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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

2ª PROVA - FIS 202 – 21/10/2016.


Nome:_____________________________________Matrícula:_________Turma:
( ) T2 Prof. Luciano (2a F 10h) ( ) T3 Prof. Luciano (2a F 08h) ( ) T4 Prof. Álvaro (3a F 08h)
( ) T5 Prof. Antônio (3a F 16h) ( ) T6 Prof. Álvaro (3a F 10h) ( ) T8 Prof. Ésio (4a F 18:30h)
d sen θ , 0, 1, 2, …

d senθ , 0, 1, 2, … ⁄
∆ a senθ , 1, 2, … 2
Apresente os cálculos quando necessário e sempre deixe o seu raciocínio explícito!

1) Os comprimentos de onda emitidos por uma substância permitem estudar sua composição química
e suas propriedades físicas.

a) Por que é vantajoso utilizar uma rede de difração e não fendas duplas para determinar esses
comprimentos de onda?
As posições dos máximos numa tela para uma rede de difração e para uma fenda dupla são as mesmas desde
que a separação entre as fendas em ambas as situações seja também a mesma. Para as fendas duplas os máximos
são largos, definindo faixas largas na tela enquanto que para as redes de difração os máximos são estreitos e
muito mais intensos chegando a formar linhas ao invés de faixas. Devido ao fato de que o número de mínimos
entre dois máximos consecutivos ser N - 1, com N = número de fendas, quanto maior o N, menor a largura dos
máximos e maiores serão suas intensidades (I ∝ N2). Isto permite a determinação da posição de cada máximo
na tela com extrema precisão/exatidão em comparação à situação em que se utiliza apenas duas fendas.

b) Uma rede de difração com 100 fendas por mm é utilizada para analisar a luz emitida por uma
substância desconhecida. O padrão de difração é formado numa pequena tela posicionada a 2
m da rede. Nessa distribuição de luz há apenas duas linhas brilhantes acima da linha central –
uma a 10 cm e a outra a 12 cm do centro da tela. A partir dessa observação, determine os
comprimentos de onda presentes na luz estudada.

A posição dos máximos numa tela para uma rede de difração é da pela equação: dsenθ com 0, 1, 2, ….
Quando θ é pequeno, vale a aproximação senθ tanθ.

Pela figura abaixo, observamos que tanθ , onde é a distância de um ponto da tela ao seu centro e a distância
da tela à rede de difração, para θ pequeno (θ ≪ 1 rad), vale: .

No presente problema, θ é pequeno já que é da ordem de 0,1 m e 2 m. Assim


podemos usar:  , onde d é a distância entre as fendas na rede
y de difração e é a ordem dos máximos associados a .

Como são 100 fendas por mm  d = 10-3m/100 = 10-5 m.

As duas linhas acima do máximo central correspondem a máximos cujos m = 1:


D
0,10
10 500
1∗2
0,12
10 600
1∗2
Logo os comprimentos de onda presentes na luz estudada são 500 e 600 nm.
2) O diâmetro d de um fio muito fino pode ser medido precisamente usando padrões de interferência
por meio de duas lâminas como mostrado na figura abaixo. As duas lâminas de vidro de 1 cm de
espessura e comprimento L igual a 20 cm são iluminadas perpendicularmente com a luz de uma
lâmpada monocromática de comprimento de onda de 600 nm. Ao analisar a luz refletida são
observadas 28 franjas claras ao longo de L sendo que a franja na extremidade com o fio é escura.
a) Na extremidade oposta ao fio, observa-se uma faixa clara ou escura? Justifique.
Primeiramente deve ser observado que as lâminas não são filmes finos, pois são
lâminas de vidro de 1 cm de espessura e a luz vem de uma fonte cujo comprimento
de coerência é da ordem do comprimento de onda. Logo, o filme fino é apenas o
espaço entre as lâminas. λ λ λ λ
O que define a intensidade refletida observada é a diferença de fase entre os raios 1
e 2 esboçados abaixo. Assumindo que o índice de refração do meio entre as laminas L
seja menor que o do vidro, podemos dizer que o raio 1 não muda de fase seja por
reflexão ou por diferença de caminho, mas o raio 2 muda de fase em rad por 1 cm
reflexão mais 2 por diferença de caminho. é a separação entre as laminas e d
varia de zero a d. Logo a diferença de fase entre os raios 1 e 2 é Δ 2 . Na
extremidade oposta ao fio t = 0 então Δ . Assim, neste local, há interferência
destrutiva ou uma faixa escura independentemente do valor de .

b) Qual é o diâmetro do fio? Apresente os cálculos e deixe o seu raciocínio explícito!


O diâmetro do fio corresponde à máxima separação entre as lâminas representada por d. Além disso, são observadas
28 faixas claras! Como nas duas extremidades ocorrem interferências destrutivas, serão observadas 29 faixas escuras.
As faixas escuras corresponderiam a Δ 2 1 , com inteiro. Mas de acordo com o que foi exposto na
letra a):

Δ 2 .

Então:

2 2 1  , com 0, 1, 2, . . . , 28.

28 corresponde à faixa escura na maior separação possível.

∗ ∗
Logo 8,4 10 m

O fio possui um diâmetro de 8,4 !


