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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Patrícia da Fonseca Oliveira

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em


Engenharia de Minas e Geo-Ambiente

Orientador: Professor Doutor Jorge Manuel Cabral Machado de Carvalho


Co-Orientador: Professor Doutor Paulo César de Almeida Maia

Outubro 2019
Mestrado em Engenharia de Minas e Geo-Ambiente
Departamento de Engenharia de Minas
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 PORTO
Portugal

Editado por:
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
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Autor e feita referência a Mestrado em Engenharia Minas e Geo-Ambiente 2018/2019 -
Departamento de Engenharia de Minas e Geo-Ambiente, Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2019.

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Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.

ii
Agradecimentos

A todos aqueles que contribuíram para que este projeto se concretizasse, em especial ao Pedro, à
Filomena, ao Afonso, ao Virgílio e ao José M e aos orientadores Professor Doutor Jorge Machado de Carvalho
e Professor Doutor Paulo de Almeida Maia.

“A mind that is stretched by a new experience can never go back to its old dimensions.”
Oliver Wendell Holmes

iii
Resumo

Neste trabalho académico fala-se de uma metodologia conhecida como estacas dúcteis cravadas, em
que se descreve o que são, em que se aplicam, qual a geologia e cargas mais favoráveis para a aplicação
desta metodologia em relação a outras mais conhecidas, como por exemplo, estacas moldadas in situ. As
estacas dúcteis cravadas consistem num processo de cravação de um tubo de ferro fundido e preenchidas
com betão. No caso das estacas com a carga distribuída na ponta, o preenchimento é feito no interior do
tubo e nas estacas que funcionam por atrito lateral o betão é colocado durante a cravação, formando um
anel no exterior da estaca.
Foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre a informação existente dos temas de estacas dúcteis
cravadas, ensaios de carga à compressão axial e dos métodos teóricos de interpretação dos mesmos.
No sentido da confirmação da capacidade de carga das estacas dúcteis foram realizados quatro ensaios
de carga para determinar a relação entre carga e o deslocamento. Os ensaios foram realizados nas estacas
dúcteis cravadas, tanto nas que trabalham por atrito, como nas que trabalham por ponta, no Kuito e em
Luanda. No Kuito, os ensaios foram realizados para as fundações especiais de um edifício com um e dois
pisos. Em Luanda, um dos ensaios foi realizado para as fundações de um viaduto e o outro ensaio para as
fundações de uma passagem superior para peões. Os resultados das provas de carga mostram que as
fundações se comportam adequadamente admitindo que deslocamento admissível está dentro da ordem
de grandeza da capacidade de carga utilizada nos projetos ensaiados.

Palavras Chave: Fundações especiais, estacas dúcteis cravadas, ensaios de carga.

iv
Abstract

In this academic work we talk about a methodology known as ductile piles, which describe what they
are, what they apply to, what is the most favourable geology and loads for the application of this
methodology in relation to other forms, for example, in situ cast piles. As ductile piles consist of a process
of engraving a cast iron pipe and filled with concrete. For end bearing piles, the fill with concrete is made
inside the pipe and for skin friction piles, the fill of concrete is placed during engraving, forming a ring
outside the pile.
A bibliographic research was made about the existing information on the subjects of engraved ductile
piles, axial compression load tests and theoretical methods of their interpretation. To confirm the load
capacity of ductile piles, four load tests were performed to determine the relationship between load and
displacement.
The rehearsals were carried out on engraved ductile piles, both in friction work and end bearing in
Kuito and Luanda. In Kuito, the tests were performed for special foundations of a one- and two-story
building. In Luanda, one of the tests was conducted for foundations of a viaduct and another test for
foundations of an overpass for parts. The results of the load tests show that the foundations behave like
admitting that the allowable displacement is within the order of the load capacity used in the projects.

Key words: Special foundations, ductile piles, load test.

v
Índice

Agradecimentos ........................................................................................ iii

Resumo ................................................................................................... iv

Abstract .................................................................................................. v

Índice ........................................................................................................vi
1 Introdução ............................................................................................ 1
1.1 Aspectos Gerais ................................................................................. 1

1.2 Objetivos ........................................................................................ 1

1.3 Enquadramento geral .......................................................................... 2

1.4 Organização da dissertação ................................................................... 7

2 Revisão bibliográfica ................................................................................ 9


2.1 Estacas dúcteis cravadas ...................................................................... 9

2.2 Ensaios de carga estáticos a compressão axial ............................................ 10

2.3 Métodos teóricos de interpretação ......................................................... 12

Interpretação da Curva Carga-Assentamento .................................................... 12

Métodos de interpretação por ajuste de uma função ........................................... 15

Métodos de interpretação pelo ponto de inflexão ............................................... 21

Métodos de interpretação a partir da tangente inicial ......................................... 21

Métodos de interpretação a partir de um deslocamento igual a uma percentagem do


diâmetro 24

3 Descrição do processo de cravação estacas dúcteis ......................................... 25


3.1 Origem das estacas dúcteis cravadas ....................................................... 25

3.2 Descrição do Sistema de Fundações ........................................................ 25

Metodologia ........................................................................................... 27

Regulamentação ...................................................................................... 27

Aplicações ............................................................................................. 27

Algumas vantagens ................................................................................... 28

3.3 Capacidades de carga e assentamentos .................................................... 30

vi
3.4 Limitações do método construtivo .......................................................... 31

Solos Coesivos ......................................................................................... 31

Relação do número de pancadas dos ensaios SPT e DPH para solos coesivos e solos não
coesivos 32

Corrosão ............................................................................................... 32

3.5 Aspetos construtivos das estacas dúcteis cravadas ....................................... 33

Materiais ............................................................................................... 33

Equipamentos ......................................................................................... 34

Instalação de estacas não injetadas (ou de ponta) .............................................. 37

Instalação de estacas dúcteis injetadas (ou por atrito) ........................................ 40

Critério de paragem.................................................................................. 41

Capacidade de transmissão de cargas – Não injetadas (ou de ponta) ......................... 42

Capacidade de transmissão de cargas – Injetadas (ou de atrito) .............................. 43

3.6 Considerações finais do capitulo ............................................................ 44

4 Caracterização geológica ......................................................................... 45


4.1 Importância da geologia na execução das estacas dúcteis .............................. 45

4.2 Geologia Geral de Angola .................................................................... 46

4.3 Atividade sísmica em Angola ................................................................ 49

4.4 Caracterização Geológica do local do ensaio – Kuito, Bié ............................... 50

4.5 Caracterização geológica do local de ensaio – Corimba, Luanda ....................... 55

4.6 Considerações finais do capitulo ............................................................ 58

5 Prova de carga para ensaio de carga à compressão axial. .................................. 59


5.1 Segurança no trabalho ........................................................................ 60

5.2 Projeto de ensaio de carga à compressão axial ........................................... 61

Âmbito dos ensaios ................................................................................... 61

Projetos dos ensaios ................................................................................. 61

Equipamentos e sistemas de medida .............................................................. 68

Montagem dos ensaios ............................................................................... 70

Patamares de carga e descarga .................................................................... 74

vii
Registos dos ensaios ................................................................................. 76

5.3 Considerações finais do capitulo ............................................................ 77

6 Resultados e discussões ........................................................................... 78


6.1 Assentamentos dos ensaios de carga à compressão axial................................ 78

Ensaio de carga a uma EDC de atrito .............................................................. 78

Ensaio de carga a uma EDC de ponta .............................................................. 80

6.2 Análise curvas tempo (log)/deslocamento e valor de fluência (ks) .................... 81

6.3 Resultados dos ensaios pelos métodos teóricos ........................................... 84

Por meio de um ajuste de uma função ............................................................ 86

Pelo ponto de inflexão............................................................................... 91

A partir da tangente inicial ......................................................................... 94

A partir de um deslocamento igual a uma percentagem do diâmetro ........................ 98

6.4 Considerações finais do capitulo ...........................................................101

7 Conclusões e desenvolvimentos futuros ..................................................... 105


7.1 Conclusões ....................................................................................105

7.2 Desenvolvimentos futuros ...................................................................106

8 Referências Bibliográficas ...................................................................... 108


9 Anexos.............................................................................................. 112
Anexo 1 - Recomendações para a realização de ensaios de carga estáticos à compressão axial (German
Society of Geotcheniques - DGGT). ................................................................113

9.1 Princípios Gerais..............................................................................113

Comportamento do assentamento de carga. .................................................... 113

Teste de carga ....................................................................................... 115

Condições geológicas do solo. ..................................................................... 115

Tipos de montagem de ensaio e instrumentação. .............................................. 116

9.2 Implementação do teste de carga .........................................................117

Estágio de carga ..................................................................................... 118

9.3 Avaliação de resultados – Gráficos .........................................................118

9.4 Documentação do ensaio ....................................................................120

Anexo 2 - Riscos e ações para construção do ensaio de carga (relatório segurança BAUER).121
viii
Anexo 3 - Foto ligação EDC/maciço encabeçamento – Ciclo de descarga ensaio de 750kN – Viaduto da
Corimba. ...............................................................................................124

Anexo 4 - Dados para o cálculo capacidade carga EDC. .........................................125

Anexo 5 – Tabelas classificação de corrosividade dos solos. ....................................126

Anexo 6 - Standard Penetration Test (SPT)........................................................127

Anexo 7 - Dados da calibração de carga (tf) para pressão (bar) do macaco hidráulico HP565. (Fonte:
BAUER)128

Anexo 8 – Parâmetros de introdução dos métodos de interpretação de provas de carga por meio do ajuste
de uma função. ........................................................................................129

Anexo 9 – Valores de Kv (valor tangente à curva carga-deslocamento). ......................136

ix
Abreviaturas e Símbolos

Abreviaturas
A500NR – Aço nervurado classe de resistência 500kN
ASTM – American Standard
CAPWAP - Case Wave Pile Analysis Program
Compr.- Comprimento
Desl. - Deslocamento
DGGT -German Society of Geotcheniques
EDC – Estaca Dúctil Cravada
EPI - Equipamentos de proteção individual
EUA – Estados Unidos da América
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
ISC’2 – International Site Characterization
kN – Kilo Newton
km – quilómetro
ks – Coeficiente fluência
kv –Coeficiente deslocamento
Máx. – Máximo
Nspt – Nº pancadas ensaio SPT corrigido, correspondente ao N1(60)
PDA - Pile Driving Analyser
R – Capacidade resistência (kN)
TC – Trado contínuo ou hélice contínua

Símbolos
Ø – Diâmetro
∑ - Somatório
η - Fator de segurança
E- Modulo elasticidade
Q – Carga (kN)
s – Deslocamento (mm)

x
Índice de Figuras

Figura 1-1 Processo de execução de estacas trado contínuo. (Fonte: (Norte Fundações, 2019)) ............ 2
Figura 1-2 Processo de execução de estacas moldadas in situ. (Fonte: (BAUER W. , 2019)). ................. 3
Figura 1-3 Processo de execução de estacas tubo ferro. (Fonte: http://www9.fau.usp.br). ................. 4
Figura 1-4 Anel de betão em volta da EDC de atrito (Fonte: Handbook BAUER, 2008). ....................... 4
Figura 1-5 Técnicas de execução de EDC. a) Estacas dúcteis cravadas não injetadas e b) Estacas dúcteis
cravadas injetadas. (Fonte: Handbook BAUER, 2008). .............................................................. 5
Figura 1-6 Vista geral da obra do Kuito, Bié. ........................................................................ 6
Figura 1-7 Planta das fundações com EDC do projeto do Kuito, Bié. (Fonte: BAUER) .......................... 6
Figura 2-1 Curva carga-assentamento de uma estaca em escalas diferentes distintas (Van der Veen, 1953)
........................................................................................................................... 12
Figura 2-2 (a) Curvas carga-deslocamento típicas de provas de carga com carregamento axial, (b)
Simplificação da curva carga-assentamento para estacas escavadas (Hirany e Kulhawy, 1989) ........... 13
Figura 2-3 Curva carga-assentamento de estaca a partir da combinação do comportamento do fuste com o
da ponta: (a) estaca esbelta e (b) tubulão com base alargada (Burland & Cooke, 1974) ................... 14
Figura 2-4 Interpretação da curva carga-assentamento (Velloso e Lopes, 2002) ............................. 15
Figura 2-5 Método de Brinch Hansen/80%. ......................................................................... 17
Figura 2-6 Método de Chin (Apud (Godoy, 1983)). ................................................................ 18
Figura 2-7 Método de Mazurkiewicz. ................................................................................ 19
Figura 2-8 Método de Massad (1986). ............................................................................... 20
Figura 2-9 Método da Rigidez (Décourt, 1996). .................................................................... 21
Figura 2-10 Definição da carga de rotura, método “slope tangent”. ........................................... 22
Figura 3-1 União macho-fêmea de uma estaca dúctil (Fonte: prospeto EDC BAUER 2018). ................. 25
Figura 3-2a Processo de corte do tubo. ............................................................................. 26
Figura 3-3 Estaca ductil por ponta (lado esquerdo) e estaca ductil por atrito (lado direito) (Prospecto EDC
BAUER). .................................................................................................................. 27
Figura 3-4 Diferentes aplicações das EDC. (Fonte: (DUROTERRA, 2019)) ...................................... 28
Figura 3-5 Vibrações em conformidade com a Norma DIN 4150-3:1999-02. (Prospeto EDC BAUER, 2017) 29
Figura 3-6 Diagrama de ruído dos equipamentos típicos em obra (dados standard). (Prospeto EDC BAUER,
2017.) .................................................................................................................... 29
Figura 3-7 - Transformação do ferro fundido cinzento para o férreo fundido dúctil com grafite
esferoidal.(Fonte: Handbook BAUER, 2008). ....................................................................... 33
Figura 3-8 - Escavadora com martelo hidráulico - Dimensões. (Handbook BAUER, 2008) ................... 34
xi
Figura 3-9 - Máquina de estacas do tipo BAUER MBG12 com martelo instalado. .............................. 34
Figura 3-10 - Abertura de roços para execução das EDC. ........................................................ 35
Figura 3-11 - Pormenor da abertura de roços para execução das EDC. ........................................ 35
Figura 3-12 Martelo hidraúlico (Fonte: Handbook BAUER, 2008). ............................................... 35
Figura 3-13 Tipo de adaptador 1 (Handbook BAUER, 2008). ..................................................... 35
Figura 3-14 Tipo adaptador 2 (Handbook BAUER, 2008). ......................................................... 35
Figura 3-15 Haste para estacas dúcteis não injetadas. (Handbook BAUER, 2008). ........................... 36
Figura 3-16 Haste para estacas dúcteis injetadas. ................................................................ 36
Figura 3-17a - Ponteira para EDC injetadas. (Fonte: Handbook BAUER, 2008) ................................ 36
Figura 3-18 Bomba de betão tipo Putzmeister. .................................................................... 37
Figura 3-19 Lado esquerdo Sequência da instalação de uma estaca dúctil não injetada (ou de ponta) com
a ponteira. (Fonte: prospeto EDC BAUER) Meio - Ponteira EDC não injetada ou por ponta. (Fonte: prospeto
EDC BAUER) c) Lado direito - Encaixe entre a haste de transmissão e o tubo da EDC. ...................... 38
Figura 3-20a e 3-20b Verificação do critério de nega – Estaca dúctil cravada por ponta. (Fonte: BAUER,
2019) ..................................................................................................................... 38
Figura 3-21 Boletim de registo do tempo de cravação, comprimento da EDC. (Fonte: BAUER, 2018) ..... 39
Figura 3-22 Corte da ponta da EDC. 3-24b Ponteira de cravação. 3-24 Instalação para de uma estaca dúctil
cravada injetada (ou por atrito) (Fonte: Hanbook BAUER, 2008). .............................................. 40
Figura 3-23 Ilustração da saída do betão e formação do anel circundante à EDC. (Fonte: Handbook BAUER,
2008) ..................................................................................................................... 41
Figura 3-24 Posicionamento da estaca dúctil (esquerda). (Fonte: Handbook BAUER, 2008) ................ 43
Figura 3-25 Cravação inicial da estaca dúctil com o retorno do betão injectado (direita). (Fonte:
Handbook BAUER, 2008) .............................................................................................. 43
Figura 4-1 - Mapa de Angola (Fonte: (www.mapsoftheworld.com, 2019)). .................................... 45
Figura 4-2 - Mapa da Geologia Geral de Angola. (Fonte: (ciencia-geologia, 2019)) .......................... 47
Figura 4-3 - Geologia e recursos minerais de Angola. (Fonte: (ciencia-geologia, 2019)) .................... 48
Figura 4-4 - Mapa registo sísmicos/Placas tectónicas. (Fonte: (docplayer.com, 2019)) ..................... 49
Figura 4-5 - Excerto da Folha nº 4 da Carta Geológica de Angola à escala 1:1000000 (Fonte: IGEO, 1988).
........................................................................................................................... 50
Figura 4-6 - Localização das sondagens SPT realizadas no terreno 2. (Fonte: relatório geológico) ........ 51
Figura 4-7 - Exemplo do Log do SPT da sondagem S04. (Fonte: relatório geológico) ........................ 53
Figura 4-8 - Resultado do SPT corrigido para a sondagem S04 do terreno 2. (Fonte: relatório geológico) 54
Figura 4-9 – Fotografia do solo recolhido durante a sondagem S4. (Fonte: Relatório geológico) ........... 54
Figura 4-10 - Excerto da coluna estratigráfica das formações presentes na zona de Luanda. (Fonte: Carta
geológica à escala 1:25000 da Faculdade Ciências da Universidade Agostinho Neto). ....................... 55
Figura 4-11 - Excerto da Carta geológica Angolana à escala 1:10000000 (Fonte: IGEO, 1998). Representação
sem escala. ............................................................................................................. 56
xii
Figura 4-12 - Log do SPT realizado na sondagem S1. (Fonte: Relatório geológico) ........................... 57
Figura 5-1 - Diferença entre EDC de ponta (não injetada) e de atrito (injetada). (Fonte: Prospeto BAUER)
........................................................................................................................... 59
Figura 5-2 - Diferença entre EDC de ponta (lado esquerdo) e de atrito (lado direito). (Fonte: Adaptado da
Dissertação de R. Francisco, IST) .................................................................................... 59
Figura 5-3 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar – Ensaio de 700kN. (Fonte:
Esquema ensaio carga BAUER). ...................................................................................... 62
Figura 5-4 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar – Ensaio 250kN. (Fonte:
Esquema ensaio carga BAUER). ...................................................................................... 62
Figura 5-5 Vista geral da obra. Central de betão. ................................................................. 63
Figura 5-6 Faseamento da execução das EDC. ..................................................................... 63
Figura 5-7 Faseamento da execução das EDC. ..................................................................... 63
Figura 5-8 Colocação do varão 32mm no interior da EDC. ....................................................... 64
Figura 5-9 Provete de betão para rebentamento. ................................................................. 64
Figura 5-10 - Acoplador para varão Ø32mm. ....................................................................... 64
Figura 5-11 Soldadura de 2 varões de Ø20mm para acoplação dos 2 varões de Ø32mm. (Fonte: Esquema do
ensaio BAUER) .......................................................................................................... 65
Figura 5-12 Implementação final das estacas em obra. .......................................................... 65
Figura 5-13 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar. (Fonte: Projeto BAUER).
........................................................................................................................... 66
Figura 5-14 Execução das estacas de reação – Estacas moldadas Ø620/540mm. ............................. 66
Figura 5-15 Execução da estaca dúctil de ensaio. ................................................................. 67
Figura 5-16 – Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar. (Fonte: Projeto BAUER).
........................................................................................................................... 67
Figura 5-17 Macaco Hidráulico e Centralina. ....................................................................... 68
Figura 5-18 Aparelho leitura célula de carga - Indipoc P1. ...................................................... 68
Figura 5-19 Aparelho controlo da carga aplicada no macaco hidráulico. ..................................... 68
Figura 5-20 Dados de calibração do macaco hidráulico (kN/bar). .............................................. 69
Figura 5-21 - Defletómetros. ......................................................................................... 70
Figura 5-22 - Nível digital DN03. ..................................................................................... 70
Figura 5-23 a - Exemplo de ligação entre EDC e o maciço de encabeçamento. (Fonte: BAUER). .......... 71
Figura 5-24a Esquema montagem do macaco e célula de carga. (Fonte: Projeto de ensaio BAUER, 2018).
........................................................................................................................... 72
Figura 5-25 Montagem final do ensaio de carga para 750kN. .................................................... 74
Figura 5-26 - Montagem final do ensaio de carga para 400kN. (Fonte: Prospeto BAUER). .................. 74
Figura 5-27 Excerto do documento de registo dos deslocamentos ensaio 700kN. (Fonte: Relatório BAUER)
........................................................................................................................... 76
xiii
Figura 5-28 Excerto do documento de registo dos deslocamentos. (Fonte: Relatório BAUER) .............. 76
Figura 5-29 Excerto do documento de registo dos deslocamentos do ensaio 750kN. (Fonte: Relatório BAUER)
........................................................................................................................... 76
Figura 5-30 Excerto do documento de registo dos deslocamentos do ensaio 400kN. (Fonte: Relatório de
trabalho BAUER) ........................................................................................................ 77
Figura 6-1 - Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar. ......................... 79
Figura 6-2 Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar. ........................... 79
Figura 6-3 Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar. ........................... 80
Figura 6-4 Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar. ........................... 81
Figura 6-5 Incremento do deslocamento em cada patamar para o ensaio de carga 700kN no Kuito. ...... 82
Figura 6-6 Valores de fluência do ensaio de carga 700kN no Kuito. ........................................... 82
Figura 6-7 Incremento do deslocamento em cada patamar para o ensaio de carga 250kN no Kuito. ...... 82
Figura 6-8 Valores de fluência (ks) do ensaio de carga 250kN no Kuito. ....................................... 82
Figura 6-9 Incremento do deslocamento em cada patamar para o ensaio de carga 750kN na Corimba. .. 83
Figura 6-10 Valores de fluência (ks) do ensaio de carga 750kN na Corimba. .................................. 83
Figura 6-11 Incremento do deslocamento em cada patamar para o ensaio de carga 400kN na Passarela 83
Figura 6-12 Valores de fluência (ks) do ensaio de carga 400kN na Passarela. ................................. 83
Figura 6-13 – Método Van der Veen .................................................................................. 87
Figura 6-14 Método Brinch hansen ................................................................................... 87
Figura 6-15 Método de Chin .......................................................................................... 87
Figura 6-16 Método Mazurkiewic ..................................................................................... 87
Figura 6-17 Método Massad ........................................................................................... 87
Figura 6-18 Método Décourt. ......................................................................................... 87
Figura 6-19 – Método Van der Veen. ................................................................................. 88
Figura 6-20 – Método Brinc-Hansen. ................................................................................. 88
Figura 6-21 Método Chin. ............................................................................................. 88
Figura 6-22 Método Mazurkiewic. .................................................................................... 88
Figura 6-23 Método Massad. .......................................................................................... 88
Figura 6-24 Método Décourt. ......................................................................................... 88
Figura 6-25 Método de Van der Veen. ............................................................................... 89
Figura 6-26 Método Brinc-Hansen. ................................................................................... 89
Figura 6-27 Método de Chin. ......................................................................................... 89
Figura 6-28 Método Mazurkiewic. .................................................................................... 89
Figura 6-29 Método Massad. .......................................................................................... 89
Figura 6-30 Método Décourt. ......................................................................................... 89
Figura 6-31 Método Van der Veen. .................................................................................. 90
Figura 6-32 Método Brinch-Hansen. ................................................................................. 90
xiv
Figura 6-33 Método Chin. ............................................................................................. 90
Figura 6-34 Método Mazurkiewic. .................................................................................... 90
Figura 6-35 Método Massad. .......................................................................................... 90
Figura 6-36 Método Décourt. ......................................................................................... 90
Figura 6-37 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito)....................... 91
Figura 6-38 Método de Houssel. ...................................................................................... 91
Figura 6-39 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito)....................... 92
Figura 6-40 Método de Houssel. ...................................................................................... 92
Figura 6-41 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito)....................... 93
Figura 6-42 Método de Houssel. ...................................................................................... 93
Figura 6-43 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito)....................... 94
Figura 6-44 Método de Houssel. ...................................................................................... 94
Figura 6-45 Método inclinação das tangentes. ..................................................................... 95
Figura 6-46 Método Butler and Hoy. ................................................................................. 95
Figura 6-47 Método NBR6122 e Davisson. ........................................................................... 95
Figura 6-48 Método Inclinação das Tangentes. .................................................................... 96
Figura 6-49 Método Btler and Hoy. .................................................................................. 96
Figura 6-50 Método NBR6122 e Davisson. ........................................................................... 96
Figura 6-51 Método Inclinação das tangentes. ..................................................................... 97
Figura 6-52 Método Butler and Hoy. ................................................................................. 97
Figura 6-53 Métodos NBR6122 e Davisson. .......................................................................... 97
Figura 6-54 Inclinação das tangentes................................................................................ 98
Figura 6-55 Método Butler and Hoy. ................................................................................. 98
Figura 6-56 Métodos NBR6122 e Davisson. .......................................................................... 98
Figura 6-57 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro. ........................................ 99
Figura 6-58 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro. ....................................... 100
Figura 6-59 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro. ....................................... 100
Figura 6-60 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro. ....................................... 101
Figura 9-1 a) Estaca com carregamento por atrito. b) Estaca com carregamento por ponta. (Fonte: DGGT)
.......................................................................................................................... 114
Figura 9-2 Definição do diâmetro da estaca. (Fonte: DGGT) ................................................... 114
Figura 9-3 Definição de valor de fluência Ks (mm). (Fonte: DGGT) ........................................... 115
Figura 9-4 Tipos de montagem de ensaios. (Fonte: DGGT) ..................................................... 116
Figura 9-5– Sistemas de referência para monitorização do maciço da estaca. (Fonte: DGGT) ............ 117
Figura 9-6 Estágios de carga. (Fonte: DGGT)...................................................................... 118
Figura 9-7 Gráfico tipo do assentamento da estaca carga (kN)/assentamento(mm). (Fonte: DGGT) ..... 119
Figura 9-8 Curva de assentamento e determinação do valor de fluência. (Fonte: DGGT) .................. 119
xv
Figura 9-9 Gráfico da resistência de ponta e resistência atrito. (Fonte: DGGT) ............................. 120
Figura 9-10a – Fotografia da ligação entre maciço e a EDC. Figura 10-10b – Pormenor da ligação. ...... 124
Figura 9-11 Classificação solos e corrosividade de materiais ferrosos no solo – DIN 50 929 vs Norma ONORM
B 5013. (Handbook BAUER, 2008). .................................................................................. 126
Figura 9-12 Classificação solos e corrosividade de materiais ferrosos na água – DIN 50 929 vs Norma ONORM
B 5013. (Handbook BAUER, 2008). .................................................................................. 126

