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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
O PROCESSO DE MOVIMENTO PENDULAR: Paiçandu/Maringá
na sala de aula

Tânia Cristina Roncada1


Sueli de Castro Gomes2

RESUMO
Este artigo resulta da implementação do material didático produzido no terceiro período da
formação continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, realizado com os
alunos do 1º ano do Ensino Médio. O objetivo foi proporcionar fundamentos teóricos e práticos
para subsidiar a compreensão do processo de deslocamento pendular entre Paiçandu/Maringá,
PR. Trabalhou-se a temática “Os movimentos pendulares”, através de atividades diversificadas
e entrevistas, dando ênfase à compreensão do movimento pendular e na identificação dos
fatores que contribuíram com a construção e organização espacial das cidades Paiçandu e
Maringá. Para tanto, foi necessário recorrer ao processo histórico da organização espacial
desses municípios.

Palavras-chave: Movimento Pendular. Paiçandu-PR. Ensino de Geografia. Região


Metropolitana.

Introdução

No ensino de geografia, deve-se considerar o aluno e a sociedade em


que este vive. Não pode ser uma ciência solta, distante da realidade. Os
assuntos selecionados para serem estudados nessa disciplina devem permitir
que os alunos se percebam como participantes do espaço em que estudam e
que vivem, no qual os fenômenos que ali ocorrem são resultados da vida e do
trabalho dos homens que se inserem em um processo de desenvolvimento e
que, consequentemente, transformam o espaço.
Neste Projeto, as atividades realizadas com os alunos tiveram como
objetivo geral proporcionar a estes fundamentos teóricos e práticos para
subsidiar sua compreensão acerca do processo de deslocamento pendular
entre as cidades de Paiçandu e Maringá, ambas no Estado do Paraná.
Na opção pela temática “Os movimentos pendulares”, não tivemos a
intenção de elaborar uma pesquisa quantitativa, puramente numérica, mas

1
Graduada em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Pós-graduanda em
Didática e Metodologia de Ensino pela Unopar. Professora da rede estadual de ensino.
Endereço eletrônico: taniaroncada@seed.pr.gov.br
2
Docente da Universidade Estadual de Maringá. Doutora em Geografia Humana pela USP.
Endereço eletrônico: scgomes@uem.br
levar os alunos a superar o senso comum do conhecimento para serem
capazes de compreender o processo de deslocamento da população a partir da
sua realidade. Nesse processo, é fundamental lembrar que as pessoas se
deslocam porque não conseguem trabalho e/ou estudo condignos no município
de residência; o que observamos é que nossa vida social e econômica é
regulamentada historicamente pelo processo de valorização do capital.
Nosso estudo resulta da busca para a explicação de muitas indagações
que no cotidiano da prática profissional dos professores de Geografia ficam
sem respostas, principalmente quando se trata da compreensão do processo
de movimentos pendulares entre os municípios de Paiçandu e Maringá,
cidades vizinhas do Estado do Paraná.
Intitulado como “O processo de movimento pendular: Paiçandu/Maringá-
PR”, desenvolvemos este estudo com alunos do 1º ano do Ensino Médio do
período matutino, no primeiro semestre de 2014, no Colégio Estadual Paiçandu
– Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional, na cidade de Paiçandu,
PR. Nosso objetivo foi oferecer subsídios teórico-práticos para o
desenvolvimento das diversas atividades junto aos alunos para a compreensão
do processo de deslocamento pendular.
Nesse contexto, pretendemos analisar a construção do espaço
geográfico nos municípios de Paiçandu e Maringá como resultado das
intenções que o homem realiza sobre o meio em que vive. Para tanto,
recorremos ao processo histórico da organização espacial desses municípios.

