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Universidade do Estado de Santa Catarina

Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica

Relatório 3 - Conversor Fly Capacitor 5 níveis

César O. Lafuente
Guilherme Fischer
Rhamon Gylbertto Hennemann Ritter

Joinville-SC, Novembro de 2019


César O. Lafuente
Guilherme Fischer
Rhamon Gylbertto Hennemann Ritter

Relatório 3 - Conversor Fly Capacitor 5 níveis

Relatório 3 apresentado a Universidade do


Estado de Santa Catarina (UDESC) como um
dos pré-requisitos para aprovação em Conver-
sores Multiníveis do Programa de Pós Gradu-
ação em Engenharia Elétrica.

Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Orientador: Dr. Alessandro Luiz Batschauer

Joinville-SC
Novembro de 2019
Resumo
Neste trabalho é apresentado o projeto de um conversor Fly Capacitor, para atingir este
objetivo é utilizado da técnica de projeto abordada em Bressan, Rech e Batschauer (2019)
através dos ábacos de projeto, além disso é realizado testes do modelo através de simulação
utilizando o software PSIM.

Palavras-chaves: Fly Capacitor; Modulação Phase Shift;


Lista de ilustrações

Figura 1 – Conversor Fly Capacitor 5 níveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2


Figura 2 – Conversor Fly Capacitor m níveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Figura 3 – Sequência A de comutação com tensão de saída V4cc . . . . . . . . . . . . 3
Figura 4 – Sequência B de comutação com tensão de saída V4cc . . . . . . . . . . . . 3
Figura 5 – Sequência C de comutação com tensão de saída V4cc . . . . . . . . . . . . 4
Figura 6 – Sequência D de comutação com tensão de saída V4cc . . . . . . . . . . . . 4
Figura 7 – Ábacos para os fatores FA e FC para projeto dos capacitores de gram-
peamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Figura 8 – Ábacos para os fator de correção de corrente FI para projeto dos
capacitores de grampeamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Figura 9 – Circuito do conversor Fly Capacitor 5 níveis proposto para simulação. . 10
Figura 10 – Parâmetros de simulação do circuito proposto. . . . . . . . . . . . . . . 10
Figura 11 – Circuito implementado para a modulação PS. . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 12 – Formas de onda da moduladora e as 4 portadoras da modulação PS
implementada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 13 – Formas de onda da moduladora e as 4 portadoras da modulação PS
implementada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 14 – Formas de onda para a corrente de um capacitor de grampeamento de
cada braço quando comparados com as formas de tensão e corrente na
carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 15 – Formas de onda para a corrente dos capacitores de grampeamento de
cada braço e as respectivas ondulações de tensão para todos os braços. 13
Figura 16 – Formas de onda para a tensão de grampeamento de cada interruptor. . 14
Figura 17 – Formas de onda para a tensão de grampeamento e corrente para os
interruptores S1, S2 e S3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 18 – Formas de onda para a tensão de grampeamento de cada interruptor. . 15
Lista de tabelas

Tabela 1 – Especificações de projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6


Tabela 2 – Tabela de comparação entre os valores calculados e propostos com os
obtidos através de simulação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Tabela 3 – Tabela de comparação entre os valores propostos para ondulação de
tensão nos capacitores de grampeamento com os obtidos através de
simulação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Sumário

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1 Conversor Fly Capacitor de 5 níveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 ESPECIFICAÇÕES E PROJETO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.1 Especificações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 Cálculo dos componentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 Simulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Conclusão e Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1

Introdução

O conversor multinível Fly Capacitor atrai considerável interesse em função de sua


propriedade natural de balanceamento de tensão, em todos os componentes as tensões
são basicamente grampeadas pela tensão vigente nos capacitores flutuantes, portanto
este conversor não requer grande esforço de controle para o equilíbrio de tensão. Em
oposição ao conversor NPC, o conversor Fly Capacitor praticamente não sofre limitações
de desempenho impostas pelo desequilíbrio de tensão. Uma desvantagem deste conversor é
o número elevado de capacitores requeridas para seu funcionamento, elemento este que
possui vida útil relativamente baixa quando comparados aos outros elementos do circuito,
portanto a durabilidade deste componente é praticamente igual a vida útil do conversor.
Neste trabalho é descrito o cálculo dos componentes para o conversor Fly Capacitor, além
disso é realizada a simulação e validação da teoria proposta através do software PSIM.
2

