Você está na página 1de 24

Análise Fundamentalista I

Análise Fundamentalista I
Aula 4

Prof. Giácomo Diniz

INFORMAÇÃO PÚBLICA 1
Análise Fundamentalista I

O que é Risco

• Risco está relacionado ao conceito de “casualidade e


incerteza”.

• Na área de investimentos reflete “a possibilidade do


retorno ser diferente daquele esperado no momento da
decisão inicial”;

• Quanto maior a certeza sobre o retorno de um ativo,


menor é a sua variabilidade, consequentemente menor
o seu Risco.

INFORMAÇÃO PÚBLICA Fonte: LAWRENCE J. GITMAN2Princípios de Administração Financeira, Ed Pearson


Análise Fundamentalista I

Retorno Esperado

 É o retorno que um indivíduo espera de um título ao longo de um


determinado período;
Costuma ser medido como taxa de retorno obtida pelo investimento por um
determinado período de tempo (usualmente um ano).

 Investidores estimam o retorno esperado utilizando a media histórica dos


retornos mais a composição de expectativas

 Varia de investidor para investidor em função das premissas adotadas


pelos mesmos;

INFORMAÇÃO PÚBLICA 3
Análise Fundamentalista I

Calculode Variabilidade Estatística


Variância Desvio Padrão

A variância é obtida calculando-se a média O desvio padrão de uma série é a raiz


dos desvios quadrados de um dado da série quadrada da variância.
em relação à média da série. Os valores são
elevados ao quadrado para se fugir do sinal
negativo que alguns desvios possuem.

INFORMAÇÃO PÚBLICA 4
Análise Fundamentalista I

Exemplo I
Exemplo numérico: Projeto 1
Faturamento
Data Caixa Data Caixa Data Caixa Esperado 1000
1/jan 970 11/jan 987 21/jan 969 Media
Observada 1005,1
2/jan 1100 12/jan 976 22/jan 1112
3/jan 1020 13/jan 1111 23/jan 1023 Desvio Padrão 80,18442
4/jan 1010 14/jan 1090 24/jan 888 Variância 6429,541
5/jan 980 15/jan 890 25/jan 991
Projeto 1
6/jan 870 16/jan 1050 26/jan 789
1200
7/jan 1000 17/jan 1020 27/jan 1120 1000
8/jan 1004 18/jan 899 28/jan 1066 800

9/jan 1080 19/jan 1076 29/jan 987 600

10/jan 990 20/jan 987 30/jan 1098 400

200

0
0 5 10 15 20 25 30 35
INFORMAÇÃO PÚBLICA 5
Análise Fundamentalista I

Exemplo I
Exemplo numérico: Projeto 2

Data Caixa Data Caixa Data Caixa


1/jan 830 11/jan 987 21/jan 1067 Faturamento Esperado 1000
2/jan 1200 12/jan 976 22/jan 1112 Media Observada 1005,1
3/jan 1120 13/jan 1199 23/jan 1023 Desvio Padrão 162,0533
4/jan 1110 14/jan 1180 24/jan 660
Variância 26261,27
5/jan 599 15/jan 790 25/jan 1291
6/jan 770 16/jan 1130 26/jan 850 Projeto 2
7/jan 1000 17/jan 1020 27/jan 1090 1400

8/jan 940 18/jan 999 28/jan 1056 1200

9/jan 1080 19/jan 1176 29/jan 935 1000

800
10/jan 890 20/jan 975 30/jan 1098
600

400

200

0
INFORMAÇÃO PÚBLICA 6
0 5 10 15 20 25 30 35
Análise Fundamentalista I

Exemplo I
Conclusão

• Considerando alocar recursos nos dois


projetos que possuem a mesma margem
líquida a estatística nos permite entender:

a) Ambos os projetos possuem um retorno


médio idêntico (sobre o faturamento de
1000);
b) Os riscos associados ao projeto 2 são
maiores, pois existe uma maior probabilidade
de o faturamento realizado ser diferente do
faturamento médio esperado no período;

INFORMAÇÃO PÚBLICA 7
Análise Fundamentalista I

Preferência em relação ao Risco

A preferência em relação ao risco está diretamente associada a ideia de


prejuízo por parte dos investidores, ou seja, quanto maior o risco maior
deverá ser o retorno potencial:

• Considerando o projeto 1 e 2 que possuem o mesmo retorno, pela


preferência, a concentração de investimentos seria no projeto 1 por ser de
MENOR risco.
• De forma genérica o RETORNO ESPERADO (exigido) por um investidor é
proporcional ao risco por ele assumido:
• Entre dois ativos de mesmo risco optarão sempre pelo de maior retorno;
• Aquele ativo que representar maior risco deve necessariamente possibilitar
maior retorno para poder ser considerado uma opção de investimento.

