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Florianópolis, 2019
AMANDA MACHADO CABRAL
BRUNA BEATRIZ DE MOURA VIEIRA
LARISSA CARVALHO DE SOUSA PARAÍSO
LUISA CRUZ PINTO
MANOELA GHIDI ESMERALDINO
MARIA DO SOCORRO BAPTISTA BARBOSA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO – FAED
Florianópolis, 2019
AMANDA MACHADO CABRAL
BRUNA BEATRIZ DE MOURA VIEIRA
LARISSA CARVALHO DE SOUSA PARAÍSO
LUISA CRUZ PINTO
MANOELA GHIDI ESMERALDINO
MARIA DO SOCORRO BAPTISTA BARBOSA
PROFESSORAS AVALIADORAS
______________________________________________________
Professora Dra. Fernanda Sales (UDESC)
______________________________________________________
Professora Ms. Andreia Sousa da Silva (UDESC)
Florianópolis, 2019
RESUMO
Este trabalho foi pensado como uma pesquisa bibliográfica acerca do Bibliotecário, do Livro e
da Biblioteca. No decorrer da pesquisa, surgiu a necessidade se se fazer algumas pesquisas de
campo, entrevistando pessoas sobre o conceito que elas têm de livro, e a visão que existe sobre
a função de uma biblioteca. Baseadas nos escritos de Silveira (2014), Nunes; Carvalho (2016),
e outros autores (as) pesquisados, tivemos como objetivo um levantamento histórico acerca dos
três focos de nosso trabalho, e o finalizamos apontando algumas perspectivas acerca do que se
pode esperar em um futuro que se vislumbra problemático diante de tudo que se enfrenta hoje
no país.
Palavras-chave: Bibliotecário. Livro. Biblioteca. História. Perspectivas.
ABSTRACT
This paper was thought as a bibliographic research about the Librarian, the Book and the
Library. During the research the need of interviewing people on their view about the book, and
their conception on the library, made necessary a field research. Based on the writing of Silveira
(2014), Nunes; Carvalho (2016), and other researched authors, we had, as objectives, to make
a historical survey about the three focus of our work, and we ended pointing out some
perspectives about of what it is possible to expect in a future that is coming in a problematic
way before everything that we face nowadays in this country.
Keywords: Librarian. Book. Library. History. Perspectives.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Líber....................................................................................................................................... 12
Figura 2: A palavra "livro" em diversos idiomas. ................................................................................. 19
Figura 3: Página Inicial do Project Gutenberg ...................................................................................... 21
Figura 4: Livros X E-books ................................................................................................................... 21
Figura 5: Como publicar seu livro......................................................................................................... 24
Figura 6: Placa de Argila da Biblioteca de Nínive. ............................................................................... 26
Figura 7: Ilustração imaginária da Biblioteca de Alexandria. ............................................................... 27
Figura 8: Biblioteca acorrentada. Chelsea, Londres, Reino Unido, a biblioteca medieval, contendo uma
"Bíblia de Vinagre" de 1717, um presente de Sir Hans Sloane............................................................. 28
Figura 9: Iluminura do século XII representando a torre e o scriptorium do mosteiro de São Salvador
de Tábara, na Espanha........................................................................................................................... 29
Figura 10: Pesquia do Conselho Federal de Biblioteconomia, 2013..................................................... 33
Figura 11: Suzanne Briet (1894-1989) .................................................................................................. 35
Figura 12: Benjamin Franklin (1706-1790) .......................................................................................... 35
Figura 13: Lewis Carroll (1832-1898) .................................................................................................. 36
Figura 14: Laura Bush (1946 - ) ............................................................................................................ 36
Figura 15: Jorge Luís Borges (1899 - 1986) ......................................................................................... 37
Figura 16: Giocomo Casanova (1725 - 1798) ....................................................................................... 37
Figura 17: Johann Wolfgang Von Goethe (1749 - 1832) ...................................................................... 38
Figura 18: Bárbara Gordon, a Batgirl.................................................................................................... 38
Figura 19: CAL, Inteligência Artificial da Série Doctor Who (Computação Gráfica). ........................ 39
Figura 20: Ian Wolfe representando Atoz, da Série Star Trek .............................................................. 39
Figura 21: Lucien, personagem de Sandman. ...................................................................................... 40
Figura 22: Jocasta Nu, bibliotecária de Star Wars: the clone wars. ................................................... 40
Figura 23: Anthony Stewart Head representando Rubert Giles, da Série Buffy, a caça-vampiros. ...... 41
Figura 24: British Library – Londres (Inglaterra) ................................................................................. 44
Figura 25: Brooklyn Public Library, Brooklyn, New York, United States of America. ....................... 44
Figura 26: Toronto Public Library, Toronto, Ontario, Canada. ............................................................ 45
Figura 27: Biblioteca Pública de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. ...................... 45
Figura 28: Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, Brasil. ........................................................................ 49
Figura 29: Calvin e a Biblioteca Escolar 1 ............................................................................................ 50
Figura 30: Calvine a Biblioteca escolar 2 ............................................................................................. 51
Figura 31: Biblioteca Robarts, da Universidade de Toronto, em Toronto, Ontario, Canadá. ............... 55
Figura 32: Biblioteca da Universidade Católica de Petrópolis, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil. ...... 56
Figura 33: Biblioteca da Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil. .................................................................................................................................................... 56
Figura 34: Biblioteca Acorrentada. ....................................................................................................... 58
Figura 35: Cabinet de lecture - Representado em uma pintura de Johann Peter Hasenclever, The
Reading room ........................................................................................................................................ 59
Figura 36: Bookless library - Biblioteca Digital Nacional da Coréia, em Seoul. Também conhecida
como dibrary (digital + library) ............................................................................................................. 59
Figura 37: Learning Resource centre - Aldham Robarts LRC, Universidade de Liverpool John Moores
University, Inglaterra ............................................................................................................................ 60
Figura 38: Espaço de Learning commons - Biblioteca Tec de Monterrey, Cidade do México ............ 60
Figura 39: Biblioteca verde - Biblioteca nacional de Cingapura. ......................................................... 61
Figura 40: Biblioteca médica - Biblioteca nacional de medicina dos Estados Unidos, Bethesda,
Maryland. .............................................................................................................................................. 61
Figura 41: Biblioteca de sementes – Svalbard global seed vault, Arquipélago Svalbard ..................... 62
Figura 42: Proprietary library – British Museum, Londres, Inglaterra, 1 ............................................. 62
Figura 43: Proprietary library – British Museum, Londres, Inglaterra - 1 ............................................ 63
Figura 44: Cinemateca – Cinemateca Portuguesa: Museu do cinema, Lisboa, Portugal. ..................... 63
Figura 45: Respostas da pesquisa feita pelo aplicativo AMINO. .......................................................... 64
LISTA DE GRÁFICOS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 O LIVRO .............................................................................................................................. 11
3 O BIBLIOTECÁRIO .......................................................................................................... 25
4 A BIBLIOTECA .................................................................................................................. 42
4.1 A BIBLIOTECA PÚBLICA ........................................................................................ 42
4.2 A BIBLIOTECA NACIONAL .................................................................................... 46
4.3 A BIBLIOTECA ESCOLAR ....................................................................................... 49
4.4 A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA .......................................................................... 51
4.5 OUTROS TIPOS DE BIBLIOTECA .......................................................................... 57
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 65
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 66
10
1 INTRODUÇÃO
1
Buffy, a caça-vampiros, é uma série de televisão estadunidense de drama sobrenatural criada por Joss Whedon
com a Mutant Enemy Productions e com os posteriores coprodutores executivos sendo Jane Espenson, David
Fury, e Marti Noxon. A série estreou em 10 de março de 1997, no The WB e concluiu em 20 de maio de 2003,
na UPN. Boa parte da narrativa se passa na biblioteca da escola pública onde a jovem estuda.
