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Gestão da Qualidade

Aula 13– Ferramentas da Qualidade: Brainstorm, Estratificação e Folha de Verificação

Objetivos da aula:
Nesta aula apresentamos três ferramentas da qualidade: Brainstorm, Estratificação e
Folha de Verificação e exemplos de sua utilização.

1. BRAINSTORMING : UMA FERRAMENTA BÁSICA DA QUALIDADE

Brainstorming – O que é?
Brainstorming ao “pé da letra” significa “tempestade de ideias” sendo um termo utilizado por
Alex Osborn, considerado o criador do brainstorming, em 1938. É uma técnica para
explorar o potencial de novas ideias de um grupo de maneira criativa.

É uma ferramenta associada à criatividade, e é, por isso, preponderantemente


usada na busca de soluções. O brainstorming é usado para que um grupo de
pessoas crie o maior número de ideias acerca de um tema previamente
selecionado.

"A melhor forma de ter uma grande ideia, é ter um monte deideias.” - Linus Pauling

BRAINSTORMING - Qual o objetivo?


O objetivo principal é obter a participação de um determinado grupo em um processo de
identificação e produção de um maior número de ideias possíveis sobre um problema
particular e necessariamente real, no qual, afim, ser solucionado.

Brainstorming – Por que utilizar dessa ferramenta?


Focaliza a atenção do usuário no aspecto mais importante do problema. Exercita o raciocínio
para englobar vários ângulos de uma situação ou de sua melhoria. Serve como “lubrificante”
num processo de solução de problemas, especialmente se:
1. As causas do problema são difíceis de identificar;

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2. A direção a seguir ou opções para a solução do problema não são aparentes.

BRAINSTORMING Quando utilizar?

Dentre as muitas situações nas quais pode ser aplicado, citamos:


• Desenvolvimento de novos produtos
o identificação das características do produto.
• Implantação do Sistema da Qualidade
o listagem das atividades a serem desenvolvidas pela equipe;
o identificação das resistências à mudança na organização.
• Solucionando problemas
o causas prováveis do problema;
o possíveis soluções.

TIPOS DE BRAINSTORMING
BRAINSTORMING ESTRUTURADO
Nessa forma, todas as pessoas do grupo devem dar uma ideia a cada rodada ou “passar”
até que chegue sua próxima vez. Podem ser definidas em função do tempo quantas
rodadas serão feitas ou ainda deixar que o brainstorming prossiga até que todos não
tenham mais ideias para apresentar. Isso geralmente obriga até mesmo o tímido a
participar, mas pode também criar certa pressão sobre a pessoa.

BRAINSTORMING NÃO-ESTRUTURADO
Nessa forma, os membros do grupo simplesmente dão as ideias conforme elas surgem em
suas mentes. Isso tende a criar uma atmosfera mais relaxada, mas também há o risco de
dominação pelos participantes mais extrovertidos.

O ESTILO
Geração livre de ideias, num espaço de tempo entre 30 e 60 minutos. Pode durar mais ou
menos, dependendo da complexidade do assunto e da motivação da equipe. Usualmente, é

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um trabalho em equipe, mas pode também ser individual. As equipes variam entre 4 e 8
pessoas.

REGRAS
a) Não critique;
b) Não julgue;
c) Não avalie as ideias;
d) Deixe fluir as ideias;
e) Busque a quantidade de ideias;
f) Se inspire nas ideias apresentadas;
g) Estimular todas as ideias, por mais “malucas” que possam parecer;
h) Escrever as palavras do participante. Não as interpretar.

ETAPAS
Em geral, um Brainstorming pode ser conduzido de acordo com as seguintes etapas:
definição do tema, escolha da equipe, definir o tipo de brainstorming, geração de
ideias em reunião, seleção das ideias e elaboração de um relato final sobre o tema
que pode inclusive incluir oportunidades de melhoria no processo de realização de um
brainstorming.

AÇÃO!
▪ Reúna um grupo de pessoas;
▪ Nomeie um participante como coordenador e outro participante como
secretário;
▪ Defina o tema;
▪ Inicie o processo de geração de ideias.