INFORMAÇÃO PÚBLICA 8
Análise Fundamentalista I

Mensuração de Risco, Desvio Padrão e Curva Normal

Retornos Retornos
Retorno Esperado
Retorno Esperado

Ativo Livre de Risco: o retorno Ativos com Risco: Essa distribuição mede
efetivo, via de regra, é igual ao a probabilidade de o retorno observado
retorno esperado. ser diferente do Retorno esperado.

Considerando que os retornos de um ativo são distribuídos em uma curva normal


INFORMAÇÃO PÚBLICA
o desvio padrão auxilia a mensuração de9 risco em termos probabilísticos
Análise Fundamentalista I

Risco de uma carteira


Correlação
• É uma medida estatística da relação entre séries de números
quaisquer:

INFORMAÇÃO PÚBLICA 10
Análise Fundamentalista I

Risco de uma carteira


Diversificação

• Para reduzir o risco geral de uma carteira de ativos o melhor é diversificar


por meio de uma combinação, ou acréscimo a carteira de ativos com
correlação negativa ou positivamente fraca.
– Ideia: uma empresa exportadora tem um comportamento inverso a de uma
empresa importadora no caso de uma maxidesvalorização da moeda.

INFORMAÇÃO PÚBLICA 11
Análise Fundamentalista I

Risco de uma carteira


Diversificação

• A diversificação infinita leva a risco zero?


– O efeito da diversificação possui limite porque existem ocorrências que
afetam todos os ativos no mesmos sentido (correlação positiva) como,
por exemplo, a crise financeira de 2008.

INFORMAÇÃO PÚBLICA 12
Análise Fundamentalista I

Riscos Diversificáveis e Não Diversificáveis

No mercado acionário existem dois tipos de riscos que impactam diretamente no


preço das ações e que geram volatilidade:

Risco não-sistêmico (diversificável) – são eventos que influenciam diretamente uma


empresa ou setor isoladamente. São eventos geradores de correlação inversa.

Exemplos- Exposição de uma empresa no mercado de derivativos de cambio; alta do


preço de uma commoditie; troca de executivo de uma empresa e marco regulatório
de um setor.

Proteção – Esse tipo de risco pode ser minimizado pelo efeito de diversificação de
carteira com alocação em empresas e setores distintos. Tal procedimento reduz o risco
individual de cada ação.

INFORMAÇÃO PÚBLICA 13
Análise Fundamentalista I

Riscos Diversificáveis e Não Diversificáveis

Risco sistêmico (não diversificável) – são eventos de característica


macroeconômica que influenciam o comportamento do mercado como um
todo.

Exemplo – Variação na taxa de juros, guerra, morte de um presidente


globalmente relevante, catástrofe natural.

Proteção – Esse tipo de risco não pode ser minimizado pelo efeito da
diversificação e para isso foram desenvolvidos os mercados futuros de índice
de ações.

INFORMAÇÃO PÚBLICA 14
Análise Fundamentalista I

Modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model)

Todo acionista considera na sua tomada de decisão o risco do


investimento. A taxa de retorno exigida do investimento é na verdade o
retorno que investidor exige para colocar seus recursos naquela
operação.

Ke =

Retorno do Ativo
livre de Risco Prêmio de Risco

Fonte: LAWRENCE J. GITMAN Princípios de Administração


INFORMAÇÃO PÚBLICA 15
Financeira, Ed Pearson
Análise Fundamentalista I

Medida de Risco Sistêmico - Coeficiente Beta (β)


• Mede a sensibilidade das taxas de
retorno de um portfólio ou de um
título individual em relação aos
movimentos do mercado.
Representa a proporção entre a
variação do mercado, Ibovespa por
exemplo, (variável independente) , e
a variação da ação (variável
dependente).
• Beta de um título é chamado de
risco sistemático, ou seja, o risco
sistemático do título expresso em
unidades do risco de mercado.
• Utiliza-se mercado futuro de índice
de Bovespa para proteger uma
carteira.

