 6.000 cópias R$600,00
impresso
Pincel para quadro branco 10 pacotes com 3 unidades R$303,40
(azul, vermelho e preto)
Cartolina 3 pacotes com 100 unidades R$252,00
(cores diversas)
Lápis de cor 10 caixas de 24 unidades cada R$166,00
Giz de Cera 10 caixas de 12 unidades cada R$74,00
Caneta hidrocor 10 caixas com 24 cores cada R$399,90
Borracha para lápis 1 caixa com 36 unidades R$23,18
Lápis 3 caixas de 72 unidades cada R$172,71
Caneta esferográfica (azul, 6 caixas (uma de cada cor) R$189,00
preta e vermelha)
Papel A4 branco 10 Resmas R$239,00
Papel Kraft (madeira) 2 pacotes com 100 folhas R$66,00
Papel 40kg 120 gr 66x96 100 folhas R$81,00
Branco
53
ATIVIDADE 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Reunião com X
todos que
atuarão no
projeto
Formação X X
Geral
Formações X X X X X X X X X X X X
Específicas
Reunião de X X X X X X
Avaliação
Produção de X X X X
Relatório das
atividades
6- Avaliação:
A avaliação será processual durante a formação, utilizando-se como instrumentos a produção
desenvolvidas pelos formandos nas atividades propostas.
Cada professor-formador apresentará um relatório sobre as atividades desenvolvidas, para
que o Coordenador possa elaborar e apresentar o Relatório Final de toda a formação.
54
ANEXO VIII
CURSO DE CAPACITAÇÃO: CRIAÇÃO DE IDENTIDADE E PRODUÇÃO DE
BIOJÓIAS COM INSUMOS E PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS
1. Coordenadores: Prof. Seidel Ferreira dos Santos (UEPA), Dra. Noemi Vianna
Martins Leão (Laboratório de Sementes Florestais/Embrapa), Artesã Jacilene
Santos, Público alvo: Indígenas da etnia Awarao (Venezuela).
Objetivo: Fomentar a produção de biojóias com utilização de PFNMs, em especial sementes
de espécies arbóreas amazônicas, resgatando a identidade e cultura de povos indígenas.
Os Produtos Florestais não Madeireiros (PFNMs) são bastante utilizados por populações
amazônicas em especial as sementes de espécies de palmeiras como açaí (Euterpe oleracea) e
do gênero Astrocaryum. Além das palmeiras, muitas espécies arbóreas nativas apresentam
potencial para produção de biojóias, neste sentido, aspectos como coleta, beneficiamento e
armazenamento destas sementes são fatores importantes para a qualidade do produto. Esta
oficina tem como objetivo, fomentar a produção de artefatos (biojóias) com insumos
amazônicos e componentes da biodiversidade, resgatando a cultura e identidade dos povos
indígenas. Serão abordados os aspectos da sustentabilidade dos recursos das florestas e
valoração dos produtos. Um dos fatores que inviabiliza a comercialização das biojóias é a
qualidade da semente, que geralmente apresenta muita umidade e propicia a proliferação de
fungos. Neste curso serão evidenciadas práticas simples para manter a qualidade da semente
enquanto matéria prima. Questões ligadas ao empreendedorismo, resgate da identidade serão
abordados por meio da introdução dos traços da identidade de determinadas povos nas peças
que serão produzidas, os traços da tradição de cada povo poderá ser componente das biojóias
e desta forma agregar valor aos produtos, considerando os princípios da sustentabilidade e da
manutenção da floresta.
Custos e orçamento
R$ 15. 000,00
ANEXO IX
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E EDUCAÇÃO INDÍGENA: UMA PROPOSTA DE
ENSINO ESCOLAR E PROFISSIONALIZANTE
I – INTRODUÇÃO
Educação se define como o conjunto dos processos envolvidos na socialização dos
indivíduos, correspondendo, portanto, a uma parte constitutiva de qualquer sistema cultural de
um povo, englobando mecanismos que visam à sua reprodução, perpetuação e/ou mudança.
Ao articular instituições, valores e práticas, em integração dinâmica com outros sistemas
sociais, como a economia, a política, a religião, a moral, os sistemas educacionais têm como
referência básica os projetos sociais (ideias, valores, sentimentos, hábitos etc.) que lhes cabem
realizar em espaços e tempos sociais específicos. (LUCIANO, 2006, p.129)
As políticas educacionais formuladas a partir do novo marco constitucionais têm como
diretrizes “a afirmação das identidades étnicas, a recuperação das memórias históricas, a
valorização das línguas e ciências dos povos indígenas e o acesso aos conhecimentos e
tecnologias relevantes para a sociedade nacional” (BRASIL, 1996, p. 79).
