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Atividade – Resenha de um das obras da Lista de Livros & Estudos

Prof°: Dr.Rodrigo Barchi. Matéria: Seminário e Práticas de Pesquisa.

Acadêmico: Alexander Aparecido Urso Silva.

Livro escolhido: Psicanálise & Matemática – [eu] sujeito do inconsciente & eu sujeito
da realidade

Autor: Hélio Cyrino Editora: Alínea ISBN: 978-85-7516-593-5

O livro procura elucidar a relação dos elementos da matemática


juntamente aos conceitos de teorias psicanalíticas. E as correlações foi iniciada
na obra através das semelhanças entre duas propriedades dos fractais e o
inconsciente. A primeira propriedade fractal destacada: “complexidade infinita”-
tem como definição que todo gráfico fractal possui uma quantidade de detalhes
infinita, ou seja, o inconsciente também apresenta esta riqueza. Outra
propriedade fractal citada foi a “autossimilaridade”- onde todo fractal possuem
cópias próximas desse mesmo, se formos contextualizar com o inconsciente da
psicanálise, o significante marca o sujeito de tal forma que procura fazer
repetições na busca da primeira experiência.

Hélio Cyrino cita como o espírito enxerga antes do corpo físico, e é assim
que o pensamento matemático desenvolve. Para o filósofo Platão “a
matemática é o homem que deixa o concreto para vivenciar no mundo das
ideias de forma translúcida com espírito”.

A Banda de Moebius – é uma forma de explicar o que Lacan teoriza


sobre como os termos específicos de uma área de conhecimento não pode
necessariamente ser considerado propriedade do mesmo, por serem apenas
instrumentos de elucidação. No caso da psicanálise, o ponto de encontro entre
o consciente e o inconsciente. Outras formas de matematizar é através da
relação fundamental da trigonometria e a geometria de Lobachevisk.

A presente obra apresenta uma definição rápida sobre a Modelagem


Matemática ou Modelo Matemático, que é quando matematizamos determinado
conjunto de aspectos, ou seja, não apenas usar a linguagem matemática, mas
estruturar de certa forma o abstrato.
Aplicando o modelo matemático para as psicopatologias da vida
cotidiana, foi reparado uma sequência lógica comum para situações diferentes
como: esquecimento de nomes e sequências de palavras, lapso de leitura,
esquecimento de intenções, atos casuais e sintomáticos, erros de memória,
lapsos de fala e troca de nomes.

Uma provocação deixada pelo autor é sobre a mescla de diagramas de


Venn com os conjuntos eu e [eu], sendo suas representações nas operações
de União, Intersecção, Contém e Está Contido. Após essas explanações
permanecem dúvidas como: o eu e o [eu] se mesclam? O local determinado
por ambos é igual a vazio ou é diferente de vazio?

O livro relata também os desafios contemporâneos do drama versos


sintoma que ocorrem na conhecida “era da informação” e a não tão conhecida
pelo público em geral “ era da ansiedade”. Os desafios que aumentaram de
forma crescente, agora aumentam de forma exponencial, perdeu-se a noção do
público e do privado, com a comunicação em redes sociais que ditam prós e
contras as nossas atitudes.

Uma afirmação que gera reflexão para pensar na evolução da sociedade,


primeiramente bastava “ ser” para “ ter”, depois veio o” ter” para o “ parecer-
ter”, e restou para as atuais massas excluídas o “identificar-se-com-quem-
parecer-ou-ter" no menor prazo possível a qualquer preço, o que só comprova
e nos faz verificar que os cidadãos tem cada vez menos oportunidades.

Especialistas que afirmavam que a tecnologia traria em teoria, melhor


qualidade de vida com redução de jornada de trabalho propiciando mais lazer,
devem estar decepcionados com os parâmetros atuais. O que mais acontece é
uma promoção ao culto do “ Deus mercado”, ao “ Deus trabalho” e o aumento
da desigualdade social, com todos esses acontecimentos declara-se aberta a “
clínica da angústia”. De alguma forma o sofrimento aumentou e ganhou
classificações que são: o sofrimento material, o sofrimento psicológico e o
sofrimento existencial.

O tempo vivenciado exige o reconhecimento dos limites humanos, os


dramas, esse fator facilita a sequência de significantes que pode ser aplicado
sobre uma função injetora para ampliar a percepção de análise de um
psicanalista, ou seja, na falta de uma correspondência biunívoca, veja-se um
sintoma.

No final há algumas considerações esclarecendo alguns porquês dos


temas psicanalíticos e matemáticos onde o conhecimento tem como objetivo
obter um diálogo com o incompreensível, e não de forma limitada ditar o
segredo da verdade universal.

Uma das frases que destaco de Lacan: “O inconsciente é estruturado


como uma linguagem”.

O que posso mencionar sobre o conteúdo que tenho absorvido deste


livro é que existe atualmente a necessidade das ciências por mais diferentes
que sejam, que se comuniquem para uma multiplicação de novas
possibilidades de conhecimento e somente através do diálogo desses saberes
que irão cada vez mais verificarem e perceberem que possuem muitas
propriedades comuns. A psicanálise pode ser usada também para ajudar a
explicitar alguns conceitos matemáticos e vice-versa, porém, um desafio difícil
para os professores é realizar a integração satisfatória desses conceitos para
eliminar os “muros e barreiras” que existem sobre diferentes áreas, como
exemplo as áreas do título do livro “Psicanálise & Matemática” que são das
áreas de Ciências Exatas e Ciências Humanas, muitas pessoas relatam que:
quem tem facilidade em um tipo de conhecimento, acaba tendo dificuldades em
outro tipo de saber. Por mais que isso ocorra, não podemos generalizar que
seja para todos, é só procurarmos na história de nosso mundo para conhecer
muitos humanos com vasto saber nas mais variadas áreas.

E por fim procurar meio de equilibrar a vida nos mais variados campos
porque a sociedade atual está errando muito em como ser um “locatário“ que
deixa nossa casa (planeta) ser um verdadeiro lar para nós e aos futuros donos
& locatários.

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