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1º Avaliação de Administração Rural

Técnico em Agropecuária

Aluno: Luis Henrik Biasutti


Professora: Aline Kitaiski

( Cn´Cursos )
O trigo na história
Do surgimento da agricultura à invenção da escrita pelos sumérios,
passando pelas primeiras formas de divisão do trabalho, o trigo está presente
há cerca de 10 mil anos na história da humanidade.

  Quando o homem começou a plantar e a criar animais, lá estava o trigo


entre os cereais cultivados para alimentar as pessoas. O cultivo começou na
Mesopotâmia, numa região chamada pelos historiadores de Crescente Fértil -
área que hoje vai do Egito ao Iraque.

  Os grãos de trigo eram consumidos numa espécie de papa, misturados


com peixes e frutas. A "invenção" do pão é atribuída aos egípcios que, por volta
de 4000 a.C, descobriram o processo de fermentação do trigo. Mais do que
alimento para os egípcios, os pães ou biscoitos, moldados às vezes com formas
humanas e de animais, eram oferecidos aos deuses ou usados em rituais. Mais
tarde, ganhariam status de símbolo religioso: na religião católica, pão e vinho
compõem a Eucaristia, enquanto na páscoa judaica, o pão ázimo, sem fermento,
é presença obrigatória.

  Em sua trajetória, na história da humanidade, o trigo tem papel decisivo


também na invenção da escrita: diz a história que a escrita foi criada pelos
sumérios como forma de registrar e controlar o comércio dos excedentes de
alimentos - entre eles, o trigo.

  Da Mesopotâmia, o trigo se espalhou pelo mundo. Os chineses já


conheciam o trigo cerca de 2 mil anos antes de Cristo. Com ele, faziam farinha,
macarrões, pastéis. Diz a história, também, que no século XIII, Marco Pólo
esteve na China e de lá trouxe o macarrão para a Itália. Na Europa, o cultivo do
trigo se expandiu nas regiões mais frias, como Rússia e Polônia. E foi pelas mãos
dos europeus que, no século XV, o trigo chegou às Américas.

 Brasil
O trigo chegou às terras brasileiras em 1534, trazido por Martim Afonso
de Souza, que desembarcou na capitania de São Vicente.

  O clima quente dificultou a expansão da cultura. Cartas dos colonizadores


registram a falta do trigo e reclamam dos pães preparados com farinha de
mandioca. Foi só na segunda metade do século XVIII que a cultura do trigo
começou a se desenvolver no Rio Grande do Sul. Mas, no começo do século XIX,
a ferrugem dizimou os trigais.

  O plantio só foi retomado nos anos 20 do século passado. A partir da


década de 40, as plantações de trigo começaram a expandir no Rio Grande do
Sul e no Paraná, que se transformou no principal Estado produtor no Brasil.
Pesquisas com sementes permitiram aumentar a área plantada e o rendimento
da cultura. Hoje, o Brasil produz cerca de 6 milhões de toneladas, importando
mais 4 milhões para atender ao consumo.

Aspectos Gerais
Planta originária do Oriente Médio (Ásia), cultivada há mais que 500 anos
na Síria e de grande importância para povos babilonicos e egiípicios (era dos
faraós), é um dos principais alimentos da humanidade, ocupa 20% da área
cultivada no mundo.

Sua produção está em torno de 500 milhões de toneladas/ano tendo


como principais produtores mundiais a Rússia (Ucrania), Estados Unidos da
América, China, Índia e França (juntos ofertam 60% da produção).

No Brasil sua produção concentra-se no Sul e Centro-Sul do país tendo


como principais, produtores os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São
Paulo. A região Sul é responsável por 90% da produção nacional brasileira. A
média de importação de trigo pelo Brasil nas últimas 5 safras foi de 5,5 milhões
de toneladas para uma demanda de 8 milhões.

Na Bahia não há cultivos organizados para produções comerciais; o


Estado pode produzir trigo nas regiões Centro, Centro-Sul e Oeste (enquadradas
na Região do Brasil Central) zoneadas para produção de trigo.

