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VADE MECUM - PÓS-EDITAL| CTSP | CONCURSO 2021

SUMÁRIO
LEGISLAÇÃO APLICADA À FUNÇÃO

DIREITO PENAL / DIREITO PROCESSUAL PENAL


01. Decreto-Lei Nº 2.848/40 - Código Penal....................................................................................... 004

02. Decreto Lei Nº 3.689/41 - Código de Processo Penal ................................................................ 099

03. Decreto-Lei Nº 3.688/41 - Lei das Contravenções Penais ......................................................... 120

04. Lei Nº 13.869/19 - Lei de Abuso de Autoridade .......................................................................... 136

05. Lei Nº 11/343/06 - Lei de Drogas .................................................................................................. 151

06. Lei Nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente ........................................................... 191

07. Lei Nº 9.503/97 - Código de Trânsito Brasileiro .......................................................................... 301

08. Lei Nº 9.099/95 - Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais ................................................ 440

09. Lei Nº 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais ................................................................................ 464

10. Lei Nº 9.455/97 - Lei dos Crimes de Tortura ............................................................................... 489

11. Lei Nº 10.826/03 - Estatuto do Desarmamento .......................................................................... 491

12. Lei Nº 8.072/90 - Lei dos Crimes Hediondos ............................................................................... 508

13. Lei Nº 7.716/89 - Define os Crimes Resultantes de Preconceito de Raça ou de Cor ............ 513

14. Lei Nº 11.340/06 - Lei Maria da Penha ......................................................................................... 517

15. Lei Nº 10.741/03 - Estatuto do Idoso ............................................................................................ 537

16. Lei Nº 7.960/89 - Prisão Temporária ............................................................................................ 571

DIREITO CONSTITUCIONAL
17. Constituição Federal de 1988 ........................................................................................................ 574

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
18. Lei Complementar Nº 10.990/97 - Estatuto dos Servidores Militares da Brigada Militar .... 585

19. Lei Complementar Nº 10.992/97 - Carreira dos Servidores Militares do Estado .................. 638

20. Lei Nº 10.991/97 - Organização Básica da Brigada Militar ........................................................ 646

21. Decreto Nº 42.871/04 - Organização Básica da Brigada Militar ............................................... 652

22. Regulamento Disciplinar da Brigada Militar (RDBM) ................................................................. 678

23. Regimento Interno da Brigda Militar (RIBM) ............................................................................... 701

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CÓDIGO PENAL
DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição,

decreta a seguinte Lei:

TÍTULO II

DO CRIME

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe

deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Superveniência de causa independente

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por

si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Relevância da omissão

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o

resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Art. 14 - Diz-se o crime:

Crime consumado

I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

Tentativa

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade

do agente.

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Pena de tentativa

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena

correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o

resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Arrependimento posterior

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou

restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a

pena será reduzida de um a dois terços.

Crime impossível

Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta

impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime doloso

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou

imperícia.

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto

como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Agravação pelo resultado

Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver

causado ao menos culposamente.

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Erro sobre elementos do tipo

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a

punição por crime culposo, se previsto em lei.

Descriminantes putativas

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe

situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o

erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Erro determinado por terceiro

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

Erro sobre a pessoa

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se

consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra

quem o agente queria praticar o crime.

Erro sobre a ilicitude do fato

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,

isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência

da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

Coação irresistível e obediência hierárquica

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não

manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade;

II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

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Excesso punível

Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso

doloso ou culposo.

Estado de necessidade

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo

atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou

alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser

reduzida de um a dois terços.

Legítima defesa

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios

necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se

também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de

agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.

TÍTULO III

DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental

incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de

entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Redução de pena

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de

perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não

era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo

com esse entendimento.

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Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às

normas estabelecidas na legislação especial.

Emoção e paixão

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão;

Embriaguez

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito

ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o

caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente

de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena

capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse

entendimento.

TÍTULO VII

DA AÇÃO PENAL

Ação pública e de iniciativa privada

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do

ofendido.

§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige,

de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.

§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha

qualidade para representá-lo.

§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério

Público não oferece denúncia no prazo legal.

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§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o

direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente,

descendente ou irmão.

A ação penal no crime complexo

Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por

si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a

qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.

Irretratabilidade da representação

Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.

Decadência do direito de queixa ou de representação

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de

representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio

a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que

se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou

tacitamente.

Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível

com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização

do dano causado pelo crime.

Perdão do ofendido

Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa,

obsta ao prosseguimento da ação.

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Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:

I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;

II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;

III - se o querelado o recusa, não produz efeito.

§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir

na ação.

§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou

sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode

reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2° Se o homicídio é cometido:

I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

II - por motivo futil;

III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,

ou de que possa resultar perigo comum;

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne

impossivel a defesa do ofendido;

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

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Feminicídio

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:

VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição

Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no

exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente

consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:

VIII - (VETADO):

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:

I - violência doméstica e familiar;

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo:

Pena - detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de

inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar

imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para

evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se

o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as

conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal

se torne desnecessária.

§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia

privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.

§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for

praticado:

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;

II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou

portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade

física ou mental;

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III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;

IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do

caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe

auxílio material para que o faça:

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave

ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

§ 3º A pena é duplicada:

I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de

computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.

§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede

virtual.

§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza

gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por

enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,

ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo

crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.

§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos

ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por

qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de

homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.

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Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo

após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:

Pena - detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de três a dez anos.

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze

anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave

ameaça ou violência

Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em

conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão

corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a

morte.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,

quando incapaz, de seu representante legal.

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CAPÍTULO II

DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incuravel;

III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte

§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem

assumiu o risco de produzí-lo:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob

o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode

reduzir a pena de um sexto a um terço.

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Substituição da pena

§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de

multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

II - se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

§ 6° Se a lesão é culposa:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6o do

art. 121 deste Código.

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

Violência Doméstica

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,

ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações

domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no §

9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for

cometido contra pessoa portadora de deficiência.

§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da

Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança

Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro

ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de

um a dois terços.

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CAPÍTULO III

DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de

moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 2º - Somente se procede mediante representação.

Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado,

ato capaz de produzir o contágio:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da

saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em

estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.

Abandono de incapaz

Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por

qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:

Pena - detenção, de seis meses a três anos.

§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

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Aumento de pena

§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:

I - se o abandono ocorre em lugar ermo;

II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos

Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - detenção, de um a três anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Omissão de socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança

abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e

iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de

natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o

preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento

médico-hospitalar emergencial:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão

corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.

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Maus-tratos

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância,

para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou

cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer

abusando de meios de correção ou disciplina:

Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14

(catorze) anos.

CAPÍTULO IV

DA RIXA

Rixa

Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da

participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

CAPÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.

§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

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Exceção da verdade

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:

I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por

sentença irrecorrível;

II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;

III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença

irrecorrível.

Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário

público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio

empregado, se considerem aviltantes:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,

origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

Pena - reclusão de um a três anos e multa.

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Disposições comuns

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos

crimes é cometido:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;

II - contra funcionário público, em razão de suas funções;

III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da

difamação ou da injúria.

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de

injúria.

§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em

dobro.

§ 2º - (VETADO).

Exclusão do crime

Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:

I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;

II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a

intenção de injuriar ou difamar;

III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que

preste no cumprimento de dever do ofício.

Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe

dá publicidade.

Retratação

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da

difamação, fica isento de pena.

Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação

utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido,

pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.

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Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se

julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do

juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo

quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I

do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II

do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.

CAPÍTULO VI

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

SEÇÃO I

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal

Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver

reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei

permite, ou a fazer o que ela não manda:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Aumento de pena

§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se

reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.

§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.

§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:

I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu

representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;

II - a coação exercida para impedir suicídio.

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Ameaça

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de

causar-lhe mal injusto e grave:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

Seqüestro e cárcere privado

Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60

(sessenta) anos;

II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;

III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.

IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;

V – se o crime é praticado com fins libidinosos.

§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave

sofrimento físico ou moral:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos

forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer

restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o

empregador ou preposto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-

lo no local de trabalho;

II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos

pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.

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§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:

I – contra criança ou adolescente;

II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.

Tráfico de Pessoas

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa,

mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:

I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;

II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;

III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;

IV - adoção ilegal; ou

V - exploração sexual.

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se:

I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de

exercê-las;

II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência;

III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de

hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica

inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou

IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.

§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização

criminosa.

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SEÇÃO II

DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa

ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de

violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

§ 2º - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019)

§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:

I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra

diligência;

II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na

iminência de o ser.

§ 4º - A expressão "casa" compreende:

I - qualquer compartimento habitado;

II - aposento ocupado de habitação coletiva;

III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":

I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a

restrição do n.º II do parágrafo anterior;

II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

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SEÇÃO III

DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º - Na mesma pena incorre:

I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo

ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica

II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação

telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;

III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;

IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição

legal.

§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.

§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico,

radioelétrico ou telefônico:

Pena - detenção, de um a três anos.

§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.

Correspondência comercial

Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou

industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência,

ou revelar a estranho seu conteúdo:

Pena - detenção, de três meses a dois anos.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

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SEÇÃO IV

DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de

correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa

produzir dano a outrem:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.

§ 1º Somente se procede mediante representação.

§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,

contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública:

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada.

Violação do segredo profissional

Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função,

ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto a dez contos de réis.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

Invasão de dispositivo informático

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,

mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou

destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou

instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou

programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.

§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.

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§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas,

segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle

remoto não autorizado do dispositivo invadido:

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime

mais grave.

§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação,

comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações

obtidos.

§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:

I - Presidente da República, governadores e prefeitos;

II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;

III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de

Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou

IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do

Distrito Federal.

Ação penal

Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação,

salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos

Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias

de serviços públicos.

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TÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I

DO FURTO

Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a

pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena

de multa.

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor

econômico.

Furto qualificado

§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

III - com emprego de chave falsa;

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de

explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.

§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que

venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente

domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.

§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de

substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua

fabricação, montagem ou emprego.

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Furto de coisa comum

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem

legitimamente a detém, a coisa comum:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º - Somente se procede mediante representação.

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que

tem direito o agente.

CAPÍTULO II

DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou

violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de

resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência

contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da

coisa para si ou para terceiro.

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:

I – (revogado);

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado

ou para o exterior;

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou

isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.

VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;

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II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de

artefato análogo que cause perigo comum.

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso

restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.

§ 3º Se da violência resulta:

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.

Extorsão

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter

para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de

fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se

a pena de um terço até metade.

§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.

§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é

necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12

(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas

previstas no art. 159, §§ 2º e 3o, respectivamente.

Extorsão mediante seqüestro

Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,

como condição ou preço do resgate:

Pena - reclusão, de oito a quinze anos..

§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18

(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

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§ 3º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade,

facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

Extorsão indireta

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,

documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO III

DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha

divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório

II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas

pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.

§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.

§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede

mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal

indicativo de propriedade:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

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CAPÍTULO IV

DO DANO

Dano

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único - Se o crime é cometido:

I - com violência à pessoa ou grave ameaça;

II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais

grave

III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,

fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária

de serviços públicos;

IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de

direito, desde que o fato resulte prejuízo:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em

virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente

protegido por lei:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

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Ação penal

Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se

procede mediante queixa.

CAPÍTULO V

DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:

I - em depósito necessário;

II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou

depositário judicial;

III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos

contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:

I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social

que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do

público;

II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas

contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;

III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido

reembolsados à empresa pela previdência social.

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§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o

pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à

previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for

primário e de bons antecedentes, desde que:

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento

da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele

estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o

ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de

contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido,

administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou

força da natureza:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre:

Apropriação de tesouro

I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que

tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de

restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no

prazo de quinze dias.

Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.

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CAPÍTULO VI

DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou

mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena

conforme o disposto no art. 155, § 2º.

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de

ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em

prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia

pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde,

ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor

de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o

pagamento.

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de

direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

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Estelionato contra idoso

§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:

I - a Administração Pública, direta ou indireta;

II - criança ou adolescente;

III - pessoa com deficiência mental; ou

IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.

Duplicata simulada

Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria

vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar a escrituração

do Livro de Registro de Duplicatas.

Abuso de incapazes

Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de

menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática

de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Induzimento à especulação

Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou

inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação

com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

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Fraude no comércio

Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:

I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

II - entregando uma mercadoria por outra:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no

mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por

verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes

Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de

transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as

circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em

comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade,

ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia

popular.

§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular:

I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório,

parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre as

condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a

elas relativo;

II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das ações

ou de outros títulos da sociedade;

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III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou

de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral;

IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela

emitidas, salvo quando a lei o permite;

V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em caução

ações da própria sociedade;

VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante

balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;

VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista,

consegue a aprovação de conta ou parecer;

VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;

IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que

pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.

§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim

de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia

geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"

Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Fraude à execução

Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou

simulando dívidas:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.

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CAPÍTULO VII

DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,

coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba

ou oculte:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Receptação qualificada

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,

remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio,

no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de

comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o

preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de

que proveio a coisa.

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as

circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do

art. 155.

§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município

ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou

empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista

no caput deste artigo.

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Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a

finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda

que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em

prejuízo:

I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é

cometido em prejuízo:

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça

ou violência à pessoa;

II - ao estranho que participa do crime.

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

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TÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Violação de direito autoral

Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou

indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou

fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do

produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui,

vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou

cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do

direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda,

aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos

titulares dos direitos ou de quem os represente.

§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite,

ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou

produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula

a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o

caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os

represente:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao

direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610,

de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só

exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.

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Usurpação de nome ou pseudônimo alheio

Art. 185 - (Revogado pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)

Art. 186. Procede-se mediante:

I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;

II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2o do art. 184;

III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de

direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação

instituída pelo Poder Público;

IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art.

184.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO

Violação de privilégio de invenção

Art 187. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Falsa atribuição de privilégio

Art 188. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado

Art. 189. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho

Art. 190.(Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Art. 191. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

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CAPÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA AS MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Violação do direito de marca

Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos

Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Marca com falsa indicação de procedência

Art. 194. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Art. 195. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

CAPÍTULO IV

DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL

Concorrência desleal

Art. 196. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

TÍTULO IV

DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Atentado contra a liberdade de trabalho

Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:

I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar

durante certo período ou em determinados dias:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência;

II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou

paralisação de atividade econômica:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

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Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta

Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de

trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto

industrial ou agrícola:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Atentado contra a liberdade de associação

Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de

participar de determinado sindicato ou associação profissional:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem

Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência

contra pessoa ou contra coisa:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o

concurso de, pelo menos, três empregados.

Paralisação de trabalho de interesse coletivo

Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a

interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem

Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de

impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o

estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

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Frustração de direito assegurado por lei trabalhista

Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do

trabalho:

Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 1º Na mesma pena incorre quem:

I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para

impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;

II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por

meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa,

gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.

Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho

Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do

trabalho:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Exercício de atividade com infração de decisão administrativa

Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Aliciamento para o fim de emigração

Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território

estrangeiro.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

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Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional

Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do

território nacional:

Pena - detenção de um a três anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do

trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do

trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa,

gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.

TÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa;

impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou

objeto de culto religioso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo

da correspondente à violência.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária

Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo

da correspondente à violência.

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Violação de sepultura

Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Destruição, subtração ou ocultação de cadáver

Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Vilipêndio a cadáver

Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

TÍTULO VI

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a

praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18

(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

§ 2º Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos

Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

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Violação sexual mediante fraude

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude

ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se

também multa.

Importunação sexual

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de

satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.

Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Assédio sexual

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,

prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes

ao exercício de emprego, cargo ou função.

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. (VETADO)

§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.