11
2 O LIVRO
Falar de “livro” faz surgir a pergunta: afinal, o que é um livro? Tentamos responder a
essa pergunta de várias maneiras. A Câmera Mineira do Livro aponta duas definições, tiradas,
segundo o site, de um dicionário:
O site aponta ainda várias outras definições de livro, o que indica a complexidade de
definir tal termo. É interessante perceber, na segunda acepção da CML, a definição da
quantidade de páginas apropriadas para que um material impresso seja um livro, diferenciando-
o de outros tipos de texto. Acreditamos que tal definição seja bastante relativa, pois alguns
livros, como o livro infanto-juvenil Não posso ter o que eu quero, de Alina Perlman, tem
apenas 32 páginas, e a coletânea de poemas de guerra, War Poems on the Underground: 1914-
1918, editado pelo Conselho Britânico, tem somente 25 páginas, mas não há como negar que
ambos os objetos citados são livros.
Vejamos outra definição de livro, desta vez segundo o jornalista Sérgio Rodrigues
(2017), da revista Veja online:
A figura abaixo retrata uma árvore cuja casta foi retirada, apontando a posição do
Floema, também chamado Liber:
12
Figura 1: Líber
Fonte:http://segundocientista.blogspot.com/2015/09/resuminho-da-reproducao-das-briofitas.html
Rodrigues (2017) aponta também que “é curioso observar que o inglês book também
nasceu no reino vegetal, da raiz germânica bok (faia)”, ou seja, a relação entre o objeto “livro”
e o reino vegetal é bem presente, a partir do próprio nome.
Mas definir livro vai bem além disso. Em uma pesquisa informal, conversando com
pessoas, Cabral (2019), observou diferentes definições, que colocamos no quadro a seguir:
É possível perceber, no quadro acima, que as opiniões sobre o objeto “livro” são bem
variadas, indo de “formas de conhecimento” a “um negócio com folhas”, mostrando que não
há uma unanimidade quando ao seu papel, ou à sua importância. Mas isso não é de estranhar, a
definição de livro não é unanimidade nem entre grandes escritores, como Jorge Luís Borges
(2011, p. 11), para quem o livro é “uma extensão da memória e da imaginação”, enquanto para
13
Oscar Wilde (2012, p. 5) não “existem livros morais ou imorais. Os livros são bem ou mal
escritos”, ou, como diria o Padre Antônio Vieira (2016, p. 16), “o livro é um mudo que fala, um
surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive, e não tendo ação em si mesmo,
move os ânimos e causa grandes efeitos.”
Diante de tantas opiniões diferentes, o que se pode notar, com clareza, é a importância
que os autores dão aos livros, e como todos eles, de diferentes formas, entendem a necessidade
da leitura, sem censura ou proibições. Entre os autores citados, é interessante lembrar que Oscar
Wilde foi preso por homossexualismo, e teve seus livros censurados, por serem considerados
obscenos, fato que não ficou restrito ao autor irlandês, mas que aconteceu muitas vezes no
decorrer da história. Por isso, torna-se pertinente entender sua posição quanto à moralidade ou
não do objeto “Livro”.
Além da pesquisa acima citada, a pesquisadora elaborou um questionário em um
aplicativo online, TypeForm.com, não apenas perguntando a opinião das pessoas sobre o objeto
“livro”, mas com um total de 07 (sete) perguntas, que foram respondidas por 17 (dezessete)
pessoas.
Com relação à faixa etária, as pessoas que participaram da pesquisa estão entre 12 e 67
anos, mostrando uma grande diferença de idade, como podemos perceber no gráfico a seguir:
1; 6%
12 a 18 anos
3; 18% 5; 29%
19 a 25 anos
26 a 35 anos
1; 6%
36 a 50 anos
Acima de 50 anos
7; 41%
Não podemos afirmar que a diferença de idade seja crucial para determinar as ideias das
pessoas acerca dos livros, mas outras respostas talvez nos deem uma visão mais aprimorada.
14
23% SIM
NÃO
12%
65% Sempre fujo para longe
quando vejo um livro.
Percebe-se com clareza que a maioria das pessoas gosta de ler. Cruzando os dados entre
um gráfico e o outro, vamos perceber que não há uma relação direta entre idade e o fato de
gostar ou não de ler, pois há pessoas das diversas faixas etárias se posicionando de uma forma
ou de outra.
Perguntados sobre o que acham que seja um livro, foram obtidas as mais diversas
respostas. É muito importante apontarmos aqui que mesmo as pessoas que afirmaram não gostar
de ler, ou que garantiram fugir sempre que veem um livro, articularam uma opinião sobre tal
objeto, demonstrando, de alguma forma, que entendem a necessidade da existência deste
artefato, mesmo que seja apenas para ficar em uma estante, ornamentando uma bela sala de
estar.