1 A construção do espaço urbano de Paiçandu

O município de Paiçandu localiza-se na Região Sul do Brasil e ao Norte


do Estado do Paraná; possui uma área de 183,12 quilômetros quadrados,
localizada na latitude 23°27’20” Sul e longitude 52°02’30” Oeste. Sua altitude
média é de aproximadamente 470 metros, acima do nível do mar. Faz parte da
Mesorregião Norte Central Paranaense e limita-se com os municípios de
Mandaguaçu ao Norte, Ivatuba ao Sul, a Leste com Maringá e a Oeste com
Ourizona e Doutor Camargo.
Convém lembrar que o objeto de estudo da Geografia é o espaço
geográfico, sob a perspectiva de cidade ou campo, que traz a marca da
sociedade em que foi produzido ao longo da história. A esse respeito, citamos
Carlos (2010, p. 86-87), para quem:

o espaço geográfico é um produto histórico e social onde o


homem não se relaciona simplesmente com a natureza, mas a
partir dela, pelo processo de trabalho, apropria-se da natureza
transformando a em produto seu, como condição ao processo
de reprodução da sociedade.

Na perspectiva de Endlich (2009, p.17), o espaço geográfico:

é a parte condicionante e expressão de dinâmicas econômicas,


políticas, enfim, de processos sociais, ou seja, enquanto por
um lado a sociedade define-se econômica e politicamente,
estabelecendo condições sociais, produz também o espaço em
que vive com atributos que só podem ser compreendidos neste
contexto geral. Por outro lado, o espaço produzido é também
mediação desse processo.

Podemos entender que o espaço urbano, então, é um produto humano


e social que está sempre em transformação. Quando pensamos em cidade
como o construído (casas, edifícios, praças), verificamos que esta é produzida
pelo trabalho social enquanto espaço de vida urbana. A cidade pode ser
entendida como reflexo de sua organização espacial, determinada pelas mais
complexas relações sociais, políticas e econômicas, vinculadas diretamente ao
processo de reprodução do capital.
Carlos (2010, p.86) afirma que "a metrópole é um produto que vai se
construindo ao longo de uma história que, junto com sua fisionomia, transforma
também a vida dos seus habitantes e consequentemente suas relações com o
espaço urbano", acrescentando que na metrópole encontra-se a expressão
máxima do dinamismo das atividades exercidas pelas pessoas de acordo com
suas necessidades sociais ligadas ao processo de reprodução do capital.
Estudar a cidade/municípios é importante e necessário para o aluno à
medida que este participa e vivencia a realidade concreta, e não coisas
distantes e abstratas. Nesse âmbito, não podemos entender a cidade
contemporânea sem analisar seu passado; dessa forma, recorremos ao
processo histórico da organização espacial dos municípios paranaenses aqui
contemplados: Paiçandu e Maringá.
A área do município de Paiçandu, entre os anos de 1938 a 1940, era um
sertão habitado por índios e caboclos, os quais formavam um agrupamento no
local de um pequeno cemitério, que era o ponto de referência na densa mata
virgem, conhecido por “Cemitério dos Caboclos”.
No período de 1942 a 1944, começaram a surgir os primeiros
desbravadores oriundos de Minas Gerais e São Paulo, atraídos pela fertilidade
das terras próprias para o café, que na época do desbravamento e dos
massacres indígenas se constituía a maior fonte de riqueza da região. Em
1948, teve início a obra colonizadora da Companhia Melhoramentos Norte
Paraná e a formação de glebas como a de Paiçandu, Colombo, Bandeirantes,
Chapecó e Água Boa.
Os trilhos de aço da ferrovia que alicerçou o povoado chegaram a
Apucarana em 1943, a Maringá em 1954 e somente em 1973 em Cianorte. A
estrada de ferro passava estrategicamente por Paiçandu, favorecendo o
povoado, o qual, por sua vez, se fortaleceu, começando a surgir as primeiras
casas de comércio nas proximidades da futura estação ferroviária.
Em seu processo histórico, o município de Paiçandu foi concebido com a
função de ser um núcleo secundário, ou seja, fornecedor de mercadorias, bens
e serviços para abastecimento do campo. Assinalamos que em 14 de
novembro de 1951 emancipou-se de Mandaguari, e em 25 de julho de 1960
desmembrou-se de Maringá através da Lei nº 4245, pelo Governador Moisés
Lupion.
A partir da década de 1970, ocorreram profundas transformações no
campo (refletidas no meio urbano), em decorrência da modernização da
agricultura na região de Maringá. Houve um incentivo por parte do governo
estadual em diversificar as culturas plantadas (soja, trigo, milho, entre outras),
e, em decorrência, a erradicação da cultura cafeeira. Esse processo de
transformações acarretou o êxodo rural, gerando mudanças na distribuição
espacial da população e alterações nas relações de trabalho.
Expulsos do campo, muitos trabalhadores adotaram as pequenas
cidades ou as maiores cidades da região como local de moradia e procura de
empregos. Na década de 1970, houve acentuado interesse das imobiliárias de
Maringá pelos terrenos e imóveis localizados em Paiçandu, tendo em vista que
as pessoas que não conseguiam comprar moradia ou pagar aluguéis de acordo
com o mercado imobiliário local de Maringá buscaram fixar residência nas
cidades vizinhas.
A proliferação de loteamentos, nessa década, ocorreu na cidade de
Paiçandu. Após 1976, o número de loteamentos implantados cresceu
vertiginosamente, com a instalação de vários Parques e Jardins Habitacionais
de iniciativa privada.