Botânica/Descrição/Variedade
O trigo plantado no Brasil tem nome cientifico Triticum aestivum, L.
Monocotiledonae, Gramínae.

Planta pode atingir 0,5 a 1,5m. de altura, tem raízes em forma de


cabeleira, caule oco e reto (colmo), 6 a 9 folhas estreitas e compridas, flores em
grupo de 3 a 5 formam espiguetas que se agrupam em número de 15 a 20,
formando espigas, o fruto, uma cariopse, é seco, pequeno, chamado grão,
conclue desenvolvimento 30 dias após fecundação da flor.
Importância/Usos do Trigo
O trigo fornece cerca de 20% das calorias provinientes de alimentos
consumidos pelo homem, possui uma proteína - glúten - não encontrada em
outros grãos, o que faz do trigo componente indispensável para muitos
alimentos.

O trigo é útil ao homem através de seus derivados imediatos farinhas


(branca e integral) e triguinho. Com as farinhas prepara-se diversos tipos de
pão, macarrão, talharim, capeletes e raviólis, carne de trigo (glúten), café de
trigo, canjicas, bolos, esfilhas, massas (para tortas, empadas, pastéis),
panquecas, pizzas e outras. Com o triguilho prepara-se quibes, torta de quibe,
tabule, outros.

Farelo de trigo (subproduto da obtenção da farinha branca) ou trigo


integral adcionado diariamente a mingaus, sopas, outros (1 a 5 colheres de
sopa) propocionam bom funcionamento do aparelho digestivo do homem
prevenindo doenças do cólon e reto, apendicites, problemas cardíacos, entre
outros.

O farelo de trigo é usado em arraçoamento de bovinos, suínos e aves; a


palha do trigo pode ser devolvida ao solo (matéria orgânica), ou ser usada como
cama para instalação de animais.

Desenvolvimento da Planta
Tem 5 fases a saber:

Plântulas: Germinação da semente a emergência da plantinha na superfície (5 a


7 dias): a partir emergências dá-se a fase de plântula - aparecimento das 3
primeiras folhas verdadeiras (12 a 16 dias).

Perfilhamento: Abrem-se as folhas, surgem os perfilhos (7 a 8 unidades), a fase


dura 15 a 17 dias.

Alongamento: Primeiro nó do colmo, planta cresce, aparece a folha - bandeira


(última da planta). Fase dura 15 a 18 dias. No final dá-se o emborrachamento.

Espigamento: Emergência completa da espiga, floração, frutificação e início de


enchimento dos grãos. Dura 12 a 16 dias.
Maturação: Termino de enchimento dos grãos, maturação do grão, folhas e
espiga secam. Fase dura 30 a 40 dias.

Clima
Fundamentalmente temperatura, luz e água condicionam a daptação do trigo a
diversas regiôes. As variedades de trigo indicam as suas exigências de clima.

Em linhas gerais as necessidades são:

Para emergência

Temperatura no solo em torno de 15ºC, umidade em torno de 120mm. (50-200


mm).

Até o perfilhamento

Temperatura entre 8 e 18ºC, umidade de 55mm./mês (30 a 80mm.).

Fim do perfilhamento ao espigamento

Temperatura entre 8ºC e 20ºC e chuvas mensais em 40mm.

Espigamento à maturação: Temperatura em torno de 18ºC, chuvas nunca acima


de 60 mm./mês. Geadas e ventos fortes são danosos ao trigo.

Solos
De textura média (argilo arenosos), profundos, drenados, férteis, pH 6,0,
saturação de bases entre 40 e 60%, em áreas planas ou com pouco declive.
Evitar solos cascalhentos e áreas sujeitas a encharcamento. Em solos do cerrado
deve-se corrigir sua acidez e praticar adubação. Correção dos Solos / Adubação.

Cultura relativamente exigente o trigo requer, para sua nutrição, os


elementos minerais nitrogênio (N), fósforo (P2O2) potássio (K20), cálcio (CaO),
magnésio (MgO), enxofre (S), boro (B), cloro (CI), cobre (Cu), ferro (Fe),
manganês (Mn), molibdenio (Mo) e zinco (Zn). Os mais requeridos são
nitrogênio s fósforo.

