Você está na página 1de 26

Tópicos Avançados em Eng Biomédica

Equipamentos de Imagem
Tomografia por coerência óptica
Profª. Marilú Gomes
Tomografia de coerência óptica
2

A técnica da tomografia de coerência óptica (OCT),


desenvolvida em 1991 por Huang, tem sido usada para
análise da microestrutura dos tecidos biológicos, através da
medida de suas reflexões ópticas.
O sistema da OCT usa a interferometria de baixa coerência
óptica (luz Diodo 830nm) para produzir imagens, que definem
as diferentes camadas que compõem os tecidos, a semelhança
de um corte histológico, em tempo real, com uma resolução de
até 3µm.
A luz do scan é focalizada na retina e o computador analisa a
quantidade de luz refletida, criando uma imagem do tecido
analisado, antes só possível nos estudos histológicos.
Tomografia de coerência óptica
3

Aplicação:
Sua maior aplicação é na área oftalmológica, fazendo um exame
da visão que permite avaliar a retina com um raio de luz fazendo
um corte quase anatômico de suas estruturas e que permite avaliar
as diferentes camadas da retina, facilitando o diagnóstico de
doenças na mácula, pólo posterior de retina e o disco óptico,
observando as diferentes características dessas estruturas como
espessura, a presença ou ausência de continuidade das camadas,
acúmulo de líquido e formação de cistos comprometendo o bom
funcionamento de retina. Ajuda no diagnóstico e acompanhamento
de doenças da retina e o glaucoma.
Ainda é utilizado para verificar desmineralização dentária.
Tomografia de coerência óptica
4
Tomografia de coerência óptica
5

Tumor na retina
Tomografia de coerência óptica
6
Tomografia de coerência óptica
7

Análise da desmineralização dentária


Formação da imagem
8

A técnica de OCT reconstrói o perfil de retro-espalhamento


óptico de tecidos ou estruturas inorgânicas em profundidade,
em tempo real, sem danos ou dor. A técnica baseia-se no sinal
de interferometria utilizando uma fonte luminosa de larga
banda espectral. A profundidade de uma imagem OCT é de
aproximadamente de 2mm, com resolução de alguns microns.
Formação da imagem
9

Para construir uma imagem os seguintes passos devem ser


seguidos:
Fixa-se o feixe de luz em um ponto do objeto de estudo;
Coleta-se um interferograma que contém informação sobre o perfil
espalhador, ou vetor de espalhamento, referente a aquele ponto;
Move-se o feixe laser para um ponto imediatamente vizinho ao
anterior e retoma o primeiro item.

Sinal Reconstrução
Posição processado(Vetor da imagem
do feixe perfil de (coluna)
espalhamento)
Formação da imagem
10

Os primeiros experimentos realizados em OCT, deram-se sob


a teoria temporal, ou domínio temporal. Nesta abordagem,
utilizando o interferômetro de Michelson, a imagem é formada
pela sensibilização do fotodetector pelos sinais
interferométricos formados pela interferência dos fótons retro-
refletidos pelo espelho de referência e retro-espalhados pela
amostra. Porém o padrão de interferência só se dá quando o
tempo de vôo dos fótons retro-refletidos pelo espelho de
referência for o mesmo dos fótons retro-espalhados pela
amostra. Desta forma é possível através do deslocamento do
espelho de referência e consequentemente alteração do
tempo de vôo dos fótons, selecionar a profundidade em que
se deseja observar.
Formação da imagem
11

Espelho semi transparente


central
Formação da imagem
12

Também foi desenvolvida a técnica de OCT baseada no domínio


espectral, ou seja, no domínio das frequências.
Um feixe de luz incide sobre um divisor de feixe (50:50). Após a
reflexão dos feixes por ambos os braços do interferômetro, os
feixes são recombinados e incidem em um espectrômetro
(representado na figura pela grade de difração e fotosensor CCD)
Tópicos Avançados em Eng Biomédica
Equipamentos de Imagem
Tomografia por impedância elétrica
Profª. Marilú Gomes
Introdução
14

A tomografia de impedância elétrica (TIE) é uma técnica promissora


que atua incorporando a imagem dinâmica ao estudo da ventilação
pulmonar regional.
A TIE tem vantagens por ser uma técnica não invasiva e possibilitar
sua utilização diversas vezes em um mesmo paciente, pois não
oferece radiação. Além disso, é um equipamento portátil podendo
ser levada ao local que o paciente se encontra, como por exemplo,
na unidade de terapia intensiva.
No Brasil, ainda existem poucas pesquisas com o TIE, porém ela já
foi utilizada em pacientes com lesão pulmonar aguda, carcinoma
brônquico, edema pulmonar, pneumotórax, enfisema pulmonar,
hiperinsuflação dinâmica e para observar o posicionamento do tubo
traqueal.
Introdução
15

A literatura aponta como pioneiro na produção de imagens do


corpo humano a partir de suas propriedades elétricas o trabalho
de Henderson e Webster (1978). O sistema construído por eles,
denominado câmara de impedância, baseava-se na aplicação de
uma diferença de potencial elétrico através de um eletrodo
colocado no peito do paciente e na medição da corrente elétrica
por eletrodos localizados nas costas do mesmo. Entretanto, o modelo
matemático aplicado na reconstrução da imagem fazia algumas
aproximações que acabaram por produzir imagens com baixa
resolução.
De qualquer forma, o pioneirismo teve reflexos positivos, pois a
partir dessa publicação o interesse dos pesquisadores em técnicas
de imageamento que procuram explorar as propriedades elétricas
dos tecidos biológicos tem aumentado consideravelmente.
Introdução
16

