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Economia pode ser definida como a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos

produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da
sociedade, com a finalidade de satisfazer às necessidades humanas.
Pode-se dizer que o objeto de estudo da ciência econômica é a questão da escassez, ou seja, como “economizar”
recursos. A escassez surge em virtude das necessidades humanas ilimitadas e da restrição física de recursos. Afinal, o
crescimento populacional renova as necessidades básicas; o contínuo desejo de elevação do padrão de vida (que
poderíamos classificar como uma necessidade “social” de melhoria de status) e a evolução tecnológica fazem com que
surjam “novas” necessidades (computador, freezer, celular, DVD etc.). Nenhum país, mesmo os países ricos, são
autossuficientes, em termos de disponibilidade de recursos produtivos, para satisfazer a todas as necessidades da
população.
Se não houvesse escassez de recursos, ou seja, se todos os bens fossem abundantes (bens livres), não haveria necessidade
de estudarmos questões como inflação, crescimento econômico, déficit no balanço de pagamentos, desemprego,
concentração de renda etc. Esses problemas provavelmente não existiriam (e obviamente nem a necessidade de se estudar
Economia).
Elas são obrigadas a fazer escolhas sobre O QUE E QUANTO, COMO e PARA QUEM produzir:
O QUE E QUANTO produzir: a sociedade deve decidir se produz mais bens de consumo ou bens de capital, ou, como
num exemplo clássico: quer produzir mais canhões ou mais manteiga? Em que quantidade? Os recursos devem ser
dirigidos para a produção de mais bens de consumo, ou bens de capital?
COMO produzir: trata-se de uma questão de eficiência produtiva: serão utilizados métodos de produção capital-
intensivos? ou mão-de-obra-intensivos? ou ter- ra-intensivos? Essa decisão depende da disponibilidade de recursos de
cada país.
PARA QUEM produzir: a sociedade deve decidir quais os setores que serão beneficiados na distribuição do produto:
trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra? agricultura ou indústria? mercado interno ou mercado externo?
Região Sul ou Norte? Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada pela atividade econômica.
Existem duas formas principais de organização econômica: Todavia, hoje em dia praticamente todos os países
• economia de mercado (ou descentralizada); possuem algum tipo de economia de mercado. Assim,
poderíamos dizer que a organização econômica é
• economia planificada (ou centralizada). realizada a partir de algum sistema intermediário entre
essas duas formas, combinando a atuação do mercado
com a intervenção do governo.
Sistemas econômicos, ou seja, como as sociedades se
organizam do ponto de vista econômico:
As economias de mercado podem ser analisadas por dois sistemas: • sistema de concorrência pura (sem interferência do
governo); • sistema de economia mista (com interferência governamental).
Num sistema de concorrência pura ou perfeitamente competitivo, predomina o laissez-faire: milhares de produtores e
milhões de consumidores têm condições de resolver os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto, como e para
quem produzir), como que guiados por uma “mão invisível”. Isso sem a necessidade de intervenção do Estado na
atividade econômica.
Isso se torna possível mediante o chamado mecanismo de preços, que resolve os problemas econômicos fundamentais e
promove o equilíbrio nos vários mercados, da seguinte forma:
• se houver excesso de oferta (ou escassez de demanda), formar- se estoques nas empresas, que serão obrigadas a
diminuir seus preços para escoar a produção, até que se atinja um preço no qual os estoques estejam satisfatórios. Existirá
concorrência entre empresas para vender os bens aos escassos consumidores;
• se houver excesso de demanda (ou escassez de oferta), formar-se filas, com concorrência entre consumidores pelos
escassos bens disponíveis. O preço tende a aumentar, até que se atinja um nível de equilíbrio em que as filas não mais
existirão
Os problemas econômicos fundamentais são resolvidos, no sistema de concorrência pura, da seguinte forma:
• o que e quanto produzir: os produtores decidirão o que e quanto produzir de acordo com o preço dos bens e serviços.
Assim, aquele bem ou serviço cujo preço (rentabilidade) for maior será aquele cuja produção aumentará;
• como produzir: é resolvido no âmbito das empresas (trata-se de uma questão de eficiência produtiva); envolve a
escolha da tecnologia e recursos adequados, que também é realizada a partir da comparação com os preços de tecnologias
e recursos alternativos;
• para quem produzir: é decidido no mercado de fatores de produção (pelo encontro da demanda e oferta dos serviços
dos fatores de produção). Para quem produzir é uma questão distributiva, ou seja, quem ou quais setores serão
beneficiados pelos resultados da atividade produtiva. Essa pergunta também pode ser resolvida pelo sistema de preços.
Assim, quem tiver renda suficiente para pagar os preços dos bens e serviços produzidos participará da distribuição.
É a base da filosofia do liberalismo econômico, que advoga a soberania do mercado, sem intervenção do Estado. Nesse
modelo, a política econômica deve preocupar-se apenas em manter a estabilidade monetária (o Estado como guardião da
moeda), e deixar o mercado (leia-se: setor privado) resolver as questões econômicas fundamentais.
Em contrapartida o sistema de concorrência mista, basicamente, a atuação do governo justifica-se com o objetivo de
eliminar as chamadas distorções alocativas (isto é, na alocação de recursos) e distributivas e de promover a melhoria do
padrão de vida da coletividade.
A propriedade dos recursos (chamados de meios de produção, nesses sistemas) é do Estado (ou seja, os recursos são
de propriedade pública). Os meios de produção incluem máquinas, edifícios, residências, terra, entidades financeiras,
matérias-primas. Os meios de sobrevivência pertencem aos indivíduos (roupas, carros, televisores etc.). Na economia de
mercado, como vimos, prevalece a propriedade privada dos fatores de produção.
A teoria econômica representa um só corpo de conhecimento, mas, como os objetivos e métodos de abordagem podem
diferir, de acordo com a área de interesse do estudo, costuma-se dividi-la da forma a seguir:
Microeconomia ou Teoria microeconõmica: estuda o comportamento das unidades econômicas básicas: consumidores
e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados
específicos.
Macroeconomia ou Teoria macroeconômica: estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados, como
PIB, consumo nacional, investimento agregado, exportação, nível geral dos preços etc., com o objetivo de delinear uma
política econômica. Por um lado, tem um enfoque conjuntural, isto é, preocupa-se com a resolução de questões como
inflação e desemprego, a curto prazo. Por outro, trata de questões estruturais, de longo prazo, estudando modelos de
desenvolvimento que levem à elevação do padrão de vida (bem-estar) da coletividade. Esse enfoque de longo prazo é
denominado de Teoria de Desenvolvimento Econômico.
O instrumental básico desenvolvido na micro e na macroeconomia permite analisar as grandes questões econômicas de
nosso tempo, como, por exemplo, os fluxos comerciais e financeiros entre os países (Economia Internacional), as relações
entre capital e trabalho (Economia do Trabalho), o comportamento dos vários setores de atividade etc.

