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SUMÁRIO
INQUÉRITO POLICIAL ......................................................................................................................................... 2
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL............................................................................................. 2
VÍCIOS ............................................................................................................................................................ 2
PRAZOS .......................................................................................................................................................... 2
INQUÉRITOS NÃO POLICIAIS OU EXTRAPOLICIAIS......................................................................................... 3
ATRIBUIÇÃO ................................................................................................................................................... 3

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INQUÉRITO POLICIAL
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL
Tendo em vista a autoritariedade dada ao delegado de polícia no Inquérito Policial, esse
procedimento tem caráter relativo, pois não tem força para embasar sozinho uma condenação
criminal. Ora, sabe-se que o Inquérito não produz provas, mas elementos de informação. No
processo, esses elementos devem passar pelo filtro do contraditório e da ampla defesa para
que seja validado como prova.
Ainda nesse sentido, o Art. 155 do CPP salienta que o Juiz não pode condenar baseado
exclusivamente nos elementos colhidos no Inquérito, e ainda excepciona 3 casos:
“O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.”
Pois é, perceba que esse artigo diz que existem 3 elementos colhidos na Investigação
Criminal que podem embasar condenação, desde que transpassados pelos contraditório
(contraditório diferido ou postergado) e ampla defesa. São eles:
 Provas Cautelares: são aqueles objetos colhidos para que futuramente seja
apresentado em juízo. Um exemplo aqui seria a Interceptação Telefônica.
 Provas Não-repetíveis: são diligências realizadas no inquérito policial que, por
sua natureza, não serão repetidas no Processo (como as Perícias).
 Provas Antecipadas: são aquelas colhidas sempre que houver risco de não
poderem ser realizadas certas diligências futuramente. É o caso da oitiva de
testemunhas com idade avançada ou doente. Ele se instaura com a convocação do
Juiz e com a presença das futuras partes, com respeito ao contraditório e à ampla
defesa.

VÍCIOS
Os vícios do Inquérito Policial, diga-se, erros ou informalidades ou até mesmo
diligências NÃO contaminam a ação penal, pois trata-se de procedimento dispensável. O que
pode acontecer é o MP requisitar o suprimento daquele vício, ou apenas utilizar parte do
Inquérito para embasar a Denúncia.

PRAZOS
Uma vez iniciado o inquérito, a autoridade policial tem prazos para concluí-lo, mas estes
prazos dependem de estar o indiciado solto ou preso.

Autoridades Indiciado Preso Indiciado Solto

Delegacia Estadual 10 dias prorrogáveis por mais 15 dias 30 dias prorrogáveis (juiz decide)

Delegacia Federal 15 dias prorrogáveis por mais 15 dias 30 dias prorrogáveis (juiz decide)

Lei de Drogas 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias 90 dias prorrogáveis por mais 90 dias

Crimes contra a
10 dias improrrogáveis 10 dias improrrogáveis
Economia Popular

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Crimes Militares 20 dias improrrogáveis 40 dias prorrogáveis por mais 20 dias

INQUÉRITOS NÃO POLICIAIS OU EXTRAPOLICIAIS


É a investigação de crimes desenvolvida por autoridades distintas da Polícia Judiciária.
 Inquéritos Parlamentares: são presididos por parlamentares, sendo as
diligências realizadas pela polícia.
 Inquéritos Militares: são presididos por Oficiais Militares de Carreira.
 Inquéritos Ministeriais: são investigações criminais presididas pelo promotor.
Não confunda Inquérito Ministerial com Inquérito Policial, sendo este último
presidido apenas por autoridade policial. Neste caso, a investigação a cargo do
Promotor conviverá harmonicamente com o Inquérito Policial. Vale ressaltar a
súmula 234 do STJ, que versa sobre o impedimento do Promotor na propositura da
ação:
“A Participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal NÃO
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. ”

