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11º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA

DIMENSIONAMENTO DE UM RESERVATÓRIO DE ÁGUAS PLUVIAIS


PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM UMA RESIDÊNCIA PELO MÉTODO DE
SIMULAÇÃO E MÉTODO DE RIPPL

Ligia da Paz de Souza 1;Danielle Marques de Souza2; Flavia Suany Costa de Senna3; Isabela Alves
Miranda4 & Julyana de Seixas Cardoso5

RESUMO – O bom funcionamento de um sistema de aproveitamento de água da chuva está


diretamente relacionado ao dimensionamento do reservatório de armazenamento. Os métodos de
dimensionamento de um reservatório de água pluvial calculam o volume de armazenamento
necessário para se ter uma vazão regular suficiente para atender a demanda até nos incluindo os
períodos de estiagem. O presente trabalho teve como objetivo realizar o dimensionamento de um
reservatório de água pluvial para uma residência com cinco pessoas. Pelo método de Rippl, os
valores obtidos evidenciaram o excesso de água captada, sendo 1812,71m³/ano o volume a ser
captado para uma demanda de 81,72m³/ano, não possibilitando a determinação do volume do
reservatório em um valor regular e real. Pelo método de Simulação, o valor hipotético fixado
inicialmente foi tratado pelos cálculos, permanecendo o mesmo pela intensidade da precipitação na
região e mantendo o reservatório cheio durante todos os meses do ano. Dessa forma, o método de
Simulação propôs um volume razoável de reservação igual a 7m³ sem deixar de atender a demanda
calculada mensal de 6,81m³, sendo então o método mais recomendado.

ABSTRACT– The proper functioning of a rainwater harvesting system is directly related to the
sign of the storage tank. The methods of designing a rainwater reservoir calculate the volume of
storage required to have a regular flow sufficient enough to meet the demand, including periods of
drought. The present work had as objective to carry out the dimensioning of a rainwater reservoir
for a residence with five people. According to Rippl's method, the obtained values evidenced the
excess water abstraction, being 1812.71m³/year the volume to be captured for a demand of
81.72m³/year, not allowing the determination of the volume of the reservoir in a regular and real
value. By the Simulation method, the hypothetical value initially fixed was handled by calculation,
remaining the same by the intensity of precipitation in the region and keeping the reservoir full
during all months of the year. Thus, the Simulation method proposed a reasonable volume of
reservation equal to 7m³, while meeting the monthly calculated demand of 6.81m³, being the most
recommended method.

1) Afiliação: Universidade Federal do Pará, Rua Augusto Corrêa, 1 - Guamá, Belém - PA, 66075-110, (91) 99175-4712, ligiadapaz@outlook.com
2) Afiliação: Universidade Federal do Pará, Rua Augusto Corrêa, 1 - Guamá, Belém - PA, 66075-110, (91) 98379-8067,
daniellemarques31@hotmail.com
3) Afiliação: Universidade Federal do Pará, Rua Augusto Corrêa, 1 - Guamá, Belém - PA, 66075-110, (91) 98207-3667, fscds20@outlook.com
4) Afiliação: Universidade Federal do Pará, Rua Augusto Corrêa, 1 - Guamá, Belém - PA, 66075-110, (91) 98145-1389,
isabelamiranda048@gmail.com
5) Afiliação: Universidade Federal do Pará, Rua Augusto Corrêa, 1 - Guamá, Belém - PA, 66075-110, (91) 98389-7168, julyana.eam@gmail.com