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CAPÍTULO I-A

DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de

nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos

participantes:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio

ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou

libidinoso de caráter íntimo.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

Sedução

Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Estupro de vulnerável

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)

anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por

enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,

ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

§ 2º (VETADO)

§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.

§ 4º Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

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§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se

independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações

sexuais anteriormente ao crime.

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. (VETADO).

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a

presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de

outrem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou

adolescente ou de vulnerável.

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual

alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o

necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a

abandone:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.

§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

§ 2º Incorre nas mesmas penas:

I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e

maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;

II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas

referidas no caput deste artigo.

§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da

licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.

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Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de

pornografia

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir,

publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou

sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que

contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua

prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por

agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de

vingança ou humilhação.

Exclusão de ilicitude

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em

publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso

que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior

de 18 (dezoito) anos.

CAPÍTULO III

DO RAPTO

Rapto violento ou mediante fraude

Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Rapto consensual

Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Diminuição de pena

Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

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Concurso de rapto e outro crime

Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 224 -(Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Ação penal

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal

pública incondicionada.

Parágrafo único. (Revogado).

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada:

I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;

II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,

companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título

tiver autoridade sobre ela;

III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:

Estupro coletivo

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;

Estupro corretivo

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.

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CAPÍTULO V

DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO

OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL

Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu

ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a

quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-

la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro,

tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma,

obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.

§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de prostituição

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração

sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

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Rufianismo

Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou

fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido

por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,

preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação

de cuidado, proteção ou vigilância:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que

impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual

Art. 231.(Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016)

Art. 231-A.(Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016)

Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Promoção de migração ilegal

Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada

ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o fim de obter

vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente

em país estrangeiro.

§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se:

I - o crime é cometido com violência; ou

II - a vítima é submetida a condição desumana ou degradante.

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§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das correspondentes às infrações

conexas.

CAPÍTULO VI

DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno

Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Escrito ou objeto obsceno

Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de

distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto

obsceno:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:

I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo;

II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição

cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo

caráter;

III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de

caráter obsceno.

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CAPÍTULO VII

DISPOSIÇÕES GERAIS

Aumento de pena

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:

I – (VETADO);

II – (VETADO);

III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente

transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com

deficiência.

Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo

de justiça.

Art. 234-C. (VETADO).

TÍTULO VII

DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO

Bigamia

Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa

circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.

§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a

bigamia, considera-se inexistente o crime.

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Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-

lhe impedimento que não seja casamento anterior:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser

intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou

impedimento, anule o casamento.

Conhecimento prévio de impedimento

Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a

nulidade absoluta:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Simulação de autoridade para celebração de casamento

Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:

Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Simulação de casamento

Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa:

Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

Adultério

Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

CAPÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

Registro de nascimento inexistente

Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

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Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido

Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-

nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza:

Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

Sonegação de estado de filiação

Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou

alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito

inerente ao estado civil:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR

Abandono material

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18

(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta)

anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão

alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer

descendente ou ascendente, gravemente enfermo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário

mínimo vigente no País.

Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de

qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de

pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.

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Entrega de filho menor a pessoa inidônea

Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva

saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter

lucro, ou se o menor é enviado para o exterior.

§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral

ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito

de obter lucro.

Abandono intelectual

Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua

guarda ou vigilância:

I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;

II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de

representação de igual natureza;

III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;

IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

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CAPÍTULO IV

DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA

Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes

Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por

determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial;

confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou

interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração de incapazes

Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda

em virtude de lei ou de ordem judicial:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.

§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de

pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.

§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou

privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

TÍTULO VIII

DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

CAPÍTULO I

DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio

Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de

outrem:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

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Aumento de pena

§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:

I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou

alheio;

II - se o incêndio é:

a) em casa habitada ou destinada a habitação;

b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;

c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;

d) em estação ferroviária ou aeródromo;

e) em estaleiro, fábrica ou oficina;

f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;

g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;

h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Incêndio culposo

§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Explosão

Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante

explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de

efeitos análogos:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º,

I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do

mesmo parágrafo.

Modalidade culposa

§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena

é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a

um ano.

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Uso de gás tóxico ou asfixiante

Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás

tóxico ou asfixiante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade Culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante

Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade,

substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua

fabricação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Inundação

Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de

outrem:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a

dois anos, no caso de culpa.

Perigo de inundação

Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida,

a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir

inundação:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Desabamento ou desmoronamento

Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade

física ou o patrimônio de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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Modalidade culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano.

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento

Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou

outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de

combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Formas qualificadas de crime de perigo comum

Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a

pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro.

No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta

morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

Difusão de doença ou praga

Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de

utilidade econômica:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.

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CAPÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Perigo de desastre ferroviário

Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:

I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material

rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;

II - colocando obstáculo na linha;

III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou

embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;

IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Desastre ferroviário

§ 1º - Se do fato resulta desastre:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.

§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de

comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo

aéreo.

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo

Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato

tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo

§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou

destruição de aeronave:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

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Prática do crime com o fim de lucro

§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter

vantagem econômica, para si ou para outrem.

Modalidade culposa

§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte

Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o

funcionamento:

Pena - detenção, de um a dois anos.

§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.

§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Forma qualificada

Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou

sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.

Arremesso de projétil

Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público

por terra, por água ou pelo ar:

Pena - detenção, de um a seis meses.

Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a dois

anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.

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Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública

Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou

calor, ou qualquer outro de utilidade pública:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano ocorrer em

virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços.

Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de

informação de utilidade pública

Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir

ou dificultar-lhe o restabelecimento:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de

utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.

§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Epidemia

Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.

§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois

a quatro anos.

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Infração de medida sanitária preventiva

Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou

propagação de doença contagiosa:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública

ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

Omissão de notificação de doença

Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é

compulsória:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal

Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou

medicinal destinada a consumo:

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de

ser distribuída, a água ou a substância envenenada.

Modalidade culposa

§ 2º - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Corrupção ou poluição de água potável

Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a

imprópria para consumo ou nociva à saúde:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

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Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios

Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício

destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em

depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância

alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado.

§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em relação a

bebidas, com ou sem teor alcoólico.

Modalidade culposa

§ 2º - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou

medicinais

Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou

medicinais:

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para

vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado,

corrompido, adulterado ou alterado.

§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as

matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em

diagnóstico.

§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a

produtos em qualquer das seguintes condições:

I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente;

II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior;

III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização;

IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; (

V - de procedência ignorada;

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VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.

Modalidade culposa

§ 2º - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Emprego de processo proibido ou de substância não permitida

Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação

artificial, matéria corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra

não expressamente permitida pela legislação sanitária:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Invólucro ou recipiente com falsa indicação

Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou

medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele

existe em quantidade menor que a mencionada:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores

Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar

a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Substância destinada à falsificação

Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação

de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Outras substâncias nocivas à saúde pública

Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma,

entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à

alimentação ou a fim medicinal:

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Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Substância avariada

Art. 279 - (Revogado pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Medicamento em desacordo com receita médica

Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE

DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA.

Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)

Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica

Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico,

sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Charlatanismo

Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

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Curandeirismo

Art. 284 - Exercer o curandeirismo:

I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;

II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;

III - fazendo diagnósticos:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito

à multa.

Forma qualificada

Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao

definido no art. 267.

TÍTULO IX

DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Incitação ao crime

Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:

Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

Apologia de crime ou criminoso

Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:

Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a

participação de criança ou adolescente.

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Constituição de milícia privada

Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia

particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos

neste Código:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.

TÍTULO X

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

CAPÍTULO I

DA MOEDA FALSA

Moeda Falsa

Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso

legal no país ou no estrangeiro:

Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta,

adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à

circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos,

e multa.

§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor,

gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:

I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;

II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.

§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava

ainda autorizada.

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Crimes assimilados ao de moeda falsa

Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas,

notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de

restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota

ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido

por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem

fácil ingresso, em razão do cargo.

Petrechos para falsificação de moeda

Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar

maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação

de moeda:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Emissão de título ao portador sem permissão legal

Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha

promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa

a quem deva ser pago:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos

neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.

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CAPÍTULO II

DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Falsificação de papéis públicos

Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal

destinado à arrecadação de tributo;

II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;

III - vale postal;

IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento

mantido por entidade de direito público;

V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas

públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;

VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por

Estado ou por Município:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo;

II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à

circulação selo falsificado destinado a controle tributário;

III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca,

cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no

exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:

a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;

b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de

sua aplicação.

§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los

novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se

refere o parágrafo anterior.

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§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis

falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a

falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de

comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros

públicos e em residências.

Petrechos de falsificação

Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à

falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,

aumenta-se a pena de sexta parte.

CAPÍTULO III

DA FALSIDADE DOCUMENTAL

Falsificação do selo ou sinal público

Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;

II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público

de tabelião:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Incorre nas mesmas penas:

I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;

II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em

proveito próprio ou alheio.

III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros

símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.

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§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-

se a pena de sexta parte.

Falsificação de documento público

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público

verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-

se a pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade

paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade

comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:

I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova

perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;

II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva

produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido

escrita;

III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações

da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter

constado.

§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do

segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de

prestação de serviços.

Falsificação de documento particular

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento

particular verdadeiro:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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Falsificação de cartão

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão

de crédito ou débito.

Falsidade ideológica

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou

nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de

prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a

três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do

cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena

de sexta parte.

Falso reconhecimento de firma ou letra

Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o

não seja:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e

multa, se o documento é particular.

Certidão ou atestado ideologicamente falso

Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância

que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou

qualquer outra vantagem:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Falsidade material de atestado ou certidão

§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de

atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo

público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:

Pena - detenção, de três meses a dois anos.

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§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade,

a de multa.

Falsidade de atestado médico

Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:

Pena - detenção, de um mês a um ano.

Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica

Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo

quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou

peça:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou

peça filatélica.

Uso de documento falso

Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts.

297 a 302:

Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

Supressão de documento

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo

alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a

cinco anos, e multa, se o documento é particular.

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CAPÍTULO IV

DE OUTRAS FALSIDADES

Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização

alfandegária, ou para outros fins

Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público

no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa

natureza, falsificado por outrem:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de

fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o

cumprimento de formalidade legal:

Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.

Falsa identidade

Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito

próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime

mais grave.

Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer

documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa

natureza, próprio ou de terceiro:

Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de

crime mais grave.

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Fraude de lei sobre estrangeiro

Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não

é o seu:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em

território nacional:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor

pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse

de tais bens:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Adulteração de sinal identificador de veículo automotor

Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo

automotor, de seu componente ou equipamento:)

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é

aumentada de um terço.

§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou

registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou

informação oficial.

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CAPÍTULO V

DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO

Fraudes em certames de interesse público

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de

comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:

I - concurso público;

II - avaliação ou exame públicos;

III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou

IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de

pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.

§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.

TÍTULO XI

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I

DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,

público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio

ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do

dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou

alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

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Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,

extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu

por erro de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou

excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da

Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para

causar dano: )

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de

informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou

alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do

cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

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Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou

antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Excesso de exação

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido,

ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu

indevidamente para recolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora

da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa

de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o

funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever

funcional.

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever

funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

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Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho

(art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra

disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de

vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação

com outros presos ou com o ambiente externo:

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu

infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao

conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração

pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

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Abandono de função

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou

continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,

removido, substituído ou suspenso:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em

segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer

outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de

dados da Administração Pública;

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o

ensejo de devassá-lo:

Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

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Funcionário público

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora

transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade

paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada

para a execução de atividade típica da Administração Pública.

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste

Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento

de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação

instituída pelo poder público.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário

competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

Desobediência

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

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Desacato

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de

vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da

função:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a

vantagem é também destinada ao funcionário.

Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a

praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o

funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada,

pela saída ou pelo consumo de mercadoria

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;

II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;

III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito

próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de

procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou

fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou

de importação fraudulenta por parte de outrem;

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IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade

comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de

documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.

§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de

comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em

residências.

§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo,

marítimo ou fluvial.

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;

II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou

autorização de órgão público competente;

III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;

IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito

próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela

lei brasileira;

V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade

comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. § 2º - Equipara-se às atividades

comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino

de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.

§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo,

marítimo ou fluvial.

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Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública,

promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal;

afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça,

fraude ou oferecimento de vantagem:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à

violência.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da

vantagem oferecida.

Inutilização de edital ou de sinal

Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de

funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por

ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento

confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenciária

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório,

mediante as seguintes condutas:

I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela

legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou

trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços;

II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as

quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de

serviços;

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III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou

creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as

contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na

forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for

primário e de bons antecedentes, desde que:

I – (VETADO)

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele

estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o

ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa

R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a

metade ou aplicar apenas a de multa.

§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos

mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social.

CAPÍTULO II-A

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comercial internacional

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a

funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou

retardar ato de ofício relacionado à transação comercial internacional:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou

promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica

infringindo dever funcional.

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Tráfico de influência em transação comercial internacional

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,

vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário

público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial

internacional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a

vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro.

Funcionário público estrangeiro

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda

que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública em

entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro.

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo, emprego

ou função em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de

país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da

pena.

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Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal,

de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de

improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou

ato ímprobo de que o sabe inocente:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome

suposto.

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de

contravenção que sabe não se ter verificado:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Auto-acusação falsa

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,

contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou

em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno

ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou

em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o

agente se retrata ou declara a verdade.

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Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha,

perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade

em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:

Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o

fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que

for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

Coação no curso do processo

Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou

alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a

intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo

quando a lei o permite:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.

Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro

por determinação judicial ou convenção:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Fraude processual

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado

de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não

iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

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Favorecimento pessoal

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada

pena de reclusão:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:

Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.

§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica

isento de pena.

Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado

a tornar seguro o proveito do crime:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho

telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em

estabelecimento prisional.

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350 - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019)

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de

segurança detentiva:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante

arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.

§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à

violência.

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§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja

custódia ou guarda está o preso ou o internado.

§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de

detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de

segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.

Arrebatamento de preso

Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou

guarda:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência.

Motim de presos

Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

Patrocínio infiel

Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando

interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende

na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de

valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

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Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em

juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou

testemunha:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o

dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar

concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de

vantagem:

Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou

privado por decisão judicial:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

CAPÍTULO IV

DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia

autorização legislativa:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito,

interno ou externo:

I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do

Senado Federal;

II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.

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Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar

Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido

previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do

último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício

financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida

suficiente de disponibilidade de caixa:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Ordenação de despesa não autorizada

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Prestação de garantia graciosa

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída

contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Não cancelamento de restos a pagar

Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de

restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com

pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: )

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

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Oferta pública ou colocação de títulos no mercado

Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado

financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que

estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

TÍTULO II

DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas

respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades

administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento

do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de

presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o

chefe de Polícia.

§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que

caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e

esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá

sem ela ser iniciado.

§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a

requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

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Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das

coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos

criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título

Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe

tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras

perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer

juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social,

sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele,

e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e

caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma

deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado

pela pessoa presa.

Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo,

a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não

contrarie a moralidade ou a ordem pública.

Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste

Livro.

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Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou

datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em

flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia

em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante

fiança ou sem ela.

§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz

competente.

§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,

mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá

requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no

prazo marcado pelo juiz.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,

acompanharão os autos do inquérito.

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a

uma ou outra.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos

processos;

II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;

III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;

IV - representar acerca da prisão preventiva.

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Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do

Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069,

de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público

ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de

empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.

Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,

conterá:

I - o nome da autoridade requisitante;

II - o número do inquérito policial; e

III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.

Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de

pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar,

mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou

telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,

informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em

curso.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura,

setorização e intensidade de radiofrequência.

§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:

I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de

autorização judicial, conforme disposto em lei;

II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a

30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;

III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de

ordem judicial.

§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo

máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.