xvi
Índice de Tabelas

Tabela 1 Dados sobre as estacas dúcteis para cálculo capacidade resistência. ............................... 30
Tabela 2 Resistência das EDC não injetadas com perda de secção do tubo de 1,5mm. (Fonte: Handbook
BAUER, 2008) ........................................................................................................... 30
Tabela 3 - Resistência das EDC injetadas sem perda de secção do tubo. (Fonte: Handbook BAUER, 2008)
........................................................................................................................... 31
Tabela 4 Redução da parede do tubo da estaca/corrosão do material. (Handbook BAUER, 2008). ........ 32
Tabela 5 Resumo das características do betão usado classe tipo C25/30. ..................................... 34
Tabela 6 Taxa de cravação para solos não coesivos. (Adaptado Handbook BAUER, 2008). .................. 41
Tabela 7 Taxa de cravação para solos coesivos. (Adaptado Handbook BAUER, 2008). ....................... 42
Tabela 8 Resultados dos SPT realizados nos Terreno 2. (Fonte: relatório geológico). ....................... 51
Tabela 9 Correlação entre SPT, consistência das argilas e a resistência à compressão simples. (Fonte:
relatório geológico). ................................................................................................... 52
Tabela 10 Avaliação dos parâmetros de resistência e de deformidade em função do SPT (correlações
empíricas – uso limitado a estudos preliminares.) (Fonte: relatório geológico). ............................. 52
Tabela 11 Resultados do teste de SPT. ............................................................................. 56
Tabela 12 Avaliação dos parâmetros de resistência e deformidade em função do Nspt (correlações
empíricas – uso limitado a estudos preliminares). (Fonte: relatório geológico). ............................. 56
Tabela 13 Resumo das características dos ensaios de carga realizados. ....................................... 60
Tabela 14 Dados da calibração da carga (kN) para a Pressão (bar) do macaco hidráulico. ................. 69
Tabela 15 Resultados da aplicação da equação obtida para a aplicação da carga no macaco HP565. .... 70
Tabela 16 Patamares de carga e descarga – Ensaio Kuito 700kN. (Fonte: Relatório BAUER). ............... 74
Tabela 17 Patamares de carga e descarga – Ensaio Corimba 750kN. (Fonte: Relatório BAUER) ............ 75
Tabela 18 Patamares de carga e descarga – Ensaio 250kN. (Fonte: Relatório BAUER) ....................... 75
Tabela 19 Patamares de carga e descarga – Ensaio 400kN. (Fonte: Relatório BAUER ........................ 75
Tabela 20 Resumo dos resultados dos deslocamentos dos ensaios. ............................................. 78
Tabela 21 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 700kN. ........... 84
Tabela 22 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 250kN. ........... 85
Tabela 23 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 750kN. ........... 85
Tabela 24 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 400kN. ........... 86
Tabela 25 Dados sobre as estacas dúcteis para cálculo capacidade resistência. ............................ 125
Tabela 26 Modulo E – Elasticidade das EDC (Fonte: BAUER.) ................................................... 125

xvii
xviii
1 Introdução
Na introdução faz-se um enquadramento ao tema das estacas dúcteis cravadas, de forma a
comparar o processo com outras metodologias de trabalho, como estacas moldadas e micro-
estacas. E ainda, descrevem-se os objetivos da dissertação e como está organizada.

1.1 Aspectos Gerais


Esta dissertação realiza-se no âmbito da obtenção de grau de Mestre em Engenharia de Minas
e Geo-Ambiente
Os temas abordados são a descrição, metodologia e aplicações das estacas dúcteis cravadas e
a realização de ensaios de carga a compressão axial das mesmas para verificação da capacidade de
carga para os projetos de obra.
Inicialmente, faz-se uma abordagem à bibliografia existente dos temas abordados,
nomeadamente, o processo de execução das estacas dúcteis e das suas características e aplicações
e dos ensaios de carga e métodos teóricos de interpretação. Descreve-se o processo de cravação,
aplicações, equipamentos, materiais e características das EDC. Depois é feita a descrição da
geologia do local uma vez que esta metodologia de execução de estacas adapta-se a solos. E
finalmente, faz-se a descrição dos ensaios e o cálculo e interpretação dos deslocamentos e
apresentam-se os resultados e as conclusões.

1.2 Objetivos
Os objetivos desta dissertação foram a descrição do processo de execução de estacas dúcteis
cravadas para melhorar o conhecimento geral desta metodologia de aplicação mais limitada.
Interpretação e análise comparativa dos resultados das provas de carga, pelos métodos teóricos,
de forma a verificar qual das metodologias tem melhor potencial para este tipo de estacas. A
interpretação dos resultados dos ensaios de carga foi realizada para quatro projetos de fundações
em Luanda e no Kuito, em estacas dúcteis cravadas com distribuição da carga por atrito e por
ponta.
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

1.3 Enquadramento geral


O tema da dissertação, fundações por estacas dúcteis cravadas (EDC), abordou o funcionamento
deste tipo de fundações em alternativa a soluções de fundações como trado contínuo (Figura 1-1)
e estacas moldadas (Figura 1-2) com diâmetros entre 400mm e 600mm ou estacas tubo de ferro e
injetadas (Figura 1-3) com calda de cimento. A solução de EDC pode ser alternativa a estacas com
diâmetros entre 400mm e 600mm, uma vez que para diâmetros superiores, pode não compensar
economicamente a substituição de estacas moldadas por EDC. E ainda, esta metodologia depende
da geologia do local, aplicando-se em solos arenosos ou argilosos com o número de pancadas do
ensaio SPT (Standard Penetration Test) menor ou igual a 30 (NSPT≤ 30).
No processo de trado continuo é usada uma máquina de estacas com um trado continuo que
retira o solo até uma determinada profundidade. Atingido o comprimento final, a estaca é betonada
e em seguida coloca-se a armadura (Figura 1-1)

Figura 1-1 Processo de execução de estacas trado contínuo. (Fonte: (Norte Fundações, 2019))

No processo de execução de estacas com vara Kelly e trado, é também usada uma máquina de
estacas com um trado que vai retirando o solo até uma determinada profundidade. A estaca pode
ser furada com ou sem fluidos estabilizadores, por exemplo, bentonite ou polímero. Atingido o
comprimento final, é colocada a armadura e a estaca é betonada com recurso aos tubos de tremie.
Estes tubos servem para betonar a estaca de baixo para cima. E vão sendo removidos à medida que
a estaca é betonada. (Figura 1-2).

2
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 1-2 Processo de execução de estacas moldadas in situ. (Fonte: (BAUER W. , 2019)).

Para a execução das microestacas de tubo de ferro e injetadas, inicia-se a furação com uma
perfuratriz equipada com um trado (solos) ou um martelo de fundo de furo (rocha). O furo pode
ser ou não revestido. Após se atingir o comprimento final, é colocado o tubo e a calda de cimento
é injetada através da central de injeção e um obturador no interior do tubo. Este tubo tem uns
furos (as manchetes) por onde a calda de cimento vai ser injetada no solo (Figura 1-3).

3
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 1-3 Processo de execução de estacas tubo ferro. (Fonte: http://www9.fau.usp.br).

O processo de estaca dúctil cravada consiste na cravação de um tubo de ferro dúctil, com cerca
de 6m, até ao critério de nega do projeto e depois preenchida com betão ou argamassa, no caso
das estacas a distribuírem a carga por ponta
(Figura 1-5a). Entende-se por critério de nega,
o momento em que a taxa de cravação da EDC
atinge o valor de, por exemplo, 20s para a
cravação de 30mm. No caso das EDC de atrito
ou injetadas (Figura 1-5b), durante o processo
de cravação o betão é introduzido por dentro do
tubo, saindo na ponta do mesmo e criando um
anel em volta da EDC (Figura 1-5b) com
diâmetro de cerca de 200mm (Figura 1-4).

Figura 1-4 Anel de betão em volta da EDC de atrito (Fonte: Handbook BAUER, 2008).

4
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 1-5 Técnicas de execução de EDC. a) Estacas dúcteis cravadas não injetadas e b) Estacas
dúcteis cravadas injetadas. (Fonte: Handbook BAUER, 2008).

Embora a metodologia de EDC seja um processo de fundações especiais indiretas com cerca de
40 anos, usado em países como Alemanha, Áustria e Austrália, este não é uma solução de fundações
comummente usada pelos gabinetes de projeto em Portugal, Espanha e Angola.
Estando a empresa a concorrer a um pedido de cotação para um projeto de fundações indiretas
de uma empresa espanhola, em que a solução inicial de fundações era de estacas trado contínuo
de diâmetro 600mm, foi enviada para o Cliente uma proposta alternativa com EDC.
No entanto, apesar do interesse pela solução por ser economicamente favorável e com
rendimentos previstos capazes de cumprir o prazo de obra, o grupo de trabalho do gabinete de
projeto do Cliente, queria confirmar a capacidade de carga das EDC pois estavam a comparar a
capacidade de carga das estacas ferro fundido e injetadas e assim sendo, as EDC teriam uma
capacidade de carga inferior. Surgiu então, a necessidade de executar os ensaios de carga para a
verificação da capacidade de carga por atrito de uma estaca dúctil cravada injetada conforme
mencionado acima.
Nesta obra, realizaram-se os 2 ensaios de carga à compressão, em EDC de atrito, para uma
carga de serviço de 700kN, com comprimento de 21,0m e o ensaio de 250kN, numa EDC com
comprimento de 10,0m. O segundo ensaio foi executado devido à alteração do projeto inicial.

5
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

O resultado do 2º ensaio de carga para o novo projeto (Figura 1-6) foi aceite pelo grupo de
projeto do Cliente e a obra foi executada com EDC. Foram executadas 792un de EDC, num total de
7.190m, com estacas com comprimentos entre 7m e 10m (Figura 1-7).

Figura 1-6 Vista geral da obra do Kuito, Bié.

Figura 1-7 Planta das fundações com EDC do projeto do Kuito, Bié. (Fonte: BAUER)

6
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tendo em conta as condições existentes em obra, betão realizado em obra, época seca, boas
condições do solo e, mesmo atrasos de entrega de ponteiras de injeção devido a um problema de
importação das mesmas, os rendimentos variaram entre os 200m/dia e os 350m/dia. Mesmo com o
aumento da quantidade de EDC a executar, a obra foi concluída dentro do prazo o que permitiu o
arranque da superestrutura antes do prazo previsto.
O ensaio do Viaduto da Corimba, para a capacidade de carga de 750kN, com distribuição da
carga por ponta, com comprimento de 14,3m, foi realizado, à semelhança do descrito
anteriormente, a pedido do gabinete de projeto da empresa de fiscalização da obra. Apesar desta
EDC ser de resistência de ponta e existir o critério de nega, esta foi executada o anel de betão à
volta do tubo da EDC, a pedido da fiscalização para garantir que o tubo estava protegido da corrosão
pelo betão. Nesta obra, o gabinete de projeto optou pela solução de estacas moldadas de Ø800mm
com comprimentos entre 16,5m e 20,5m.
Em Angola, a metodologia foi introduzida em 2010 em alguns projeto de construção de edifícios
de habitação na cidade de Luanda por ser mais económica e ter rendimentos de 150m/dia a
250m/dia que contribuiu para o cumprimento de prazos de obra, em comparação com soluções de
estacas moldadas Ø600mm ou com trado contínuo (TC), num total de aproximadamente 212.350m
(BAUER, Prospeto EDC BAUER , 2017) em pontes pedonais e viadutos.
Numa pesquisa na Internet, foi possível identificar alguns trabalhos com EDC em Portugal, como
exemplo, a obra da Igreja a Nossa Senhora dos Navegantes em Lisboa, em 2012, projeto da JETsj
para a empresa Alves Ribeiro (Caetano, 2014). E, do gabinete de projeto Artur Peixoto, o Centro
Atividades e o edifício Dynamic em Braga, num total de 600m e 4.400m, na ampliação de um
armazém em Fafe, 2.200m (Artur Peixoto Lda, s.d.).

1.4 Organização da dissertação


Esta dissertação está dividida em 7 Capítulos. No capitulo 1 é feito o enquadramento geral da
dissertação através da explicação de como surgiu o tema da mesma e uma abordagem ao tipo de
fundações especiais para explicação da diferença entre os métodos, descreve as obras onde se
realizaram os ensaios e menciona também os objetivos da dissertação. No capitulo 2 é apresentada
a revisão bibliográfica abordando os temas da dissertação, estacas dúcteis cravadas e ensaios de
carga e métodos de interpretação dos mesmos. No capitulo 3, é feita uma apresentação do sistema
de fundações especiais com estacas dúcteis, desde a origem das estacas, passando pelas aplicações,
descrição do processo de execução descritos os processos de execução. No capitulo 4 descreve-se
a geologia local onde se realizaram os ensaios, com base nos resultados dos ensaios SPT e
caracterização visual das amostras recolhidas durante a campanha de prospeção geológica. No

7
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

capitulo 5 foi abordado o processo de execução dos ensaios de carga, modelo da montagem do
ensaio, montagem, equipamentos de medição e folhas de registos dos dados. No capitulo 6
apresentam-se os resultados com base nos dados obtidos dos ensaios de carga e discussões dos
mesmos. Por ultimo, no Capitulo 7, apresentam-se conclusões da dissertação e dos resultados
obtidos e ainda os desenvolvimentos futuros no tema das estacas dúcteis cravadas e na
interpretação dos ensaios de carga.

8
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

2 Revisão bibliográfica
Este ponto da dissertação aborda as referências bibliográficas, trabalhos académicos e artigos
publicados sobre o tema das estacas dúcteis cravadas (EDC) e sobre os ensaios de carga estáticos à
compressão axial e metodologias de interpretação. A informação para a bibliografia foi encontrada
em sítios da internet, na base de dados da biblioteca online da FEUP (Sigarra, s.d.) e revistas da
área de geotecnia (Geotecnia, s.d.). Abaixo é apresentado um resumo da pesquisa sobre o tema
das EDC e sobre o tema de ensaios de carga.

2.1 Estacas dúcteis cravadas


A BAUER, uma das empresas na Europa que aplica este tipo de fundações indiretas, tem um
departamento de projeto dedicado a esta solução e decidiu escrever um manual com a descrição
do processo, desde a execução dos tubos, estudos de vibração e ruídos, processo de cravação,
ensaios de carga, aplicações (Schrattenthaler, 2008) que serviu como uma das principais bases
bibliográficas desta dissertação.
Outras empresas como a DURO e a Tiroler Rohre GmbH de forma a apresentarem a solução aos
seus clientes, apresentaram um documento de (Veitas, Panton, Steinlechner, & Braintree, 2014)
em que falam desde o processo de execução, aos ensaios de carga executados em algumas das suas
obras e os resultados dos mesmos em estacas a trabalhar por ponta e por atrito.
Dentro do tema de ensaios de carga em EDC, (Caetano, 2014) apresentou um trabalho
académico e um artigo, com base num projeto da autoria da JETsj para a empresa Alves Ribeiro,
onde foi feita uma abordagem ao processo de execução das EDC, de um ensaio de carga realizado
para verificação da carga de projeto e estudo económico da vantagem da utilização desta técnica
em relação a estacas moldadas in situ. Na interpretação do ensaio de carga, foi utilizado o
programa PlAXIS 2D (programa desenvolvido para a análise de deformações e estabilidade de
projetos de engenharia geotécnica, principalmente para casos de grande complexidade que
envolvem interação solo-estrutura e carregamentos dinâmicos) e previsão do comportamento das
diferentes camadas geológicas em relação à carga aplicada.
Também no artigo de (Wei, Barton, & Zeerak, 2017) fizeram uma análise de ensaios de carga
utilizando o PLAXIS 3D, PIGLET, Pile Driving Analyser (PDA) e Case Wave Pile Analysis Program
(CAPWAP) num projeto de EDC para uma ponte de pequena dimensão sobre o rio Maribyrong.
Após a pesquisa para a revisão bibliográfica verificou-se que a metodologia de EDC foi e é
utilizada na Europa, Estados Unidos da América (EUA) e Austrália. Existem empresas que apenas
comercializam o material, como a Saint Gobain (Gobain, s.d.), Diwidag (Diwidag, s.d.) e
originalmente a Tiroler Rohre GmbH (GmbH, s.d.). Outras empresas como a BAUER (BAUER, Bauer
9
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Group, s.d.), a Geoserv do grupo TerraTest, Geosolv (Geosolv, s.d.) utilizam a técnica de EDC como
solução original de fundações indiretas ou como uma solução alternativa.

2.2 Ensaios de carga estáticos a compressão axial


Sobre o tema de ensaios de carga estáticos existe alguma informação disponível, tanto em
temas de dissertações, artigos disponíveis na Internet e revistas da área de Geotecnia. Apesar dos
ensaios de carga poderem ter um custo elevado, especialmente os ensaios estáticos, estes podem
contribuir para a redução dos valores considerados como fatores de segurança, redução dos custos
e tempo de obra, por exemplo, no caso de estacas moldadas, diminuição do número de estacas.
Cada tipo de ensaio de carga, dinâmico e estático, tem vantagens e desvantagens do ponto de vista
de execução, custos e resultados, no entanto estes podem ser correlacionados.
Os diferentes métodos de interpretação dos deslocamentos dos ensaios de carga em solos
argilosos foram apresentados por (Torres, 2016), fazendo a interpretação desses ensaios pelos
métodos de Décourt (1996), Van der Been (1953), Chin (1970), comparando as provas prática com
os diferentes resultados teóricos
Utilizando os métodos de interpretação teóricos mencionados no parágrafo anterior, (Pessanha,
2014) fez uma abordagem interessante, em que utilizou modelos à escala reduzida de diferentes
tipos de estacas, moldadas, trado continuo, em solos arenosos, e comparou os resultados práticos
com esses métodos teóricos de previsão de rotura da estaca.
No International Site Characterization (ISC’2 2006), (Viana da Fonseca & Santos, 2006)
apresentaram um artigo, em que, foram executadas estacas tipo moldadas Ø600mm com 6,0m,
trado continuo Ø600mm com 6,0m e cravadas (em betão 350x350mm) com comprimento de 6,0m
e foi solicitado a várias equipas de trabalho que fizessem uma previsão da carga última de cada
estaca e mencionassem qual a metodologia usada para chegar à carga última
Com base nos dados do ISC’2 descritos anteriormente e de acordo com o estudo realizado no
trabalho de (Esteves, 2005), (Soares, 2014) trabalhou os dados e fez uma avaliação de
assentamentos pelos métodos empíricos (Meyehof 1959, Folque 1979 e Braga 1950), métodos
teóricos analíticos (Randolph 1977, Mayne e Zavala 2004, Bowles 1997, Palos e Davis 1980) e
métodos avançados (Aoki e Lopes 1985).
Um dos autores ligado ao tema de fundações especiais e geotecnia, já mencionado
anteriormente, (Fonseca, 2007), escreveu para a revista Da Sociedade Portuguesa de Geotecnia
sobre o estado dos trabalhos desenvolvidos desde 1950 sobre ensaios de carga. Neste artigo, fez
uma abordagem à carga limite para as fundações profundas com base soma dos termos de ponta e
de atrito lateral. Relativamente a curva de carregamento, apresentou a interpretação de

10
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Cambefort (Baguelin e Veron (1971) e Margo e Veloso (1987). Ainda do ponto de vista de
assentamentos, o autor menciona o Eurocódigo 7 (EC7) relativamente aos assentamentos
admissíveis para uma estaca e dimensionamento das estacas a partir dos ensaios de carga e os
assentamentos máximos admissíveis.
Na revista Ciência e Engenharia, os autores (Rodrigues & Moura, 2016) publicaram um artigo
sobre a modelação computacional, usando o Excel e o Maple, de ensaios de carga estacas moldadas
com Ø350mm e Ø410mm e ainda utilizaram a Norma Brasileira NBR6122 para o cálculo da carga de
rotura.
O programa PLAXIS 2D foi mencionado já neste capítulo, relacionado com a interpretação do
ensaio de carga numa estaca dúctil cravada (EDC). Neste artigo de (Vieira, 2013), a avaliação de
capacidade resistente última de estacas em compressão foi feita usando o programa PLAXIS 2D e
foi comparada com a capacidade resistente última proposta por métodos de extrapolação da curva
carga / assentamento de ensaios de carga que não foram levadas à rotura e por métodos baseados
em ensaios de campo Standard Penetration Test (SPT) e Cone Penetration Test (CPT). Foram
realizados 6 ensaios à compressão com Ø800mm com diferentes metodologias e em diferentes
terrenos
Cada vez mais, quando se faz um orçamento para uma obra, desde a fase inicial de prospeção
geológica-geotécnica, determinação da melhor solução de fundações especiais até ao projeto da
estrutura, pensa-se numa forma de otimizar os custos da obra. Neste sentido, (Linkins, 2004),
escreve um artigo sobre ensaio de carga em estacas e a relação com os fatores de segurança para
o cálculo da capacidade de carga das estacas cravadas e tem como base ensaios de carga dinâmicos
e estáticos. O autor fez uma abordagem à correlação entre os ensaios de carga dinâmicos e
estáticos. A otimização do valor dos valores para os fatores de segurança pode contribuir para a
redução do tempo e custos. Os custos extra da realização dos ensaios de carga podem compensar
a melhoria nos custos relativos as fundações. Ainda sobre o tema dos ensaios de carga e otimização
dos fatores de segurança, (Komuka & Theiss, 2018) apresentam um estudo semelhante ao
apresentado por Likins (2004), em que ensaiando estacas cravadas com diferentes capacidades de
carga, conseguiram determinar a melhor solução técnica para o local e para a obra, demonstraram
que os ensaios de carga podem contribuir para a otimização dos valores dos fatores de segurança,
diminuindo assim o tempo de obra e custos associados.

11
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

2.3 Métodos teóricos de interpretação


Neste ponto abordam-se os diferentes métodos de interpretação teóricos para previsão da carga
de rotura em os ensaios de carga, por exemplo, método de (Van der Been 1953), método de (Butler
& Hoy, 1977) ou (Davisson, 1972).

Interpretação da Curva Carga-Assentamento

Os resultados da prova de carga são apresentados sob forma de curvas que mostram o valor da
carga aplicada e o assentamento medido na cabeça da estaca, caracterizando o comportamento
geral da sua funcionalidade.
A carga de rotura raramente é bem definida na curva carga-assentamento e, em geral, não
existe nenhuma carga de pico ou colapso claramente definida (Vesic, 1977). Segundo Van der Veen
(1953), se a mesma curva carga-assentamento de uma prova de carga for registada em escalas
diferentes uma decisão com base no exame visual pode ser ilusória. A Figura 2-1 mostra o resultado
de uma prova de carga apresentada em duas escalas diferentes.

Figura 2-1 Curva carga-assentamento de uma estaca em escalas diferentes distintas (Van der
Veen, 1953)

12
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

(Ramires, 1993) cita que o trabalho de Vesic (1977) chama a atenção para a rotura em
fundações profundas e, particularmente em estacas, com a ocorrência de rompimento na base da
fundação, ainda que se desenvolvam esforços significativos de resistência lateral.
Como pode ser observado na Figura 2-2a a curva carga-assentamento, resultado de uma prova
de carga com carregamento axial, pode apresentar padrões diferentes de comportamento. O pico
da curva A e o patamar (assíntota) da curva B caracterizam inequivocamente a carga de rotura da
estaca. De outra forma, a partir da curva C a carga de rotura não é mais claramente definida.
Embora a prova de carga tenha atingido a rotura física da estaca, nem sempre é possível definir
inequivocamente a carga de rotura, sendo eventualmente necessária à adoção de um critério de
definição da carga de rotura estabelecida segundo um critério de referência.

Figura 2-2 (a) Curvas carga-deslocamento típicas de provas de carga com carregamento axial,
(b) Simplificação da curva carga-assentamento para estacas escavadas (Hirany e Kulhawy,
1989)

Como pode ser observado na Figura 2-3b (Hirany & Kulhawy, 1989), a curva carga-
assentamento, obtida em estacas escavadas, geralmente pode ser simplificada em três regiões
diferentes: segmento inicial linear (TIL), transição, segmento final linear (TFL). A carga de rotura
é geralmente definida na transição, no TFL, ou eventualmente além do TFL, no caso de métodos
de extrapolação. Na prova de carga, quando são atingidas deformações plásticas significativas
(segmento TFL), geralmente é difícil manter a carga constante e, como consequência, os
deslocamentos medidos nesta etapa do carregamento podem não ser representativos do
comportamento da estaca devido à flutuação da carga aplicada. Portanto, a carga de rotura,
quando definida neste segmento, pode estar sujeita a erros. A magnitude do erro dependerá das
características do solo e dos cuidados tomados na execução da prova de carga.
Burland & Cooke (1974) apresentam curvas carga-assentamento (Figura 2-3) com as contribuições
relativas das parcelas de resistência de ponta de fuste e total de estacas.