Vejamos as opiniões no quadro a seguir, no qual foi mantida a forma como as pessoas
escreveram, nem sempre da forma considerada acadêmica ou culta. Como não é possível
identificar as pessoas, foram todos denominados “Participantes”, e numerados de 1 a 17:
15
Analisando este quadro, podemos perceber que todos têm opinião formada sobre o livro,
e, mesmo para aqueles que disseram não gostar de ler, o livro aparenta ter alguma importância,
como é o caso do / da Participante 17, que não gosta de ler, afirmou que quase nunca lê, mas
reconhece que livros podem transformar pessoas e pensamentos. No entanto, de todas as
opiniões apontadas acima, a que mais nos chama a atenção é a posição do / da Participante 01,
que afirma o que o livro significa para sua pessoa com uma única palavra: “Vida”. Não nos
cabe aqui entrar em detalhes, até por não sabermos quem é tal respondente, mas não podemos
deixar de notar o quanto o livro tem importância e significado para tal pessoa.
Algumas outras pessoas também foram bem sucintas, com os / as Participantes 04, 13 e
14, com respostas também interessantes: “Uma viagem”, “Uma obra”, “Conhecimento”. Sem
ter como perguntar o que cada uma dessas pessoas quis dizer, o que podemos especular é que
“viagem” tem a ver com o fato de que alguns livros podem nos levar a lugares bem diferentes
sem sairmos fisicamente do lugar, enquanto “uma obra” nos remete mais àquele livro que marca
um leitor como o mais importante de um determinado autor (a), a “obra-prima”.
“Conhecimento” talvez seja mais óbvio, visto que esta é uma premissa básica de quem estuda,
ler para adquirir conhecimento.
16
Gráfico 3: Resposta para a pergunta "Com que frequência você costuma ler?"
6% 12%
Sempre
18%
Quase sempre
23% Às vezes
Quase nunca
Nunca
41%
É interessante perceber, ao analisarmos este gráfico, que mesmo quem afirmou não ler
ainda o faz, embora tenha respondido que quase nunca se dedica à leitura. A resposta mais
frequente foi “às vezes”, o que indica que até mesmo quem gosta de ler nem sempre o faz com
tanta frequência. Somente 01 (hum) pesquisado respondeu que nunca lê, fato que consideramos
positivo, levando em conta que 04 (quatro) responderam que não gostam de ler.
Quanto à quinta pergunta desta pesquisa pelo aplicativo online, “Você prefere Livros,
Séries, Filmes ou Desenhos?”, é possível perceber que, mesmo quem afirmou gostar de ler, na
hora de escolher entre um livro e uma série, seja da televisão, seja de um serviço de streaming,
como Netflix, a escolha recai sobre as séries. Parece-nos algo muito pertinente aos tempos pós-
modernos, imediatistas, nos quais o ato de ler pode ser visto como algo mais entediante, menos
intenso, enquanto as séries provocam reações mais intensas. Vejamos o gráfico com as
respostas a tal pergunta:
17
12%
29% Livros
12%
Séries
Filmes
Desenhos
47%
Quadro 3: Respostas para a pergunta: "Caso você não goste de ler, poderia nos falar por quê?"
NOME IDADE RAZÕES PARA NÃO GOSTAR DE LER
Participante 03 12 Porque é entediante.
Falta de tempo, mas se for algo que eu esteja muito motivado, irei devorar em
Participante 08 18
uma semana.
Não consigo ficar parado muito tempo para ler um livro direito, eu até gosto de
Participante 10 17
ler, mas me dá uma agonia no corpo que torna a leitura insuportável.
Participante 11 20 Sou muito hiperativo e dificilmente prendo minha atenção em livros
Participante 15 22 Menos dinâmico
Depende do livro. Se for chato, é por esse motivo mesmo, mas se for
Participante 16 13
interessante eu leio.
Participante 17 19 Preguiça.
Como é possível perceber no quadro acima, a principal causa para a não leitura dos
respondentes não é o fato de não gostarem de ler, mas o fato de considerarem o ato da leitura
um ato que exige um corpo parado, sem movimento, o que provoca a sensação de tédio, e
provoca desconforto. Acreditamos que esta é uma visão muito difundida, a leitura como algo
estático, o que afasta muitas pessoas do ato de ler. Falta, a essas pessoas, aquilo que afirma
Paulo Freire (1989, p. 9):
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não
possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se
prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura
crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.
Sem esse entendimento, de que a leitura é um ato dinâmico, é uma atividade tão física
quanto mental, não é de surpreender que as pessoas a achem entediante, e tenham preguiça de
encarar a leitura de um livro, mesmo de um livro pequeno, como um livro de poesias, por
exemplo.
A sétima, e última, pergunta do questionário, refere-se ao tipo de leitura preferido por
quem admite gostar de enfrentar o desafio da leitura. Vejamos o gráfico que retrata as repostas:
Gráfico 5: Resposta para a pergunta: "Se você gosta de ler, qual o seu gênero favorito?"
NÃO RESPONDERAM 2
OUTROS 2
QUADRINHOS 3
INFANTOJUVENIL 1
FICÇÃO CIENTÍFICA 2
SUSPENSE 3
ROMANCE 4
COMÉDIA 0
É curioso observar que a maioria das pessoas preferem ler romances, ficando os
quadrinhos e os suspenses em segundo lugar. Como ninguém disse porque gosta de um estilo
ou outro, tudo que podemos fazer é especular, mas consideramos positiva esta preferência por
romances, talvez seja um sinal de que ainda há lugar para o romantismo neste mundo tão
19
complexo, neste momento tão extremista e polarizado. A figura abaixo é somente para mostrar
como podemos dizer “Livro” em diversas linguagens:
Fonte: https://weheartit.com/amanda_almeida89/collections/726681-books
Considerando que todas as culturas têm uma forma de explicar o surgimento dos
diferentes idiomas, Silva (2007, p. 2) busca também no filósofo francês uma das formas de
explicar tal fenômeno, afirmando que
que era usado pelos primeiros homens para implorar socorro no perigo
ou como alívio de dores violentas, mas não era de uso comum.