Evolução do Pensamento Econômico - Existe consenso de que o início da teoria econômica, de forma
sistematizada, deu-se no ano de 1776, quando foi publicada a obra de Adam Smith, A riqueza das nações. Na Grécia
Antiga, encontramos muitas referências à economia. Destacamos o trabalho de Xenofonte (440-335 a.C.), que,
aparentemente, foi quem cunhou o termo economia (“oikos nomos”), em seus trabalhos sobre aspectos de administração
privada e sobre finanças públicas. Os dois maiores legados que temos daquela época são os escritos de Platão (427-347
a.C.) e de seu discípulo Aristóteles (384-322 a.C.), nos quais encontramos algumas considerações de ordem econômica.
Porém não deixou nada escrito.

Mercantilismo - A partir do século XVI, observamos o nascimento do primeiro conjunto de ideias mais
sistematizadas sobre o comportamento econômico: o mercantilismo. Apesar de não representar um conjunto homogêneo,
o mercantilismo tinha algumas preocupações explícitas sobre a acumulação de riquezas de uma nação. Continha
princípios de como fomentar o comércio exterior e entesourar riquezas. O acúmulo de metais adquire grande importância,
e aparecem relatos mais elaborados sobre a moeda. Para esse pensadores, a riqueza de uma nação era diretamente
proporcional à quantidade de ouro e pedras preciosas que possuía tal nação. A doutrina econômica conhecida como
mercantilismo surgiu entre a Idade Média e o período do triunfo do laissez-faire. 0 mercantilismo pode ser datado,
aproximadamente, entre 1500 e 1776. Essas datas variam, no entanto, em diferentes 'Países e regiões. (Principalmente em
Portugal e Espanha);
• A autossuficiência da comunidade feudal lentamente abriu espaço para o novo sistema de capitalismo comercial; • o
comercio prosperava tanto dentro de cada pais como entre países, e o uso da moeda se ampliava. • Ouro e prata como a
forma mais desejável de riqueza. Os mercantilistas tendiam a associar a riqueza de uma nação ao montante de ouro e prata
que ela possuía. Alguns dos primeiros mercantilistas até mesmo acreditavam que esses metais preciosos eram o típico tipo
de riqueza que valia a pena almejar • Nacionalismo. Os países não podiam exportar simultaneamente mais do que
importavam. Portanto, cada um deveria promover exportações e acumular riqueza à custa dos vizinhos. • nacionalismo
mercantilista levou, de maneira relativamente natural, ao militarismo. Armadas poderosas e frotas mercantes eram um
requisito absoluto • Colonização e monopolização do comercio colonial. Os capitalistas mercadores eram a favor da
colonização e queriam manter as colônias eternamente dependentes e subservientes ao país colonizador. • Oposição a
pedágios, impostos e outras restrições internas sobre o transporte de bens. • Forte controle central. Um forte controle
governamental central era necessário para promover metas mercantilistas;
Essa doutrina, obviamente, beneficiou os capitalistas mercadores os reis e os funcionários do governo. Ela beneficiou
especialmente aqueles que eram mais poderosos e radicais e tinham os monopólios e privilégios mais favoráveis. Alguns
historiadores do pensamento econômico sugerem que o mercantilismo pode ser mais bem-entendido como um exemplo
extremo de comportamento de procura por rendimento, Alguns mercantilistas argumentavam que os salários baixos eram
necessários para reduzir a ociosidade e promover a participação da forca de trabalho. Eles acreditavam que aumentos no
salário, possibilitando que o trabalhador ganhasse mais por hora, permitiriam que ele reduzisse suas horas de trabalho.
Alguns trabalhadores menos habilitados, incluindo crianças, poderiam, inclusive, abandonar a forca de trabalho, se seus
pais ganhassem mais por hora.

