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Outubro 2019
Mestrado em Engenharia de Minas e Geo-Ambiente
Departamento de Engenharia de Minas
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 PORTO
Portugal
Editado por:
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
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Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o
Autor e feita referência a Mestrado em Engenharia Minas e Geo-Ambiente 2018/2019 -
Departamento de Engenharia de Minas e Geo-Ambiente, Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2019.
Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.
ii
Agradecimentos
A todos aqueles que contribuíram para que este projeto se concretizasse, em especial ao Pedro, à
Filomena, ao Afonso, ao Virgílio e ao José M e aos orientadores Professor Doutor Jorge Machado de Carvalho
e Professor Doutor Paulo de Almeida Maia.
“A mind that is stretched by a new experience can never go back to its old dimensions.”
Oliver Wendell Holmes
iii
Resumo
Neste trabalho académico fala-se de uma metodologia conhecida como estacas dúcteis cravadas, em
que se descreve o que são, em que se aplicam, qual a geologia e cargas mais favoráveis para a aplicação
desta metodologia em relação a outras mais conhecidas, como por exemplo, estacas moldadas in situ. As
estacas dúcteis cravadas consistem num processo de cravação de um tubo de ferro fundido e preenchidas
com betão. No caso das estacas com a carga distribuída na ponta, o preenchimento é feito no interior do
tubo e nas estacas que funcionam por atrito lateral o betão é colocado durante a cravação, formando um
anel no exterior da estaca.
Foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre a informação existente dos temas de estacas dúcteis
cravadas, ensaios de carga à compressão axial e dos métodos teóricos de interpretação dos mesmos.
No sentido da confirmação da capacidade de carga das estacas dúcteis foram realizados quatro ensaios
de carga para determinar a relação entre carga e o deslocamento. Os ensaios foram realizados nas estacas
dúcteis cravadas, tanto nas que trabalham por atrito, como nas que trabalham por ponta, no Kuito e em
Luanda. No Kuito, os ensaios foram realizados para as fundações especiais de um edifício com um e dois
pisos. Em Luanda, um dos ensaios foi realizado para as fundações de um viaduto e o outro ensaio para as
fundações de uma passagem superior para peões. Os resultados das provas de carga mostram que as
fundações se comportam adequadamente admitindo que deslocamento admissível está dentro da ordem
de grandeza da capacidade de carga utilizada nos projetos ensaiados.
iv
Abstract
In this academic work we talk about a methodology known as ductile piles, which describe what they
are, what they apply to, what is the most favourable geology and loads for the application of this
methodology in relation to other forms, for example, in situ cast piles. As ductile piles consist of a process
of engraving a cast iron pipe and filled with concrete. For end bearing piles, the fill with concrete is made
inside the pipe and for skin friction piles, the fill of concrete is placed during engraving, forming a ring
outside the pile.
A bibliographic research was made about the existing information on the subjects of engraved ductile
piles, axial compression load tests and theoretical methods of their interpretation. To confirm the load
capacity of ductile piles, four load tests were performed to determine the relationship between load and
displacement.
The rehearsals were carried out on engraved ductile piles, both in friction work and end bearing in
Kuito and Luanda. In Kuito, the tests were performed for special foundations of a one- and two-story
building. In Luanda, one of the tests was conducted for foundations of a viaduct and another test for
foundations of an overpass for parts. The results of the load tests show that the foundations behave like
admitting that the allowable displacement is within the order of the load capacity used in the projects.
v
Índice
Resumo ................................................................................................... iv
Abstract .................................................................................................. v
Índice ........................................................................................................vi
1 Introdução ............................................................................................ 1
1.1 Aspectos Gerais ................................................................................. 1
Metodologia ........................................................................................... 27
Regulamentação ...................................................................................... 27
Aplicações ............................................................................................. 27
vi
3.4 Limitações do método construtivo .......................................................... 31
Relação do número de pancadas dos ensaios SPT e DPH para solos coesivos e solos não
coesivos 32
Corrosão ............................................................................................... 32
Materiais ............................................................................................... 33
Equipamentos ......................................................................................... 34
Critério de paragem.................................................................................. 41
vii
Registos dos ensaios ................................................................................. 76
Anexo 2 - Riscos e ações para construção do ensaio de carga (relatório segurança BAUER).121
viii
Anexo 3 - Foto ligação EDC/maciço encabeçamento – Ciclo de descarga ensaio de 750kN – Viaduto da
Corimba. ...............................................................................................124
Anexo 7 - Dados da calibração de carga (tf) para pressão (bar) do macaco hidráulico HP565. (Fonte:
BAUER)128
Anexo 8 – Parâmetros de introdução dos métodos de interpretação de provas de carga por meio do ajuste
de uma função. ........................................................................................129
ix
Abreviaturas e Símbolos
Abreviaturas
A500NR – Aço nervurado classe de resistência 500kN
ASTM – American Standard
CAPWAP - Case Wave Pile Analysis Program
Compr.- Comprimento
Desl. - Deslocamento
DGGT -German Society of Geotcheniques
EDC – Estaca Dúctil Cravada
EPI - Equipamentos de proteção individual
EUA – Estados Unidos da América
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
ISC’2 – International Site Characterization
kN – Kilo Newton
km – quilómetro
ks – Coeficiente fluência
kv –Coeficiente deslocamento
Máx. – Máximo
Nspt – Nº pancadas ensaio SPT corrigido, correspondente ao N1(60)
PDA - Pile Driving Analyser
R – Capacidade resistência (kN)
TC – Trado contínuo ou hélice contínua
Símbolos
Ø – Diâmetro
∑ - Somatório
η - Fator de segurança
E- Modulo elasticidade
Q – Carga (kN)
s – Deslocamento (mm)
x
Índice de Figuras
Figura 1-1 Processo de execução de estacas trado contínuo. (Fonte: (Norte Fundações, 2019)) ............ 2
Figura 1-2 Processo de execução de estacas moldadas in situ. (Fonte: (BAUER W. , 2019)). ................. 3
Figura 1-3 Processo de execução de estacas tubo ferro. (Fonte: http://www9.fau.usp.br). ................. 4
Figura 1-4 Anel de betão em volta da EDC de atrito (Fonte: Handbook BAUER, 2008). ....................... 4
Figura 1-5 Técnicas de execução de EDC. a) Estacas dúcteis cravadas não injetadas e b) Estacas dúcteis
cravadas injetadas. (Fonte: Handbook BAUER, 2008). .............................................................. 5
Figura 1-6 Vista geral da obra do Kuito, Bié. ........................................................................ 6
Figura 1-7 Planta das fundações com EDC do projeto do Kuito, Bié. (Fonte: BAUER) .......................... 6
Figura 2-1 Curva carga-assentamento de uma estaca em escalas diferentes distintas (Van der Veen, 1953)
........................................................................................................................... 12
Figura 2-2 (a) Curvas carga-deslocamento típicas de provas de carga com carregamento axial, (b)
Simplificação da curva carga-assentamento para estacas escavadas (Hirany e Kulhawy, 1989) ........... 13
Figura 2-3 Curva carga-assentamento de estaca a partir da combinação do comportamento do fuste com o
da ponta: (a) estaca esbelta e (b) tubulão com base alargada (Burland & Cooke, 1974) ................... 14
Figura 2-4 Interpretação da curva carga-assentamento (Velloso e Lopes, 2002) ............................. 15
Figura 2-5 Método de Brinch Hansen/80%. ......................................................................... 17
Figura 2-6 Método de Chin (Apud (Godoy, 1983)). ................................................................ 18
Figura 2-7 Método de Mazurkiewicz. ................................................................................ 19
Figura 2-8 Método de Massad (1986). ............................................................................... 20
Figura 2-9 Método da Rigidez (Décourt, 1996). .................................................................... 21
Figura 2-10 Definição da carga de rotura, método “slope tangent”. ........................................... 22
Figura 3-1 União macho-fêmea de uma estaca dúctil (Fonte: prospeto EDC BAUER 2018). ................. 25
Figura 3-2a Processo de corte do tubo. ............................................................................. 26
Figura 3-3 Estaca ductil por ponta (lado esquerdo) e estaca ductil por atrito (lado direito) (Prospecto EDC
BAUER). .................................................................................................................. 27
Figura 3-4 Diferentes aplicações das EDC. (Fonte: (DUROTERRA, 2019)) ...................................... 28
Figura 3-5 Vibrações em conformidade com a Norma DIN 4150-3:1999-02. (Prospeto EDC BAUER, 2017) 29
Figura 3-6 Diagrama de ruído dos equipamentos típicos em obra (dados standard). (Prospeto EDC BAUER,
2017.) .................................................................................................................... 29
Figura 3-7 - Transformação do ferro fundido cinzento para o férreo fundido dúctil com grafite
esferoidal.(Fonte: Handbook BAUER, 2008). ....................................................................... 33
Figura 3-8 - Escavadora com martelo hidráulico - Dimensões. (Handbook BAUER, 2008) ................... 34
xi
Figura 3-9 - Máquina de estacas do tipo BAUER MBG12 com martelo instalado. .............................. 34
Figura 3-10 - Abertura de roços para execução das EDC. ........................................................ 35
Figura 3-11 - Pormenor da abertura de roços para execução das EDC. ........................................ 35
Figura 3-12 Martelo hidraúlico (Fonte: Handbook BAUER, 2008). ............................................... 35
Figura 3-13 Tipo de adaptador 1 (Handbook BAUER, 2008). ..................................................... 35
Figura 3-14 Tipo adaptador 2 (Handbook BAUER, 2008). ......................................................... 35
Figura 3-15 Haste para estacas dúcteis não injetadas. (Handbook BAUER, 2008). ........................... 36
Figura 3-16 Haste para estacas dúcteis injetadas. ................................................................ 36
Figura 3-17a - Ponteira para EDC injetadas. (Fonte: Handbook BAUER, 2008) ................................ 36
Figura 3-18 Bomba de betão tipo Putzmeister. .................................................................... 37
Figura 3-19 Lado esquerdo Sequência da instalação de uma estaca dúctil não injetada (ou de ponta) com
a ponteira. (Fonte: prospeto EDC BAUER) Meio - Ponteira EDC não injetada ou por ponta. (Fonte: prospeto
EDC BAUER) c) Lado direito - Encaixe entre a haste de transmissão e o tubo da EDC. ...................... 38
Figura 3-20a e 3-20b Verificação do critério de nega – Estaca dúctil cravada por ponta. (Fonte: BAUER,
2019) ..................................................................................................................... 38
Figura 3-21 Boletim de registo do tempo de cravação, comprimento da EDC. (Fonte: BAUER, 2018) ..... 39
Figura 3-22 Corte da ponta da EDC. 3-24b Ponteira de cravação. 3-24 Instalação para de uma estaca dúctil
cravada injetada (ou por atrito) (Fonte: Hanbook BAUER, 2008). .............................................. 40
Figura 3-23 Ilustração da saída do betão e formação do anel circundante à EDC. (Fonte: Handbook BAUER,
2008) ..................................................................................................................... 41
Figura 3-24 Posicionamento da estaca dúctil (esquerda). (Fonte: Handbook BAUER, 2008) ................ 43
Figura 3-25 Cravação inicial da estaca dúctil com o retorno do betão injectado (direita). (Fonte:
Handbook BAUER, 2008) .............................................................................................. 43
Figura 4-1 - Mapa de Angola (Fonte: (www.mapsoftheworld.com, 2019)). .................................... 45
Figura 4-2 - Mapa da Geologia Geral de Angola. (Fonte: (ciencia-geologia, 2019)) .......................... 47
Figura 4-3 - Geologia e recursos minerais de Angola. (Fonte: (ciencia-geologia, 2019)) .................... 48
Figura 4-4 - Mapa registo sísmicos/Placas tectónicas. (Fonte: (docplayer.com, 2019)) ..................... 49
Figura 4-5 - Excerto da Folha nº 4 da Carta Geológica de Angola à escala 1:1000000 (Fonte: IGEO, 1988).
........................................................................................................................... 50
Figura 4-6 - Localização das sondagens SPT realizadas no terreno 2. (Fonte: relatório geológico) ........ 51
Figura 4-7 - Exemplo do Log do SPT da sondagem S04. (Fonte: relatório geológico) ........................ 53
Figura 4-8 - Resultado do SPT corrigido para a sondagem S04 do terreno 2. (Fonte: relatório geológico) 54
Figura 4-9 – Fotografia do solo recolhido durante a sondagem S4. (Fonte: Relatório geológico) ........... 54
Figura 4-10 - Excerto da coluna estratigráfica das formações presentes na zona de Luanda. (Fonte: Carta
geológica à escala 1:25000 da Faculdade Ciências da Universidade Agostinho Neto). ....................... 55
Figura 4-11 - Excerto da Carta geológica Angolana à escala 1:10000000 (Fonte: IGEO, 1998). Representação
sem escala. ............................................................................................................. 56
xii
Figura 4-12 - Log do SPT realizado na sondagem S1. (Fonte: Relatório geológico) ........................... 57
Figura 5-1 - Diferença entre EDC de ponta (não injetada) e de atrito (injetada). (Fonte: Prospeto BAUER)
........................................................................................................................... 59
Figura 5-2 - Diferença entre EDC de ponta (lado esquerdo) e de atrito (lado direito). (Fonte: Adaptado da
Dissertação de R. Francisco, IST) .................................................................................... 59
Figura 5-3 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar – Ensaio de 700kN. (Fonte:
Esquema ensaio carga BAUER). ...................................................................................... 62
Figura 5-4 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar – Ensaio 250kN. (Fonte:
Esquema ensaio carga BAUER). ...................................................................................... 62
Figura 5-5 Vista geral da obra. Central de betão. ................................................................. 63
Figura 5-6 Faseamento da execução das EDC. ..................................................................... 63
Figura 5-7 Faseamento da execução das EDC. ..................................................................... 63
Figura 5-8 Colocação do varão 32mm no interior da EDC. ....................................................... 64
Figura 5-9 Provete de betão para rebentamento. ................................................................. 64
Figura 5-10 - Acoplador para varão Ø32mm. ....................................................................... 64
Figura 5-11 Soldadura de 2 varões de Ø20mm para acoplação dos 2 varões de Ø32mm. (Fonte: Esquema do
ensaio BAUER) .......................................................................................................... 65
Figura 5-12 Implementação final das estacas em obra. .......................................................... 65
Figura 5-13 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar. (Fonte: Projeto BAUER).
........................................................................................................................... 66
Figura 5-14 Execução das estacas de reação – Estacas moldadas Ø620/540mm. ............................. 66
Figura 5-15 Execução da estaca dúctil de ensaio. ................................................................. 67
Figura 5-16 – Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar. (Fonte: Projeto BAUER).