Fonte: http://www.gutenberg.org/
Pluvinage (2015) afirma ainda que, em 1981, o primeiro livro digital é publicado
comercialmente. O autor americano Stephen King se tornou um dos pioneiros desta tecnologia,
publicando seu livro Riding the bullet através deste método. Nos tempos atuais, vemos a
“disputa” entre livros impressos e digitais, assim como um aumento nos índices de alfabetização
e no número de leitores.
Fonte: http://alguemviuumlivroporai.blogspot.com/2017/02/livro-digital-x-livro-fisico.html
Podemos determinar que existem vários tipos de livros, que podem ser classificados
conforme o gênero ou conforme o formato:
Livros conforme o gênero: referem-se ao conteúdo escrito nos livros
22
• “Um leitor vive 100 vidas antes de morrer. Um homem que nunca lê vive apenas uma”.
Essa é uma das frases mais famosas do livro de George R.R. Martin, “A Dança dos
Dragões”.
• O primeiro livro feito em uma máquina de escrever é do autor Mark Twain, o
Adventures of Tom Sawyer.
• A primeira obra editada no Brasil foi Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga,
em 1808.
• A Irlanda é o único país a dedicar um dia para um livro. Em 16 de junho ocorre o
Bloomsday, em homenagem a Leopold Bloom, protagonista de Ulisses, de James Joyce.
• A Índia é o país que mais lê no mundo, registrando uma média de 10 horas semanais
para cada leitor.
• Em alguns países continua a ser mais barato comprar uma arma do que um livro.
• Os autores mais roubados foram Charles Bukowski, William S. Burroughs, Jack
Kerouac e F. Scott Fitzgerald, que são os autores mais roubados de sempre das livrarias,
segundo um estudo da Vintage Books & Anchor Books.
• “Bibliosmia” é o nome dado ao prazer em que as pessoas sentem ao cheirar livros
antigos.
• William Shakespeare apenas começou a escrever a poesia que nos deleita hoje porque,
devido ao surto de praga que ocorreu na Europa, todos os teatros de Londres foram
fechados entre 1592 a 1594.
• Até hoje, foram produzidos mais de 400 filmes baseados na obra de William
Shakespeare.
Aqui vamos encerrando nossas discussões sobre esse objeto amado por muitos, talvez
odiado por alguns, mas a quem ninguém consegue ficar indiferente, seja no formato impresso,
no papel, com seu cheiro característico, seja no formato digital, na tela de um leitor, de um
computador ou de um tablet. Enquanto houver linguagem, enquanto houver humanidade,
haverá livros.
Para finalizar esta parte de nosso trabalho, incluímos aqui uma imagem que fala sobre
o processo de publicação de um livro. Esperamos que ela sirva de estimula para que cada um
de nós busque não apenas ler, mas também escrever, transformando nossas experiências em
fantasias, e soltando-as pelo mundo.
24
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2013/04/1261566-criancas-viram-escritoras-saiba-como-publicar-
seu-livro.shtml
25
3 O BIBLIOTECÁRIO
Afinal, quem é esta figura que encontramos sempre que adentramos em uma Biblioteca?
Embora no Brasil tal profissão só tenha sido regulamentada em 1962, conforme discutiremos
adiante, desde a antiguidade mais remota já se falava de alguém que cuidava do espaço
destinado à informação, ao conhecimento.
Martins (2002, p. 282) nos traz a definição de Rouveyre (1899-1900), para quem a
palavra Bibliotecário “designa um funcionário público ou particular encarregado da direção de
uma biblioteca. Deve catalogá-la, cuidar da sua boa administração e da conservação dos livros;
também lhe incumbe a comunicação destes últimos”. Tal concepção, que não se diferencia da
acepção do dicionário, vem se alterando nos tempos contemporâneos, em virtude das próprias
alterações ocorridas no livro e nas bibliotecas. Segundo o Portal do Bibliotecário (2019, p. 1),
a “profissão ganhou novos espaços com o avanço da tecnologia dentro das empresas. Cada vez
mais os profissionais saem dos livros e do papel e conquistam importantes cargos na carreira
digital, como UX (User Experience) e até no combate às Fake News”.
Os sumérios foram a primeira civilização a treinar pessoas para manter registros de
fatos. Os chamados “Mestres dos livros” ou “Guardiões dos tabletes” eram escribas ou
religiosos que eram treinados para lidar com a complexidade dos registros da época. Em 8 a.
C., Assurbanípal cria o primeiro conceito de bibliotecário como profissão, após criar a
biblioteca de Nínive. Seus bibliotecários trabalhavam com tabletes de argila sobre literatura,
história, astronomia, matemática, gramática, linguística, dicionários, registros comerciais e leis.
Todos os tabletes eram organizados e catalogados em ordem lógica por título ou assunto, com
etiquetas de identificação. Segundo Turci (2014, p. 1), a Biblioteca de Nínive é “um dos mais
importantes legados da Mesopotâmia para a história”, e “era composta por uma coleção de mais
ou menos 25 mil plaquetas de argila (material usado para escrita na época), com textos em
cuneiforme, muitos deles bilíngues, em sumeriano e acádico.” A autora afirma ainda que tal
biblioteca “guardava compilações de diversos tipos de texto: cartilhas sobre o mundo natural,
geografia, matemática, astrologia e medicina; manuais de exorcismo e de augúrios; códigos de
leis; relatos de aventuras e textos religiosos.” Nessa biblioteca ficava a famosa Epopeia de
Gilgamesh, narrativa épica que traça as aventuras da figura semilendária Gilmanesh, que teria
sido rei da cidade-estado de Uruk, por volta de 2.700 a. C, e tudo que se sabe a respeito dele se
encontram nessa epopeia, registrada em 12 placas de argila encontradas na Biblioteca de
Nínive. A imagem a seguir mostra uma das placas encontrada na Biblioteca, na qual há uma
lista de sinônimos.