A Interculturalidade, segundo Fleuri (2002), considera a diversidade cultural no
processo de ensino e aprendizagem. A escola deve dar um tratamento aos valores, saberes e
conhecimentos tradicionais, às práticas sociais de cada cultura e garantir o acesso de
conhecimentos e tecnologias da sociedade nacional relevante para o processo de interação e
participação cidadã na sociedade nacional. Com isso, as atividades curriculares devem ser
significativas e contextualizadas às experiências dos educandos e educandas e de suas
comunidades. Segundo o Referencial Curricular Nacional das Escolas Indígenas – RCNEI, a
nova escola indígena propõe ser espaço intercultural, onde se debatem e se constroem
conhecimentos e estratégias sociais sobre a situação de contato Interétnico. Podem ser
conceituadas como escolas de fronteira, ou seja, espaços públicos em que situações de ensino
e aprendizagem estão relacionadas às políticas identitária e culturais de cada povo indígena.
É dentro da perspectiva intercultural, de apropriação e ressignificações que a
intervenção da Educação Matemática está sendo pensada no contexto das diferentes culturas
indígenas, com possibilidades de incorporar conhecimentos que possibilitem visualizar a
educação intercultural dando um novo sentido aos conteúdos curriculares.
56
II – JUSTIFICATIVA
III – OBJETIVOS:
1º) Geral:
Propor aplicação da Educação Matemática numa perspectiva intercultural indígena, no
processo de formação dos professores que atuarão no ensino da matemática com o
povo indígena venezuelano WARAO.
2º) Específicos:
a) Possibilitar a formação dos professores envolvidos no ensino da matemática ao povo
indígena venezuelano WARAO, com a perspectiva do desenvolvimento da aplicação
da educação matemática, com o direcionamento da interculturalidade indígena;
b) Possibilitar a formação de professores envolvidos no ensino da matemática com povo
indígena venezuelano WARAO, em perspectiva de conexão com Educação
Financeira, tendo sua aplicação essencialmente ao ensino extracurricular;
c) Desenvolver periodicamente a formação continuada, por meio de acompanhamento
das atividades propostas pelos professores de matemática ao povo indígena
venezuelano WARAO, no sentido de uma constante construção metodológica;
d) Proporcionar ideias de materiais didáticos, a partir da atuação dos professores de
matemática do povo indígena venezuelano WARAO, para possibilitar aplicação em
sala de aula.
IV – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Os conteúdos Programáticos envolvidos na execução do minicurso e oficina terão
indicativos de trabalhos com conteúdos a serem trabalhados, na Educação Infantil, do 1º ao 9º
ano do ensino fundamental, 1ª etapa EJA e o Ensino Médio.
59
V – ESTRATÉGIAS
A partir de um questionamento inicial será feita um levantamento de ideias e opiniões
para futuras proposta de construção de um material didático próprio voltado para o processo
de escolarização no ensino da matemática ao povo indígena venezuelano WARAO.
Através de uma atividade modelo, que deve está relacionado às três áreas de
conhecimento: Linguagem e artes, Ciências Humanas e Sociais e Ciências Naturais e
Matemática, mostrar a importância da cultura do povo relacionando seu contexto histórico,
suas experiências de vida e com um questionário investigativo fazer as análises dos
questionamentos para que possam sugestionar as proposta para elaboração do material
didático.
VI – METODOLOGIA
Para ampliar a compreensão da realidade e da visão de mundo desses povos
tradicionais, é fundamental interagirmos a Escola com suas práticas cotidianas. Caso isso não
seja possível, o ensino da Matemática se apresentará tão somente como uma forma de
resolver questões de ordem prática sem sentido para a vida das sociedades, gerando o
crescente desprestígio escolar da Matemática, sendo ela indígena ou não indígena.
Daí nosso interesse em promover uma discussão acerca do processo de Ensino e
Aprendizagem da Matemática no contexto intercultural indígena, numa perspectiva
Etnomatemática, partindo da compreensão de saberes tradicionais vivenciados dentro e fora
das escolas a parti das Formações e Minicurso e Oficinas ocorridas durante o processo de
atuação do programa com os professores que atuarem no ensino de matemática ao povo
indígena venezuelano WARAO.
Sendo assim, à emergência de novos saberes, considerando o contexto na qual estão
inseridos, reunindo elementos plurais básicos da identidade indígena do educando. Portanto,
nossa Proposta está voltada para a Reflexão dos Saberes Indígenas no ensino da matemática
ao povo indígena venezuelano WARAO no estado do Pará.
Nesse sentido, reconhecemos na pedagogia etnomatemática as mesmas etapas do
método de Paulo Freire. Sendo essas etapas esquematizadas em três momentos: da
investigação; da tematização; da problematização (GADOTTI, 1991, p. 39-40; FREIRE,
2000). Dentro do ambiente formal de ensino e aprendizagem de matemática, a primeira etapa,
a da investigação, o educador deverá estar atento para o universo do aluno, para as falas que,
de alguma forma, denunciem a realidade que o envolve.
60
Minicurso:
Data show;
Etnomatemática e Impressão de
Interculturalidade: textos; Cartolina;
Educação Indígena lápis de cor;
e Educação escolar A PARTIR DE 20H UEPA Canetas
indígena JUNHO DE 2018 hidrográficas
coloridas; Papel
A4; Papel almaço
com pauta.