E APÓS?
• Reúna as ideias afins e as classifique em temas e categorias.
• Dentro de cada categoria, procure combinar as ideias similares e eliminar as
duplicidades.
• Selecione as melhores ideias para serem analisadas, melhoradas e aproveitadas.

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• Dê ao grupo um feedback sobre o resultado final do Brainstorming e mostre como


suas contribuições foram valiosas.
• Pode-se usar a matriz GUT para priorizar as ideias.

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2. Estratificação
Processo que permite separar, criteriosamente, o conjunto de dados em categorias ou
grupos mais específicos, fornecendo condições para uma análise mais detalhada e
pormenorizada dos vários aspectos ou variáveis relacionadas a uma situação.

➢ Estratificar significa desdobrar, classificar, organizar os dados em categorias


ou grupos que representem fatores críticos para a compreensão e
interpretação da situação em estudo.

Destacam-se como fatores típicos de estratificação:


▪ TEMPO: Agregação por períodos de tempo (turno, dia, mês,...)
▪ OPERADOR: Agregação segundo idade, experiência, sexo.
▪ MÁQUINA E TECNOLOGIA: Modelo, tipo, anos de utilização.
▪ PROCESSO E MÉTODO: Condições de operação (temperatura, pressão, velocidade,
método de trabalho)
▪ MATERIAL: Fornecedor, composição, lote.
▪ MÉTODO DE MEDIÇÃO: Instrumento de medição, inspetor

COLETA DE DADOS e ESTRATIFICAÇÃO


A riqueza das informações apresentadas em um Quadro Demonstrativo e das análises
decorrentes de sua interpretação são influenciadas de forma muito significativa pela
qualidade do processo de coleta de dados e estratificação. Daí a necessidade de se
trabalhar adequadamente na geração da “matéria-prima” que irá alimentar todo o processo
de análise e solução de problemas.

Uma Coleta de Dados não Estratificada de maneira adequada pode conduzir à construção
de um quadro distorcido da situação real, gerando interpretações inadequadas e disparando
ações incoerentes.

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A Coleta de Dados Estratificada corresponde à montagem de um quebra-cabeças: é


possível retratar de maneira bastante evidente qual a contribuição de cada uma das partes
na composição do quadro da situação real

ESTRATIFICAÇÃO, então é o método para separar ou estratificar um conjunto de dados


de modo a perceber um padrão.
Exemplos:
▪ Separar a produção por turnos
▪ 1° turno = 5.000 peças por hora
▪ 2° turno = 4.200 peças por hora
▪ 3° turno = 2.000 peças por hora

Qual turno fo eficiente e qual foi eficaz?

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3 Folha de verificação

O que é a folha de verificação?

Técnica utilizada quando se deseja obter dados, baseados em observações


amostrais, para definição de um modelo. É o ponto de partida na maioria dos
ciclos de solução de problemas, sendo uma ferramenta de fácil
compreensão que mostra a frequência com que certos eventos ocorrem.
A folha de verificação é aparentemente muito simples de se aplicar e por isso é considerada
a mais utilizada entre as sete ferramentas da qualidade. Também conhecida como lista de
verificação, checklist, ou lista de recolhimento de defeitos, é um formulário utilizado para
padronizar e facilitar a coleta de dados além de uniformizar a verificação e execução de
processos.
É um formulário planejado para coletar dados, portanto, é uma ferramenta genérica que
serve como primeiro passo no início da maioria dos controles de processo ou esforços para
solução de problemas.
Ajudam a responder à pergunta "Com que frequência acontecem certos fatos?". Reunindo
dados a partir de observações sobre a amostragem, pode-se começar a detectar padrões.
Quando da organização de uma folha de verificação, deve-se estabelecer o que deve ser
observado e em que período essas observações devem ser feitas.
As folhas de verificação também podem servir como ferramentas iniciais para coleta de
dados que servirão de subsídio às demais ferramentas.
Podem ser tabelas onde estão anotados os tipos de fatos procurados e em seguida, noutra
coluna, vezes que tal fato ocorreu, dando seu total, e em seguida o total geral de eventos
anotados. Um exemplo é mostrado na figura.