26
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/64/Library_of_Ashurbanipal_synonym_list_tablet.jpg
Dizem as más línguas que Alexandre, o Grande, ficou encantado com a Biblioteca de
Nínive, e resolveu fundar sua própria biblioteca. Sendo isto verdadeiro ou não, o fato é que a
criação da Biblioteca de Alexandria, entre 285-246 AC, foi um marco para a história dos livros
e das bibliotecas, pois disso resultou na criação do Pinakes, uma espécie de catálogo
bibliográfico, feito por Callimachus. Outros bibliotecários presentes nesta biblioteca foram
Demetrius, Zenodotus, Erasthotenes, Apollonius, Aristophanes e Aristarchus, todos grandes
pensadores da época, o que fazia da biblioteca um espaço realmente único.
Segundo Rodrigues et al (2013, p. 84), na Biblioteca de Alexandria “o bibliotecário
tinha um papel muito importante, pois as suas funções transcendiam as obrigações habituais”.
27
Os autores afirmam também que, além de “ser encarregado de reorganizar as obras dos autores,
atuava também como tutor dos príncipes reais, orientando-os nas leituras que deveriam fazer”.
Dessa forma, o bibliotecário tinha um papel de destaque, e “deveria possuir uma cultura
humanista e ser um filólogo”. Não é à toa, portanto, que tantos nomes de peso ali exerceram tal
função.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2307486
Figura 8: Biblioteca acorrentada. Chelsea, Londres, Reino Unido, a biblioteca medieval, contendo uma "Bíblia
de Vinagre"2 de 1717, um presente de Sir Hans Sloane.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=13015889
Este método viria a ser substituído alguns anos depois pelos Librarius, bibliotecários da
época, que implementaram um método mais complexo e formal de catalogação e organização.
Segundo Rodrigues et al (2013, p. 84), nessa época predominaram as bibliotecas ligadas a
ordens religiosas, tanto no Ocidente, como no Oriente. Para os autores, os “mosteiros e
2
A “Bíblia de Vinagre” é uma versão da Bíblia do Rei James impressa em 1717 por John Baskett, que alcançou o
título de "o mais excelente impressor para sua majestade, o rei", em 1709. Então, por que o apelido, a Bíblia do
Vinagre? O cabeçalho do capítulo 20 de Lucas deveria ter "A parábola da vinha" em vez disso, tem "a parábola
do vinagre", daí o título de “Bíblia do Vinagre”. INTRIGUING HISTORY. The Vinegar Bible. Disponível em:
https://www.intriguing-history.com/the-vinegar-bible/. Acesso em: 15 jun. 2019. (nossa tradução).
29
Figura 9: Iluminura do século XII representando a torre e o scriptorium do mosteiro de São Salvador de Tábara,
na Espanha
Fonte: https://www.intriguing-history.com/the-vinegar-bible/
finalidade, afirma os autores, “foi criado o primeiro catálogo unificado, contendo o nome dos
autores e obras, bem como a indicação das bibliotecas onde poderiam ser encontradas tais
obras”. Santos (2013, p. 8) considera que foi justamente a partir da criação das bibliotecas
universitárias que “o bibliotecário surgiu de fato como o organizador da informação e [...] no
Renascimento consolidou seu papel como disseminador do conhecimento”.
Rodrigues et al (2013, p. 84) apontam ainda que o Renascimento “desperta nos homens
de letras o interesse em organizar bibliotecas com coleções de livros raros e importantes a fim
de aumentar o seu prestígio junto aos seus pares e súditos”. Entre tais “homens de letras”
incluem-se Francisco Petrarca3 e Giovanni Boccacio4, aristocratas europeus, que constroem
bibliotecas com o apoio de papas, da realeza e da nobreza. Estes patronos enviavam agentes
para recuperar manuscritos em monastérios, que eram então levados até as bibliotecas e lá
armazenados. A maioria dos manuscritos eram restritos ao público, mas as bibliotecas em si
eram consideradas públicas.
O século XVI nos traz figuras como Conrad Gessner, naturalista e bibliotecário suíço,
que, segundo Araujo (2017), cria a Bibliotheca Universalis, uma lista com o objetivo de juntar
os nomes de todos os livros já publicados. O autor afirma ainda que
Outra figura de destaque da época é Gabriel Naudé, bibliotecário francês, cujo nome é
comumente associado à publicação primeira monografia sobre a profissão de bibliotecário, Avis
pour dresser une bibliothèque (1627). Amorim (2010, p. 12), no entanto, afirma que as
contribuições de Naudé vão muito além deste manual, pois, como aponta a autora, “a maioria
das obras de Gabriel Naudé há rico material de conteúdo político que revela seu pensamento
3
Francisco Petrarca foi um poeta, orador e escritor humanista italiano. Um dos precursores do Renascimento
italiano, bem como o fundador do Humanismo, a Petrarca está atribuída a criação e disseminação da forma fixa
literária chamada “soneto” (poema formado por catorze versos). TODAMATÉRIA. Francesco Petrarca. In:
Literatura. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/francesco-petrarca/. Acesso: 15 jun. 2019.
4
Giovanni Boccaccio foi um intelectual, poeta e crítico de literatura italiano. Ele era filho de um comerciante e,
desde cedo, nutriu o interesse pela literatura. Boccaccio é considerado um humanista. Ele escreveu diversas
obras importantes, entre elas o Decamerão, diversos poemas e biografias. Com sua obra, Boccaccio se tornou o
primeiro autor realista de destaque da literatura universal. GRUPO ESCOLAR. Giovanni Boccaccio. Biografias.
Disponível em: https://www.grupoescolar.com/pesquisa/giovanni-boccaccio.html Acesso em: 15 jun. 2019.
31
filosófico, baseado em uma crítica racional, colocando-o como homem de pensamentos além
de seu tempo”.
Ainda do período iluminista, já no século XVII, citamos John Dury, primeiro teórico
literário escocês, e que, segundo Crippa (2014, p. 82), foi o encarregado da organização da
biblioteca universitária de Oxford durante a revolução inglesa. Para a autora, Dury no século
XVII, assim como Gessner, no século XVI, apresentava “uma forte preocupação à circulação
da informação por meio dos catálogos e, principalmente, o papel essencial do bibliotecário
enquanto mediador”. Ele é também autor de duas cartas sobre os deveres dos bibliotecários,
que foram publicadas sob o nome The reformed librarie-keeper, em 1650.
