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031.456.939-13
FORTALEZA-CE
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS
DIVISÃO DE CONCURSOS E PROVIMENTO
CONCURSO PÚBLICO – MAGISTÉRIO FEDERAL
031.456.939-13
FORTALEZA-CE
2021
RESUMO
O projeto terá como base estudos advindos da Ciências do Esporte, e a partir das
análises possibilitadas pela psicologia do esporte centrar-se-á sobre a temática que envolve
o Desenvolvimento Positivo dos Jovens (DPJ) no esporte por meio da capoeira, com
intuito de corroborar para além do aprofundamento dos conhecimentos neste domínio,
mas também para melhoria da sua aplicação e disseminação da oferta, partido de
metodologias que possibilitem o desenvolvimento positivo dos jovens de forma intencional, no
Estado do Ceará ainda não existem relatos que apontem sobre a utilização de metodologias
ativas que objetivem o DPJ, logo acreditamos que particularmente sua aplicação ainda é
escassa, demonstrando que o DPJ centrado no esporte resulta numa vida mais ativa e
saudável, que consequentemente possibilita a formação de cidadãos íntegros, profissionais que
desenvolvem a ética no seu ambiente de trabalho, e familiares que respeitam-se, dentre outras
inúmeras variáveis por esse modelo possibilitado. Esse estudo será advindo da natureza
qualitativa, constituído a partir de revisões de literatura em periódicos e autores
conceituados internacionalmente nessa área do conhecimento. Nessa estudo a capoeira
será compreendida como esporte, jogo e dança Côte, Backer e Abernethy (2007), Côté e
Vierimaa (2014), Gonçalves (2013) e Holt e Neely (2011), tem estudado o desenvolvimento
positivo de jovens através do esporte, e concluíram que o esporte não é bom e não é mau, e
afirmam que o esporte é o que pudermos fazer dele, logo, acreditamos que através de
metodologias centradas no aprendiz, será possível desenvolver cidadãos autônomos aptos para
viver em sociedade, conhecendo , reconhecendo , e valorizando a diversidade cultural por
nosso país ofertada.
2. JUSTIFICATIVA
Quando o esporte é estruturado e sistematizado com objetivos claros para o DPJ, além
das metodologias de ensino, também é possível moldar o ambiente, o qual deverá ser seguro e
agradável, para maximizar conceitos de conduta social, senso de pertencimento ao grupo, e
possibilitar que os jovens tenham segurança ao propor iniciativas e tomadas de decisões.
Milistetd,2019 afirmas que habilidades que desenvolvam além dos conceitos técnicos
e táticos são fundamentais para o desenvolvimento global dos alunos/atletas, o DPJ têm
fundamental relevância para a formação de cidadãos, que irão atuar em diferentes âmbitos da
estrutura social. No entanto a efetividade no processo de ensino-aprendizagem para este fim,
está fortemente ligada a forma com que se estrutura o processo nos programas de prática
esportiva, e, a forma com que estes se apresentam aos jovens. De acordo com estudo
realizado por LIMA,2018 a forma com que a aula/treino é apresentada e desenvolvida para
jovens no esporte apresenta-se como parcela significativa para esse crescimento pessoal, cabe
ressaltar que em grande parte do tempo as crianças estão sob a responsabilidade das escolas,
escolinhas, grupos ou associações, que precisam estar preparadas metodologicamente para
oferecer as condições necessárias para uma formação integral enquanto aluno, atleta, cidadão
e futuro profissional.
Palheta,2019 afirma que programas esportivos que contemplem diretrizes e princípios
intencionais ao desenvolvimento de Life Skills (Habilidades para a vida), estão mais
próximos de proporcionar resultados positivos ou DPJ. É através da aproximação com
conceito de Life Skills que nos é possibilitado desenvolver as habilidades socioemocionais,
socioculturais, histórico-culturais, que a capoeira transborda em cada letra cantada,
movimento realizado e som pelos instrumentos dissipado.
Os métodos mais tradicionais podem, em alguns casos, excluir habilidades essenciais,
priorizando apenas os conhecimentos técnicos e táticos. Porém, existem metodologias mais
integradoras. Sendo assim acredita-se ser possível objetivar a formação integral dos alunos,
por meio da educação das emoções, valores, conceitos historicamente construídos, percepção
de si e do outro, entre outras inúmeras habilidades possibilitadas pelo contexto que a capoeira
dispõe. Além disso, a proposta de conhecer para compreender os ambientes de
desenvolvimento da Capoeira no Estado do Ceará, e verificar se têm possibilitado de forma
propositiva o DPJ, visa também estimular maior envolvimento da família, e possibilita a
atuação de equipes multidisciplinares a atuar, no processo de formação de alunos/atletas.