........................................................................................................................... 67
Figura 5-17 Macaco Hidráulico e Centralina. ....................................................................... 68
Figura 5-18 Aparelho leitura célula de carga - Indipoc P1. ...................................................... 68
Figura 5-19 Aparelho controlo da carga aplicada no macaco hidráulico. ..................................... 68
Figura 5-20 Dados de calibração do macaco hidráulico (kN/bar). .............................................. 69
Figura 5-21 - Defletómetros. ......................................................................................... 70
Figura 5-22 - Nível digital DN03. ..................................................................................... 70
Figura 5-23 a - Exemplo de ligação entre EDC e o maciço de encabeçamento. (Fonte: BAUER). .......... 71
Figura 5-24a Esquema montagem do macaco e célula de carga. (Fonte: Projeto de ensaio BAUER, 2018).
........................................................................................................................... 72
Figura 5-25 Montagem final do ensaio de carga para 750kN. .................................................... 74
Figura 5-26 - Montagem final do ensaio de carga para 400kN. (Fonte: Prospeto BAUER). .................. 74
Figura 5-27 Excerto do documento de registo dos deslocamentos ensaio 700kN. (Fonte: Relatório BAUER)
........................................................................................................................... 76
xiii
Figura 5-28 Excerto do documento de registo dos deslocamentos. (Fonte: Relatório BAUER) .............. 76
Figura 5-29 Excerto do documento de registo dos deslocamentos do ensaio 750kN. (Fonte: Relatório BAUER)
........................................................................................................................... 76
Figura 5-30 Excerto do documento de registo dos deslocamentos do ensaio 400kN. (Fonte: Relatório de
trabalho BAUER) ........................................................................................................ 77
Figura 6-1 - Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar. ......................... 79
Figura 6-2 Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar. ........................... 79
Figura 6-3 Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar. ........................... 80
Figura 6-4 Deslocamento da EDC em relação à carga aplicada em cada patamar. ........................... 81
Figura 6-5 Incremento do deslocamento em cada patamar para o ensaio de carga 700kN no Kuito. ...... 82
Figura 6-6 Valores de fluência do ensaio de carga 700kN no Kuito. ........................................... 82
Figura 6-7 Incremento do deslocamento em cada patamar para o ensaio de carga 250kN no Kuito. ...... 82
Figura 6-8 Valores de fluência (ks) do ensaio de carga 250kN no Kuito. ....................................... 82
Figura 6-9 Incremento do deslocamento em cada patamar para o ensaio de carga 750kN na Corimba. .. 83
Figura 6-10 Valores de fluência (ks) do ensaio de carga 750kN na Corimba. .................................. 83
Figura 6-11 Incremento do deslocamento em cada patamar para o ensaio de carga 400kN na Passarela 83
Figura 6-12 Valores de fluência (ks) do ensaio de carga 400kN na Passarela. ................................. 83
Figura 6-13 – Método Van der Veen .................................................................................. 87
Figura 6-14 Método Brinch hansen ................................................................................... 87
Figura 6-15 Método de Chin .......................................................................................... 87
Figura 6-16 Método Mazurkiewic ..................................................................................... 87
Figura 6-17 Método Massad ........................................................................................... 87
Figura 6-18 Método Décourt. ......................................................................................... 87
Figura 6-19 – Método Van der Veen. ................................................................................. 88
Figura 6-20 – Método Brinc-Hansen. ................................................................................. 88
Figura 6-21 Método Chin. ............................................................................................. 88
Figura 6-22 Método Mazurkiewic. .................................................................................... 88
Figura 6-23 Método Massad. .......................................................................................... 88
Figura 6-24 Método Décourt. ......................................................................................... 88
Figura 6-25 Método de Van der Veen. ............................................................................... 89
Figura 6-26 Método Brinc-Hansen. ................................................................................... 89
Figura 6-27 Método de Chin. ......................................................................................... 89
Figura 6-28 Método Mazurkiewic. .................................................................................... 89
Figura 6-29 Método Massad. .......................................................................................... 89
Figura 6-30 Método Décourt. ......................................................................................... 89
Figura 6-31 Método Van der Veen. .................................................................................. 90
Figura 6-32 Método Brinch-Hansen. ................................................................................. 90
xiv
Figura 6-33 Método Chin. ............................................................................................. 90
Figura 6-34 Método Mazurkiewic. .................................................................................... 90
Figura 6-35 Método Massad. .......................................................................................... 90
Figura 6-36 Método Décourt. ......................................................................................... 90
Figura 6-37 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito)....................... 91
Figura 6-38 Método de Houssel. ...................................................................................... 91
Figura 6-39 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito)....................... 92
Figura 6-40 Método de Houssel. ...................................................................................... 92
Figura 6-41 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito)....................... 93
Figura 6-42 Método de Houssel. ...................................................................................... 93
Figura 6-43 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito)....................... 94
Figura 6-44 Método de Houssel. ...................................................................................... 94
Figura 6-45 Método inclinação das tangentes. ..................................................................... 95
Figura 6-46 Método Butler and Hoy. ................................................................................. 95
Figura 6-47 Método NBR6122 e Davisson. ........................................................................... 95
Figura 6-48 Método Inclinação das Tangentes. .................................................................... 96
Figura 6-49 Método Btler and Hoy. .................................................................................. 96
Figura 6-50 Método NBR6122 e Davisson. ........................................................................... 96
Figura 6-51 Método Inclinação das tangentes. ..................................................................... 97
Figura 6-52 Método Butler and Hoy. ................................................................................. 97
Figura 6-53 Métodos NBR6122 e Davisson. .......................................................................... 97
Figura 6-54 Inclinação das tangentes................................................................................ 98
Figura 6-55 Método Butler and Hoy. ................................................................................. 98
Figura 6-56 Métodos NBR6122 e Davisson. .......................................................................... 98
Figura 6-57 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro. ........................................ 99
Figura 6-58 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro. ....................................... 100
Figura 6-59 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro. ....................................... 100
Figura 6-60 Método de interpretação pela percentagem do diâmetro. ....................................... 101
Figura 9-1 a) Estaca com carregamento por atrito. b) Estaca com carregamento por ponta. (Fonte: DGGT)
.......................................................................................................................... 114
Figura 9-2 Definição do diâmetro da estaca. (Fonte: DGGT) ................................................... 114
Figura 9-3 Definição de valor de fluência Ks (mm). (Fonte: DGGT) ........................................... 115
Figura 9-4 Tipos de montagem de ensaios. (Fonte: DGGT) ..................................................... 116
Figura 9-5– Sistemas de referência para monitorização do maciço da estaca. (Fonte: DGGT) ............ 117
Figura 9-6 Estágios de carga. (Fonte: DGGT)...................................................................... 118
Figura 9-7 Gráfico tipo do assentamento da estaca carga (kN)/assentamento(mm). (Fonte: DGGT) ..... 119
Figura 9-8 Curva de assentamento e determinação do valor de fluência. (Fonte: DGGT) .................. 119
xv
Figura 9-9 Gráfico da resistência de ponta e resistência atrito. (Fonte: DGGT) ............................. 120
Figura 9-10a – Fotografia da ligação entre maciço e a EDC. Figura 10-10b – Pormenor da ligação. ...... 124
Figura 9-11 Classificação solos e corrosividade de materiais ferrosos no solo – DIN 50 929 vs Norma ONORM
B 5013. (Handbook BAUER, 2008). .................................................................................. 126
Figura 9-12 Classificação solos e corrosividade de materiais ferrosos na água – DIN 50 929 vs Norma ONORM
B 5013. (Handbook BAUER, 2008). .................................................................................. 126
xvi
Índice de Tabelas
Tabela 1 Dados sobre as estacas dúcteis para cálculo capacidade resistência. ............................... 30
Tabela 2 Resistência das EDC não injetadas com perda de secção do tubo de 1,5mm. (Fonte: Handbook
BAUER, 2008) ........................................................................................................... 30
Tabela 3 - Resistência das EDC injetadas sem perda de secção do tubo. (Fonte: Handbook BAUER, 2008)
........................................................................................................................... 31
Tabela 4 Redução da parede do tubo da estaca/corrosão do material. (Handbook BAUER, 2008). ........ 32
Tabela 5 Resumo das características do betão usado classe tipo C25/30. ..................................... 34
Tabela 6 Taxa de cravação para solos não coesivos. (Adaptado Handbook BAUER, 2008). .................. 41
Tabela 7 Taxa de cravação para solos coesivos. (Adaptado Handbook BAUER, 2008). ....................... 42
Tabela 8 Resultados dos SPT realizados nos Terreno 2. (Fonte: relatório geológico). ....................... 51
Tabela 9 Correlação entre SPT, consistência das argilas e a resistência à compressão simples. (Fonte:
relatório geológico). ................................................................................................... 52
Tabela 10 Avaliação dos parâmetros de resistência e de deformidade em função do SPT (correlações
empíricas – uso limitado a estudos preliminares.) (Fonte: relatório geológico). ............................. 52
Tabela 11 Resultados do teste de SPT. ............................................................................. 56
Tabela 12 Avaliação dos parâmetros de resistência e deformidade em função do Nspt (correlações
empíricas – uso limitado a estudos preliminares). (Fonte: relatório geológico). ............................. 56
Tabela 13 Resumo das características dos ensaios de carga realizados. ....................................... 60
Tabela 14 Dados da calibração da carga (kN) para a Pressão (bar) do macaco hidráulico. ................. 69
Tabela 15 Resultados da aplicação da equação obtida para a aplicação da carga no macaco HP565. .... 70
Tabela 16 Patamares de carga e descarga – Ensaio Kuito 700kN. (Fonte: Relatório BAUER). ............... 74
Tabela 17 Patamares de carga e descarga – Ensaio Corimba 750kN. (Fonte: Relatório BAUER) ............ 75
Tabela 18 Patamares de carga e descarga – Ensaio 250kN. (Fonte: Relatório BAUER) ....................... 75
Tabela 19 Patamares de carga e descarga – Ensaio 400kN. (Fonte: Relatório BAUER ........................ 75
Tabela 20 Resumo dos resultados dos deslocamentos dos ensaios. ............................................. 78
Tabela 21 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 700kN. ........... 84
Tabela 22 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 250kN. ........... 85
Tabela 23 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 750kN. ........... 85
Tabela 24 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 400kN. ........... 86
Tabela 25 Dados sobre as estacas dúcteis para cálculo capacidade resistência. ............................ 125
Tabela 26 Modulo E – Elasticidade das EDC (Fonte: BAUER.) ................................................... 125
xvii
xviii
1 Introdução
Na introdução faz-se um enquadramento ao tema das estacas dúcteis cravadas, de forma a
comparar o processo com outras metodologias de trabalho, como estacas moldadas e micro-
estacas. E ainda, descrevem-se os objetivos da dissertação e como está organizada.
1.2 Objetivos
Os objetivos desta dissertação foram a descrição do processo de execução de estacas dúcteis
cravadas para melhorar o conhecimento geral desta metodologia de aplicação mais limitada.
Interpretação e análise comparativa dos resultados das provas de carga, pelos métodos teóricos,
de forma a verificar qual das metodologias tem melhor potencial para este tipo de estacas. A
interpretação dos resultados dos ensaios de carga foi realizada para quatro projetos de fundações
em Luanda e no Kuito, em estacas dúcteis cravadas com distribuição da carga por atrito e por
ponta.
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 1-1 Processo de execução de estacas trado contínuo. (Fonte: (Norte Fundações, 2019))
No processo de execução de estacas com vara Kelly e trado, é também usada uma máquina de
estacas com um trado que vai retirando o solo até uma determinada profundidade. A estaca pode
ser furada com ou sem fluidos estabilizadores, por exemplo, bentonite ou polímero. Atingido o
comprimento final, é colocada a armadura e a estaca é betonada com recurso aos tubos de tremie.
Estes tubos servem para betonar a estaca de baixo para cima. E vão sendo removidos à medida que
a estaca é betonada. (Figura 1-2).
2
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 1-2 Processo de execução de estacas moldadas in situ. (Fonte: (BAUER W. , 2019)).
Para a execução das microestacas de tubo de ferro e injetadas, inicia-se a furação com uma
perfuratriz equipada com um trado (solos) ou um martelo de fundo de furo (rocha). O furo pode
ser ou não revestido. Após se atingir o comprimento final, é colocado o tubo e a calda de cimento
é injetada através da central de injeção e um obturador no interior do tubo. Este tubo tem uns
furos (as manchetes) por onde a calda de cimento vai ser injetada no solo (Figura 1-3).
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
O processo de estaca dúctil cravada consiste na cravação de um tubo de ferro dúctil, com cerca
de 6m, até ao critério de nega do projeto e depois preenchida com betão ou argamassa, no caso
das estacas a distribuírem a carga por ponta
(Figura 1-5a). Entende-se por critério de nega,
o momento em que a taxa de cravação da EDC
atinge o valor de, por exemplo, 20s para a
cravação de 30mm. No caso das EDC de atrito
ou injetadas (Figura 1-5b), durante o processo
de cravação o betão é introduzido por dentro do
tubo, saindo na ponta do mesmo e criando um
anel em volta da EDC (Figura 1-5b) com
diâmetro de cerca de 200mm (Figura 1-4).
Figura 1-4 Anel de betão em volta da EDC de atrito (Fonte: Handbook BAUER, 2008).
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 1-5 Técnicas de execução de EDC. a) Estacas dúcteis cravadas não injetadas e b) Estacas
dúcteis cravadas injetadas. (Fonte: Handbook BAUER, 2008).
Embora a metodologia de EDC seja um processo de fundações especiais indiretas com cerca de
40 anos, usado em países como Alemanha, Áustria e Austrália, este não é uma solução de fundações
comummente usada pelos gabinetes de projeto em Portugal, Espanha e Angola.
Estando a empresa a concorrer a um pedido de cotação para um projeto de fundações indiretas
de uma empresa espanhola, em que a solução inicial de fundações era de estacas trado contínuo
de diâmetro 600mm, foi enviada para o Cliente uma proposta alternativa com EDC.
No entanto, apesar do interesse pela solução por ser economicamente favorável e com
rendimentos previstos capazes de cumprir o prazo de obra, o grupo de trabalho do gabinete de
projeto do Cliente, queria confirmar a capacidade de carga das EDC pois estavam a comparar a
capacidade de carga das estacas ferro fundido e injetadas e assim sendo, as EDC teriam uma
capacidade de carga inferior. Surgiu então, a necessidade de executar os ensaios de carga para a
verificação da capacidade de carga por atrito de uma estaca dúctil cravada injetada conforme
mencionado acima.
Nesta obra, realizaram-se os 2 ensaios de carga à compressão, em EDC de atrito, para uma
carga de serviço de 700kN, com comprimento de 21,0m e o ensaio de 250kN, numa EDC com
comprimento de 10,0m. O segundo ensaio foi executado devido à alteração do projeto inicial.
5
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
O resultado do 2º ensaio de carga para o novo projeto (Figura 1-6) foi aceite pelo grupo de
projeto do Cliente e a obra foi executada com EDC. Foram executadas 792un de EDC, num total de
7.190m, com estacas com comprimentos entre 7m e 10m (Figura 1-7).
