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1. INTRODUÇÃO
O mundo está diante de uma transformação que muda a forma de como as pessoas
vivem, trabalham e se relacionam (SCHWAB, 2016). A Indústria 4.0 traz a noção de
um mundo complexo, isto é, integrado e conectado. Essa integração está
principalmente relacionada a digitalização, a ligação entre o virtual e o real (AIRES;
KEMPNER-MOREIRA; FREIRE, 2017), mas vai além, muda a forma de olhar a
produção e traz à tona questões ambientais, econômicas e sociais como orgânicas e
interdependentes.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo a PNRS, os resíduos sólidos estão classificados, quanto a sua origem, em:
domiciliares; de limpeza urbana; sólidos urbanos; de estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviços; dos serviços públicos de saneamento básico; industriais; de
serviços de saúde; da construção civil; agrossilvopastoris; de serviços de transportes e;
de mineração (BRASIL, 2010).
Tendo em vista os diversos atores envolvidos desde a geração dos resíduos sólidos até
o descarte desses materiais, a gestão integrada desse processo é de extrema
importância, onde entende-se por gestão integrada, conforme Lei 12.305/2010,
Capítulo II, Art. 3°, IV:
3. METODOLOGIA
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O uso de questionário online potencializa a coleta de dados e tem servido para auxiliar
diversas pesquisas de percepção e práticas (CLOCK; SGROTT; OLIVEIRA; KHOLS,
2017; CLOCK; OLIVEIRA, 2018; CAVALCANTE; DAMACENA; XAVIER, 2018;
SILVA; SOUZA, 2020). Para Faleiros et al. (2016) a possibilidade de coletar dados
dessa forma aumenta a efetividade, diminui custos e pode gerar respostas mais
completas.
Sobre o descarte das máscaras e luvas cirúrgicas em casa, 42,3 % da amostra afirmou
colocar em um saco exclusivo antes de dispor em outro local, cerca de 11% afirmou
fazer uso do lixeiro do banheiro e 8,7% disse descartar em qualquer lixeiro da casa.
Para o descarte fora de casa, 45,5% afirmou colocar em um saco fechado para
descartar na sua residência e um percentual de 13,1% apontou dispor em qualquer
lixeira de rua.
Outras pesquisas sobre o descarte de RSS fora de ambiente hospitalar apontaram que é
comum que esse descarte seja feito em lixo comum. A pesquisa de Santos et al. (2019)
sobre o descarte de resíduos perfurocortantes em salões de beleza revelou que do
percentual de 42% da amostra que fazia uso de lâminas de barbear, cerca de 25% as
descartava em lixo comum. Já sobre o descarte de medicamentos, Alcântara e
Pimentel (2019) encontraram que 41% dos entrevistados fazem o descarte em lixo
comum, na pia ou no vaso sanitário.
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Nazari et al (2020) encontraram 36,23 Kg de resíduos perigosos após triagem em
cinco cooperativas localizadas na zona sul no Rio Grande do Sul. Segundo os autores
a separação incorreta por parte dos geradores fizeram com que resíduos perigosos
estivessem presentes junto com material reciclável. Resíduos de serviço de saúde
também foram encontrados em cooperativas no município de Caxias do Sul - RS na
pesquisa de Rosa e Stedile (2020). O estudo afirmou que a atividade de separação dos
materiais requer agilidade e por isso, muitas vezes existe a exposição e até mesmo
lesões, expondo os trabalhadores ao risco.
Para avaliar a percepção da população sobre o tema, optou-se pelo uso da escala de
likert ou escala linear, que consiste na apresentação de uma afirmação sobre o tema e
uma escala qualitativa para que o participante indique o grau de concordância ou
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discordância, associado a uma escala quantitativa para auxiliar a análise (BONICI;
ARAÚJO JUNIOR, 2011).
Foi utilizado a escala de cinco pontos que variam entre discordo totalmente (1),
discordo um pouco (2), indiferente (3), concordo um pouco (4) e concordo totalmente
(5). A análise foi feita com o modelo utilizado por Bonici (2011), cálculo do ranking
médio (RM), que consiste em atribuir valores às respostas e calcular a média
ponderada (MP) para cada item com base na frequência das respostas (Equação 1).
Para cada questão, foi calculado RM e quanto mais próximo de cinco valor, maior o
nível de concordância da amostra em relação a afirmação apresentada (Figura 4).
(Equação 1)
Onde:
fi = Frequência observada
Vi = Valor de cada resposta
A = Total da amostra
A afirmação que obteve maior índice de concordância foi “Garis, coletores e catadores
podem se contaminar se tiverem contato com as máscaras e luvas descartadas no lixo
comum” com índice de 4,8, seguida por “É importante identificar o lixo que contém
material contaminado (máscaras e luvas)” com 4,7. Ainda assim, 68% da amostra
respondeu que não faz uso de identificação para esse tipo de material.
4. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BRASIL. Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2 ago. 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 03
Mai. 2020.
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de dados em estudos científicos. Texto contexto - enferm. 2016;25(4): e3880014.
https://doi.org/10.1590/0104-07072016003880014
NAZARI, M. T.; GONÇALVES, C. S.; SILVA, P. L. C.; PAZ, M. F.; SIQUEIRA, T. M.;
CORRÊA, E. K.; CORRÊA, L. B. Incidência de resíduos de serviços de saúde em
cooperativas de triagem de materiais recicláveis. Eng. Sanit. Ambient., Rio de Janeiro, v. 25,
n. 2, p. 271-279, mar./abr. 2020.
REIS, D.; REIS, F.; LOPES, F. H. P. Política nacional de resíduos sólidos (Lei nº
12.305/2010) e educação ambiental. Revista Interdisciplinar de Direito, Valença, v. 14, n. 1,
p. 99-111, jan./jun. 2017.