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A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO PARA O DESEMPENHO EMPRESARIAL

Henrique Ronne Grodiski

Planejar é uma das tarefas mais importantes em nossa vida. Saber qual profissão escolher, onde
passar as férias, o que fazer no final de semana, quanto pagar por um vestido, qual restaurante
jantar... o sucesso ou fracasso de cada ação na vida é fundamentalmente baseado em planejamento,
não muito diferente, no mundo corporativo, as empresas num ambiente extremamente competitivo
onde é preciso apresentar respostas rápidas às demandas do mercado, com preços competitivos e
qualidade certificada. Num contexto tão turbulento como o do século XXI, em que o mercado se
encontra numa situação que PETERS (1987) classificou como caótica, dado o nível de compet ição
entre as empresas, a visão pró-ativa do executivo que planeja os rumos de sua empresa se torna uma
questão fundamental. Afinal, a falta de direcionamento claro pode induzir a organização a trilhar
caminhos obscuros e danosos, colocando-a em grandes dificuldades, ou até mesmo lavá-la à falência,
fato que impulsionam as empresas cada dia mais a elevação de seus níveis de profissionalismo e
produtividade, colocando os gestores incansavelmente a procura de alternativas para superar os
desafios encontrados dia a dia.

O planejamento se faz necessário em todas as atividades da empresa, mas principalmente nas


atividades da área financeira, uma gestão financeira eficaz tornou-se atualmente um fator crítico de
sucesso. Inicialmente é preciso entender o que significa gestão, para permitir o seu correto emprego
no contexto do planejamento. O termo Gestão deriva do latim gestone, que significa gerir, gerencia,
administração. Para Perez Junior, Pestana e Franco (1995, p. 12): “Administrar é planejar, organizar,
dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado objetivo.

HALLORAN (1994, p. 22), sobre o planejamento financeiro, presume a sua elaboração e resume:
“embora as projeções financeiras sejam apenas uma estimativa, elas tornam-se mais concretas à
medida que você colhe um numero maior de informações”. Tal estimativa, segundo ZDANOWICZ
(1998, p. 22), leva a projeção financeira ser procedida de atitudes dentro da empresa: Projeção para
o futuro – a apresentação do orçamento determinará as novas condições de trabalho como as
estimativas: das vendas, dos custos de aquisições de matéria prima, das contratações de mão de
obra, dos demais custos indiretos de fabricação e das despesas operacionais da empresa. Desta
forma, a projeção para o devera especificar o quanto e quando as atividades deverão concretizar-se,
considerando, em parte, o presente para projetar o futuro [...]. ROSS et al. (1995:522) afirmam: “O
planejamento financeiro determina as diretrizes de mudança numa empresa. É necessário porque (1)
faz com que sejam estabelecidas as metas da empresa para motivar a organização e gerar marcos de
referência para a avaliação de desempenho, (2) as decisões de investimento e financiamento da
empresa não são independentes, sendo necessário identificar sua interação, e (3) num mundo
incerto a empresa deve esperar mudanças de condições, bem como surpresas.”

Nesse contexto, planejamento financeiro é o processo formal que conduz a administração da


empresa a acompanhar as diretrizes de mudanças e a rever, quando necessário, as metas já
estabelecidas. Assim, poderá a administração visualizar com antecedência as possibilidades de
investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que considere necessário manter
em caixa, visando seu crescimento e sua rentabilidade. GITMAN (1987:250) afirma: “Os planos
financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses
veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como
mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é possível avaliar os
eventos reais.”
Orçamento é uma ferramenta de gestão que explicita as intenções da empresa em termos
financeiros. O orçamento é uma ferramenta adotada para o controle de suas finanças, sendo que
contempla duas das funções básicas propostas por TAYLOR (1978): o planejamento e o controle.
HORNGREN (2000, p. 125) define orçamento como “expressão quantitativa de um plano de ação
futuro da organização para um determinado período”. MEYER apud TUNG (1975) define de forma
mais detalhada, descrevendo o orçamento da seguinte forma: [...] A gestão orçamentária se apóia
em previsões, função das condições internas e externas da empresa. A partir dessas previsões, os
responsáveis pela empresa recebem atribuições – programadas e meios – para um período limitado
em valor e quantidade. Em períodos regulares, é efetuados um confronto entre esses orçamentos e
as realizações, a fim de realças as diferenças que se verificarem. A explicação e a exploração de ssas
defasagens constituem o controle. (MEYER apud TUNG 1975, p. 22). “O sucesso e a solvência de uma
empresa não podem ser garantidos meramente por projetos rentáveis e pelo aumento das vendas.
“A crise de liquidez”, isto é, a falta de caixa para pagar as obrigações financeiras sempre põe em
perigo uma companhia.” GROPELLI e NIKBAKHT (1998:365).