FISIOCRACIA- No século XVIII, uma escola de pensamento francesa, a fisiocracia, elaborou alguns trabalhos dignos
de destaque. Dividiu a sociedade em classes sociais, e teve a preocupação de justificar os rendimentos da classe
proprietária de terras. Diferentemente dos mercantilistas, os fisiocratas consideram a riqueza de um país não medida pelo
estoque de metais preciosos, mas por tudo aquilo que era retirado da terra (o chamado “produto líquido”). O trabalho de
maior destaque foi o de François Quesnay, um médico da corte de Madame Pompadour. Ele escreveu Tableau
economique, em que divide a economia em setores, mostrando a inter-relação entre eles. Apesar de o trabalho dos
fisiocratas estar permeado de considerações éticas, sua contribuição à análise econômica representou grande avanço.
Além disso, ao enaltecer a relação do homem com a natureza, os fisiocratas não eram partidários da intervenção do
Estado na economia, criando o termo “laissez-faire” (deixa fazer, deixa passar) – liberdade do comercio interno, não
intervenção estatal, o que posteriormente se converteria no símbolo das ideias liberais. A fisiocracia foi uma reação ao
mercantilismo e as características feudais do antigo regime na França (critica a grande carga de tributos) e, ainda assim,
não conseguiu fugir completamente dos conceitos medievais que impregnavam a sociedade francesa.
• Ordem natural. Os fisiocratas introduziram a ideia de ordem natural ao pensamento econômica. o próprio termo
fisiocrata significa "regra da natureza".(desvirtuamento do sistema) • Laissez-faire, laissez-passer. Essa expressão,
creditada a Vincent de Gournay (1712-1759), na realidade, significa "deixe as pessoas fazerem o que quiserem sem a
interferência do governo". Os governos nunca deveriam estender sua interferência nos assuntos econômicos além do
mínimo absolutamente essencial para proteger a vida e a propriedade e para manter a liberdade de adquirir. Ênfase na
agricultura. Os fisiocratas pensavam que a indústria, o comercio e as profissões eram uteis mas estéreis, simplesmente
reproduzindo o valor consumido na forma de matérias-primas e subsistência para os trabalhadores, • Taxa do proprietário
de terra. Os fisiocratas pensavam que, como a agricultura produzia excedente, que o proprietário da terra recebia na forma
de rendimento, somente ele deveria ser taxado • Inter-relação da economia. Quesnay, em particular, e os fisiocratas, em
geral, analisaram o fluxo circular de bens e dinheiro dentro da economia.
Os camponeses poderiam ganhar, em Última análise, com as ideias dos fisiocratas, pois as obriga95es onerosas aos donos
de terras acabariam. Mas, se os fisiocratas tivessem conseguido o que queriam, os camponeses teriam se tornado
trabalhadores assalariados em grandes fazendas. Os interesses comerciais se resumiam em tirar proveito da prescrição o
para remover todas as restrições sobre a produto e a movimentado de bens. Ao defender a doutrina do laissez-faire, os
fisiocratas estavam promovendo a indústria, muito embora essa não fosse a sua intenção. Eles estavam interessados em
estimular o comercio interno de grãos mais livre e em incentivar a exportado de produtos agrícolas e a importado de bens
manufaturados. Para Quesnay, a sociedade era semelhante ao organismo físico. A circulação de riqueza e bens na
economia era como a circula o de sangue no corpo. Ambos estavam de acordo com a ordem natural e ambos poderiam ser
compreendidos por meio de análise cuidadosa. Quesnay acreditava que as leis feitas pelas pessoas deveriam estar em
harmonia com as leis naturais.

