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O pH do estômago gira em torno de 1,35 até 3,5. É o suficiente para causar úlceras
no esôfago na Doença do Refluxo Gastroesofágico; a pele tem um pH de 4 a 6,5; o
fluido intracelular entre 6 e 7,2; e a vagina um pH menor que 4,7. Com essa acidez,
o corpo se protege do crescimento de bactérias patogênicas, cujo estrago pode ser
muito maior que um copo de água com pH 5,35.
O que pode variar entre pH acido e alcalino é a urina, pois ela depende do ambiente
interno, principalmente da alimentação. Leguminosas, carnes e ovos, laticínios,
mel, amendoins, tem uma carga renal potencial ácida positiva, enquanto frutas e
sucos naturais, vegetais, batatas, vinhos tem carga renal potencial ácida negativa.
Não sei se você percebeu, mas tudo que mencionei até agora é considerado saudável e
seus avós comiam.
O argumento que o dito médico apresenta sobre o câncer é interessante, mas não
menos errôneo. Células cancerígenas crescem melhor em ambiente acídico sim,
entretanto, testes com células cancerígenas são feitos simulando o pH levemente
alcalino do sangue. O que ocorre é que o câncer produz seu próprio ambiente ácido
localizado através da glicólise. Não é “que o corpo fica ácido”. A região onde o
câncer se multiplica é que fica.
Diabetes, insuficiência renal e pulmonar sim são patologias que causam acidose
metabólica pois reduzem a homeostase ácido-básica. Essas patologias também tem
origem nutricional e necessitam de dietas e acompanhamento específico sim, mas não
é água alcalina que vai preveni-las.
Curiosamente, na mesma época do vídeo, uma indústria aí lançou uma aguinha com pH
9,58, cujo valor é 2000x maior que a da torneira. Bem saudável, não? De qualquer
modo... Volte a comer como seus avós e esqueça o mito da ‘água boa’ e da dieta
alcalina. Melhor pra saúde e para o seu bolso.
Fontes:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3195546/
http://jasn.asnjournals.org/content/8/5/784.short
http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1550-2783-9-50.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18301995
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8605731
http://journals.cambridge.org/download.php?file=%2FBJN
%2FBJN110_07%2FS0007114513000962a.pdf&code=c81e8ac69fd92dc73f42f347c677729f