11º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva 1


Palavras-Chave – Dimensionamento; Águas Pluviais; Sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
Á água doce está entre os recursos naturais essenciais para a vida no planeta, bem como é um
dos recursos ameaçados por escassez e má qualidade. A disponibilidade hídrica do Brasil encontra-
se, na maior parte, distribuída em bacias hidrográficas. Em escala mundial, o Brasil possui
aproximadamente 12% da quantidade de água total, conforme menciona Tomaz (2001).
Apesar de a água doce ainda ser encontrada em grande quantidade no planeta, os recursos
hídricos podem tornar-se escassos em algumas regiões do mundo, nas quais suprir a demanda de
água já está se tornando um problema em função do acelerado crescimento populacional,
principalmente urbano (MARINOSKI, 2007). Outro fator a se considerar são as perdas e
desperdícios de água, tanto pela falta de orientação e sensibilização das pessoas como por
vazamentos em aparelhos.
As medidas referentes ao uso racional da água são evoluções obtidas a partir da implantação
de novas teorias e tecnologias que resultem em uma mudança de comportamento da sociedade,
promovendo um uso sustentável da água (MONTIBELLER & SCHMIDT, 2004). Uma das
alternativas para tal é o aproveitamento da água da chuva, que possibilita a redução do consumo de
água potável, reduz os custos do fornecimento de água, auxilia na drenagem reduzindo os riscos de
enchentes e preserva os recursos hídricos no meio ambiente.
A eficiência e a confiabilidade dos sistemas de aproveitamento de água de chuva estão ligados
diretamente ao dimensionamento do reservatório de armazenamento, necessitando de um ponto
ótimo na combinação do volume de reservação e da demanda a ser atendida, que resulte na
atendida, que resulte na maior eficiência, com o menor gasto possível (PROSAB, 2006).
Os métodos de dimensionamento de um reservatório de água pluvial calculam o volume de
armazenamento necessário para se ter uma vazão regular suficiente para atender a demanda
incluindo os períodos de estiagem. O Método de Rippl e Método de Simulação são cálculos
definidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 15527, que estabelece
requisitos para o aproveitamento de águas pluviais em áreas urbanas.
Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo aplicar Método de Rippl e Método de
Simulação para o dimensionamento de um reservatório de água de chuva uma residência padrão
com 5 (cinco) pessoas na Região Metropolitana de Belém do Pará, comparando os resultados, bem
como a definição do método mais recomendado para a situação.

METODOLOGIA
Área de estudo
A residência selecionada se localiza no município de Ananindeua, Região Metropolitana de
Belém do Pará, com latitude 1º21’9.20’’ S e longitude 48º23’’7.68’’ O. O clima da região é
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equatorial (quente e úmido), com um regime pluviométrico intenso marcado por altos índices de
precipitação e longos períodos de ocorrência.
Área de contribuição
A imagem da residência foi extraída do Google Earth para a demarcação dos planos (Figura
1) do telhado correspondentes à área de contribuição.

Figura 1 – Planos do telhado.


Para o cálculo da área de contribuição (Ac), utilizou-se, para cada plano do telhado, a
Equação 1 fornecida pela Tigre (2016) e as dimensões obtidas pelo Google Earth e ilustradas pelo
AutoCad 2015 na Figura 2.

𝐴𝑐 = (𝑎 + 2) 𝑥 𝑏 (1)

Onde,
Ac = Área de contribuição (m²);
a = Largura da água (plano do telhado) (m);
b = Comprimento do telhado (m);
h = Altura do telhado (m).

Figura 2 – Dimensões da área do telhado da residência captação proposta.


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Estações pluviométricas
Coletou-se dados secundários do banco de dados online da Agência Nacional de Águas
(ANA), verificando-se oito estações pluviométricas em Belém, optando pela 00148002 do Instituto
Nacional de Metereologia (INMET) para o estudo em questão, devido a maior quantidade de dados
pelo extenso período de observação (1949 a 2016).

Cálculo do consumo nos banheiros


Contabilizando a quantidade média de moradores de uma residência em 5 pessoas, uma
freqüência diária de 5 vezes, descarga de 10 litros e vazamento de 9% conforme Tomaz (2007) e
funcionamento de 25 dias, utilizou-se a Equação 2 para calcular o consumo de água nos banheiros.
𝑉2
𝐶 = 𝑉 𝑥 (1 + (100)) 𝑥 𝑁 𝑥 𝑃 𝑥 𝐷 (2)

Sendo:
C = consumo de água mensal através do uso dos aparelhos sanitários (L/mês);
V = volume de água utilizado na descarga (L/descarga);
V2 = vazamento em percentagem;
N = freqüência de utilização diária;
P = número de pessoas;
D = número de dias por mês.
Cálculo do volume do reservatório
Com o uso do Excel 2007, aplicaram-se os métodos da Simulação e de Rippl para
dimensionamento do reservatório proposto, conforme indicado pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT NBR 15527 - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins
não potáveis - Requisitos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Calculando a área de contribuição, obteve-se um resultado igual a 668,1 m², sendo
contabilizados os dois planos do telhado. Tratando os dados pluviométricos anuais (2000-2016), a
precipitação média total anual resultou em 3.544,43mm, tendo seus valores médios máximos nos
meses de janeiro, fevereiro, março e abril, com variação de 397,41mm a 507,12mm, e valores
médios mínimos de maio a dezembro, com variação de 134,50mm a 345,84mm. A situação pode
ser mais bem observada no Gráfico 1 abaixo.