A Escola Clássica – Precursores – A escola clássica começou em 1776, quando Adam Smith publicou seu
trabalho A riqueza das nações, e terminou em 1871, quando W. Stanley Jevons, Carl Menger e Leon Walras publicaram,
independentemente, trabalhos expondo as teorias neoclássicas. A doutrina clássica é geralmente chamada de liberalismo
econômico. Suas bases são liberdade pessoal, propriedade privada, iniciativa individual, empresa privada e interferência
mínima do governo. 0 termo liberalismo deve ser considerado em seu contexto histórico: as ideias clássicas eram liberais,
em contraste com as restrições feudais e mercantilistas sobre a escolha de profissões, transferências de terra, comercio e
assim por diante. É um legado para a mudança histórica que hoje permite chamar de "conservadora" a pessoa que defende
o liberalismo econômico. Envolvimento mínimo do governo. o primeiro princípio da escola clássica era que o melhor
governo governa o mínimo. As foras do mercado livre e competitivo guiariam a produto, a troca e a distribuição. A
economia era considerada auto ajustável e tendendo na direção do emprego total sem intervenção do governo. •
Comportamento econômica de auto interesse. Os economistas clássicos supunham que o comportamento de auto interesse
básico° para a natureza humana. Os produtores e os mercadores forneciam bens e serviços com o desejo de fazer lucros. •
Harmonia de interesses. Com exceção importante de Ricardo, os clássicos enfatizavam a harmonia natural de interesses
em uma economia de mercado. No longo prazo, a economia clássica atendeu a toda a sociedade porque a aplicação de
suas teorias promovia o acumulo de capital e o crescimento econômico. Ela dava respeitabilidade aos empresários, em,
um mundo que anteriormente tinha direcionado as honras e a renda para a nobreza e os abastados. Os mercadores e os
industriais obtiveram um novo status e dignidade, como promotores da riqueza da nação, e os empresários estavam
seguros de que, ao procurar o lucro, estavam atendendo a sociedade.

Adam Smith - foi não 56 o fundador da escola clássica, mas também seu membro mais famoso, Adam Smith é o
autor da obra considerada como o primeiro tratado de teoria econômica, entendida como um conjunto científico
sistematizado, com um corpo teórico próprio. Em 1776, publicou A riqueza das nações, um estudo abrangente sobre
questões econômicas que englobam desde aspectos monetários e de preços até distribuição do rendimento da terra. Sua
contribuição mais conhecida foi a hipótese da mão invisível. Para Adam Smith, todos os agentes, em sua busca de lucrar
o máximo, acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. É como se uma mão invisível orientasse todas as
decisões da economia. A defesa do mercado, como regulador das decisões econômicas de uma nação, traria muitos
benefícios para a coletividade, independentemente da ação do Estado. É o princípio do liberalismo. Adam Smith ainda
tem outra importante contribuição à teoria econômica, ao destacar o papel do trabalho humano como fonte de riqueza,
introduzindo a noção de produtividade como determinante da riqueza.

Riqueza das Nações - A divisão do trabalho (o maior aperfeiçoamento nos poderes produtivos do trabalho e a
maior parte da técnica, habilidade e julgamento com os quais estejam direcionados ou aplicados em qualquer lugar
parecem ter sido os efeitos da divisão do trabalho.) A divisão do trabalho, disse Smith, aumenta a quantidade de produção
por três razoes. 1º, cada trabalhador desenvolve uma habilidade major na realizando de uma simples tarefa
repetitivamente. 2º, economiza-se tempo, pois se o trabalhador tido puder ir ao trabalho, outro Era sua função. 3º, o
maquinário pode ser desenvolvido para aumentar a produtividade, uma vez que as tarefas tenham sido simplificadas e
feitas habitualmente por meio da divisão do trabalho, Aqui, percebe-se a ênfase na produção manufaturada e na
produtividade do trabalho. Lembre-se de que os mercantilistas estavam preocupados, principalmente, em como a troca de
bens, uma vez produzida, poderia contribuir para o bem-estar da nação. Os fisiocratas, por outro lado, concentravam-se na
produção agrícola. Ao começar seu livro com a discussão sobre como o mesmo número de trabalhadores poderia
produzir, substancialmente, mais produtos, ao dividir seu trabalho, Smith imediatamente esclareceu essa quebra das
principais noções de economia existentes.