Através de resultados e recomendações da análise de solos têm-se


indicações para uso de corretivos de solo (calcário dolomiticos ou magnesianos)
e adubos diversos.
Os calcários são aplicados - metade da dose - antes da aração e a
segunda metade antes da 1ª gradagem. O corretivo é aplicado a lanço sobre o
solo, de maneira uniforme e incorporado em seguida a, pelo menos 20 cm. de
profundidade. Esta operação dá-se com antecedencia mínima de 60 dias ao
plantio.

Caso não tenha havido recomendações da análise de solo misturas NPK


com adubo organico - 4m3 de esterco de aves ou 16m3 de esterco de curral /
hectare e 350 Kg de fórmula NPK 4 - 14 - 8 (com superfosfato simples) por
hectare é indicação geral de adubação do trigo. Na ausência de adubo orgânico
usar 500 Kg da fórmula NPK 4 - 14 - 8.

Para suprir deficiencias mais comuns de micronutrientes - boro, zinco e


cobre - utiliza-se de quantidades, de sulfato de zinco, bórax e sulfato de cobre,
necessarias para fornecer 3 Kg de zinco, 2 Kg de boro e 2 Kg de cobre ao solo;
essas quantidades podem ser adicionadas ao solo misturadas ao NPK.

O adubo é aplicado ao solo - a lanço - pouco antes do plantio e deve


sofrer leve incorporação, fertilizante FTE também supre o trigo com
micronutrientes bem como adubações as foliares.

Plantio
Áreas corrigidas com calcário, bem adubadas e já cultivadas
anteriomente com plantas leguminosas - soja, feijão, adubos verdes, devem ser
preferidas. Evitar plantio em áreas com ervas daninhas e em solos com Ph
abaixo de 5,0 e saturação de bases abaixo de 20%.

Sementes devem estar isentas de pragas, doenças, serem vigorosas e


com % de germinação elevada. Para prevenir doenças - na germinação e
emergência - indica-se tratamento de semente, pouco antes do plantio, com
mistura de fungicidas à base de Carboxin (93,7g.) + Thiuram (93,7g.) de principio
ativo para 100 Kg de sementes para prevenir aparecimento de
helmintosporiose, carvão, outras.

Controle de Plantas Daninhas


O período crítico de competição - trigo/daninhas - é de 30 dias pós
emergência. O trigal precisa ser mantido a limpo até o início da fase de floração.
De ordinário uma a duas capinas até o início do perfilhamento são suficientes
(com sacho ou enxada). Evitar capinas nas fases de espigamento e floração.
Herbicidas podem ser usados até o fim do perfilhamento com produtos à base
de:

Pendimethalin, para gramíneas, em pré-emergência.

Bentazon ou 2,4 D-Amina ou 2,4D - Ester, para daninhas de folhas largas,


em pós-emergência, durante o perfilhamento.

O solo deve ser bem preparado e nivelado, sem torrões e palha na


superfície. Uma aração e duas gradagens (2ª próximo ao plantio), com
revolvimento do solo até 20cm. de profundidade, podem satisfazer.

Semeadura
O espaçamento entre fileiras deve ser de 20 cm. , profundidade do
plantio de 5 cm. (3 cm. a 8cm.). A densidade de semeadura deve proporcionar a
existência de 60 plantas por metro linear e 300 plantas por metro quadrado
(levando-se em conta a % de germinação dasemente).

Utiliza-se das seguintes fórmulas para calcular quantidade de sementes a


lançar no solo:

Cálculos para quantidade de sementes para plantio

Quantidade de sementes por metro linear


Qml = (d x100) ÷ g
Qml: quantidade de sementes por metro linear
d: densidade de plantas desejadas
g: porcentagem de germinação da semente.

Quantidade de sementes por canteiro ( área )

Leva-se em conta o peso de 1.000 sementes de trigo - em média 42g. - para


variedades recomendadas.

Primeiro cálculo

Qmq= (Qml x 5)
Qmq = quantidade de sementes (número) por metro quadrado).

Qml = quantidade (número) sede sementes por metro linear.