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§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente

requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que

disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e

outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com

imediata comunicação ao juiz.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer

diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da

Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais

militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos

relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada

ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.

§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da

instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48

(quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.

§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor

pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que

estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48

(quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado.

§ 3º (VETADO).

§ 4º (VETADO).

§ 5º (VETADO).

§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às

instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados

digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.

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Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade

policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta

de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de

outras provas tiver notícia.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao

juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou

serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou

exigido pelo interesse da sociedade.

Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade

policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito

contra os requerentes.

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e

somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o

exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por

despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do

Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do

Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963)

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Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial,

a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo,

ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou

requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre

qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial

oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o

juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do

indiciado.

TÍTULO III

DA AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público,

mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de

representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito

de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da

União, Estado e Município, a ação penal será pública.

Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou

por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.

Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos

em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria

e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.

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Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos

informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao

investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão

ministerial para fins de homologação, na forma da lei.

§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito

policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a

matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a

respectiva lei orgânica.

§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e

Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia

do órgão a quem couber a sua representação judicial.

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e

circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena

mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não

persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime,

mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:

I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;

II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como

instrumentos, produto ou proveito do crime;

III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena

mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo

da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código

Penal);

IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848,

de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser

indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens

jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou

V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde

que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

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§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo,

serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:

I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos

da lei;

II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta

criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais

pretéritas;

III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em

acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a

mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.

§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo

membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.

§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual

o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do

seu defensor, e sua legalidade.

§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no

acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja

reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.

§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos

ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.

§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou

quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.

§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da

necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.

§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu

descumprimento.

§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal,

o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior

oferecimento de denúncia.

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§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá

ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de

suspensão condicional do processo.

§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de

certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste

artigo.

§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente

decretará a extinção de punibilidade.

§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não

persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na

forma do art. 28 deste Código.

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no

prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia

substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor

recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte

principal.

Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação

privada.

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o

direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente

ou irmão.

Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua

pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem

privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.

§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição

residir o ofendido.

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Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e

não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de

queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do

Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.

Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser

exercido por ele ou por seu representante legal.

Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de 27.11.1997)

Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge,

e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31,

podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da

instância ou a abandone.

Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a

ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos

designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.

Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no

direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses,

contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em

que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do

mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

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Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com

poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério

Público, ou à autoridade policial.

§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada

do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz

ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido

dirigida.

§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da

autoria.

§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a

inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.

§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à

autoridade policial para que esta proceda a inquérito.

§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem

oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a

denúncia no prazo de quinze dias.

Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a

existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os

documentos necessários ao oferecimento da denúncia.

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas

circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo,

a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.

Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

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Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do

instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando

tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no

juízo criminal.

Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo

Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo.

Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado

da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15

dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à

autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público

receber novamente os autos.

§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da

denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a

representação

§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do

Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-

se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.

Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos

complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de

quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los.

Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o

Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a

todos se estenderá.

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Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu

representante legal ou procurador com poderes especiais.

Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18

(dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o

direito do primeiro.

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza,

todavia, efeito em relação ao que o recusar.

Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser

exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo

oposição do outro, não produzirá efeito.

Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver

representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do

perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.

Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o

disposto no art. 52.

Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.

Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50.

Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.

Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será

intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado

de que o seu silêncio importará aceitação.

Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.

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Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo

querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a

ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante

30 dias seguidos;

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em

juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das

pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do

processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas

alegações finais;

IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá

declará-lo de ofício.

Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o

juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente,

concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou

reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de

ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.

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CAPÍTULO II

DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender

quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la;

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em

situação que faça presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam

presumir ser ele autor da infração.

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não

cessar a permanência.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá,

desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso.

Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do

acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas

assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará

recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos

atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à

autoridade que o seja.

§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,

nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam

testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

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§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão

em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença

deste.

§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a

existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato

de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade

lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados

imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por

ele indicada.

§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz

competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu

advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela

autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício

de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que

fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo

preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar

conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.

Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será

logo apresentado à do lugar mais próximo.

Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de

prisão em flagrante.

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Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e

quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a

presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o

membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes

do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares

diversas da prisão; ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em

qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao

acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos

processuais, sob pena de revogação.

§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada

ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória,

com ou sem medidas cautelares.

§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de

custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e

penalmente pela omissão.

§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido

no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea

ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem

prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.

CAPÍTULO III

DA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão

preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do

assistente, ou por representação da autoridade policial.

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Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem

econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal,

quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado

pelo estado de liberdade do imputado.

§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de

qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º).

§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio

de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação

da medida adotada.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão

preventiva:

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)

anos;

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,

ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro

de 1940 - Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,

idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de

urgência;

IV - (revogado).

§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil

da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o

preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese

recomendar a manutenção da medida.

§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de

cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da

apresentação ou recebimento de denúncia.

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Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas

constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III

do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre

motivada e fundamentada.

§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz

deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem

a aplicação da medida adotada.

§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença

ou acórdão, que:

I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua

relação com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua

incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a

conclusão adotada pelo julgador;

V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos

determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,

sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do

entendimento.

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no

correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem

como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a

necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada,

de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.

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CAPÍTULO IV

DA PRISÃO DOMICILIAR

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua

residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com

deficiência;

IV - gestante;

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de

idade incompletos.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos

neste artigo.

Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por

crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:

I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;

II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.

Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo

da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código.

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LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS


DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

Lei das Contravenções Penais

O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o artigo 180 da

Constituição,

DECRETA:

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS

PARTE GERAL

Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal, sempre que a presente

lei não disponha de modo diverso.

Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se,

todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer

efeito jurídico.

Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.

Art. 5º As penas principais são:

I - prisão simples.

II - multa.

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Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em

estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou

aberto.

§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados a pena de

reclusão ou de detenção.

§ 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias.

Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar

em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer

crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.

Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusaveis, a pena

pode deixar de ser aplicada.

Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o Código Penal

sobre a conversão de multa em detenção.

Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em prisão simples se faz

entre os limites de quinze dias e três meses.

Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco

anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos.

Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não inferior

a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como conceder

livramento condicional.

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Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições de

direitos:

I - a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa de

habilitação especial, licença ou autorização do poder público;

II - a suspensão dos direitos políticos.

Parágrafo único. Incorrem:

a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo de contravenção

cometida com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente;

b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa de liberdade, enquanto dure a

execução do pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva.

Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os medidas de segurança estabelecidas

no Código Penal, à exceção do exílio local.

Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a que se referem os ns. I e II do art. 78 do

Código Penal:

I - o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de embriaguez pelo álcool

ou substância de efeitos análogos, quando habitual a embriaguez;

II - o condenado por vadiagem ou mendicância;

III - (Revogado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

IV - (Revogado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho, de reeducação ou de

ensino profissional, pelo prazo mínimo de um ano:

I - o condenado por vadiagem (art. 59);

II - o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo);

III - (Revogado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

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Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário ou em casa de

custódia e tratamento é de seis meses.

Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a internação, submeter o

indivíduo a liberdade vigiada.

Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.

PARTE ESPECIAL

CAPÍTULO I

DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA

Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da autoridade,

arma ou munição:

Pena - prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco contos de réis, ou

ambas cumulativamente, se o fato não constitue crime contra a ordem política ou social.

Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade:

Pena - prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a três contos

de réis, ou ambas cumulativamente.

§ 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi condenado, em sentença

irrecorrivel, por violência contra pessoa.

§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil

réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição:

a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o determina;

b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma a tenha

consigo;

c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado, menor

de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.

Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto:

Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros.

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Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de

réis, se o fato não constitue crime.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60

(sessenta) anos.

Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais,

pessoa apresentada como doente mental:

Pena - multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.

§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade competente, no prazo

legal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais.

§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa de quinhentos

mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se

ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele, internada.

Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo anterior, sem

autorização de quem de direito:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco

contos de réis.

CAPÍLULO II

DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO

Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de

crime de furto:

Pena - prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos mil réis a três contos de

réis.

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Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou

enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas,

chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de

furto, desde que não prove destinação legítima:

Pena - prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil réis a dois contos de

réis.

Art. 26. Abrir alguem, no exercício de profissão de serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou

por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado previamente,

fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar nu objeto:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto

de réis.

Art. 27. (Revogado pela Lei nº 9.521, de 27.11.1997)

CAPÍTULO III

DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA

Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou

em direção a ela:

Pena - prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.

Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de

duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em

via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa,

queima fogo de artifício ou solta balão aceso.

Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-

lhe causa:

Pena - multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitue crime contra a incolumidade

pública.

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Art. 30. Omitir alguem a providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção que lhe

pertence ou cuja conservação lhe incumbe:

Pena - multa, de um a cinco contos de réis.

Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a

devida cautela animal perigoso:

Pena - prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa inexperiente;

b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;

c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.

Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em

aguas públicas:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos

de réis.

Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a

segurança alheia:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois

contos de réis.

Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a vôos baixos, fora da zona em que

a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco

contos de réis.

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Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei ou pela

autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes:

Pena - prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos

de réis.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo destinado a

evitar perigo a transeuntes;

b) remove qualquer outro sinal de serviço público.

Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou do uso alheio,

coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguem:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, coloca ou deixa

suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa

ofender, sujar ou molestar alguem.

Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou

molestar alguem:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

CAPÍTULO IV

DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA

Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reunam periodicamente, sob

compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da

associação:

Pena - prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.

§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no todo ou em

parte, para reunião de associação que saiba ser de carater secreto.

§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o

objeto da associação.

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Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em

solenidade ou ato oficial, em assembléia ou espetáculo público, se o fato não constitue

infração penal mais grave;

Pena - prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos

de réis.

Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato

capaz de produzir pânico ou tumulto:

Pena - prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos

de réis.

Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios:

I - com gritaria ou algazarra;

II - exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;

III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;

IV - provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a

guarda:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos

de réis.

CAPÍTULO V

DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA

Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inexperiente ou rústica

possa confundir com moeda:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

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Art. 45. Fingir-se funcionário público:

Pena - prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos de

réis.

Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce; usar,

indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprêgo seja regulado por lei.

Pena - multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui infração penal mais

grave.

CAPÍTULO VI

DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as

condições a que por lei está subordinado o seu exercício:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco

contos de réis.

Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de antiguidades, de obras

de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros:

Pena - prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos de réis.

Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria, de

comércio, ou de outra atividade:

Pena - multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis.

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CAPÍTULO VII

DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES

Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessivel ao público,

mediante o pagamento de entrada ou sem ele:

Pena - prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de réis,

estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de decoração do local.

§ 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou participa do jogo

pessoa menor de dezoito anos.

§ 2o Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil

reais), quem é encontrado a participar do jogo, ainda que pela internet ou por qualquer outro

meio de comunicação, como ponteiro ou apostador.

§ 3º Consideram-se, jogos de azar:

a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte;

b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas;

c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.

§ 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessivel ao público:

a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente participam

pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;

b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporciona jogo de

azar;

c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar;

d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse

destino.

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Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização legal:

Pena - prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez contos de réis,

estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis existentes no local.

§ 1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expõe à venda, tem sob sua guarda para

o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação bilhete de loteria não autorizada.

§ 2º Considera-se loteria toda operação que, mediante a distribuição de bilhete, listas, cupões,

vales, sinais, símbolos ou meios análogos, faz depender de sorteio a obtenção de prêmio em

dinheiro ou bens de outra natureza.

§ 3º Não se compreendem na definição do parágrafo anterior os sorteios autorizados na

legislação especial.

Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio, bilhete de loteria, rifa ou tômbola

estrangeiras:

Pena - prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de um a cinco contos de réis.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob sua guarda.

para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação, bilhete de loteria estrangeira.

Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de loteria estadual em território onde não

possa legalmente circular:

Pena - prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de um a três contos de réis.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob sua guarda,

para o fim de venda, introduz ou tonta introduzir na circulação, bilhete de loteria estadual, em

território onde não possa legalmente circular.

Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria estrangeira:

Pena - prisão simples, de um a três meses, e multa, de duzentos mil réis a um conto de réis.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou tem sob sua guarda lista de sorteio

de loteria estadual, em território onde esta não possa legalmente circular.

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Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura de bilhetes, lista de sorteio, avisos ou

cartazes relativos a loteria, em lugar onde ela não possa legalmente circular:

Pena - prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou avisos de loteria, onde ela não

possa legalmente circular:

Pena - prisão simples, de um a três meses, e multa, de cem a quinhentos mil réis.

Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rádio, cinema, ou qualquer outra

forma, ainda que disfarçadamente, anúncio, aviso ou resultado de extração de loteria, onde a

circulação dos seus bilhetes não seria legal:

Pena - multa, de um a dez contos de réis.

Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar qualquer ato

relativo à sua realização ou exploração:

Pena - prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos de réis.

Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, aquele

que participa da loteria, visando a obtenção de prêmio, para si ou para terceiro.

Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter

renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência

mediante ocupação ilícita:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses.

Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios

bastantes de subsistência, extingue a pena.

Art. 60. (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)

Art. 61. (Revogado pela Lei nº 13.718, de 2018)

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Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo

ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos

de réis.

Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa de custódia e

tratamento.

Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:

I - (Revogado pela Lei nº 13.106, de 2015)

II - a quem se acha em estado de embriaguez;

III - a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;

IV - a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequentar lugares onde se

consome bebida de tal natureza:

Pena - prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos

de réis.

Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo:

Pena - prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis.

§ 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza em

lugar público ou exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.

§ 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo

ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público.

Art. 65. Molestar alguem ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por motivo

reprovavel:

Pena - prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois

contos de réis.

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CAPÍTULO VIII

DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:

I - crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função pública, desde que

a ação penal não dependa de representação;

II - crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra

profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação

não exponha o cliente a procedimento criminal:

Pena - multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.

Art. 67. Inumar ou exumar cadaver, com infração das disposições legais:

Pena - prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de

réis.

Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados

ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos

mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue infração penal mais grave, quem, nas

mesmas circunstâncias, f'az declarações inverídicas a respeito de sua identidade pessoal,

estado, profissão, domicílio e residência.

Art. 69. (Revogado pela Lei nº 6.815, de 19.8.1980)

Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do monopólio postal da União:

Pena - prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de três a dez contos de réis, ou

ambas cumulativamente.

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DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, caça e pesca, revogam-se as

disposições em contrário.

Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.

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LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE


LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de

1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº

8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e dispositivos

do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público,

servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder

que lhe tenha sido atribuído.

§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando

praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si

mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.

§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura

abuso de autoridade.

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CAPÍTULO II

DOS SUJEITOS DO CRIME

Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou

não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se

limitando a:

I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;

II - membros do Poder Legislativo;

III - membros do Poder Executivo;

IV - membros do Poder Judiciário;

V - membros do Ministério Público;

VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.

Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce,

ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,

contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou

função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

CAPÍTULO III

DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal,

cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,

intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a

todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em

que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

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CAPÍTULO IV

DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I

Dos Efeitos da Condenação

Art. 4º São efeitos da condenação:

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a

requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos

causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;

II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um)

a 5 (cinco) anos;

III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.

Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados

à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos,

devendo ser declarados motivadamente na sentença.

Seção II

Das Penas Restritivas de Direitos

Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta

Lei são:

I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis)

meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;

III - (VETADO).

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou

cumulativamente.

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CAPÍTULO V

DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de

natureza civil ou administrativa cabíveis.

Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional

serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.

Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se

podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões

tenham sido decididas no juízo criminal.

Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença

penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa,

em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

CAPÍTULO VI

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as

hipóteses legais:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável,

deixar de:

I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;

II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade

provisória, quando manifestamente cabível;

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’

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Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente

descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 11. (VETADO).

Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no

prazo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva à

autoridade judiciária que a decretou;

II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se

encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;

III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada

pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;

IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão

preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e

excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de

promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.

Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de

sua capacidade de resistência, a:

I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;

II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à

violência.

Art. 14. (VETADO).

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Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função,

ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a

presença de seu patrono.

Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua

captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede

de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a

si mesmo falsa identidade, cargo ou função.

Art. 17. (VETADO).

Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno,

salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar

declarações:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade

judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de

sua custódia:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da

demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para

decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.

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Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu

advogado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado

de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo

razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se

durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por

videoconferência.

Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou

adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o

disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do

ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições,

sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:

I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou

suas dependências;

II - (VETADO);

III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou

antes das 5h (cinco horas).

§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados

indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou

de desastre.

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Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o

estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de

responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:

I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de

diligência;

II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o

curso da investigação, da diligência ou do processo.

Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição

hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido,

com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à

violência.

Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por

meio manifestamente ilícito:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do investigado

ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.

Art. 26. (VETADO).

Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou

administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de

ilícito funcional ou de infração administrativa:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar

sumária, devidamente justificada.

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Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda

produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do

investigado ou acusado:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo

com o fim de prejudicar interesse de investigado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa

fundamentada ou contra quem sabe inocente:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do

investigado ou fiscalizado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão

de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado

ou do fiscalizado.

Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação

preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento

investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de

cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a

realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não

fazer, sem expresso amparo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca

a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou

privilégio indevido.

Art. 34. (VETADO).

Art. 35. (VETADO).

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia

que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a

demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha

requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar

o julgamento:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede

social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

CAPÍTULO VII

DO PROCEDIMENTO

Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no que couber,

as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e

da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

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CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a vigorar com a seguinte

redação:

“Art.2º .......................................................................................................

........................................................................................................................

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão

temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser

libertado.

.........................................................................................................................

§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia

deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso

em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da

decretação da prisão preventiva.

§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão

temporária.” (NR)

Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar com a seguinte

redação:

“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou

telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial

ou com objetivos não autorizados em lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de

conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.” (NR)

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Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a

vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:

“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados

por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de

reincidência.

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da

pena aplicada na reincidência.”

Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B:

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III,

IV e V do caput do art. 7º desta Lei:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350,

ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação

oficial.

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LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de

1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº

8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e dispositivos

do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu promulgo,

nos termos do parágrafo 5o do art. 66 da Constituição Federal, as seguintes partes vetadas da

Lei no 13.869, de 5 de setembro de 2019:

“CAPÍTULO III

DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal,

cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,

intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a

todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em

que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.”

“CAPÍTULO VI

DOS CRIMES E DAS PENAS

‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as

hipóteses legais:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável,

deixar de:

I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;

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II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade

provisória, quando manifestamente cabível;

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’

‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de

sua capacidade de resistência, a:

.........................................................................................................................

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

........................................................................................................................’

‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função,

ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

.........................................................................................................................

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a

presença de seu patrono.’

‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua

captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede

de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a

si mesmo falsa identidade, cargo ou função.’

‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu

advogado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado

de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo

razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se

durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por

videoconferência.’

‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa

fundamentada ou contra quem sabe inocente:

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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’

‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação

preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento

investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de

cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a

realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’

‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede

social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”

“CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

.......................................................................................................................

Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B:

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III,

IV e V do caput do art. 7º desta Lei:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

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LEI DE DROGAS
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para

prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;

define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad;

prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e

dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao

tráfico ilícito de drogas e define crimes.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os

produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas

atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura,

a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou

produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o

que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de

1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos

no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo

predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

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TÍTULO II

DO SIS TEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades

relacionadas com:

I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de

drogas;

II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos

materiais e humanos que envolvem as políticas, planos, programas, ações e projetos sobre

drogas, incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos

Estados, Distrito Federal e Municípios.

§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS, e com o Sistema

Único de Assistência Social - SUAS.

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SIS TEMA NACIONAL

DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:

I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua

autonomia e à sua liberdade;

II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-

os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos

correlacionados;

IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento

dos fundamentos e estratégias do Sisnad;

V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a

importância da participação social nas atividades do Sisnad;

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VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de

drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;

VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido,

atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua

produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário

visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;

IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza

complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de

usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito

de drogas;

X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e

reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não

autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;

XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas -

Conad.

Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:

I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir

comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros

comportamentos correlacionados;

II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;

III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e

reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não

autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da

União, Distrito Federal, Estados e Municípios;

IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de

que trata o art. 3º desta Lei.

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CAPÍTULO II

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Seção I

Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

Art. 6º (VETADO)

Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das

atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se

constitui matéria definida no regulamento desta Lei.

Art. 7º-A. (VETADO).

Art. 8º (VETADO)

Seção II

Das Competências

Art. 8º-A. Compete à União:

I - formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas;

II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria com Estados, Distrito

Federal, Municípios e a sociedade;

III - coordenar o Sisnad;

IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad e suas normas de

referência;

V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, indicadores e definir formas de

financiamento e gestão das políticas sobre drogas;

VI – (VETADO);

VII – (VETADO);

VIII - promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios;

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IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das políticas sobre

drogas, observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad;

X - estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e Municípios para a

execução das políticas sobre drogas;

XI - garantir publicidade de dados e informações sobre repasses de recursos para

financiamento das políticas sobre drogas;

XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de prevenção, tratamento,

acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas;

XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e

XIV - estabelecer uma política nacional de controle de fronteiras, visando a coibir o ingresso de

drogas no País.

Art. 8º-B . (VETADO).

Art. 8º-C. (VETADO).

CAPÍTULO II-A

DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Seção I

Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre outros:

I - promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações, atividades e projetos

dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência

social, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de

drogas, atenção e reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas;

II - viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação e avaliação das

políticas sobre drogas;

III - priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de

ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção do uso de drogas;

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IV - ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário ou dependente de

drogas, promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a

qualificação profissional;

V - promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os serviços públicos;

VI - estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações e projetos das

políticas sobre drogas;

VII - fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orientações e informações

para apoio aos usuários ou dependentes de drogas;

VIII - articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, renda e capacitação para

o trabalho, com objetivo de promover a inserção profissional da pessoa que haja cumprido o

plano individual de atendimento nas fases de tratamento ou acolhimento;

IX - promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de economia solidária e

o cooperativismo, como forma de promover autonomia ao usuário ou dependente de drogas

egresso de tratamento ou acolhimento, observando-se as especificidades regionais;

X - propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetivação das diretrizes e

princípios previstos no art. 22;

XI - articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no enfrentamento ao abuso

de drogas; e

XII - promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre drogas.

§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar de sua aprovação.

§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de

Políticas sobre Drogas.

Seção II

Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Estados, Distrito Federal e

Municípios, terão os seguintes objetivos:

I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas;

II - colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na execução das políticas

sobre drogas, visando à efetividade das políticas sobre drogas;

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III - propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elaboração de programas,

ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e

econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas;

IV - promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o planejamento das

políticas sobre drogas;

V - propor políticas públicas que permitam a integração e a participação do usuário ou

dependente de drogas no processo social, econômico, político e cultural no respectivo ente

federado; e

VI - desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas em consonância com

o Sisnad e com os respectivos planos.

Seção III

Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-F. (VETADO).

CAPÍTULO III

Art. 9º a Art. 14 (VETADO)

CAPÍTULO IV

DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)

Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que

atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do

respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando

a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.

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Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão

sistema de informações do Poder Executivo.

TÍTULO III

DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE

USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I

DA PREVENÇÃO

Seção I

Das Diretrizes

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei,

aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção

e o fortalecimento dos fatores de proteção.

Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes

princípios e diretrizes:

I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de

vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;

II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as

ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização

das pessoas e dos serviços que as atendam;

III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso

indevido de drogas;

IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do

setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de

drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;

V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades

socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;

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VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como

resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos

objetivos a serem alcançados;

VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em

consideração as suas necessidades específicas;

VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do

uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos

familiares;

IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras,

como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;

X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso

indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;

XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas

instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos

conhecimentos relacionados a drogas;

XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;

XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao

adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho

Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.

Seção II

Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas

Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada

anualmente, na quarta semana de junho.

§ 1º No período de que trata o caput , serão intensificadas as ações de:

I - difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas;

II - promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas;

III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e

econômica de usuários de drogas;

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IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de

drogas;

V - mobilização da comunidade para a participação nas ações de prevenção e enfrentamento

às drogas;

VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 -

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional , na realização de atividades de prevenção ao

uso de drogas.

CAPÍTULO II

DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL

DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO II

DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL

E ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

Seção I

Disposições Gerais

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos

familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à

redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.

Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e

respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou

reintegração em redes sociais.

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Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de

drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer

condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes

do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;

II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do

dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades

socioculturais;

III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a

redução de riscos e de danos sociais e à saúde;

IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que

possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;

V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;

VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

VII - estímulo à capacitação técnica e profissional;

VIII - efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação continuada e ao

trabalho;

IX - observância do plano individual de atendimento na forma do art. 23-B desta Lei;

X - orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas quanto às consequências lesivas

do uso de drogas, ainda que ocasional.

Seção II

Da Educação na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão atendimento nos

programas de educação profissional e tecnológica, educação de jovens e adultos e

alfabetização.

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Seção III

Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-B. (VETADO).

Seção IV

Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas,

respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta

Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.

Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser ordenado em uma

rede de atenção à saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento ambulatorial,

incluindo excepcionalmente formas de internação em unidades de saúde e hospitais gerais

nos termos de normas dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social

e em etapas que permitam:

I - articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a população;

II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidências científicas,

oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou dependente de drogas com

abordagem preventiva e, sempre que indicado, ambulatorial;

III - preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habilidades e projetos

individuais por meio de programas que articulem educação, capacitação para o trabalho,

esporte, cultura e acompanhamento individualizado; e

IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articulada.

§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento, em âmbito

nacional.

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§ 2º A internação de dependentes de drogas somente será realizada em unidades de saúde ou

hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares e deverá ser obrigatoriamente

autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do

Estado onde se localize o estabelecimento no qual se dará a internação.

§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação:

I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do dependente de

drogas;

II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do dependente, a pedido

de familiar ou do responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor público da área de

saúde, da assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de

servidores da área de segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem

a medida.

§ 4º A internação voluntária:

I - deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que optou por este

regime de tratamento;

II - seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por solicitação escrita da

pessoa que deseja interromper o tratamento.

§ 5º A internação involuntária:

I - deve ser realizada após a formalização da decisão por médico responsável;

II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na

hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas

previstas na rede de atenção à saúde;

III - perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 90

(noventa) dias, tendo seu término determinado pelo médico responsável;

IV - a família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, requerer ao médico a

interrupção do tratamento.

§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos

extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.

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§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser informadas, em, no

máximo, de 72 (setenta e duas) horas, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros

órgãos de fiscalização, por meio de sistema informatizado único, na forma do regulamento

desta Lei.

§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema referido no § 7º e o acesso

será permitido apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las, sob pena de

responsabilidade.

§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas comunidades

terapêuticas acolhedoras.

§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual deverão observar, no que

couber, o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001 , que dispõe sobre a proteção e os

direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial

em saúde mental.

Seção V

Do Plano Individual de Atendimento

Art. 23-B . O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de atenção à saúde

dependerá de:

I - avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial; e

II - elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA.

§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e execução do projeto

terapêutico individual a ser adotado, levantando no mínimo:

I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; e

II - o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas ou das pessoas com as

quais convive.

§ 2º (VETADO).

§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsáveis, os quais têm o

dever de contribuir com o processo, sendo esses, no caso de crianças e adolescentes, passíveis

de responsabilização civil, administrativa e criminal, nos termos da Lei nº 8.069, de 13 de julho

de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente .

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§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do primeiro

projeto terapêutico que atender o usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao

longo das diversas fases do atendimento.

§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo:

I - os resultados da avaliação multidisciplinar;

II - os objetivos declarados pelo atendido;

III - a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação profissional;

IV - atividades de integração e apoio à família;

V - formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano individual;

VI - designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimento do previsto no

plano; e

VII - as medidas específicas de atenção à saúde do atendido.

§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do ingresso no

atendimento.

§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano individual de

atendimento são consideradas sigilosas.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às

instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do

usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.

Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da

atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas

poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e

financeira.

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal,

estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm

garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

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Seção VI

Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora

Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na comunidade terapêutica

acolhedora caracteriza-se por:

I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas que visam à

abstinência;

II - adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida como uma etapa

transitória para a reinserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas;

III - ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convivência entre os pares,

atividades práticas de valor educativo e a promoção do desenvolvimento pessoal, vocacionada

para acolhimento ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade social;

IV - avaliação médica prévia;

V - elaboração de plano individual de atendimento na forma do art. 23-B desta Lei; e

VI - vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas.

§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometimentos biológicos e

psicológicos de natureza grave que mereçam atenção médico-hospitalar contínua ou de

emergência, caso em que deverão ser encaminhadas à rede de saúde.

§ 2º (VETADO).

§ 3º (VETADO).

§ 4º (VETADO).

§ 5º (VETADO).

CAPÍTULO III

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,

bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.

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Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para

consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou

colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto

capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e

à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação,

às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo

máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão

aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários,

entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou

privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou

da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos

I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente

a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente,

estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.

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Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz,

atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade

nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,

segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor

do maior salário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art.

28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no

tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV

DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair,

fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar,

remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para

qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais

exigências legais.

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Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na

forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando

auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as

medidas necessárias para a preservação da prova.

§ 1º (Revogado).

§ 2º (Revogado).

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das

cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto nº 2.661, de 8 de

julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema

Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto

no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à

venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,

entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em

desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e

quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece,

tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem

autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima,

insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal

ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de

drogas;

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III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração,

guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem

autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de

drogas.

IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à

preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou

regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis

de conduta criminal preexistente.

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento,

para juntos a consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil

e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de

um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se

dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer

título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho,

instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou

transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois

mil) dias-multa.

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Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,

qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e

duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a

prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §

1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000

(quatro mil) dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à

prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)

dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou

fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200

(duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria

profissional a que pertença o agente.

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Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano

potencial a incolumidade de outrem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da

habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de

liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão

de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo

referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois

terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do

fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão

de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos

prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,

recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se

realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de

dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em

transportes públicos;

IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou

qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por

qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

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Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o

processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na

recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida

de um terço a dois terços.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art.

59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e

a conduta social do agente.

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao

que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um,

segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem

superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.

Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre

cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica

do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e

insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de

suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional

após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente

de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que

tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do

fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este

apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste

artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico

adequado.

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Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das

circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da

omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de

acordo com esse entendimento.

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de

encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com

competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o

disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III

DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo

disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo

Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver

concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na

forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre

os Juizados Especiais Criminais.

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante,

devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta

deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e

providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão

tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a

detenção do agente.

§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a

exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender

conveniente, e em seguida liberado.

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§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados

Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista

no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o

juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de

colaboradores e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I

Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,

comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada

vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da

materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da

droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de

participar da elaboração do laudo definitivo.

§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará

a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas

apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo.

§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de

15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.

§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no § 3º

, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a

destruição total delas.

Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será

feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão,

guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo.

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Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver

preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido

o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária,

remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à

classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto

apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias

da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou

II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao

juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;

II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou

que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3

(três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são

permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério

Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos

especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros

produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a

finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de

tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que

sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de

colaboradores.