A harmonia dos interesses e o governo limitados - Smith ressaltou que os participantes da economia
tendem a ir anis de seus interesses pessoais. O negociante busca o lucro: "Não é da benevolência do açougueiro, do
cervejeiro ou do padeiro que nós esperamos nosso jantar, mas da sua considerado de seu próprio interesse". 0 consumidor
procura encontrar o preço mais baixo por um bem, de acordo com sua qualidade. 0 trabalhador tenta encontrar o salário
mais alto, de acordo com seu trabalho. - Essa harmonia de interesses significa que a intromissão do governo na economia
desnecessária e indesejável. De acordo com Smith, os governos são esbanjadores, corruptos, ineficientes e concessores de
privilégios de monopólio em detrimento de toda a sociedade. Em um ataque direto ao mercantilismo, Smith argumentou
que o governo não deveria interferir no comercio internacional. As nações, como os indivíduos e as famílias, deveriam se
especializar na produção de bens para os quais elas tem uma vantagem e negocia-los por bens para os quais outras nações
tem uma vantagem. A mão invisível: lei da oferta de procura
Adam Smith defendeu que o Estado deveria ter o menor nível possível de intervencionismo na economia Segundo ele, se
a economia fosse livre, sem intervenção alguma de órgãos externos ou do governo, ela irá regular de forma automática,
como se houvesse uma mão invisível por trás de tudo, fazendo com que os preços dos produtos fossem ditados pelo
próprio mercado, conforme sua necessidade. (Lei de oferta e procura). Segundo ele, existiriam apenas três situações onde
o estado deveria intervir, sendo elas: na justiça, com estabelecimento e manutenção, na defesa nacional, e em obras
públicas de instituições que não fossem de interesse privado.
O ponto inicial da teoria de Adam Smith diz que o trabalho era o primeiro preço que um produto possuía, antes mesmo de
ficar pronto, sendo pago na forma de salário ao trabalhador. Assim, para um produto qualquer ter valor teria de resultar de
alguma forma de trabalho. E o valor total do produto era a soma de: salário (do trabalhador), lucro (do patrão) e aluguel
(de máquinas e instalações). A soma desses três componentes ficou conhecida simplesmente como “Teoria da soma”. Ele
também estabeleceu a diferença entre preço de mercado e preço real. O preço de mercado é determinado pelas forças da
oferta e de procura, e pode variar. O preço real é o suficiente para dar lucro ao patrão e cobrir os custos de produção. O
preço real também varia, mas de acordo com as forças da oferta e da procura. Haviam dois problemas nessa teoria: Os três
componentes (salário, lucro e aluguel) são preços, ou derivam de outros preços? Uma teoria que explica os preços não
pode ter base em outros preços. Smith respondeu que o valor de uso (de materiais) e o valor de troca (de produtos) não
estavam sistematicamente relacionados. O segundo problema era que a teoria levava a conclusões sobre o nível geral de
todos os preços, e não aos valores relativos de diferentes mercadorias. A melhor medida do valor do produto era a
quantidade de trabalho empregado nele, gerando um valor de troca, e esse valor de troca deveria ser ao salário do
trabalhador, mas o que acontece é que o valor de troca é diferente do preço. Isso acontece pois na troca não há lucro
envolvido, o que não acontece na venda, quando o preço inclui também o lucro do patrão.