Foi lançado em 2008 o aparelho de Tomografia de Impedância


Elétrica (TIE), desenvolvido pelo Laboratório de Pneumologia
Experimental da FMUSP em conjunto com a Escola Politécnica da
USP e o Instituto de Matemática Aplicada da USP.
O novo tomógrafo trouxe uma tecnologia inovadora, que utiliza
correntes elétricas de baixa intensidade e alta frequência através
do corpo humano, destinada a monitorar os pulmões e reduzir os
danos causados pela ventilação artificial.
O equipamento ajuda o médico a monitorar, em tempo real, a
condição dos pulmões enquanto o paciente é submetido à
respiração artificial, possibilitando ao profissional controlar
adequadamente o volume, a pressão e o fluxo do ar injetado.
Dessa forma, é possível diminuir os riscos de lesão pulmonar
provocada por uma má distribuição do ar.
Introdução
17

Desde 2006 o tomógrafo era utilizado experimentalmente no


Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP para monitorar pacientes em
tratamento intensivo que necessitam de ventilação artificial. Nesses
casos, a eficiência do tratamento normalmente é medida através de
exames de sangue que avaliam a quantidade de oxigênio e gás
carbônico presentes na circulação. Através da tomografia de
impedância elétrica é possível controlar melhor, de forma
localizada, o volume de ar injetado, já que a técnica gera uma
imagem do fluxo de ar nos pulmões.
Supondo que o ar injetado vá todo apenas para um dos pulmões,
mesmo que as taxas de oxigênio e gás carbônico estejam boas, a
médio prazo isso será ruim para o paciente. O equipamento dá
informações sobre a distribuição de ar dentro do órgão, algo que
não se consegue saber pelo teste de sangue.
Equipamento e funcionamento
18

As primeiras patentes tem mais de 20 anos, existem


aproximadamente 30 grupos de pesquisa em todo o mundo
desenvolvendo a tecnologia. Alguns comercializados para fins
experimentais
A TIE não substitui inteiramente outros métodos de diagnóstico por
imagem, como a tomografia de raios-X, o método mais utilizado
quando se trata do pulmão. Ele tem por objetivo oferecer
informações sobre o fluxo de ar no órgão, o que é impossível
através do raio-X, mas sem seu detalhamento anatômico.
Apesar disso, por meio da TIE o paciente pode ser monitorado por
muito mais tempo, por dias, já que ele não é submetido à radiação.
É um equipamento portátil, o que evita os riscos envolvidos no
deslocamento de doentes em estado grave, além de ser mais
barato do que o tomógrafo de raios-X.
Equipamento e funcionamento
19

O equipamento de TIE obtém as imagens através de uma cinta com


32 eletrodos (número que pode variar), iguais aos utilizados em um
eletrocardiograma, que é conectada ao tórax do paciente. O
equipamento funciona aplicando-se uma corrente elétrica de
intensidade baixíssima ao tórax e medindo-se as alterações que
ocorrem quando os pulmões se enchem de ar.
É necessário captar diferenças de potencial elétrico muito
pequenas, pois os sinais são de baixa amplitude, e parte é perdida
por causa da capacitância dos próprios cabos. Então eles têm que
ter baixa capacitância e não podem permitir interferências
eletromagnéticas, que são significativas quando se trabalha com
sinais dessa magnitude.
Equipamento e funcionamento
20

Seguindo a idéia de que as propriedades elétricas variam de


material para material, a proposta da TIE é produzir uma imagem
do corpo de tal forma que, após o processamento e a reconstrução
computacional da imagem, cada pixel desta represente a
impedância ou condutividade dos pontos internos do domínio.
Na TIE, o processo de obtenção da informação para a produção da
imagem consiste em posicionar eletrodos ao redor do corpo de
interesse e aplicar um estímulo, que pode ser a injeção de uma
corrente elétrica ou a aplicação de uma diferença de potencial
elétrico, e medir a resposta, também na forma de corrente ou
potencial.
Com base nos dados de estímulo e resposta, pode-se estimar a
distribuição de condutividade elétrica e, através de um algoritmo,
reconstruir computacionalmente a imagem do interior do corpo.
Equipamento e funcionamento
21
Equipamento e funcionamento
22
Equipamento e funcionamento
23

Comparação entre a resistividade elétrica (ρ) e


o coeficiente de atenuação de raio-X (µ)

Corrente de 1mA é perceptível, a


partir de 5mA causa dor
Equipamento e funcionamento
24

No caso das aplicações médicas, as correntes ou tensões aplicadas


são de baixa intensidade de forma a não produzir nenhum dano ou
sensação indesejável ao paciente. Por exemplo: uma corrente
alternada de 4,33mA e frequência de 125kHz.
O equipamento é composto apenas de:
Fonte de excitação
Eletrodos
Computador
Assim, é um equipamento de fácil instalação, portabilidade e
manutenção.
Equipamento e funcionamento
25
Equipamento e funcionamento
26

Utiliza uma cinta de


silicone flexível com 16
PulmoVista® 500
canais mais um eletrodo de
referência

Você também pode gostar