Segundo cálculo
P = (Qma x 42) ÷ 1.000
P = peso em gramas de sementes a semaear 1m²

Sementes por canteiro

Pt = P x S
Pt = peso total de sementes para semaear canteiro (g)
S = área do manteiro (m²)

A semeadura do trigo pode ser feita em sulcos ou em covas:

Em sulcos

Feita manualmente e a cobertura da semente feita com rasteio ou pés;


feita por semeadoras (manual, tração animal e tratorizada), segundo a
densidade requerida.

Em covas

É feita à mão ou usando-se a matraca (saraquá) que deve distribuir 4 a 5


sementes por cova - a cada batida - e as covas devem ter espaçamento de 15-20
cm. .

Plantadeiras-adubadeiras (Embrapa-CPAC) podem ser usadas com bom


rendimento.

A época de plantio no Brasil Central (Cerrado) é de janeiro a fevereiro


(sequeiro) e abril a maio (trigo irrigado).

Irrigação

Água disponível, posição da fonte em relação ao campo cultivo a irrigar e


tipo de solo indicam o método de irrigação a utilizar.

A exigência em água pelo cultivo do trigo ao longo do ciclo depende do


seu potencial de produção. Em média produz-se 8 kg de grãos, por milímetro de
lâmina de água aplicado.

Uma produtividade de 4.800 Kg/ha de grãos requererá ao longo do ciclo,


uma lâmina de 600 mm. de água.

Os métodos de irrigação sugeridos para pequenas e médias áreas de cultivo


são:

Irrigação por aspersão


Com conjunto motobomba, tubos e aspersores ou com mangueiras e
aspersores.

Irrigação por superficie

Com sulcos em contorno, paralelos às linhas (fileiras) de trigo; tubos


janelados levam a água aos sulcos.

A Irrigação da cultura de trigo deve ser iniciada logo após o plantio e


estende0se até o 102º dia pós-plantio num total de 24 aplicações de água ao
longo do ciclo.

Pragas
Broca-do-colo ou lagarta-elasmo - Elasmopalpus lignosellus (Zeller, 1848)
Lepidoptera, Phycitidae, ocorre muito em trigo sequeiro; a praga pode atacar
desde a emergência até perfilhamento. A lagarta prefura as hastes do trigo.

Adulto é mariposa de coloração parda com manchas cizas; forma jovem é


lagarta cinza-esverdeada ou arroxeada com cabeça marrom ou castanha, que
vive por 20 dias. O dano causado é chamado "coração-morto", (folha do ápice
da planta seca e facilmente destaca-se).

Controle
Imediatamente após aparecimento de o inseto pulverizar, com bico em
leque visando base da planta, inseticidas à base de carbaryl (Sevin 480),
Cloropirifós eil (Lorsban 480 Br), Triclofom (Dipterex 500); preventivamente no
sulco pode-se aplicar inseticidas granulados à base de Carbofuran (Furadan 50
G) ou Phorate (Granutox 5 G).

Lagartas desfolhadoras

Alimentam-se das folhas, iniciam o ataque em manchas na lavoura


(notadamente a acamada), podendo consumir até 100 m2 de área foliar. O
ataque é feito à noite, comumente, e durante os dias as lagartas escondem-se
sob folhas secas (na base da planta), em torrões.

São elas:

Lagarta-militar: (lagarta-do cartucho-do-milho) Spodoptera frugiperda


(Smith, 1797), Lepidoptera, Noctuidae.
Lagarta com coloração variável de pardo-escura a preta, com 3 estrias
dorsais finas branco-amareladas e com Y invertido na cabeça; vive 30 dias.

Lagarta-do-trigo: vivem por 25 dias, tem coloração que varia desde


castanho ao pardo com faixas brancas e amarelas nas laterais.

Adultos são mariposas com coloração amarelo-palha a pardo-


acinzentado que vivem 8 dias.

São: Pseudaletia adultera (Schaus, 1894) e P. sequarax (Franclemont, 1951),


Lepitoptera, Noctuidae.

Controle das lagartas desfolhadoras

Pulverizações com os inseticidas.