2 Espaço urbano de Maringá


A cidade de Maringá localiza-se na Região Norte-Central do Estado do
Paraná, fundada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), no
final da década de 1940.
Maringá foi dividida em várias zonas distintas, através de padrões de
zoneamento rígidos de habitação, tais como a do comércio, indústria,
armazéns, habitações de vários padrões e uma zona de serviços públicos,
definindo suas funções urbanas.
A cidade teve um projeto urbanístico que determinava a possibilidade de
uma ocupação residencial diferenciada, segundo o padrão econômico da
população para adquirir os lotes. Nesse contexto, a desigualdade
socioeconômica da população refletiu em uma ocupação desigual do espaço
urbano. As áreas centrais de Maringá foram designadas para uma ocupação de
elite e a população de baixa renda para a periferia, se assentando em
loteamentos populares, com inúmeras deficiências de infraestrutura. Ao longo
dos anos, na organização espacial de Maringá sobressaiu-se o interesse
marcante da Companhia e os agentes imobiliários que visavam ao lucro e
menosprezavam o social.
Quanto à formação do espaço urbano de Maringá, Machado e Mendes
(2006) a dividiram em quatro fases distintas: na primeira (1960-1969), houve
grande investimento na área central da cidade, oriundo do excedente de
riquezas especialmente de alguns fazendeiros de café e comerciantes.
A segunda fase (1970-1979) foi marcada pela modernização agrícola
implantada pelo governo federal. O campo passou por profundas
transformações, como a utilização de máquinas e de insumos agrícolas. Tal
transformação foi também sentida nos espaços urbanos pela absorção desse
contingente. Muitos agricultores da região migraram para as cidades à busca
de moradias; muitos foram para Maringá, a maioria sem nenhuma qualificação
profissional, e outros permaneceram no perímetro urbano de Paiçandu, que até
então não possuía infraestrutura necessária aos moradores. Dessa maneira,
ocorreu uma expansão territorial (horizontal e vertical) de Maringá,
especialmente para atender às classes média e alta. Nesse período, teve início
a implantação de loteamentos populares em Paiçandu, destinados
principalmente à população de baixa renda de Maringá.
A terceira fase (1980-1989) foi marcada pela implementação da
agroindústria, e os interesses de grupos ou pessoas de poder econômico e
político da cidade e região influenciaram no espaço estrategicamente escolhido
(entre Maringá e Paiçandu). Isso tornou fácil o deslocamento do contingente de
trabalhadores de Paiçandu e fez a cidade crescer territorialmente mais em
direção a leste, produzindo o fenômeno de periferização.
A última fase (1990-1999) foi a maturidade da verticalização,
considerando a instabilidade política-econômica do país no início da década de
1990. A verticalização foi uma verdadeira inovação na cidade.
A esse respeito, Machado e Mendes (2006, p.123) asseveram:

O rápido crescimento territorial da cidade de Maringá é reflexo


de um planejamento com à uma integração internacional,
nacional e regional característico do processo de expansão e
acumulação capitalista. Essa expansão é conduzida por
pressões dos agentes imobiliários, provocando dificuldades e
deterioração da qualidade de vida da maioria da população em
benefício de pequenas parcelas da sociedade.