13
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Verifica-se que as contribuições de atrito e ponta são mobilizadas com diferentes níveis de
deformações e, portanto, estacas curtas mobilizam as suas parcelas de resistência de uma forma
diferente de estacas longas, para um mesmo fator de segurança.

Figura 2-3 Curva carga-assentamento de estaca a partir da combinação do comportamento do


fuste com o da ponta: (a) estaca esbelta e (b) tubulão com base alargada (Burland & Cooke,
1974)

Segundo (Militisky, 1980), a mobilização da carga última depende da geometria da estaca e é


diferente para a lateral e a ponta. Para mobilizar toda a resistência lateral em estacas escavadas
de grande diâmetro, são requeridos deslocamentos entre 0,5% e 1% do diâmetro do fuste,
usualmente menor que 10mm. A mobilização da resistência de ponta está relacionada com o
tamanho da base e em média, precisam ocorrer deslocamentos da ordem de 5% a 10% (às vezes até
20% do diâmetro da base da estaca).
(Fellenius B. H., 1980) comenta que a carga de rotura deve estar baseada em alguma regra
matemática e deve reproduzir um valor que seja independente das relações de escala e da opinião
individual do intérprete. De certo modo, a forma da curva carga-assentamento deveria ser
considerada ou, então a geometria da estaca, o que a curva reflete indiretamente.
Portanto a escolha de um critério para definir a carga de rotura é um fator fundamental na
análise dos resultados. Os trabalhos de Vesic (1977), Kuhawy & Hirany (1989) e Gutiérrez (1993),
entre outros, apud (Novas, 2002), mostram que existe um número variado de critérios de
interpretação de provas de carga em estacas. Esses critérios são agrupados por Hirany e Kulhawy
(1989) em 3 tipos: limitação do assentamento, construções gráficas e modelos matemáticos.
Velloso e Lopes (2002) agrupam esses critérios em 4 categorias (Figura 2-4):
(1) Critérios que se baseiam num valor absoluto de assentamento (pode ser total, plástico ou
residual obtido após o descarregamento) ou relativo ao diâmetro da estaca;
(2) Critérios que se baseiam na aplicação de uma regra geométrica à curva;
14
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

(3) Critérios que buscam uma assíntota vertical;


(4) Critérios que caracterizam a rotura por encurtamento elástico da estaca somado a uma
percentagem do diâmetro da base.
Aoki e outros (1998) também dividem em 4 grupos: do assentamento limite, da deformabilidade
limite, da intersecção das fases pseudo-elástica e pseudo-plástica, e da forma matemática.

Figura 2-4 Interpretação da curva carga-assentamento (Velloso e Lopes, 2002)

Métodos de interpretação por ajuste de uma função

2.3.2.1 Método de Van der Veen (1953)

Van der Veen (1953) propôs um método utilizado com frequência para extrapolar a curva carga-
assentamento, através de uma função exponencial, a partir de uma série de provas de carga
realizadas em Amsterdão. A equação que define a curva é:

15
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Método de Van der Veen (1953)

(Equação 2-1)

Onde: Q = carga de ensaio na estaca


Q = carga de rotura ou carga de ajustada estaca
R

r = deslocamento causado pela carga Q

A partir da expressão anterior, é possível deduzir uma relação linear entre o valor Ln(1- Q/QR)
e o assentamento r. Assim, no método de Van der Veen (1953), partindo de um valor de QR
qualquer, calculam-se os valores correspondentes de Ln(1- Q/QR). Esses valores são registados em
função do assentamento. Várias tentativas são realizadas com outros valores de QR até o gráfico
resultar linear. Quando os pontos se aproximam de uma reta a carga arbitrada para QR representa
a carga de rotura da estaca (Van der Veen, 1953).

2.3.2.2 Método de Brinch Hansen (1963)

O método proposto por Brinch Hansen (1963), apud Aoki e outros (1998), reconhecido como
critério referente a 80% (Figura 2-5), considera a curva carga-assentamento como uma parábola, e
a carga de rotura é a correspondente ao assentamento quatro vezes maior que o assentamento
medido para 80% daquela carga (Hansen, 1963). A curva traçada é [(s1/2)/Q] x s, onde “s” é o
assentamento e “Q” a carga. A carga de rotura é o ponto da curva de coordenadas (Qu; su), onde:

Método de Brinch Hansen (1963)

(Equação 2-2)

16
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Método de Brinch Hansen – Assentamento

(Equação 2-3)

Figura 2-5 Método de Brinch Hansen/80%.

Quando o ponto de coordenadas (0,80.Q ; 0,25.s ) também estiver contido na curva. Nestas
u u
expressões, C coeficiente angular da reta e C o intercepto no eixo das ordenadas.
1 2

2.3.2.3 Método de Chin (1970)

O método de Chin (1970), apud Aoki e outros (1998) nem sempre é apropriado aos ensaios de
SML realizados de acordo com a norma brasileira, pois foi desenvolvido para estágios de carga com
tempos de aplicação constantes. Desde que atendida esta condição, o método pode ser aplicado
em ensaio lento ou rápido. Considera que, mas proximidades da rotura, a curva “carga-
assentamento” seja hiperbólica. O assentamento dividido pela carga, é registado em gráfico em
função do assentamento (Figura 2-6). Determina-se o coeficiente angular do segmento que resulta
reto, sendo o inverso deste valor a carga de rotura (Chin, 1970).

17
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 2-6 Método de Chin (Apud (Godoy, 1983)).

2.3.2.4 Método Mazurkiewicz (1972)

Mazurkiewicz (1972) apresentou um método de extrapolação da curva carga-assentamento,


admitindo a curva como parabólica. Para obter a carga de rotura provável da estaca o método
constrói uma curva extrapolada por meios geométricos. A curva é dividida em partes que
correspondem a assentamentos iguais. Pelos pontos assim obtidos são traçadas retas verticais e,
onde estas intercetam o eixo das cargas, são traçadas retas a 45° com a horizontal, até
intercetarem as verticais correspondentes aos pontos seguintes (Figura 2-7) (Mazurkiewiecz, 1972).
Pelos pontos obtidos traça-se a reta resultante, cuja intersecção com o eixo das abcissas fornece
a carga de rotura (apud Fellenius, 1975)

18
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 2-7 Método de Mazurkiewicz.

2.3.2.5 Método Massad (1986)

Massad (1986) apresentou um método similar aos anteriores, com base nos mesmos princípios,
utilizando uma função polinomial. O trabalho de (Massad, 1986) também tem grande mérito de
mostrar que o método de Van der Veen (1953) e de Mazurkiewicz (1972) são equivalentes.
O método relaciona uma série de assentamentos igualmente espaçados com valores de cargas
associados e registados num gráfico de Qn+1 como uma função de Qn, que deve corresponder a
uma reta. O cruzamento desta reta com uma linha a 45° determina a carga de rotura (Figura 2-8).
Segundo o autor, uma maior precisão de cálculo pode ser obtida através de uma regressão linear
pelo método dos mínimos quadrados conforme a equação:

Método de Massad (1986)

…………………………………………………………………………….(Equação 2-4)

em que os valores de “a” e “b” são obtidos da regressão linear pelos pontos (Q Q ) e a carga de
n; n+1

rotura é dada por:

(Equação 2-5)

19
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Uma das vantagens do método de Massad (1986), segundo o autor, sobre o de Mazurkiewcz
(1972) é a melhor precisão, porque elimina uma operação (Qn ; Qn+1).

Figura 2-8 Método de Massad (1986).

Outra vantagem em relação ao método de Van der Veen (1953), é que este requer tempo para
escolher o valor correto para a carga de rotura. O método de Massad (1972) é obtido a de forma
direta, além disso, permite uma verificação contínua do ensaio e uma previsão da carga máxima,
se for feito um gráfico simultâneo durante o ensaio.

2.3.2.6 Método de Décourt (1996)

Décourt (1996) apresenta uma maneira de se introduzir a rotura que então é definida com base
no conceito de rigidez. Em que rigidez “R” é definida como a relação entre a carga aplicada a uma
fundação e o assentamento que ela acarreta.

Método de Décourt (1996)

(Equação 2-6)

A aplicação prática desse conceito se faz através do chamado Gráfico da Rigidez (Figura 2-9).
Colocando-se o valor de rigidez em ordenadas e o valor da carga em abcissas. A rigidez,

20
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

tipicamente, diminui com o aumento da carga e sendo o ensaio levado até valores pequenos de
rigidez, irá permitir que através de extrapolações criteriosas, seja obtido o ponto de rigidez nula,
que por definição está associada à carga de rotura física (Décourt, 1996).

Figura 2-9 Método da Rigidez (Décourt, 1996).

Métodos de interpretação pelo ponto de inflexão

2.3.3.1 Norma Sueca e De Beer (1967-68)

(Velloso & Lopes, 2002), citam a Norma Sueca e o critério que reconhece como rotura o ponto
de maior curvatura na curva carga-assentamento. Esses mesmos autores comentam sobre um
método alternativo em que a rotura é caracterizada pelo ponto de inflexão no gráfico log Q – log r
(proposto por (De Beer, 1967-68)).

2.3.3.2 Houssel (1956)


O método de (Houssel, 1956) foi desenvolvido para estágios de cargas aplicadas em intervalos
de tempo constantes, baseado no aumento significativo dos deslocamentos medidos na cabeça da
estaca na segunda metade do estágio de carregamento denominados “creep”, colocados no gráfico
contra as cargas aplicadas. Este gráfico fornecerá duas retas, cuja interseção corresponde ao valor da
carga de rotura.

Métodos de interpretação a partir da tangente inicial

2.3.4.1 Método de Inclinação de Tangentes

Segundo Kulhawy F.H. & Hirany A. (1989), o método da inclinação de tangentes (“slope tangent
method”), é uma modificação do método de Davisson (1972). Nesse método, assume-se que o
segmento inicial linear da curva carga-assentamento é representativo do comportamento elástico

21
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

da estaca (apud Novas, 2002). Uma linha, paralela ao segmento inicial linear da curva carga-
assentamento, é desenhada a uma distância de 4mm da origem do eixo dos deslocamentos,
conforme a Figura 2-10. A carga correspondente à intersecção desta linha com a curva carga-
assentamento é definida como a carga de rotura da estaca.

Figura 2-10 Definição da carga de rotura, método “slope tangent”.

2.3.4.2 Método de Butller e Hoy (1970)

O método Butller e Hoy, (apud Aoki e outros, 1998) considera a reta da fase pseudo-elástica
como paralela à linha de compressão elástica da estaca, a reta pseudo-plástica como tangente à
curva com inclinação de 0,05 polegadas (0,127cm) para 1tf (9,80kN). O resultado obtido caracteriza
a rotura iminente da fundação.

2.3.4.3 Método de Davisson (Norma Canadense) (1972)

O método de Davisson (1972), apud (Velloso P. P., 1987) sugere que a carga limite seja definida
como a que excede a compressão elástica da estaca de um valor a 4mm, acrescido de um fator que
depende do diâmetro da estaca. Este método, apropriado para provas de carga do tipo CRP, conduz
a carga limite muito reduzida no ensaio SML. A Figura 2-4c apresenta a representação gráfica deste
método, cuja expressão é apresentada a seguir:

Método de Davisson (1972)

(Equação 2-7)

22
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Onde:
ru = assentamento de rotura convencional
Q = carga de rotura convencional
L = comprimento da estaca
D = diâmetro do círculo circunscrito à estaca
A = área da seção transversal da estaca
E = módulo de elasticidade do material da estaca

2.3.4.4 Norma Brasileira (1996)

O método da NBR6122 (ABNT, 1996) que segue a norma canadense define a carga de rotura de
forma similar ao anterior, através da soma de duas parcelas de deformação da estaca: uma elástica
e uma plástica. Desse modo a carga de rotura corresponde ao assentamento, obtido na curva carga-
deslocamento, calculado pela expressão a seguir:

Norma Brasileira NBR6122 (1996)

(Equação 2-8)

Assim, a equação 2-8 define a carga de rotura da estaca como aquela que provoca, além do
assentamento elástico da estaca como elemento estrutural, um assentamento plástico adicional
estimado em 1/30 do diâmetro da estaca. Este critério deve ser utilizado em provas de carga que
apresentem assentamentos consideráveis, acima de D/30.
Lopes (1979) apud Velloso e Lopes (2002) sugere que a carga de rotura seja definida de forma
semelhante à norma canadense ou brasileira, porém incluindo uma estimativa mais realista do
encurtamento elástico e um deslocamento de ponta maior. A rotura seria definida pelo
assentamento (Figura 2-4d):

Norma Brasileira NBR6122 (1996)

(Equação 2-9)

23
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Onde:
ru = assentamento de rotura convencional
Q = parcela correspondente à resistência de ponta
P

Q = parcela correspondente à resistência do atrito lateral ao longo do fuste


L

η = fator de modo de distribuição do atrito lateral


ξ = fator de mobilização da resistência de ponta (adotado valor igual a 0,05).

Métodos de interpretação a partir de um deslocamento igual a uma


percentagem do diâmetro

Nesta categoria estão as normas ou códigos de algumas cidades americanas (Nova York, Boston).
A carga de rotura é obtida para valores de assentamento da ordem de 25mm. Segundo Velloso e
Lopez (2002), quando se estabelece valores absolutos, esses critérios não reconhecem fatos básicos
sobre a mobilização do atrito e resistência de ponta ou base de estacas. Estes critérios passam a
ser mais realistas quando estabelecem valores relativos ao diâmetro.
Vesic (1977) sugeriu que o atrito lateral seria mobilizado com deslocamentos da ordem de 2%
do diâmetro do fuste e a resistência de ponta ou base com deslocamentos da ordem de 10% do
diâmetro da base (Vesic, 1977). A experiência de Velloso e Lopes (op. cit.) em estacas cravadas
indicam que esses valores são elevados, sugerindo que o atrito lateral seria mobilizado até 1% do
diâmetro e a rotura de base até 5% do diâmetro da base. Porém, para estacas escavadas, os
assentamentos necessários poderiam ser maiores, contudo fica difícil caracterizar a rotura desse
tipo de estaca, a não ser que seja adotada uma rotura convencional, por exemplo, adotando um
assentamento de 10% do diâmetro para caracterizá-la.
Segundo Milititsky (1991) o valor de assentamento corresponde a 10% diâmetro é adotado pela
norma inglesa para estacas escavadas para carga de rotura (BSI – CP2004).

24
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

3 Descrição do processo de cravação estacas dúcteis


Este ponto do trabalho trata de descrever o que são e como são executadas as estacas dúcteis
(Schrattenthaler, 2008). Descreve-se o processo, regulamentação, vantagens e limitações da
metodologia, processo de execução e aspetos construtivos das mesmas, equipamentos e materiais.

3.1 Origem das estacas dúcteis cravadas


A metodologia de estacas dúcteis cravadas foi introduzida no mercado das fundações especiais
há cerca de 40 anos. A metodologia foi inventada por Gustavsberg Foundry na Suécia nos anos 1970,
inspirada na resistência dos tubos usados na prospeção do petróleo. No entanto foi na Alemanha
que começaram a ser produzidos nos anos 1980.

3.2 Descrição do Sistema de Fundações


A estaca dúctil cravada é um sistema de fundação simples. Os diâmetros da estaca podem ser
de Ø118mm e Ø170mm e as espessuras da parede variam de 7,5mm a 12,5mm. O comprimento da
secção padrão é de 5,95m para as estacas dúcteis de Ø118mm e 5,90m para as estacas dúcteis de
Ø170mm. Nesta dissertação, os tubos de estaca dúctil usados são os de Ø118mm e espessura
7,5mm.
Todos os tubos têm uma união macho-fêmea (Figura 3-1) para engatar totalmente tubo a tubo.
Isso permite que as secções de estacas individuais sejam conectadas a uma à outra estaca dúctil
de qualquer comprimento sem o uso de ferramentas especiais.

Figura 3-1 União macho-fêmea de uma estaca dúctil (Fonte: prospeto EDC BAUER 2018).

As estacas dúcteis são cravadas no solo no total do seu comprimento com o uso de um martelo
hidráulico de alta frequência de alto impacto. A secção de partida está equipada com a ponteira

25
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

da estaca dúctil. Antes de se iniciar a cravação, no tubo de estaca inicial deve cortar-se cerca de
20cm, o que corresponde à ponta afunilada do tubo (Figuras 3-2a e 3-2b).

Figura 3-2a Processo de corte do tubo. Figura 3-2b Tubo EDC cortado.

O martelo hidráulico pode ser montado numa escavadora hidráulica convencional com um peso
operacional entre 30 e 40 tons ou numa máquina de estacas. Ao completar o processo de cravação,
qualquer excesso de comprimento do tubo é simplesmente cortado para o nível de corte da estaca
dúctil com uma rebarbadora e reutilizado como "tubo de ligação" para a próxima estaca, no caso
de ter um comprimento ≥ a 1,0m. A estaca dúctil é posteriormente preenchida com betão.
Dependendo da transferência de carga necessária para o subsolo, a estaca dúctil cravada pode
ser instalada como uma estaca por ponta ou não injetada ou uma estaca dúctil por atrito ou
injetada.
As estacas dúcteis cravadas injetadas são instaladas com uma ponteira sobredimensionada
montada na base da secção do tubo, criando um anel entre o eixo da estaca e o solo durante a
cravação, que é preenchido simultaneamente com betão ou argamassa para mobilizar o atrito do
eixo, dando origem às estacas com diâmetros exteriores de 200 mm, 250 mm e, em alguns casos,
300 mm. Além da aplicação de uma estaca de compressão, as estacas dúcteis podem ser usadas
também como estacas de tensão. As aplicações típicas são, plataformas de gruas-torre ou secções
de pilares de pontes. Nesta última aplicação, podem ser usadas estacas dúcteis cravadas injetadas,
onde o atrito do eixo requerido é mobilizado na área da superfície externa do corpo de betão ou
argamassa que as envolve ou estacas dúcteis inclinadas.

26
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Metodologia
As estacas dúcteis são produzidas em ferro fundido dúctil de alta resistência e em secções
individuais de = 5,95 m no caso das EDC Ø118mm.
As estacas dúcteis serão instaladas de duas maneiras, a fim de explorar ambas as metodologias
de instalação nas condições locais do solo - como estacas por ponta (não injetadas) ou como estacas
por atrito (injetadas) (Figura 3-3).

Figura 3-3 Estaca ductil por ponta (lado esquerdo) e estaca ductil por atrito (lado direito) (Prospecto
EDC BAUER).

Regulamentação
Nos trabalhos executados, que dizem respeito à conceção e instalação de estacas dúcteis
cravadas, segue-se o Regulamento Alemão de Construção (Deutsche Bauzulassung) do Instituto
Alemão de Tecnologia da Construção (Deutsches Institut für Bautechnik (Bauzulassung, s.d.) em
Berlim. No entanto, sendo a Áustria o país com mais experiência neste tipo de sistema de fundação,
os regulamentos, recomendações e experiências austríacas são usados como um guia geral.

Aplicações
A aplicação do sistema de estaca dúctil cravada é uma eficiente solução económica e técnica
em alternativa a sistemas de fundações indiretas, por exemplo, estacas ferro fundido, trado
continuo ou estacas moldadas com Ø400mm, Ø500mm e Ø600mm.

27
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tendo o conhecimento das condições de solo existente (informação geológica-geotécnica e


sísmica) e as cargas das estacas a serem transferidas (cargas horizontais e verticais) é possível
compatibilizar os projetos para esta solução de fundação indireta (Figura 3-4).

Figura 3-4 Diferentes aplicações das EDC. (Fonte: (DUROTERRA, 2019))

Algumas vantagens
O sistema de estaca dúctil cravada oferece várias e significativas vantagens sobre outro tipo de
técnicas de fundação indireta:
- Rendimentos entre os 150m e os 300m por dia de trabalho, dependendo do tipo de
estacas dúctil (EDC), comprimento da estaca, condições do solo, fornecimento de betão;
- Baixo investimento inicial em relação aos materiais (os tubos de EDC e betão) e
equipamentos auxiliares (escavador hidráulico e bomba de betão);
- A resposta vibratória durante a instalação da estaca dúctil é baixa, resultando num
processo quase livre de vibração. Os valores de velocidade máxima das partículas que são
registados durante o intervalo de cravação variam entre 1,0 e 1,5 mm / seg. (Figura 3-5),
portanto, são aceitáveis mesmo quando se trabalhar em proximidade com edifícios
históricos;

28
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 3-5 Vibrações em conformidade com a Norma DIN 4150-3:1999-02. (Prospeto EDC
BAUER, 2017)

- Quanto ao nível do ruído, a execução dos trabalhos mantém-se inferior a um


martelo pneumático, usado frequentemente em obra (Figura 3-6);

Figura 3-6 Diagrama de ruído dos equipamentos típicos em obra (dados standard). (Prospeto
EDC BAUER, 2017.)

- Redução do custo dos transportes, pois não são necessárias grandes quantidades de
betão, aço ou remoção das terras a vazadouro;
- Não é necessário o saneamento das estacas. Os trabalhos para a superestrutura
podem começar imediatamente após a conclusão das estacas dúcteis;
- É possível cortar os tubos e empalmar na estaca seguinte com o comprimento
mínimo de 1,0m;
- A capacidade de carga e o comprimento da estaca podem ser determinados no local
com base em critérios de cravação ou nega, no caso da EDC de ponta ou não injetada.

29
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

3.3 Capacidades de carga e assentamentos


A determinação da capacidade de carga das estacas dúcteis depende do padrão usado, da
geologia do local e das cargas das estruturas e esforços.
Nas Tabelas 1, 2 e 3, está referenciado a capacidade de carga de estacas de acordo com a
norma alemã (DIN EN 1994-1-1: 2010) (DIN EN 1194, s.d.), incluindo uma perda de 3,0 mm de perda
da secção de tubos devido à corrosão para estacas dúcteis não injetadas, independentemente da
agressividade real do meio ambiente e sem perda de secção para as estacas dúcteis injetadas.
A seleção da variante apropriada (estaca por ponta ou por atrito e diâmetros das EDC) depende
da carga a ser transferida e das condições do solo existentes. Normalmente, utiliza-se um fator de
segurança de η = 1,5 para as cargas a ser transferidas de 500kN até 1500kN. Em países fora da
Europa, é frequente, ser necessário um fator de segurança de η = 2,0.

Tabela 1 Dados sobre as estacas dúcteis para cálculo capacidade resistência.

Limite elástico - 0,2% (fyk) N/mm2 320


2
Força Tensão: (fy) N/mm 420
Aço ϒma 1,1
Alongamento (mínimo) % 10,0
Densidade específica kg/dm3 7,05
Factor do betão ϒc 1,5

Tabela 2 Resistência das EDC não injetadas com perda de secção do tubo de 1,5mm. (Fonte:
Handbook BAUER, 2008)

Diâmetro/Espessura
(mm) 5 7,5 9 10,6
Estaca dúctil
Peso (kg) 14,8 20,5 24,1 27,5
Ri,d Estaca (kN) 357 598 737 881
118
Preenchimento com betão
 R,id com C25/30 (kN) 510 737 868 1004
 R,id com C35/45 (kN) 571 792 920 1053

30
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tabela 3 - Resistência das EDC injetadas sem perda de secção do tubo. (Fonte: Handbook
BAUER, 2008)

Diâmetro/Espessura
(mm) 5 7,5 9 10,6
Estaca dúctil
Peso (kg) 14,8 20,5 24,1 27,5
Ri,d Estaca (kN) 516 758 897 1041
118
Preenchimento com betão
 R,id com C25/30 (kN) 669 897 1028 1164
 R,id com C35/45 (kN) 730 952 1080 1213

O assentamento de uma estaca dúctil depende da carga, das propriedades físicas do solo e do
comprimento livre da estaca dúctil. Por exemplo, o assentamento para uma estaca dúctil injetada
ou atrito de 10,0 m de comprimento com um diâmetro de 118 mm e uma carga de trabalho de 550
KN pode ser de 5,0 mm a 7,0 mm. Para estacas dúcteis não injetadas ou ponta do mesmo
comprimento o assentamento máximo pode ser de 8,0 a 10,0 mm. No entanto, estes valores de
assentamentos são analisados caso a caso, uma vez que, como acima mencionado, deve ter-se em
conta as características do solo, comportamento elástico da estaca e a carga aplicada. O valor do
assentamento, segundo a recomendação da Sociedade Geotecnia Alemã não deve exceder os 10%
do diâmetro da estaca (Normas Alemãs DIN 4020 (Testing, 1997), DIN 1054 (Normalização, 2010) e
no Eurocódigo 7 (Qualidade I. P., 1997)).

3.4 Limitações do método construtivo


A estaca dúctil cravada, no que diz respeito às técnicas tradicionais de construção de fundações
indiretas, está entre a melhoria do solo e as estacas pequeno diâmetro. As questões levantadas
abaixo são para indicar limites na aplicação com base na viabilidade técnica.

Solos Coesivos

Ao cravar as estacas dúcteis em solos coesivos consolidados recentes, o excesso de pressão da


água dos poros é geralmente induzida como resultado do efeito de deslocamento do solo. Se não
for imediatamente dissipado naturalmente, essa pressão de poros em excesso dentro do esqueleto
do solo pode simular uma resistência de penetração muito maior e, portanto, uma capacidade de
carga superestimada da camada do solo. Na prática, isso significa que o critério para cravar uma
estaca dúctil é atingido e a penetração adicional não é possível. O solo comporta-se de forma

31
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

elástica e a estaca dúctil atinge a "nega", mas falhará a carga. Em relação aos solos coesivos, pode
ser particularmente difícil, às vezes, fazer uma avaliação correta de influências específicas, como
o atrito. Neste caso, pode optar-se por estacas injetadas com o comprimento definido ou re-
cravação das estacas no caso das EDC por ponta.