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Na indústria, dados registrados em folhas de verificação ajudam a entender se os produtos


tem as especificações exigidas.

As folhas de verificação têm como objetivos:


a) Verificação do processo de produção;
b) Verificação de itens defeituosos;
c) Verificação da localização dos defeitos;
d) Verificação das causas dos defeitos.

e) Contagem de quantidades
f) Classificação de medidas
g) Existência de determinadas condições
h) Tipos de reclamações
i) Causas de efeitos

Quando usar uma folha de verificação?


A ferramenta permite uma rápida percepção da realidade e uma breve interpretação da
situação, o que auxilia na redução de erros ou evitar que o mesmo volte a ocorrer. A
padronização das informações garante maior confiabilidade no processo, criando
embasamento para as ações de melhoria de processo. Pode ser utilizada para:

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• Distribuição do processo de produção: controla a produção através de amostragens, é


utilizado quando se quer analisar se a medida de um item esta conforme o esperado;
• Quando os dados podem ser observados e recolhidos repetidamente pela mesma
pessoa ou no mesmo local;
• Verificação de itens defeituosos: determinar qual a frequência de um erro e sua
localização;
• Causas de defeitos: é usado para coletar dados que comprovem as causas do
defeito;
• Coletar dados sobre a freqüência ou padrões de eventos, problemas, defeitos,
localização de defeitos, causas de defeito, etc;
• Coletar dados de um processo de produção;
• Verificar a execução do processo: seguir um checklist assegura que a execução
correta de todas as partes do processo;
• Delegar tarefas facilmente: a padronização da execução dos processos por meio de
checklists permite que tarefas sejam executadas por outras pessoas mais facilmente.
Como fazer?
Apesar de não existir um modelo padrão de folha de verificação, alguns passos podem ser
seguidos para criar uma folha de verificação eficiente:
1. Definir o objetivo da coleta de dados, respondendo as seguintes questões:
• Quais dados que precisamos?
• Os dados podem ser analisados por diversas óticas?
• Como os dados serão registrados?
• Quem irá realizar as coletas de dados?
• Quem vai realizar o levantamento de dados, esta preparado para fazer com eficácia?
2. Montar a lista, com os campos para registros.
3. Elaborar folha autoexplicativa para o preenchimento
4. Conscientização para a coleta
5. Execução de pré-teste.
6. Fazer coleta dos dados.
Depois de realizar a coleta de dados, usar outras ferramentas para a tomada de decisão.
Exemplo
Em uma fábrica de camisetas, a Alta Direção identificou uma perda grande na produção.
Assim, formularam uma folha de verificação para identificar qual era o defeito que estava
gerando maiores perdas na produção.
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Diariamente, durante duas semanas, os funcionários da linha de produção anotaram a


ocorrência dos defeitos:

Após o levantamento dos dados, pode se observar que nessa empresa o problema que mais
ocorre durante a produção é a cor diferente do desenho, assim a empresa deve analisar a
possibilidade de utilizar outras ferramentas para resolução dos problemas identificados,
como um diagrama de causa e efeito, um PDCA, pois só assim garantirá que o uso dessa
ferramenta será eficaz.
Veja um exemplo de folha de verificação para classificação dos tipos de reclamações na
entrega de um produto:

Folha de Verificação para Classificação dos tipos de reclamação na Entrega


Síntese
Nesta aula, trabalhamos as ferramentas de qualidade: Brainstorm, Estratificação e Folha
de Verificação.

Referências
BRASSARD, MICHAEL. Qualidade - ferramentas para uma melhoria contínua. Rio de
Janeiro: Qualitymark Editora, 2015.
COSTA NETO, PEDRO LUIZ DE OLIVEIRA. Estatística. São Paulo: Edgard Blücher, 2002.
CAMPOS, Vicente F. TQC: controle da qualidade total (no estilo japonês). Rio de
Janeiro: Bloch, 1992.
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MARSHALL Jr., Isnard. et al. Gestão da Qualidade. 8. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
OLIVEIRA, José Arimatéia S. Melhoria de processos. São Paulo: SEBRAE, 1997.

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