Assim, esse espaço urbano capitalista apresenta-se dividido com usos e


valores distintos, caracterizado pela divisão social do espaço. A cidade de
Maringá, em um processo mais abrangente, pode se caracterizar como o
tradicional modelo centro-periferia. Para Negri (2006, p.41), “poder-se-ia
analisar a periferia como um reflexo da segregação espacial produzida pelo
sistema capitalista, que atua através da divisão social do trabalho”. As pessoas
que saem do campo ou de outras cidades que não dispõem de recursos
financeiros para comprar lotes ou pagar os altos aluguéis nas áreas servidas
por redes e sistemas de infraestrutura (saneamento, pavimentação e outros)
acabam se deslocando para as cidades vizinhas para morar. Maringá assume
um papel de cidade polo da região, conhecida por sua beleza urbanística,
prestadora de serviços especializados, importante centro educacional,
comercial e agroindustrial.
Devemos repensar a ideia de periferia associada à pobreza. O que
observamos hoje nas grandes metrópoles do Brasil e também em Maringá são
as construções de condomínios fechados de luxo, associadas aos bairros
pobres sem infraestrutura e aos bolsões industriais.
A cidade de Maringá apresenta localização privilegiada e um bom
sistema rodoviário regional, o que permite o escoamento de sua produção, a
comercialização de mercadorias com os demais municípios; é também
referência nos segmentos de serviços, educação e saúde, tornando-se um polo
regional, como foi planejada. A influência exercida sobre os municípios ao seu
entorno gerou condições para que fosse institucionalizada a Região
Metropolitana de Maringá, sendo Maringá a cidade polo.

2.1 Origem e multiplicação do número de municípios da Região


Metropolitana de Maringá

Segundo Carlos (2010, p.86), "a metrópole é um produto que vai se


construindo ao longo de uma história e que, junto com sua fisionomia,
transforma também a vida dos seus habitantes e consequentemente suas
relações com o espaço urbano", acrescentando que na metrópole encontra-se
a expressão máxima do dinamismo das atividades exercidas pelas pessoas, de
acordo com suas necessidades sociais ligadas ao processo de reprodução do
capital.
O termo metrópole pode ser também utilizado para denominar uma
região dotada de equipamentos urbanos, densamente povoada e uma área
contígua ocupada, com alto grau de integração e com interdependência social.
Uma região metropolitana não precisa ser obrigatoriamente formada por
uma única área contígua urbanizada, composta geralmente por uma metrópole
de influência; vale ressaltar que a área metropolitana inclui o espaço urbano e
rural das cidades que a compõem, podendo desmarcar uma região com duas
ou mais áreas urbanizadas, intercaladas com áreas rurais. Uma região
metropolitana é constituída por uma cidade que polariza as demais, as quais
possuem um alto grau de integração entre si.
Em 1989, foi criado o Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento
Metropolitano da Região de Maringá, Paiçandu, Sarandi e Marialva
(Metroplan), com a finalidade de planejar o desenvolvimento regional e
executar serviços e obras de interesse comum, garantindo um crescimento
ordenado e tratando as quatro cidades como uma só.
Posteriormente, esse Consórcio foi extinto por motivos políticos. Na
administração de Jairo Gianoto (1997-2000), foi criado o Consórcio
Intermunicipal de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Maringá
(Cidermma), o qual evoluiu para a instituição da Região Metropolitana de
Maringá.
Em 1998, foi apresentado o Projeto de Lei Complementar nº 253/98, que
propunha a criação legal da Região Metropolitana de Maringá, formada pelos
oito municípios integrantes do Cidermma: Maringá, Sarandi, Paiçandu,
Marialva, Mandaguaçu, Mandaguari, Iguaraçu e Ângulo.
Em 2002, foi aprovada, por meio da Lei Complementar nº 13565/2002, o
Projeto de Lei nº 313/99, incorporando o município de Floresta. Com a
aprovação da Lei Complementar nº 110/2005 a essa Lei, foram incorporados
os municípios de Astorga, Ivatuba, Itambé e Doutor Camargo. Após vários
acordos políticos estabelecidos entre prefeitos e deputados regionais, outros
municípios foram incluídos para compor esse conjunto. Hoje, são vinte e seis
municípios que compõem a Região Metropolitana de Maringá (Figura 1).

O que são regiões metropolitanas?