Relação do número de pancadas dos ensaios SPT e DPH para solos coesivos e
solos não coesivos

Os solos coesivos com NSPT ≥60 (DPH≥ 30) e os solos não coesivos com NSPT ≥ 100 (DPH≥ 50) são
classificados como difíceis e inadequados para cravação, assim como os solos classificados como
solos coesos de consistência muito dura, conglomerados e rocha.
Os valores máximos de fricção admissíveis devem ser determinados com base em solos que
produzam as contagens mínimas de pancadas, para o Standard Penetration Test (SPT) ou
Penetrómetros Dinâmicos (DPH), para solos coesivos, NSPT > 30 pancadas ou DPH> 20 pancadas e
para solos não coesivos, NSPT > 40 pancadas ou DPH> 30 pancadas.

Corrosão

Deve-se considerar uma redução de espessura da parede de 3,0 mm do diâmetro da estaca


dúctil externa, portanto, uma redução da espessura da parede de 1,5 mm, de acordo com as
recomendações das normas Alemãs. A recomendação, pela norma ÖNORM B5013 (Institute, 1990),
de corrosão por ano depende da classificação do solo conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 4 Redução da parede do tubo da estaca/corrosão do material. (Handbook BAUER,


2008).

(1)
AS 0 : Solos não coesivos Não aplicável

AS 1: Solos com condições de baixa Sem corrosão, sem redução da espessura da


agressividade parede.

AS 2: Solo com agressividade media Redução da espessura da parede de


0,85 mm em 100 anos.

AS 3: Solos com condições elevadas de Redução da espessura da parede de


agressividade 1,85 mm em 100 anos.

Nota (1): Ver Anexo 5 com Tabela de classificação dos solos AS 0 a AS3.

32
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

3.5 Aspetos construtivos das estacas dúcteis cravadas

Materiais

3.5.1.1 Tubos das estacas – ferro fundido dúctil

O ferro fundido na forma de ferro fundido cinzento é um material muito frágil com baixa
resistência ao impacto. É, no entanto, caracterizado, em particular, pela sua alta resistência a
influências mecânicas e químicas. Para melhorar as características desfavoráveis acima referidas,
o material de ferro fundido cinzento foi desenvolvido em ferro fundido dúctil por um processo de
fabrico melhorado (propriedades do material, tais como resistência à tração e rigidez à flexão
foram significativamente melhoradas) (Figura 3-7). O tubo da estaca deve suportar o processo de
cravação sem qualquer dano.

Figura 3-7 - Transformação do ferro fundido cinzento para o férreo fundido dúctil com grafite
esferoidal.(Fonte: Handbook BAUER, 2008).

3.5.1.2 Betão

A classe de betão mais usual para preenchimento da estaca dúctil deve ser tipo C25/30 e nas
EDC injetadas o betão deve ser bombeável durante o processo de cravação (trabalhabilidade entre
2h a 4h). O tamanho máximo de grão para as estacas dúcteis deve ser ≤5 mm para permitir
bombeamento adequado (as bombas de betão têm um crivo que ajuda a eliminar os grãos maiores
de forma a evitar entupimentos e consequente paragem dos trabalhos). A Tabela 5 apresenta um
resumo das características mencionadas.
Antes do início dos trabalhos, devem ser realizados os testes de ensaio ao betão para verificar
a adequação da mistura de betão ou argamassa. O objetivo é verificar que a composição de mistura,
feita dos componentes pretendidos (por exemplo, agregados, cimento, aditivos) cumprirá os
requisitos mencionados e as especificações adicionais (por exemplo, capacidade de trabalho e
classe de resistência à compressão).

33
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tabela 5 Resumo das características do betão usado classe tipo C25/30.

Aditivo
Classe Consistência Racio Racio Teor finos Retardador
Diam. M ax. Areia Slump Cimento SIKA
M ix Betão calda fresca Cimento Agua d<0,125 presa (2-4
grão (mm) (%) (mm) 3 (EN 197) 3 UWC100 ou
(EC2) (mm) (kg/m ) w/c (kg/m ) horas)
similar
M istura Portland
C25/30 ≤5 55-60 560-620 190±20 ≥350 ≤0,6 ≥550 sim sim
Standard Tipo I ou II

Nota: Consistência de acordo com a (NP EN 12350 P. 5., 2009), Slump de acordo com a (NP EN 12350 P. 2.,
2009) e cimento de acordo com a EN197 - (Qualidade I. P., 2011)

Equipamentos

3.5.2.1 Equipamentos: Escavadora hidráulica ou máquina de estacas adaptada

Os equipamentos usados neste processo podem ser uma escavadora hidráulica ou em


alternativa, uma máquina de estacas com um adaptador para o porte do martelo hidráulico (figuras
3-8 e 3-9).

Figura 3-8 - Escavadora com martelo Figura 3-9 - Máquina de estacas do tipo
hidráulico - Dimensões. (Handbook BAUER, BAUER MBG12 com martelo instalado.
2008)

O comprimento total da estaca dúctil de Ø 118 mm com a haste é de 6,7 m, como se pode ver
na Figura 3-8 Em certas obras, por não existir esse comprimento disponível sendo necessário
escavar cerca de 1,0 m no local da estaca para aumentar a distância livre entre a estaca dúctil e a
parte inferior do martelo hidráulico e assim pode-se instalar a estaca dúctil exatamente à cota
requerida (Figuras 3-10 e 3-11).
34
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 3-10 - Abertura de roços para execução Figura 3-11 - Pormenor da abertura de roços para
das EDC. execução das EDC.

3.5.2.2 Martelo hidráulico, adaptador para cravação e haste de transmissão

Para estacas dúcteis (EDC) 118mm pode usar-se o martelo hidráulico do tipo Altas Copco
MB1700 CL (Figura 3-12).
É necessário um adaptador de unidade ou "haste de transmissão" para conduzir a estaca (figuras
3-13 e 3-14). O adaptador foi projetado para estacas dúcteis injetadas e não injetadas. Em cada
caso, é possível instalar os dois perfis dúcteis EDC Ø118mm.

Figura 3-12 Martelo Figura 3-13 Tipo de adaptador 1 Figura 3-14 Tipo adaptador 2
hidraúlico (Fonte: (Handbook BAUER, 2008). (Handbook BAUER, 2008).
Handbook BAUER, 2008).

35
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

A haste a ser usada para estacas dúcteis não injetadas (Figura 3-15) e injetadas (Figura 3-16) é
diferente de acordo com a metodologia.

Figura 3-15 Haste para estacas dúcteis não Figura 3-16 Haste para estacas dúcteis injetadas.
injetadas. (Handbook BAUER, 2008).

3.5.2.3 Ponteira para estacas dúcteis injetadas ou de atrito

As ponteiras de betão (Figuras 3-17a, 3-17b e 3-17c) estão disponíveis em 3 diâmetros


diferentes:
Ø200 mm para o tubo Ø118 mm.
Ø250 mm para o tubo Ø170 mm; dependendo das condições do solo, esta ponteira de injeção
pode ser, excecionalmente, usada para os tubos Ø118 mm.

Figura 3-17a - Ponteira para EDC injetadas.


(Fonte: Handbook BAUER, 2008)
Figura 3-17b – Ponteira para EDC injetadas.
(Neste formato de ponteira não foi necessário
fazer o corte no tubo para a saída do betão,
uma vez que a saída se dava pelas laterais da
ponteira.)

36
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 3-17c - Ponteiras para injeção. (Construída em estaleiro a partir de ponteiras de ancoragens).

3.5.2.4 Bomba de betão e mangueiras

A bomba de betão em forma de bomba de pistão deve ser


usada para os métodos de instalação de estacas dúcteis (EDC)
injetadas e não injetadas. No primeiro caso, a bomba está
presente em obra todo o tempo porque está a bombear o betão
pelo interior da estaca. No caso das EDC não injectas, a bomba
de betão só é necessária para o preenchimento interior das
mesmas. As bombas de betão recomendadas são as que têm taxa
de entrega máxima varia entre 20-25m³ / h com uma pressão
máxima de 70 a 80 bar (Figura 3-18 – bomba usada em obra do
tipo Putzmeister).

Figura 3-18 Bomba de betão tipo Putzmeister.

Instalação de estacas não injetadas (ou de ponta)

A primeira secção de estaca dúctil (secção guia) é erguida e encaixada na ponta martelo e
colocada em cima da ponteira (Figura 3-19 - meio). Em seguida, o adaptador de acionamento do
martelo hidráulico é inserido na ponta cónica do tubo (Figura 3-19 - lado direito).

37
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 3-19 Lado esquerdo Sequência da instalação de uma estaca dúctil não injetada (ou de
ponta) com a ponteira. (Fonte: prospeto EDC BAUER) Meio - Ponteira EDC não injetada ou por
ponta. (Fonte: prospeto EDC BAUER) c) Lado direito - Encaixe entre a haste de transmissão e
o tubo da EDC.

A estaca dúctil é alinhada verticalmente e posteriormente cravada uma curta distância do solo.
O tubo é cravado no terreno até o seu comprimento total. Durante a cravação deve verificar-se a
verticalidade estaca (Figura 3-19 – lado esquerdo).
Este processo é repetido até que a estaca dúctil tenha atingido a sua profundidade final (nega)
ou um critério definido (Figura 3-20a e 3-20b). Qualquer excesso de comprimento é cortado no
nível de corte de estaca dúctil (EDC) requerido. A EDC resultante do corte, pode ser utilizada (se
tiver comprimento igual ou superior a 1m).

Figura 3-20a e 3-20b Verificação do critério de nega – Estaca dúctil cravada por ponta. (Fonte:
BAUER, 2019)

38
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

A resistência à cravação das estacas dúcteis no solo é medida e registada (Figura 3-20) como
penetração em metros por segundo (m / seg.) e utilizada como critério para a capacidade de carga
das camadas de solo penetradas.
O típico critério de nega para as estacas dúcteis não injetadas é de penetração <10 mm em 20
Segundos ou poderá ser necessário reduzir o critério para as EDC não injetadas pelas condições do
solo existente ou de projeto.
Na Figura 3-21 pode ver-se uma folha de registo das EDC. Esta folha era preenchida pelo
Empreiteiro que está a executar o trabalho para ser assinada pelo Cliente. Este registo é uma parte
diária que serviu de registo de produção para a realização do auto de medição mensal.
Driving Register for Ductile Micropiles

Site: Date: Supervisor:

Pile n.º: Pile n.º: Pile n.º:

Driving Time Driving Time Depth Driving Time Driving Time Depth Driving Time Driving Time
Depth (m)
(min) (min) (m) (min) (min) (m) (min) (min)
0-1 0-1 0-1
1-2 1-2 1-2
2-3 2-3 2-3
3-4 3-4 3-4
4-5 4-5 4-5
5-6 5-6 5-6
6-7 6-7 6-7
7-8 7-8 7-8
8-9 8-9 8-9
9-10 9-10 9-10
10-11 10-11 10-11
11-12 11-12 11-12
12-13 12-13 12-13
13-14 13-14 13-14
14-15 14-15 14-15

Type of pile (g)/(ng): BDP118x7,5 Type of pile (g)/(ng): BDP118x7,5 Type of pile (g)/(ng): BDP118x7,5
Kind of driving: Shoe Kind of driving: Shoe Kind of driving: Shoe
Elevation of plug: Elevation of plug: Elevation of plug:
Refusal depth: Refusal depth: Refusal depth:
Fool-grouting: Fool-grouting: Fool-grouting:
Remarks: Remarks: Remarks:
Concrete grade: Concrete grade: Concrete grade:
Piling Ring: Piling Ring: Piling Ring:
Hammer: Hammer: Hammer:
Rig Operator: Rig Operator: Rig Operator:
Length to plataform level: Length to plataform level: Length to plataform level:

Starter pile piece length Starter pile piece length Starter pile piece length

Contractor: Client: Date:

Figura 3-21 Boletim de registo do tempo de cravação, comprimento da EDC. (Fonte: BAUER,
2018)

39
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Instalação de estacas dúcteis injetadas (ou por atrito)

O processo de instalação das estacas dúcteis injetadas é o mesmo descrito para as estacas não
injetadas. No entanto, as ponteiras de cravação utilizadas têm um diâmetro maior do que o
diâmetro do tubo das estacas dúcteis. O adaptador de acionamento do martelo hidráulico usado
para estacas dúcteis injetadas é modificado para que o betão possa ser bombeado através do tubo
vazio (Figura 3-22).
Durante a cravação, a ponteira de cravação sobredimensionada cria um anel entre o eixo da
estaca dúctil e o solo circundante, que é constantemente e simultaneamente preenchido com
betão. Como resultado, as estacas dúcteis injetadas são cercadas por um manto contínuo de betão
(Figura 3-22c).

Figura 3-22 Corte da ponta da EDC. 3-24b Ponteira de cravação. 3-24 Instalação para de uma
estaca dúctil cravada injetada (ou por atrito) (Fonte: Hanbook BAUER, 2008).

Para a saída do betão ou argamassa, corta-se uma cunha no tubo da estaca dúctil no final da
secção guia (Figura 3-22a), aproximadamente 5.0 - 8.0 cm de largura e 10.0 cm de comprimento
ou, de forma a evitar possíveis danos na ponta do tubo, pode cortar-se uma abertura triangular ou
em forma de losango entre 30,0 - 50,0 cm acima do fundo do tubo.
Usando uma bomba de betão, o betão é então bombeado através da mangueira de betão ou
argamassa e aciona o adaptador no eixo oco da estaca dúctil. A partir daí, é transportado para a
ponteira de injeção e passa pelo orifício de betão ou argamassa previamente cortado acima da
ponteira no ângulo entre o eixo da estaca e o solo. Como resultado, o anel e os espaços de poros
no solo circundante são preenchidos com betão (Figura 3-23). Durante este processo, é imperativo

40
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

garantir que a velocidade de cravação não exceda a velocidade com que o betão possa ser
bombeado para dentro do anel.

Figura 3-23 Ilustração da saída do betão e formação do anel circundante à EDC. (Fonte:
Handbook BAUER, 2008)

A quantidade de betão para as estacas dúcteis injetadas, considerando um sobre consumo de


betão de cerca de 10%, para uma EDC tipo 118 x 7.5 mm com ponteira 200 mm, cerca de betão
- 35 ltr / m);

Critério de paragem

As estacas dúcteis são cravadas no solo, com forças muito maiores, do que aqueles que
provavelmente serão impostos pelas cargas da estrutura. A velocidade de batimento de cerca de
500 a 600 batidas por minuto e pressões de operação de 160 bar a 200 bar, dependendo do tipo e
tamanho dos martelos hidráulicos, o impacto dinâmico força uma faixa entre 2.600 kN e 3.100 kN.
Nas Tabelas 6 e 7 é possível verificar a taxa de cravação para os diferentes valores de SPT, DPH e
DPM, para solos coesivos e não coesivos.
Os valores de atrito permitidos, listados nas Tabela 6 e Tabela 7, já incluem um coeficiente de
segurança de η = 2,0 comummente aplicado para a determinação da capacidade de carga externa
e são utilizados em particular para avaliar a capacidade de carga externa de estacas dúcteis.

Tabela 6 Taxa de cravação para solos não coesivos. (Adaptado Handbook BAUER, 2008).

Taxa de
Densidade NSPT DPH DPM Força de atrito
cravação
Seg. / m kN / m²
- Muito solto <4 0-2 0-4 0
5 - 10 Solto 4 - 10 3-5 4 - 11 (40)
Mediamente
10 - 20 10 - 30 6 - 15 11 - 26 80
denso
20 - 30 Denso 30 - 50 16 - 30 26 - 44 120
30 - … Muito denso > 50 > 30 > 44 150

41
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tabela 7 Taxa de cravação para solos coesivos. (Adaptado Handbook BAUER, 2008).

Taxa de
Consistência NSPT DPH DPM Força de atrito
cravação
Seg. / m kN / m²
- Muito suave 0
- Suave 0-2 0-1 0-3 0
5 - 10 Firme 3-8 2-5 3-8 (20)
10 - 15 Rígido 8 - 15 5-7 8 - 14 (40)
Muito rígido a
15 - 30 16 - 30 8 - 15 14 - 28 70
duro
30 - … Muito duro > 30 > 15 > 28 100

Capacidade de transmissão de cargas – Não injetadas (ou de ponta)

As estacas dúcteis (EDC) são encaminhadas para o solo sem injeção de betão, até uma camada
de solo competente ou fundadas no topo de uma formação rochosa ou em um subsolo parecido com
rocha (estacas de ponta).
As EDC de ponta podem utilizar completamente a capacidade de carga interna admissível,
desde que as cargas de estaca altamente concentradas possam ser absorvidas no nível de formação
geológica. Este é geralmente o caso de rocha.
Quando as EDC são incorporadas em formações de solo competentes, é imperativo que a
consistência de solos coesivos seja pelo menos firme a rígida (NSPT> 20, correspondendo a uma
velocidade de condução de 15 a 30 seg./m) e a densidade de solos coesivos é pelo menos denso a
muito denso (NSPT> 30, correspondendo a uma taxa de condução de 20 a 30 segundos / m).
Nas formações rochosas ou areias e cascalhos muito densos, a capacidade de carga máxima é
alcançada após uma baixa profundidade de penetração. A força é transferida exclusivamente na
base da estaca dúctil. Quando a estaca atinge a recusa total durante a cravação, a capacidade de
carga externa é pelo menos igual à capacidade de carga interna analítica do tubo da estaca dúctil.
Em solos densos a muito densos não coesivos e solos coesos firmes a rígidos, o critério para
terminar o processo de condução é uma taxa de penetração de 10 mm / 20 seg (o critério de
paragem pode ser adaptado ao projeto).
Particularmente em solos arenosos bem classificados com um tamanho de grão que é adequado
para a rugosidade superficial relativa da EDC, este critério para terminar o processo de cravação
pode ser menos exigente, pois podem ser alcançados excelentes valores, mesmo com estacas
dúcteis não injetadas. Os pressupostos podem ser verificados por testes de carga da estaca, que
são os casos apresentados nesta dissertação.

42
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Capacidade de transmissão de cargas – Injetadas (ou de atrito)

Ao instalar estacas dúcteis injetadas, é imperativo assegurar que um retorno visível ininterrupto
de betão ou argamassa seja mantido no nível da plataforma de trabalho. Para conseguir isso, a taxa
de cravação não deve exceder a velocidade a que a bomba de betão pode fornecer o betão. Se o
fluxo de betão for interrompido como resultado de uma taxa de cravação excessiva, a continuidade
da cobertura de betão ou argamassa em torno da EDC está em risco. Deve manter-se sempre o
betão no topo da estaca (Figuras 3.24 e 3.25), caso isso não acontece, deve parar-se a cravação e
bombear o betão até o betão está à boca da estaca e só depois continuar a cravação.

Figura 3-24 Posicionamento da estaca dúctil Figura 3-25 Cravação inicial da estaca dúctil
(esquerda). (Fonte: Handbook BAUER, 2008) com o retorno do betão injectado (direita).
(Fonte: Handbook BAUER, 2008)

Em solos menos densos, a estaca de ferro fundido dúctil é cercada com um bolbo de betão. A
carga de estaca pode ser transferida para o subsolo por meio de atrito. A formação de um corpo
de betão ao redor do eixo da estaca dúctil permite que a carga de trabalho da estaca seja
aumentada consideravelmente, particularmente em areias e cascalhos, porque em solos de grão
grosso, o atrito é consideravelmente maior entre o corpo de betão e o solo do que entre a superfície
natural do eixo da estaca com sua mínima rugosidade e o solo predominante. Em sedimentos e
argilas, o aumento do atrito pode ser conseguido aumentando o diâmetro da estaca dúctil.
O comprimento da estaca é determinado pelo nível superior da camada de suporte de carga e
o comprimento de embutimento estruturalmente requerido na formação do solo de suporte de
carga. Tal como acontece com as fundações de estaca de betão, a capacidade de carga máxima

43
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

admissível expressada em kN é determinada para cada tipo de solo individual e espessura da


camada em função dos diferentes valores de atrito.
Em geral, o projeto leva em consideração o atrito e negligencia quase sempre a resistência do
ponta. Se o critério para terminar o processo de condução, referido acima, é alcançado antes de
atingir a profundidade de projeto analítico, o solo é considerado competente. Como resultado, o
processo de cravação pode ser concluído prematuramente.

3.6 Considerações finais do capitulo


Neste capitulo descreveu-se o sistema de fundações que é a estaca dúctil cravada e betonada,
injetada quando trabalha por atrito e betonada quando trabalha por ponta. Este tipo de
metodologia tem algumas vantagens em relação a outros tipos de fundações, por exemplo, tempo
de execução, não é necessário levar as terras de furação a vazadouro e não é necessário
saneamento a estaca, sendo possível executar o maciço de encabeçamento logo que termina a
estaca. Por outro, lado existem algumas limitações, por exemplo, a geologia e corrosão. Em solos
coesivos pode acontecer o falso critério de nega. De modo geral, esta metodologia pode ser
competitiva em comparação com as estacas de trado continuo e estacas a vara kelly de 400mm,
500mm e 600mm de diâmetro ou para a metodologia de microestacas.

44
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

4 Caracterização geológica
Angola é divida em 18 províncias, entre elas, Luanda (norte) e o Bié (Sul) (Figura 4-1). A
geologia do local é um dos critérios que define a possibilidade para a execução das estacas dúcteis
cravadas. Neste capitulo descreve-se a geologia de Angola e dos locais em especifico onde se
realizaram as provas de carga.

Figura 4-1 - Mapa de Angola (Fonte: (www.mapsoftheworld.com, 2019)).

4.1 Importância da geologia na execução das estacas dúcteis


Esta metodologia é usada em solos sedimentares, arenosos ou argilosos. Em outro tipo de
terreno, por exemplos, solos rochosos ou rocha, não é aplicável. E ainda, dependendo do terreno
ser coesivo ou não coesivo – limitações do método já mencionadas no capítulo 3 (ponto 3.4) –
metodologia, estacas por ponta ou injetadas é escolhida.

45
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

4.2 Geologia Geral de Angola


No mapa geológico de Angola (Figura 4-2) pode verificar-se a subdivisão, em sete unidades
regionais (Silva, 2005). O planalto antigo que se distribui entre o Bié, Huambo até Lubango e perto
do rio Cunene. A cadeia montanhosa, apresenta o relevo acentuado, entre sudeste de Gabela,
oeste do Huambo e nordeste do Lubango. A zona de transição, que é constituída por parte de
Cabinda, Uíge e N´Dalatando. Zona meridional da bacia do Congo, relacionada com a bacia do rio
Congo e Zambeze. A Orla setentrional da bacia do Calaári, na bacia endorreica do Namibe, com
depósitos arenosos eólicos. A bacia do Zambeze, em toda a zona de drenagem do rio Zambeze e os
afluentes Pungo e Cuando. E por último a orla litoral, região situada entre o Sumbe e Cabinda,
onde surge o deserto do Namibe.
Cerca de metade do país, incluindo toda a parte leste, é composto por rochas sedimentares de
origens efusivas e metamórficas de cobertura de idade Quaternária à Terciária compreendendo
areias, arenitos quartzito, burgaus e argila. Na zona ocidental de Angola, os sedimentos marinhos
pleistocénicos a cretácicos jazem numa série de bacias costeiras (ciencia-geologia, 2019).
Na depressão geográfica centro-norte a noroeste, encontra-se sedimentos Mesozóicos a
Paleozóicos equivalentes ao supergrupo Karoo ocorrem principalmente no Graben Cassange.
Ocorrem numerosos corpos sub-vulcânicos e vulcânicos, incluindo Kimberlitos e carbonatitos ao
longo de um lineamento principal de direcção sudoeste a nordeste atravessando Angola, bem como
basaltos, doleritos, sienitos, traquitos e fonólitos.
Cinturões do Proterozóico superior ocorrem ao longo do escudo Precâmbrico, sendo os mais
importantes o Congo Ocidental, Damara e Maiombe-Macongo. Eles são caracterizados pela
ocorrência de mineralizações de metais básicos e uma variedade de minerais industriais (Figura 4-
3).
Rochas proterozoicas e arcaicas formam os escudos Angolano, Maiornbe, Kassai e Bangweulo e
o horst do Kwanza. Formações granitíco-gneissicas, meta-vulcano-sedimentar e meta-sedimentar,
(cinturões verdes) estão presentes no centro-sul de Angola (Cassinga e Menongue). O complexo
básico (ultrábasico) do Cunene ocupa uma grande parte do sudoeste do escudo Angolano.

46
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Legenda:

Figura 4-2 - Mapa da Geologia Geral de Angola. (Fonte: (ciencia-geologia, 2019))

47
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

A Figura 4-3 representa um mapa de Angola com a geologia e a identificação de alguns pontos
do País onde existem recursos minerais com interesse económico.

Figura 4-3 - Geologia e recursos minerais de Angola. (Fonte: (ciencia-geologia, 2019))

Legenda:

48
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

4.3 Atividade sísmica em Angola


Do ponto de vista tectónico, não há muita informação sobre o comportamento sísmico de Angola
(Figura 4-4). Angola tem 3 estações sismográficas em Huila, Bengo e Moxico (fonte INAMET –
Instituto Nacional Meteorologia de Angola). Embora Angola se encontre numa região
tectonicamente estável, existem alguns registos de atividade sísmica em Angola.
Em 2005, Luanda foi abalada por um tremor de terra que durou cerca de 20 segundos e que
obrigou a evacuação imediata de alguns edifícios. Foi um tremor de baixa intensidade. Não houve
vítimas nem danos materiais (fonte INAMET).
Dados estatísticos indicam que a terra já tremeu muitas vezes em Angola e, segundo os dados,
entre 1943 e 1975 foram sentidos 129 sismos no país.
Estudos divulgados pelo INAMET, em 2013, concluíram que existem duas estruturas geológicas
complexas, sendo os corredores do Lucapa e do Limpopo, que se intercetam no centro do território
angolano, formando uma zona sensível a sismos de fraca e moderada intensidade.
De acordo com o (INAMET, s.d.), em Angola existem seis zonas de atividades sísmicas. A
localidade de Chicomba inserida na zona sísmica III é a mais importante do país, e abrange as
regiões do Lubango, Chimbemba, Oncóncua e Iona.