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Seção II

Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de

Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10

(dez) dias, adotar uma das seguintes providências:

I - requerer o arquivamento;

II - requisitar as diligências que entender necessárias;

III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que

entender pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa

prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir

preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações,

especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei

nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em

10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a

apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.

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Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e

julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do

assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º , e

34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do

denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias

seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para

atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a

inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do

Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte)

minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum

fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente

e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez)

dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá

apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim

reconhecido na sentença condenatória.

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CAPÍTULO IV

DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do assistente de acusação, ou

mediante representação da autoridade de polícia judiciária, poderá decretar, no curso do

inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias nos casos em que

haja suspeita de que os bens, direitos ou valores sejam produto do crime ou constituam

proveito dos crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do

Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal .

§ 1º (Revogado).

§ 2º (Revogado).

§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de

Processo Penal , o juiz poderá determinar a prática de atos necessários à conservação dos

bens, direitos ou valores.

§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores poderá ser suspensa

pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as

investigações.

Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda

estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, será

determinada, imediatamente, a sua conversão em moeda nacional.

§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie deve ser encaminhada a instituição

financeira, ou equiparada, para alienação na forma prevista pelo Conselho Monetário

Nacional.

§ 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º deste artigo, a moeda

estrangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o seu destino.

§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo,

caso seja verificada a inexistência de valor de mercado, seus espécimes poderão ser

destruídos ou doados à representação diplomática do país de origem.

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§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada em vigor da Medida

Provisória nº 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam custodiados nas dependências do

Banco Central do Brasil devem ser transferidos à Caixa Econômica Federal, no prazo de 360

(trezentos e sessenta) dias, para que se proceda à alienação ou custódia, de acordo com o

previsto nesta Lei.

Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de

transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza

utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela

autoridade de polícia judiciária responsável pela investigação ao juízo competente.

§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que trata o caput ,

determinará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na

forma da legislação específica.

§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará a exposição sucinta do

nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a descrição e especificação

dos objetos, as informações sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se

encontrem.

§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será realizada por oficial de

justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, caso sejam necessários

conhecimentos especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10

(dez) dias.

§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministério Público e o

interessado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas eventuais

divergências, homologará o valor atribuído aos bens.

§ 5º (VETADO).

§ 6º (Revogado).

§ 7º (Revogado).

§ 8º (Revogado).

§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimento da regra estipulada no § 1º deste

artigo.

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§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a regra estabelecida no § 1º deste

artigo.

§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos por meio de hasta pública,

preferencialmente por meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não

inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação judicial.

§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle que

efetuem as averbações necessárias, tão logo tenha conhecimento da apreensão.

§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão

congênere competente para o registro, bem como as secretarias de fazenda, devem proceder

à regularização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematante isento do

pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em

relação ao antigo proprietário.

§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento não podem ser

cobrados do arrematante ou do órgão público alienante como condição para regularização

dos bens.

§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a autoridade de trânsito ou o órgão

congênere competente para o registro poderá emitir novos identificadores dos bens.

Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de que trata o

art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua

responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o

Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos respectivos bens.

§ 1º (Revogado).

§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a

existência do interesse público mencionado no caput deste artigo e indique o órgão que deve

receber o bem.

§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança pública que

participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à

medida.

§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do bem e a respectiva

avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização.

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§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a

qualquer momento quando por este solicitado, informações sobre seu estado de

conservação.

§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz

ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório

de registro e licenciamento em favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia,

ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de

utilização do bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em

favor da União.

§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens utilizados na forma

deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada em razão do transcurso do

tempo e do uso, poderá o interessado requerer nova avaliação judicial.

§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a entidade que utilizou

o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens.

§ 7º (Revogado).

§ 8º (Revogado).

§ 9º (Revogado).

§ 10. (Revogado).

§ 11. (Revogado).

Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao produto da alienação ou a

numerários apreendidos ou que tenham sido convertidos deve ser efetuado na Caixa

Econômica Federal, por meio de documento de arrecadação destinado a essa

finalidade.

§ 1º Os depósitos a que se refere o caput deste artigo devem ser transferidos, pela Caixa

Econômica Federal, para a conta única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer

formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do momento da realização do

depósito, onde ficarão à disposição do Funad.

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§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do depósito será

devolvido a ele pela Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 (três) dias úteis, acrescido de

juros, na forma estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de

1995.

§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da União, o valor do depósito será

transformado em pagamento definitivo, respeitados os direitos de eventuais lesados e de

terceiros de boa-fé.

§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por decisão judicial, devem ser

efetuados como anulação de receita do Funad no exercício em que ocorrer a

devolução.

§ 5º A Caixa Econômica Federal deve manter o controle dos valores depositados ou

devolvidos.

Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre:

I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou objeto de medidas

assecuratórias; e

II - o levantamento dos valores depositados em conta remunerada e a liberação dos bens

utilizados nos termos do art. 62.

§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei

ou objeto de medidas assecuratórias, após decretado seu perdimento em favor da União,

serão revertidos diretamente ao Funad.

§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, direitos e valores declarados

perdidos, indicando o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder

estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.

§ 3º (Revogado).

§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a

requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores

declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se

encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos

termos da legislação vigente.

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§ 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão gestor do Funad, o juíz deve:

I – ordenar às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle que efetuem as

averbações necessárias, caso não tenham sido realizadas quando da apreensão; e

II – determinar, no caso de imóveis, o registro de propriedade em favor da União no cartório

de registro de imóveis competente, nos termos do caput e do parágrafo único do art. 243 da

Constituição Federal, afastada a responsabilidade de terceiros prevista no inciso VI do caput do

art. 134 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), bem como

determinar à Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União a incorporação

e entrega do imóvel, tornando-o livre e desembaraçado de quaisquer ônus para sua

destinação.

§ 5º (VETADO).

§ 6º Na hipótese do inciso II do caput , decorridos 360 (trezentos e sessenta) dias do trânsito

em julgado e do conhecimento da sentença pelo interessado, os bens apreendidos, os que

tenham sido objeto de medidas assecuratórias ou os valores depositados que não forem

reclamados serão revertidos ao Funad.

Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do

acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens,

direitos ou valores.

Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e objeto de

medidas assecuratórias quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a

constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao

pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal.

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Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, proceder à

destinação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja

decretado em favor da União, por meio das seguintes modalidades:

I – alienação, mediante:

a) licitação;

b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos, bem como a comunidades

terapêuticas acolhedoras que contribuam para o alcance das finalidades do Funad;

ou

c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de

junho de 1993;

II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração pública, observadas as finalidades

do Funad;

III – destruição; ou

IV – inutilização.

§ 1º A alienação por meio de licitação deve ser realizada na modalidade leilão, para bens

móveis e imóveis, independentemente do valor de avaliação, isolado ou global, de bem ou de

lotes, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por cento)

do valor da avaliação.

§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º deste artigo será amplamente divulgado em jornais

de grande circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmente no Município em que será

realizado, dispensada a publicação em diário oficial.

§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da administração pública, a

publicidade dada pelo sistema substituirá a publicação em diário oficial e em jornais de grande

circulação.

§ 4º Na alienação de imóveis, o arrematante fica livre do pagamento de encargos e tributos

anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.

§ 5º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves deverão ser observadas as

disposições dos §§ 13 e 15 do art. 61 desta Lei.

§ 6º Aplica-se às alienações de que trata este artigo a proibição relativa à cobrança de multas,

encargos ou tributos prevista no § 14 do art. 61 desta Lei.

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§ 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, pode celebrar convênios ou

instrumentos congêneres com órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal

ou dos Municípios, bem como com comunidades terapêuticas acolhedoras, a fim de dar

imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo.

§ 8º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei, fica autorizada a contratação

da iniciativa privada para a execução das ações de avaliação, de administração e de alienação

dos bens a que se refere esta Lei.

Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública regulamentar os

procedimentos relativos à administração, à preservação e à destinação dos recursos

provenientes de delitos e atos ilícitos e estabelecer os valores abaixo dos quais se deve

proceder à sua destruição ou inutilização.

Art. 63-E. O produto da alienação dos bens apreendidos ou confiscados será revertido

integralmente ao Funad, nos termos do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal,

vedada a sub-rogação sobre o valor da arrematação para saldar eventuais multas, encargos ou

tributos pendentes de pagamento.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não prejudica o ajuizamento de execução

fiscal em relação aos antigos devedores.

Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações às quais esta Lei comine pena máxima

superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito

do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e

aquele compatível com o seu rendimento lícito.

§ 1º A decretação da perda prevista no caput deste artigo fica condicionada à existência de

elementos probatórios que indiquem conduta criminosa habitual, reiterada ou profissional do

condenado ou sua vinculação a organização criminosa.

§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do

condenado todos os bens:

I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha domínio e benefício direto ou indireto, na data

da infração penal, ou recebidos posteriormente; e

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II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do

início da atividade criminal.

§ 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência

lícita do patrimônio.

Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o

Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a

atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à

produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de

equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de

programas relacionados à questão das drogas.

TÍTULO V

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos internos, da

igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos

regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e

outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o

Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e

organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados

para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e

dependentes de drogas;

II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos,

em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;

III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e

seus precursores químicos.

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TÍTULO V-A

DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 65-A . (VETADO).

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a

terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias

entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS

nº 344, de 12 de maio de 1998.

Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em

favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes

básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à

atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.

Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públicos para execução das políticas

sobre drogas deverão garantir o acesso às suas instalações, à documentação e a todos os

elementos necessários à efetiva fiscalização pelos órgãos competentes.

Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos fiscais e

outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido

de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção

não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

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Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou estabelecimentos

hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que

produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de

qualquer outro em que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o

qual tramite o feito:

I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas

instalações;

II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias ao

recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;

III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.

§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos referidos no inciso II

do caput deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área

de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a

ser arrematado.

§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto não arrematado será, ato

contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos

Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.

§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farmacêuticas em

condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da

Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se

caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.

Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal

serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

Art. 71. (VETADO)

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Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício,

mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério

Público, determinará a destruição das amostras guardadas para contraprova, certificando nos

autos.

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal,

visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os

Municípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e

reinserção social de usuários e dependentes de drogas.

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.

Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de

janeiro de 2002.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Título I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade

incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às

pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa

humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei

ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o

desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de

dignidade.

Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e

adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou

cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,

condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que

diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.

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Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público

assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à

infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,

discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer

atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as

exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar

da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Título II

Dos Direitos Fundamentais

Capítulo I

Do Direito à Vida e à Saúde

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação

de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e

harmonioso, em condições dignas de existência.

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Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da

mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção

humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal

integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.

§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária.

§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último

trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito

de opção da mulher.

§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos

recém-nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem

como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação.

§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no

período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do

estado puerperal.

§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães

que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães

que se encontrem em situação de privação de liberdade.

§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante

o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.

§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação

complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de

favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança.

§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto

natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas

por motivos médicos.

§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que

abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às

consultas pós-parto.

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§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância

que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda

às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho,

em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da

criança.

Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser

realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de

disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a

redução da incidência da gravidez na adolescência.

Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a

cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas

prioritariamente ao público adolescente.

Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas

ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de

liberdade.

§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas,

individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de

promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável,

de forma contínua.

§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite

humano ou unidade de coleta de leite humano.

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e

particulares, são obrigados a:

I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo

de dezoito anos;

II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da

impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade

administrativa competente;

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III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no

metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;

IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do

parto e do desenvolvimento do neonato;

V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.

VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à

técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo

técnico já existente.

Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do

adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade

no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.

§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou

segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.

§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem,

medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,

habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado

voltadas às suas necessidades específicas.

§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira

infância receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o

desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário.

Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de

terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a

permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de

criança ou adolescente.

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Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou

degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente

comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras

providências legais.

§ 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção

serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da

Juventude.

§ 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência

social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência

Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do

Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária

da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza,

formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário,

acompanhamento domiciliar.

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica

para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e

campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.

§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades

sanitárias.

§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das

gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado

direcionadas à mulher e à criança.

§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada,

inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,

posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde

bucal.

§ 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo

Sistema Único de Saúde.

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§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida,

de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em

consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento

psíquico.

Capítulo II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como

pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos

e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições

legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral

da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da

autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de

qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

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Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de

castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,

educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos

responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer

pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:

I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física

sobre a criança ou o adolescente que resulte em:

a) sofrimento físico; ou

b) lesão;

II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à

criança ou ao adolescente que:

a) humilhe; ou

b) ameace gravemente; ou

c) ridicularize.

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos

executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças

e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou

tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer

outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes

medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;

II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;

V - advertência.

Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem

prejuízo de outras providências legais.

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Capítulo III

Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária

Seção I

Disposições Gerais

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,

excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em

ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.

§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou

institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a

autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe

interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de

reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades

previstas no art. 28 desta Lei.

§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não

se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao

seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência

em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e

programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos I e IV

do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.

§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de

liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de

acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.

§ 5º Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em

acolhimento institucional.

§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar.

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Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes

ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude.

§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da

Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os

eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal.

§ 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da

gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência

social para atendimento especializado.

§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25

desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.

§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da

família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a

extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de

quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento

familiar ou institucional.

§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai

registral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1º do art. 166

desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.

§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da

família extensa para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a

autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a

guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la.

§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de

adoção, contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência.

§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a

equipe interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida

com os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o

acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.

§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48

desta Lei.

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§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por

suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.

Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar

poderão participar de programa de apadrinhamento.

§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente

vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração

com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e

financeiro.

§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas

nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de

apadrinhamento de que fazem parte.

§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu

desenvolvimento.

§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada

programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota

possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva.

§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da

Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade

civil.

§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos

serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente.

Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos

direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na

forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de

discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.

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Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores,

cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as

determinações judiciais.

Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e

responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser

resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os

direitos da criança estabelecidos nesta Lei.

Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda

ou a suspensão do poder familiar.

§ 1º Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o

adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser

incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.

§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar,

exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem

igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.

Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em

procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de

descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22.

Seção II

Da Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e

seus descendentes.

Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além

da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais

a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.

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Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou

separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou

outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.

Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao

falecimento, se deixar descendentes.

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e

imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer

restrição, observado o segredo de Justiça.

Seção III

Da Família Substituta

Subseção I

Disposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,

independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.

§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe

interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as

implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.

§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento,

colhido em audiência.

§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de

afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da

medida.

§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família

substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que

justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer

caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.

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§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua

preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a

serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos

responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.

§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade

remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:

I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e

tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos

fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;

II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a

membros da mesma etnia;

III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política

indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe

interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer

modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar

adequado.

Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente

a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.

Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente

admissível na modalidade de adoção.

Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e

fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.

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Subseção II

Da Guarda

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou

adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou

incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por

estrangeiros.

§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a

situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido

o direito de representação para a prática de atos determinados.

§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e

efeitos de direito, inclusive previdenciários.

§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária

competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da

guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos

pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação

específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público.

Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e

subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do

convívio familiar.

§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá

preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter

temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.

§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de

acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o

disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.

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§ 3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como

política pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de

crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas, capacitadas e

acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.

§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a

manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de

recursos para a própria família acolhedora.

Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado,

ouvido o Ministério Público.

Subseção III

Da Tutela

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos

incompletos.

Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou

suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda.

Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme

previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código

Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido

destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170

desta Lei.

Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts.

28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última

vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra

pessoa em melhores condições de assumi-la.

Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

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Subseção IV

Da Adoção

Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.

§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando

esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou

extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.

§ 2º É vedada a adoção por procuração.

§ 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive

seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando.

Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já

estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.

Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres,

inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os

impedimentos matrimoniais.

§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de

filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.

§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus

ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação

hereditária.

Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.

§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.

§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou

mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.

§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.