David Ricardo - É um dos grandes expoentes desse período. Desenvolveu alguns modelos econômicos com um
potencial de análise muito poderoso. Sua análise de distribuição do rendimento da terra foi um trabalho seminal de muitas
das ideias do chamado período neoclássico. Basicamente, Ricardo coloca que a distribuição do rendimento da terra é
determinada pela produtividade das terras mais pobres, ou marginais. Teoria do valor - Mesmo os mais ferrenhos
defensores das ideias de Adam Smith admitem que, na análise do valor, o grande economista escocês apresentou uma
teoria caracterizada por ambiguidades. A teoria do valor-trabalho, resgatada mais tarde por Marx, quando se torna o ponto
de partida da teoria da exploração (mais-valia), supõe que em toda e qualquer troca de mercadorias tende a haver uma
troca de quantidades iguais de trabalho, utilizado na sua produção. Sendo assim, como explica Paul Singer, “um maço de
cigarros vale vinte caixas de fósforos, porque o tempo de trabalho necessário à produção do primeiro seria vinte vezes
maior do que aquele utilizado para produzir a segunda”. Foi essa teoria do valor (e não a ambígua teoria de Adam Smith)
que se consagrou como a teoria clássica do valor, cuja influência na teoria econômica foi absoluta até a segunda metade
do século XIX, quando ocorre a chamada revolução marginalista defendendo a tese de que o valor de uma mercadoria não
depende das horas de trabalho necessárias à sua produção – uma medida objetiva –, mas sim do grau de satisfação que
essa mercadoria é capaz de proporcionar para o consumidor – uma medida subjetiva. Desde então, essas duas concepções
teóricas têm ocupado espaço destacado na arena do debate teórico da economia. A teoria das vantagens comparativas -
Adam Smith havia desenvolvido a teoria das vantagens absolutas para explicar o funcionamento do comércio
internacional. Em contraposição, Ricardo formulou a teoria das vantagens comparativas (ou dos custos comparativos),
segundo a qual cada país tende a se especializar nos ramos em que tem maiores vantagens, isto é, em que seus custos de
produção são menores do que os de seus concorrentes. Com isso, procurou demonstrar, como bem observa Paulo
Sandroni, “a vantagem de um país importar determinados produtos, mesmo que pudesse produzi-los por preço inferior,
desde que sua vantagem, em comparação com outros produtos, fosse ainda maior”. Teoria do Valor – Considerado o
mais importante economista da Grã-Bretanha, pois conhecia o funcionamento do capitalismo. Teve grande participação
na discussão sobre a Lei dos cereais. Defendia o livre-comércio internacional, era a favor da importação, entrando em
divergência com economistas conservadores que temiam a dependência de países estrangeiros. Sua obra-prima foi
“Princípios de Economia Política e Tributação” consagrando Ricardo como expoente da Economia Política Clássica,
junto com Adam Smith, foram os maiores economistas do mundo ocidental, até o surgimento do marxismo (influenciado
pela obra de Ricardo). O tema de sua obra inclui a teoria do valor-trabalho, a teoria da distribuição, o comércio, entre
outros. O principal ponto trata da distribuição do produto gerado pelo trabalho. Isto é, para Ricardo, a aplicação de
trabalho, máquinas e capital no processo produtivo gera um produto, o qual se divide entre as três classes da sociedade:
Proprietários de terra, trabalhadores e capitalistas. O foco da ciência econômica seria determinar as leis naturais que
orientam essa distribuição. Criou também um valor-utilidade, para aqueles produtos que não dependem apenas do
trabalho e não podem ser reproduzidos facilmente, como obras de arte, joias, livros raros, etc. Essa teoria se baseia nos
aspectos individuais de troca, ao contrário da teoria do valor-trabalho, que se concentra nos aspectos sociais da produção.
Um detalhe que Ricardo deu pouca importância, foi considerar a força de trabalho como mercadoria, com preços
definidos como qualquer outro produto. Marx, mais tarde, percebe isso, e vai além de Ricardo. Renda da terra – definia
como “a parte do produto da terra que é paga ao seu proprietário pelo uso dos poderes originais e indestrutíveis do solo”
1º: era a de que a terra era diferente, em sua fertilidade, e que todas as terras podiam ser ordenadas a partir da mais fértil
para a menos fértil, desse moda a medida que a sociedade se assenta em área, em condições, ampliava as condições de
vida (crescimento populacional) é preciso usar a terra de qualidade inferior e a terra de 1º qualidade começa a dar renda
melhor (valorização da origem) com aumento de preços, crescimento de custo de vida e aumento dos salários.