Localização de Angola.
Figura 4-4 - Mapa registo sísmicos/Placas tectónicas. (Fonte: (docplayer.com, 2019))

49
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

4.4 Caracterização Geológica do local do ensaio – Kuito, Bié


A obra fica situada na cidade de Kuito, Bié, Angola. Geomorfologicamente a região situa-se na
Zona Planáltica de Angola. O terreno em estudo apresenta uma topografia ligeiramente aplanada.
Não foram identificados fenómenos geológicos desfavoráveis no terreno tais como o
desmoronamento ou subsidência.
A província situa-se no centro de Angola, o clima é temperado e seco, as temperaturas variam
entre 19ºC a 21ºC e existem 2 estações: de Outubro até Abril, que é quente e chuvosa; entre Maio
e Setembro que é seca, com temperaturas médias de 2ºC e 10ºC nos meses de maior frio e 18ºC até
25ºC em períodos de clima mais quente.
As formações geológicas prováveis presentes no local em estudo, de acordo com a Folha nº 4
da Carta Geológica de Angola à escala 1:1000000 (IGEO, 1988), datam possivelmente do
Paleocénico ao Holocénico (₽1-2) caracterizado por laterites, estando presentes também depósitos
arenosos superficiais (Figura 4-5).
A região está inserida na Depressão Continental do Okavango com condições propícias à
formação de laterites, que aparecem em Angola em manchas isoladas e a maior extensão se
observada situa-se entre as cidades do Kuito e Menongue (curso superior do Rio Kwanza), variando
entre 8 a 10 metros de espessura (IGEO, 1988).

Figura 4-5 - Excerto da Folha nº 4 da Carta Geológica de Angola à escala 1:1000000 (Fonte:
IGEO, 1988).

50
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Localmente verifica-se uma litologia pouco variável, bem calibrada, de elevada permeabilidade
e muito baixa coesão.
As litologias identificadas compreendem solos arenosos de granulometria muito fina a fina bem
calibrada, com alguns níveis de areia de granulometria média, com teores em silte e argila muito
reduzidos a desprezíveis, com níveis pontuais com teor em silte elevado.

Resultado dos SPT’s

Na Tabela 8 apresentam-se os resultados dos ensaios SPT e na Figura 4-7 os log´s dos ensaios
(Pimenta & Pinto, Relatório geologico geotécnico do Terreno 2 no Kuito, 2017) realizados no
terreno 2 onde se realizaram os ensaios de carga para 700kN e 250kN. No terreno 2, o número de
pancadas máximo de NSPT foi de 5. Na Figura 4-6 pode ver-se a localização das sondagens e na
Figura- 4-7 apresenta-se um dos log´s de uma sondagem.

Figura 4-6 - Localização das sondagens SPT realizadas no terreno 2. (Fonte: relatório
geológico)

Tabela 8 Resultados dos SPT realizados nos Terreno 2. (Fonte: relatório geológico).

51
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Na Tabela 9 apresenta-se a correlação entre o valor de NSPT e a resistência à compressão


simples e na Tabela 10, as correlações empíricas entre os parâmetros de resistência e a
deformidade.

Tabela 9 Correlação entre SPT, consistência das argilas e a resistência à compressão simples.
(Fonte: relatório geológico).

Tabela 10 Avaliação dos parâmetros de resistência e de deformidade em função do SPT


(correlações empíricas – uso limitado a estudos preliminares.) (Fonte: relatório geológico).

52
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Sassas

Sassas

Figura 4-7 - Exemplo do Log do SPT da sondagem S04. (Fonte: relatório geológico)

53
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Na Figura 4-8 apresentam-se os resultados dos SPT’s corrigidos. (Fonte: relatório geológico).

Figura 4-8 - Resultado do SPT corrigido para a sondagem S04 do terreno 2. (Fonte: relatório
geológico)

Na Figura 4-9 pode ver-se a fotografia das amostras retiradas no ensaio de SPT a cada 1,5m até
ao final da sondagem.

Figura 4-9 – Fotografia do solo recolhido durante a sondagem S4. (Fonte: Relatório geológico)

54
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

4.5 Caracterização geológica do local de ensaio – Corimba,


Luanda
A obra fica situada na Corimba, Luanda, Angola. O terreno em estudo apresenta uma topografia
aplanada. Não foram identificados fenómenos geológicos desfavoráveis no terreno tais como o
desmoronamento, subsidência, buracos, etc. Os furos de sondagem estão à cota média de 13,6
metros e foram identificados no terreno por GPS portátil e tendo sido corrigidos posteriormente.
De acordo com a carta geológica de Luanda, na escala 1:25000 editada pela faculdade de
ciências da Universidade Agostinho Neto, a zona de Luanda do ponto de vista de geologia de
engenharia, as formações podem agrupar-se do seguinte modo:
A sucessão estratigráfica da zona de Luanda que se apoia sobre o embasamento Pré-câmbrico
vem exposta de forma sintética no esquema que se segue (Figura 4-10).

Figura 4-10 - Excerto da coluna estratigráfica das formações presentes na zona de Luanda.
(Fonte: Carta geológica à escala 1:25000 da Faculdade Ciências da Universidade Agostinho
Neto).

As formações geológicas prováveis presentes no local em estudo, de acordo com a Folha nº 1


da Carta Geológica de Angola à escala 1:1000000 (IGEO, 1988), datam possivelmente do Holocénico
ao Pliocénico – Formação Quelo – caracterizada litologicamente por areias, argilas e laterites, e
possivelmente, a formação mais antiga datada do Miocénico Médio – Formação Luanda
caracterizado por argilas, calcários, areias e margas (Figura 4-11).
Localmente os materiais identificados caracterizam-se, de uma forma geral, por areias de
granulometria variável entre muito fina a grosseira com presença de substrato rochoso na maioria
dos furos de sondagem (Pimenta & Pinto, Relatorio geologico geotécnico Viaduto Corimba , 2018).

55
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 4-11 - Excerto da Carta geológica Angolana à escala 1:10000000 (Fonte: IGEO, 1998).
Representação sem escala.

Na Tabela 11 apresenta-se a correlação entre o valor de NSPT e a resistência à compressão


simples e na Tabela 12, as correlações empíricas entre os parâmetros de resistência e a
deformidade. Na Figura 4-12 pode visualizar-se um log de uma das sondagens realizadas no local.

Tabela 11 Resultados do teste de SPT.

Tabela 12 Avaliação dos parâmetros de resistência e deformidade em função do Nspt


(correlações empíricas – uso limitado a estudos preliminares). (Fonte: relatório geológico).

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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ah

Figura 4-12 - Log do SPT realizado na sondagem S1. (Fonte: Relatório geológico)

57
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

4.6 Considerações finais do capitulo


Neste capitulo descreveu-se de modo geral a geologia de Angola e em concreto a geologia dos
locais onde foram realizados os ensaios. A geologia do local e a sismicidade são das características
mais importantes para entender se a metodologia pode ser aplicada num determinado projeto. Nos
casos descritos onde foram realizados os ensaios, tratando-se de solos com número de pancadas
NSPT ≤ 30 e não coesivos, foi possível aplicar as estacas dúcteis cravadas conforme descrito do
capitulo 3.

58
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

5 Prova de carga para ensaio de carga à compressão


axial.
Foram realizados 4 ensaios de carga, dois dos quais em estacas dúcteis injetadas ou por atrito,
nomeadamente os ensaios de 700kN e 250kN, no Kuito e os outros dois ensaios em EDC com
capacidade de carga por ponta, os ensaios de 750kN e 400kN, em Luanda, na Corimba e na
Passarela. Na Figura 5-1, pode ver-se a diferença entre uma EDC por ponta ou não injetada e uma
por atrito ou injetada. Na Figura 5-2 pode ver-se que as estacas por ponta mobilizam a carga
sobretudo na ponta e por atrito, sobretudo lateralmente. Neste capitulo faz-se uma referencia à
questão da segurança no trabalho durante a montagem e execução do ensaio de carga. Os
procedimentos apresentados neste capítulo têm por base as recomendações da Sociedade Alemã
de Geotecnia (Anexo 1).

Figura 5-1 - Diferença entre EDC de ponta (não injetada) e de atrito (injetada). (Fonte:
Prospeto BAUER)

Figura 5-2 - Diferença entre EDC de ponta (lado esquerdo) e de atrito (lado direito). (Fonte:
Adaptado da Dissertação de R. Francisco, IST)
59
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Na Tabela 13 pode ver-se um resumo dos 4 ensaios e das características dos mesmos que vão
ser descritas neste Capitulo.

Tabela 13 Resumo das características dos ensaios de carga realizados.

Classe
Local do Estaca
Carga Armadura betão
ensaio ensaio Estacas Geologia
ensaiada (estacas (estaca
(tipo (comprimento/ reação do local
(kN) reação) ensaio e de
estaca) diâmetro)
reação)
Varão
Kuito 21m 8EDC com 21 A500NR Areia com
700 C25/30
(atrito) Ø200mm m Ø32mm com 2<NSPT<5
24m.
Varão
Kuito 10m 8EDC com A500NR Areia com
250 C25/30
(atrito) Ø200mm 10m. Ø25mm com 2<NSPT<5
12m.
Areias com
4 estacas 6 varões de
teor argila
Corimba 14,3m moldadas Ø16mm com
750 C25/30 NSPT≤30
(ponta) Ø200mm Ø620/540mm estribo
(Formação
com 10m. Ø8//20cm
de Luanda)
Areias com
Passarela 17m 8EDC com Varão S500, 15<NSPT<40
400 C25/30
(ponta) Ø118mm 16m a 18m. Ø25mm (Formação
de Luanda)

5.1 Segurança no trabalho


Durante a montagem e realização do ensaio, uma das preocupações dos técnicos e operativos
em obra é a segurança, desde a verificação da utilização dos equipamentos de proteção pessoal
(EPIs), linhas de vida em trabalhos em altura, proteção luvas, avental e máscara para soldaduras
até verificação das boas condições das cintas de elevação e ainda as condições de montagem do
ensaio.
Em todos os passos da montagem é verificada a horizontalidade e verticalidade com o nível,
assim como a centralidade ao eixo da estaca. De forma a evitar o risco de tombamento ou
60
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

balanceamento da estrutura do ensaio e para não dar origem a resultados falsos. O macaco e as
vigas são colocados de acordo com o eixo da estaca. A leitura dos aparelhos de medição, nos
defletómetros, é realizada pelo técnico que se retira logo que possível. No topo do maciço são
colocados dois defletómetros que fazem a leitura dos deslocamentos verticais e horizontais. A área
do ensaio está protegida em seu redor e existe uma distancia de segurança para a mobilidade à
volta da estrutura.
No Anexo 2 pode ver-se as medidas e ações para os riscos considerados na execução dos ensaios
de carga, assim como algumas normas de segurança usados na Alemanha.

5.2 Projeto de ensaio de carga à compressão axial


Âmbito dos ensaios

Os ensaios de carga realizados serviram para a verificação da capacidade de carga para os


futuros projetos de fundações. Na obra do Kuito, foi solicitado pelo Cliente o projeto de fundações
para as futuras instalações de um Hospital. Sendo a metodologia de TC Ø600mm mais conhecida, e
a solução de EDC não o ser, a Projetista responsável queria confirmar a capacidade de carga das
EDC uma vez que, estava a comparar a capacidade de carga das estacas ferro com injetadas e estas
teriam uma capacidade de carga inferior. Na Corimba, o ensaio de carga foi executado para a
confirmação da capacidade de carga para um projeto de EDC para um Viaduto para transito
automóvel e na Passarela, para um projeto de fundações para uma passagem superior pedonal.

Projetos dos ensaios

5.2.2.1 Ensaio de carga para estaca ductil para 700kN e 250kN

Para o ensaio de 700kN, o projeto consistiu na execução de 8 estacas dúcteis cravadas (EDC)
com 21,0m com um varão de Ø32mm em todo o comprimento das estacas de reação e uma estaca
a ensaiar como se pode ver na Figura 5-3.

61
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 5-3 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar – Ensaio de
700kN. (Fonte: Esquema ensaio carga BAUER).

Para o ensaio de 250kN, o projeto consistiu na execução de 8 estacas dúcteis cravadas (EDC)
com 10,0m com um varão de Ø20mm, com comprimento de 12m e uma estaca a ensaiar como se
pode ver na Figura 5-4.

Figura 5-4 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar – Ensaio 250kN.
(Fonte: Esquema ensaio carga BAUER).

Após a marcação das estacas de acordo com o projeto, os trabalhos iniciaram (Figura 5-4). O
betão foi realizado em obra devido à dificuldade de fornecimento do mesmo para o local da obra.
O que se revelou ser bastante eficaz, pois não houve esperas de betão, aumentando a produção

62
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

diária. Foram ainda realizados rebentamentos de cubos para a verificação da resistência do betão
e também foi feita uma estaca inicial para verificação da operacionalidade do sistema montado.

Figura 5-5 Vista geral da obra. Central de betão.

O trabalho de cravação iniciou pela execução das estacas de reação, estaca de ensaio e depois
as restantes estacas de reação para fechar o ensaio. Durante a cravação foram retiradas amostras
e betão para o rebentamento aos 3, 7 e 31 dias.
Nas figuras 5-6, 5-7, 5-8 e 5-9 pode ver-se o faseamento da execução das estacas dúcteis,
colocação do primeiro tubo e nivelamento, processo de cravação com betonagem, colocação do
varão no interior da estaca de reação e os provetes para o rebentamento.

Figura 5-7 Faseamento da


execução das EDC.
Figura 5-6 Faseamento da
execução das EDC.

63
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 5-8 Colocação do varão Figura 5-9 Provete de betão para


32mm no interior da EDC. rebentamento.

Conforme mencionado acima para o ensaio de 700kN, as estacas dúcteis cravadas injetadas
tinham no seu interior um varão de Ø32mm com o comprimento de 24m, 21m no interior do tubo
e 3m no exterior para a montagem do ensaio. Para a acoplação dos 2 varões de Ø32mm, A500NR,
inicialmente usou um acoplador (Figura 5-10).

Figura 5-10 - Acoplador para varão Ø32mm.

Procedeu-se ao aperto dos parafusos e corte dos mesmos para introdução no interior do tubo
da estaca. Após se ter terminado a estaca, introduziu-se os 2 varões acoplados e aos 15 m de
profundidade verificou-se que não era possível continuar a operação. Uma das estacas de reação
ficou com o varão com 15,0m pois o acoplador, embora com diâmetro inferior ao diâmetro interior
da estaca, não possibilitava a passagem do mesmo. Desta forma, procedeu-se à soldadura dos
varões conforme Figura 5-11. Esta foi uma questão técnica que decorreu durante o ensaio e que
foi solucionada com a opção da soldadura dos varões em vez do uso dos acopladores.

64
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 5-11 Soldadura de 2 varões de Ø20mm para acoplação dos 2 varões de Ø32mm. (Fonte:
Esquema do ensaio BAUER)

Assim que se procedeu a esta operação, não houve complicações na colocação dos varões. E as
restantes estacas ficaram com 21m no interior (Figura 5-11).
Para o ensaio de 250kN, as estacas dúcteis cravadas injetadas tinham no seu interior um varão
de Ø20mm com o comprimento de 12m, 9m no interior do tubo e 3m no exterior para a montagem
do ensaio.
Na Figura 5-12 vê-se o aspeto final do ensaio de carga. Depois o Cliente procedeu à execução
do maciço de encabeçamento.

Figura 5-12 Implementação final das estacas em obra.

65
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

5.2.2.2 Ensaio de carga para estaca ductil com 750kN e 400kN

O processo de execução deste ensaio foi semelhante ao descrito no ponto 5.2.2.1, no entanto,
este consistiu na realização de 4 estacas de reação, moldadas com Ø620/540mm, com 10m de
comprimento e instalação de 2 cabos de ancoragem com 8m de comprimentos (5m embebidos no
betão) e a estaca dúctil cravada de ensaio com o comprimento de 14,3m (Figura 5-13).

Figura 5-13 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar. (Fonte: Projeto
BAUER).

Na Figura 5-14 pode ver-se o processo de marcação das estacas moldadas de reação para início
da furação, com recurso a tubos moldadores recuperáveis.

Figura 5-14 Execução das estacas de reação – Estacas moldadas Ø620/540mm.

66
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

A Figura 5-15 mostra a execução da cravação da estaca com recurso a uma giratória Liebherr.
Uma vez que o braço da giratória não tinha altura suficiente foi necessário recorrer à execução de
um aterro conforme se pode ver na imagem abaixo.

Figura 5-15 Execução da estaca dúctil de ensaio.

Do ensaio de carga para 400kN existe apenas um relatório final do mesmo, com a informação
sobre o projeto do ensaio (Figura 5-16) e os resultados do ensaio.

Figura 5-16 – Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar. (Fonte:
Projeto BAUER).

67
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Equipamentos e sistemas de medida

Para a montagem do sistema de compressão, utilizou-se o macaco hidráulico HP565, capacidade


máxima 450bar (5543kN) (Figura 5-18) e o aparelho do tipo “Barksdale” (Figura 5-19) para
verificação da carga que estava a ser aplicada. Para a confirmação da carga aplicada também se
usou uma célula de carga do tipo “E.Meier” com capacidade até 6000kN com a leitura no aparelho
do tipo “Indipoc P1”(Figura 5-18). Os equipamentos de medição utilizados estavam calibrados e
certificados.

Figura 5-17 Macaco Hidráulico e Centralina.

Figura 5-18 Aparelho leitura célula de carga -


Indipoc P1. Figura 5-19 Aparelho controlo da carga aplicada
no macaco hidráulico.

Uma vez que a conversão da pressão do macaco hidráulico se apresenta de toneladas (tf) para
bar, foi realizado um estudo para converter a carga (kN) para a pressão (bar). Abaixo apresentam-
se os cálculos executados com base na tabela de conversão do macaco HP565 (Tabela 14).

68
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

A partir dos dados de conversão do macaco hidráulico, foi calculada uma reta (Figura 5-17) de
calibração entre a carga aplicada (kN) e a pressão (bar) do macaco hidráulico.

Tabela 14 Dados da calibração da carga (kN) para a Pressão (bar) do macaco hidráulico.

Carga Pressão Carga


(tf) (bar) (kN)
1 0,80 9,81
5 3,98 49,05
10 7,96 98,10
15 11,95 147,15
20 15,92 196,20
25 19,91 245,25

200
P- Pressão (bar)

P = -3E-08Q2 + 0,0811Q + 0,2207


150

100

50

0
0 500 1000 1500 2000 2500
Q - Carga (kN)
Figura 5-20 Dados de calibração do macaco hidráulico (kN/bar).

A partir da equação de calibração do macaco hidráulico:

P = -3E-08Q2 + 0,0811Q + 0,2207 (Equação 5-1)

Em que:
P – Pressão do macaco hidráulico (bar)
Q – Carga de ensaio (kN)

Por exemplo, para a carga de 700kN considerou-se a aplicação de 57 bar (Tabela 15).

69
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tabela 15 Resultados da aplicação da equação obtida para a aplicação da carga no macaco


HP565.

Carga Carga Pressão


(kN) (tf) (bar)
9,81 1,00 1,02
14,72 1,50 1,41
691,61 70,50 56,32
696,51 71,00 56,72
701,42 71,50 57,12
706,32 72,00 57,52
711,23 72,50 57,92

Os aparelhos de medição dos deslocamentos, os defletómetros (Figura 5-22) e o nível digital


DN03 (Figura 5-23), foram montados posteriormente. A colocação das vigas e macaco hidráulico foi
feita no dia seguinte à remoção da cofragem do maciço de encabeçamento da estaca. No entanto,
os aparelhos foram colocados um dia antes da realização do ensaio. O ensaio foi realizado após a
confirmação dos resultados do rebentamento dos provetes de betão, indicando que a capacidade
de resistência do mesmo era a esperada para a classe de C25/30.

Figura 5-21 - Defletómetros. Figura 5-22 - Nível digital DN03.

Montagem dos ensaios

Após a execução das estacas de reação e a estaca de ensaio procedeu-se à execução do maciço
de encabeçamento da estaca. Este maciço tinha as dimensões de 600x600x600mm, betonado com
betão classe C25/30. Nas Figuras 5-23a, 5-23b e 5-23c e 5-23d pode ver-se a sequência da
construção do maciço.

70
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 5-23 a - Exemplo de ligação entre Figura 5-23b - Abertura da base para

EDC e o maciço de encabeçamento. execução do maciço.

(Fonte: BAUER).

Figura 5-23d - Maciço de encabeçamento.

Figura 5-23c - Cofragem para a execução


do maciço.

Após a execução do maciço de encabeçamento, procedeu-se à montagem do ensaio (Figura 5-


24a. Os trabalhos foram realizados com a ajuda de uma grua para a colocação dos equipamentos.
Na Figura 5-24b pode ver-se o processo executivo da colocação da viga de distribuição onde vai
pousar o macaco. Esta placa deve estar centrada com o eixo da estaca para evitar excentricidades
e balanceamento das vigas de reação (ponto 5.1 – Segurança no trabalho). Na figura 5-24c observa-
se a montagem das vigas de reação. Também se verifica se estão niveladas e centradas com o eixo
da estaca. Não foi possível medir as resistências da ponta e do fuste pois não havia a instrumentação
tal.

71
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 5-24a Esquema montagem do macaco e célula de carga. (Fonte: Projeto de ensaio
BAUER, 2018).

Figura 5-24b Colocação da placa para distribuição da carga entre maciço e o macaco.

Figura 5-24c Montagem das vigas metálicas de distribuição carga.

72
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 5-24d Colocação das vigas transversais e chapas para suporte das vigas de carga.
Esquema das soldaduras das chapas aos varões Ø32mm

Figura 5-24e Esquema da montagem do aparelho de medição – réguas e deflectómetros.


Aspecto final do ensaio. (Fonte: Relatório obra).

Nas figuras 5-24d e 5-24e representam o aspeto final do ensaio, com todos os equipamentos de
reação e de medida do ensaio (ASTM1143).
Nas figuras 5-25 e 5-26 pode ver-se a montagem do ensaio para a carga de 750kN e 400KkN,
vigas de equilíbrio, placas de distribuição de carga do macaco, macaco hidráulico e célula de carga.
Faltava ainda montar os aparelhos de leitura, os defletómetros, réguas de leitura, nível digital e
leitores da célula de carga e da carga do macaco hidráulico.

73
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 5-25 Montagem final do ensaio de Figura 5-26 - Montagem final do ensaio de
carga para 750kN. carga para 400kN. (Fonte: Prospeto BAUER).

Patamares de carga e descarga

Os patamares de carga e descarga foram realizados de acordo com as recomendações da


Sociedade de Geotecnia Alemã (Anexo 1) desta dissertação. O ensaio durou cerca de 24h tendo em
conta os patamares de carga e descarga. Os patamares de subida duraram aproximadamente 1h e
nos patamares de carga metade da carga máxima e na carga máxima, aproximadamente 6h cada
um.
Nas tabelas 16, 17 18 e 19 pode ver-se os patamares de carga e descarga e o tempo de
permanência em cada um.

Tabela 16 Patamares de carga e descarga – Ensaio Kuito 700kN. (Fonte: Relatório BAUER).

Time (min) Load Table (kN)


1 50
60 90
60 175
60 260
360 350
10 175
10 50
60 90
60 175
60 260
60 350
60 430
60 525
60 610
360 700
10 525
10 350
10 175
1 50

74
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tabela 17 Patamares de carga e descarga – Ensaio Corimba 750kN. (Fonte: Relatório BAUER)

Time (min) Load Table (kN)


1 50
60 90
60 180
60 280
360 375
10 180
10 50
60 90
60 180
60 280
60 375
60 465
60 560
60 610
360 750
10 560
10 375
10 180
1 50

Tabela 18 Patamares de carga e descarga – Ensaio 250kN. (Fonte: Relatório BAUER)

Time (min) Load Table (kN)


1 20
60 50
60 75
60 100
360 125
10 75
10
60 50
60 75
60 100
60 125
60 150
60 175
60 200
60 225
360 250
10 175
10 125
10 75
10 20

Tabela 19 Patamares de carga e descarga – Ensaio 400kN. (Fonte: Relatório BAUER


Time (min) Load Table (kN)
1 50
60 100
60 150
60 200
10 150
10 100
10 50
360 200
60 250
60 300
60 350
360 400
10 300
10 200
10 50
75
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Registos dos ensaios

Os resultados dos deslocamentos observados durante o ensaio são registados num documento
(figuras 5-27, 5-28, 5-29 e 5-30) e foram sendo analisados. Por exemplo, os deslocamentos
horizontais Hy e Hx. O deslocamento Hy, inicia no valor de 10mm e durante o ensaio este valor
sobe. O deslocamento Hx, inicia com o valor de 20mm e durante o processo de carga, este valor
baixa (10≤ (Hx, Hy) ≤20 (mm)).

