Você está na página 1de 6

RELATÓRIO DE SESSÃO- PLANTÃO PSICOLÓGICO

I. Identificação

Data: 27/10/2020 Nº da sessão: 03

Paciente: J.B

Responsável: Grau de Parentesco:

Estagiário:

Relatório da Sessão

II. Descrição da demanda

A queixa de J.B foi referente a sua ansiedade e crises constantes. Segundo ela,
não consegue se comunicar com as pessoas, dificultando suas relações sociais.

III. Procedimento

O Plantão Psicológico (PP) é um tipo de intervenção psicológica que acolhe


a pessoa no exato momento de sua urgência, ajudando-a a lidar melhor com seus
recursos e limites. Sendo assim o objetivo de um PP é prestar atendimento
urgencial à demanda, acompanhando a pessoa em busca do sentido de existência
por meio da compreensão de seu sofrimento, sem poder garantir alívio ou um
viver baseado na experiência de prazer imediato e presente (Chaves & Henriques,
2008).

Para Schmidt (2004) o Plantão Psicológico é pensado e praticado,


basicamente, como um modo de acolher e responder a demanda por ajuda
psicológica. Isso significa colocar a disposição da clientela que o procura, um
tempo e um espaço de escuta aberto à diversidade e à pluralidade destas
demandas. Sendo diferente da triagem tradicional, que tem por finalidade a
constatação ou não da adequação da necessidade do cliente ao serviço. O
Plantão pretende responder a demanda, ainda que em algumas situações isto não
seja possível. Podendo ter apenas 2 retornos que totaliza 3 sessões de
atendimentos.

Contudo, os atendimentos de Plantão Psicológico, devido a pandemia do


COVID-19, vêm sendo realizados por meio virtual na plataforma digital Zoom,
mantendo a segurança dos estagiários e clientes. Seguindo com autorização da
Universidade e as normas de ética, os atendimentos são realizados buscando o
máximo de sigilo, visando a segurança do cliente, portanto, os estagiários
participantes utilizam fone e se portam num ambiente neutro.

IV. Análise

No início da sessão J.B relata como foi sua semana, dizendo ter sido boa
após o ocorrido da última sessão que seu aparelho telefônico deu um problema e
ela não conseguiu entrar para o atendimento de plantão psicológico. A cliente
relata que neste dia, foi dormir ‘triste e chorando muito’ (sic) pois estava
esperando por aquele atendimento. Segundo ela, tentou se acalmar e tomou um
chá para que desse uma ‘aliviada’ (sic) em sua ansiedade.

J.B relata que a desde a última sessão de atendimento psicológico está se


sentindo mais tranquila e conseguindo se controlar diante de sua ansiedade,
porém durante a semana ela teve uma crise forte, mas não se lembrava o que
havia dado o gatilho. J.B conta que durante a crise sentiu que ia desmaiar, sentiu
coceiras durante todo o seu corpo, falta de ar e muito suor. As estagiárias
perguntaram se os remédios antialérgicos ainda estavam sendo ingeridos por ela,
e J.B afirma que não, que deu uma pausa na medicação por conta própria.
Segundo ela, conseguiu respirar e beber água para que se acalmasse da
ansiedade.

Durante a conversa J.B conta que durante a semana viu seu filho
mandando mensagem para sua ex namorada, dizendo na mensagem de texto que
estava com saudades da mesma. A cliente diz ter se sentido ‘incomodada’ (sic)
com a mensagem e que não sabia que o filho dela estava com saudades de sua
ex. As estagiárias interviram perguntando se aquilo era um problema para ela, e
de acordo com J.B, ela diz não gostar muito dessa aproximação pois não quer ver
o filho ‘sofrer’ (sic) e de acordo com a mesma, a ex namorada não consegue
‘entender’ (sic) que o relacionamento acabou e tem medo de ‘usar’ (sic) seu filho
para uma possível reconciliação. A cliente diz que o pai da criança não sabe e ele
‘não gosta e não pode nem sonhar’ (sic) que o filho ainda tem contato com a ex
namorada dela.