No mesmo século podemos mencionar também o filósofo e matemático alemão
Gottfried Leibniz, que, em mais de uma ocasião, trabalhou como bibliotecário em algumas
cortes. Em tal função, ele chegou a organizar, como aponta Gomes (2017, p. 42), “catálogos
ordenados sistematicamente, adotando em alguns casos esquemas já desenvolvidos por outros,
como Gesner, Draud e Naudé, seu contemporâneo. Fez um exaustivo estudo das iniciativas de
classificação em bibliotecas”. Embora conhecendo contribuição anterior, Leibniz desenvolveu
seu esquema de forma independente.
É ainda no século XVI que Sir Thomas Bodley cria a Oxford’s Bodleian Library, a
primeira biblioteca funcional dos tempos modernos. No site da biblioteca percebemos que a
Universidade de Oxford já tinha uma grande biblioteca, mas que, sem recursos próprios, estava
em vias de ter suas atividades encerradas, quando Sir Bodley assume consigo mesmo o
compromisso de reorganizá-la e assim fez, modernizando-a a ponto de servir de exemplo para
muitas outras bibliotecas. Em suas próprias palavras:
Os artigos acima mencionados são aqueles que lidam diretamente com a profissão.
Acreditamos que atualmente algumas alterações tenham sido feitas, para que seja possível
incluir, como bibliotecário e bibliotecária, as pessoas graduadas por meio de cursos à distância,
permitidos pela Lei
Em pesquisa realizada em 2013 pelo CFB – Conselho Federal de Biblioteconomia,
foram contabilizados 34805 bibliotecários registrados, dos quais 18374 ainda estavam ativos.
Fonte:http://crb10.blogspot.com/2013/07/total-de-bibliotecarios-no-
brasil.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=facebook&m=1
biblioteconomia nas bibliotecas escolares, ou seja, a lei nº 12.244 de 24 de maio de 2010, que
estabelece que todas as instituições de ensino públicas e privadas devem contar com bibliotecas
supervisionadas por bibliotecários formados. Vejamos aqui todos os artigos da lei:
Neste trabalho ainda falaremos da Biblioteca Escolar, mas podemos nos antecipar para
falar da dificuldade de implementação desta lei, que já tem 9 anos e a realidade brasileira está
muito aquém do que se desejaria. Talvez agora, com vários cursos à distância sendo ofertados,
consiga-se finalmente formar a quantidade suficiente de bibliotecários e bibliotecárias para
alcançar todas as escolas do país. Quem sabe, assim, todas venham a ter, de fato, suas
bibliotecas.
Mostrando um aspecto mais leve de nosso trabalho, vamos falar agora de pessoas que
exerceram a função de bibliotecário ou bibliotecária ao longo da História, lembrando que
muitos deles foram importantíssimos para a construção desse campo do conhecimento. Assim,
ao colocar aqui suas fotos, ou desenhos, estamos prestando uma pequena homenagem àqueles
que, dispondo de muito menos tecnologia, conseguiram catalogar, classificar, criar sistemas,
definir objetos de estudo, aprimorar estudos anteriores, enfrentar barreiras de gênero, para
cumprir o que acreditavam ser seus papeis na História. Esses bibliotecários e bibliotecárias
enfrentaram adversidades, frente à diversidade de atribuições e atuações que deles e delas se
esperava, e conseguiram ultrapassar os limites de seus tempos, permitindo que hoje, nessa nossa
sociedade da informação, tenhamos uma possibilidade cada vez maior de novos caminhos que
venham a suprir as necessidades da comunidade na qual o profissional da biblioteconomia se
insere. Vejamos quem são tais pessoas:
Suzanne Briet, também conhecida como “Madame documentação”. Autora do
tratado “Qu'est-ce que la documentation?”
35
Fonte: https://siscopac.wordpress.com/2015/03/03/documentacion-bibliotecas-suzanne-briet/
Fonte:https://www.theatlantic.com/national/archive/2013/10/what-does-benjamin-franklin-have-to-do-with-
obamacare/280735/
36
Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas. Trabalhou como sub-
bibliotecário na Universidade de Oxford, onde também dava aulas de matemática.
Fonte: https://www.npg.org.uk/collections/search/portrait/mw01891/Lewis-
Carroll?LinkID=mp01321&role=sit&displayNo=60&rNo=2
Fonte: http://mentalfloss.com/article/21437/quick-10-10-surprising-former-librarians
37
Fonte: https://blog.estantevirtual.com.br/2016/06/14/cinco-livros-de-jorge-luis-borges/
Fonte:http://dc.clicrbs.com.br/sc/vozes/noticia/2015/07/thiago-momm-giacomo-casanova-nao-se-resume-as-
mulheres-que-conquistou-4795397.html
38
Fonte: https://www.posterlounge.co.uk/johann-wolfgang-von-goethe-pr123208.html
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/435652963927804122/?lp=true
39
Figura 19: CAL, Inteligência Artificial da Série Doctor Who (Computação Gráfica).
Fonte: https://tardis.fandom.com/wiki/Charlotte_Lux
Fonte: http://davewrotethis.blogspot.com/2012/03/mr-atoz.html
40
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/157626055682503828/?lp=true
Jocasta Nu, da série animada Star Wars: The clone wars. Bibliotecária chefe
dos arquivos Jedi, morreu defendendo sua biblioteca.
Figura 22: Jocasta Nu, bibliotecária de Star Wars: the clone wars.
Fonte:https://thewookieegunner.com/2014/03/23/the-women-of-the-lost-missions/jocasta-nu-star-wars-the-
clone-wars-the-lost-missions/
41
Figura 23: Anthony Stewart Head representando Rubert Giles, da Série Buffy, a caça-vampiros.
Fonte: https://funnyjunk.com/A+centaur+in+disguise/funny-pictures/4948049/51
4 A BIBLIOTECA
São muitos os tipos e as finalidades das bibliotecas. Por causa disso, dividimos esta parte
de nosso trabalho em 04 (quatro) subitens: a Biblioteca Pública; a Biblioteca Nacional; a
Biblioteca Escolar; a Biblioteca Universitária; e outros tipos de biblioteca.
Fonte: http://www.cazadoresdebibliotecas.com/2014/06/biblioteca-britanica-british-library.html
Figura 25: Brooklyn Public Library, Brooklyn, New York, United States of America.