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§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os eX -companheiros podem adotar

conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o

estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja

comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da

guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.

§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando,

será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de

10 de janeiro de 2002 - Código Civil .

§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade,

vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.

Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-

se em motivos legítimos.

Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor

ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.

Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.

§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam

desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.

§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu

consentimento.

Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo

prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as

peculiaridades do caso.

§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou

guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a

conveniência da constituição do vínculo.

§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de

convivência.

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§ 2º -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual

período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.

§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de

convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias,

prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da

autoridade judiciária.

§ 3º -A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo, deverá ser apresentado laudo

fundamentado pela equipe mencionada no § 4º deste artigo, que recomendará ou não o

deferimento da adoção à autoridade judiciária.

§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da

Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis

pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão

relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida.

§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na

comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe,

respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da

criança.

Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil

mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.

§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus

ascendentes.

§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado.

§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do

Município de sua residência.

§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro.

§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles,

poderá determinar a modificação do prenome.

§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do

adotando, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.

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§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva,

exceto na hipótese prevista no § 6º do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à

data do óbito.

§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em

arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a

sua conservação para consulta a qualquer tempo.

§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou

adolescente com deficiência ou com doença crônica.

§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias,

prorrogável uma única vez por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade

judiciária.

Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso

irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após

completar 18 (dezoito) anos.

Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado

menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e

psicológica.

Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais.

Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de

crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na

adoção.

§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado,

ouvido o Ministério Público.

§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requisitos legais, ou

verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.

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§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação

psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,

preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal

de garantia do direito à convivência familiar.

§ 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3º deste artigo incluirá o

contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de

serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da

Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de

acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.

§ 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes

em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.

§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente

serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros

mencionados no § 5º deste artigo.

§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos

cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do

sistema.

§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição

das crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação

familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à

adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5º deste artigo, sob pena de

responsabilidade.

§ 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta alimentação dos

cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira.

§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes habilitados residentes

no País com perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente

inscrito nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da criança ou adolescente

à adoção internacional.

§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o

adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família

cadastrada em programa de acolhimento familiar.

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§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão

fiscalizadas pelo Ministério Público.

§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não

cadastrado previamente nos termos desta Lei quando:

I - se tratar de pedido de adoção unilateral;

II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de

afinidade e afetividade;

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos

ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de

afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações

previstas nos arts. 237ºu 238 desta Lei.

§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do

procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.

§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou

adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde,

além de grupo de irmãos.

Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência

habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das

Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto

n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção.

§ 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil

somente terá lugar quando restar comprovado:

I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto;

II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em

família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de

adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou adolescente,

após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei;

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III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados

ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante

parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28

desta Lei.

§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de

adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro.

§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e

Federal em matéria de adoção internacional.

§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta

Lei, com as seguintes adaptações:

I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro,

deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de

adoção internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua

residência habitual;

II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados

e aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre a identidade, a

capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e

médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção

internacional;

III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade Central Estadual,

com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira;

IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo

psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação

pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigência;

V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela autoridade

consular, observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva

tradução, por tradutor público juramentado;

VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação sobre o

estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida;

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VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da

legislação estrangeira com a nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à

medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do

que dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação

à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano;

VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de

adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou

adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual.

§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os pedidos de

habilitação à adoção internacional sejam intermediados por organismos credenciados.

§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos

nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção

internacional, com posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos

órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet.

§ 3º Somente será admissível o credenciamento de organismos que:

I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e estejam devidamente

credenciados pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida

do adotando para atuar em adoção internacional no Brasil;

II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência profissional, experiência e

responsabilidade exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central Federal

Brasileira;

III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experiência para atuar na

área de adoção internacional;

IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas

estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira.

§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda:

I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos limites fixados pelas

autoridades competentes do país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela

Autoridade Central Federal Brasileira;

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II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhecida idoneidade moral,

com comprovada formação ou experiência para atuar na área de adoção internacional,

cadastradas pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central

Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal competente;

III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país onde estiverem

sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e situação

financeira;

IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, relatório geral das

atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompanhamento das adoções

internacionais efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia

Federal;

V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Estadual, com cópia para a

Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do

relatório será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a

cidadania do país de acolhida para o adotado;

VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes encaminhem à Autoridade

Central Federal Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento estrangeira e do

certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.

§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4º deste artigo pelo organismo

credenciado poderá acarretar a suspensão de seu credenciamento.

§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarregado de intermediar

pedidos de adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos.

§ 7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante requerimento

protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao

término do respectivo prazo de validade.

§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não será

permitida a saída do adotando do território nacional.

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§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de alvará

com autorização de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando,

obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo,

eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão

digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e

certidão de trânsito em julgado.

§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar

informações sobre a situação das crianças e adolescentes adotados

§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que sejam considerados

abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam devidamente

comprovados, é causa de seu descredenciamento.

§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados por mais de uma

entidade credenciada para atuar na cooperação em adoção internacional.

§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá validade

máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada.

§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de adoção, nacionais ou

estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim

como com crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a devida

autorização judicial.

§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspender a concessão de

novos credenciamentos sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo

fundamentado.

Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de

recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de

adoção internacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas.

Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da

Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos

da Criança e do Adolescente

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Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de

Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação

vigente no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida

Convenção, será automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.

§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia,

deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção de

Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira

pelo Superior Tribunal de Justiça.

Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da

autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela

Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos,

que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias

à expedição do Certificado de Naturalização Provisório.

§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de

reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente

contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente.

§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1º deste artigo, o Ministério

Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da

criança ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual,

que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país

de origem.

Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não

tenha sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou,

ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que

não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção

nacional.

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Capítulo IV

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento

de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,

assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares

superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no

mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da

educação básica.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem

como participar da definição das propostas educacionais.

Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recreativas e de

estabelecimentos congêneres assegurar medidas de conscientização, prevenção e

enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas.

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso

na idade própria;

II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente

na rede regular de ensino;

IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a

capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;

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VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material

didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular

importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a

chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.

Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede

regular de ensino.

Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho

Tutelar os casos de:

I - maus-tratos envolvendo seus alunos;

II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;

III - elevados níveis de repetência.

Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a

calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de

crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.

Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos

próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da

criação e o acesso às fontes de cultura.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a

destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas

para a infância e a juventude.

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Capítulo V

Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição

de aprendiz.

Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem

prejuízo do disposto nesta Lei.

Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as

diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:

I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;

II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

III - horário especial para o exercício das atividades.

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos

trabalhistas eprevidenciários.

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.

Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola

técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:

I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;

II - perigoso, insalubre ou penoso;

III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico,

moral e social;

IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.

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Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de

entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao

adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular

remunerada.

§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas

relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto

produtivo.

§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na

venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.

Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os

seguintes aspectos, entre outros:

I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;

II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

Título III

Da Prevenção

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança

e do adolescente.

Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma

articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso

de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de

educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:

I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança

e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento

cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;

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II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria

Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e

com as entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos

direitos da criança e do adolescente;

III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência

social e dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da

criança e do adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção,

à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de

violência contra a criança e o adolescente;

IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência

contra a criança e o adolescente;

V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do

adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o

objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao

uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;

VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de

planos de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de

profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção

e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de

atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção.

Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art. 71,

dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e

comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e

adolescentes.

Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as

pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação,

do cuidado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma deste

Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.

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Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões,

espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em

desenvolvimento.

Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras

decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa

física ou jurídica, nos termos desta Lei.

Capítulo II

Da Prevenção Especial

Seção I

Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos

Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos

públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,

locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.

Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em

lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a

natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.

Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos

classificados como adequados à sua faixa etária.

Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer

nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.

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Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o

público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e

informativas.

Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua

classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.

Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a

venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou

locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.

Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre

a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.

Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e

adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu

conteúdo.

Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens

pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.

Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter

ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e

munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou

congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que

eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e

adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.

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Seção II

Dos Produtos e Serviços

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:

I - armas, munições e explosivos;

II - bebidas alcoólicas;

III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por

utilização indevida;

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam

incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;

V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.

Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou

estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.

Seção III

Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora

da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa

autorização judicial.

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16

(dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região

metropolitana;

b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o

parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

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§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização

válida por dois anos.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou

adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de

documento com firma reconhecida.

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido

em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou

domiciliado no exterior.

Parte Especial

Título I

Da Política de Atendimento

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de

um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos

estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:

I - políticas sociais básicas;

II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção

social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;

III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de

negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;

IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes

desaparecidos;

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V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do

convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e

adolescentes;

VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes

afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou

de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de

irmãos.

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

I - municipalização do atendimento;

II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do

adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a

participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal,

estaduais e municipais;

III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-

administrativa;

IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos

conselhos dos direitos da criança e do adolescente;

V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança

Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização

do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;

VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho

Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para

efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de

acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem

ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta,

em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei;

VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos

da sociedade.

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VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes

áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e

sobre desenvolvimento infantil;

IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente

que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu

desenvolvimento integral;

X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da

violência.

Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos

direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será

remunerada.

Capítulo II

Das Entidades de Atendimento

Seção I

Disposições Gerais

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias

unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-

educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:

I - orientação e apoio sócio-familiar;

II - apoio sócio-educativo em meio aberto;

III - colocação familiar;

IV - acolhimento institucional;

V - prestação de serviços à comunidade;

VI - liberdade assistida;

VII - semiliberdade; e

VIII - internação.

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§ 1º As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus

programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das

inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade

judiciária.

§ 2º Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados

neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados

das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da

prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da

Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4º desta Lei.

§ 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da

Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para

renovação da autorização de funcionamento:

I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à

modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do

Adolescente, em todos os níveis;

II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo

Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;

III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão considerados

os índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme

o caso.

Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de registradas

no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro

ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.

§ 1º Será negado o registro à entidade que:

a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,

salubridade e segurança;

b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;

c) esteja irregularmente constituída;

d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.

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e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à modalidade de

atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em

todos os níveis.

§ 2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua

renovação, observado o disposto no § 1º deste artigo.

Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional

deverão adotar os seguintes princípios:

I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;

II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família

natural ou extensa;

III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;

IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;

V - não desmembramento de grupos de irmãos;

VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e

adolescentes abrigados;

VII - participação na vida da comunidade local;

VIII - preparação gradativa para o desligamento;

IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

§ 1º O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é

equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito.

§ 2º Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou

institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório

circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para

fins da reavaliação prevista no § 1º do art. 19 desta Lei.

§ 3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão

conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou

indiretamente em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar

de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e

Conselho Tutelar.

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§ 4º Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que

desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio

do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança ou

adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do

caput deste artigo.

§ 5º As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional

somente poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios,

exigências e finalidades desta Lei.

§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que desenvolva

programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da

apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal.

§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-

se-á especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente

significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as

de afeto como prioritárias.

Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em

caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação

da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao

Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.

Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público

e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para

promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer

razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de

acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2º do art.

101 desta Lei.

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Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações,

entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de

internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;

IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;

V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;

VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou

impossível o reatamento dos vínculos familiares;

VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,

salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;

VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes

atendidos;

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;

X - propiciar escolarização e profissionalização;

XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;

XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;

XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência

dos resultados à autoridade competente;

XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;

XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de

moléstias infecto-contagiosas;

XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;

XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;

XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os

tiverem;

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XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome

do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento

da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação

e a individualização do atendimento.

§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que

mantêm programas de acolhimento institucional e familiar.

§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão

preferencialmente os recursos da comunidade.

Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e

adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais

capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-

tratos.

Seção II

Da Fiscalização das Entidades

Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão

fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.

Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao

município, conforme a origem das dotações orçamentárias.

Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação

constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou

prepostos:

I - às entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa.

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II - às entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;

c) interdição de unidades ou suspensão de programa;

d) cassação do registro.

§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem

em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público

ou representado perante autoridade judiciária competente para as providências cabíveis,

inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.

§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responderão

pelos danos que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o

descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção específica.

Título II

Das Medidas de Proteção

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os

direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

III - em razão de sua conduta.

Capítulo II

Das Medidas Específicas de Proteção

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou

cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.

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Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas,

preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas:

I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são

os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;

II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma

contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças

e adolescentes são titulares;

III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos

assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos

casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3

(três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade

da execução de programas por entidades não governamentais;

IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender

prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da

consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos

interesses presentes no caso concreto;

V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser

efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;

VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo

que a situação de perigo seja conhecida;

VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e

instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da

criança e do adolescente;

VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à

situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a

decisão é tomada;

IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam

os seus deveres para com a criança e o adolescente;

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X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente

deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família

natural ou extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração em família

adotiva;

XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de

desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser

informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como

esta se processa;

XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia

dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável,

têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos

direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária

competente, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente

poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção

da família, da criança e do adolescente;

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou

ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional;

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;

IX - colocação em família substituta.

§ 1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e

excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo

esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.

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§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência

ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança

ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e

importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse,

de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o

exercício do contraditório e da ampla defesa.

§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam

programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de

Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre

outros:

I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se

conhecidos;

II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência;

III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda;

IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.

§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável

pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de

atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e

fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também

deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios

desta Lei.

§ 5º O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo

programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e

a oitiva dos pais ou do responsável.

§ 6º Constarão do plano individual, dentre outros:

I - os resultados da avaliação interdisciplinar;

II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e

III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente

acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta

vedada por expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a serem tomadas

para sua colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária.

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§ 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos

pais ou do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que

identificada a necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais de

orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a

criança ou com o adolescente acolhido.

§ 8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de

acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que

dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.

§ 9º Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à

família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de

orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério

Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa

recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política

municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder familiar, ou

destituição de tutela ou guarda.

§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso

com a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de

estudos complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajuizamento da

demanda.

§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro

contendo informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento

familiar e institucional sob sua responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a

situação jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração

familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28

desta Lei.

§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da

Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da

Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas

que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e

abreviar o período de permanência em programa de acolhimento.

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Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da

regularização do registro civil.

§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou

adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade

judiciária.

§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são isentos de

multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico

destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de

1992.

§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de

investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a

recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada

para adoção.

§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no

assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta

prioridade.

§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de

paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente.

Título III

Da Prática de Ato Infracional

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas

previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data

do fato.

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Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art.

101.

Capítulo II

Dos Direitos Individuais

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato

infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua

apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão

incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à

pessoa por ele indicada.

Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de

liberação imediata.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de

quarenta e cinco dias.

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de

autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória

pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo

dúvida fundada.

Capítulo III

Das Garantias Processuais

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

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Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:

I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio

equivalente;

II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e

produzir todas as provas necessárias à sua defesa;

III - defesa técnica por advogado;

IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;

V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;

VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do

procedimento.

Capítulo IV

Das Medidas Sócio-Educativas

Seção I

Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao

adolescente as seguintes medidas:

I - advertência;

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semi-liberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as

circunstâncias e a gravidade da infração.

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento

individual e especializado, em local adequado às suas condições.

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Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.

Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a

existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a

hipótese de remissão, nos termos do art. 127.

Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade

e indícios suficientes da autoria.

Seção II

Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e

assinada.

Seção III

Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá

determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do

dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por

outra adequada.

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Seção IV

Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de

interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,

hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas

comunitários ou governamentais.

Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo

ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e

feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal

de trabalho.

Seção V

Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada

para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser

recomendada por entidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer

tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o

Ministério Público e o defensor.

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a

realização dos seguintes encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-

os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;

II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo,

inclusive, sua matrícula;

III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado

de trabalho;

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IV - apresentar relatório do caso.