Oficina: Data Show;
Impressão de
Educação textos; Cartolina;
Matemática e lápis de cor;
Metodologias para A PARTIR DE 20H UEPA Canetas
o ensino JUNHO DE 2018 hidrográficas
matemática coloridas; giz de
cera; réguas; fita
crepe; réguas
50cm; Papel A4;
Papel almaço com
pauta.
2
psic compreensão ou solução de um problema pela súbita captação mental dos elementos e relações adequados.
61
q) Cola de silicone;
r) Fita adesiva (fina e grossa);
s) Barbante;
t) Grampeador;
u) Grampo para o grampeador;
v) Clipe;
w) Entre outros objetos que necessitar.
REFERÊNCIAS
D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática – elo entre as tradições e a modernidade. 2. ed.
1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
______. Educação matemática: da teoria à prática. São Paulo; Campinas: Papirus, 1996.
______. Etnomatemática: arte ou técnica de explicar e conhecer. São Paulo: Ática, 1990.
DIAS, A.M.L. Discutindo Caminhos para a Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e
Extensão. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em
Educação Física. Vol. 1, n. 1, p.37-52, Agosto/2009.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido, 29a edição [1 a ed. 1970], Rio de Janeiro, Ed. Paz e
Terra, 2000.
FRANKENSTEIN, M. Educação Matemática Crítica: Uma Aplicação da Epistemologia
de Paulo Freire, In Bicudo, M. A. V. Org. Educação Matemática. São Paulo, Ed. Moraes,
s/d.
GADOTTI, M. Convite à Leitura de Paulo Freire, São Paulo, Ed. Scipione, 1991.
GERDES, Paulus. Etnomatemática: Cultura, Matemática, Educação, 1ª edição: Projeto de
Investigação Etnomatemática, Instituto Superior Pedagógico /Universidade Pedagógica,
Maputo, Moçambique, 1991.
GONÇALVES, T.V.O. Formação inicial de professores: prática docente e atitudes
reflexivas. Amazônia: Revista de Educação em Ciências e Matemáticas.v.1(1). 2004, p.73-
79.
http://www.periodicos.ufpa.br/index.php/revistaamazonia/article/view/1484/1875
GUERRA, R.B.; SILVA, F.H.S. da. As operações com frações e o princípio da contagem.
Bolema, Rio Claro (SP), Ano 21, nº 31, 2008, p. 41-54.
http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/bolema/article/view/2103/18
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
LIBÂNEO, J.C. Reflexividade e Formação de Professores: outra oscilação do
pensamento pedagógico brasileiro. In: EVANDRO, G.; PIMENTA; S. G.; O professor
reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.
FLEURI, R.M.(2002). A questão da diferença na educação: para além da diversidade.
Reunião Anual da Anped, 25. Caxambu: Anped, 1 CD-Rom [Anais]
LUCIANO, Gersem dos Santos. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos
indígenas no Brasil hoje. Brasília: MEC/SECAD; LACED/ Museu Nacional, 2006.
MONTEIRO, Alexandrina e POMPEU JR, Geraldo. A Matemática e os Temas
Transversais. São Paulo. Editora Moderna, 2001.
MORTIMER, E.F. Uma agenda para a Pesquisa em Educação em Ciências. Revista
Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v.2(1). 2002, p.36-59.
http://www.pgletras.uerj.br/vozolharoutro/volume004/a06.pdf
Referencial curricular nacional para as escolas indígenas/Ministério da Educação e do
Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998.
SANTOS, W.L.P dos. Educação científica na perspectiva de letramento como prática
social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação, v.12(36). 2007.
63
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v12n36/a07v1236.pdf
URTON, Gary. The Social Life of Numbers. A Quechua Ontology of Numbers and
Philosophy of Arithmetic, University of Texas Press, Austin, 1997.
64
ANEXO X
1- Dados de Identificação:
-Nome
-Profissional responsável
2-Objetivo:
Capacitar os participantes para a aplicação do instrumento Cadeia Produtiva do Artesanato
Fortalecer a produção artesanal
3- Metodologia: (descrição dos passos da realização do projeto)
Metodologia de aprendizagem pela ação.
Teórico
Conceitos da Cadeia Produtiva
A importância de se conhecer a Cadeia Produtiva
A cadeia produtiva e os 5S
Prático
Levantamento de todas as etapas da produção, desde a compra de matéria prima até a venda
do produto acabado.
Análise dos problemas levantados
Cuidados a serem tomados no levantamento de informações
Elaboração de um plano de ação junto ao artesão
Elaboração de controles
Expectativa quanto a internalização do público quando da aplicação da Cadeia produtiva pelo
consultor
-Necessidade de profissionais
1 técnico
ANEXO XI
MAPA DO BOSQUE RODRIGUES ALVES
68
ANEXO XII
REGISTROS DOS MOMENTOS DE CONSTRUÇÃO DO PROJETO
69
70