Thomas Robert Malthus: Malthus desenvolveu suas reflexões numa época de grandes transformações econômicas
e sociais. Basta dizer que foi contemporâneo, como Ricardo, dos desdobramentos da revolução industrial inglesa que
criaram condições para fabulosos aumentos de produtividade do trabalho humano, e, contraditoriamente, esse momento
da história coincide também com fabuloso sofrimento de grandes contingentes da classe trabalhadora em razão de salários
miseráveis e jornadas extenuantes de trabalho. Teoria da população - pulação é que esta devia sempre ser mantida no
nível dos meios de subsistência. Segundo Malthus, o progresso da sociedade dependia do equilíbrio entre a população e
os meios de subsistência, e, desse modo, tornava-se primordial compreender quais os fatores que possibilitariam tal
equilíbrio. Malthus supôs que a capacidade de crescimento da população é indefinidamente superior à capacidade da terra
de produzir os meios de subsistência necessários. Desse modo, a discrepância entre os aumentos da população e dos
víveres implicava em obstáculo ao crescimento da população. Segundo Malthus, “essa desigualdade natural das duas
capacidades, da população e da produção da terra, e aquela grande lei de nossa natureza que deve manter constantemente
seus efeitos iguais formam a grande dificuldade que me parece insuperável no avanço da perfectibilidade da sociedade”.
Finalmente, conclui que o aumento da espécie humana só poderia ser mantido comensurável ao aumento dos meios de
subsistência “pelo constante funcionamento da possante lei da necessidade, que age como um obstáculo sobre o poder
maior. Lei de amparo as pobres - Essas ideias de Malthus inspiraram muitos economistas conservadores modernos na
elaboração de suas teorias acerca da impossibilidade e inutilidade de uma política de bem-estar social que tivesse no seu
cerne a distribuição de renda. Para que distribuir renda se os pobres, vistos como amorais, gastariam todo o acréscimo de
renda em futilidades, vícios e orgias? Seria melhor manter a renda concentrada, pois pessoas frugais iriam poupar o
excedente que mais tarde se transformaria em investimentos e progresso geral da sociedade. De acordo com Malthus,
então, a pobreza e a miséria são o castigo natural para o fracasso das "classes inferiores" na tentativa de restringir sua
reprodução. Desse ponto de vista seguiu-se uma conclusão política altamente significativa: não deve haver ajuda do
governo para o pobre. Fornecer ajuda a eles poderia fazer com que mais crianças sobrevivessem, piorando, em Última
análise, o problema da fome. Controles Previstos - Os controles preventivos do crescimento da população são aqueles
que reduzem a taxa de natalidade, aprovava era denominado restrição moral. As pessoas que não pudessem sustentar
filhos deveriam adiar o casamento ou nunca casa, Essa referência a preguiça da raça humana levou alguns acadêmicos a
se perguntarem se Malthus estava mais interessado em manter uma população grande, trabalhadora e mal paga do que em
estabelecer medidas realmente eficazes para limitar a reprodução humana. - Controles positivos - aqueles que aumentam
a taxa de mortalidade. Eles eram a fome, a miséria, a praga e a guerra. Malthus elevou esses controles à posição de
fenômenos ou leis naturais. Eles eram males necessários para limitar a população. Esses controles positivos
representavam punições para as pessoas que não tinham praticado restrição moral. Se os controles positivos pudessem, de
alguma maneira, ser superados, as pessoas enfrentariam a fome, pois uma população em rápido crescimento faria pressão
sobre a oferta de alimentos que, na melhor das hipóteses, cresceria lentamente. Teoria de Superprodução - Ele supôs
que os trabalhadores recebem um salário de subsistência. Os empregadores contratam esses trabalhadores porque eles
produzem um valor maior do que o que recebem como salario, ou seja, o empregador tem lucro, (a um crescimento da
sociedade geométrica e produto em aritmética), Consumo não produtivo - o gasto pelos proprietários de terras e
essencial para evitar um excesso de bens no mercado, o qual, por sua vez, produziria estagnação econômica. A renda,
disse Malthus, é um excedente baseado na diferença entre o preço da produção agrícola e os custos da produção (salários,
juros e lucros). Seus gastos, portanto, adicionam a demanda efetiva sem adicionar ao custo da população. As outras
formas de renda, como salários, juros e lucros, aumentam o poder de com pra, mas também os custos da produto e estes
devem ser mantidos baixos, se uma nação quiser manter sua posição competitiva nos mercados mundiais.

TEORIA NEOCLÁSSICA - Nesse período, a formalização da análise econômica evoluiu muito. O comportamento
do consumidor foi analisado em profundidade. O desejo do consumidor de maximizar sua utilidade (satisfação no
consumo) e do produtor em maximizar o lucro são a base para a elaboração de um sofisticado aparato teórico. Por meio
do estudo de funções ou curvas de utilidade e de produção, considerando restrições de fatores e restrições orçamentárias,
é possível deduzir o equilíbrio de mercado. Como o resultado depende basicamente dos conceitos marginais (receita
marginal, custo marginal etc.), a teoria neoclássica é também chamada de teoria marginalista. Observou-se ainda um
desenvolvimento da análise monetária, com a discussão sobre a teoria quantitativa da moeda. Enquanto a abordagem
microeconômica dos marginalistas preocupava-se com as estruturas e os preços relativos dos mercados específicos, na
área macroeconômica procuram-se respostas para a determinação do nível geral de preços, separando o setor real e o setor
monetário da economia, por meio da teoria quantitativa da moeda. (Partiam de aspectos microeconômicos na eficiência
dos fatores de produção interna, ou seja, produzir muitos produtos em menos tempo e a auto regulação dos mercados:
parte do pressuposto de conhecer a necessidade do consumidor, através de pesquisa de mercado, conhecendo os perfis de
consumo para trazer mais eficiência no produto e funcionalidade.