Seção VI

Do Regime de Semi-liberdade

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de

transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,

independentemente de autorização judicial.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser

utilizados os recursos existentes na comunidade.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições

relativas à internação.

Seção VII

Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de

brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da

entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,

mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.

§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado,

colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o

Ministério Público.

§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá ser revista a qualquer tempo pela

autoridade judiciária.

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Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;

II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3

(três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.

§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local

distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade,

compleição física e gravidade da infração.

Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias

atividades pedagógicas.

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:

I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;

II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;

III - avistar-se reservadamente com seu defensor;

IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;

V - ser tratado com respeito e dignidade;

VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus

pais ou responsável;

VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;

X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;

XI - receber escolarização e profissionalização;

XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:

XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;

XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;

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XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,

recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;

XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em

sociedade.

§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou

responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do

adolescente.

Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe

adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

Capítulo V

Da Remissão

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o

representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do

processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como

à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.

Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária

importará na suspensão ou extinção do processo.

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da

responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente

a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-

liberdade e a internação.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer

tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do

Ministério Público.

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Título IV

Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:

I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e

promoção da família;

II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

alcoólatras e toxicômanos;

III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento

escolar;

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

VII - advertência;

VIII - perda da guarda;

IX - destituição da tutela;

X - suspensão ou destituição do poder familiar.

Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-

se-á o disposto nos arts. 23 e 24.

Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais

ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o

afastamento do agressor da moradia comum.

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de

que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.

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Título V

Do Conselho Tutelar

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado

pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos

nesta Lei.

Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no

mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,

composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro)

anos, permitida recondução por novos processos de escolha.

Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes

requisitos:

I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um anos;

III - residir no município.

Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do

Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é

assegurado o direito a:

I - cobertura previdenciária;

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração

mensal;

III - licença-maternidade;

IV - licença-paternidade;

V - gratificação natalina.

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Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos

recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação

continuada dos conselheiros tutelares.

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e

estabelecerá presunção de idoneidade moral.

Capítulo II

Das Atribuições do Conselho

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as

medidas previstas no art. 101, I a VII;

II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a

VII;

III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,

trabalho e segurança;

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de

suas deliberações.

IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou

penal contra os direitos da criança ou adolescente;

V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art.

101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;

VII - expedir notificações;

VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando

necessário;

IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e

programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

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X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos

no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal ;

XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder

familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto

à família natural.

XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e

treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes.

Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário

o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público,

prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas

para a orientação, o apoio e a promoção social da família.

Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade

judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

Capítulo III

Da Competência

Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.

Capítulo IV

Da Escolha dos Conselheiros

Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em

lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança

e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.

§ 1º O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em

todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do

ano subsequente ao da eleição presidencial.

§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao

processo de escolha.

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§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar,

oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,

inclusive brindes de pequeno valor.

Capítulo V

Dos Impedimentos

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e

descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,

padrasto ou madrasta e enteado.

Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação

à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da

Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.

Título VI

Do Acesso à Justiça

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao

Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.

§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de

defensor público ou advogado nomeado.

§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de

custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.

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Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e

menores de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da

legislação civil ou processual.

Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente,

sempre que os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando

carecer de representação ou assistência legal ainda que eventual.

Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito

a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.

Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou

adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência

e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.

Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o artigo anterior somente

será deferida pela autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada

a finalidade.

Capítulo II

Da Justiça da Infância e da Juventude

Seção I

Disposições Gerais

Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas da

infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por

número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em

plantões.

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Seção II

Do Juiz

Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que

exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.

Art. 147. A competência será determinada:

I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.

§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão,

observadas as regras de conexão, continência e prevenção.

§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos

pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou

adolescente.

§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão,

que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade

judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas

as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.

Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:

I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato

infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;

II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;

III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à

criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;

V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando

as medidas cabíveis;

VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à

criança ou adolescente;

VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.

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Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é

também competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:

a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;

b) conhecer de ações de destituição do poder familiar , perda ou modificação da tutela ou

guarda;

c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;

d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao

exercício do poder familiar;

e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;

f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de

outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou

adolescente;

g) conhecer de ações de alimentos;

h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e

óbito.

Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar,

mediante alvará:

I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou

responsável, em:

a) estádio, ginásio e campo desportivo;

b) bailes ou promoções dançantes;

c) boate ou congêneres;

d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;

e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.

II - a participação de criança e adolescente em:

a) espetáculos públicos e seus ensaios;

b) certames de beleza.

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre

outros fatores:

a) os princípios desta Lei;

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b) as peculiaridades locais;

c) a existência de instalações adequadas;

d) o tipo de freqüência habitual ao local;

e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de crianças e adolescentes;

f) a natureza do espetáculo.

§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a

caso, vedadas as determinações de caráter geral.

Seção III

Dos Serviços Auxiliares

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever

recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da

Infância e da Juventude.

Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem

reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou

verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento,

orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à

autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.

Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores públicos integrantes do Poder

Judiciário responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras

espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a

autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei no

13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) .

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Capítulo III

Dos Procedimentos

Seção I

Disposições Gerais

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as normas

gerais previstas na legislação processual pertinente.

§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos

processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências

judiciais a eles referentes.

§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em

dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em

dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.

Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta

ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as

providências necessárias, ouvido o Ministério Público.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afastamento da criança ou

do adolescente de sua família de origem e em outros procedimentos necessariamente

contenciosos.

Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Seção II

Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar

Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por

provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.

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Art. 156. A petição inicial indicará:

I - a autoridade judiciária a que for dirigida;

II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada

a qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do Ministério Público;

III - a exposição sumária do fato e o pedido;

IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e

documentos.

Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,

decretar a suspensão do poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamento

definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante

termo de responsabilidade.

§ 1º Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, concomitantemente ao

despacho de citação e independentemente de requerimento do interessado, a realização de

estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a

presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o

disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de 2017 .

§ 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a intervenção,

junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1º deste artigo, de

representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, observado o disposto no

§ 6º do art. 28 desta Lei.

Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita,

indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e

documentos.

§ 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização.

§ 2º O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.

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§ 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu

domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar

qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim

de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei

n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) .

§ 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados

por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a

localização.

Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do

próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo,

ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do

despacho de nomeação.

Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá

perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.

Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão

público a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das

partes ou do Ministério Público.

Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social ou a perícia

realizada por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos

autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá

em igual prazo.

§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público,

determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de

suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406,

de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. 24 desta Lei.

§ 2º (Revogado).

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§ 3º Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e

razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau

de compreensão sobre as implicações da medida.

§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em local

conhecido, ressalvados os casos de não comparecimento perante a Justiça quando

devidamente citados.

§ 5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua

apresentação para a oitiva.

Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério

Público, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência

de instrução e julgamento.

§ 1º (Revogado) .

§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas,

colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito,

manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo

de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos.

§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente,

designar data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.

§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo Ministério

Público, não haverá necessidade de nomeação de curador especial em favor da criança ou

adolescente.

Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e

caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir

esforços para preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em família

substituta.

Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será

averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente.

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Seção III

Da Destituição da Tutela

Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a remoção de tutor

previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.

Seção IV

Da Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em família substituta:

I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou companheiro, com

expressa anuência deste;

II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou companheiro, com a

criança ou adolescente, especificando se tem ou não parente vivo;

III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se conhecidos;

IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se possível, uma cópia da

respectiva certidão;

V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à criança ou ao

adolescente.

Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os requisitos específicos.

Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder familiar,

ou houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este

poderá ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos próprios

requerentes, dispensada a assistência de advogado.

§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:

I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assistidas por advogado

ou por defensor público, para verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de

10 (dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo,

tomando por termo as declarações; e

II - declarará a extinção do poder familiar.

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§ 2º O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e

esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,

em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida.

§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do poder familiar e o

direito ao sigilo das informações.

§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na audiência

a que se refere o § 1º deste artigo.

§ 5º O consentimento é retratável até a data da realização da audiência especificada no §

1º deste artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado

da data de prolação da sentença de extinção do poder familiar.

§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança.

§ 7º A família natural e a família substituta receberão a devida orientação por intermédio de

equipe técnica interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,

preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal

de garantia do direito à convivência familiar.

Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério

Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe

interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no caso de

adoção, sobre o estágio de convivência.

Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de convivência, a

criança ou o adolescente será entregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade.

Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a

criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco

dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

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Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a suspensão do poder

familiar constituir pressuposto lógico da medida principal de colocação em família substituta,

será observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.

Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos

do procedimento, observado o disposto no art. 35.

Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à

adoção, o contido no art. 47.

Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em

programa de acolhimento familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por

este responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.

Seção V

Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado

à autoridade judiciária.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,

encaminhado à autoridade policial competente.

Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e

em se tratando de ato infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição

da repartição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso,

encaminhará o adulto à repartição policial própria.

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Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça

a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107,

deverá:

I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;

II - apreender o produto e os instrumentos da infração;

III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da

infração.

Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída

por boletim de ocorrência circunstanciada.

Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente

liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua

apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no

primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão

social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal

ou manutenção da ordem pública.

Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o

adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de

apreensão ou boletim de ocorrência.

§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o

adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do

Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela

autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a

apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer

hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.

Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao

representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

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Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente

na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério

Público relatório das investigações e demais documentos.

Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido

ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à

sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de

responsabilidade.

Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à

vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados

pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá

imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável,

vítima e testemunhas.

Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público

notificará os pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o

concurso das polícias civil e militar.

Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério

Público poderá:

I - promover o arquivamento dos autos;

II - conceder a remissão;

III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.

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Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante

do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os

autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação.

§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará,

conforme o caso, o cumprimento da medida.

§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de

Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro

membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão,

que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.

Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o

arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,

propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que se

afigurar a mais adequada.

§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a

classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser

deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.

§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.

Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o

adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.

Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de

apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da

internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.

§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e

notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado.

§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador

especial ao adolescente.

§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e

apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.

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§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da

notificação dos pais ou responsável.

Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser

cumprida em estabelecimento prisional.

§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o

adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.

§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em

repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas,

não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.

Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária

procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.

§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do

Ministério Público, proferindo decisão.

§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em

regime de semi-liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui

advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação,

podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso.

§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da

audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.

§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na

defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será

dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo

tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade

judiciária, que em seguida proferirá decisão.

Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à

audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua

condução coercitiva.

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Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada

em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.

Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na

sentença:

I - estar provada a inexistência do fato;

II - não haver prova da existência do fato;

III - não constituir o fato ato infracional;

IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será

imediatamente colocado em liberdade.

Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-

liberdade será feita:

I - ao adolescente e ao seu defensor;

II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do

defensor.

§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.

§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não

recorrer da sentença.

Seção V-A

Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual

de Criança e de Adolescente”

Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes

previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-

A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) ,

obedecerá às seguintes regras:

I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que

estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;

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II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de

polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os

nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou

cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas;

III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações,

desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva

necessidade, a critério da autoridade judicial.

§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da

operação de infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste artigo.

§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo, consideram-se:

I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço

de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;

II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário

registrado ou autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou

código de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão.

§ 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser

obtida por outros meios.

Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz

responsável pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.

Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz,

ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de

garantir o sigilo das investigações.

Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet,

colher indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-

B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) .

Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da

investigação responderá pelos excessos praticados.

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Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados

próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações

necessárias à efetividade da identidade fictícia criada.

Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tombado

em livro específico.

Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação

deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério

Público, juntamente com relatório circunstanciado.

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos

em autos apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial,

assegurando-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das

crianças e dos adolescentes envolvidos.

Seção VI

Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade governamental e não-

governamental terá início mediante portaria da autoridade judiciária ou representação do

Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.

Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério

Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante

decisão fundamentada.

Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta

escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.

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Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade judiciária designará

audiência de instrução e julgamento, intimando as partes.

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão cinco dias para

oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade

governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa imediatamente

superior ao afastado, marcando prazo para a substituição.

§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a

remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem

julgamento de mérito.

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou programa de

atendimento.

Seção VII

Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas

de proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou

do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário

credenciado, e assinado por duas testemunhas, se possível.

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas

impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.

§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-

se, em caso contrário, dos motivos do retardamento.

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Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defesa, contado da data da

intimação, que será feita:

I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;

II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do auto ou

da representação ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;

III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu

representante legal;

IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou

de seu representante legal.

Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista dos

autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.

Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na conformidade do artigo

anterior, ou, sendo necessário, designará audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério Público e

o procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais

dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá sentença.

Seção VIII

Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão petição inicial na

qual conste:

I - qualificação completa;

II - dados familiares;

III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao

período de união estável;

IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas;

V - comprovante de renda e domicílio;

VI - atestados de sanidade física e mental

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VII - certidão de antecedentes criminais;

VIII - certidão negativa de distribuição cível.

Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos

ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá:

I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de

elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei;

II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em juízo e testemunhas;

III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras diligências

que entender necessárias.

Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da Justiça da

Infância e da Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que

permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício de uma

paternidade ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei.

§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da

Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela

execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de

apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da Juventude, que

inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de

adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades específicas de

saúde, e de grupos de irmãos.

§ 2º Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação referida no §

1º deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de acolhimento

familiar ou institucional, a ser realizado sob orientação, supervisão e avaliação da equipe

técnica da Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos

técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução

da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.

§ 3º É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institucionalmente ou por

família acolhedora sejam preparados por equipe interprofissional antes da inclusão em família

adotiva.

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Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido no art. 197-

C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das

diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial,

designando, conforme o caso, audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a

autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos

autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.

Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no art. 50

desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de

habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis.

§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela

autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado

ser essa a melhor solução no interesse do adotando.

§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente mediante avaliação

por equipe interprofissional.

§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensável a renovação da

habilitação, bastando a avaliação por equipe interprofissional.

§ 4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes

indicados dentro do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida.

§ 5º A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção ou a devolução da

criança ou do adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na

sua exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de renovação da habilitação, salvo decisão

judicial fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas na legislação vigente.

Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte)

dias, prorrogável por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.

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Capítulo IV

Dos Recursos

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à

execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11

de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as seguintes adaptações:

I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;

II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público

e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias;

III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;

IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do

instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado,

mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;

VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à

superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do

recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte

interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.

Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de apelação.

Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a

apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção

internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.

Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar fica

sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.

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Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder familiar, em

face da relevância das questões, serão processados com prioridade absoluta, devendo ser

imediatamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna

distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente

do Ministério Público.

Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de

60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão.

Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na

sessão, se entender necessário, apresentar oralmente seu parecer.

Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para

apuração de responsabilidades se constatar o descumprimento das providências e do prazo

previstos nos artigos anteriores.

Capítulo V

Do Ministério Público

Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidas nos termos da

respectiva lei orgânica.

Art. 201. Compete ao Ministério Público:

I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;

II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes;

III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e

destituição do poder familiar , nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem

como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da

Juventude;

IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição de

hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de

bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;

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V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais,

difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º

inciso II, da Constituição Federal ;

VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:

a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não

comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou

militar;

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,

estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e

diligências investigatórias;

c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;

VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instauração de

inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à

juventude;

VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e

adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo,

instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à

criança e ao adolescente;

X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as

normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade

civil e penal do infrator, quando cabível;

XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que

trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à

remoção de irregularidades porventura verificadas;

XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares,

educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas

atribuições.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede

a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.

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§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a

finalidade do Ministério Público.

§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a

todo local onde se encontre criança ou adolescente.

§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das

informações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.

§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o

representante do Ministério Público:

a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento,

sob sua presidência;

b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horário

previamente notificados ou acertados;

c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública

afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.

Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o

Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que

terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer diligências,

usando os recursos cabíveis.

Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.

Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será

declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.

Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser

fundamentadas.

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Capítulo VI

Do Advogado

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha

legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei,

através de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por

publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.

Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que dela

necessitarem.