1 Referências Bibliográficas

1.1 Conversor Fly Capacitor de 5 níveis


O conversor Fly Capacitor consiste em um empilhamento de células de carga
com o objetivo de grampear a tensão dependendo de quais interruptores estão acionados,
gerando assim multiníveis de tensão na carga. Neste trabalho é apresentado o projeto
deste conversor para 5 níveis de tensão utilizando a modulação Phase Shift (PS). Na
Figura 1 pode ser observado a representação clássica do conversor fly capacitor para 5
níveis de tensão seguindo a patente original, contendo 8 interruptores e 3 capacitores de
grampeamento.

Figura 1 – Conversor Fly Capacitor 5 níveis

Fonte: Rech e Batschauer (2019)

Uma outra visualização abordado em Bressan, Rech e Batschauer (2019) deste


mesmo conversor para m níveis pode ser observada na Figura 2.
Este conversor possui uma característica que o torna muito versátil para a utilização
com técnicas avançadas de modulação. Esta característica é a de possuir até 4 estados
redundantes para cada nível de tensão de saída na carga.
Na Figura 3 é mostrado a sequência de comutação A, que retorna na carga uma
tensão de V4cc .
A mesma tensão de saída igual a V4cc pode ser observada nas sequências de comutação
B, C e D, evidenciadas nas Figura 4,Figura 5 e Figura 6 respectivamente.
Observa-se que mesmo utilizando estados diferentes para os interruptores é obtida a
mesma tensão na carga. Esta característica torna o conversor Fly Capacitor flexível quanto
ao tipo de comutação utilizada, permitindo selecionar a mais adequada para diminuir
perdas de comutação para os mais diversos objetivos principais, como exemplo melhorar o
ripple de torque na carga, menor THD, etc.
Capítulo 1. Referências Bibliográficas 3

Figura 2 – Conversor Fly Capacitor m níveis

Fonte: Rech e Batschauer (2019)

Vcc
Figura 3 – Sequência A de comutação com tensão de saída 4
.

Fonte: Rech e Batschauer (2019)

Vcc
Figura 4 – Sequência B de comutação com tensão de saída 4
.

Fonte: Rech e Batschauer (2019)


Capítulo 1. Referências Bibliográficas 4

Vcc
Figura 5 – Sequência C de comutação com tensão de saída 4
.

Fonte: Rech e Batschauer (2019)

Vcc
Figura 6 – Sequência D de comutação com tensão de saída 4
.

Fonte: Rech e Batschauer (2019)

Além disso é possível observar que a tensão de todos os interruptores independente


do estado de comutação é grampeada na tensão de V2cc , respeitando a equação de tensão
dos interruptores regidos pela Equação 1.1:

Vcc
(1.1)
m−1
Sendo que m é o número de níveis do conversor, no caso do conversor abordado
neste trabalho é igual a 5 níveis.
No total este conversor possui 16 estados topológicos possíveis, muitos deles redun-
dantes. Por meio de determinadas sequências de comutação dos interruptores é possível
ser obtidas as seguintes tensões de saída:

• + V2cc

• + V4cc

• 0

• − V2cc

• − V4cc
Capítulo 1. Referências Bibliográficas 5

Um fator para o grampeamento igualitário é a necessidade do controle ativo dos


capacitores, para contornar este problema é utilizado a modulação do tipo PS. Esta
modulação consiste em defasar as portadoras em 90o cada, balanceando a tensão dos
capacitores de grampeamento naturalmente.
6

2 Especificações e Projeto

Neste capitulo é abordado todos os parâmetros inerentes ao projeto dos capacitores


de grampeamento e validação do equacionamento teórico por meio de simulações pelo
software PSIM.