Podem ser entendidas como um agrupamento de municípios que se integram


e se organizam.
Figura 1: Expansão da região metropolitana de Maringá

Fonte:http://www.cch.uem.br/observatorio/index.php?option=com_content&view=article&id=314:mapa-
regiao-metropolitana-de-maringa-agosto-2013&catid=46:mapas&Itemid=53 – Acesso: 14/11/2013

A produção do espaço urbano da Região Metropolitana de Maringá


constitui-se por um conjunto de municípios cujas características
socioeconômicas resultam em espacialidades urbanas bastante diferenciadas
umas das outras. Nem todos os municípios dessa Região apresentam
integração social e econômica igual: alguns municípios possuem maiores
fluxos de população e de mercadorias. Por exemplo, Sarandi e Paiçandu
possuem um alto grau de integração; a primeira cidade está conurbada à
Maringá (por meio de bairros residências) e a segunda em via de conurbação
(por meio do setor industrial).
A justificativa da Região Metropolitana de Maringá está relacionada ao
planejamento e execução de serviços comuns de interesse metropolitanos,
como planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social,
saneamento básico, abastecimento de água, rede de esgoto e serviço de
limpeza pública, uso do solo metropolitano, transportes e sistema viário,
aproveitamento dos recursos hídricos e controle da poluição ambiental.

3 Movimentos pendulares

Segundo estudos do Ipardes( Instituto Paranaense de Desenvolvimento


Econômico e Social ), em todas as mesorregiões do Estado do Paraná houve
um aumento expressivo dos deslocamentos pendulares. Sua concentração
está nas aglomerações urbanas que polarizam as Regiões Metropolitanas de
Curitiba, Londrina e Maringá. Entre 2000 e 2010, o Paraná elevou de 478.650
para 933.276 o número de pessoas que deixaram o município de residência
para trabalho e/ou estudo em outro município.
Maringá teve uma organização espacial diferenciada devido à presença
da colonizadora e de agentes imobiliários, como já apontamos. A desigualdade
socioeconômica da população refletiu em uma ocupação residencial desigual
do espaço, e esse planejamento pode ser considerado característico do
processo de expansão e acumulação capitalista.
O papel de cidade polo da região foi assumido por Maringá, a qual é
conhecida por sua beleza urbanística, configurando-se como prestadora de
serviços especializados, importante centro educacional, comercial e
agroindustrial.
Paiçandu, em seu processo histórico, foi concebida com a função de ser
núcleo secundário, fornecendo mercadorias, bens e serviços para o
abastecimento do campo. Entretanto, com a modernização na agricultura e sua
emancipação, a cidade tornou-se refúgio para a população expulsa do campo e
para aqueles que não conseguiram comprar uma casa ou pagar aluguel em
cidades maiores como Maringá.
O papel de cidade dormitório foi assumido por Paiçandu, que pode ser
considerada um município pouco dinâmico, “implicando subordinação e
dependência e promovendo à segregação socioespacial” (MOURA, 2009,
p.34), ao mesmo tempo em que é portadora de carência e fornecedora de mão
de obra.
Desse modo, nos municípios de menor porte, como é o caso de
Paiçandu, ocorre a não oferta de condições de trabalho e qualidade de vida,
provocando o fenômeno chamado movimento pendular.
O movimento pendular é caracterizado pelo deslocamento de pessoas,
que pode ser um movimento diário ou de períodos maiores, quando as longas
distâncias exigem permanência no local. Sua principal característica está
vinculada a não fixação de residência no local de destino. As pessoas