Data acquisicion of test pile


Place construction: AO 173 - Hospital kuito Pile top movement
Pile Nº.: Pile Test Vertical Horizontal
With leveling NA3000
Manometer With precision dial gauge With precision dial gauge
Reading Running
Load Time Temp Pressure Fix 1 k1 K2 K3 m1 m2 U1 U2 U3 Hx Hy
after day
o
min (kN) Nr h:min C bar mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm
1 35 0 15:43 30,6 3 383,50 382,23 380,92 381,90 380,30 381,42 0,48 0,50 0,04 19,42 10,97
1 90 0 15:44 30,6 7 383,53 382,26 380,66 381,28 380,32 381,45 0,55 0,60 0,37 19,25 10,98
5 90 0 15:45 30,6 7 383,30 382,24 381,23 380,66 380,32 381,41 0,85 0,80 0,37 19,25 10,98
10 90 0 15:50 30,6 7 383,12 382,22 381,22 380,64 380,32 381,44 0,86 0,80 0,37 19,25 10,97
15 90 0 16:00 30,6 7 383,36 382,23 381,28 380,67 380,34 381,51 0,86 0,80 0,37 19,25 10,98
30 90 0 16:16 30,6 7 383,09 382,30 381,27 380,65 380,35 381,45 0,86 0,80 0,37 19,25 10,98
45 90 0 16:31 30,6 7 383,07 382,28 381,26 380,66 380,37 381,47 0,86 0,80 0,37 19,25 10,98
60 90 0 16:46 30,6 7 383,04 382,26 381,26 380,65 380,38 381,46 0,86 0,80 0,37 19,25 10,98

Figura 5-27 Excerto do documento de registo dos deslocamentos ensaio 700kN. (Fonte: Relatório
BAUER)

Data acquisicion of test pile


Place construction: AO 177 - Hospital Kuito 2 Pile top movement
Pile Nº.: Pile Test 12,5 Vertical Horizontal
Hidraulic
With leveling NA3000 With precision dial gauge With precision dial gauge
Jack HP565
Reading Running
Load Load Time Temp Pressure Fix 1 k1 K2 K3 m1 m2 U1 U2 U3 Hx Hy
after day
o
min kN ton Nr h:min C bar mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm
1 25 3 1 11:00 29,0 2 509,59 373,44 373,85 374,53 373,41 374,40 0,00 0,00 0,00 20,00 10,00
1 50 5 1 11:01 29,0 4 509,61 373,51 373,82 374,52 373,34 374,41 0,03 0,01 0,02 20,03 10,02
5 50 5 1 11:06 29,0 4 509,59 373,46 373,79 374,50 373,38 374,36 0,04 0,02 0,03 20,03 10,02
10 50 5 1 11:06 29,0 4 509,51 373,44 373,76 374,47 373,32 374,33 0,06 0,03 0,04 20,03 10,02
20 50 5 1 11:26 29,0 4 509,62 373,42 373,78 374,45 373,32 374,31 0,07 0,05 0,04 20,01 10,02
40 50 5 1 11:46 29,0 4 509,59 373,46 373,74 374,51 373,40 374,34 0,06 0,04 0,04 20,01 10,05
60 50 5 1 12:06 29,0 4 509,57 373,41 373,76 374,46 373,33 374,31 0,11 0,04 0,03 20,07 10,15

Figura 5-28 Excerto do documento de registo dos deslocamentos. (Fonte: Relatório BAUER)

Data acquisicion of test pile


Place construction: AO 174 - Viaduto Corimba Pile top movement
Pile Nº.: Pile Test 12,5 Vertical Horizontal
Hidraulic
With leveling NA3000 With precision dial gauge With precision dial gauge
Jack HP565
Reading Running
Load Time Temp Pressure Fix 1 k1 K2 K3 m1 m2 U1 U2 U3 Hx Hy
after day
o
min kN Nr h:min C bar mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm
1 50 1 13h20 34,0 4 157,14 154,04 153,65 153,27 153,54 154,69 0,00 0,00 0,00 21,00 10,00
1 90 1 13h21 34,0 8 157,07 154,07 153,63 153,28 153,54 154,67 0,06 0,02 0,07 20,91 10,06
5 90 1 13h26 34,0 8 157,12 154,18 153,75 153,74 153,56 154,67 0,07 0,02 0,07 20,90 10,06
10 90 1 13h36 34,0 8 157,11 154,15 153,76 153,73 153,59 154,71 0,53 0,02 0,98 19,88 10,98
20 90 1 13h46 34,0 8 157,12 154,18 153,77 153,74 153,62 154,72 0,53 0,21 0,95 19,89 10,97
40 90 1 14h06 34,0 8 157,15 154,15 153,76 153,75 153,63 154,74 0,53 0,22 0,95 19,88 10,93
60 90 1 14h26 34,0 8 157,17 154,19 153,80 153,78 153,64 154,74 0,52 0,28 0,94 19,88 10,93

Figura 5-29 Excerto do documento de registo dos deslocamentos do ensaio 750kN. (Fonte:
Relatório BAUER)

76
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 5-30 Excerto do documento de registo dos deslocamentos do ensaio 400kN. (Fonte:
Relatório de trabalho BAUER)

5.3 Considerações finais do capitulo


Neste capitulo fez-se a abordagem ao processo de montagem dos ensaios de carga. Fez-se uma
abordagem as questões de segurança durante a montagem e também durante as leituras. Em obra,
depois das mudanças de carga em cada patamar, há um período 2 ou 3 minutos para que a estrutura
de adapte à nova carga e só depois é feita a primeira leitura. Assim que são feitas as leituras nos
defletómetros, o colaborador retira-se.
Apresentou-se os procedimentos, montagem e registos dos 4 ensaios de carga em EDC. Dois dos
ensaios realizados em estacas dúcteis cravadas que foram projetadas para distribuírem a carga por
atrito (ensaio de 700kN e 250kN) e as outros dois por ponta (ensaio de 750kN e 400kN). A montagem
e os ensaios de carga foram realizados com base nas Recomendações da Sociedade Alemã de
Geotecnia e na Norma ASTM D1143 – D 1143 -07.
No capitulo seguinte são apresentados os resultados dos ensaios e métodos interpretação da
curva carga/assentamento.

77
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

6 Resultados e discussões
Neste capitulo apresentam-se os resultados dos ensiaos de carga descritos no capitulo 5, dois
ensaios de carga em estacas dúcteis cravadas injectadas a trabalhar por atrito (700kN e 250kN, no
Kuito, para o projecto do Hospital) e dois ensaios em estacas ducteis cravadas betonadas a
trabalharem por ponta (750kN e 400kN, em Luanda, para um viaduto e para uma ponte pedonal).
As análises apresentadas neste capítulo têm por base as recomendações da Sociedade Alemã
de Geotecnia (Anexo 1).

6.1 Assentamentos dos ensaios de carga à compressão axial


Ensaio de carga a uma EDC de atrito

Neste ponto, apresentam-se os gráficos com os deslocamentos/carga registados nos 2 ensaios


de carga à compressão axial de uma estaca dúctil cravada (EDC) a trabalhar por atrito. Os 2 ensaios
foram realizados no Kuito, em solos arenosos, com EDC Ø118mm com comprimento de 21,0m para
o ensaio de 700kN (Tabela 20) e numa EDC com comprimento de 10,0m para o ensaio de 250kN
(Tabela 20). As leituras foram realizadas com defletómetros e níveis digitais conforme já explicado
no capítulo 5, no topo do maciço de encabeçamento da EDC. Na Tabela 20 apresenta-se o resumo
dos deslocamentos admissíveis e os medidos no final do ensaio.

Tabela 20 Resumo dos resultados dos deslocamentos dos ensaios.

Deslocamento
Carga de Deslocamento
Local Diâmetro máx.
ensaio do ensaio
(estaca) (D) (mm) admissível
(kN) (mm)
10%.D (mm)
Kuito
700 200 20 7,02
(atrito)

Kuito
250 200 20 2,18
(atrito)

Corimba
750 200 12 10,50
(ponta)

Passarela
400 118 12 2,76
(ponta)

No ensaio de 700kN, no topo da estaca a leitura máxima de deslocamento (s) da EDC foi de
7,02mm no final de um período de 6 horas De acordo com a curva, existe uma deformação elástica
e uma deformação plástica pouco significativa (Figura 6-1). O valor residual do deslocamento foi
de 0,83mm. As leituras dos movimentos horizontais (Hx e Hy) que o movimento excêntrico no topo
da EDC foi desprezível.
78
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Carga (kN)
0 100 200 300 400 500 600 700 800
0,0

1,0

2,0
Deslocamento (mm)

3,0 1º ciclo de
carga
4,0
2º ciclo de
5,0 carga

6,0

7,0

8,0

Figura 6-1 - Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar.

No ensaio de 250kN, no topo da estaca a leitura máxima de deformação da EDC foi de 2,18mm
no final de um período de 6 horas. De acordo com a curva, existe uma deformação elástica e uma
deformação plástica pouco significativa (Figura 6-2). O valor residual de deformação foi de
1,04mm. As leituras dos movimentos horizontais (Hx e Hy) que o movimento excêntrico no topo da
EDC foi pouco significativo.

Carga (kN)
0 100 200 300
0,0

0,5

1º ciclo de
Deslocamento (mm)

1,0 carga
2º ciclo de
carga
1,5

2,0

2,5

Figura 6-2 Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar.

79
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de carga a uma EDC de ponta

Neste ponto, apresentam-se os gráficos com os deslocamentos/carga registados nos 2 ensaios


de carga à compressão axial de uma estaca dúctil cravada (EDC) a trabalhar por ponta. Os 2 ensaios
foram realizados em Luanda, em solos arenosos da formação de Luanda, numa EDC Ø118mm, com
14,3m no ensaio de 750kN (Figura 6-5) e numa EDC com 17,0m para o ensaio de 400kN (Figura 6-
6).
No ensaio de 750kN, no topo da estaca a leitura máxima de deformação da EDC foi de 10,50mm
no final de um período de 1 hora. De acordo com a curva, existe uma deformação elástica e uma
deformação plástica muito pequena (Figura 6-3). O valor residual de deformação no final do
segundo ciclo não foi possível de determinar uma vez que o ensaio foi interrompido. As leituras dos
movimentos horizontais (Hx e Hy) que o movimento excêntrico no topo da EDC foi pouco
significativo. Neste ensaio não houve o ciclo de descarga uma vez que houve um problema com o
maciço de encabeçamento da estaca e o ensaio deu-se por terminado no último patamar de carga
ao final de 1h (Anexo 3).

Carga (kN)
0 100 200 300 400 500 600 700 800
0,0

2,0
Deslocamento (mm)

4,0
1º ciclo de carga
6,0

8,0 2º ciclo de carga

10,0

12,0

Figura 6-3 Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar.

No ensaio de 400kN, no topo da estaca a leitura máxima de deformação da EDC foi de 2,76mm
no final de um período de 6 horas. De acordo com a curva, existe uma deformação elástica e uma
deformação plástica muito pequena (Figura 6-4). As leituras dos movimentos horizontais (Hx e Hy)
que o movimento excêntrico no topo da EDC foi pouco significativo.

80
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Carga (kN)
0 100 200 300 400 500
0,0

0,5
Deslocamento (mm)

1,0
1º ciclo de
1,5 carga

2,0 2º ciclo de
carga

2,5

3,0

Figura 6-4 Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar.

6.2 Análise curvas tempo (log)/deslocamento e valor de fluência (ks)


Abaixo são apresentadas as variações dos deslocamentos em função do tempo e da carga
(figuras 6-5, 6-7, 6-9 e 6-11), assim como o valor da fluência (ks) (figuras 6-6, 6-8, 6-10 e 6-12).
Como fluência considera-se que como sendo a deformação dos materiais quando estes são sujeitos
a cargas ou tensões constantes e está em função do tempo, representada na equação:
𝒔𝟐 𝒔𝟏
𝒌𝒔 = 𝐥𝐨𝐠(𝒕𝟐 𝒕𝟏)
(Equação 6-1)

Em que s é o deslocamento (mm) e t é o tempo (min). Considerando o tempo (min) e o


deslocamento (mm), o valor de ks ≤0,25 define o momento para aplicação de novo patamar de
carga (ASTM1143).
No ensaio da EDC no Kuito, para a carga de 700 kN, o valor de ks no penúltimo patamar, e no
ensaio em Luanda, para a carga de 750kN, ao final de 1h, é superior a 0,25, nos outros ensaios o
valor de ks é inferior ao valor admissível para passar para o patamar de carga seguinte. No primeiro
caso, por questões logísticas em obra, teve de se proceder à passagem para o próximo patamar.
No segundo caso, o ensaio terminou ao final de 1h por questões de segurança.

81
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tempo (log min)

1 10 100
0,0
Carga Tempo
90 kN Ks
Deslocamento (mm)

1,0 (kN) (min)


175 kN
2,0 90 60 0,00
260 kN
175 60 0,00
3,0 350 kN 260 60 0,00
4,0 430 kN 350 360 0,00
525 kN 430 60 0,08
5,0
525 60 0,07
610 kN
6,0 610 60 0,33
700 kN
700 360 0,11
7,0

Figura 6-5 Incremento do deslocamento em cada patamar Figura 6-6 Valores de fluência do
para o ensaio de carga 700kN no Kuito. ensaio de carga 700kN no Kuito.

Tempo (log min) Carga Tempo


1 10 100 50kN ks
(kN) (min)
0 75 kN
100 kN 75 60 0,00
Deslocamento (mm)

0,5
125 kN 100 60 0,03
1 150 kN 125 360 0,09
175kN 150 60 0,09
1,5
200 kN 175 60 0,04
2 225 kN 200 60 0,09

250 kN 225 60 0,08


2,5
250 360 0,08

Figura 6-7 Incremento do deslocamento em cada Figura 6-8 Valores de fluência (ks)
patamar para o ensaio de carga 250kN no Kuito. do ensaio de carga 250kN no
Kuito.

82
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tempo (log min)

1 10 100
0,0 Carga Tempo
ks
(kN) (min)
2,0
Deslocamento (mm)

90 kN 90 60 0,00
4,0 180 kN 180 60 0,04
280 kN
280 60 0,00
6,0 375 kN
465 kN 375 360 0,02
8,0 560 kN 465 60 0,00
610 kN 560 60 0,00
10,0 750 kN
610 60 0,23
12,0 750 360 0,41

Figura 6-9 Incremento do deslocamento em cada Figura 6-10 Valores de fluência (ks)
patamar para o ensaio de carga 750kN na Corimba. do ensaio de carga 750kN na
Corimba.

Tempo (log min)

1 10 100
0,0 Carga Tempo
ks
(kN) (min)
0,5
Deslocamento (mm)

50 kN 50 60 0,00
100 kN
1,0 100 60 0,03
150 kN
200 kN 150 60 0,01
1,5
250 kN 200 360 0,00
2,0 300 kN 250 60 0,13
350 kN
300 60 0,10
2,5 400 kN
350 60 0,04
3,0 400 360 0,14

Figura 6-11 Incremento do deslocamento em cada Figura 6-12 Valores de fluência (ks)
patamar para o ensaio de carga 400kN na Passarela do ensaio de carga 400kN na
Passarela.

83
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

6.3 Resultados dos ensaios pelos métodos teóricos


Nas tabelas 21, 22, 23 e 24 apresenta-se o resumo da interpretação dos ensaios de carga pelos
métodos teóricos. Os métodos por meio de ajuste de uma função, métodos de Van der Veen, Brinch
Hansen, Mazurkiewicz, Massad e Decourt. Pelo ponto de inflexão, métodos de De Beer e Houssel.
A partir da rangente inicial, métodos da inclinação das tangentes, Butler and Hoy, Fuller e Hoy,
Davisson e NBR6122 e por último, a partir de um deslocamento igual a uma percentagem do
diâmetro da estaca, Vesic e Velloso e Lopes.

Tabela 21 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 700kN.

Método de Interpretação Ruptura Para uma % da carga de ruptura


Carga Desl. Carga Kv tag Desl.
Natureza Referência
(kN) (mm) (%) (kN) x10 (kN/mm) (mm)
1 Van der Veen (1953) 2 378 230,3 45 1 075 0,25 20,0
2 Brinch Hansen (1963) 2 300 302,0 48 1 054 0,31 20,0
Por meio de
3 Chin(1970) 2 511 2 733,5 42 1 054 0,27 17,5
ajuste de uma
4 Mazurkiewicz (1972) 3 182 171,2 39 1 228 0,21 20,0
função
5 Massad (1986) 2 107 214,0 53 1 119 0,27 19,9
6 Décourt (1999) 2 543 1 375,6 42 1 058 0,32 20,0
Pelo ponto de 7 De Beer (1967-68) 518 7,2 ---- ---- ---- ----
inflexão 8 Houssel (1956) 542 7,6 ---- ---- ---- ----
9 Inclinação das tangentes 932 16,3 ---- ---- ---- ----
10 Butker e Hoy (1970) 1 423 36,1 ---- ---- ---- ----
A partir da
11 Fuller e Hoy 1 785 68,0 ---- ---- ---- ----
tangente inicial
12 Davisson (1972) 984 5,5 ---- ---- ---- ----
13 NBR 6122 1 048 6,7 ---- ---- ---- ----
14 Vesic (1977) ruptura do fuste 286 4,0 ---- ---- ---- ----
15 Vesic (1977) ruptura do base 1054 20,0 ---- ---- ---- ----
A partir de um Velloso e Lopes (2002) ruptura
16 127 2,0 ---- ---- ---- ----
deslocamento do fuste em estacas cravadas
igual a uma Velloso e Lopes (2002) ruptura
17 666 10,0 ---- ---- ---- ----
percentagem do da base em estacas cravadas
diâmetro Milititsky (1991) referindo à
18 norma inglesa (BSI-CP2004) 1054 20,0 ---- ---- ---- ----
para estacas escavadas
Final da prova de carga 700 7,0 ---- ---- ---- ----

84
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tabela 22 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 250kN.

Método de Interpretação Ruptura Para uma % da carga de ruptura


Carga Desl. Carga Kv tag Desl.
Natureza Referência
(kN) (mm) (%) (kN) x10 (kN/mm) (mm)
1 Van der Veen (1953) 1 826 345,4 33 603 0,41 20,0
2 Brinch Hansen (1963) 1 057 288,0 49 499 0,68 20,0
Por meio de
3 Chin(1970) 1 154 2 592,2 44 502 0,61 18,2
ajuste de uma
4 Mazurkiewicz (1972) 1 063 146,0 52 553 0,53 20,0
função
5 Massad (1986) 951 146,0 57 539 0,58 20,0
6 Décourt (1999) 1 179 1 317,6 43 502 0,69 20,0
Pelo ponto de 7 De Beer (1967-68) 283 8,3 ---- ---- ---- ----
inflexão 8 Houssel (1956) 442 16,1 ---- ---- ---- ----
9 Inclinação das tangentes 331 10,6 ---- ---- ---- ----
10 Butker e Hoy (1970) 501 20,1 ---- ---- ---- ----
A partir da
11 Fuller e Hoy 670 36,0 ---- ---- ---- ----
tangente inicial
12 Davisson (1972) 240 5,5 ---- ---- ---- ----
13 NBR 6122 278 6,7 ---- ---- ---- ----
14 Vesic (1977) ruptura do fuste 135 4,0 ---- ---- ---- ----
15 Vesic (1977) ruptura do base 602 20,0 ---- ---- ---- ----
A partir de um Velloso e Lopes (2002) ruptura
16 81 2,0 ---- ---- ---- ----
deslocamento do fuste em estacas cravadas
igual a uma Velloso e Lopes (2002) ruptura
17 331 10,0 ---- ---- ---- ----
percentagem do da base em estacas cravadas
diâmetro Milititsky (1991) referindo à
18 norma inglesa (BSI-CP2004) 602 20,0 ---- ---- ---- ----
para estacas escavadas
Final da prova de carga 250 2,2 ---- ---- ---- ----

Tabela 23 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 750kN.

Método de Interpretação Ruptura Para uma % da carga de ruptura


Carga Desl. Carga Kv tag Desl.
Natureza Referência
(kN) (mm) (%) (kN) x10 (kN/mm) (mm)
1 Van der Veen (1953) 1 913 230,9 44 842 0,31 20,0
2 Brinch Hansen (1963) 2 710 516,0 34 883 0,31 20,0
Por meio de
3 Chin(1970) 2 956 4 495,5 30 887 0,28 18,0
ajuste de uma
4 Mazurkiewicz (1972) 4 589 318,0 20 936 0,24 20,0
função
5 Massad (1986) 4 392 318,0 21 936 0,24 20,0
6 Décourt (1999) 2 957 2 302,0 30 884 0,32 20,0
Pelo ponto de 7 De Beer (1967-68) 609 11,9 ---- ---- ---- ----
inflexão 8 Houssel (1956) 646 12,8 ---- ---- ---- ----
9 Inclinação das tangentes 772 16,6 ---- ---- ---- ----
10 Butker e Hoy (1970) 1 436 44,4 ---- ---- ---- ----
A partir da
11 Fuller e Hoy 1 827 76,0 ---- ---- ---- ----
tangente inicial
12 Davisson (1972) 443 5,5 ---- ---- ---- ----
13 NBR 6122 587 6,7 ---- ---- ---- ----
14 Vesic (1977) ruptura do fuste 157 4,0 ---- ---- ---- ----
15 Vesic (1977) ruptura do base 883 20,0 ---- ---- ---- ----
A partir de um Velloso e Lopes (2002) ruptura
16 78 2,0 ---- ---- ---- ----
deslocamento do fuste em estacas cravadas
igual a uma Velloso e Lopes (2002) ruptura
17 490 10,0 ---- ---- ---- ----
percentagem do da base em estacas cravadas
diâmetro Milititsky (1991) referindo à
18 norma inglesa (BSI-CP2004) 883 20,0 ---- ---- ---- ----
para estacas escavadas
Final da prova de carga 750 10,5 ---- ---- ---- ----

85
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tabela 24 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 400kN.

Método de Interpretação Ruptura Para uma % da carga de ruptura


Carga Desl. Carga Kv tag Desl.
Natureza Referência
(kN) (mm) (%) (kN) x10 (kN/mm) (mm)
1 Van der Veen (1953) 495 18,2 99 488 2,72 11,1
2 Brinch Hansen (1963) 630 38,0 85 531 0,86 12,0
Por meio de
3 Chin(1970) 648 311,5 79 512 1,02 11,5
ajuste de uma
4 Mazurkiewicz (1972) 499 98,0 98 487 2,44 11,6
função
5 Massad (1986) 495 98,0 98 483 2,41 11,4
6 Décourt (1999) 700 178,8 76 532 0,90 11,6
Pelo ponto de 7 De Beer (1967-68) 396 4,6 ---- ---- ---- ----
inflexão 8 Houssel (1956) 332 2,9 ---- ---- ---- ----
9 Inclinação das tangentes 398 4,9 ---- ---- ---- ----
10 Butker e Hoy (1970) 464 7,4 ---- ---- ---- ----
A partir da
11 Fuller e Hoy 555 15,0 ---- ---- ---- ----
tangente inicial
12 Davisson (1972) 590 4,8 ---- ---- ---- ----
13 NBR 6122 585 3,9 ---- ---- ---- ----
14 Vesic (1977) ruptura do fuste 258 2,4 ---- ---- ---- ----
15 Vesic (1977) ruptura do base 580 20,0 ---- ---- ---- ----
A partir de um Velloso e Lopes (2002) ruptura
16 169 1,2 ---- ---- ---- ----
deslocamento do fuste em estacas cravadas
igual a uma Velloso e Lopes (2002) ruptura
17 429 5,9 ---- ---- ---- ----
percentagem do da base em estacas cravadas
diâmetro Milititsky (1991) referindo à
18 norma inglesa (BSI-CP2004) 580 20,0 ---- ---- ---- ----
para estacas escavadas
Final da prova de carga 400 2,8 ---- ---- ---- ----

Por meio de um ajuste de uma função

Neste ponto apresentam-se os resultados da interpretação dos quatro ensaios realizados,


700kN, 250kN, 750kN e 400kN, pelos métodos por meio de ajuste de uma função, métodos de Van
der Veen, Brinch Hansen, Chin, Mazurkiewicz, Massad e Décourt.

86
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de 700kN - Método de Van der Veen, Brinch Hansen, Chin, Mazurkiewic, Massad e Décourt.

Figura 6-13 – Método Van der Veen Figura 6-14 Método Brinch hansen

Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 2500
0

20
Deslocamento (mm)

40
42% de Qult
60 (s = 17,5mm)

80

100

120
Figura 6-15 Método de Chin Figura 6-16 Método Mazurkiewic

Figura 6-17 Método Massad Figura 6-18 Método Décourt.

87
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de 250kN - Método de Van der Veen, Brinch Hansen, Chin, Mazurkiewic, Massad e Décourt.

Figura 6-19 – Método Van der Veen. Figura 6-20 – Método Brinc-Hansen.

Carga (kN)
0 500 1000 1500
0

50
Deslocamento (mm)

44% de Qult
100 (s = 18,2mm)

150

200

250

Figura 6-21 Método Chin. Figura 6-22 Método Mazurkiewic.

Figura 6-23 Método Massad. Figura 6-24 Método Décourt.

88
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de 750kN - Método de Van der Veen, Chin, Brinch Hansen, Mazurkiewic, Massad e Décourt.

Carga (kN)
Carga (kN) 0 500 1000 1500 2000
0 500 1000 1500 2000
0 0

10 10

20 20

Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)

30 34% de Qult
30 (s = 20mm)
44% de Qult
40 (s = 20mm) 40

50 50

60 60

70 70

Figura 6-25 Método de Van der Veen. Figura 6-26 Método Brinc-Hansen.
Carga (kN) Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 2500
0 500 1000 1500 2000 0
0

10 10
Deslocamento (mm)

20
Deslocamento (mm)

20
30
30% de Qult 30
40 (s = 18mm) 20,4% de Qult
(s = 20mm)
50 40

60 50

70
60
Figura 6-27 Método de Chin. Figura 6-28 Método Mazurkiewic.

Carga (kN)
Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 2500 0 500 1000 1500 2000
0 0

10
10
Deslocamento (mm)

20
Deslocamento (mm)

20
30
30% de Qult
30 21,3% de Qult (s = 20,04mm)
(s = 20mm) 40

40 50

50 60

70
60

Figura 6-29 Método Massad. Figura 6-30 Método Décourt.