2.1 Especificações
Para efeitos de simulação e validação dos cálculos descritos é utilizado um conversor
Fly Capacitor de 5 níveis com modulação PS monofásico.
As especificações de projeto estão descritas na Tabela 1.
Tabela 1 – Especificações de projeto

Descrição Variável Valor


Potência ativa na carga Po 223 kW
Frequência fundamental na carga Fo 50 Hz
Frequência de comutação Fs 1000 Hz
Tensão total de barramento Vcc 3252 V
Fator de potência Fp 0,85
Índice de modulação m 0,9
Técnica de Modulação - PS
Fonte: Os Autores

2.2 Cálculo dos componentes


Para calcular o valor das capacitâncias dos capacitores de grampeamento é utilizado
o método abordado por Bressan, Rech e Batschauer (2019).
Para a simulação será utilizado uma carga equivalente de um circuito RL.
Inicialmente é necessário descobrir os parâmetros de Resistência(R) e indutância(L)
dos componentes.
Através da potência ativa na carga e o fator de potência, é possível descobrir a
potência aparente da carga (So ).

Po
So = (2.1)
Fp
223kW
So = = 262, 35kV A (2.2)
0, 85
Capítulo 2. Especificações e Projeto 7

Com a potência aparente parte-se para descobrir o valor total da impedância


equivalente da carga, para isto antes deve-se descobrir o valor da tensão na carga para o
índice de modulação adotado, portanto:

m · V2cc
Vo = √ (2.3)
2
0, 9 · 3252V
Vo = √ 2 = 1034, 78V (2.4)
2

Com a tensão de saída, agora é calculado o valor total da impedância equivalente:

V o2
Zo = (2.5)
So
1034, 782
Zo = = 4, 08Ω (2.6)
262, 35kV A

Com a impedância é possível calcular o valor dos parâmetros R e L do circuito


equivalente.
Para calcular o valor da resistência, basta multiplicar pelo fator de potência da
carga, portanto:

R = F p · Zo (2.7)
R = 0, 85 · 4, 08Ω = 3, 47Ω (2.8)

Agora é necessário descobrir o valor do ângulo Φ de defasagem.

Φ = arccos(0, 85) = 31, 79o (2.9)

Com o ângulo Φ de defasagem é possível descobrir o valor da reatância indutiva.

XL = R · tang(31, 79o ) = 2, 151Ω (2.10)

Com a reatância indutiva é possível calcular o valor da indutância equivalente do


circuito para a frequência fo.

XL
L= (2.11)
2 · π · fo
2, 151
L= = 6, 846mH (2.12)
2 · π · 50
Capítulo 2. Especificações e Projeto 8

Agora com estes componentes calculados é possível partir para o cálculo dos
capacitores de grampeamento.
Este método permite através do fator de correção do ângulo de Fase FA e do fator
de correção da frequência da portadora FC , o cálculo das capacitâncias de grampeamento.
Para isto utilizaremos os ábacos da Figura 7, considerando o ângulo Φ = 31, 79o , ma = 0,9
e fs = 1000 Hz.
Figura 7 – Ábacos para os fatores FA e FC para projeto dos capacitores de grampeamento.

Fonte: Bressan, Rech e Batschauer (2019)

Portanto, pelos Ábacos é possível observar que:

F A = 1, 73 (2.13)
F C = 1, 45 · 10−4 (2.14)

Com os fatores de correção definidos, é necessário o cálculo da corrente de pico na


carga.


2 · So
Ipk = (2.15)
Vo

2 · 262, 35kV A
Ipk = = 358, 55A (2.16)
1034, 78

Por fim, é definido como ondulação de tensão máxima nos capacitores (∆VCk ) como
sendo 50 V. Outro fator, seguindo valores comuns para a resistência série desta magnitude,
é escolhido como sendo REST R = 3mΩ.
Capítulo 2. Especificações e Projeto 9

Com todas estas variáveis definidas, é possível efetuar o cálculo das capacitâncias
de grampeamento seguindo a Equação 2.17.

Ipk · F A · F C
Ck = (2.17)
∆VCk − 2 · Ipk · REST R
358, 55A
Ck = 1, 73 · 1, 45 · 10−4 50V − 2 · 358, 55A · 3mΩ = 1, 879mF (2.18)
·
O último fator apresentado pelo artigo é o fator de correção de corrente (FI), com
ele através do angulo de defasagem e o índice de modulação, é possível, através do ábaco
da Figura 8 obter seu valor, portanto:

F I = 0, 376 (2.19)
(2.20)

Figura 8 – Ábacos para os fator de correção de corrente FI para projeto dos capacitores
de grampeamento.