movimentam-se periodicamente de seu local de residência para trabalhar ou
estudar em outra cidade em consequência da concentração de oportunidades
de estudo e de trabalho nos centros urbanos maiores.
A mobilidade pendular apresenta algumas implicações, como, por
exemplo, o custo elevado do transporte utilizado para esse percurso para
trabalhadores e estudantes, pois estes utilizam veículos próprios, ônibus
comerciais de linha, motocicletas e outros. Para realizarem o trajeto, viajam
diariamente um longo tempo, o que acarreta um desgaste físico e emocional.
Esse tempo despendido com a viagem é retirado especialmente da convivência
familiar e do descanso.
Ademais, a rodovia que liga Paiçandu a Maringá, a PR-323, é uma das
mais movimentadas da região e a principal via de ligação entre esses
municípios. Essa rodovia dividiu o espaço urbano de Paiçandu, provocando um
significativo dinamismo em sua economia, crescimento urbano, instalação de
indústrias, escoamento rápido de sua produção industrial e agrícola, mas
também o deslocamento de sua mão de obra em direção à Maringá.
O comércio, os serviços bancários, as repartições públicas, o
atendimento hospitalar, dentre outros serviços urbanos, se encontram
localizados no centro de Paiçandu, a oeste do município, portanto, de um único
lado da rodovia, obrigando seus moradores a atravessarem, pulando a mureta
de divisão das pistas, e se colocando em risco diariamente.
As obras de duplicação da PR-323 no trecho Maringá/Paiçandu são de
quatro quilômetros e nesse momento estão sendo construídos cinco viadutos e
três trincheiras, assim como um viaduto passa por alargamento. Essas
melhorias são aguardadas há muito tempo pelos moradores de Paiçandu que
se deslocam diariamente a Maringá para trabalhar ou estudar, porque trarão
desenvolvimento para toda a região, melhorarão a situação para a indústria e
para o comércio e trarão mais segurança a motoristas e pedestres, pois esse
trecho da rodovia já causou muitos acidentes com vítimas fatais.
Atualmente, o motorista demora em torno de 40 minutos para percorrer o
trecho Paiçandu-Maringá, formando um longo congestionamento; espera-se
que a duplicação reduza esse tempo para 10 minutos. No projeto, está a
construção de ciclovias, passarelas e calçadas para a segurança do
deslocamento dos pedestres, uma reivindicação antiga da população.
O transporte público é necessário para garantir a mobilidade das
pessoas, que habitam uma aglomeração urbana ou uma região metropolitana,
porque é uma das condições de deslocamentos dessas pessoas.
O transporte coletivo da Região Metropolitana de Maringá é integrado.
Foi aprovada a integração do transporte coletivo metropolitano entre Paiçandu
ou Sarandi até Maringá, objetivando a diminuição dos custos da tarifa, ou seja,
os moradores desses dois municípios deverão pagar menos pela passagem.
Além desses fatores, lembramos da vulnerabilidade que envolve esses
deslocamentos diários, como os atrasos e a falta de conforto no ônibus, a
inexistência de cintos de segurança, e situações mais graves como assaltos e
acidentes.
O deslocamento das pessoas tem como principais motivações o trabalho
e o estudo. No entanto, percebemos o quanto essa mobilidade é decorrente da
sustentabilidade do capital, ou seja, o trabalhador desloca-se para atender às
exigências do mercado.
Estudos realizados pelo Ipardes (2010) demonstram a situação da
mobilidade urbana dos moradores de Paiçandu que saem para trabalhar ou
estudar, isto é, 37,30% de seus habitantes realizam a mobilidade pendular,
cujo principal destino é a cidade de Maringá.