Lagarta-militar - inseticidas à base de Carbaryl, Triclofom e Cloropirifós etil,


Paratiom metil (Folido 600);

Lagartas-do-trigo - inseticidas à base de Fenitrotiom (Sumithion), Permetrina


(Ambush, Pounce, talcord).

Nivel para controle

10 lagartas (com mais de 2 cm. de comprimento) por metro quadrado.

Pulgões
Pulgão-verde-dos-cereias - Schizaphis graminum (Rondam, 1852)

Pulgão-da-raiz - Rhopalosiphum rufiabdominale (Sasaki, 1899)

Homoptera, Aphididae.

Pulgão verde: Ataca o trigo desde a fase do perfilhamento até a fase de


enchimento do grão; além de espoliar a planta sugando a seiva da folha de
brotos, pode transmitir a doença por virus nanismo amarelo da cevada. Inseto
pequeno, verde, 2-3mm. de comprimento conhecido como piolho-de-planta. O
ataque produz sintomas de manchas pretas no local das picadas seguido de
amarelecimento da folha.

Pulgão-da-raiz: Tem cor cinza a pardo-escura. Os sintomas de ataque são


amarelecimento generalizado da planta e redução do seu crescimento.
Controle: Pulverização da parte aérea da planta com produtos químicos
inseticidas à base de Pirimicab (PI-Rimor 500 PM), Triazofós (Hosthation 400),
Dimetoato (Perfekthion, Demexion 500). Pulgões da raiz podem ser controlados
com produtos de ação sistemica e granulados para o solo. Nível para controle
do pulgão verde quando a infestação atingir 10% das plantas (fase vegetativa)
ou mais que 10 pulgões por espiga.

Doenças
Helmintosporiose (mancha-foliar do trigo). Tem como agente o fungo
Bipolaris sorokiniana (Sacc.in Sorok) Schoem (forma assexuada) e Cochliobolus
sativus (Ito e Kurib) Drechs.ex.Dast (forma sexuada).

Incide em qualquer fase do ciclo do trigo estabelecendo-se nas folhas,


colmo, espigas, grãos e sistema radicular. Manchas alongadas marrom-escuras
aparecem nas folhas, expandem-se e unem-se podendo tomar toda a lâmina
foliar. No colmo e espiga lesões marrom-escuras e nos grãos mancha escuras
proximo ao embrião (ponta-preta) e nas raízes mancha e podridão, são
sintomas. A produção do trigo pode ser reduzida em 50% por ataque da
helmintosporiose.

Controle: Cultivares resistentes à doença, tratamento de sementes com


fungicidas, rotação de culturas e pulverizações da parte áerea da planta com
fungicidas à base de Tebuconozale, Procloraz, Propiconazole, são indicações
para controle.

Ferrugens
Folha: Doença causada pelo fungo Puccinia recondita
Rob.Ex.Desm.f.sp.tritici. Ataca folhas, principalmente; pustulas de coloração
amarelo-alaranjada, predominantemente na face superior da folha são
sintomas que podem alcançar o caule e as espigas. Prejuízos podem chegar a
50%. Temperatura entre 15 a 22ºC favorecem progresso da doença. Controle
com variedades à doenças; pulverizações com caldas fungicidas é medida
necesseraia se a ferrugem alcançar as espigas.

Colmo: Ferrugem-negra causada pelo fungo Puccinia graminis Pers.f.


SP.tritici Eriks e henn. Ataca colmo mas pode apresentar-se nas bainhas das
folhas e ocasionalmente nas espigas. Pústulas ovais ou alongadas, de coloração
marrom-avermelhado e escuro, são sintomas da doença.
Controle: Ferrugem-da-folha / Ferrugem do colmo, aplicar calda
fungicida quando primeiras pústulas aparecem entre o final da floração e início
da formação de grãos, produtos indicados: Tebuconazole, Propiconozale,
Triadimefon, Maneb.

Oídio-do-trigo - (cinza)

Doença causada pelo fungo Erysiphe graminis f. sp. Tritici E. Marchal.

As perdas atribuídas ao oídio podem atingir a 45%. Ocorre em colonias


(de coloração branca) superficiais sobre as folhas; a medida que passa o tempo
a coloração passa a cinza. No lado oposto da folha aparecem manchas
amareladas.