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Gráfico 1 – Precipitação anual em Belém/PA de 2000 a 2016.

Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Média
Meses
Julho
Junho
Mínimo
Maio
Abril Máximo
Março
Fevereiro
Janeiro
0 200 400 600 800
Precipitação (mm)

Quanto ao consumo de água pluvial nos banheiros, calculou-se um valor igual a 6812,5 L ou
6,81 m³, utilizando-o como base para a aplicação dos métodos de dimensionamento do reservatório.
Seguindo o método de Rippl, têm-se os dados obtidos na Tabela 1
Tabela 1 – Método de Rippl para dimensionamento do reservatório.
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8
VOLUME VOLUME DEMANDA -
PRECIPITAÇÃO DEMANDA ÁREA DE
PLUVIAL MENSAL VOLUME
MÊS MÉDIA CONSTANTE CAPTAÇÃO OBS
MENSAL CAPTADO PLUVIAL
MENSAL (mm) MENSAL (m³) (m²)
(m³) (m³) (m³)
JAN 397,41 6,81 668,1 212,41 -205,60 - E
FEV 448,63 6,81 668,1 239,78 -232,97 - E
MAR 539,06 6,81 668,1 288,11 -281,30 - E
ABRIL 507,12 6,81 668,1 271,04 -264,23 - E
MAIO 345,84 6,81 668,1 184,84 -178,03 - E
JUN 240,25 6,81 668,1 128,41 -121,60 - E
JUL 192,24 6,81 668,1 102,75 -95,94 - E
AGO 140,28 6,81 668,1 74,97 -68,16 - E
SET 134,50 6,81 668,1 71,89 -65,08 - E
OUT 159,38 6,81 668,1 85,19 -78,38 - E
NOV 141,37 6,81 668,1 75,56 -68,75 - E
DEZ 298,36 6,81 668,1 159,47 -152,66 - E
TOTAL 3544,43 81,72m³/ano - 1894,43 1812,71 - -
Coeficiente de escoamento superficial = 0,80. E = Água escoando pelo extravasor;

Pelo método de Rippl, obteve-se um volume máximo disponível de aproximadamente


1894,43m³/ano para suprir a demanda de 81,72m³ anualmente, sendo captados 1812,71m³/ano. Os
valores negativos da coluna 6 evidenciam o volume de água de chuva em excesso, sendo maior que
a quantidade demandada. Os valores positivos (coluna 7) representariam uma demanda maior que o
volume disponível, o que não ocorreu em tal situação. Por este motivo, o método de Rippl, apesar
de atender a demanda, não possibilitou um valor exato da reservação, mas valores excessivos e não
razoáveis.
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Aplicando, agora, o método de Simulação, obteve-se a Tabela 2.
Tabela 2 – Método da Simulação para dimensionamento do reservatório.
Coluna
Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
1
VOL.
PRECIPITAÇÃO ÁREA DE VOL. DO VOL. DO VOL. DO SUPRIMENTO
DEMANDA PLUVIAL OVERFLOW
MÊS MÉDIA CAPTAÇÃO RESERVATÓRIO RESERVATÓRIO RESERVATÓRIO EXTERNO
MENSAL (m³) MENSAL (m³)
MENSAL (mm) (m²) FIXADO(m³) NO TEMPO t-1 NO TEMPO t (m³)
(m³)
JAN 397,41 6,81 668,1 212,41 7 0 7 198,5957 0
FEV 448,63 6,81 668,1 239,78 7 7 7 232,9744 0
MAR 539,06 6,81 668,1 288,11 7 7 7 281,3048 0
ABRIL 507,12 6,81 668,1 271,04 7 7 7 264,2348 0
MAIO 345,84 6,81 668,1 184,84 7 7 7 178,0332 0
JUN 240,25 6,81 668,1 128,41 7 7 7 121,5988 0
JUL 192,24 6,81 668,1 102,75 7 7 7 95,94044 0
AGO 140,28 6,81 668,1 74,97 7 7 7 68,16418 0
SET 134,50 6,81 668,1 71,89 7 7 7 65,07756 0
OUT 159,38 6,81 668,1 85,19 7 7 7 78,37542 0
NOV 141,37 6,81 668,1 75,56 7 7 7 68,75122 0
DEZ 298,36 6,81 668,1 159,47 7 7 7 152,6575 0
TOTAL 3544,43 81,72m³/ano - 1894,43 1805,708 0
Coeficiente de escoamento superficial = 0,80. VOL = Volume.