Alfred Marshall - Marshall foi o grande sintetizador, procurando combinar o melhor da economia clássica com o
pensamento marginalista, produzindo, assim, a economia neoclássica. Muitos de seus rodapés e apêndices ofereciam
dicas sobre ideias que ele conhecia, mas que outros executaram com mais informações. Maximização de Utilidade -
Primeiro, ele indicou que se preocupava com um momento no tempo, que um intervalo de tempo e muito curto para se
considerar qualquer mudar a no caráter e nos gostos de uma pessoa em particular. Com o passar do tempo, os gostos de
uma pessoa podem mudar, de modo que, por exemplo, quanto mais ela ouvir boas músicas, mais decididas vão se tornar
suas preferências. Essa não e uma exceção à lei de utilidade marginal decrescente, pois essas mudanças abrangentes nos
gostos são excluídas da análise; em um curto espaço de tempo, muda nas dinâmicas como essas são imperceptíveis.
Teoria Quantitativa da moeda – (uma equação da moeda, elemento neutro na sociedade, intermediário das trocas,
instrumento passivo é tudo que pode ser meios de pagamento/troca. Esta equação "revela simplesmente que, ao
multiplicar a quantidade de moeda M pela velocidade V com que ela cria renda, teremos a própria renda nominal P y.
Também designada por Teoria Quantitativa dos Preços) é uma teoria para determinação do produto e do nível geral de
preços que defende que os preços são determinados pela oferta de moeda (isto é, pela quantidade de moeda em
circulação) e pela velocidade de circulação da moeda. A Teoria Quantitativa da Moeda foi inicialmente formulada por
David Hume, no século XVIII, e defendia que os preços variam proporcionalmente com a quantidade de moeda em
circulação, o que obriga, naturalmente, que a velocidade da moeda seja constante, uma abordagem mais prudente,
defendendo que a oferta de moeda é o principal determinante das variações do produto nominal. Equação: M.V = P.Q
Em que V representa a velocidade da moeda, P os preços de mercado, Q a quantidade de produtos transacionada na
economia (ou seja P.Q representa o produto nominal) e M a quantidade de moeda.

TEORIA KEYNESIANA - Ênfase macroeconômica. Keynes e seus seguidores preocuparam-se com os


determinantes das quantias totais ou agregadas de consumo, poupança, renda, produção e emprego. Estavam menos
interessados, por exemplo, em como uma empresa individual decide sobre seu nível de emprego que maximiza o lucro do
que na relação entre gastos totais na economia e o conjunto de tais decisões. Orientação pela demanda. Os economistas
keynesianos reforçavam a importância da demanda efetiva (agora chamada de gastos agregados) como o determinante
imediato da renda nacional, da produção e do emprego. Instabilidade na economia. De acordo com os keynesianos, a
economia tende a aumentos rápidos recorrentes, porque o nível de gastos planejados com investimentos é irregular. As
alterações nos pianos de investimento fazem com que a renda e a produção nacional mudem em quantias maiores do que
as mudanças iniciais nos investimentos.  Proposta keynesiana tem como ponto fundamental revisar as teorias liberais
lançadas pelo teórico Adam Smith, principalmente no que se refere às novas configurações assumidas pela economia
capitalista. O principal responsável por tal exercício de revisão do liberalismo foi o economista britânico John Maynard
Keynes, o qual, em sua obra “Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro”, estabeleceu os pontos fundamentais da
teoria econômica que leva o seu nome. Segundo o pensamento keynesiano, a premissa fundamental para compreender
uma economia encontrava-se na simples observação dos níveis de consumo e investimento do governo, das empresas e
dos próprios consumidores. Partindo desse princípio, a doutrina keynesiana aponta que no momento em que as empresas
tendem a investir menos, inicia-se todo um processo de retração econômica que abre portas para o estabelecimento de
uma crise. Para que uma situação de crise fosse evitada, o keynesianismo defende a necessidade do Estado em buscar
formas de conter o desequilíbrio da economia. Entre outras medidas, os governos deveriam aplicar grandes remessas de
capital na realização de investimentos que aquecessem a economia de modo geral. Paralelamente, era de fundamental
importância que o governo também concedesse linhas de crédito a baixo custo, garantindo a realização de investimentos
do setor privado.
Promovendo tais medidas de incentivo, os níveis de emprego aumentariam e consequentemente garantiriam que o
mercado consumidor desse sustentação real a toda essa aplicação de recursos. Dessa maneira, o pensamento proposto por
Keynes transformava radicalmente o papel do Estado frente à economia, colocando em total descrédito as velhas
perspectivas do "laissez-faire” ("deixar fazer", em francês, é uma referência à não intervenção estatal na economia)
liberal.

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