3.OBJETIVOS
Verificar se as habilidades para a vida (Life Skills) estão sendo possibilitadas de forma
propositiva por professores de educação física e/ou mestres de capoeira, visando o DPJ.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Organizar base de dados digital das informações obtidas pelo projeto trimestralmente,
e anualmente apresentar os resultados alcançados através de análise.
4. PROBLEMA
5. MATERIAIS E MÉTODOS
Ética da Pesquisa
Não existe consenso para o conceito de Capoeira. Este é muitas vezes influenciado pela
subjetividade de quem o constrói. Porém, as dimensões de dança, luta e jogo são muito
frequentes na tentativa de elaboração de uma definição clara por estudiosos e capoeiristas.
Podemos explicar a dimensão dança e sua associação com o conceito de Capoeira através de
uma citação de Santos (1983), onde o autor refere que para os negros exercitarem seus corpos
à vista de seus senhores, disfarçavam os movimentos da luta em forma de dança, passando
assim uma imagem de simples divertimento mas quando fugiam das senzalas e eram
encontrados, se defendiam com seus coices, cabeçadas e rasteiras para não serem reconduzidos
ao cativeiro.
A dimensão luta é explicada pelo próprio motivo de sua criação. A necessidade de se
defender e a busca pela liberdade fez o negro escravizado criar a Capoeira. Para além disso, a
marcialidade da Capoeira foi bastante utilizada ao longo da história, para os mais diversos
interesses, desde proteção de pessoas ilustres até arma de guerra. Em 1850, por exemplo, a
guarda pessoal de D. Pedro I e a de José do Patrocínio eram formadas por capoeiristas que se
auto denominavam Capoeiras (D´Amorim & Atil, 2007). Marinho (1956) relata que a
Capoeira teve papel importante na guerra do Paraguai (1860 – 1865), onde os negros foram
mandados em massa, e lá se fizeram heróis, portadores que eram de sangue frio, audácia e
coragem, tendo se em conta que as condições da guerra de então exigia muitos combates
corporais.
Os combates corporais, Lutas, artes marciais ou esportes de combate, nos fazem refletir
a respeito dos antigos guerreiros samurais, aos quais portavam um código de ética e respeito
chamado Bushido, o caminho do guerreiro. Por muito tempo estes códigos foram vistos como
valores socias de grande importância para a formação de um cidadão, como a integridade, o
respeito, a coragem, a honra, a compaixão, a honestidade e a lealdade.
Sendo assim de acordo com os autores supracitados podemos definir a Capoeira como
sugere a BNCC como uma pratica corporal. (BRASIL,2017). E que de acordo com diversos
governos estaduais capaz de contemplar objetivos de aprendizagem como: Conhecer e
vivenciar as lutas do contexto nacional e mundial; Conhecer os valores, normas, objetivos e
fundamentos presentes nas lutas nacionais e mundiais; Compreender a diferença entre luta,
briga e agressão, em contexto educacional e profissional; Vivenciar e compreender as lutas do
contexto nacional e mundial valorizando a diversidade cultural.
Identificar e relacionar os valores, normas, objetivos e fundamentos presentes nas lutas
nacionais e mundiais; Apontar a diferença entre luta, briga e agressão, em contexto
educacional e profissional; Analisar e vivenciar as lutas do contexto nacional e mundial
valorizando a diversidade cultural; Analisar valores, normas, objetivos e fundamentos
presentes nas lutas nacionais e mundiais; Analisar a diferença entre luta, briga e agressão, em
contexto educacional e profissional; Dialogar e vivenciar lutas do contexto nacional e mundial
valorizando a diversidade cultural; Apropriar de valores, normas, objetivos e fundamentos
presentes nas lutas nacionais e mundiais; Debater e valorizar a diferença entre luta, briga e
agressão, em contexto educacional e profissional. ( BRASIL,2017; MATO GROSSO, 2018;
PARANÁ, 2018; GOIÁS, 2019; BAHIA, 2019).
Reconhecendo a capoeira enquanto esporte, essa executa importante papel no processo
de formação do homem e da vida em sociedade, sendo matriz de socialização e transmissão de
valores, forma de civilidade moderna, ferramenta de educação e saúde, estes são alguns dos
atributos do fenômeno esportivo. (ALMEIDA;GUTIERREZ, 2009). O esporte tem sido desde
há muito tempo uma espécie de espelho das relações sociais estabelecidas (AZEVEDO, 2002).