4 Metodologia

Este trabalho foi realizado seguindo as referências bibliográficas acerca


da história dos municípios envolvidos; os conteúdos foram elencados de forma
crítica, dinâmica e contextualizada. Realizamos pesquisas na internet,
trabalhos em grupos, ilustração com vídeos sobre a temática, produção textual
seguida de debates, construção e leituras de tabelas e elaboração de questões
para entrevistas.
As atividades e as dinâmicas adotadas na Implementação do Projeto
proporcionaram aos alunos o desenvolvimento de um pensamento mais crítico,
pois estes passaram a questionar sobre a temática. Proporcionaram também a
compreensão do espaço onde eles vivem e fizeram-no sentir-se parte desse
espaço. Observamos que os alunos envolveram-se de maneira
compromissada, participando do desenvolvimento do trabalho.
Empreendemos a avaliação durante toda a implementação pedagógica,
considerando a participação dos alunos, bem como seu compromisso e
interesse no desenvolvimento das atividades, pesquisas, entrevistas e nas
produções textuais.

5 Resultados e discussão

Apresentamos a temática aos professores, equipe pedagógica e direção


do Colégio na semana pedagógica de fevereiro de 2014, e para os professores
participantes do Grupo de Trabalho em Rede-GTR, e todos a apreciaram. Foi
de suma importância a interação com os demais professores da rede estadual
através das práticas e experiências elencadas relativas ao assunto abordado
durante o desenvolvimento do curso.
Destacamos que uma professora mencionou que “o tema vem ao
encontro da situação que a sociedade vive, o que o torna mais atraente,
despertando o interesse e a participação do aluno”.
Apresentamos, a seguir, a organização e o desenvolvimento das
atividades do trabalho proposto e realizado.
A primeira atividade utilizada para mobilizar os alunos sobre a temática
em pauta foi a elaboração de uma síntese realizada pelos alunos após
assistirem ao vídeo que aborda a mobilidade sustentável urbana em Goiânia,
encontrado no site:
http://www.youtube.com/results?search_query=mobilidade+urbana+na+cidade
+de+Goi%C3%A2nia, e a leitura do texto complementar “As formas de
mobilidade em Geografia”. Para a elaboração dessa síntese, foram
necessárias a análise, a interpretação e um debate com todos os alunos na
sala.
Trabalhamos a organização do espaço urbano de Paiçandu, e para isso
sugerimos, aos alunos, uma pesquisa referente à evolução da dinâmica
populacional rural/urbana do município entre as décadas de 1970 a 2000. Os
alunos não tinham o compromisso de realizá-la, pois era somente uma
sugestão. Surpreendentemente, grande parte dos alunos interessou-se em
elaborar esse trabalho. Após essa pesquisa, os alunos constataram que a
população rural de Paiçandu na década de 1970 era maior que a população
urbana, porém em 2000 a população urbana era superior à população rural. Os
fatores que contribuíram para esse crescimento urbano e para essa
transformação no espaço urbano/rural foram analisados pelos alunos através
de textos complementares e debates.
Posteriormente, os alunos divididos em grupos empreenderam uma
pesquisa acerca do surgimento dos primeiros loteamentos urbanos até os dias
atuais do município de Paiçandu. Essa pesquisa podia ser efetuada nos órgãos
públicos, nas igrejas, e com os pioneiros. Com base nessa pesquisa,
construímos uma tabela, que serviu de suporte para a análise da formação
urbana da cidade. Embora tenha sido uma atividade realizada e concluída, não
despertou o interesse da maioria dos alunos.
Elaboramos questões pertinentes à ocupação do espaço urbano de
Maringá, as quais levaram os alunos a refletir sobre essa cidade. Em seguida,
estes identificaram as principais rodovias que dão acesso a Maringá com o
auxílio do mapa rodoviário. Salientamos que a maior dificuldade encontrada
pelos alunos foi a leitura e a interpretação do mapa, pois em uma sala com 40
quarenta alunos, nem todos conseguiram observar ao mesmo tempo. Por isso,
dividimos a turma em pequenos grupos para a visualização do mapa e
conclusão da atividade.
Por meio de um questionário elaborado pela professora, os alunos
trabalharam vários conceitos importantes. À medida que as dificuldades foram
surgindo, houve a necessidade de retomarmos conteúdos já trabalhados nas
séries anteriores.
Em seguida, realizamos a atividade com o mapa mudo da Região
Metropolitana de Maringá, e os alunos identificaram os municípios que deram
origem à Região Metropolitana de Maringá e criaram uma legenda. Nesse
momento, foi necessária a orientação para a construção da legenda, pois
identificamos a dificuldade que alguns alunos possuem na realização dessa
tarefa.
No decorrer do trabalho, ressaltamos que as atividades mais
expressivas foram as aulas no laboratório de informática (Figura 2), onde os
alunos coletaram dados sobre os principais indicadores sociais dos municípios
que fazem parte da Região Metropolitana de Maringá. Orientamos os alunos a
realizar o levantamento de dados por meio virtual: uso de informações
disponíveis em sítios da internet, previamente selecionadas pela professora.
Propomos o sítio do Ipardes, e um dos alunos observou que “não conhecia
esse sítio”, tinha conhecimento somente do IBGE para fazer pesquisas. Essa
atividade foi realizada pelos alunos na própria escola, porém o tempo previsto
foi ultrapassado, uma vez que nem todos os computadores da sala de
informática estavam funcionando. Dividimos os alunos em grupos de 10 (dez)
em 10 (dez) para pesquisar os dados, enquanto isso, os demais ficavam na
sala de aula realizando outras atividades. Ao final da pesquisa e após a
tabulação dos dados coletados, estes puderam constatar que as características
socioeconômicas resultam em espacialidades urbanas diferentes umas das
outras.