Figura 1-7 Planta das fundações com EDC do projeto do Kuito, Bié. (Fonte: BAUER)
6
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Tendo em conta as condições existentes em obra, betão realizado em obra, época seca, boas
condições do solo e, mesmo atrasos de entrega de ponteiras de injeção devido a um problema de
importação das mesmas, os rendimentos variaram entre os 200m/dia e os 350m/dia. Mesmo com o
aumento da quantidade de EDC a executar, a obra foi concluída dentro do prazo o que permitiu o
arranque da superestrutura antes do prazo previsto.
O ensaio do Viaduto da Corimba, para a capacidade de carga de 750kN, com distribuição da
carga por ponta, com comprimento de 14,3m, foi realizado, à semelhança do descrito
anteriormente, a pedido do gabinete de projeto da empresa de fiscalização da obra. Apesar desta
EDC ser de resistência de ponta e existir o critério de nega, esta foi executada o anel de betão à
volta do tubo da EDC, a pedido da fiscalização para garantir que o tubo estava protegido da corrosão
pelo betão. Nesta obra, o gabinete de projeto optou pela solução de estacas moldadas de Ø800mm
com comprimentos entre 16,5m e 20,5m.
Em Angola, a metodologia foi introduzida em 2010 em alguns projeto de construção de edifícios
de habitação na cidade de Luanda por ser mais económica e ter rendimentos de 150m/dia a
250m/dia que contribuiu para o cumprimento de prazos de obra, em comparação com soluções de
estacas moldadas Ø600mm ou com trado contínuo (TC), num total de aproximadamente 212.350m
(BAUER, Prospeto EDC BAUER , 2017) em pontes pedonais e viadutos.
Numa pesquisa na Internet, foi possível identificar alguns trabalhos com EDC em Portugal, como
exemplo, a obra da Igreja a Nossa Senhora dos Navegantes em Lisboa, em 2012, projeto da JETsj
para a empresa Alves Ribeiro (Caetano, 2014). E, do gabinete de projeto Artur Peixoto, o Centro
Atividades e o edifício Dynamic em Braga, num total de 600m e 4.400m, na ampliação de um
armazém em Fafe, 2.200m (Artur Peixoto Lda, s.d.).
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
capitulo 5 foi abordado o processo de execução dos ensaios de carga, modelo da montagem do
ensaio, montagem, equipamentos de medição e folhas de registos dos dados. No capitulo 6
apresentam-se os resultados com base nos dados obtidos dos ensaios de carga e discussões dos
mesmos. Por ultimo, no Capitulo 7, apresentam-se conclusões da dissertação e dos resultados
obtidos e ainda os desenvolvimentos futuros no tema das estacas dúcteis cravadas e na
interpretação dos ensaios de carga.
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
2 Revisão bibliográfica
Este ponto da dissertação aborda as referências bibliográficas, trabalhos académicos e artigos
publicados sobre o tema das estacas dúcteis cravadas (EDC) e sobre os ensaios de carga estáticos à
compressão axial e metodologias de interpretação. A informação para a bibliografia foi encontrada
em sítios da internet, na base de dados da biblioteca online da FEUP (Sigarra, s.d.) e revistas da
área de geotecnia (Geotecnia, s.d.). Abaixo é apresentado um resumo da pesquisa sobre o tema
das EDC e sobre o tema de ensaios de carga.
Group, s.d.), a Geoserv do grupo TerraTest, Geosolv (Geosolv, s.d.) utilizam a técnica de EDC como
solução original de fundações indiretas ou como uma solução alternativa.
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Cambefort (Baguelin e Veron (1971) e Margo e Veloso (1987). Ainda do ponto de vista de
assentamentos, o autor menciona o Eurocódigo 7 (EC7) relativamente aos assentamentos
admissíveis para uma estaca e dimensionamento das estacas a partir dos ensaios de carga e os
assentamentos máximos admissíveis.
Na revista Ciência e Engenharia, os autores (Rodrigues & Moura, 2016) publicaram um artigo
sobre a modelação computacional, usando o Excel e o Maple, de ensaios de carga estacas moldadas
com Ø350mm e Ø410mm e ainda utilizaram a Norma Brasileira NBR6122 para o cálculo da carga de
rotura.
O programa PLAXIS 2D foi mencionado já neste capítulo, relacionado com a interpretação do
ensaio de carga numa estaca dúctil cravada (EDC). Neste artigo de (Vieira, 2013), a avaliação de
capacidade resistente última de estacas em compressão foi feita usando o programa PLAXIS 2D e
foi comparada com a capacidade resistente última proposta por métodos de extrapolação da curva
carga / assentamento de ensaios de carga que não foram levadas à rotura e por métodos baseados
em ensaios de campo Standard Penetration Test (SPT) e Cone Penetration Test (CPT). Foram
realizados 6 ensaios à compressão com Ø800mm com diferentes metodologias e em diferentes
terrenos
Cada vez mais, quando se faz um orçamento para uma obra, desde a fase inicial de prospeção
geológica-geotécnica, determinação da melhor solução de fundações especiais até ao projeto da
estrutura, pensa-se numa forma de otimizar os custos da obra. Neste sentido, (Linkins, 2004),
escreve um artigo sobre ensaio de carga em estacas e a relação com os fatores de segurança para
o cálculo da capacidade de carga das estacas cravadas e tem como base ensaios de carga dinâmicos
e estáticos. O autor fez uma abordagem à correlação entre os ensaios de carga dinâmicos e
estáticos. A otimização do valor dos valores para os fatores de segurança pode contribuir para a
redução do tempo e custos. Os custos extra da realização dos ensaios de carga podem compensar
a melhoria nos custos relativos as fundações. Ainda sobre o tema dos ensaios de carga e otimização
dos fatores de segurança, (Komuka & Theiss, 2018) apresentam um estudo semelhante ao
apresentado por Likins (2004), em que ensaiando estacas cravadas com diferentes capacidades de
carga, conseguiram determinar a melhor solução técnica para o local e para a obra, demonstraram
que os ensaios de carga podem contribuir para a otimização dos valores dos fatores de segurança,
diminuindo assim o tempo de obra e custos associados.
11
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Os resultados da prova de carga são apresentados sob forma de curvas que mostram o valor da
carga aplicada e o assentamento medido na cabeça da estaca, caracterizando o comportamento
geral da sua funcionalidade.
A carga de rotura raramente é bem definida na curva carga-assentamento e, em geral, não
existe nenhuma carga de pico ou colapso claramente definida (Vesic, 1977). Segundo Van der Veen
(1953), se a mesma curva carga-assentamento de uma prova de carga for registada em escalas
diferentes uma decisão com base no exame visual pode ser ilusória. A Figura 2-1 mostra o resultado
de uma prova de carga apresentada em duas escalas diferentes.
Figura 2-1 Curva carga-assentamento de uma estaca em escalas diferentes distintas (Van der
Veen, 1953)
12
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
(Ramires, 1993) cita que o trabalho de Vesic (1977) chama a atenção para a rotura em
fundações profundas e, particularmente em estacas, com a ocorrência de rompimento na base da
fundação, ainda que se desenvolvam esforços significativos de resistência lateral.
Como pode ser observado na Figura 2-2a a curva carga-assentamento, resultado de uma prova
de carga com carregamento axial, pode apresentar padrões diferentes de comportamento. O pico
da curva A e o patamar (assíntota) da curva B caracterizam inequivocamente a carga de rotura da
estaca. De outra forma, a partir da curva C a carga de rotura não é mais claramente definida.
Embora a prova de carga tenha atingido a rotura física da estaca, nem sempre é possível definir
inequivocamente a carga de rotura, sendo eventualmente necessária à adoção de um critério de
definição da carga de rotura estabelecida segundo um critério de referência.
Figura 2-2 (a) Curvas carga-deslocamento típicas de provas de carga com carregamento axial,
(b) Simplificação da curva carga-assentamento para estacas escavadas (Hirany e Kulhawy,
1989)
Como pode ser observado na Figura 2-3b (Hirany & Kulhawy, 1989), a curva carga-
assentamento, obtida em estacas escavadas, geralmente pode ser simplificada em três regiões
diferentes: segmento inicial linear (TIL), transição, segmento final linear (TFL). A carga de rotura
é geralmente definida na transição, no TFL, ou eventualmente além do TFL, no caso de métodos
de extrapolação. Na prova de carga, quando são atingidas deformações plásticas significativas
(segmento TFL), geralmente é difícil manter a carga constante e, como consequência, os
deslocamentos medidos nesta etapa do carregamento podem não ser representativos do
comportamento da estaca devido à flutuação da carga aplicada. Portanto, a carga de rotura,
quando definida neste segmento, pode estar sujeita a erros. A magnitude do erro dependerá das
características do solo e dos cuidados tomados na execução da prova de carga.
Burland & Cooke (1974) apresentam curvas carga-assentamento (Figura 2-3) com as contribuições
relativas das parcelas de resistência de ponta de fuste e total de estacas.
13
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Verifica-se que as contribuições de atrito e ponta são mobilizadas com diferentes níveis de
deformações e, portanto, estacas curtas mobilizam as suas parcelas de resistência de uma forma
diferente de estacas longas, para um mesmo fator de segurança.
Van der Veen (1953) propôs um método utilizado com frequência para extrapolar a curva carga-
assentamento, através de uma função exponencial, a partir de uma série de provas de carga
realizadas em Amsterdão. A equação que define a curva é:
15
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
(Equação 2-1)
A partir da expressão anterior, é possível deduzir uma relação linear entre o valor Ln(1- Q/QR)
e o assentamento r. Assim, no método de Van der Veen (1953), partindo de um valor de QR
qualquer, calculam-se os valores correspondentes de Ln(1- Q/QR). Esses valores são registados em
função do assentamento. Várias tentativas são realizadas com outros valores de QR até o gráfico
resultar linear. Quando os pontos se aproximam de uma reta a carga arbitrada para QR representa
a carga de rotura da estaca (Van der Veen, 1953).
O método proposto por Brinch Hansen (1963), apud Aoki e outros (1998), reconhecido como
critério referente a 80% (Figura 2-5), considera a curva carga-assentamento como uma parábola, e
a carga de rotura é a correspondente ao assentamento quatro vezes maior que o assentamento
medido para 80% daquela carga (Hansen, 1963). A curva traçada é [(s1/2)/Q] x s, onde “s” é o
assentamento e “Q” a carga. A carga de rotura é o ponto da curva de coordenadas (Qu; su), onde:
(Equação 2-2)
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
(Equação 2-3)
Quando o ponto de coordenadas (0,80.Q ; 0,25.s ) também estiver contido na curva. Nestas
u u
expressões, C coeficiente angular da reta e C o intercepto no eixo das ordenadas.
1 2
O método de Chin (1970), apud Aoki e outros (1998) nem sempre é apropriado aos ensaios de
SML realizados de acordo com a norma brasileira, pois foi desenvolvido para estágios de carga com
tempos de aplicação constantes. Desde que atendida esta condição, o método pode ser aplicado
em ensaio lento ou rápido. Considera que, mas proximidades da rotura, a curva “carga-
assentamento” seja hiperbólica. O assentamento dividido pela carga, é registado em gráfico em
função do assentamento (Figura 2-6). Determina-se o coeficiente angular do segmento que resulta
reto, sendo o inverso deste valor a carga de rotura (Chin, 1970).
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Massad (1986) apresentou um método similar aos anteriores, com base nos mesmos princípios,
utilizando uma função polinomial. O trabalho de (Massad, 1986) também tem grande mérito de
mostrar que o método de Van der Veen (1953) e de Mazurkiewicz (1972) são equivalentes.
O método relaciona uma série de assentamentos igualmente espaçados com valores de cargas
associados e registados num gráfico de Qn+1 como uma função de Qn, que deve corresponder a
uma reta. O cruzamento desta reta com uma linha a 45° determina a carga de rotura (Figura 2-8).
Segundo o autor, uma maior precisão de cálculo pode ser obtida através de uma regressão linear
pelo método dos mínimos quadrados conforme a equação:
…………………………………………………………………………….(Equação 2-4)
em que os valores de “a” e “b” são obtidos da regressão linear pelos pontos (Q Q ) e a carga de
n; n+1
(Equação 2-5)
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Uma das vantagens do método de Massad (1986), segundo o autor, sobre o de Mazurkiewcz
(1972) é a melhor precisão, porque elimina uma operação (Qn ; Qn+1).
Outra vantagem em relação ao método de Van der Veen (1953), é que este requer tempo para
escolher o valor correto para a carga de rotura. O método de Massad (1972) é obtido a de forma
direta, além disso, permite uma verificação contínua do ensaio e uma previsão da carga máxima,
se for feito um gráfico simultâneo durante o ensaio.
Décourt (1996) apresenta uma maneira de se introduzir a rotura que então é definida com base
no conceito de rigidez. Em que rigidez “R” é definida como a relação entre a carga aplicada a uma
fundação e o assentamento que ela acarreta.
(Equação 2-6)
A aplicação prática desse conceito se faz através do chamado Gráfico da Rigidez (Figura 2-9).
Colocando-se o valor de rigidez em ordenadas e o valor da carga em abcissas. A rigidez,
20
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
tipicamente, diminui com o aumento da carga e sendo o ensaio levado até valores pequenos de
rigidez, irá permitir que através de extrapolações criteriosas, seja obtido o ponto de rigidez nula,
que por definição está associada à carga de rotura física (Décourt, 1996).
(Velloso & Lopes, 2002), citam a Norma Sueca e o critério que reconhece como rotura o ponto
de maior curvatura na curva carga-assentamento. Esses mesmos autores comentam sobre um
método alternativo em que a rotura é caracterizada pelo ponto de inflexão no gráfico log Q – log r
(proposto por (De Beer, 1967-68)).
Segundo Kulhawy F.H. & Hirany A. (1989), o método da inclinação de tangentes (“slope tangent
method”), é uma modificação do método de Davisson (1972). Nesse método, assume-se que o
segmento inicial linear da curva carga-assentamento é representativo do comportamento elástico
21
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
da estaca (apud Novas, 2002). Uma linha, paralela ao segmento inicial linear da curva carga-
assentamento, é desenhada a uma distância de 4mm da origem do eixo dos deslocamentos,
conforme a Figura 2-10. A carga correspondente à intersecção desta linha com a curva carga-
assentamento é definida como a carga de rotura da estaca.
O método Butller e Hoy, (apud Aoki e outros, 1998) considera a reta da fase pseudo-elástica
como paralela à linha de compressão elástica da estaca, a reta pseudo-plástica como tangente à
curva com inclinação de 0,05 polegadas (0,127cm) para 1tf (9,80kN). O resultado obtido caracteriza
a rotura iminente da fundação.