ATRIBUIÇÃO
Atribuição reflete a condição de quem deverá investigar determinados crimes. É de se
comentar que atribuição não é o mesmo que competência, sendo esta o limite de atuação
jurisdicional, enquanto a atribuição é função a ser desempenhada nos termos da lei. A
depender da doutrina, vários são os critérios a serem aplicados no que tange à atribuição.
Renato Brasileiro salienta uma das formas mais completas de atribuição, que incorre nos
critérios Ratione Materiae e Ratione Loci.
 Critério Ratione Materiae: essa vertente enaltece a seguinte pergunta: QUAL É A
POLÍCIA RESPONSÁVEL PELA INVESTIGAÇÃO?
Partindo de um contexto mais simplista, a Polícia Federal tem as suas atribuições
conferidas pela CF/88, no art. 144, e pela lei 10.446/02, em seu art. 1º. De modo geral, cabe à
PF investigar crimes que tenham repercussão interestadual ou internacional, que exijam
repressão uniforme, e que atingem bem, interesse ou serviço da união (ou federal), das
autarquias federais, empresas públicas federais e de fundações públicas federais (este último
de acordo com a doutrina). Por outro lado, a regra do nosso sistema policial é a investigação
ser realizada pela Polícia Civil, a qual possui atribuição residual.
ATENÇÃO! A lei 13.642/18 inseriu na lei 10.446/02 o inciso VII, o qual afirma ser
de competência da PF quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de
computadores que difundam CONTEÚDO MISÓGINO, definidos como aqueles que
propagam o ódio ou a aversão às mulheres.
CUIDADO! O STF recentemente (2019) entendeu que o Inquérito Policial presidido
por delegado da Polícia Federal supervisionado pelo MP estadual não é passível de
nulidade em caso de oferecimento da denúncia lastreada nessa circunstância
(informativo 964, STF).
 Critério Ratione loci: aqui a pergunta a ser feita é: QUAL É O LOCAL
RESPONSÁVEL PELA INVESTIGAÇÃO?

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Primeiro é preciso diferenciar comarca de circunscrição. Comarca é uma região


delimitada sob a qual determinadas autoridades exercem a sua função, comumente
confundida com município, mas que pode englobar vários. Já as circunscrições são
verdadeiras divisões da comarca, com o intuito de melhor distribuir as funções policiais. Por
isso se diz que juiz e promotor têm comarca, e autoridade policial tem circunscrição. Logo, a
circunscrição é uma delimitação legal de poder conferida à autoridade policial para investigar
crimes. Por essas regras, é possível definir dois tipos de atribuição pelo critério Ratione Loci:
1) TERRITORIAL: em regra, adota-se a teoria do resultado, diga-se, o local de
consumação do ato é o local que realiza o IP. No entanto, excepcionalmente é possível aplicar
a teoria da atividade em crimes tentados e homicídio doloso ou até mesmo culposo. Essa
excepcionalidade foi determinada pelo STJ no intuito de melhor apurar os vestígios do crime.
A doutrina, complementando ainda mais esse sentido, afirma que no crime de latrocínio
também deve ser aplicado esse entendimento.
Atribuição Regra: Local de Consumação do fato (teoria do resultado)
Territorial
Exceção (STJ): Local dos atos executórios (teoria da atividade)
- Crimes tentados
- Homicídio doloso ou culposo
- Latrocínio

ATENÇÃO! Nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição, poderá a


autoridade policial ordenar diligências em circunscrição alheia à de sua atuação. Em se
tratando de municípios ou estados diversos, será expedida carta precatória.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de
uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma
delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar
diligências em circunscrição de outra, independentemente de
precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que
compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que
ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
2) MATERIAL: é a atribuição definida pela natureza do crime, com a atuação de
delegacias especializadas em procedimentos de ocorrência em crimes seletos, tais como a
delegacia da mulher, delegacia de homicídios etc.
Em regra, a atribuição material é subsidiária à territorial, tendo em vista que se deve
descobrir a atribuição territorial primeiro antes de verificar a existência de delegacia
especializada.

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