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Em geral o fck ficará entre 150 a 180, caso não tenha sido especificado um outro valor pelo
projetista da estrutura nos desenhos ou no memorial descritivo. Fica por conta da usina
definir o traço necessário para conseguir a resistência pedida.
Outro parâmetro que pode ser especificado é o “abatimento” (também chamado de “slump
test”). Aqui, abatimento não tem nada a ver com preço menor, na verdade refere-se a um
dado que determina a plasticidade do concreto, sua capacidade de ser moldado. Quanto mais
complexa for a forma maior deverá ser o abatimento ou “slump”.
Caso a concretagem seja especialmente difícil ou não tenhamos em obra os recursos para
usar o concreto em 90 minutos, pode-se pedir para a usina colocar um aditivo retardador de
pega. Ah, sim, não se esqueça de ter à mão vários vibradores, essenciais para compactar
adequadamente o concreto no menor tempo possível. Tenha ao menos 2 vibradores pois se
um deles quebrar durante a operação o outro pode substitui-lo, sob pena de se perder toda a
carga de concreto e danificar-se a qualidade da estrutura.
Na maior parte das vezes as usinas entregam exatamente o volume pedido, até porque este
é dosado cuidadosamente durante o lançamento no caminhão. Entretanto, manda a boa
norma de procedimentos do Engenheiro ou Mestre de Obras que, eventualmente, se realize a
medição de um ou mais caminhões. A medição é feita usando uma caixa (“masseira”)
devidamente construída para medir volume de concreto. A existência da masseira é um
alerta para a usina (e os motoristas do caminhão) de que naquela obra existe um controle de
recebimento. É claro que são casos raros (será mesmo?) mas já aconteceu de constatarmos
que o maior inimigo da compra de concreto de usina pode ser "aquela pequena obra perto da
sua obra". Como assim? Bem, podem existir motoristas, digamos, não tão honestos e que
achem que “com tanto concreto neste caminhão, ninguém vai notar se eu descarregar meio
metro naquela obra do meu amigo...”, compreende ?
A resistência do concreto entregue e aplicado na obra deve ser aferido por testes em corpos
de prova. Para tanto, a usina deve coletar corpos de prova de cada caminhão entregue ou,
caso o engenheiro da obra estiver de acordo, de apenas alguns dos caminhões. Mas note que
a usina só pode ser responsabilizada pela qualidade do concreto assim que este saiu do
caminhão, cabendo ao responsável pela obra fazer o controle da qualidade do concreto
efetivamente aplicado nas formas. Isto porque é possível receber um ótimo concreto na
porta do canteiro mas que resulte em um péssimo concreto quando posto nas formas, por
deficiência durante o transporte, lançamento ou cura. Assim, em obras de responsabilidade
(como em lajes e colunas) aconselha-se controlar a qualidade do concreto nas formas,
tirando corpos de prova do concreto efetivamente lançado nelas que deve receber o mesmo
tratamento -– em termos de cura -– do que as peças de onde foram retirados.
Um detalhezinho final -- mesmo comprando concreto de usina poderá ser necessário ter uma
betoneira na obra para trabalhos miúdos de concretagem de pisos, pequenas obras e
também para bater a massa usada nos revestimentos e assentamentos de alvenaria.