O método de Davisson (1972), apud (Velloso P. P., 1987) sugere que a carga limite seja definida
como a que excede a compressão elástica da estaca de um valor a 4mm, acrescido de um fator que
depende do diâmetro da estaca. Este método, apropriado para provas de carga do tipo CRP, conduz
a carga limite muito reduzida no ensaio SML. A Figura 2-4c apresenta a representação gráfica deste
método, cuja expressão é apresentada a seguir:
(Equação 2-7)
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Onde:
ru = assentamento de rotura convencional
Q = carga de rotura convencional
L = comprimento da estaca
D = diâmetro do círculo circunscrito à estaca
A = área da seção transversal da estaca
E = módulo de elasticidade do material da estaca
O método da NBR6122 (ABNT, 1996) que segue a norma canadense define a carga de rotura de
forma similar ao anterior, através da soma de duas parcelas de deformação da estaca: uma elástica
e uma plástica. Desse modo a carga de rotura corresponde ao assentamento, obtido na curva carga-
deslocamento, calculado pela expressão a seguir:
(Equação 2-8)
Assim, a equação 2-8 define a carga de rotura da estaca como aquela que provoca, além do
assentamento elástico da estaca como elemento estrutural, um assentamento plástico adicional
estimado em 1/30 do diâmetro da estaca. Este critério deve ser utilizado em provas de carga que
apresentem assentamentos consideráveis, acima de D/30.
Lopes (1979) apud Velloso e Lopes (2002) sugere que a carga de rotura seja definida de forma
semelhante à norma canadense ou brasileira, porém incluindo uma estimativa mais realista do
encurtamento elástico e um deslocamento de ponta maior. A rotura seria definida pelo
assentamento (Figura 2-4d):
(Equação 2-9)
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Onde:
ru = assentamento de rotura convencional
Q = parcela correspondente à resistência de ponta
P
Nesta categoria estão as normas ou códigos de algumas cidades americanas (Nova York, Boston).
A carga de rotura é obtida para valores de assentamento da ordem de 25mm. Segundo Velloso e
Lopez (2002), quando se estabelece valores absolutos, esses critérios não reconhecem fatos básicos
sobre a mobilização do atrito e resistência de ponta ou base de estacas. Estes critérios passam a
ser mais realistas quando estabelecem valores relativos ao diâmetro.
Vesic (1977) sugeriu que o atrito lateral seria mobilizado com deslocamentos da ordem de 2%
do diâmetro do fuste e a resistência de ponta ou base com deslocamentos da ordem de 10% do
diâmetro da base (Vesic, 1977). A experiência de Velloso e Lopes (op. cit.) em estacas cravadas
indicam que esses valores são elevados, sugerindo que o atrito lateral seria mobilizado até 1% do
diâmetro e a rotura de base até 5% do diâmetro da base. Porém, para estacas escavadas, os
assentamentos necessários poderiam ser maiores, contudo fica difícil caracterizar a rotura desse
tipo de estaca, a não ser que seja adotada uma rotura convencional, por exemplo, adotando um
assentamento de 10% do diâmetro para caracterizá-la.
Segundo Milititsky (1991) o valor de assentamento corresponde a 10% diâmetro é adotado pela
norma inglesa para estacas escavadas para carga de rotura (BSI – CP2004).
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 3-1 União macho-fêmea de uma estaca dúctil (Fonte: prospeto EDC BAUER 2018).
As estacas dúcteis são cravadas no solo no total do seu comprimento com o uso de um martelo
hidráulico de alta frequência de alto impacto. A secção de partida está equipada com a ponteira
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
da estaca dúctil. Antes de se iniciar a cravação, no tubo de estaca inicial deve cortar-se cerca de
20cm, o que corresponde à ponta afunilada do tubo (Figuras 3-2a e 3-2b).
Figura 3-2a Processo de corte do tubo. Figura 3-2b Tubo EDC cortado.
O martelo hidráulico pode ser montado numa escavadora hidráulica convencional com um peso
operacional entre 30 e 40 tons ou numa máquina de estacas. Ao completar o processo de cravação,
qualquer excesso de comprimento do tubo é simplesmente cortado para o nível de corte da estaca
dúctil com uma rebarbadora e reutilizado como "tubo de ligação" para a próxima estaca, no caso
de ter um comprimento ≥ a 1,0m. A estaca dúctil é posteriormente preenchida com betão.
Dependendo da transferência de carga necessária para o subsolo, a estaca dúctil cravada pode
ser instalada como uma estaca por ponta ou não injetada ou uma estaca dúctil por atrito ou
injetada.
As estacas dúcteis cravadas injetadas são instaladas com uma ponteira sobredimensionada
montada na base da secção do tubo, criando um anel entre o eixo da estaca e o solo durante a
cravação, que é preenchido simultaneamente com betão ou argamassa para mobilizar o atrito do
eixo, dando origem às estacas com diâmetros exteriores de 200 mm, 250 mm e, em alguns casos,
300 mm. Além da aplicação de uma estaca de compressão, as estacas dúcteis podem ser usadas
também como estacas de tensão. As aplicações típicas são, plataformas de gruas-torre ou secções
de pilares de pontes. Nesta última aplicação, podem ser usadas estacas dúcteis cravadas injetadas,
onde o atrito do eixo requerido é mobilizado na área da superfície externa do corpo de betão ou
argamassa que as envolve ou estacas dúcteis inclinadas.
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Metodologia
As estacas dúcteis são produzidas em ferro fundido dúctil de alta resistência e em secções
individuais de = 5,95 m no caso das EDC Ø118mm.
As estacas dúcteis serão instaladas de duas maneiras, a fim de explorar ambas as metodologias
de instalação nas condições locais do solo - como estacas por ponta (não injetadas) ou como estacas
por atrito (injetadas) (Figura 3-3).
Figura 3-3 Estaca ductil por ponta (lado esquerdo) e estaca ductil por atrito (lado direito) (Prospecto
EDC BAUER).
Regulamentação
Nos trabalhos executados, que dizem respeito à conceção e instalação de estacas dúcteis
cravadas, segue-se o Regulamento Alemão de Construção (Deutsche Bauzulassung) do Instituto
Alemão de Tecnologia da Construção (Deutsches Institut für Bautechnik (Bauzulassung, s.d.) em
Berlim. No entanto, sendo a Áustria o país com mais experiência neste tipo de sistema de fundação,
os regulamentos, recomendações e experiências austríacas são usados como um guia geral.
Aplicações
A aplicação do sistema de estaca dúctil cravada é uma eficiente solução económica e técnica
em alternativa a sistemas de fundações indiretas, por exemplo, estacas ferro fundido, trado
continuo ou estacas moldadas com Ø400mm, Ø500mm e Ø600mm.
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Algumas vantagens
O sistema de estaca dúctil cravada oferece várias e significativas vantagens sobre outro tipo de
técnicas de fundação indireta:
- Rendimentos entre os 150m e os 300m por dia de trabalho, dependendo do tipo de
estacas dúctil (EDC), comprimento da estaca, condições do solo, fornecimento de betão;
- Baixo investimento inicial em relação aos materiais (os tubos de EDC e betão) e
equipamentos auxiliares (escavador hidráulico e bomba de betão);
- A resposta vibratória durante a instalação da estaca dúctil é baixa, resultando num
processo quase livre de vibração. Os valores de velocidade máxima das partículas que são
registados durante o intervalo de cravação variam entre 1,0 e 1,5 mm / seg. (Figura 3-5),
portanto, são aceitáveis mesmo quando se trabalhar em proximidade com edifícios
históricos;
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 3-5 Vibrações em conformidade com a Norma DIN 4150-3:1999-02. (Prospeto EDC
BAUER, 2017)
Figura 3-6 Diagrama de ruído dos equipamentos típicos em obra (dados standard). (Prospeto
EDC BAUER, 2017.)
- Redução do custo dos transportes, pois não são necessárias grandes quantidades de
betão, aço ou remoção das terras a vazadouro;
- Não é necessário o saneamento das estacas. Os trabalhos para a superestrutura
podem começar imediatamente após a conclusão das estacas dúcteis;
- É possível cortar os tubos e empalmar na estaca seguinte com o comprimento
mínimo de 1,0m;
- A capacidade de carga e o comprimento da estaca podem ser determinados no local
com base em critérios de cravação ou nega, no caso da EDC de ponta ou não injetada.
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Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Tabela 2 Resistência das EDC não injetadas com perda de secção do tubo de 1,5mm. (Fonte:
Handbook BAUER, 2008)
Diâmetro/Espessura
(mm) 5 7,5 9 10,6
Estaca dúctil
Peso (kg) 14,8 20,5 24,1 27,5
Ri,d Estaca (kN) 357 598 737 881
118
Preenchimento com betão
R,id com C25/30 (kN) 510 737 868 1004
R,id com C35/45 (kN) 571 792 920 1053
30
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Tabela 3 - Resistência das EDC injetadas sem perda de secção do tubo. (Fonte: Handbook
BAUER, 2008)
Diâmetro/Espessura
(mm) 5 7,5 9 10,6
Estaca dúctil
Peso (kg) 14,8 20,5 24,1 27,5
Ri,d Estaca (kN) 516 758 897 1041
118
Preenchimento com betão
R,id com C25/30 (kN) 669 897 1028 1164
R,id com C35/45 (kN) 730 952 1080 1213
O assentamento de uma estaca dúctil depende da carga, das propriedades físicas do solo e do
comprimento livre da estaca dúctil. Por exemplo, o assentamento para uma estaca dúctil injetada
ou atrito de 10,0 m de comprimento com um diâmetro de 118 mm e uma carga de trabalho de 550
KN pode ser de 5,0 mm a 7,0 mm. Para estacas dúcteis não injetadas ou ponta do mesmo
comprimento o assentamento máximo pode ser de 8,0 a 10,0 mm. No entanto, estes valores de
assentamentos são analisados caso a caso, uma vez que, como acima mencionado, deve ter-se em
conta as características do solo, comportamento elástico da estaca e a carga aplicada. O valor do
assentamento, segundo a recomendação da Sociedade Geotecnia Alemã não deve exceder os 10%
do diâmetro da estaca (Normas Alemãs DIN 4020 (Testing, 1997), DIN 1054 (Normalização, 2010) e
no Eurocódigo 7 (Qualidade I. P., 1997)).
Solos Coesivos
31
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
elástica e a estaca dúctil atinge a "nega", mas falhará a carga. Em relação aos solos coesivos, pode
ser particularmente difícil, às vezes, fazer uma avaliação correta de influências específicas, como
o atrito. Neste caso, pode optar-se por estacas injetadas com o comprimento definido ou re-
cravação das estacas no caso das EDC por ponta.
Relação do número de pancadas dos ensaios SPT e DPH para solos coesivos e
solos não coesivos
Os solos coesivos com NSPT ≥60 (DPH≥ 30) e os solos não coesivos com NSPT ≥ 100 (DPH≥ 50) são
classificados como difíceis e inadequados para cravação, assim como os solos classificados como
solos coesos de consistência muito dura, conglomerados e rocha.
Os valores máximos de fricção admissíveis devem ser determinados com base em solos que
produzam as contagens mínimas de pancadas, para o Standard Penetration Test (SPT) ou
Penetrómetros Dinâmicos (DPH), para solos coesivos, NSPT > 30 pancadas ou DPH> 20 pancadas e
para solos não coesivos, NSPT > 40 pancadas ou DPH> 30 pancadas.
Corrosão
(1)
AS 0 : Solos não coesivos Não aplicável
Nota (1): Ver Anexo 5 com Tabela de classificação dos solos AS 0 a AS3.
32
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Materiais
O ferro fundido na forma de ferro fundido cinzento é um material muito frágil com baixa
resistência ao impacto. É, no entanto, caracterizado, em particular, pela sua alta resistência a
influências mecânicas e químicas. Para melhorar as características desfavoráveis acima referidas,
o material de ferro fundido cinzento foi desenvolvido em ferro fundido dúctil por um processo de
fabrico melhorado (propriedades do material, tais como resistência à tração e rigidez à flexão
foram significativamente melhoradas) (Figura 3-7). O tubo da estaca deve suportar o processo de
cravação sem qualquer dano.
Figura 3-7 - Transformação do ferro fundido cinzento para o férreo fundido dúctil com grafite
esferoidal.(Fonte: Handbook BAUER, 2008).
3.5.1.2 Betão
A classe de betão mais usual para preenchimento da estaca dúctil deve ser tipo C25/30 e nas
EDC injetadas o betão deve ser bombeável durante o processo de cravação (trabalhabilidade entre
2h a 4h). O tamanho máximo de grão para as estacas dúcteis deve ser ≤5 mm para permitir
bombeamento adequado (as bombas de betão têm um crivo que ajuda a eliminar os grãos maiores
de forma a evitar entupimentos e consequente paragem dos trabalhos). A Tabela 5 apresenta um
resumo das características mencionadas.
Antes do início dos trabalhos, devem ser realizados os testes de ensaio ao betão para verificar
a adequação da mistura de betão ou argamassa. O objetivo é verificar que a composição de mistura,
feita dos componentes pretendidos (por exemplo, agregados, cimento, aditivos) cumprirá os
requisitos mencionados e as especificações adicionais (por exemplo, capacidade de trabalho e
classe de resistência à compressão).
33
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Aditivo
Classe Consistência Racio Racio Teor finos Retardador
Diam. M ax. Areia Slump Cimento SIKA
M ix Betão calda fresca Cimento Agua d<0,125 presa (2-4
grão (mm) (%) (mm) 3 (EN 197) 3 UWC100 ou
(EC2) (mm) (kg/m ) w/c (kg/m ) horas)
similar
M istura Portland
C25/30 ≤5 55-60 560-620 190±20 ≥350 ≤0,6 ≥550 sim sim
Standard Tipo I ou II
Nota: Consistência de acordo com a (NP EN 12350 P. 5., 2009), Slump de acordo com a (NP EN 12350 P. 2.,
2009) e cimento de acordo com a EN197 - (Qualidade I. P., 2011)
Equipamentos
Figura 3-8 - Escavadora com martelo Figura 3-9 - Máquina de estacas do tipo
hidráulico - Dimensões. (Handbook BAUER, BAUER MBG12 com martelo instalado.
2008)
O comprimento total da estaca dúctil de Ø 118 mm com a haste é de 6,7 m, como se pode ver
na Figura 3-8 Em certas obras, por não existir esse comprimento disponível sendo necessário
escavar cerca de 1,0 m no local da estaca para aumentar a distância livre entre a estaca dúctil e a
parte inferior do martelo hidráulico e assim pode-se instalar a estaca dúctil exatamente à cota
requerida (Figuras 3-10 e 3-11).
34
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 3-10 - Abertura de roços para execução Figura 3-11 - Pormenor da abertura de roços para
das EDC. execução das EDC.
Para estacas dúcteis (EDC) 118mm pode usar-se o martelo hidráulico do tipo Altas Copco
MB1700 CL (Figura 3-12).
É necessário um adaptador de unidade ou "haste de transmissão" para conduzir a estaca (figuras
3-13 e 3-14). O adaptador foi projetado para estacas dúcteis injetadas e não injetadas. Em cada
caso, é possível instalar os dois perfis dúcteis EDC Ø118mm.