Fonte: Bressan, Rech e Batschauer (2019)

Com o valor de FI, além da corrente de pico na carga Ipk , é calculado o valor da
corrente RMS de cada capacitor:

ICrms = Ipk ∗ F IICrms = 358, 55A ∗ 0, 376 = 134, 82A (2.21)

2.3 Simulação
Para a simulação deste conversor é utilizado o Software PSIM 9.1.1.
Capítulo 2. Especificações e Projeto 10

O circuito utilizado para a simulação é apresentado na Figura 9, seguindo a topologia


apresentada em Rech e Batschauer (2019).

Figura 9 – Circuito do conversor Fly Capacitor 5 níveis proposto para simulação.

Fonte: Os Autores

Os parâmetros de simulação podem ser observados na Figura 10.

Figura 10 – Parâmetros de simulação do circuito proposto.

Fonte: Os Autores

Para realizar modulação das comutações é utilizado a modulação Phase Shift, esta
modulação foi escolhida por ter a propriedade de balancear naturalmente as tensões dos
capacitores de grampeamento, dispensando um controle ativo de tensão nestes componentes.
Na Figura 11 é observado o circuito implementado para esta modulação, em que
consiste na geração de um sinal de tensão senoidal com frequência de 50 Hz, e índice de
modulação igual a m = 0,9.
Na Figura 12 é observado o resultado da modulação proposta, com a moduladora
senoidal e as 4 portadoras defasadas em 90o cada uma.
O sinal senoidal da portadora é comparado com cada sinal de moduladora, esta
comparação resulta em conduzir o interruptor S1 quando o sinal da portador for maior,
Capítulo 2. Especificações e Projeto 11

Figura 11 – Circuito implementado para a modulação PS.

Fonte: Os Autores

Figura 12 – Formas de onda da moduladora e as 4 portadoras da modulação PS imple-


mentada.

Fonte: Os Autores

ou conduzir o interruptor S1x quando a portadora for menor, nunca os dois interruptores
estarão conduzindo simultaneamente para evitar o curto de braço.
Agora é medido os sinais de tensão e corrente na carga, para com isso seja possível
verificar se os parâmetros adotados em projeto são atendidos.
Na Figura 13 pode ser observado a tensão e corrente na carga. Na tensão é observado
os 5 níveis de tensão+ V2cc , + V4cc , 0, − V2cc e − V4cc , conforme descrito teoricamente. Outro fato
que vale a observação é o formato da tensão na carga, mesmo que pulsada, seu formato é
muito similar a forma de onda senoidal da moduladora. A corrente de carga não apresenta
a forma de onda pulsada em função da componente indutiva, se opondo as variações
rápidas de tensão e mantendo a corrente lisa.
Na Tabela 2 é possível ser observado a comparação entre os principais fatores
calculados e os obtidos através de simulação, nota-se que o erro é praticamente insignificante,
validando o procedimento adotado para o projeto.
Analisando as formas de onda de corrente para um capacitor de cada célula, observa-
Capítulo 2. Especificações e Projeto 12

Figura 13 – Formas de onda da moduladora e as 4 portadoras da modulação PS imple-


mentada.

Fonte: Os Autores

Tabela 2 – Tabela de comparação entre os valores calculados e propostos com os obtidos


através de simulação.

Descrição Variável Valor proposto e calculado Simulado


Potência ativa na carga Po 223 kW 221,98 kW
Potência aparente na carga So 262,35 kVA 275,47 kVA
Tensão eficaz na carga Vo 1034,78 V 1088,48 V
Corrente de pico na carga Ipk 358,55 A 358,13 A
Corrente eficaz em cada capacitor ICrms 134,82 A 135,60 A

se que todos estão muito bem equilibrados em corrente, apresentando a mesma oscilação
para todos.
A tensão máxima de ondulação definida por cálculo é de ∆VCk como sendo 50 V.
Como pode ser observado na Figura 15 todas as células atendem este critério, a única que
normalmente apresenta problemas é a célula mais interna. Para contornar este desvio, no
projeto prático costuma-se a adotar para os capacitores internos valores muito maiores
que os especificados em cálculo.
Na Tabela 3 observa-se as ondulações máximas para cada capacitor de cada braço
verificadas.