Neste contexto, o fluxo de caixa tem-se apresentado como uma das ferramentas mais eficazes na
gestão financeira das empresas, como afirma ZDANOWICZ (1998:19): “O fluxo de caixa é o
instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e
controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período.” O fluxo de caixa
possibilita ao gestor programar e acompanhar as entradas (recebimentos) e as saídas (pagamentos)
de recursos financeiros, de forma que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e as
metas determinadas, a curto e a longo prazos. A curto prazo para gerenciar o capital de giro e a
longo prazo para fins de investimentos.

Na visão de WELSCH (1996:255-256), o planejamento e o controle de disponibilidades normalmente


devem estar relacionados a três dimensões temporais diferentes: 1) Planejamento a longo prazo
quando a ocorrência de fluxos corresponde às dimensões dos projetos de investimento e à dimensão
temporal do plano de resultados a longo prazo (geralmente de cinco anos). 2) Planejamento a curto
prazo quando a ocorrência de fluxos está enquadrada no plano anual de resultados. 3) Planejamento
operacional, em que as entradas e saídas de caixa são projetadas para o mês, a semana ou o dia
seguinte.

O planejamento financeiro a longo prazo busca conhecer antecipadamente o impacto da


implementação de ações projetadas sobre a situação financeira da empresa, indicando ao gestor se
haverá excesso ou insuficiência de recursos financeiros. O planejamento financeiro a curto prazo
reflete a preocupação de estimar detalhadamente as entradas e saídas de dinheiro geradas pela
própria atividade da empresa. E o planejamento operacional destina-se ao controle preciso das
disponibilidades, a fim de minimizar os encargos financeiros dos empréstimos e maximizar os
rendimentos das aplicações dos excessos.

Sendo assim, o Planejamento Financeiro torna-se uma ferramenta importante para quantificar em
termos financeiros os anseios declarados no planejamento estratégico, nos planos táticos e
operacionais.

Nota-se que o planejamento financeiro, além de indicar caminhos que levam a alcançar os objetivos
da empresa, tanto a curto como a longo prazo, cria mecanismos de controle que envolvem todas as
suas atividades operacionais e não-operacionais. O planejamento e o controle orçamentário, quando
realizado juntamente com o controle financeiro, possibilitam mudanças táticas rápidas para tratar de
eventos estranhos ao processo administrativo, os quais colocam em risco o alcance das metas
estabelecidas. Aumentos inesperados no índice de inadimplência no recebimento de créditos ou
dificuldades na obtenção de recursos de terceiros são rapidamente identificados. Com um controle
financeiro eficaz, a empresa poderá sempre adotar uma postura proativa em relação a tais eventos.
Para WELSCH (1996, p. 41) controle “é simplesmente a ação necessária para verificar se os objetivos,
planos, políticas e padrões estão sendo atendidos”.

A gestão financeira, para ser eficaz, precisa estar sustentada e orientada por um planejamento de
suas disponibilidades. Para isso o gestor precisa de instrumentos confiáveis que o auxiliem a otimizar
os rendimentos dos excessos de caixa ou a estimar as necessidades futuras de financiamentos, para
que possa tomar decisões certas e oportunas. A sobrevivência e o crescimento da empresa são
consequências de um planejamento que envolve volume de vendas com margens de lucros que
remunerem de forma satisfatória o capital investido e um plano de recebimentos e pagamentos
intercalados com boa margem de segurança do primeiro para o segundo, garantindo ass im a
viabilidade e a permanência da empresa no mercado.

A gestão financeira necessariamente passa pela elaboração de seu planejamento, que muitas vezes
existe informalmente dentro da cabeça do pequeno e médio empresário, ou na intuição da
experiência.

GRODISKI, Henrique Ronne. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO PARA O DESEMPENHO EMPRESARIAL.
Disponível em: < http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/planejamento- estrategico/importancia -do-planejamento-e-
controle-financeiro-para-o-desempenho-empresarial-3265/artigo/> Acesso em: 02 Mar. 2012.

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