89
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de 400kN - Método de Van der Veen, Brinch Hansen, Chin, Mazurkiewic, Massad e Décourt.

Carga (kN) Carga (kN)


0 100 200 300 400 500 600 0 200 400 600 800
0 0
2
4 5
Deslocamento (mm)

Deslocamento (mm)
10
8
10 15 85% de Qult
12 (s = 12mm)
14 99% de Qult 20
(s= 12,1mm)
16
25
18
20 30

Figura 6-31 Método Van der Veen. Figura 6-32 Método Brinch-Hansen.

Carga (kN)
0 200 400 600 800 Carga (kN)
0 0 200 400 600
0
5
10 20
Deslocamento (mm)

15
Deslocamento (mm)

79% de Qult 40 98% de Qult (s


20 (s = 11,5mm) = 12,3mm)
60
25
30 80
35
100
40
45 120

Figura 6-33 Método Chin. Figura 6-34 Método Mazurkiewic.

Carga (kN) Carga (kN)


0 100 200 300 400 500 600 0 200 400 600 800
0 0

5
5
10
Deslocamento (mm)

15
Deslocamento (mm)

98% de Qult 10
20 (s = 12,1mm)
25
15 77% de Qult
30 (s = 12,22mm)

35 20
40
45 25

Figura 6-35 Método Massad. Figura 6-36 Método Décourt.

90
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Pelo ponto de inflexão

Neste ponto apresentam-se os resultados da interpretação dos quatro ensaios realizados,


700kN, 250kN, 750kN e 400kN, pelo ponto de inflexão, métodos de De Beer e Houssel.

Ensaio de 700kN - Método de De Beer e Houssel.

Figura 6-37 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito).

Figura 6-38 Método de Houssel.

91
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de 250kN - Método de De Beer e Houssel.

Carga (kN)
0 200 400 600 800
0,0
1
0,2

0,4
Log Deslocamento

0,6

DQ/Ds
0,8 10
1,0

1,2

1,4

1,6 100
1,5 2,0 Log Carga 2,5 3,0

Figura 6-39 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito).

Carga (kN)
0 200 400 600 800
0

5
Deslocamento (mm)

10

15

20

25

30

Figura 6-40 Método de Houssel.

92
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de 750kN - Método de De Beer e Houssel.

0,0
Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000
0,2 1

0,4
Log Deslocamento

0,6

DQ/Ds
10
0,8

1,0

1,2
100
1,4
1,5 2,0 2,5 3,0
Log Carga

Figura 6-41 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito).

Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000
0
2
4
Deslocamento (mm)

6
8
10
12
14
16
18
20
Figura 6-42 Método de Houssel.

93
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de 400kN - Método de De Beer e Houssel.

-1,0
-0,8 Carga (kN)
0 100 200 300 400 500 600
-0,6 1
-0,4
Log Deslocamento

-0,2
10
0,0

DQ/Ds
0,2
0,4 100

0,6
0,8
1000
1,0
1,5 2,0 2,5 3,0
Log Carga

Figura 6-43 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito).

Carga (kN)
0 100 200 300 400 500
0

1
Deslocamento (mm)

6
Figura 6-44 Método de Houssel.

A partir da tangente inicial

Neste ponto apresentam-se os resultados da interpretação dos quatro ensaios realizados,


700kN, 250kN, 750kN e 400kN, a partir da rangente inicial, métodos da inclinação das tangentes,
Butler and Hoy, Fuller e Hoy, Davisson e NBR6122.

94
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio 700kN - Método de Inclinação das tangentes, Butler and Hoy, Davisson e NBR6122.

Carga (kN)
Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000 1200 0 500 1000 1500 2000 2500
0 0

2 20
4
40

Deslocamento (mm)
6
Deslocamento (mm)

60
8
10 80

12 100
14 120
16
140
18
20 160

Figura 6-45 Método inclinação das tangentes. Figura 6-46 Método Butler and Hoy.

Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
0

10
NBR 6122 Davisson 1972
Deslocamento (mm)

15 Qult = 1048 kN 984 kN


s na ruptura = 20 mm 18 mm
20 Ds= 7 mm 5 mm

25

30

35

Figura 6-47 Método NBR6122 e Davisson.

95
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio 250kN - Método de Inclinação das tangentes, Butler and Hoy, Davisson e NBR6122.

Carga (kN) Carga (kN)


0 100 200 300 400 500 600 0 200 400 600 800
0 0
5
5 10
Deslocamento (mm)

15

Deslocamento (mm)
10 20
25
15 30
35
20 40
45
25 50

Figura 6-48 Método Inclinação das Tangentes. Figura 6-49 Método Btler and Hoy.

Carga (kN)
0 100 200 300 400 500
0
2
4
Deslocamento (mm)

6 NBR 6122 Davisson 1972


8 Qult = 278 kN 240 kN
s na rotura = 8 mm 7 mm
10
Ds = 7 mm 5 mm
12
14
16
18

Figura 6-50 Método NBR6122 e Davisson.

96
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio 750kN - Método de Inclinação das tangentes, Butler and Hoy, Davisson e NBR6122

Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 Carga (kN)
0
0 500 1000 1500 2000 2500
0
10
20
Deslocamento (mm)

20 40

Deslocamento (mm)
60
30
80
40
100

50 120

60 140

Figura 6-51 Método Inclinação das tangentes. Figura 6-52 Método Butler and Hoy.

Carga (kN)
0 500 1000 1500
0

NBR 6122 Davisson 1972


Deslocamento (mm)

10
Qult = 587 kN 443 kN
s na ruptura = 12 mm 9 mm
15 Ds = 7 mm 5 mm

20

25

30

Figura 6-53 Métodos NBR6122 e Davisson.

97
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio 400kN - Método de Inclinação das tangentes, Butler and Hoy, Davisson e NBR6122

Carga (kN) Carga (kN)


0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 700
0 0
1 5
2
Deslocamento (mm)

10

Deslocamento ( mm)
3
15
4
20
5
6 25
7 30
8 35
9
40

Figura 6-54 Inclinação das tangentes. Figura 6-55 Método Butler and Hoy.

0 100 200 300 400 500 600 700


0
NBR 6122 Davisson 1972
5 Qult = 585 kN 590 kN
s na ruptura = 21 mm 22 mm
10 Ds = 4 mm 5 mm
Deslocamento (mm)

15

20

25

30

35

40

Figura 6-56 Métodos NBR6122 e Davisson.

A partir de um deslocamento igual a uma percentagem do diâmetro

Neste ponto apresentam-se os resultados da interpretação dos quatro ensaios realizados,


700kN, 250kN, 750kN e 400kN, a partir de um deslocamento igual a uma percentagem do diâmetro
da estaca, Vesic e Velloso e Lopes.

98
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de 700kN - Método de Vesic (rotura do fuste e rotura da base), Velloso e Lopes (rotura do
fuste e da base), Milititsky referindo a Norma Inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas.
Carga (kN)

0 500 1000 1500


0

5
Deslocamento (mm)

10

15

20

25

30

35

40

diam sult Qult


Item Referência Obs.
(%) (mm) (kN)
1 Vesic (1977) ruptura do fuste 2 4 286
2 Vesic (1977) ruptura do base 10 20 1054
3 Velloso e Lopes (2002) ruptura do fuste em estacas cravadas 1 2 127
4 Velloso e Lopes
Milititsky (1991)(2002) ruptura da base em estacas cravadas 5 10 666
referindo à norma
5 inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas 10 20 1054
6 Escolha uma fração 15 30 1307

Figura 6-57 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro.

Ensaio de 250kN - Método de Vesic (rotura do fuste e rotura da base), Velloso e Lopes (rotura do
fuste e da base), Milititsky referindo a Norma Inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas.
0 100 200 300Carga 400
(kN) 500 600 700
0

5
Deslocamento (mm)

10

15

20

25

99
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

diam sult Qult


Item Referência Obs.
(%) (mm) (kN)
1 Vesic (1977) ruptura do fuste 2 4 135,06
2 Vesic (1977) ruptura do base 10 20 601,97
3 Velloso e Lopes (2002) ruptura do fuste em estacas cravadas1 2 81,30
4 Velloso e Lopes (2002) ruptura da base em estacas cravadas5 10 330,95
Milititsky (1991) referindo à
5 norma inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas 10 20 601,97
6 Escolha uma fração 15 30 ------

Figura 6-58 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro.

Ensaio de 750kN - Método de Vesic (rotura do fuste e rotura da base), Velloso e Lopes (rotura do
fuste e da base), Milititsky referindo a Norma Inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas.

Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
0

10
Deslocamento (mm)

20

30

40

50

60

diam sult Qult


Item Referência Obs.
(%) (mm) (kN)
1 Vesic (1977) ruptura do fuste 2 4 157
2 Vesic (1977) ruptura do base 10 20 883
3 Velloso e Lopes (2002) ruptura do fuste em estacas cravadas1 2 78
4 Velloso e Lopes (2002) ruptura da base em estacas cravadas5 10 490
Milititsky (1991) referindo à
5 norma inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas 10 20 883
6 Escolha uma fração 15 30 1152

Figura 6-59 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro.

100
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio de 400kN - Método de Vesic (rotura do fuste e rotura da base), Velloso e Lopes (rotura do
fuste e da base), Milititsky referindo a Norma Inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas.

Carga (kN)
0 100 200 300 400 500 600 700
0

10
Deslocamento (mm)

15

20

25

30

35

40

diam sult Qult


Item Referência Obs.
(%) (mm) (kN)
1 Vesic (1977) ruptura do fuste 2 2,36 258,12
2 Vesic (1977) ruptura do base 10 20 579,60
3 Velloso e Lopes (2002) ruptura do fuste em estacas cravadas1 1,18 169,31
4 Velloso e Lopes (2002) ruptura da base em estacas cravadas5 5,9 429,26
Milititsky (1991) referindo à
5 norma inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas 10 20 579,60
6 Escolha uma fração 15 17,7 567,94

Figura 6-60 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro.

6.4 Considerações finais do capitulo


Os métodos que admitem a rotura como a carga correspondente a uma fração do diâmetro
podem ser considerados como de cunho prático, funcionando como orientadores para uma
estimativa preliminar do deslocamento e cargas admissíveis. Particularmente para os casos
estudados, onde a carga máxima atingida pelas provas de carga gera assentamentos
consideravelmente pequenos, eventualmente é necessária a extrapolação da carga vs.
deslocamento para a definição da carga de rotura.
No presente trabalho isso é mais evidente no caso onde a fração do diâmetro considerada é da
ordem de 15% a 20%. Conclui-se que, no caso das estacas dúcteis, como a mobilização de carga se
dá em pequenas deformações, a aplicabilidade desse método não é confiável, uma vez que exigirá
eventualmente a extrapolação da curva carga vs. deslocamento.
A respeito dos métodos que utilizam a definição de ponto de inflexão, notou-se que a aplicação
no caso das estacas estudadas não obteve sucesso. A aplicação desses métodos exige que haja um
101
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

ponto de inflexão característico da mudança de comportamento do regime elástico para o elasto-


plástico, o que definiria de certa forma a rotura do maciço da ponta da estaca.
Nas provas executadas, somente uma (a de 400kN) é que permite uma visualização parcial desse
ponto. Como é de se esperar, a mobilização de carga nesse tipo de estaca, dá-se em pequenas
deformações e, adicionalmente, como a ponta da estaca é de pequeno diâmetro, a fase elasto-
plástica é pouco visível.
O que se espera para o comportamento desse tipo de estaca é, portanto, uma mudança brusca
da fase elástica para a fase plástica. Assim, o uso de metodologias de interpretação da curva carga
vs. deslocamento em estacas dúcteis pela definição de pontos de inflexão deve ser considerada de
aplicação restrita.
Os métodos que usam a interceção de retas tangentes com a curva carga Q (kN) – deslocamento
s (mm) mostram potencial, desde que associados a métodos de extrapolação dessa curva. O uso
dessas metodologias permite separar o que é deformação gerada pelo elemento estrutural das
deformações geradas pela interação estaca solo. Isso é feito admitindo que as deformações do
elemento estrutural são regidas pela teoria da elasticidade. Conhecendo-se as características
estruturais da estaca, pode-se estimar o seu encurtamento elástico em cada etapa de carregamento
da prova de carga. Quando a esse deslocamento adicionado um deslocamento prescrito admissível
coincide com o deslocamento medido na prova de carga, pode-se dizer que foi atingido o estado
limite de serviço da obra e, portanto, a carga admissível da estaca.
Nas provas de carga estudadas essa reta tangente somente interceta a curva deslocamento
quando é extrapolada. Isso é devido as pequenas deformações geradas pelo carregamento na prova
carga.
Apesar de necessitar de uma extrapolação, se o limite da carga no ensaio é próximo da carga
admissível obtida por tais métodos, pode-se dizer que o método fará uma estimativa aceitável da
carga admissível. Apesar desse potencial, é necessário que o método de extrapolação seja
eficiente.
Nos casos estudados, foi utlizada a metodologia de extrapolação baseada em métodos que
ajustam uma função e pode-se considerar satisfatória.
Percebeu-se que os métodos que ajustam uma função à curva carga vs. deslocamento têm o
melhor potencial para a previsão da capacidade de carga para os casos estudados. Os métodos
utilizados permitiram a extrapolação com sucesso da curva carga- deslocamento obtendo-se ajustes
com boa correlação com os dados dos ensaios. Tais métodos definem a rotura através de uma
assintota que consequentemente geram elevados níveis de deslocamento considerando a carga
última. Pelo tipo de estaca que se está a tratar, esbelta e rígida, que se comporta como uma estaca
injetada ou estaca-raiz, é comum as roturas serem bruscas, como se definidas por assintotas na
102
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

curva carga vs. deslocamento. Então, apesar do ajuste dessas funções se adequarem bem aos dados
da prova de carga, a previsão de carga de rotura pela assintota está inevitavelmente a grandes
deformações.
Assim, entende-se que a definição da capacidade de carga da estaca não deve ser feita
diretamente pela assintota, mas sim por uma fração da carga última sugerida pela assintota. Esse
procedimento é normalmente usado em estacas injetadas, como as estacas-raiz ou mico-estacas.
Uma alternativa é definir a carga admissível pelo deslocamento máximo permitido ou pelo
deslocamento admissível. No presente trabalho adotou-se a carga de rotura como a carga que
geraria um deslocamento prescrito da fundação, adotado aqui como 10% do diâmetro da estaca.
Usando tal procedimento nas provas de carga discutidas no presente trabalho observa-se para
o deslocamento de 20,0mm e 11,8mm, correspondente a 10% do diâmetro das respetivas estacas,
não se nota variação significativa da capacidade de carga entre os métodos que usam ajustes de
uma função.
Uma alternativa para a definição da carga de rotura das estacas dúcteis a partir dos métodos
que ajustam funções às curvas carga vs. deslocamento é a utilização de valores de Kv prescritos ao
contrário. Isso justifica-se pelo significado de Kv, que representa a taxa de variação do
assentamento da estaca para uma variação de carga, ou seja, a tangente da curva carga-
deslocamento. Então, entendendo que o comportamento das estacas dúcteis é essencialmente
elasto-plástico, um aumento mais acentuado na inclinação da curva carga- deslocamento, refletido
por variações significativas de Kv, define o inicio do processo de rotura.
Nos casos estudados os valores de Kv são consideravelmente baixos durante a fase linear de 8
a 10 kN/mm. Na condição admissível definida pelo assentamento igual a 10% do diâmetro da estaca,
o valor de kv é da ordem dos 30 a 40kN/mm. Próximo da rotura definida pela assintota, o valor de
kv chega a valores de 100 a 200 kN/mm.
Relativamente aos procedimentos de ensaio, exceto na EDC da Corimba, para o ensaio de
750kN, em que o valor de ks no ultimo patamar, ao final de 1h, é superior a 0,25, nos outros ensaios
o valor de ks é inferior ao valor admissível para passar para o patamar seguinte. A respeito da
eficiência das estacas, para os ensaios para as cargas de 700KN e 250kN, de acordo com as
recomendações da Sociedade Alemã de Geotecnia, em que o assentamento máximo admissível é
de 20,0mm (10% do diâmetro da estaca) pode dizer-se que a EDC não atingiu o seu ponto de rotura,
assim sendo, pode considerar-se adequada para a estrutura. E ainda, para os ensaios de 750kN e
400kN, em que o assentamento máximo admissível é de 11,8mm (10% do diâmetro da estaca), pode
dizer-se que não atingiu o ponto de rotura, sendo adequada para o projeto de fundações.

103
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Percebe-se, portanto, que o resultado das provas de carga mostra que a fundação se comporta
adequadamente admitindo o deslocamento admissível está dentro da ordem de grandeza da
capacidade de carga utilizada nos projetos.

104
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

7 Conclusões e desenvolvimentos futuros


7.1 Conclusões
Neste trabalho abordou-se como tema principal o processo de execução de fundações especiais
pela metodologia conhecida como estaca dúctil cravada (EDC). Este processo consiste na cravação
de um tubo com cerca de 6m, betonado e injetado ou preenchido com betão no interior, até ao
comprimento definido ou até atingir o critério de nega, nas estacas por atrito e nas estacas por
ponta.
Esta metodologia, pode ser aplicada em alguns tipos de fundações, como edifícios, silos,
viadutos. A geologia do local e o plano de cargas dos elementos estruturais são a base para definir
se a metodologia pode ou não ser aplicada. Por exemplo, as EDC são aplicadas apenas a solos com
NSPT até 30 pancadas.
Na Europa, a Alemanha e Áustria são dos países onde mais aplicam as EDC. Em termos de
regulamentação para a execução destas estacas, esta é baseada, para além do Eurocódigo 7, nas
normas de construção Alemãs. Em Portugal, esta metodologia foi aplicada em algumas obras, por
exemplo na Igreja dos Navegantes, em Lisboa, que deu origem ao um trabalho académico em que
abordou o tema das EDC e interpretação de um ensaio de carga pelo PLAXIS 2D e previsão do
comportamento em diferentes camadas geológicas. Ainda em relação ao tema das estacas dúcteis
cravadas, existem alguns artigos, disponibilizados em alguns sítios da Internet, falando, sobre a
metodologia e alguns casos de estudo de ensaios de carga realizados em obra para avaliação da
capacidade de carga.
Neste tema de ensaios de carga, com base na leitura realizada para a execução desta
dissertação, verificou-se que existe alguma informação sobre a importância dos ensaios de carga à
compressão e à tração estáticos, especialmente para a metodologia de estacas moldadas (uma vez
que esta é a mais usual nos projetos de fundações especais).
Quanto aos métodos de interpretação dos ensaios de carga e cálculo da carga de rotura existem
várias metodologias, como por exemplo, os métodos de interpretação teórica da curva carga Q
(kN)-deslocamento s (mm), como os métodos por ajuste de uma função, por exemplo, Van der Veen
(1963) ou Chin (1970) ou os métodos do ponto de inflexão, como os métodos de de Beer e Houssel.
Estes métodos foram utilizados para a interpretação da curva carga Q (kN) – deslocamento s (mm)
nos 4 ensaios de carga realizados.
Em relação aos ensaios de carga realizados nos 4 casos de obra apresentados, com base nos
resultados obtidos e de acordo com as recomendações da Sociedade Alemã de Geotecnia, pode
verificar-se que os assentamentos tiveram valores abaixo dos admissíveis, correspondente a 10% do
diâmetro das estacas, 12mm no caso das estacas de ponta, nos dos ensaios de Luanda e 20mm para
105
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

as estacas de atrito, nos dois ensaios do Kuito. Pode verificar-se que nos ensaios de carga, na
mudança de patamar de carga, o valor de fluência foi inferior a 0,25mm de acordo com a Norma,
exceto no último patamar de carga do ensaio de 750kN, o ensaio da Corimba, porque houve um
problema entre a ligação da cabeça do maciço e a estaca e o ensaio foi dado como concluído.
Quanto à curva de carga/deslocamento, no ensaio de 250kN pode verificar-se o comportamento
típico de uma estaca de atrito, desde os primeiros níveis de carga ate ao final. No ensaio de 400kN
pode ver a curva carga/deslocamento e a mobilização inicial por atrito e depois por ponta.
Portanto, que o resultado das provas de carga mostra que a fundação se comporta adequadamente
admitindo o deslocamento admissível está dentro da ordem de grandeza da capacidade de carga
utilizada nos projetos.

7.2 Desenvolvimentos futuros


Cada vez mais, em trabalhos académicos e nos projetos de execução para fundações especiais
fala-se nos ensais de carga, em especial, os de compressão axial. Isto deve-se à importância que
os resultados dos ensaios têm para a otimização de custos no projeto e na obra.
Relativamente aos ensaios em estacas dúcteis, poderá desenvolver-se estudo de ensaios à
tração, uma vez que não foram abordados, de igual modo, ensaios de compressão dinâmicos.
Verificando-se a relação entre os ensaios à compressão estáticos e dinâmicos, poderá utilizar-se os
ensaios dinâmicos por serem mais rápidos e com menor custo para o dono de obra. Cada tipo de
ensaio, estático ou dinâmico tem as suas vantagens e desvantagens, por exemplo, o ensaio estático
é mais caro e mais moroso, no entanto, é o mais comum. Os dados entre o ensaio dinâmico e o
ensaio estático podem ser correlacionados. Assim sendo, podem utilizar-se os ensaios dinâmicos
para a obtenção de resultados e correlacioná-los para a otimização dos projetos de fundações
especiais.
Quanto à interpretação dos ensaios, poderá utilizar-se programas desenvolvidos para o estudo
do comportamento de fundações especiais, como o Plaxis 2D ou 3D, o PDA ou CAPWAY (ensaios
dinâmicos). E também, pode realizar-se a interpretação através dos ensaios SPT.
Nas recomendações da Sociedade Alemã de Geotecnia é abordado o tema da interpretação do
movimento da estaca por atrito e por ponta, no entanto, nos ensaios realizados não foram feitas
as leituras de para que se pudesse fazer essa interpretação com valores, apenas pode ser realizado
por extrapolação, assim, em futuros ensaios, poderá colocar-se leitores para a verificação do
movimento na ponta e cabeça da estaca para a análise dos movimentos da estaca ponta e atrito.
Uma vez que a segurança em obra está em primeiro lugar, relativamente ao equipamento,
poderá optar-se por utilizar equipamentos digitais (automatização) em vez de analógicos, por

106
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

exemplo no caso dos defletómetros. Desta forma, os dados são introduzidos diretamente no
aparelho de leitura ou computador, evitando-se a leitura dos mesmos debaixo da estrutura de
ensaio.

107
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

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111
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

9 Anexos

112
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Anexo 1 - Recomendações para a realização de


ensaios de carga estáticos à compressão axial
(German Society of Geotcheniques - DGGT).

Os ensaios de carga foram realizados com base na nos procedimentos da Sociedade Alemã de
Geotecnia (Liner).
Os testes de carga nas estacas são descritos nas Normas Alemãs DIN 4020, DIN 1054 e no
Eurocódigo 7 (EC 7). A Norma DIN 4020 contém os princípios gerais, enquanto na Norma DIN 1054 e
EC 7 está descrito o processo de ensaio com mais detalhe.
Os testes de carga podem servir para:
- Prova capacidade de carga de uma estaca ou grupos de estacas para um
determinado projeto;
- Verificação de projeto;
- Verificação estrutural da capacidade da estaca;
- Controlo de integridade da estaca.
Os testes de carga são especialmente necessários se:
- As condições do solo são muito variáveis;
- Teste de um novo tipo de construção.

9.1 Princípios Gerais


Os testes de carga são construídos para que os resultados reflictam antecipadamente valores
característicos que são usados no projeto da estrutura e condições do solo. Os testes devem:
- Ser construídos na localização que têm as mesmas condições geológicas das estacas
de serviço.
- As estacas de ensaio devem corresponder o mais possível as estacas de serviço. Os
métodos de construção devem ser os mesmos.
- As estacas devem ser construídas com a mesma geometria e dimensões
semelhantes. Caso não seja possível, deve ser feita uma redução cuidadosa de um rácio
½:1. As estacas com diâmetro abaixo de 800mm não devem ser reduzidas.

Comportamento do assentamento de carga.

Com a instrumentação correta é possível determinar a resistência (R) da estaca., que é divida
em resistência ponta (Rs) e resistência de ponta (Rr), assim como o deslocamento

113
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 9-1 a) Estaca com carregamento por atrito. b) Estaca com carregamento por ponta.
(Fonte: DGGT)

Para uma estaca com resistência por atrito, (Figura 9-1 a)), o valor de resistência de atrito é
alcançado depois de pequenos deslocamentos da estaca. O resultado é uma curva extensiva no
gráfico resistência-deslocamento. A carga é transferida pelo solo até à base da estaca.
O gráfico resistência-assentamento (Figura 9-1 b)) tem uma curvatura aligeirada para estacas
carga de ponta. Nestas estacas, a carga é distribuída pela estaca até a base o que aumenta os
deslocamentos.
Como não é possível determinar claramente o ponto de rotura do gráfico resistência-
assentamento, definiu-se que um certo valor de assentamento para uma determinada carga:
sg=0,1.D
Com:
sg: assentamento da estaca
D: diâmetro da estaca (Figura 9-2).
Em que o diâmetro da estaca é definido por:

Figura 9-2 Definição do diâmetro da estaca. (Fonte: DGGT)

114
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Se as estacas de serviço são usadas para ensaios de carga, a influência da pré-carga durante o
teste deve ser considerada na capacidade da estaca. Isto é especialmente necessário para estacas
longas com a carga predominante na base da estaca, para estacas de pequeno diâmetro e em solos
estratificados.

Teste de carga
Durante a realização do teste, a carga de influência (Figura 9-3) nos testes deve ser alta para
se atingir um dos seguintes critérios:
 Limite de assentamento: sg=0.1 D, sg: assentamento e D diâmetro da estaca.
 Fluência (Ks): o valor de fluência, varia em cada teste. Define o tempo do deslocamento
na estaca numa carga constante.
 Capacidade de carga do material da estaca, por exemplo, para testes de integridade.