Figura 2: Alunos na sala do laboratório de informática


Fonte: Acervo da autora, 2014.

Em seguida, os alunos elencaram os principais problemas urbanos de


Paiçandu, suas origens e as possíveis ações que poderiam ser feitas visando à
redução desses problemas. O debate em sala foi produtivo, pois percebemos o
quanto os alunos estão conscientes da organização dos municípios, e
observaram que muitos desses municípios que compõem a Região
Metropolitana de Maringá não atendem às novas demandas da população,
acentuando ainda mais os problemas urbanos.
Como proposta de trabalho, os alunos entrevistaram parentes, amigos
ou vizinhos sobre o movimento pendular entre Paiçandu/Maringá e sobre a
utilização da rodovia PR-323 que liga os municípios a partir de algumas
questões norteadoras:
1. Para onde você se desloca?
2. Que meio de transporte você utiliza?
3. Quais os principais motivos que levam você a se deslocar para Maringá ou
outro município?
4. Quais os problemas enfrentados nesse deslocamento diário?
5. Quais as soluções possíveis para resolver esses problemas?
6. Quais os pontos positivos e negativos da duplicação da rodovia?
As entrevistas repercutiram muito positivamente entre os alunos, pois a
maioria entrevistou pessoas da própria família, e foram de suma importância
para a produção textual e socialização. O principal motivo que levam as
pessoas a realizar o deslocamento pendular de Paiçandu a Maringá foi o
trabalho, conforme apontaram as entrevistas dos alunos. Como citou um dos
entrevistados, “Paiçandu não tem muitas opções de trabalho, isso me leva a
trabalhar em Maringá”. Diante desse depoimento, e considerando a
necessidade de repensar os investimentos de ordem política para a
transformação do espaço feito pelo homem, devem ser criadas novas
alternativas para a melhoria da qualidade de vida da população da cidade.

Considerações Finais

Após a realização das pesquisas e das atividades com os alunos,


observamos que o Movimento Pendular não é apenas uma realidade de nosso
município, mas que muitas regiões metropolitanas comungam todos os dias
desse cotidiano de ida e vinda populacional.
A discussão sobre o Movimento Pendular não é nova; assim como a
Geografia, outras ciências também o pesquisam. Devido ao crescimento da
população urbana, vem sendo cada vez mais estudado, e esse movimento
cotidiano da população entre o local em que reside e o local onde estuda ou
trabalha é um importante referencial para conhecermos o processo de
metropolização.
A realização deste Projeto permitiu ainda conhecermos as regiões
metropolitanas, sua formação, os fatores que contribuíram para a formação
metropolitana e as causas econômicas, como a ação do capital imobiliário, a
redistribuição espacial da população em torno da cidade polo, no caso,
Maringá, bem como possibilitou aos alunos esse conhecimento.
Nas entrevistas realizadas pelos alunos com seus familiares ou vizinhos,
pudemos observar que o deslocamento das pessoas tem como principais
motivações o trabalho e o estudo. Percebemos o quanto essa mobilidade é
decorrente da sustentabilidade do capital, ou seja, o trabalhador desloca-se
para atender às necessidades do mercado. Tendo como tema “o processo de
movimento pendular Paiçandu/Maringá-PR, na sala de aula” os alunos
puderam elaborar atividades relacionadas ao conteúdo da disciplina de
Geografia, superaram o senso comum do conhecimento e compreenderam o
processo de deslocamento da população associada à realidade vivenciada por
eles.
Notamos, com este trabalho, que Maringá é uma zona de influência,
polarizando o capital e a força de trabalho, enquanto Paiçandu apresenta-se
como uma cidade adjacente, reservatório de mão de obra desqualificada que
busca emprego na cidade polo. Provavelmente, se as pessoas desse município
de residência tivessem opção de trabalhar, estudar e morar com dignidade, o
número de deslocamentos seria bem menor, ou seria realizado por outras
motivações. Salientamos a necessidade de adoção de políticas públicas que
orientem os gestores municipais no intuito de atender à coletividade e lutar
contra as desigualdades desse ambiente urbano.

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