3) Uma fonte de luz pontual monocromática de 600 nm está a 10 m à esquerda de uma tela e
posicionada a 2mm da superfície de um espelho, como mostra a figura abaixo. Sem o espelho, a
fonte ilumina a tela uniformemente com intensidade I0. Com o espelho, entretanto, uma figura de
interferência composta por máximos e mínimos é observada.
a) Qual é a altura y do primeiro mínimo acima do espelho? Seguem algumas dicas: A luz que
chega em P pode ser pensada como proveniente de duas fontes separadas por uma pequena
distância. Leve em conta possíveis mudanças de fase por reflexão.
A luz da fonte refletida por um espelho plano é exatamente como aquela que
seria emitida por uma cópia da fonte colocada na posição da imagem (vide
figura) formada no espelho. Prova disso é o fato de que, olhando para um
espelho plano, vemos atrás dele uma cópia fiel dos objetos que o iluminam.
Dessa forma, podemos pensar na luz que chega ao ponto P como advinda dos
pontos luminosos nomeados “fonte” e “imagem” na figura ao lado. Assim, a
superposição de luz no ponto P pode ser estudada com o mesmo “arsenal”
desenvolvido para tratar da experiência de Young. Contudo, aqui é 
importante utilizar duas fontes de luz que emitam com uma defasagem de 
rad. Isso se deve ao fato de ocorrer uma inversão de fase na reflexão no

H
espelho.

Imagem
Do estudo da fenda dupla, sabemos que os comprimentos dos Lembrando da defasagem entre as fontes, a diferença de
caminhos de cada fonte até P diferem de caminho ∆ vale  no primeiro mínimo. Assim, ∆
∆ 2 2
Do triângulo retângulo com catetos y e L e da aproximação Resolvendo a equação acima obtemos
de pequenos ângulos temos,
⁄ 1,5 10
2
OBS: Caso não se utilizasse a analogia entre esse problema e a experiência de Young, poderíamos a calcular a refererida
diferença de caminho, igualá-la a  e resolver numericamente a equação resultante: .
Como esperado, obtém-se 1,5 10 .

b) Calcule a intensidade num ponto P qualquer em função de sua altura y e da intensidade I0.
Como se explicou acima, o problema da questão é equivalente ao Componentes do fasor
de fenda dupla ilustrado abaixo, com as fontes 1 e 2 defasadas de resultante:
 rad na emissão. EoR 1
 Eo
P Sejam E1 e E2 os campos Eo
2 elétricos produzidos em P Assim, 1
y pelas fontes 1 e 2, Lembrando da relação (formulário) entre intensidade e
 individualmente.
d = 2H

amplitude de campo elétrico, temos


1
L = 10 m Assumindo que elas são
Analogamente, a intensidade produzida pela fonte, sem o
senoidais temos:
1 espelho, é dada por . Com isso a relação
anterior pode ser reescrita como
e ,
1
onde e (1)
Ou utilizando a lei dos cossenos:
Pelo princípio de superposição, o campo resultante é 2 cos 180
. Podemos calcular a sua amplitude usando o 2 2 cos 2 1 cos
método de fasores, como se segue.
Pelo identidade: 1 cos 2 Então:
2
4 4
2 2
2
4
OBS: note que, como deveríamos esperar, 0 na posição
calculada no item anterior.
4) Esta questão é composta por quatro questões independentes de múltipla escolha. Não é necessário
justificar as respostas, basta preencher o gabarito abaixo a caneta.

Resposta: a) b) c) d) e) f)
Questão I:      
Questão II:      
Questão III:      
Questão IV:      

I. Um raio de luz monocromática incide na superfície lisa de um lago. Nessa situação, o que podemos
afirmar com certeza?
a) Comparando com o ar, na água a luz tem comprimento de onda menor e frequência maior.
b) Dependendo do ângulo de incidência, a luz refletida será totalmente, ou parcialmente polarizada.
c) Dependendo do ângulo de incidência, a luz poderá ser totalmente refletida.
d) A intensidade da luz refletida é metade da intensidade incidente.
e) A velocidade de propagação da luz no ar e na água são iguais.
f) Nenhuma das alternativas acima é necessariamente correta.

II. Iluminando uma rede de difração com luz amarela você observa no anteparo atrás dela linhas amarelas
nas posições angulares  = 0 e  = 45. Acrescentando agora luz vermelha, com mesma intensidade,
o você verá? OBS: A superposição das cores amarela e vermelha resulta no tom laranja.
a) Linhas vermelhas em  = 0 e  = 45.
b) Linhas amarelas em  = 0 e  = 45.
c) Linhas laranja em  = 0 e  = 45.
d) Linha laranja em  = 0, linha amarela em  = 45 e linha vermelha um pouco acima de  = 45.
e) Linha laranja em  = 0, linha amarela em  = 45 e linha vermelha um pouco abaixo de  = 45.
f) Linhas laranja  = 0 e em posições um pouco acima e abaixo de  = 45.

III. Um feixe luz viajando no ar com comprimento de onda de 450 nm incide quase normalmente numa
película de óleo na superfície de um rio. Os índices de refração do ar, do óleo e da água são,
respectivamente, nar = 1, noleo = 1,5 e nagua = 1,3 Qual espessura da película resulta numa intensidade
mínima de luz refletida?
a) 75 nm.
b) 112,5 nm.
c) 150 nm.
d) 225 nm.
e) 500 nm.
f) Nenhuma das alternativas acima.
IV. O que é incorreto afirmar sobre um feixe de luz?
a) Ele não tem massa.
b) Ele não tem carga elétrica.
c) Ele viaja no vácuo com uma velocidade independente do seu comprimento de onda, porém dentro
de um meio material sua velocidade de propagação depende do comprimento de onda.
d) Em todos os seus pontos o campo elétrico e magnético são perpendiculares entre si e à velocidade
de propagação.
e) Ao passar por um polarizador, a amplitude do seu campo elétrico pode ser reduzida, mas a
amplitude do campo magnético não.
f) Dependendo do ângulo de incidência, ele pode atravessar a interface de dois meios com índices de
refração diferentes, sem mudar sua direção.

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