Controle: Com plantio de cultivares resistente; a aplicação de fungicidas


justifica-se em cultivos com elevado potencial de rendimento em grãos,
produtos fingicidas indicados: Tebuconazole, Propiconazale, Triadimefon,
Maneb.

Carvão-do-trigo
Causada pelo fungo Ustilago tritici (Pers) Rostr, de pouca importância
(redução de rendimento 1%). Doença sistemica que provoca coloração escura
nas espigas; o agente sobrevive em repouso na semente.

Controle: Com cultares resistentes e tratamento das sementes com fungicidas.

Colheita
Após 110 a 120 dias do plantio a colheita pode ocorrer. Quando toda a
planta tiver coloração amarelada típica de palhas, a espiga começar a dobrar-se
e os grãos tornam-se duros e resistentes à unha, o trigo deve ser colhido. A
colheita manual deve ser feita em faixas pequenas cortando-se a planta na sua
base - com cutelo ou faca; feixes são reunidos em feixes maiores e levados para
debulha.

Beneficiamento/Armazenamento
A trilha (debulha) ou separação dos grãos da palha pode ser feita
diretamente após a colheita em trilhadeiras estacionárias manuais ou movidas à
eletricidade ou gasolina ou óleo diesel com regulagens adequadas. Pode ser
feita à mão, e os feixes são batidos sobre superficie solida (como tronco de
madeira).

Para efetuar a trilhagem os grãos devem estar bem secos para se


soltarem facilmente das espigas. Após a debulha os grãos de trigo devem ser
"abanados" com uso de peneiras para eliminar palhas, pedras, paus, torrões e
sementes estranhas.

Debulhados e limpos os grãos de trigo devem ser secados até que sua
umidade atinja valores inferiores a 13% (grão difícil de ser quebrado com o
dente). Grãos assim secados podem ser armazenados por mais de 12 meses
tendo-se o cuidado frequente de verificar presença de pragas de armazenados
(gorgulhos e traças). Os grãos podem ser armazenados com eficiência em latas,
vedando-se convenientemente, a tampa, o rendimento da lavoura de trigo está
entre 1.500 a 2.500 Kg/ha (lavouras irrigadas) de grãos.

Moagem
O processo de moagem se divide em quatro etapas principais:

 Recepção e armazenamento do grão: O trigo tem que ser armazenado


em perfeitas condições de higiene, temperatura e umidade para poder
garantir um melhor produto final.
 Limpeza e Acondicionamento do Trigo: Nesta etapa é necessário eliminar
todas as impurezas como sementes estranhas, terra, areia, pedras e
outros. A presença de impurezas causa danos aos equipamentos e
também desqualifica o produto final. Após a etapa de limpeza o trigo é
acondicionado no mínimo por 18 horas, esse tempo varia de acordo com
a dureza e umidade do grão. Esta etapa de acondicionamento tem como
objetivo facilitar a separação do farelo com o endosperma durante a
moagem.
 Moagem do Trigo e Produção de seus derivados: O objetivo do processo
de moagem é separar na forma mais pura o endosperma para que este
possa ser moído e convertido em farinhas não contaminadas com o
germe ou o farelo, os quais são comercializados separadamente. Para
isto, o grão primeiramente passa por um processo de trituração onde
serão extraídas as semolinas (endosperma). Em seguida estas são
classificadas no plansifter em partículas grossas e finas. Estas partículas
irão passar por cilindros redutores, novamente pelo plansifter, sassores e
outros equipamentos que definirão os produtos derivados do trigo. O
principal produto derivado de trigo é a farinha, seguida do farelo e o
germe. Existem vários tipos de farinha de trigo, estas são especificadas
de acordo com o produto que se deseja produzir.
 Envase, Armazenamento e distribuição dos produtos acabados: Nesta
etapa o produto é embalado em embalagens de 1 kg, 5 kg, 50 kg, Big Bag
e transporte a granel.. O produto deve ser armazenado sempre em
ambientes limpos, secos e arejados. A distribuição dos produtos é feita
por uma frota própria do moinho ou por transportadoras.

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