Na contemporaneidade, reconhecendo que em si não é bom e nem ruim, mas sim
aquilo que fazemos dele (REVERDITO; SCAGLIA; PAES, 2009), o esporte tem sido
investigado na relação com o desenvolvimento positivo de adolescentes e jovens (LERNER,
2012; TURNNIDGE; CÔTÉ; HANCOCK, 2014; CÔTÉ; HANCOCK, 2014; REVERDITO,
2016). A relação entre o esporte e o desenvolvimento positivo dos jovens passou a ser feita de
forma mais intensa no final do século XX, com a ampliação do fenômeno esportivo como
ferramenta e contexto para o desenvolvimento humano (CÔTÉ; HANCOCK, 2014;
COALTER, 2013; HOLT ET AL., 2011; SPAAJI, 2013; GONÇALVES, 2013).
Côté e Hancock (2014), estudando jovens e sua relação com o esporte e contexto, sob
os pressupostos das teorias ecológicas, destaca o alcance do esporte em diferentes dimensões
das atividades humanas, indo dos atributos da pessoa às dimensões das habilidades para ao
longo da vida, afetando positivamente fatores relacionados às relações interpessoais, saúde,
ocupação do tempo livre, dentre outros (TURNNIDGE; CÔTÉ; HANCOCK, 2014). Coalter
(2010, 2013), estudou jovens em comunidades em vulnerabilidade e risco social e destacou o
papel do esporte no desenvolvimento da autoeficácia e da autoestima. Para o autor,
observando sua manifestação em diferentes comunidades, utilizando instrumentos
psicométricos desenvolvidos para avaliar a percepção da autoeficácia a autoestima, percebeu
mudanças significativas e positivas a partir de programas baseados no esporte. Segundo o
autor, a dimensão da autoeficácia e autoestima são atributos da pessoa que, no contexto do
esporte, são mobilizadas enquanto demandas caracterizadas como situações imprevisíveis,
complexas e desafiadoras. Holt et al., (2011) têm investigado o uso do esporte em programas
sociais e como atividade extracurricular em escolas. Os autores registraram a percepção de
melhorias pessoais e sociais de crianças, adolescentes e jovens a partir da percepção dos
professores, dos pais e de membros da comunidade. Spaajij (2013), sob uma perspectiva
crítica para o 'esporte-para-desenvolvimento', investigando o esporte um comunidades em
situações de risco social e conflitos, atribui ao esporte o papel de importante veículo para
informação e contexto para convivência, reconhecendo diferenças e limites. O autor destaca o
potencial do esporte para transformações capazes de alcançar estruturas mais amplas da
sociedade.
Gonçalves (2013) investigou a relação entre o esporte e o desenvolvimento moral de
jovens atletas em clube sociais. O autor, em uma perspectiva ecológica, destaca que o
ambiente da prática esportiva pode, quando pedagogicamente planejado, promover a expressão
de atitudes socialmente positivas. Reverdito (2016), investigando jovens engajados em
atividades esportivas em programas sociais, observou a relação entre o tempo de participação
no esporte e autoeficácia percebida. O autor verificou uma relação positiva e significativa
entre a experiência no esporte e todas as dimensões da autoeficácia percebida (iniciativa,
persistência e esforço). Também, destaca a influência significativa sobre o tempo de
participação. A influência foi significativa para aqueles jovens que conseguiram ficar mais
tempo nos programas sociais
RESULTADOS ESPERADOS
CÔTÉ, J.; BAKER, J.; ABERNETHY, B. Practice and Play in the Development of
Sport Expertise. In: (Ed.). Handbook of Sport Psychology: John Wiley & Sons, Inc.,
2007, p.184- 202.
CÔTÉ, J.; HANCOCK, D. J. Evidence-based policies for youth sport programmes.
International Journal of Sport Policy and Politics, p. 1-15, 2014/08/11 2014
D`AMORIM E.; ATIL J. A capoeira uma escola de educação. Recife: Ed. do autor,
2007.
GALATTI, L. R. et al. Pedagogia do esporte: tensão na ciência e o ensino dos jogos
esportivos coletivos. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v. 25, n. 1, 2013.
SOARES, Tomaz Tadeu da. A Capoeira Escrava e outras tradições rebeldes no Rio de
Janeiro (1808-1850). 2 ed. Campinas-SP: Editora da UNICAMP, 2002.
SPAAIJ, R. Cultural diversity in community sport: An ethnographic inquiry of Somali
Australians’ experiences. Sport Management Review, v. 16, n. 1, p. 29-40, 2013.
Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2020.