Figura 9-3 Definição de valor de fluência Ks (mm). (Fonte: DGGT)

Condições geológicas do solo.


As estacas devem ser colocadas num determinado solo, onde os resultados adequados podem
ser esperados. A localização pode ser baseada na descrição da geologia, registo de sismicidade do
local e em ensaios de laboratório ao solo ou rocha do tipo:
i. Em solos não coesivos: testes triaxiais, uniaxiais ou corte direto;
ii. Em solos coesivos: Vane Test ou triaxiais;
iii. Análises de granulometria e limites de plasticidade;
iv. Em rocha: RQD, ensaios uniaxiais.

115
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Tipos de montagem de ensaio e instrumentação.

9.1.4.1 Tipos de montagem de ensaios


A carga aplicada deverá estar centrada em todas as direções com a estaca de ensaio. Podem
ser usadas cargas mortas, ancoragens como complemento aplicação da carga com o macaco
hidráulico (Figura 9-4).

Figura 9-4 Tipos de montagem de ensaios. (Fonte: DGGT)

i. Com suportes e cargas mortas.


ii. Com estacas de tensão.
iii. Em forma de estrela, separado com ancoragens com seção de indução de força elevada.
iv. Em forma de estrela, separado com ancoragens com seção de indução de baixa força.
v. Ancoragens com secção de indução de baixa força, paralelas à estaca de ensaio.

116
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

9.1.4.2 Instrumentação e monitorização


Antes e depois do ensaio alcançar o nível mais elevado das estacas o sistema deve ser
monitorizado. As medições dos deslocamentos podem ser efetuadas através de defletómetros. São
colocados três defletómetros para a verificação dos movimentos verticais. Para verificação de
movimentos horizontais serão colocados dois defletómetros.
A carga é aplicada através do macaco hidráulico e a carga é controlada pela célula de carga
(Figura 9-5).
O equipamento deve estar protegido para as condições meteorológicas, chuva, calor, vento e
outros distúrbios através de redes de sombreamento e vedação do local do ensaio.

Figura 9-5– Sistemas de referência para monitorização do maciço da estaca. (Fonte: DGGT)

9.2 Implementação do teste de carga


Os testes de carga para solos não coesivos devem efetuar-se após três dias e para solos coesivos,
três semanas após a execução da estaca. Para a confirmação da resistência do betão pode usar-se
os testes de rebentamento dos cubos. O intervalo de tempo entre a construção e o ensaio deve ser
até 10 dias.
Durante a execução do ensaio, e em adição ao registo dos assentamentos, o gráfico resistência-
assentamento deve ser efetuado. Assim é possível verificar o decorrer do teste e a medição do
117
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

mesmo e corrigir possíveis irregularidades. Para estágios de elevadas cargas deve registar-se o
desenvolvimento dos deslocamentos da estaca e o valor de fluência.

Estágio de carga
O número de estágios de carga (Figura 9-6) devem ser ultimados para a capacidade de ponta
em oito passos. A carga deve ser iniciada com uma pré-carga para fixar o equipamento de carga –
macaco hidráulico e os aparelhos de medida - defletómetros.

Figura 9-6 Estágios de carga. (Fonte: DGGT)

A carga deve ser aplicada de forma lenta e cuidadosa, especialmente quando a carga é
transmitida por atrito. Devem evitar-se choques e vibrações.
A carga deve manter-se constante e pode ser controlada manualmente ou com aparelhos
elétricos.
Os intervalos de tempo para a medição dos deslocamentos num estágio de carga, podem ser, 0
min, 2 min, 5 min, 10 min 20 min, 40 min, 60 min.

9.3 Avaliação de resultados – Gráficos


Para um ensaio de carga com poucos requisitos, o gráfico de resistência-assentamento é
suficiente (Figura 9-7).

118
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 9-7 Gráfico tipo do assentamento da estaca carga (kN)/assentamento(mm). (Fonte:


DGGT)

Para médios e altos requisitos será necessário elabora um gráfico com as curvas das cargas de
fluência numa escala logarítmica (Figura 9-8).

Figura 9-8 Curva de assentamento e determinação do valor de fluência. (Fonte: DGGT)

Para a medição separada da resistência de ponta e da resistência por atrito, Rs(s) e Rr(s), deve
ser realizado um gráfico com o da Figura 9-9.

119
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Figura 9-9 Gráfico da resistência de ponta e resistência atrito. (Fonte: DGGT)

9.4 Documentação do ensaio


O relatório do ensaio deve conter alguma informação, como fotografias, desenhos e alguma da
informação abaixo:
i. Localização e data do teste;
ii. Condições particulares da obra;
iii. Informação geológica-geotécnica do local;
iv. Tipo de estaca, dimensões, materiais;
v. Método de construção;
vi. Sistema de reação e estaca de ensaio;
vii. Aparelhos de carga e medição;
viii. Data, condições meteorológicas;
ix. Resultados através de gráficos e outros dados retirados do ensaio, distribuição do atrito,
distribuição das forças axiais.

120
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Anexo 2 - Riscos e ações para construção do ensaio


de carga (relatório segurança BAUER).

121
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

122
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Regras e Regulamentos aplicáveis:


BGV A 1 - German Employers Liability Association regulations, Principles of prevention.
BGV A 3 - German Employers Liability Association regulations, Electrical systems and equipment.
BGV A 5 - German Employers Liability Association regulations, First Aid.
BGV A 10 - German Employers Liability Association regulations, Construction Industry.
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BGV D 6 - German Employers Liability Association regulations, Cranes.
BGV D 8 - German Employers Liability Association regulations, Winches, elevating and pulling
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BGR 151 - German Employers Liability Association regulations, Information’s sheet on the use of
wire securing cables.
BGR 152 - German Employers Liability Association regulations, Information’s sheet on the use of
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BGI 593 - German Employers Liability Association regulations, Pollutants from welding and related
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BGI 610 - German Employers Liability Association regulations, Safety use of truck cranes.
BGI 622 - German Employers Liability Association regulations, Load tables for attachment gear.
BGI 873 - German Employers Liability Association regulations, Use of flat round lifting stings made
from synthetic fibres.
BGI 876 - German Employers Liability Association regulations, Information sheet rode’s and chains
for construction work.

123
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Anexo 3 - Foto ligação EDC/maciço encabeçamento


– Ciclo de descarga ensaio de 750kN – Viaduto da
Corimba.

As Figuras 9-10a e 9-10b foram retiradas durante o ensaio após a verificação visual do desnível
acentuado entre as vigas de leitra e a placa de distribuição dos dispositivos de carga.

Figura 9-10a – Fotografia da ligação entre maciço e a EDC. Figura 10-10b – Pormenor da
ligação.

124
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Anexo 4 - Dados para o cálculo capacidade carga


EDC.
Tabelas para cálculo da capacidade de carga das EDC e betão.

Tabela 25 Dados sobre as estacas dúcteis para cálculo capacidade resistência.

Limite elástico - 0,2% (fyk) N/mm2 320


2
Força Tensão: (fy) N/mm 420
Aço ϒma 1,1
Alongamento (mínimo) % 10,0
3
Densidade específica kg/dm 7,05
Facto do betão ϒc 1,5
ØInt. da EDC mm 103
ØExt. da EDC mm 118
Espessura da EDC mm 7,5

Tabela 26 Modulo E – Elasticidade das EDC (Fonte: BAUER.)

D e A A* Ac Ast* Ast E E*
(mm) (mm) (mm2) (mm2) (mm2) (mm2) (mm2) MPa MPa
118 7,5 10936 9852 8332 2604 1520 53331 41596
118 9 10936 9852 7854 3082 1998 59454 48393
118 10,6 10936 9852 7359 3577 2493 65789 55421
118 12,5 10936 9852 6793 4143 3059 73038 63471
170 7,5 22698 21124 18869 3829 2255 43616 34944
170 9 22698 21124 18146 4552 2978 58078 3944
170 10,6 22698 21124 17390 5308 3734 52740 44749
170 12,5 22698 21124 16513 6185 4611 58149 50560

E ferro fundido= 160 000MPa


E betão= 20 000MPa
*Considerando corrosão 3mm

125
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Anexo 5 – Tabelas classificação de corrosividade dos


solos.

Tabelas classificação dos solos quanto à corrosividade de materiais ferrosos.

Figura 9-11 Classificação solos e corrosividade de materiais ferrosos no solo – DIN 50 929 vs
Norma ONORM B 5013. (Handbook BAUER, 2008).

Figura 9-12 Classificação solos e corrosividade de materiais ferrosos na água – DIN 50 929 vs
Norma ONORM B 5013. (Handbook BAUER, 2008).

126
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Anexo 6 - Standard Penetration Test (SPT).

O SPT (Standard Penetration Test) é um ensaio dinâmico que consiste em cravar no fundo do
furo de sondagem, devidamente limpo, um amostrador normalizado. A cravagem é feita
recorrendo-se a um pilão com 63.5 Kgf de peso que cai livremente de uma altura de 30”, sobre um
batente que por sua vez está ligado a um trem de varas, cuja ponta é o amostrador normalizado.
O ensaio é composto por duas fases:
 Primeira: O amostrador é cravado 15 cm, registando-se o respetivo número de pancadas, a
esta fase correspondem em regra solos remexidos pelo que o valor obtido é meramente
indicativo. ~
 Segunda: O amostrador é cravado mais 30 cm, sendo o resultado do ensaio SPT o número
de pancadas obtido. Se após 60 pancadas, a penetração não atingir os 30 cm, termina-se o
ensaio medindo a penetração obtida.
Os valores do número de pancadas foram posteriormente corrigidos tendo em consideração a
eficiência do equipamento utilizado para o ensaio, o comprimento das varas, o diâmetro do furo,
o tipo de amostrador, tensão efetiva de recobrimento e as condições e tipo de solo atravessado.
Os valores das pancadas (NSPT) são corrigidos para valores N60, para solos argilosos, e N1(60)
para materiais arenosos, segundo as Equações 1 e 2 (Skempton, 1986)

𝑁60=𝐶𝐸×𝐶𝑅×𝐶𝐵×𝐶𝑆×𝑁𝑆𝑃𝑇 (1)
𝑁1(60)=𝑁60×𝐶𝑁 (2)

CE é o fator de correção relacionado com a energia de cravação (CE = ERr/60), ERr é a eficiência.
Considerou-se para efeitos de normalização uma eficiência de 60% para o sistema de cravação, isto
é, só 60% da energia potencial (produto da massa pela altura de queda do pilão) atinge o extremo
inferior do equipamento. Os equipamentos com dispositivo de disparo automático do pilão
apresentam uma eficiência da ordem dos 60%; CR é o fator de correção do diâmetro do furo; CB é
o fator de correção do comprimento das varas; CS é o fator de correção do tipo de amostrador;
NSPT é o número de pancadas realizadas no ensaio SPT; CN é o fator de correção relacionado com
a tensão efetiva de recobrimento. O fator de correção CN não é aplicável para os solos argilosos
(Pinto, 2017).

127
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Anexo 7 - Dados da calibração de carga (tf) para


pressão (bar) do macaco hidráulico HP565. (Fonte:
BAUER)

A (embolo) = 1256 cm2 Ø (embolo) = 200mm Pressão máx.= 465 bar

Carga Pressão Carga Pressão Carga Pressão Carga Pressão


(tf) (bar) (tf) (bar) (tf) (bar) (tf) (bar)
1 0,80 170 135,40 340 270,61 510 406,21
5 3,98 175 139,38 345 274,79 515 410,20
10 7,96 180 143,37 350 278,77 520 414,18
15 11,95 185 147,35 355 282,75 525 418,16
20 15,92 190 151,33 360 286,74 530 422,14
25 19,91 195 155,31 365 290,72 535 426,22
30 23,90 200 159,30 370 294,70 540 430,10
35 27,86 205 163,28 375 298,68 545 434,09
40 31,84 210 167,26 380 302,66 550 438,07
45 38,82 215 171,24 385 306,64 555 442,03
50 39,80 220 175,23 390 310,62 560 446,03
55 43,80 225 179,21 395 314,61 565 450,03
60 47,79 230 183,19 400 318,59
65 51,77 235 187,17 405 322,57
70 55,75 240 191,16 410 326,55
75 59,74 245 195,14 415 330,54
80 63,72 250 199,12 420 334,52
85 67,70 255 203,10 425 338,50
90 71,69 260 207,09 430 342,49
95 75,68 265 211,07 435 346,47
100 79,65 270 215,05 440 350,45
105 83,63 275 219,03 445 354,43
110 87,61 280 223,02 450 358,41
115 91,59 285 227,00 455 362,40
120 95,58 290 230,98 460 366,38
125 99,56 295 234,96 465 370,36
130 103,54 300 238,98 470 374,34
135 107,52 305 242,93 475 378,38
140 111,51 310 246,91 480 382,32
145 115,49 315 250,89 485 386,32
150 119,47 320 254,88 490 390,28
155 123,45 325 258,86 495 394,26
160 127,44 330 262,84 500 398,25
165 131,42 335 266,82 505 402,23

128
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Anexo 8 – Parâmetros de introdução dos métodos de


interpretação de provas de carga por meio do ajuste
de uma função.

Ensaio 700kN
Método Van der Veen
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2500
Cálculo do Qult wmax: 100
Qult = 2378 kN
2
D Qult para plotagem de R = 1
a = 0,03
R2 = 0,997772
b=0
Deslocamento na ruptura = 230,3 mm
Cálculo do deslocamento para uma fração da carga de ruptura
Valor máximo da carga para impressão da curva Van der Veen = 1074,9
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 45,20
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0
Legenda do ponto da % carga no gráfico = 45,2% de Qult (s = 20mm)

Método Brinch Hansen


Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2500
Selecione o modelo que melhor se ajusta = 1 wmax: 100
Passo para cálculo de Q ultimo = 2 ok
Fração para calculo de Qult = 0,8
Qult = 2300,24 kN
Deslocamento = 302 mm
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 48
Valor da carga para essa percentagem = 1104,1 kN 1054,4
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 48% de Qult (s = 20mm)
extenção da retas = 1,1

Método de Chin
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2500
Para carregamento com intervalos de tempo constantes (ensaio rápido) smax: 100
Qult = 2510,629 kN b1 b2
Existem duas retas (fuste e total) sendo b1>b2 (s/n) = n 0,000398
Deslocamento admitido na ruptura = 2733,5 mm 0,99
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 42
Valor da carga para essa percentagem = 1054,464
Passo para calculo de Q ultimo = 3,5 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 17,5 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 42% de Qult (s = 17,5mm)
extenção da retas = 1,1

129
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Método de Mazurkiewic
Limites de impressão
Qmax: 2500
Modificar apenas os textos em vermelho smax: 100
(máximo de pontos igual a 50) Número de Pontos = 50
Passo = 0,1712 10,7
(deve ser inferior ao deslocamento máximo do ensaio) Ponto máximo = 1
Qult = 3181,89 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 171,2 mm
Q do último ponto considerado (figura 2)= 700
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 38,60
Valor da carga para essa percentagem = 1228,2 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 38,6% de Qult (s = 20mm)

Método de Massad
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2500
Número de Pontos = 50 (máximo de pontos igual a 50) smax: 100
Passo = 0,214 (está usando o mesmo procediemnto do Mazurkiewicz)

Qult = 2106,88 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 214,0 mm
Q do último ponto considerado = 700 (usado somente para efeito de apresentação do gráfico)

% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 53,10


Valor da carga para essa percentagem = 1118,8 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 19,9 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 53,1% de Qult (s = 19,9mm)

Método de Décourt
Ajuste Linear ou Log (1/2) = 1 Qult = 2542,6 kN Limites de impressão
Deslocamento admitido na ruptura (98%)= 1375,6 mm Qmax: 2500
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 42 smax: 100
Valor da carga para essa percentagem = 1057,7
Passo para calculo de Q ultimo = 2 ok
Recalque admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 42% de Qult (s = 20mm)
extenção da retas = 100

Ensaio 250kN
Método de Van der Veen
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 1800
Cálculo do Qult smax: 200
Qult = 1826 kN
2
D Qult para plotagem de R = 1
a= 0,02
R2 = 0,997646
b= 0
Deslocamento na ruptura = 345,4 mm
Cálculo do deslocamento para uma fração da carga de ruptura
Valor máximo da carga para impressão da curva Van der Veen = 602,6
Fração da carga admitido para estimativa do recalque na ruptura (%) = 33,00
Deslocemento admitido na ruptura = 20,0
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 33% de Qult (s = 20mm)

130
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Método Brinch Hansen


Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 1800
Selecione o modelo que melhor se ajusta = 1 smax: 200
Passo para cálculo de Q ultimo = 2 ok
Fração para calculo de Qult = 0,8
Qult = 1057,48 kN
deslocamento = 288 mm
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 49
Valor da carga para essa percentagem = 518,2 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 49% de Qult (s = 20mm)
extenção da retas = 1,1

Método de Chin

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 1800
Para carregamento com intervalos de tempo constantes (ensaio rápido) smax: 200
Qult = 1153,679 kN b1 b2
Existem duas retas (fuste e total) sendo b1>b2 (s/n) = n 0,000867
Deslocamento admitido na ruptura = 2592,2 mm
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 44
Valor da carga para essa percentagem = 501,8506
Passo para calculo de Q ultimo = 2,6 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 18,2 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 44% de Qult (s = 18,2mm)
extenção da retas = 1,1

Método Mazurkiewic

Limites de impressão
Qmax: 1800
Modificar apenas os textos em vermelho smax: 200
(máximo de pontos igual a 50) Número de Pontos = 50
Passo = 0,146
(deve ser inferior ao deslocamento máximo do ensaio) Ponto máximo = 1
Qult = 1063,22 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 146,0 mm
Q do último ponto considerado (figura 2)= 250
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento, na ruptura (%) = 52,00
Valor da carga para essa porcentagem = 552,9 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 52% de Qult (s = 20mm)

Método Massad

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 1800
Número de Pontos = 50 (máximo de pontos igual wmax: a 50) 200
Passo = 0,146 (está usando o mesmo procediemnto do Mazurkiewicz)

Qult = 950,81 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 146,0 mm
Q do último ponto considerado = 250 (usado somente p ara efeito de apresentação do gráfico)

% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 56,70


Valor da carga para essa percentagem = 539,1 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 56,7% de Qult (s = 20mm)

131
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Método Décourt

Ajuste Linear ou Log (1/2) = 1 Qult = 1178,5 kN Limites de impressão


Deslocamento admitido na ruptura (98%)= 1317,6 mm Qmax: 1800
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 43 wmax: 200
Valor da carga para essa percentagem = 502,0
Passo para calculo de Q ultimo = 2 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da % carga no gráfico = 43% de Qult (s = 19,96mm)
extenção da retas = 100

Ensaio 750kN

Método Van der Veen

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2000
Cálculo do Qult smax: 60
Qult = 1913 kN
2
D Qult para plotagem de R = 1
a = 0,03
R2 = 0,995921
b = -0,02
Deslocamento na ruptura = 230,9 mm
Cálculo do deslocamento para uma fração da carga de ruptura
Valor máximo da carga para impressão da curva Van der Veen = 841,7
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 44,00
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 44% de Qult (s = 20mm)

Método Brinch Hansen

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2000
Selecione o modelo que melhor se ajusta = 1 smax: 60
Passo para cálculo de Q ultimo = 2 ok
Fração para calculo de Qult = 0,8
Qult = 2709,82 kN
Deslocamento = 516 mm
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 34
Valor da carga para essa percentagem = 921,3 kN 882,9
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 34% de Qult (s = 20mm)
extenção da retas = 1,1

132
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Método Chin

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2000
Para carregamento com intervalos de tempo constantes (ensaio rápido) smax: 60
Qult = 2956,498 kN b1 b2
Existem duas retas (fuste e total) sendo b1>b2 (s/n) = n 0,000338
Deslocamento admitido na ruptura = 4495,5 mm 0,99
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 30
Valor da carga para essa percentagem = 886,9493
Passo para calculo de Q ultimo = 4,5 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 18 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 30% de Qult (s = 18mm)
extenção da retas = 1,1

Método de Mazurkiewic

Limites de impressão
Qmax: 2000
Modificar apenas os textos em vermelho smax: 60
(máximo de pontos igual a 50) Número de Pontos = 50
Passo = 0,318 15,9
(deve ser inferior ao deslocamento máximo do ensaio) Ponto máximo = 1
Qult = 4589,07 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 318,0 mm
Q do último ponto considerado (figura 2)= 750
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 20,40
Valor da carga para essa percentagem = 936,2 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 20,4% de Qult (s = 20mm)

Método Massad

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2000
Número de Pontos = 50 (máximo de pontos igual a 50)smax: 60
Passo = 0,318 (está usando o mesmo procediemnto do Mazurkiewicz)

Qult = 4392,25 kN
Recalque admitido na ruptura = 318,0 mm
Q do último ponto considerado = 750 (usado somente para efeito de apresentação do gráfico)

% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 21,30


Valor da carga para essa percentagem = 935,5 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 21,3% de Qult (s = 20mm)

Método Décourt

Ajuste Linear ou Log (1/2) = 1 Qult = 2957,0 kN Limites de impressão


Deslocamento admitido na ruptura (98%)= 2302,0 mm Qmax: 2000
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 30 smax: 60
Valor da carga para essa percentagem = 884,1
Passo para calculo de Q ultimo = 2 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 30% de Qult (s = 20,04mm)
extenção da retas = 100

133
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Ensaio 400kN

Método Van der Veen

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 600
Cálculo do Qult smax: 40
Qult = 495 kN
2
D Qult para plotagem de R = 1
a = 0,38
R2 = 0,997928
b= 0
Deslocamento na ruptura = 18,2 mm
Cálculo do deslocamento para uma fração da carga de ruptura
Valor máximo da carga para impressão da curva Van der Veen = 487,6
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 98,50
Deslocamento admitido na ruptura = 11,1
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 98,5% de Qult (s = 11,1mm)

Método Brinch Hansen

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 600
Selecione o modelo que melhor se ajusta = 1 smax: 40
Passo para cálculo de Q ultimo = 2 ok
Fração para calculo de Qult = 0,8
Qult = 629,86 kN
Deslocamento = 38 mm
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 85
Valor da carga para essa percentagem = 535,4 kN 531,2
Deslocamento admitido na ruptura = 12,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 85% de Qult (s = 12mm)
extenção da retas = 1,1

Método Chin

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 600
Para carregamento com intervalos de tempo constantes (ensaio rápido) smax: 40
Qult = 648,3018 kN b1 b2
Existem duas retas (fuste e total) sendo b1>b2 (s/n) = n 0,001542
Deslocamento admitido na ruptura = 311,5 mm 0,99
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 79
Valor da carga para essa percentagem = 512,1584
Passo para calculo de Q ultimo = 0,5 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 11,5 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 79% de Qult (s = 11,5mm)
extenção da retas = 1,1

134
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Método Mazurkiewic
Limites de impressão
Qmax: 600
Modificar apenas os textos em vermelho smax: 40
(máximo de pontos igual a 50) Número de Pontos = 50
Passo = 0,098 4,9
(deve ser inferior ao deslocamento máximo do ensaio) Ponto máximo = 1
Qult = 499,21 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 98,0 mm
Q do último ponto considerado (figura 2)= 400
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 97,50
Valor da carga para essa percentagem = 486,7 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 11,6 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 97,5% de Qult (s = 11,6mm)

Método Massad

Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 600
Número de Pontos = 50 (máximo de pontos igual asmax: 50) 40
Passo = 0,098 (está usando o mesmo procediemnto do Mazurkiewicz)

Qult = 495,27 kN
Deslocamentoadmitido na ruptura = 98,0 mm
Q do último ponto considerado = 400 (usado somente para efeito de apresentação do gráfico)

% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 97,50


Valor da carga para essa percentagem = 482,9 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 11,4 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 97,5% de Qult (s = 11,4mm)

Método Décourt

Ajuste Linear ou Log (1/2) = 1 Qult = 699,6 kN Limites de impressão


Deslocamento admitido na ruptura (98%)= 178,8 mm Qmax: 600
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 76 smax: 40
Valor da carga para essa percentagem = 531,7
Passo para calculo de Q ultimo = 2 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 11,6 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 76% de Qult (s = 11,55mm)
extenção da retas = 100

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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

Anexo 9 – Valores de Kv (valor tangente à curva


carga-deslocamento).

Ensaio 700kN Ensaio 250kN


5,0 5,0
4,5 4,5

4,0 4,0

3,5 3,5

3,0

Kv (kN/mm)
3,0
Kv (kN/mm)

2,5 2,5
Mazurkiewicz (1972)
Mazurkiewicz (1972)
2,0 Van der Veen (1953)
2,0
Van der Veen (1953)
1,5 Chin(1970)
Chin(1970) 1,5
1,0 Brinch Hansen (1963)
Brinch Hansen (1963) 1,0
Décourt (1999)
0,5
Décourt (1999) 0,5 Massad (1986)
Massad (1986) 0,0
0,0 0 100 200 300 400
-150 50 250 450 650 Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)

Ensaio 750kN Ensaio 400kN


5,0 5,0
4,5 4,5
4,0 4,0

3,5 3,5

3,0 3,0
Kv (kN/mm)

Kv (kN/mm)

2,5 2,5
Mazurkiewicz (1972) Mazurkiewicz (1972)
2,0 2,0
Van der Veen (1953) Van der Veen (1953)
1,5 Chin(1970) 1,5 Chin(1970)
1,0 Brinch Hansen (1963) 1,0 Brinch Hansen (1963)

0,5 Décourt (1999) 0,5 Décourt (1999)


Massad (1986) Massad (1986)
0,0 0,0
0 200 400 600 800 1000 0 50 100 150
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)

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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas

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