Figura 3-12 Martelo Figura 3-13 Tipo de adaptador 1 Figura 3-14 Tipo adaptador 2
hidraúlico (Fonte: (Handbook BAUER, 2008). (Handbook BAUER, 2008).
Handbook BAUER, 2008).
35
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
A haste a ser usada para estacas dúcteis não injetadas (Figura 3-15) e injetadas (Figura 3-16) é
diferente de acordo com a metodologia.
Figura 3-15 Haste para estacas dúcteis não Figura 3-16 Haste para estacas dúcteis injetadas.
injetadas. (Handbook BAUER, 2008).
36
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 3-17c - Ponteiras para injeção. (Construída em estaleiro a partir de ponteiras de ancoragens).
A primeira secção de estaca dúctil (secção guia) é erguida e encaixada na ponta martelo e
colocada em cima da ponteira (Figura 3-19 - meio). Em seguida, o adaptador de acionamento do
martelo hidráulico é inserido na ponta cónica do tubo (Figura 3-19 - lado direito).
37
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 3-19 Lado esquerdo Sequência da instalação de uma estaca dúctil não injetada (ou de
ponta) com a ponteira. (Fonte: prospeto EDC BAUER) Meio - Ponteira EDC não injetada ou por
ponta. (Fonte: prospeto EDC BAUER) c) Lado direito - Encaixe entre a haste de transmissão e
o tubo da EDC.
A estaca dúctil é alinhada verticalmente e posteriormente cravada uma curta distância do solo.
O tubo é cravado no terreno até o seu comprimento total. Durante a cravação deve verificar-se a
verticalidade estaca (Figura 3-19 – lado esquerdo).
Este processo é repetido até que a estaca dúctil tenha atingido a sua profundidade final (nega)
ou um critério definido (Figura 3-20a e 3-20b). Qualquer excesso de comprimento é cortado no
nível de corte de estaca dúctil (EDC) requerido. A EDC resultante do corte, pode ser utilizada (se
tiver comprimento igual ou superior a 1m).
Figura 3-20a e 3-20b Verificação do critério de nega – Estaca dúctil cravada por ponta. (Fonte:
BAUER, 2019)
38
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
A resistência à cravação das estacas dúcteis no solo é medida e registada (Figura 3-20) como
penetração em metros por segundo (m / seg.) e utilizada como critério para a capacidade de carga
das camadas de solo penetradas.
O típico critério de nega para as estacas dúcteis não injetadas é de penetração <10 mm em 20
Segundos ou poderá ser necessário reduzir o critério para as EDC não injetadas pelas condições do
solo existente ou de projeto.
Na Figura 3-21 pode ver-se uma folha de registo das EDC. Esta folha era preenchida pelo
Empreiteiro que está a executar o trabalho para ser assinada pelo Cliente. Este registo é uma parte
diária que serviu de registo de produção para a realização do auto de medição mensal.
Driving Register for Ductile Micropiles
Driving Time Driving Time Depth Driving Time Driving Time Depth Driving Time Driving Time
Depth (m)
(min) (min) (m) (min) (min) (m) (min) (min)
0-1 0-1 0-1
1-2 1-2 1-2
2-3 2-3 2-3
3-4 3-4 3-4
4-5 4-5 4-5
5-6 5-6 5-6
6-7 6-7 6-7
7-8 7-8 7-8
8-9 8-9 8-9
9-10 9-10 9-10
10-11 10-11 10-11
11-12 11-12 11-12
12-13 12-13 12-13
13-14 13-14 13-14
14-15 14-15 14-15
Type of pile (g)/(ng): BDP118x7,5 Type of pile (g)/(ng): BDP118x7,5 Type of pile (g)/(ng): BDP118x7,5
Kind of driving: Shoe Kind of driving: Shoe Kind of driving: Shoe
Elevation of plug: Elevation of plug: Elevation of plug:
Refusal depth: Refusal depth: Refusal depth:
Fool-grouting: Fool-grouting: Fool-grouting:
Remarks: Remarks: Remarks:
Concrete grade: Concrete grade: Concrete grade:
Piling Ring: Piling Ring: Piling Ring:
Hammer: Hammer: Hammer:
Rig Operator: Rig Operator: Rig Operator:
Length to plataform level: Length to plataform level: Length to plataform level:
Starter pile piece length Starter pile piece length Starter pile piece length
Figura 3-21 Boletim de registo do tempo de cravação, comprimento da EDC. (Fonte: BAUER,
2018)
39
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
O processo de instalação das estacas dúcteis injetadas é o mesmo descrito para as estacas não
injetadas. No entanto, as ponteiras de cravação utilizadas têm um diâmetro maior do que o
diâmetro do tubo das estacas dúcteis. O adaptador de acionamento do martelo hidráulico usado
para estacas dúcteis injetadas é modificado para que o betão possa ser bombeado através do tubo
vazio (Figura 3-22).
Durante a cravação, a ponteira de cravação sobredimensionada cria um anel entre o eixo da
estaca dúctil e o solo circundante, que é constantemente e simultaneamente preenchido com
betão. Como resultado, as estacas dúcteis injetadas são cercadas por um manto contínuo de betão
(Figura 3-22c).
Figura 3-22 Corte da ponta da EDC. 3-24b Ponteira de cravação. 3-24 Instalação para de uma
estaca dúctil cravada injetada (ou por atrito) (Fonte: Hanbook BAUER, 2008).
Para a saída do betão ou argamassa, corta-se uma cunha no tubo da estaca dúctil no final da
secção guia (Figura 3-22a), aproximadamente 5.0 - 8.0 cm de largura e 10.0 cm de comprimento
ou, de forma a evitar possíveis danos na ponta do tubo, pode cortar-se uma abertura triangular ou
em forma de losango entre 30,0 - 50,0 cm acima do fundo do tubo.
Usando uma bomba de betão, o betão é então bombeado através da mangueira de betão ou
argamassa e aciona o adaptador no eixo oco da estaca dúctil. A partir daí, é transportado para a
ponteira de injeção e passa pelo orifício de betão ou argamassa previamente cortado acima da
ponteira no ângulo entre o eixo da estaca e o solo. Como resultado, o anel e os espaços de poros
no solo circundante são preenchidos com betão (Figura 3-23). Durante este processo, é imperativo
40
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
garantir que a velocidade de cravação não exceda a velocidade com que o betão possa ser
bombeado para dentro do anel.
Figura 3-23 Ilustração da saída do betão e formação do anel circundante à EDC. (Fonte:
Handbook BAUER, 2008)
Critério de paragem
As estacas dúcteis são cravadas no solo, com forças muito maiores, do que aqueles que
provavelmente serão impostos pelas cargas da estrutura. A velocidade de batimento de cerca de
500 a 600 batidas por minuto e pressões de operação de 160 bar a 200 bar, dependendo do tipo e
tamanho dos martelos hidráulicos, o impacto dinâmico força uma faixa entre 2.600 kN e 3.100 kN.
Nas Tabelas 6 e 7 é possível verificar a taxa de cravação para os diferentes valores de SPT, DPH e
DPM, para solos coesivos e não coesivos.
Os valores de atrito permitidos, listados nas Tabela 6 e Tabela 7, já incluem um coeficiente de
segurança de η = 2,0 comummente aplicado para a determinação da capacidade de carga externa
e são utilizados em particular para avaliar a capacidade de carga externa de estacas dúcteis.
Tabela 6 Taxa de cravação para solos não coesivos. (Adaptado Handbook BAUER, 2008).
Taxa de
Densidade NSPT DPH DPM Força de atrito
cravação
Seg. / m kN / m²
- Muito solto <4 0-2 0-4 0
5 - 10 Solto 4 - 10 3-5 4 - 11 (40)
Mediamente
10 - 20 10 - 30 6 - 15 11 - 26 80
denso
20 - 30 Denso 30 - 50 16 - 30 26 - 44 120
30 - … Muito denso > 50 > 30 > 44 150
41
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Tabela 7 Taxa de cravação para solos coesivos. (Adaptado Handbook BAUER, 2008).
Taxa de
Consistência NSPT DPH DPM Força de atrito
cravação
Seg. / m kN / m²
- Muito suave 0
- Suave 0-2 0-1 0-3 0
5 - 10 Firme 3-8 2-5 3-8 (20)
10 - 15 Rígido 8 - 15 5-7 8 - 14 (40)
Muito rígido a
15 - 30 16 - 30 8 - 15 14 - 28 70
duro
30 - … Muito duro > 30 > 15 > 28 100
As estacas dúcteis (EDC) são encaminhadas para o solo sem injeção de betão, até uma camada
de solo competente ou fundadas no topo de uma formação rochosa ou em um subsolo parecido com
rocha (estacas de ponta).
As EDC de ponta podem utilizar completamente a capacidade de carga interna admissível,
desde que as cargas de estaca altamente concentradas possam ser absorvidas no nível de formação
geológica. Este é geralmente o caso de rocha.
Quando as EDC são incorporadas em formações de solo competentes, é imperativo que a
consistência de solos coesivos seja pelo menos firme a rígida (NSPT> 20, correspondendo a uma
velocidade de condução de 15 a 30 seg./m) e a densidade de solos coesivos é pelo menos denso a
muito denso (NSPT> 30, correspondendo a uma taxa de condução de 20 a 30 segundos / m).
Nas formações rochosas ou areias e cascalhos muito densos, a capacidade de carga máxima é
alcançada após uma baixa profundidade de penetração. A força é transferida exclusivamente na
base da estaca dúctil. Quando a estaca atinge a recusa total durante a cravação, a capacidade de
carga externa é pelo menos igual à capacidade de carga interna analítica do tubo da estaca dúctil.
Em solos densos a muito densos não coesivos e solos coesos firmes a rígidos, o critério para
terminar o processo de condução é uma taxa de penetração de 10 mm / 20 seg (o critério de
paragem pode ser adaptado ao projeto).
Particularmente em solos arenosos bem classificados com um tamanho de grão que é adequado
para a rugosidade superficial relativa da EDC, este critério para terminar o processo de cravação
pode ser menos exigente, pois podem ser alcançados excelentes valores, mesmo com estacas
dúcteis não injetadas. Os pressupostos podem ser verificados por testes de carga da estaca, que
são os casos apresentados nesta dissertação.
42
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ao instalar estacas dúcteis injetadas, é imperativo assegurar que um retorno visível ininterrupto
de betão ou argamassa seja mantido no nível da plataforma de trabalho. Para conseguir isso, a taxa
de cravação não deve exceder a velocidade a que a bomba de betão pode fornecer o betão. Se o
fluxo de betão for interrompido como resultado de uma taxa de cravação excessiva, a continuidade
da cobertura de betão ou argamassa em torno da EDC está em risco. Deve manter-se sempre o
betão no topo da estaca (Figuras 3.24 e 3.25), caso isso não acontece, deve parar-se a cravação e
bombear o betão até o betão está à boca da estaca e só depois continuar a cravação.
Figura 3-24 Posicionamento da estaca dúctil Figura 3-25 Cravação inicial da estaca dúctil
(esquerda). (Fonte: Handbook BAUER, 2008) com o retorno do betão injectado (direita).
(Fonte: Handbook BAUER, 2008)
Em solos menos densos, a estaca de ferro fundido dúctil é cercada com um bolbo de betão. A
carga de estaca pode ser transferida para o subsolo por meio de atrito. A formação de um corpo
de betão ao redor do eixo da estaca dúctil permite que a carga de trabalho da estaca seja
aumentada consideravelmente, particularmente em areias e cascalhos, porque em solos de grão
grosso, o atrito é consideravelmente maior entre o corpo de betão e o solo do que entre a superfície
natural do eixo da estaca com sua mínima rugosidade e o solo predominante. Em sedimentos e
argilas, o aumento do atrito pode ser conseguido aumentando o diâmetro da estaca dúctil.
O comprimento da estaca é determinado pelo nível superior da camada de suporte de carga e
o comprimento de embutimento estruturalmente requerido na formação do solo de suporte de
carga. Tal como acontece com as fundações de estaca de betão, a capacidade de carga máxima
43
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
44
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
4 Caracterização geológica
Angola é divida em 18 províncias, entre elas, Luanda (norte) e o Bié (Sul) (Figura 4-1). A
geologia do local é um dos critérios que define a possibilidade para a execução das estacas dúcteis
cravadas. Neste capitulo descreve-se a geologia de Angola e dos locais em especifico onde se
realizaram as provas de carga.
45
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
46
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Legenda:
47
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
A Figura 4-3 representa um mapa de Angola com a geologia e a identificação de alguns pontos
do País onde existem recursos minerais com interesse económico.
Legenda:
48
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Localização de Angola.
Figura 4-4 - Mapa registo sísmicos/Placas tectónicas. (Fonte: (docplayer.com, 2019))
49
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 4-5 - Excerto da Folha nº 4 da Carta Geológica de Angola à escala 1:1000000 (Fonte:
IGEO, 1988).
50
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Localmente verifica-se uma litologia pouco variável, bem calibrada, de elevada permeabilidade
e muito baixa coesão.
As litologias identificadas compreendem solos arenosos de granulometria muito fina a fina bem
calibrada, com alguns níveis de areia de granulometria média, com teores em silte e argila muito
reduzidos a desprezíveis, com níveis pontuais com teor em silte elevado.
Na Tabela 8 apresentam-se os resultados dos ensaios SPT e na Figura 4-7 os log´s dos ensaios
(Pimenta & Pinto, Relatório geologico geotécnico do Terreno 2 no Kuito, 2017) realizados no
terreno 2 onde se realizaram os ensaios de carga para 700kN e 250kN. No terreno 2, o número de
pancadas máximo de NSPT foi de 5. Na Figura 4-6 pode ver-se a localização das sondagens e na
Figura- 4-7 apresenta-se um dos log´s de uma sondagem.
Figura 4-6 - Localização das sondagens SPT realizadas no terreno 2. (Fonte: relatório
geológico)
Tabela 8 Resultados dos SPT realizados nos Terreno 2. (Fonte: relatório geológico).
51
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Tabela 9 Correlação entre SPT, consistência das argilas e a resistência à compressão simples.
(Fonte: relatório geológico).
52
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Sassas
Sassas
Figura 4-7 - Exemplo do Log do SPT da sondagem S04. (Fonte: relatório geológico)
53
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Na Figura 4-8 apresentam-se os resultados dos SPT’s corrigidos. (Fonte: relatório geológico).
Figura 4-8 - Resultado do SPT corrigido para a sondagem S04 do terreno 2. (Fonte: relatório
geológico)
Na Figura 4-9 pode ver-se a fotografia das amostras retiradas no ensaio de SPT a cada 1,5m até
ao final da sondagem.
Figura 4-9 – Fotografia do solo recolhido durante a sondagem S4. (Fonte: Relatório geológico)
54
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 4-10 - Excerto da coluna estratigráfica das formações presentes na zona de Luanda.
(Fonte: Carta geológica à escala 1:25000 da Faculdade Ciências da Universidade Agostinho
Neto).