As estagiárias interviram perguntando sobre o relacionamento, e a cliente


afirma ter sido bom, principalmente com o filho, que no começo da relação eles
não se conheciam, com o passar do tempo acharam um hobbie em comum, que é
o vídeo game. Segundo J.B, ela acha que seu filho sente saudades de jogar com
a mesma, embora eles joguem juntos online, a cliente acha que ele sente falta da
aproximação do jogo e não da pessoa em si. Com a intervenção das estagiárias,
foi mostrado para J.B outras possibilidades, que de acordo com ela, ainda não
tinham sido pensadas. Propôs para a cliente que perguntasse ao seu filho se
gostaria de ver a ex namorada por meio de uma vídeo chamada, já que ela se
sente constrangida em revê-la, foi dado a possibilidade de J.B pensar nos
sentimentos do seu filho sem que os seus se sobressaiam aos sentimentos dele, e
vice-versa. As estagiárias compreenderam e refletiram junto com J.B sobre a
aproximação e reflexão dos sentimentos que um tem a passar para o outro. A
cliente afirmou com a cabeça e disse não ter pensado nessas possibilidades e que
todas ‘clarearam’ (sic) seus pensamentos.

J.B conta que foi conversar com a mãe de uma amiga sobre estar
passando por acompanhamento psicológico, pois é uma pessoa de confiança que
diz gostar muito. Ao se abrir com a mãe de sua amiga sobre o tema, ela diz a J.B
que ‘psicólogo é uma besteira, você precisa de oração’ (sic). A cliente conta que se
sentiu mal com aquele pensamento tão ‘retrógrado’ (sic) e que ficou pior ao ouvir
as palavras dela.

Ao final da sessão J.B diz ter lembrado o que havia lhe dado um gatilho
para a crise de ansiedade durante a semana. Segundo ela, conta que estava
fazendo entrevistas de emprego e sofreu preconceito racial. J.B detalha que o
entrevistador se referiu a cor de sua pele e seu cabelo, perguntou para a mesma
se gostaria de ser atendida por ela e pediu para que abaixasse a máscara para
ver seu rosto. A cliente relatou o seu mal-estar ao sair da entrevista pois nunca
havia passado por nada do tipo, exceto na sua infância, a qual relembrou de
coisas ruins que não gostaria de ter passado.

Foi trabalhado com J.B a compreensão e reflexão sobre si mesma. A cliente


passou a refletir sobre os seus julgamentos sobre si mesma e compreensão de
suas ações.

V. Conclusão

Foi possível, nesta sessão, trabalhar com a cliente sobre a compreensão do


seu olhar sobre si mesma e sobre o outro. J.B refletiu sobre os sentimentos de seu
filho, e como seria dividir seus sentimentos com ele também. Ao relatar sobre o
acontecimento de seu filho com sua ex namorada, as estagiárias interviram
partindo do ponto em que J.B estava pensando em algo que para ela estava claro,
no caso, seus sentimentos, mas não permitia que isso se esclarecesse para seu
filho e nem que fosse vivenciado pelo mesmo.

O segundo ponto foi devido ao ocorrido de preconceito racial que J.B


sofreu. As estagiárias deixaram claro que isso é crime hoje em dia em nosso pais,
portanto, refletiu-se sobre o que J.B acha de si mesma.

A cliente terá o último retorno sugerido pelo plantão psicológico.

São José dos Campos, 03 de novembro de 2020.

Beatriz Turci Prata

____________________ ____________________
Estagiário Supervisor

Referência Bibliográfica

CHAVES, P. B., & Henriques, W. M. (2008). Plantão Psicológico: de frente com


o inesperado. Psicologia Argumento, 26(53), 151-157.

SCHMIDT, M.L.S. (2004) Plantão Psicológico, universidade publica e política


de saúde mental. Estudos de Psicologia. Campinas, vol. 21, no. 3, p 173 – 192.

Você também pode gostar