Talvez menor, mas não menos importante, incluímos aqui uma foto da Biblioteca
Pública de Santa Catarina, situada na Rua tenente Silveira, no Centro de Florianópolis.
Figura 27: Biblioteca Pública de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
Fonte:http://www.cultura.sc.gov.br/noticias/1424-noticias-biblioteca-publica-de-sc/21821-aniversario-de-165-
da-biblioteca-publica-segue-com-atracoes-culturais-ate-o-sabado
46
5
Todas as informações sobre a Biblioteca Nacional foram retiradas do próprio site da biblioteca:
https://www.bn.gov.br/
47
Vejamos a seguir uma foto da Biblioteca Nacional, com seu prédio imponente, que por
si só já chama atenção, e nos convida a visitá-la.
Fonte: https://www.bn.gov.br
Torna-se essencial, nos dias de hoje, discutir a problemática das bibliotecas escolares,
aquele que deveria ser um lugar de sonho e magia, atraindo as crianças e adolescentes para o
mundo da leitura.
Nas escolas, as bibliotecas são mais difíceis de serem organizadas por não possuírem
um bibliotecário fixo, mesmo com a Lei Nº 12.244 de 24 de maio de 2010 estando em pleno
vigor, e, sim, um professor que está aguardando a aposentadoria, que utiliza o espaço como
forma de preencher seu horário de trabalho, estando fora da sala de aula. Como ele não tem o
conhecimento do profissional bibliotecário, termina afastando os frequentadores daquele local.
Além disso, temos o agravante de que a maior parte dos livros oferecidos na biblioteca escolar
são os didáticos, enquanto, na realidade, o interesse dos estudantes do ensino médio e
50
fundamental são livros infanto-juvenis, revistas, gibis, leituras apropriadas para esta faixa
etária.
A biblioteca escolar seria, na verdade, um espaço para diversos tipos de conhecimento,
mas que a sociedade, aparentemente, não está preparada para ter. Os avanços tecnológicos, as
crescentes produções e demandas da sociedade da Informação vêm contribuindo para a
evolução da profissão do bibliotecário e das bibliotecas. Assim, a biblioteca escolar começa a
evoluir trazendo novos livros e um novo espaço para professores e alunos, possibilitando, assim
que se torne um lugar incrível de sonhos e magias.
Marcolino; Castro Filho (2014, p. 16) afirmam que é preciso considerar que “a
biblioteca escolar atua com a coletividade” e
deve refletir e compreender o verdadeiro valor que representa para sua comunidade
diversificada. Culturalmente, ao longo do tempo essa comunidade atendida tende a
rever seus conceitos, pensamentos e formas de agir. A boa leitura, aquela que lhe é
construtiva, aos poucos contribui para a construção de novas realidades.
Assim pensando, é realmente necessário que nossa sociedade reveja a forma como
encaramos a Biblioteca Escolar: faz sentido não ter a figura de um bibliotecário presente? Faz
sentido que a biblioteca escolar fique fechada para que as crianças não estraguem os livros? Faz
sentido a proibição de entrar na biblioteca escolar para não desarrumar o espaço? Situações
assim que presenciamos em muitas bibliotecas espalhadas pelas escolas do Brasil precisam ser
questionadas, repensadas, combatidas, e modificadas, os mais urgentemente possível.
Vejamos agora algumas imagens de Calvin, com pequenas charges sobre a Biblioteca
escolar:
Fonte: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/8674/1/Perfil%20profissional.pdf
51
Nesta charge, é possível perceber com uma criança pode interpretar, de forma enganosa,
a figura do bibliotecário, apontando para o que já comentamos, que as bibliotecas escolares
precisam ter pessoas preparadas para lidar com este público.
Fonte: https://www.flickr.com/photos/61095250@N03/
Nesta segunda charge, percebe-se um despreparo por parte do bibliotecário que atende
ao telefone, que não sabe como atender às demandas de Calvin, que, acertadamente, questiona
sobre o uso das verbas públicas.
A primeira sensação que nos vem, ao ler esta citação, é que há uma forte relação entre
as bibliotecas universitárias e a comunidade acadêmica, ou seja, mesmo que a universidade seja
pública, a biblioteca daquela universitária será destinada à comunidade acadêmica, estudantes,
professores e técnicos, embora possa atender toda a comunidade para consulta.
As autoras afirmam ainda que a abrangência e o papel que as bibliotecas universitárias
desempenham em prol do “desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e social” estão, de
52
para uma nova fase, que, para as bibliotecas universitárias a partir do Século XV, apresenta-se
como um reflexo da corrente humanista que invade a Europa, e que ocorre em paralelo à
explosão bibliográfica promovida pela invenção da imprensa feita por Gutenberg em 1453.
Assim, o Renascimento, como movimento de oposição ao domínio religioso que
fundamenta o conhecimento difundido nas universidades criadas na Europa ao longo de toda a
Idade Média fortemente apoiadas pela Igreja Católica, também conhecido como movimento
Humanista, pretende, ao se fortalecer, criticar a orientação escolástica que vinha das instituições
universitárias, pautando sua atuação na transmissão do conhecimento.
No Brasil, as bibliotecas começam a ser criadas a partir do período colonial nos colégios
dos jesuítas. O grande golpe dessas bibliotecas ocorre com a expulsão dos jesuítas em 1759,
quando boa parte dos seus acervos acaba abandonada e dilapidada. Aliando-se a esse fato a
ausência de prensas no Brasil e o controle na circulação dos livros operado a partir da Reforma
Pombalina, não restam muitas bibliotecas, a não ser coleções de intelectuais e de particulares
ao longo dos Séculos XVIII e XIX (MORAES, 2006, apud NUNES; CARVALHO, 2016, p.
184).
A chegada da família real Portuguesa em 1808 ao Rio de Janeiro marca um período
importante: o príncipe D. João VI traz consigo a Biblioteca Real Portuguesa, instalando-a no
Rio de Janeiro, cria, assim, a primeira biblioteca real do Brasil, atualmente conhecida como
Biblioteca Nacional (BN), assim como as academias de ensino superior, que visam atender às
necessidades de pessoas formadas para ocupar os cargos públicos.