55
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 4-11 - Excerto da Carta geológica Angolana à escala 1:10000000 (Fonte: IGEO, 1998).
Representação sem escala.
56
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ah
Figura 4-12 - Log do SPT realizado na sondagem S1. (Fonte: Relatório geológico)
57
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
58
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 5-1 - Diferença entre EDC de ponta (não injetada) e de atrito (injetada). (Fonte:
Prospeto BAUER)
Figura 5-2 - Diferença entre EDC de ponta (lado esquerdo) e de atrito (lado direito). (Fonte:
Adaptado da Dissertação de R. Francisco, IST)
59
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Na Tabela 13 pode ver-se um resumo dos 4 ensaios e das características dos mesmos que vão
ser descritas neste Capitulo.
Classe
Local do Estaca
Carga Armadura betão
ensaio ensaio Estacas Geologia
ensaiada (estacas (estaca
(tipo (comprimento/ reação do local
(kN) reação) ensaio e de
estaca) diâmetro)
reação)
Varão
Kuito 21m 8EDC com 21 A500NR Areia com
700 C25/30
(atrito) Ø200mm m Ø32mm com 2<NSPT<5
24m.
Varão
Kuito 10m 8EDC com A500NR Areia com
250 C25/30
(atrito) Ø200mm 10m. Ø25mm com 2<NSPT<5
12m.
Areias com
4 estacas 6 varões de
teor argila
Corimba 14,3m moldadas Ø16mm com
750 C25/30 NSPT≤30
(ponta) Ø200mm Ø620/540mm estribo
(Formação
com 10m. Ø8//20cm
de Luanda)
Areias com
Passarela 17m 8EDC com Varão S500, 15<NSPT<40
400 C25/30
(ponta) Ø118mm 16m a 18m. Ø25mm (Formação
de Luanda)
balanceamento da estrutura do ensaio e para não dar origem a resultados falsos. O macaco e as
vigas são colocados de acordo com o eixo da estaca. A leitura dos aparelhos de medição, nos
defletómetros, é realizada pelo técnico que se retira logo que possível. No topo do maciço são
colocados dois defletómetros que fazem a leitura dos deslocamentos verticais e horizontais. A área
do ensaio está protegida em seu redor e existe uma distancia de segurança para a mobilidade à
volta da estrutura.
No Anexo 2 pode ver-se as medidas e ações para os riscos considerados na execução dos ensaios
de carga, assim como algumas normas de segurança usados na Alemanha.
Para o ensaio de 700kN, o projeto consistiu na execução de 8 estacas dúcteis cravadas (EDC)
com 21,0m com um varão de Ø32mm em todo o comprimento das estacas de reação e uma estaca
a ensaiar como se pode ver na Figura 5-3.
61
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 5-3 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar – Ensaio de
700kN. (Fonte: Esquema ensaio carga BAUER).
Para o ensaio de 250kN, o projeto consistiu na execução de 8 estacas dúcteis cravadas (EDC)
com 10,0m com um varão de Ø20mm, com comprimento de 12m e uma estaca a ensaiar como se
pode ver na Figura 5-4.
Figura 5-4 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar – Ensaio 250kN.
(Fonte: Esquema ensaio carga BAUER).
Após a marcação das estacas de acordo com o projeto, os trabalhos iniciaram (Figura 5-4). O
betão foi realizado em obra devido à dificuldade de fornecimento do mesmo para o local da obra.
O que se revelou ser bastante eficaz, pois não houve esperas de betão, aumentando a produção
62
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
diária. Foram ainda realizados rebentamentos de cubos para a verificação da resistência do betão
e também foi feita uma estaca inicial para verificação da operacionalidade do sistema montado.
O trabalho de cravação iniciou pela execução das estacas de reação, estaca de ensaio e depois
as restantes estacas de reação para fechar o ensaio. Durante a cravação foram retiradas amostras
e betão para o rebentamento aos 3, 7 e 31 dias.
Nas figuras 5-6, 5-7, 5-8 e 5-9 pode ver-se o faseamento da execução das estacas dúcteis,
colocação do primeiro tubo e nivelamento, processo de cravação com betonagem, colocação do
varão no interior da estaca de reação e os provetes para o rebentamento.
63
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Conforme mencionado acima para o ensaio de 700kN, as estacas dúcteis cravadas injetadas
tinham no seu interior um varão de Ø32mm com o comprimento de 24m, 21m no interior do tubo
e 3m no exterior para a montagem do ensaio. Para a acoplação dos 2 varões de Ø32mm, A500NR,
inicialmente usou um acoplador (Figura 5-10).
Procedeu-se ao aperto dos parafusos e corte dos mesmos para introdução no interior do tubo
da estaca. Após se ter terminado a estaca, introduziu-se os 2 varões acoplados e aos 15 m de
profundidade verificou-se que não era possível continuar a operação. Uma das estacas de reação
ficou com o varão com 15,0m pois o acoplador, embora com diâmetro inferior ao diâmetro interior
da estaca, não possibilitava a passagem do mesmo. Desta forma, procedeu-se à soldadura dos
varões conforme Figura 5-11. Esta foi uma questão técnica que decorreu durante o ensaio e que
foi solucionada com a opção da soldadura dos varões em vez do uso dos acopladores.
64
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 5-11 Soldadura de 2 varões de Ø20mm para acoplação dos 2 varões de Ø32mm. (Fonte:
Esquema do ensaio BAUER)
Assim que se procedeu a esta operação, não houve complicações na colocação dos varões. E as
restantes estacas ficaram com 21m no interior (Figura 5-11).
Para o ensaio de 250kN, as estacas dúcteis cravadas injetadas tinham no seu interior um varão
de Ø20mm com o comprimento de 12m, 9m no interior do tubo e 3m no exterior para a montagem
do ensaio.
Na Figura 5-12 vê-se o aspeto final do ensaio de carga. Depois o Cliente procedeu à execução
do maciço de encabeçamento.
65
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
O processo de execução deste ensaio foi semelhante ao descrito no ponto 5.2.2.1, no entanto,
este consistiu na realização de 4 estacas de reação, moldadas com Ø620/540mm, com 10m de
comprimento e instalação de 2 cabos de ancoragem com 8m de comprimentos (5m embebidos no
betão) e a estaca dúctil cravada de ensaio com o comprimento de 14,3m (Figura 5-13).
Figura 5-13 Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar. (Fonte: Projeto
BAUER).
Na Figura 5-14 pode ver-se o processo de marcação das estacas moldadas de reação para início
da furação, com recurso a tubos moldadores recuperáveis.
66
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
A Figura 5-15 mostra a execução da cravação da estaca com recurso a uma giratória Liebherr.
Uma vez que o braço da giratória não tinha altura suficiente foi necessário recorrer à execução de
um aterro conforme se pode ver na imagem abaixo.
Do ensaio de carga para 400kN existe apenas um relatório final do mesmo, com a informação
sobre o projeto do ensaio (Figura 5-16) e os resultados do ensaio.
Figura 5-16 – Planta de implantação das estacas de reação e da estaca a ensaiar. (Fonte:
Projeto BAUER).
67
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Uma vez que a conversão da pressão do macaco hidráulico se apresenta de toneladas (tf) para
bar, foi realizado um estudo para converter a carga (kN) para a pressão (bar). Abaixo apresentam-
se os cálculos executados com base na tabela de conversão do macaco HP565 (Tabela 14).
68
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
A partir dos dados de conversão do macaco hidráulico, foi calculada uma reta (Figura 5-17) de
calibração entre a carga aplicada (kN) e a pressão (bar) do macaco hidráulico.
Tabela 14 Dados da calibração da carga (kN) para a Pressão (bar) do macaco hidráulico.
200
P- Pressão (bar)
100
50
0
0 500 1000 1500 2000 2500
Q - Carga (kN)
Figura 5-20 Dados de calibração do macaco hidráulico (kN/bar).
Em que:
P – Pressão do macaco hidráulico (bar)
Q – Carga de ensaio (kN)
Por exemplo, para a carga de 700kN considerou-se a aplicação de 57 bar (Tabela 15).
69
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Após a execução das estacas de reação e a estaca de ensaio procedeu-se à execução do maciço
de encabeçamento da estaca. Este maciço tinha as dimensões de 600x600x600mm, betonado com
betão classe C25/30. Nas Figuras 5-23a, 5-23b e 5-23c e 5-23d pode ver-se a sequência da
construção do maciço.
70
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 5-23 a - Exemplo de ligação entre Figura 5-23b - Abertura da base para
(Fonte: BAUER).
71
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 5-24a Esquema montagem do macaco e célula de carga. (Fonte: Projeto de ensaio
BAUER, 2018).
Figura 5-24b Colocação da placa para distribuição da carga entre maciço e o macaco.
72
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 5-24d Colocação das vigas transversais e chapas para suporte das vigas de carga.
Esquema das soldaduras das chapas aos varões Ø32mm
Nas figuras 5-24d e 5-24e representam o aspeto final do ensaio, com todos os equipamentos de
reação e de medida do ensaio (ASTM1143).
Nas figuras 5-25 e 5-26 pode ver-se a montagem do ensaio para a carga de 750kN e 400KkN,
vigas de equilíbrio, placas de distribuição de carga do macaco, macaco hidráulico e célula de carga.
Faltava ainda montar os aparelhos de leitura, os defletómetros, réguas de leitura, nível digital e
leitores da célula de carga e da carga do macaco hidráulico.
73
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 5-25 Montagem final do ensaio de Figura 5-26 - Montagem final do ensaio de
carga para 750kN. carga para 400kN. (Fonte: Prospeto BAUER).
Tabela 16 Patamares de carga e descarga – Ensaio Kuito 700kN. (Fonte: Relatório BAUER).
74
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Tabela 17 Patamares de carga e descarga – Ensaio Corimba 750kN. (Fonte: Relatório BAUER)
Os resultados dos deslocamentos observados durante o ensaio são registados num documento
(figuras 5-27, 5-28, 5-29 e 5-30) e foram sendo analisados. Por exemplo, os deslocamentos
horizontais Hy e Hx. O deslocamento Hy, inicia no valor de 10mm e durante o ensaio este valor
sobe. O deslocamento Hx, inicia com o valor de 20mm e durante o processo de carga, este valor
baixa (10≤ (Hx, Hy) ≤20 (mm)).
Figura 5-27 Excerto do documento de registo dos deslocamentos ensaio 700kN. (Fonte: Relatório
BAUER)
Figura 5-28 Excerto do documento de registo dos deslocamentos. (Fonte: Relatório BAUER)
Figura 5-29 Excerto do documento de registo dos deslocamentos do ensaio 750kN. (Fonte:
Relatório BAUER)
76
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 5-30 Excerto do documento de registo dos deslocamentos do ensaio 400kN. (Fonte:
Relatório de trabalho BAUER)
77
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
6 Resultados e discussões
Neste capitulo apresentam-se os resultados dos ensiaos de carga descritos no capitulo 5, dois
ensaios de carga em estacas dúcteis cravadas injectadas a trabalhar por atrito (700kN e 250kN, no
Kuito, para o projecto do Hospital) e dois ensaios em estacas ducteis cravadas betonadas a
trabalharem por ponta (750kN e 400kN, em Luanda, para um viaduto e para uma ponte pedonal).
As análises apresentadas neste capítulo têm por base as recomendações da Sociedade Alemã
de Geotecnia (Anexo 1).
Deslocamento
Carga de Deslocamento
Local Diâmetro máx.
ensaio do ensaio
(estaca) (D) (mm) admissível
(kN) (mm)
10%.D (mm)
Kuito
700 200 20 7,02
(atrito)
Kuito
250 200 20 2,18
(atrito)
Corimba
750 200 12 10,50
(ponta)
Passarela
400 118 12 2,76
(ponta)
No ensaio de 700kN, no topo da estaca a leitura máxima de deslocamento (s) da EDC foi de
7,02mm no final de um período de 6 horas De acordo com a curva, existe uma deformação elástica
e uma deformação plástica pouco significativa (Figura 6-1). O valor residual do deslocamento foi
de 0,83mm. As leituras dos movimentos horizontais (Hx e Hy) que o movimento excêntrico no topo
da EDC foi desprezível.
78
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Carga (kN)
0 100 200 300 400 500 600 700 800
0,0
1,0
2,0
Deslocamento (mm)
3,0 1º ciclo de
carga
4,0
2º ciclo de
5,0 carga
6,0
7,0
8,0
No ensaio de 250kN, no topo da estaca a leitura máxima de deformação da EDC foi de 2,18mm
no final de um período de 6 horas. De acordo com a curva, existe uma deformação elástica e uma
deformação plástica pouco significativa (Figura 6-2). O valor residual de deformação foi de
1,04mm. As leituras dos movimentos horizontais (Hx e Hy) que o movimento excêntrico no topo da
EDC foi pouco significativo.
Carga (kN)
0 100 200 300
0,0
0,5
1º ciclo de
Deslocamento (mm)
1,0 carga
2º ciclo de
carga
1,5
2,0
2,5
79
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Carga (kN)
0 100 200 300 400 500 600 700 800
0,0
2,0
Deslocamento (mm)
4,0
1º ciclo de carga
6,0
10,0
12,0
No ensaio de 400kN, no topo da estaca a leitura máxima de deformação da EDC foi de 2,76mm
no final de um período de 6 horas. De acordo com a curva, existe uma deformação elástica e uma
deformação plástica muito pequena (Figura 6-4). As leituras dos movimentos horizontais (Hx e Hy)
que o movimento excêntrico no topo da EDC foi pouco significativo.
80
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Carga (kN)
0 100 200 300 400 500
0,0
0,5
Deslocamento (mm)
1,0
1º ciclo de
1,5 carga
2,0 2º ciclo de
carga
2,5
3,0
81
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
1 10 100
0,0
Carga Tempo
90 kN Ks
Deslocamento (mm)
Figura 6-5 Incremento do deslocamento em cada patamar Figura 6-6 Valores de fluência do
para o ensaio de carga 700kN no Kuito. ensaio de carga 700kN no Kuito.
0,5
125 kN 100 60 0,03
1 150 kN 125 360 0,09
175kN 150 60 0,09
1,5
200 kN 175 60 0,04
2 225 kN 200 60 0,09
Figura 6-7 Incremento do deslocamento em cada Figura 6-8 Valores de fluência (ks)
patamar para o ensaio de carga 250kN no Kuito. do ensaio de carga 250kN no
Kuito.
82
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
1 10 100
0,0 Carga Tempo
ks
(kN) (min)
2,0
Deslocamento (mm)
90 kN 90 60 0,00
4,0 180 kN 180 60 0,04
280 kN
280 60 0,00
6,0 375 kN
465 kN 375 360 0,02
8,0 560 kN 465 60 0,00
610 kN 560 60 0,00
10,0 750 kN
610 60 0,23
12,0 750 360 0,41
Figura 6-9 Incremento do deslocamento em cada Figura 6-10 Valores de fluência (ks)
patamar para o ensaio de carga 750kN na Corimba. do ensaio de carga 750kN na
Corimba.