INFORMAÇÃO PÚBLICA 16
Análise Fundamentalista I

Medida de Risco Sistêmico - Coeficiente Beta (β)


Cov ( R Ação , t ; R Ibov , t )
Beta Ação = • O Beta do mercado é igual a 1
Var ( R Ibov , t ) • O valor do Beta mede a
sensibilidade ou capacidade de
reação.
– Neutro: b = 1,0
– Agressivo b > 1,0
– Defensivo b < 1,0
– Inversamenteb < 0,0

INFORMAÇÃO PÚBLICA 17
Análise Fundamentalista I

Modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model)


Equação

Equação do CAPM Ke = RF + β i [E (RM ) − RF ]

Alguns analistas consideram a O beta reflete o Retorno médio histórico do


SELIC e outros optam por componente de risco IBOVESPA menos a taxa
utilizar o retorno da NTN-B sistêmico do ativo em considerada como livre de
mais longa considerando a análise risco
meta da inflação.

INFORMAÇÃO PÚBLICA 18
Análise Fundamentalista I

Modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model)


Considerações sobre o Prêmio de Risco de Mercado (Rm-Rf)

• Trata-se da diferença entre o retorno médio anual


proporcionado pelas ações e o retorno anual proporcionado
pelos títulos livre de risco.

• E calculado pelo mercado como uma média histórica da


diferença dos retornos entre renda fixa e renda variável;

• Representa o prêmio de risco médio exigido para que um


investidor saia da renda fixa e vá para a bolsa.

INFORMAÇÃO PÚBLICA 19
Análise Fundamentalista I

Modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model)


Considerações sobre o Prêmio de Risco de Mercado (Rm-Rf)

• Dificuldades de calculo do prêmio de risco para a realidade


brasileira:
– Segundo Povoa*, a quantificação do tamanho do prêmio de risco do
mercado brasileiro é muito imprecisa devido:
• Falta de estabilidade na Base Histórica dado o processo inflacionário
sofrido pelo pais;
• Retornos históricos da renda fixa superiores aos da renda variável em
função das taxas de juros praticadas na economia. As informações mais
ajustadas estão no período de 2003 a 2014 o que acaba puxando para
um alto patamar o que distorce a referencia de calculo do prêmio.

INFORMAÇÃO PÚBLICA
*Fonte: POVOA Alexandre, 20
Valuation Como precificar ações, 2012, Elsevier Editora Ltda
Análise Fundamentalista I

Modelo CAPM - Melhores Práticas


Formula de Calculo por Benchmark US$

Taxa Livre de • Em US$: T-Bonds de 10 anos


Risco http://data.cnbc.com/quotes/US10Y

Prêmio de risco • Site Damodaran


EUA http://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/New_Home_Page/datafile/ct
ryprem.html

• CDS Brazil
Risco País (CRP)
https://www.assetmacro.com/brazil/brazil-cds/

Prêmio de risco

KeUSD = RF + β [Rm − RF ] + CRP


INFORMAÇÃO PÚBLICA 21
Análise Fundamentalista I

Custo de Capita próprio


Formula de Calculo por Benchmark

Taxa Livre de Risco 2,25%

Prêmio de Risco do Ex: Ke Renner


Custo 5,69%
do Mercado Acionário
Capital 9,90%
Próprio
Prêmio de Risco-país
(Ke) (CRP)
2,76%

Beta realavancado 0,86

INFORMAÇÃO PÚBLICA 22
Análise Fundamentalista I

Custo de Capita próprio


Conversão de USD para Real

(1 + inflaçãoBr )
KeBRL = (1 + KeUSD ) * −1
(1 + inflaçãoEUA )

Inflação BR (LP) 4,5% Ex: Ke Ser Educacional (BRL)

https://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises- 12,60%
economicas/projecoes/cenario-longo-prazo

Inflação EUA (LP) 2,0%

http://www.federalreserve.gov/monetarypolicy/fomcprojtabl20150318.htm

INFORMAÇÃO PÚBLICA 23
Análise Fundamentalista I

Giácomo Diniz

(11) 97348 0304


giacomo@profgiacomo.com
www.profgiacomo.com
INFORMAÇÃO PÚBLICA 24

Você também pode gostar