Ao longo do Século XX várias outras iniciativas surgiram visando a elevar o nível
educacional brasileiro como um dos projetos da Nova República que se instala em 1889. Assim,
empreendem-se reformas educacionais que visam aumentar o nível de instrução da população
e para isso criam-se as primeiras universidades, a exemplo da Universidade de Manaus em 1909
e da Universidade do Rio de Janeiro em 1920, a qual passa a denominar-se Universidade do
Brasil em 1937, e a Universidade da Bahia em 1946, e com elas a criação das bibliotecas
universitárias.
A Biblioteca universitária mudou para melhor ao longo do tempo, refletindo as
mudanças sociais e buscando, cada vez mais, atender o seu usuário. Sendo que a história, os
períodos como o Renascimento, Revolução Francesa, atingiram diretamente as Bibliotecas
Universitárias, caminhando junto com elas.
Michelângelo Vianna (2003, apud SILVEIRA, 2014, p. 71) resume em três grandes
períodos a evolução das bibliotecas universitárias:
54
Podemos então perceber que estamos adentrando um mundo cada vez mais complexo,
para o qual precisamos estar bem preparados. Segundo Silveira (2014, p. 74):
Figura 32: Biblioteca da Universidade Católica de Petrópolis, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil.
Figura 33: Biblioteca da Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
Fonte:
https://www.udesc.br/cead/noticia/udesc_informa_horarios_da_biblioteca_e_do_restaurante_da_sede_do_campu
s_i_nesta_semana
Bibliotecas de associações
Bibliotecas acadêmicas
Bookless libraries – Bibliotecas sem livros físicos com acervo totalmente digital
Centro de empréstimos
Cabinets de lecture – Centros utilizados pela população nos séculos XVIII e XIV em
que era feito o acesso a documentos públicos mediante pagamento de uma taxa
Biblioteca acorrentada – Biblioteca onde os livros de encontram presos às estantes por
meio de correntes
Biblioteca circulante
Biblioteca corporativa
Biblioteca de dados/repositório de dados
Biblioteca digital
Biblioteca distribuída – Biblioteca mantida por membros de um grupo que efetua
empréstimos por meio de uma base de dados na internet
Biblioteca verde – Biblioteca criada com o intuito de se diminuir o impacto causado no
meio ambiente
Biblioteca híbrida – Biblioteca onde se encontram tanto livros físicos como livros
digitais
Learning commons – Bibliotecas com espaços compartilhados para a aprendizagem por
meio da tecnologia, educação à distância, criação de conteúdos, aula particular, entre
outros
Learning resource centre – Modelo de bibliotecas escolares e universitárias do Reino
Unido
Biblioteca das coisas – Bibliotecas de empréstimo compostas de outros materiais além
de livros, como laptops, câmeras, ferramentas, acessórios de cozinha, brinquedos,
instrumentos musicais etc.
Biblioteca médica
Biblioteca de multimídia
Biblioteca nacional
One person library/biblioteca de uma pessoa só – Biblioteca que funciona com um só
bibliotecário
58
Biblioteca prisional
Biblioteca privada
Proprietary library – Biblioteca que funciona com doações de seus patronos e
assinaturas de seus usuários
Biblioteca de referência
Biblioteca de pesquisa
Biblioteca de sementes – Biblioteca que contém sementes de espécies vegetais
Biblioteca de slides
Biblioteca universal
Videoteca
Cinemateca
Veremos agora fotos de alguns dos tipos de biblioteca acima mencionados.
Fonte: https://www.revolvy.com/page/Chained-library
59
Figura 35: Cabinet de lecture - Representado em uma pintura de Johann Peter Hasenclever, The Reading room
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=18774432
Figura 36: Bookless library - Biblioteca Digital Nacional da Coréia, em Seoul. Também conhecida como dibrary
(digital + library)
Fonte: http://lugar.ezaap.com/digital-library.html
60
Figura 37: Learning Resource centre - Aldham Robarts LRC, Universidade de Liverpool John Moores University,
Inglaterra
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=18183359
Figura 38: Espaço de Learning commons - Biblioteca Tec de Monterrey, Cidade do México
Fonte: http://www.edchatnz.com/reading-room/category/all/3
61
Fonte: https://he.m.wikipedia.org/wiki/%D7%A7%D7%95%D7%91%D7%A5:The_Courtyard,_NLB_Bldg.JPG
Figura 40: Biblioteca médica - Biblioteca nacional de medicina dos Estados Unidos, Bethesda, Maryland.
Fonte: https://ca.m.wikipedia.org/wiki/Fitxer:United_States_National_Library_of_Medicine_1999.jpg
62
Figura 41: Biblioteca de sementes – Svalbard global seed vault, Arquipélago Svalbard
Fonte: https://medium.com/saving-seeds/part-3-2ff6b4b6ef0e
Fonte: https://thereaderwiki.com/en/British_Museum
63
Fonte: http://www.quirkynomads.com/tourist-attractions-london/
Fonte:
https://fa.m.wikipedia.org/wiki/%D9%BE%D8%B1%D9%88%D9%86%D8%AF%D9%87:Bobines_de_Filme_
na_Cinemateca_Portuguesa..png
64
A pesquisadora Luísa Cruz Pinto (2019) realizou uma pesquisa pelo aplicativo AMINO,
online, perguntando: “Afinal, o que é uma biblioteca?” Vejamos as respostas que foram obtidas:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É sempre fascinante falar de livros e bibliotecas. O que podemos concluir deste trabalho:
1. Por mais que as noções sobre livros sejam diferentes, há uma ideia que perpassa todas
as outras: livro traz conhecimento, o que faz da leitura uma ação fundamental.
2. Mesmo quem não tem muita noção sobre a função da biblioteca, a entende como
fator de diferença em uma comunidade.
3. No Brasil de hoje, com tantas contradições, e diferenças sociais gritantes, é cada vez
mais importante a valorização da leitura e da biblioteca pública. É nesse contexto que a figura
do Bibliotecário ou da biblioteca pública. É nesse contexto que a figura do Bibliotecário ou da
Bibliotecária se torna crucial, pois é ele ou ela que recebe o/a consulente no espaço da
biblioteca, ou seja, é a face mais visível daquele espaço muitas vezes incompreendido.
66
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67
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