1 10 100
0,0 Carga Tempo
ks
(kN) (min)
0,5
Deslocamento (mm)
50 kN 50 60 0,00
100 kN
1,0 100 60 0,03
150 kN
200 kN 150 60 0,01
1,5
250 kN 200 360 0,00
2,0 300 kN 250 60 0,13
350 kN
300 60 0,10
2,5 400 kN
350 60 0,04
3,0 400 360 0,14
Figura 6-11 Incremento do deslocamento em cada Figura 6-12 Valores de fluência (ks)
patamar para o ensaio de carga 400kN na Passarela do ensaio de carga 400kN na
Passarela.
83
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Tabela 21 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 700kN.
84
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Tabela 22 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 250kN.
Tabela 23 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 750kN.
85
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Tabela 24 Resumo dos resultados de interpretação pelos métodos teóricos – Ensaio de 400kN.
86
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio de 700kN - Método de Van der Veen, Brinch Hansen, Chin, Mazurkiewic, Massad e Décourt.
Figura 6-13 – Método Van der Veen Figura 6-14 Método Brinch hansen
Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 2500
0
20
Deslocamento (mm)
40
42% de Qult
60 (s = 17,5mm)
80
100
120
Figura 6-15 Método de Chin Figura 6-16 Método Mazurkiewic
87
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio de 250kN - Método de Van der Veen, Brinch Hansen, Chin, Mazurkiewic, Massad e Décourt.
Figura 6-19 – Método Van der Veen. Figura 6-20 – Método Brinc-Hansen.
Carga (kN)
0 500 1000 1500
0
50
Deslocamento (mm)
44% de Qult
100 (s = 18,2mm)
150
200
250
88
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio de 750kN - Método de Van der Veen, Chin, Brinch Hansen, Mazurkiewic, Massad e Décourt.
Carga (kN)
Carga (kN) 0 500 1000 1500 2000
0 500 1000 1500 2000
0 0
10 10
20 20
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
30 34% de Qult
30 (s = 20mm)
44% de Qult
40 (s = 20mm) 40
50 50
60 60
70 70
Figura 6-25 Método de Van der Veen. Figura 6-26 Método Brinc-Hansen.
Carga (kN) Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 2500
0 500 1000 1500 2000 0
0
10 10
Deslocamento (mm)
20
Deslocamento (mm)
20
30
30% de Qult 30
40 (s = 18mm) 20,4% de Qult
(s = 20mm)
50 40
60 50
70
60
Figura 6-27 Método de Chin. Figura 6-28 Método Mazurkiewic.
Carga (kN)
Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 2500 0 500 1000 1500 2000
0 0
10
10
Deslocamento (mm)
20
Deslocamento (mm)
20
30
30% de Qult
30 21,3% de Qult (s = 20,04mm)
(s = 20mm) 40
40 50
50 60
70
60
89
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio de 400kN - Método de Van der Veen, Brinch Hansen, Chin, Mazurkiewic, Massad e Décourt.
Deslocamento (mm)
10
8
10 15 85% de Qult
12 (s = 12mm)
14 99% de Qult 20
(s= 12,1mm)
16
25
18
20 30
Figura 6-31 Método Van der Veen. Figura 6-32 Método Brinch-Hansen.
Carga (kN)
0 200 400 600 800 Carga (kN)
0 0 200 400 600
0
5
10 20
Deslocamento (mm)
15
Deslocamento (mm)
5
5
10
Deslocamento (mm)
15
Deslocamento (mm)
98% de Qult 10
20 (s = 12,1mm)
25
15 77% de Qult
30 (s = 12,22mm)
35 20
40
45 25
90
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 6-37 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito).
91
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Carga (kN)
0 200 400 600 800
0,0
1
0,2
0,4
Log Deslocamento
0,6
DQ/Ds
0,8 10
1,0
1,2
1,4
1,6 100
1,5 2,0 Log Carga 2,5 3,0
Figura 6-39 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito).
Carga (kN)
0 200 400 600 800
0
5
Deslocamento (mm)
10
15
20
25
30
92
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
0,0
Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000
0,2 1
0,4
Log Deslocamento
0,6
DQ/Ds
10
0,8
1,0
1,2
100
1,4
1,5 2,0 2,5 3,0
Log Carga
Figura 6-41 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito).
Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000
0
2
4
Deslocamento (mm)
6
8
10
12
14
16
18
20
Figura 6-42 Método de Houssel.
93
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
-1,0
-0,8 Carga (kN)
0 100 200 300 400 500 600
-0,6 1
-0,4
Log Deslocamento
-0,2
10
0,0
DQ/Ds
0,2
0,4 100
0,6
0,8
1000
1,0
1,5 2,0 2,5 3,0
Log Carga
Figura 6-43 Método de DeBeer: deslocamento (lado esquerdo) e carga (lado direito).
Carga (kN)
0 100 200 300 400 500
0
1
Deslocamento (mm)
6
Figura 6-44 Método de Houssel.
94
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio 700kN - Método de Inclinação das tangentes, Butler and Hoy, Davisson e NBR6122.
Carga (kN)
Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000 1200 0 500 1000 1500 2000 2500
0 0
2 20
4
40
Deslocamento (mm)
6
Deslocamento (mm)
60
8
10 80
12 100
14 120
16
140
18
20 160
Figura 6-45 Método inclinação das tangentes. Figura 6-46 Método Butler and Hoy.
Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
0
10
NBR 6122 Davisson 1972
Deslocamento (mm)
25
30
35
95
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio 250kN - Método de Inclinação das tangentes, Butler and Hoy, Davisson e NBR6122.
15
Deslocamento (mm)
10 20
25
15 30
35
20 40
45
25 50
Figura 6-48 Método Inclinação das Tangentes. Figura 6-49 Método Btler and Hoy.
Carga (kN)
0 100 200 300 400 500
0
2
4
Deslocamento (mm)
96
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio 750kN - Método de Inclinação das tangentes, Butler and Hoy, Davisson e NBR6122
Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 Carga (kN)
0
0 500 1000 1500 2000 2500
0
10
20
Deslocamento (mm)
20 40
Deslocamento (mm)
60
30
80
40
100
50 120
60 140
Figura 6-51 Método Inclinação das tangentes. Figura 6-52 Método Butler and Hoy.
Carga (kN)
0 500 1000 1500
0
10
Qult = 587 kN 443 kN
s na ruptura = 12 mm 9 mm
15 Ds = 7 mm 5 mm
20
25
30
97
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio 400kN - Método de Inclinação das tangentes, Butler and Hoy, Davisson e NBR6122
10
Deslocamento ( mm)
3
15
4
20
5
6 25
7 30
8 35
9
40
Figura 6-54 Inclinação das tangentes. Figura 6-55 Método Butler and Hoy.
15
20
25
30
35
40
98
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio de 700kN - Método de Vesic (rotura do fuste e rotura da base), Velloso e Lopes (rotura do
fuste e da base), Milititsky referindo a Norma Inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas.
Carga (kN)
5
Deslocamento (mm)
10
15
20
25
30
35
40
Ensaio de 250kN - Método de Vesic (rotura do fuste e rotura da base), Velloso e Lopes (rotura do
fuste e da base), Milititsky referindo a Norma Inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas.
0 100 200 300Carga 400
(kN) 500 600 700
0
5
Deslocamento (mm)
10
15
20
25
99
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio de 750kN - Método de Vesic (rotura do fuste e rotura da base), Velloso e Lopes (rotura do
fuste e da base), Milititsky referindo a Norma Inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas.
Carga (kN)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
0
10
Deslocamento (mm)
20
30
40
50
60
100
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio de 400kN - Método de Vesic (rotura do fuste e rotura da base), Velloso e Lopes (rotura do
fuste e da base), Milititsky referindo a Norma Inglesa (BSI-CP2004) para estacas escavadas.
Carga (kN)
0 100 200 300 400 500 600 700
0
10
Deslocamento (mm)
15
20
25
30
35
40
curva carga vs. deslocamento. Então, apesar do ajuste dessas funções se adequarem bem aos dados
da prova de carga, a previsão de carga de rotura pela assintota está inevitavelmente a grandes
deformações.
Assim, entende-se que a definição da capacidade de carga da estaca não deve ser feita
diretamente pela assintota, mas sim por uma fração da carga última sugerida pela assintota. Esse
procedimento é normalmente usado em estacas injetadas, como as estacas-raiz ou mico-estacas.
Uma alternativa é definir a carga admissível pelo deslocamento máximo permitido ou pelo
deslocamento admissível. No presente trabalho adotou-se a carga de rotura como a carga que
geraria um deslocamento prescrito da fundação, adotado aqui como 10% do diâmetro da estaca.
Usando tal procedimento nas provas de carga discutidas no presente trabalho observa-se para
o deslocamento de 20,0mm e 11,8mm, correspondente a 10% do diâmetro das respetivas estacas,
não se nota variação significativa da capacidade de carga entre os métodos que usam ajustes de
uma função.
Uma alternativa para a definição da carga de rotura das estacas dúcteis a partir dos métodos
que ajustam funções às curvas carga vs. deslocamento é a utilização de valores de Kv prescritos ao
contrário. Isso justifica-se pelo significado de Kv, que representa a taxa de variação do
assentamento da estaca para uma variação de carga, ou seja, a tangente da curva carga-
deslocamento. Então, entendendo que o comportamento das estacas dúcteis é essencialmente
elasto-plástico, um aumento mais acentuado na inclinação da curva carga- deslocamento, refletido
por variações significativas de Kv, define o inicio do processo de rotura.
Nos casos estudados os valores de Kv são consideravelmente baixos durante a fase linear de 8
a 10 kN/mm. Na condição admissível definida pelo assentamento igual a 10% do diâmetro da estaca,
o valor de kv é da ordem dos 30 a 40kN/mm. Próximo da rotura definida pela assintota, o valor de
kv chega a valores de 100 a 200 kN/mm.
Relativamente aos procedimentos de ensaio, exceto na EDC da Corimba, para o ensaio de
750kN, em que o valor de ks no ultimo patamar, ao final de 1h, é superior a 0,25, nos outros ensaios
o valor de ks é inferior ao valor admissível para passar para o patamar seguinte. A respeito da
eficiência das estacas, para os ensaios para as cargas de 700KN e 250kN, de acordo com as
recomendações da Sociedade Alemã de Geotecnia, em que o assentamento máximo admissível é
de 20,0mm (10% do diâmetro da estaca) pode dizer-se que a EDC não atingiu o seu ponto de rotura,
assim sendo, pode considerar-se adequada para a estrutura. E ainda, para os ensaios de 750kN e
400kN, em que o assentamento máximo admissível é de 11,8mm (10% do diâmetro da estaca), pode
dizer-se que não atingiu o ponto de rotura, sendo adequada para o projeto de fundações.
103
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Percebe-se, portanto, que o resultado das provas de carga mostra que a fundação se comporta
adequadamente admitindo o deslocamento admissível está dentro da ordem de grandeza da
capacidade de carga utilizada nos projetos.
104
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
as estacas de atrito, nos dois ensaios do Kuito. Pode verificar-se que nos ensaios de carga, na
mudança de patamar de carga, o valor de fluência foi inferior a 0,25mm de acordo com a Norma,
exceto no último patamar de carga do ensaio de 750kN, o ensaio da Corimba, porque houve um
problema entre a ligação da cabeça do maciço e a estaca e o ensaio foi dado como concluído.
Quanto à curva de carga/deslocamento, no ensaio de 250kN pode verificar-se o comportamento
típico de uma estaca de atrito, desde os primeiros níveis de carga ate ao final. No ensaio de 400kN
pode ver a curva carga/deslocamento e a mobilização inicial por atrito e depois por ponta.
Portanto, que o resultado das provas de carga mostra que a fundação se comporta adequadamente
admitindo o deslocamento admissível está dentro da ordem de grandeza da capacidade de carga
utilizada nos projetos.
106
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
exemplo no caso dos defletómetros. Desta forma, os dados são introduzidos diretamente no
aparelho de leitura ou computador, evitando-se a leitura dos mesmos debaixo da estrutura de
ensaio.
107
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
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111
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
9 Anexos
112
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Os ensaios de carga foram realizados com base na nos procedimentos da Sociedade Alemã de
Geotecnia (Liner).
Os testes de carga nas estacas são descritos nas Normas Alemãs DIN 4020, DIN 1054 e no
Eurocódigo 7 (EC 7). A Norma DIN 4020 contém os princípios gerais, enquanto na Norma DIN 1054 e
EC 7 está descrito o processo de ensaio com mais detalhe.
Os testes de carga podem servir para:
- Prova capacidade de carga de uma estaca ou grupos de estacas para um
determinado projeto;
- Verificação de projeto;
- Verificação estrutural da capacidade da estaca;
- Controlo de integridade da estaca.
Os testes de carga são especialmente necessários se:
- As condições do solo são muito variáveis;
- Teste de um novo tipo de construção.
Com a instrumentação correta é possível determinar a resistência (R) da estaca., que é divida
em resistência ponta (Rs) e resistência de ponta (Rr), assim como o deslocamento
113
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 9-1 a) Estaca com carregamento por atrito. b) Estaca com carregamento por ponta.
(Fonte: DGGT)
Para uma estaca com resistência por atrito, (Figura 9-1 a)), o valor de resistência de atrito é
alcançado depois de pequenos deslocamentos da estaca. O resultado é uma curva extensiva no
gráfico resistência-deslocamento. A carga é transferida pelo solo até à base da estaca.
O gráfico resistência-assentamento (Figura 9-1 b)) tem uma curvatura aligeirada para estacas
carga de ponta. Nestas estacas, a carga é distribuída pela estaca até a base o que aumenta os
deslocamentos.
Como não é possível determinar claramente o ponto de rotura do gráfico resistência-
assentamento, definiu-se que um certo valor de assentamento para uma determinada carga:
sg=0,1.D
Com:
sg: assentamento da estaca
D: diâmetro da estaca (Figura 9-2).
Em que o diâmetro da estaca é definido por:
114
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Se as estacas de serviço são usadas para ensaios de carga, a influência da pré-carga durante o
teste deve ser considerada na capacidade da estaca. Isto é especialmente necessário para estacas
longas com a carga predominante na base da estaca, para estacas de pequeno diâmetro e em solos
estratificados.
Teste de carga
Durante a realização do teste, a carga de influência (Figura 9-3) nos testes deve ser alta para
se atingir um dos seguintes critérios:
Limite de assentamento: sg=0.1 D, sg: assentamento e D diâmetro da estaca.
Fluência (Ks): o valor de fluência, varia em cada teste. Define o tempo do deslocamento
na estaca numa carga constante.
Capacidade de carga do material da estaca, por exemplo, para testes de integridade.
115
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
116
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 9-5– Sistemas de referência para monitorização do maciço da estaca. (Fonte: DGGT)
mesmo e corrigir possíveis irregularidades. Para estágios de elevadas cargas deve registar-se o
desenvolvimento dos deslocamentos da estaca e o valor de fluência.