Tabela 3 – Tabela de comparação entre os valores propostos para ondulação de tensão nos
capacitores de grampeamento com os obtidos através de simulação.
Descrição Variável Valor proposto e calculado Simulado VC1 ( Interno) Simulado VC2 ( Meio) Simulado VC3 ( Externo)
Variação máxima de tensão ∆VCk 50 V 40 V 37,5 V 33,91

fonte: Os Autores.
Capítulo 2. Especificações e Projeto 13

Figura 14 – Formas de onda para a corrente de um capacitor de grampeamento de cada


braço quando comparados com as formas de tensão e corrente na carga.

Fonte: Os Autores

Figura 15 – Formas de onda para a corrente dos capacitores de grampeamento de cada


braço e as respectivas ondulações de tensão para todos os braços.

Fonte: Os Autores

Como esperado pelo conversor, uma de suas mais valiosas características provou-se
válida, pois como é observado na Figura 16 a tensão nos interruptores foi grampeada em
Vcc
4
, ou seja, 813 V teoricamente ou 890,45 V simulados.
Na comparação com o NPC, pode ser citado o desbalanço de tensão e corrente
entre os componentes do NPC, o que não ocorre Fly capacitor, pois todas as tensões
de seus semicondutores e componentes são grampeados em função dos capacitores de
grampeamento. As correntes nos semicondutores também se encontram balanceadas no Fly
Capacitor como pode ser observado na Figura 17, melhorando a utilização dos componentes,
balanceando consequentemente perdas e dissipação de calor.
Outro fator interessante para a comparação a THD, tanto o NPC de 3 e 5 níveis
aprensentam baixas distorções harmônicas totais em baixos índices de modulação, porém
Capítulo 2. Especificações e Projeto 14

Figura 16 – Formas de onda para a tensão de grampeamento de cada interruptor.

Fonte: Os Autores

Figura 17 – Formas de onda para a tensão de grampeamento e corrente para os interrup-


tores S1, S2 e S3.

Fonte: Os Autores

aumentam gradativamente conforme aumenta também o índice de modulação, passando


de 200% para m = 1. No Fly Capacitor, como mostra a Figura 18, acontece exatamente o
inverso, para altos índices de modulação a THD é baixa, aumentando conforme diminui
o índice de modulação. Isto sugere que o Fly Capacitor, em termos de THD, o torna
interessante para trabalhos com altos índices de modulação.
Capítulo 2. Especificações e Projeto 15

Figura 18 – Formas de onda para a tensão de grampeamento de cada interruptor.

Fonte: Os Autores
16

Conclusões e Trabalhos Futuros

Neste trabalho é abordado a técnica de cálculo dos capacitores de grampeamento


para o conversor Fly Capacitor de 5 níveis utilizado a metodologia abordada em Bressan,
Rech e Batschauer (2019). É possível afirmar que os modelos de cálculos foram condizentes
com a dinâmica do conversor.

Conclusões
Este tipo de conversor é amplamente aceitável e diversas aplicações que variam
desde média a alta potência devido a sua vantagem de grampeamento de tensão nos
semicondutores e o balanceamento natural das tensões. Porém com as não idealidade
presentes na prática, em sua implementação real é necessário um controle ativo das tensões
nos capacitores, este controle pode tornar o conversor um pouco mais complexo em sua
implementação. Outro fator que deve ser levado em consideração na hora do projeto é seu
requirido alto número de capacitores, estes que certamente irão degringolar a vida útil
do conversor. No mais, o conversor demonstrou-se de simples entendimento, mesmo com
a matemática rebuscada por tras do equacionamento do cálculo das capacitâncias para
o grampeamento de tensão, o método abordado em Bressan, Rech e Batschauer (2019)
mostrou-se muito eficiente e acertivo, apresentando erros praticamente insignificantes
quando comparados os cálculos com os resultados simulados.
17

Referências

BRESSAN, M. V.; RECH, C.; BATSCHAUER, A. L. Design of flying capacitors for


n-level fc and n-level smc. International Journal of Electrical Power & Energy Systems,
Elsevier, v. 113, p. 220–228, 2019. Citado 5 vezes nas páginas 2, 6, 8, 9 e 16.

RECH, C.; BATSCHAUER, A. L. Material de aula: Conversores multiníveis. Programa de


Pós Graduação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Maria, v. 113,
2019. Citado 4 vezes nas páginas 2, 3, 4 e 10.

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