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Integrais Impróprias - Intervalos Ilimitados

Integrais impróprias - funções ilimitadas

Integrais impróprias - continuação


Aula 36

Alexandre Nolasco de Carvalho


Universidade de São Paulo
São Carlos SP, Brazil

06 de Junho de 2014
Primeiro Semestre de 2014
Turma 2014106 - Engenharia Mecânica

Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I


Integrais Impróprias - Intervalos Ilimitados
Testes de Convergência
Integrais impróprias - funções ilimitadas

Testes de Convergência

Algumas vezes não é possı́vel encontrar um valor exato para uma


integral imprópria, mas podemos saber se ela é convergente ou
divergente usando outras integrais conhecidas.
Teorema (Teste da Comparação)
Sejam f e g funções contı́nuas satisfazendo f (x) ≥ g (x) ≥ 0 para
todo x ≥ a. Então,
Z ∞ Z ∞
(i) Se f (x) dx é convergente, então g (x) dx também é
a a
convergente.
Z ∞ Z ∞
(ii) Se g (x) dx é divergente, então f (x) dx também é
a a
divergente.

Alexandre Nolasco de Carvalho ICMC - USP SMA 301 Cálculo I


Integrais Impróprias - Intervalos Ilimitados
Testes de Convergência
Integrais impróprias - funções ilimitadas

Exemplo Z ∞
2
Mostre que e −x dx é convergente.
1
Não podemos avaliar diretamente a integral pois a primitiva de
2
e −x não é uma função elementar. Observe que se x ≥ 1, então
x 2 ≥ x, assim −x 2 ≤ −x e como a exponencial é crescente
2
e −x ≤ e −x . Assim,
Z ∞ Z ∞ Z t
2
e −x dx ≤ e −x dx = lim e −x dx = lim (e −1 −e −t ) = e −1 .
1 1 t→∞ 0 t→∞

Logo pelo Teste da Comparação a integral é convergente.

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Testes de Convergência
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Exemplo

sen2 x
Z
Analise a convergência de dx.
1 x2
1 sen2 x
Observe que 0 ≤ 2
≤ 2 , para todo x ∈ [1, ∞). Como a
Z ∞ x x
1
integral dx converge, pelo Teste da Comparação a integral
1 x2
sen2 x
Z ∞
dx é convergente.
1 x2

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Testes de Convergência
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Exemplo

1 + e −x
Z
Analise a convergência da dx.
1 x
Z ∞
1 + e −x 1 1
Observe que ≥ e dx diverge, então pelo Teste
x xZ 1 x

1 + e −x
da Comparação a integral dx é divergente.
1 x

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Testes de Convergência
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Teorema (Teste da Comparação no Limite)


Sejam f , g : [a, +∞) → R+ funções contı́nuas. Se

f (x)
lim
= L, 0 < L < ∞,
x→∞ g (x)
Z ∞ Z ∞
então f (x) dx e g (x) dx serão ambas convergentes ou
a a
ambas divergentes.

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Testes de Convergência
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Exemplo

1
Z
Analise a convergência de dx.
1 1 + x2
1 1
As funções f (x) = 2 e g (x) = são positivas e contı́nuas
x 1 + x2
em [1, +∞) e

f (x) 1/x 2 1 + x2
lim = lim = lim = 1.
x→∞ g (x) x→∞ 1/(1 + x 2 ) x→∞ x2
Z ∞ Z ∞
1 1
Portanto, como a integral 2
dx converge, dx
1 x 1 1 + x2
também é convergente.

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Testes de Convergência
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Entretanto, as integrais convergem para valores diferentes.