Estágio de carga
O número de estágios de carga (Figura 9-6) devem ser ultimados para a capacidade de ponta
em oito passos. A carga deve ser iniciada com uma pré-carga para fixar o equipamento de carga –
macaco hidráulico e os aparelhos de medida - defletómetros.
A carga deve ser aplicada de forma lenta e cuidadosa, especialmente quando a carga é
transmitida por atrito. Devem evitar-se choques e vibrações.
A carga deve manter-se constante e pode ser controlada manualmente ou com aparelhos
elétricos.
Os intervalos de tempo para a medição dos deslocamentos num estágio de carga, podem ser, 0
min, 2 min, 5 min, 10 min 20 min, 40 min, 60 min.
118
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Para médios e altos requisitos será necessário elabora um gráfico com as curvas das cargas de
fluência numa escala logarítmica (Figura 9-8).
Para a medição separada da resistência de ponta e da resistência por atrito, Rs(s) e Rr(s), deve
ser realizado um gráfico com o da Figura 9-9.
119
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
120
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
121
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
122
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
123
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
As Figuras 9-10a e 9-10b foram retiradas durante o ensaio após a verificação visual do desnível
acentuado entre as vigas de leitra e a placa de distribuição dos dispositivos de carga.
Figura 9-10a – Fotografia da ligação entre maciço e a EDC. Figura 10-10b – Pormenor da
ligação.
124
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
D e A A* Ac Ast* Ast E E*
(mm) (mm) (mm2) (mm2) (mm2) (mm2) (mm2) MPa MPa
118 7,5 10936 9852 8332 2604 1520 53331 41596
118 9 10936 9852 7854 3082 1998 59454 48393
118 10,6 10936 9852 7359 3577 2493 65789 55421
118 12,5 10936 9852 6793 4143 3059 73038 63471
170 7,5 22698 21124 18869 3829 2255 43616 34944
170 9 22698 21124 18146 4552 2978 58078 3944
170 10,6 22698 21124 17390 5308 3734 52740 44749
170 12,5 22698 21124 16513 6185 4611 58149 50560
125
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Figura 9-11 Classificação solos e corrosividade de materiais ferrosos no solo – DIN 50 929 vs
Norma ONORM B 5013. (Handbook BAUER, 2008).
Figura 9-12 Classificação solos e corrosividade de materiais ferrosos na água – DIN 50 929 vs
Norma ONORM B 5013. (Handbook BAUER, 2008).
126
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
O SPT (Standard Penetration Test) é um ensaio dinâmico que consiste em cravar no fundo do
furo de sondagem, devidamente limpo, um amostrador normalizado. A cravagem é feita
recorrendo-se a um pilão com 63.5 Kgf de peso que cai livremente de uma altura de 30”, sobre um
batente que por sua vez está ligado a um trem de varas, cuja ponta é o amostrador normalizado.
O ensaio é composto por duas fases:
Primeira: O amostrador é cravado 15 cm, registando-se o respetivo número de pancadas, a
esta fase correspondem em regra solos remexidos pelo que o valor obtido é meramente
indicativo. ~
Segunda: O amostrador é cravado mais 30 cm, sendo o resultado do ensaio SPT o número
de pancadas obtido. Se após 60 pancadas, a penetração não atingir os 30 cm, termina-se o
ensaio medindo a penetração obtida.
Os valores do número de pancadas foram posteriormente corrigidos tendo em consideração a
eficiência do equipamento utilizado para o ensaio, o comprimento das varas, o diâmetro do furo,
o tipo de amostrador, tensão efetiva de recobrimento e as condições e tipo de solo atravessado.
Os valores das pancadas (NSPT) são corrigidos para valores N60, para solos argilosos, e N1(60)
para materiais arenosos, segundo as Equações 1 e 2 (Skempton, 1986)
𝑁60=𝐶𝐸×𝐶𝑅×𝐶𝐵×𝐶𝑆×𝑁𝑆𝑃𝑇 (1)
𝑁1(60)=𝑁60×𝐶𝑁 (2)
CE é o fator de correção relacionado com a energia de cravação (CE = ERr/60), ERr é a eficiência.
Considerou-se para efeitos de normalização uma eficiência de 60% para o sistema de cravação, isto
é, só 60% da energia potencial (produto da massa pela altura de queda do pilão) atinge o extremo
inferior do equipamento. Os equipamentos com dispositivo de disparo automático do pilão
apresentam uma eficiência da ordem dos 60%; CR é o fator de correção do diâmetro do furo; CB é
o fator de correção do comprimento das varas; CS é o fator de correção do tipo de amostrador;
NSPT é o número de pancadas realizadas no ensaio SPT; CN é o fator de correção relacionado com
a tensão efetiva de recobrimento. O fator de correção CN não é aplicável para os solos argilosos
(Pinto, 2017).
127
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
128
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio 700kN
Método Van der Veen
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2500
Cálculo do Qult wmax: 100
Qult = 2378 kN
2
D Qult para plotagem de R = 1
a = 0,03
R2 = 0,997772
b=0
Deslocamento na ruptura = 230,3 mm
Cálculo do deslocamento para uma fração da carga de ruptura
Valor máximo da carga para impressão da curva Van der Veen = 1074,9
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 45,20
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0
Legenda do ponto da % carga no gráfico = 45,2% de Qult (s = 20mm)
Método de Chin
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2500
Para carregamento com intervalos de tempo constantes (ensaio rápido) smax: 100
Qult = 2510,629 kN b1 b2
Existem duas retas (fuste e total) sendo b1>b2 (s/n) = n 0,000398
Deslocamento admitido na ruptura = 2733,5 mm 0,99
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 42
Valor da carga para essa percentagem = 1054,464
Passo para calculo de Q ultimo = 3,5 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 17,5 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 42% de Qult (s = 17,5mm)
extenção da retas = 1,1
129
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Método de Mazurkiewic
Limites de impressão
Qmax: 2500
Modificar apenas os textos em vermelho smax: 100
(máximo de pontos igual a 50) Número de Pontos = 50
Passo = 0,1712 10,7
(deve ser inferior ao deslocamento máximo do ensaio) Ponto máximo = 1
Qult = 3181,89 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 171,2 mm
Q do último ponto considerado (figura 2)= 700
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 38,60
Valor da carga para essa percentagem = 1228,2 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 38,6% de Qult (s = 20mm)
Método de Massad
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2500
Número de Pontos = 50 (máximo de pontos igual a 50) smax: 100
Passo = 0,214 (está usando o mesmo procediemnto do Mazurkiewicz)
Qult = 2106,88 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 214,0 mm
Q do último ponto considerado = 700 (usado somente para efeito de apresentação do gráfico)
Método de Décourt
Ajuste Linear ou Log (1/2) = 1 Qult = 2542,6 kN Limites de impressão
Deslocamento admitido na ruptura (98%)= 1375,6 mm Qmax: 2500
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 42 smax: 100
Valor da carga para essa percentagem = 1057,7
Passo para calculo de Q ultimo = 2 ok
Recalque admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 42% de Qult (s = 20mm)
extenção da retas = 100
Ensaio 250kN
Método de Van der Veen
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 1800
Cálculo do Qult smax: 200
Qult = 1826 kN
2
D Qult para plotagem de R = 1
a= 0,02
R2 = 0,997646
b= 0
Deslocamento na ruptura = 345,4 mm
Cálculo do deslocamento para uma fração da carga de ruptura
Valor máximo da carga para impressão da curva Van der Veen = 602,6
Fração da carga admitido para estimativa do recalque na ruptura (%) = 33,00
Deslocemento admitido na ruptura = 20,0
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 33% de Qult (s = 20mm)
130
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Método de Chin
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 1800
Para carregamento com intervalos de tempo constantes (ensaio rápido) smax: 200
Qult = 1153,679 kN b1 b2
Existem duas retas (fuste e total) sendo b1>b2 (s/n) = n 0,000867
Deslocamento admitido na ruptura = 2592,2 mm
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 44
Valor da carga para essa percentagem = 501,8506
Passo para calculo de Q ultimo = 2,6 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 18,2 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 44% de Qult (s = 18,2mm)
extenção da retas = 1,1
Método Mazurkiewic
Limites de impressão
Qmax: 1800
Modificar apenas os textos em vermelho smax: 200
(máximo de pontos igual a 50) Número de Pontos = 50
Passo = 0,146
(deve ser inferior ao deslocamento máximo do ensaio) Ponto máximo = 1
Qult = 1063,22 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 146,0 mm
Q do último ponto considerado (figura 2)= 250
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento, na ruptura (%) = 52,00
Valor da carga para essa porcentagem = 552,9 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 52% de Qult (s = 20mm)
Método Massad
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 1800
Número de Pontos = 50 (máximo de pontos igual wmax: a 50) 200
Passo = 0,146 (está usando o mesmo procediemnto do Mazurkiewicz)
Qult = 950,81 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 146,0 mm
Q do último ponto considerado = 250 (usado somente p ara efeito de apresentação do gráfico)
131
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Método Décourt
Ensaio 750kN
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2000
Cálculo do Qult smax: 60
Qult = 1913 kN
2
D Qult para plotagem de R = 1
a = 0,03
R2 = 0,995921
b = -0,02
Deslocamento na ruptura = 230,9 mm
Cálculo do deslocamento para uma fração da carga de ruptura
Valor máximo da carga para impressão da curva Van der Veen = 841,7
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 44,00
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 44% de Qult (s = 20mm)
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2000
Selecione o modelo que melhor se ajusta = 1 smax: 60
Passo para cálculo de Q ultimo = 2 ok
Fração para calculo de Qult = 0,8
Qult = 2709,82 kN
Deslocamento = 516 mm
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 34
Valor da carga para essa percentagem = 921,3 kN 882,9
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 34% de Qult (s = 20mm)
extenção da retas = 1,1
132
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Método Chin
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2000
Para carregamento com intervalos de tempo constantes (ensaio rápido) smax: 60
Qult = 2956,498 kN b1 b2
Existem duas retas (fuste e total) sendo b1>b2 (s/n) = n 0,000338
Deslocamento admitido na ruptura = 4495,5 mm 0,99
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 30
Valor da carga para essa percentagem = 886,9493
Passo para calculo de Q ultimo = 4,5 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 18 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 30% de Qult (s = 18mm)
extenção da retas = 1,1
Método de Mazurkiewic
Limites de impressão
Qmax: 2000
Modificar apenas os textos em vermelho smax: 60
(máximo de pontos igual a 50) Número de Pontos = 50
Passo = 0,318 15,9
(deve ser inferior ao deslocamento máximo do ensaio) Ponto máximo = 1
Qult = 4589,07 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 318,0 mm
Q do último ponto considerado (figura 2)= 750
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 20,40
Valor da carga para essa percentagem = 936,2 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 20,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 20,4% de Qult (s = 20mm)
Método Massad
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 2000
Número de Pontos = 50 (máximo de pontos igual a 50)smax: 60
Passo = 0,318 (está usando o mesmo procediemnto do Mazurkiewicz)
Qult = 4392,25 kN
Recalque admitido na ruptura = 318,0 mm
Q do último ponto considerado = 750 (usado somente para efeito de apresentação do gráfico)
Método Décourt
133
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Ensaio 400kN
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 600
Cálculo do Qult smax: 40
Qult = 495 kN
2
D Qult para plotagem de R = 1
a = 0,38
R2 = 0,997928
b= 0
Deslocamento na ruptura = 18,2 mm
Cálculo do deslocamento para uma fração da carga de ruptura
Valor máximo da carga para impressão da curva Van der Veen = 487,6
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 98,50
Deslocamento admitido na ruptura = 11,1
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 98,5% de Qult (s = 11,1mm)
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 600
Selecione o modelo que melhor se ajusta = 1 smax: 40
Passo para cálculo de Q ultimo = 2 ok
Fração para calculo de Qult = 0,8
Qult = 629,86 kN
Deslocamento = 38 mm
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 85
Valor da carga para essa percentagem = 535,4 kN 531,2
Deslocamento admitido na ruptura = 12,0 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 85% de Qult (s = 12mm)
extenção da retas = 1,1
Método Chin
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 600
Para carregamento com intervalos de tempo constantes (ensaio rápido) smax: 40
Qult = 648,3018 kN b1 b2
Existem duas retas (fuste e total) sendo b1>b2 (s/n) = n 0,001542
Deslocamento admitido na ruptura = 311,5 mm 0,99
% Qult para estimativa do s rupt. (%) = 79
Valor da carga para essa percentagem = 512,1584
Passo para calculo de Q ultimo = 0,5 ok
Deslocamento admitido na ruptura = 11,5 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 79% de Qult (s = 11,5mm)
extenção da retas = 1,1
134
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
Método Mazurkiewic
Limites de impressão
Qmax: 600
Modificar apenas os textos em vermelho smax: 40
(máximo de pontos igual a 50) Número de Pontos = 50
Passo = 0,098 4,9
(deve ser inferior ao deslocamento máximo do ensaio) Ponto máximo = 1
Qult = 499,21 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 98,0 mm
Q do último ponto considerado (figura 2)= 400
Fração da carga admitido para estimativa do deslocamento na ruptura (%) = 97,50
Valor da carga para essa percentagem = 486,7 kN
Deslocamento admitido na ruptura = 11,6 mm
Legenda do ponto da %carga no gráfico = 97,5% de Qult (s = 11,6mm)
Método Massad
Limites de impressão
Modificar apenas os textos em vermelho Qmax: 600
Número de Pontos = 50 (máximo de pontos igual asmax: 50) 40
Passo = 0,098 (está usando o mesmo procediemnto do Mazurkiewicz)
Qult = 495,27 kN
Deslocamentoadmitido na ruptura = 98,0 mm
Q do último ponto considerado = 400 (usado somente para efeito de apresentação do gráfico)
Método Décourt
135
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
4,0 4,0
3,5 3,5
3,0
Kv (kN/mm)
3,0
Kv (kN/mm)
2,5 2,5
Mazurkiewicz (1972)
Mazurkiewicz (1972)
2,0 Van der Veen (1953)
2,0
Van der Veen (1953)
1,5 Chin(1970)
Chin(1970) 1,5
1,0 Brinch Hansen (1963)
Brinch Hansen (1963) 1,0
Décourt (1999)
0,5
Décourt (1999) 0,5 Massad (1986)
Massad (1986) 0,0
0,0 0 100 200 300 400
-150 50 250 450 650 Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
3,5 3,5
3,0 3,0
Kv (kN/mm)
Kv (kN/mm)
2,5 2,5
Mazurkiewicz (1972) Mazurkiewicz (1972)
2,0 2,0
Van der Veen (1953) Van der Veen (1953)
1,5 Chin(1970) 1,5 Chin(1970)
1,0 Brinch Hansen (1963) 1,0 Brinch Hansen (1963)
136
Fundações por Estacas Dúcteis Cravadas
137