Tomaz (2007) descreve o método de Simulação pela formulação de duas hipóteses a serem
feitas, com o reservatório cheio no início do tempo t e os dados históricos das variáveis. Para a série
de dados de precipitação utilizada, e considerando a demanda de 6,81m³/mês, fixou-se,
inicialmente, um reservatório de 7m³.
Realizando o teste lógico no Excel 2007, para um tempo inicial em janeiro com o reservatório
vazio (coluna 7) e para o fim do mês com o mesmo cheio (coluna 8), os valores do volume para o
reservatório não apresentaram variação, por conseqüência do extenso volume pluvial disponível
para captação, permanecendo cheio em todos os meses. O volume de água de chuva anual, com a
influência do coeficiente de runoff de 0,80, é igual a 1824,43m³, sendo 1812,71m³ maior do que a
demanda exigida.
Outro fator de destaque é o volume de água que é descartado, Overflow (coluna 9), sendo
igual a 1805,708m³/ano, evidenciando a intensidade da precipitação na região. Devido a isso,
também, de acordo com o método de Simulação, não há necessidade de volume de água de
abastecimento público ou outros serviços para suprir perdas ou faltas, pois o volume de reservação é
suficiente para atender a demanda calculada.
CONCLUSÕES
Através do método de Rippl, não se obteve um valor exato para o reservatório, pois os
volumes expressos negativamente nos cálculos evidenciaram o excesso de água captada que não são
considerados no cálculo do volume de armazenamento na coluna 7, sendo 1812,71m³/ano o volume
a ser captado para uma demanda de 81,72m³/ano, não possibilitando, portanto, a determinação do
volume do reservatório em um valor regular e real. Pelo método de Simulação, o valor hipotético

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fixado inicialmente foi tratado pelos cálculos, permanecendo o mesmo pela intensidade da
precipitação na região e mantendo o reservatório cheio durante todos os meses do ano. Dessa forma,
o dimensionamento pelo método de Simulação é o mais indicado, pois propõe um volume razoável
de reservação igual a 7m³ sem deixar de atender a demanda calculada mensal de 6,81m³.
BIBLIOGRAFIA
MARINOSKI, A. K. Aproveitamento de água pluvial para fins não potáveis em instituição de
ensino: estudo de caso em Florianópolis – SC. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de
Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis,
2007.
MONTIBELLER A.; SCHMIDT R. W. Análise do Potencial de Economia de Água Tratada
Através da Utilização de Água Pluvial em Santa Catarina. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso
de Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis,
2004.
PROSAB. Programa de Pesquisas Pesquisas em Saneamento em Saneamento Básico. Rede
cooperativa de pesquisas. Tecnologias segregação e Tratamento de esgotos domésticos na origem,
visando a redução do consumo de água e da infra-estrutura de coleta, especialmente nas periferias
urbanas. UFES, UFSC, UNICAMP, IPT, 2006.
TOMAZ, P. (2001). A Economia de Água para Empresas e Residências – Um Estudo Atualizado
sobre o Uso Racional da Água. Navegar Editora, São Paulo, 112p.
TOMAZ, P. “Aproveitamento de água de chuva de cobertura em áreas urbanas para fins não
potáveis – Diretrizes Básicas para um projeto” in Anais do 6º Simpósio Brasileiro de Captação e
Manejo de Água de Chuva, Belo Horizonte, Julho. 2007. Disponível em:<
http://abcmac.org.br/files/simposio/6simp_plinio_agua.pdf> Acesso: 30 maio 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 15527/07 - Água de
chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos. 2007.
Disponível em:< http://licenciadorambiental.com.br/wp-content/uploads/2015/01/NBR-15.527-
Aproveitamento-%C3%A1gua-da-chuva.pdf> Acesso: 30 maio 2018.
TIGRE, 2016. Dimensionamento de calhas de telhado. Disponível em:<
https://pep.ifsp.edu.br/moodledata/filedir/a3/47/a347878e5113d63a77d6c4408112882291c0d14e>
Acesso: 30 maio 2018.

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