Z ∞ Z t
1 1
2
dx = lim 2
dx
1 x t→∞ 1 x
1 t
 
1
= lim − = lim 1 − = 1.
t→∞ x 1 t→∞
t
∞ t
t
1 1
Z Z

dx = lim dx = lim arctg x
1 1 + x2 t→∞ 1 1+x
2 t→∞
1
π
= lim (arctg t − arctg 1) = .
t→∞ 4

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Exemplo

3
Z
Analise a convergência de dx.
1 −2 ex
1 3
As funções f (x) = x e g (x) = x são positivas e contı́nuas
e e −2
em [1, ∞) e

f (x) 1/e x ex − 2 1 2 1
lim = lim = lim = lim − x = .
x→∞ g (x) x→∞ 3/(e x − 2) x→∞ 3e x x→∞ 3 3e 3
Z ∞ Z ∞
1
Portanto, como a integral x
dx = e −x dx converge,
Z ∞ 1 e 1
3
dx também converge.
1 ex − 2

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1
Consideremos a função f (x) = √ . Queremos calcular a área A
x
limitada pelo gráfico de f e pelas retas y = 0, x = ε, ε > 0, e
x = 4. Então
√ 4
Z 4


A= f (x) dx = −2 x = 4 − 2 ε.
ε ε

Fazendo ε → 0, temos A → 4 o que quer dizer que a área A do


conjunto ilimitado

{(x, y ) ∈ R2 : 0 ≤ y ≤ f (x), 0 ≤ x ≤ 4}

é finita e igual a 4.

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Definição (Integral Imprópria do Tipo 2)


◮ Seja f uma função contı́nua em [a, b) (possivelemente
ilimitada), definimos
Z b Z t
f (x) dx = lim f (x) dx,
a t→b− a
se esse limite existir.
◮ Seja f uma função contı́nua em (a, b] (possivelemente
ilimitada) definimos
Z b Z b
f (x) dx = lim f (x) dx,
a t→a+ t
se esse limite existir. Z
b
A integral imprópria f (x) dx é chamada convergente se o
a
limite existir e for finito, caso contrário será dita divergente.

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◮ Se f não estiver definida em c, onde a < c < b, e ambos


Z c Z b
f (x) dx e f (x) dx forem convergentes, então
a c
definimos
Z b Z c Z b
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx.
a a c

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ExemploZ
5
1
Calcule √ dx.
2 x −2
1
Observemos que f (x) = √ não está definida em x = 2.
x −2
Então,
Z 5 5
5
1 1
Z
1/2

√ dx = lim+ √ dx = lim+ 2(x − 2)
2 x −2 t→2 t x −2 t→2 t
√ √  √
= lim 2 3 − t − 2 = 2 3.
t→2+

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Exemplo Z π/2
Determine se sec x dx converge ou diverge.
0
Como o lim sec x = +∞ a integral é imprópria. Então
t→π/2−

Z π/2 Z π/2
t

sec x dx = lim sec x dx = lim ln | sec x+tg x| = ∞,
0 t→π/2− 0 t→π/2− 0

pois lim sec x = lim tg x = +∞. Portanto a integral é


t→π/2− t→π/2−
divergente.

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ExemploZ
3
1
Calcule dx.
0 x − 1
1
Observemos que f (x) = não é contı́nua em x = 1. Então,
Z 3 x − 1
Z 1 Z 3
1 1 1
dx = dx + dx.
0 x −1 0 x −1 1 x −1

Agora,
1 t
t
1 1
Z Z

dx = lim dx = lim ln |x − 1|
0 x −1 t→1− 0 x −1 t→1 −
0
= lim (ln |t − 1| − ln | − 1|) = −∞,
t→1−

pois lim (1 − t) = 0. Portanto a integral é divergente.


t→1−

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Observação: Se não tivéssemos notado a assı́ntota x = 1 no


exemplo anterior e tivéssemos confundido a integral com uma
integral definida, poderı́amos ter calculado erroneamente. De
agora em diante devemos prestar atenção no integrando para
decidir se a integral é imprópria ou não.

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Se c ∈ (a, b) e f : [a, b] \ {c} → R. Nestas condições, a integral


Z b
f (x) dx deverá ser tratada como uma integral imprópria. Daı́,
aZ
c Z b Z b
se f (x) dx e f (x) dx forem convergentes, então f (x) dx
a c a
também será convergente e teremos
Z b Z c Z b
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx.
a a c
Z c Z b
Se pelo menos uma das integrais f (x) dx ou f (x) dx for
Z b a c

divergente, então f (x) dx será divergente.


a

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