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que

ausente ou foragido, será processado sem defensor.

§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a

todo tempo, constituir outro de sua preferência.

§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo,

devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.

§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido

constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade

judiciária.

Capítulo VII

Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos

direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta

irregular:

I - do ensino obrigatório;

II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;

III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;

IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

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V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e

assistência à saúde do educando do ensino fundamental;

VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à

adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;

VII - de acesso às ações e serviços de saúde;

VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade.

IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e

destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.

X - de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplicação de

medidas de proteção.

XI - de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou

testemunha de violência.

§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses

individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela

Constituição e pela Lei.

§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada

imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos

portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e

internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identificação do desaparecido.

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou

deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,

ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais

superiores.

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Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-se

legitimados concorrentemente:

I - o Ministério Público;

II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;

III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus

fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a

autorização da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.

§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados

na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.

§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério

Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.

Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de

ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo

extrajudicial.

Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as

espécies de ações pertinentes.

§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de Processo Civil.

§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no

exercício de atribuições do poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei,

caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.

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Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o

juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o

resultado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do

provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia,

citando o réu.

§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao

réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,

fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor,

mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.

Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da

Criança e do Adolescente do respectivo município.

§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão

exigidas através de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada

igual iniciativa aos demais legitimados.

§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em

estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.

Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à

parte.

Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao poder público, o juiz

determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da

responsabilidade civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.

Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a

associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual

iniciativa aos demais legitimados.

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Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os honorários advocatícios

arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973

(Código de Processo Civil) , quando reconhecer que a pretensão é manifestamente infundada.

Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores

responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados ao décuplo das

custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.

Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas,

emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.

Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do

Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil,

e indicando-lhe os elementos de convicção.

Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem conhecimento de fatos

que possam ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as

providências cabíveis.

Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades

competentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo

de quinze dias.

Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou

requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações,

exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.

§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da

inexistência de fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos

autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.

§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob

pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério

Público.

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§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do

Conselho Superior do Ministério público, poderão as associações legitimadas apresentar

razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às

peças de informação.

§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho

Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.

§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará,

desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de

julho de 1985 .

Título VII

Dos Crimes e Das Infrações Administrativas

Capítulo I

Dos Crimes

Seção I

Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por

ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.

Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal

e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.

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Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados

por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de

reincidência.

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da

pena aplicada na reincidência.

Seção II

Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à

saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos

no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da

alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do

desenvolvimento do neonato:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de

gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem

como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

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Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem

estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária

competente:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das

formalidades legais.

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de

fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à

pessoa por ele indicada:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame

ou a constrangimento:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997:

Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação

de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente

privado de liberdade:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar

ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

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Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude

de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:

Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou

recompensa:

Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou

adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter

lucro:

Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.

Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena

de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo

intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste

artigo, ou ainda quem com esses contracena.

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:

I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;

II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou

III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou

por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro

título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.

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Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de

sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por

qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo

ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou

adolescente:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de

que trata o caput deste artigo;

II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou

imagens de que trata o caput deste artigo.

§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste artigo são puníveis quando o

responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o

acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra

forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou

adolescente:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a

que se refere o caput deste artigo.

§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às

autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-

C desta Lei, quando a comunicação for feita por:

I – agente público no exercício de suas funções;

II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades

institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes

referidos neste parágrafo;

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III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço

prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia

feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.

§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito

referido.

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou

pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou

qualquer outra forma de representação visual:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza,

distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material

produzido na forma do caput deste artigo.

Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação,

criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou

pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso;

II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir

de forma pornográfica ou sexualmente explícita.

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou

pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em

atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma

criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais.

Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança

ou adolescente arma, munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.

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Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer

forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos

componentes possam causar dependência física ou psíquica:

Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais

grave.

Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança

ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido

potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:

Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2º desta Lei,

à prostituição ou à exploração sexual:

Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na

prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da

Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de

terceiro de boa-fé.

§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que

se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.

§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de

funcionamento do estabelecimento.

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele

praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas

utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.

§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a

infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei n o 8.072, de 25 de julho de

1990 .

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Capítulo II

Das Infrações Administrativas

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e

de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos

de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra

criança ou adolescente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos

direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de

comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial

relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou

adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se

refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou

indiretamente.

§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da

pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da

publicação.

Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)

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Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou

decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho

Tutelar:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem

autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:

Pena – multa.

§ 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá

determinar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.

§ 2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento

será definitivamente fechado e terá sua licença cassada.

Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do

disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e

de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da

diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem

indicar os limites de idade a que não se recomendem:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência, aplicável,

separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.

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Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo ou sem aviso de sua

classificação:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a

autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até

dois dias.

Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente

como inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade poderá

determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze

dias.

Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em

desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade

judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de

reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.

Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o que

dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua

participação no espetáculo:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade

judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

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Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e operacionalização

dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efetuar o

cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou

casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento

institucional ou familiar.

Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde

de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que

tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para adoção:

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou comunitário

destinado à garantia do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação

referida no caput deste artigo.

Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:

Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);

Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o recolhimento da multa

aplicada.

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste Estatuto, elaborará

projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política

de atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II.

Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adaptação de seus órgãos

e programas às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.

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Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do

Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo

essas integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:

I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas pessoas jurídicas

tributadas com base no lucro real; e

II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas físicas na Declaração

de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 .

§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)

§ 1º -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos

fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão

consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de

Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela

Primeira Infância.

§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente

fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e

demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a

forma de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira

infância em áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.

§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento,

regulamentará a comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo.

§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fiscalização da aplicação,

pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos

neste artigo.

§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei n o 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a

dedução de que trata o inciso I do caput :

I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em conjunto com outras

deduções do imposto; e

II - não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do lucro real.

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Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa física poderá optar

pela doação de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de

Ajuste Anual.

§ 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes percentuais aplicados

sobre o imposto apurado na declaração:

I - (VETADO);

II - (VETADO);

III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.

§ 2º A dedução de que trata o caput :

I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado na

declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260;

II - não se aplica à pessoa física que:

a) utilizar o desconto simplificado;

b) apresentar declaração em formulário; ou

c) entregar a declaração fora do prazo;

III - só se aplica às doações em espécie; e

IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor.

§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento da primeira quota ou

quota única do imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do

Brasil.

§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3º implica a glosa definitiva desta

parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto

devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na

legislação.

§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual as

doações feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos

Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional

concomitantemente com a opção de que trata o caput , respeitado o limite previsto no inciso II

do art. 260.

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Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser deduzida:

I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto

trimestralmente; e

II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas jurídicas que apuram o

imposto anualmente.

Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se refere a apuração

do imposto.

Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em espécie ou

em bens.

Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas em conta

específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o

art. 260.

Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da

Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em

favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente do Conselho

correspondente, especificando:

I - número de ordem;

II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente;

III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador;

IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e

V - ano-calendário a que se refere a doação.

§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido anualmente, desde que

discrimine os valores doados mês a mês.

§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação dos bens,

mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando

também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores.

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Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá:

I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil;

II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se tratar de pessoa física, e

na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e

III - considerar como valor dos bens doados:

a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do imposto de renda, desde

que não exceda o valor de mercado;

b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.

Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considerado na determinação do

valor dos bens doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária.

Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo

contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a

Receita Federal do Brasil.

Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da

Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem:

I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;

II - manter controle das doações recebidas; e

III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as doações recebidas mês a

mês, identificando os seguintes dados por doador:

a) nome, CNPJ ou CPF;

b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.

Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da

Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.

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Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital

e municipais divulgarão amplamente à comunidade:

I - o calendário de suas reuniões;

II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à criança e ao

adolescente;

III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos

Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;

IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos

para implementação das ações, por projeto;

V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido, inclusive

com cadastramento na base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a

Adolescência; e

VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos

da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.

Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma de fiscalização da

aplicação dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores

a responder por ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a

requerimento ou representação de qualquer cidadão.

Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR)

encaminhará à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo

eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos números de

inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras

públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.

Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instruções necessárias à

aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K.

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Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, os

registros, inscrições e alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei

serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a entidade.

Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e municípios, e os estados aos

municípios, os recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo

estejam criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos

níveis.

Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles conferidas

serão exercidas pela autoridade judiciária.

Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar

com as seguintes alterações:

1) Art. 121 ............................................................

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de

inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar

imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para

evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o

crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos.

2) Art. 129 ...............................................................

§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

3) Art. 136.................................................................

§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze

anos.

4) Art. 213 ..................................................................

Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de quatro a dez anos.

5) Art. 214...................................................................

Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de três a nove anos.»

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Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973 , fica acrescido do seguinte

item:

"Art. 102 ....................................................................

6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "

Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administração direta ou indireta,

inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão edição

popular do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas e das

entidades de atendimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do

adolescente nos meios de comunicação social.

Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara,

compreensível e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade

inferior a 6 (seis) anos.

Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.

Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas atividades e

campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.

Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de

Menores), e as demais disposições em contrário.

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CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO


LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997

Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à

circulação, rege-se por este Código.

§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em

grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de

carga ou descarga.

§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades

componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas

competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.

§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no

âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em

virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e

serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.

§ 4º (VETADO)

§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito darão

prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-

ambiente.

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Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos,

as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou

entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as

circunstâncias especiais.

Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias

abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por

unidades autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de

uso coletivo.

Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo, bem como aos

proprietários, condutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às pessoas nele

expressamente mencionadas.

Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos deste Código são os constantes

do Anexo I.

CAPÍTULO II

DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades

de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos,

formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema

viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de

penalidades.

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Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:

I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança, à fluidez, ao

conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;

II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios técnicos, financeiros e

administrativos para a execução das atividades de trânsito;

III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações entre os seus diversos

órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo decisório e a integração do Sistema.

Seção II

Da Composição e da Competência do Sistema Nacional de Trânsito

Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades:

I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo

normativo e consultivo;

II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal -

CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores;

III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios;

IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios;

V - a Polícia Rodoviária Federal;

VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e

VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.

Art. 7º-A. A autoridade portuária ou a entidade concessionária de porto organizado poderá

celebrar convênios com os órgãos previstos no art. 7 o, com a interveniência dos Municípios e

Estados, juridicamente interessados, para o fim específico de facilitar a autuação por

descumprimento da legislação de trânsito.

§ 1º O convênio valerá para toda a área física do porto organizado, inclusive, nas áreas dos

terminais alfandegados, nas estações de transbordo, nas instalações portuárias públicas de

pequeno porte e nos respectivos estacionamentos ou vias de trânsito internas.

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§ 2º (VETADO)

§ 3º (VETADO)

Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão os respectivos órgãos e

entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários, estabelecendo os limites

circunscricionais de suas atuações.

Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou órgão da Presidência responsável

pela coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará vinculado o

CONTRAN e subordinado o órgão máximo executivo de trânsito da União.

Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com sede no Distrito Federal e presidido

pelo dirigente do órgão máximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte composição:

I - (VETADO)

II - (VETADO)

III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia;

IV - um representante do Ministério da Educação e do Desporto;

V - um representante do Ministério do Exército;

VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal;

VII - um representante do Ministério dos Transportes;

VIII - (VETADO)

IX - (VETADO)

X - (VETADO)

XI - (VETADO)

XII - (VETADO)

XIII - (VETADO)

XIV - (VETADO)

XV - (VETADO)

XVI - (VETADO)

XVII - (VETADO)

XVIII - (VETADO)

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XIX - (VETADO)

XX - um representante do ministério ou órgão coordenador máximo do Sistema Nacional de

Trânsito;

XXI - (VETADO)

XXII - um representante do Ministério da Saúde.

XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça.

XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

§ 1º (VETADO)

§ 2º (VETADO)

§ 3º (VETADO)

Art. 11. (VETADO)

Art. 12. Compete ao CONTRAN:

I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Código e as diretrizes da Política

Nacional de Trânsito;

II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, objetivando a integração de suas

atividades;

III - (VETADO)

IV - criar Câmaras Temáticas;

V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o funcionamento dos CETRAN e

CONTRANDIFE;

VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;

VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste Código e nas

resoluções complementares;

VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a aplicação das multas por infrações, a

arrecadação e o repasse dos valores arrecadados;

IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à aplicação da legislação de

trânsito;

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X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habilitação, expedição de

documentos de condutores, e registro e licenciamento de veículos;

XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinalização e os dispositivos e

equipamentos de trânsito;

XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões das instâncias inferiores, na forma

deste Código;

XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre conflitos de competência ou

circunscrição, ou, quando necessário, unificar as decisões administrativas; e

XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âmbito da União, dos

Estados e do Distrito Federal.

XV - normatizar o processo de formação do candidato à obtenção da Carteira Nacional de

Habilitação, estabelecendo seu conteúdo didático-pedagógico, carga horária, avaliações,

exames, execução e fiscalização.

Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao CONTRAN, são integradas por

especialistas e têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e embasamento técnico sobre

assuntos específicos para decisões daquele colegiado.

§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas representantes de órgãos e entidades

executivos da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, em igual número,

pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito, além de especialistas representantes dos

diversos segmentos da sociedade relacionados com o trânsito, todos indicados segundo

regimento específico definido pelo CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigente

coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo anterior, serão representados por

pessoa jurídica e devem atender aos requisitos estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão eleitos pelos respectivos membros.

§ 4º (VETADO)

I - (VETADO)

II - (VETADO)

III - (VETADO)

IV - (VETADO)

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Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e ao Conselho de Trânsito do

Distrito Federal - CONTRANDIFE:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito das respectivas

atribuições;

II - elaborar normas no âmbito das respectivas competências;

III - responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos procedimentos normativos

de trânsito;

IV - estimular e orientar a execução de campanhas educativas de trânsito;

V - julgar os recursos interpostos contra decisões:

a) das JARI;

b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de inaptidão permanente

constatados nos exames de aptidão física, mental ou psicológica;

VI - indicar um representante para compor a comissão examinadora de candidatos portadores

de deficiência física à habilitação para conduzir veículos automotores;

VII - (VETADO)

VIII - acompanhar e coordenar as atividades de administração, educação, engenharia,

fiscalização, policiamento ostensivo de trânsito, formação de condutores, registro e

licenciamento de veículos, articulando os órgãos do Sistema no Estado, reportando-se ao

CONTRAN;

IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âmbito dos Municípios; e

X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigências definidas nos §§ 1º e 2º do art.

333.

XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de reavaliação dos exames, junta

especial de saúde para examinar os candidatos à habilitação para conduzir veículos

automotores.

Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados pelo órgão, não cabe recurso na

esfera administrativa.

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Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados pelos Governadores

dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente, e deverão ter reconhecida experiência em

matéria de trânsito.

§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados pelos Governadores dos

Estados e do Distrito Federal, respectivamente.

§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão ser pessoas de reconhecida

experiência em trânsito.

§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CONTRANDIFE é de dois anos, admitida a

recondução.

Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas

Administrativas de Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegiados responsáveis pelo

julgamento dos recursos interpostos contra penalidades por eles impostas.

Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o disposto no inciso VI do art. 12, e

apoio administrativo e financeiro do órgão ou entidade junto ao qual funcionem.

Art. 17. Compete às JARI:

I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;

II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações

complementares relativas aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida;

III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários

informações sobre problemas observados nas autuações e apontados em recursos, e que se

repitam sistematicamente.

Art. 18. (VETADO)

Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a execução das normas e diretrizes

estabelecidas pelo CONTRAN, no âmbito de suas atribuições;

II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos órgãos delegados, ao controle e à

fiscalização da execução da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;

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III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de Trânsito, de Transporte e de

Segurança Pública, objetivando o combate à violência no trânsito, promovendo, coordenando

e executando o controle de ações para a preservação do ordenamento e da segurança do

trânsito;

IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbidade contra a fé pública, o

patrimônio, ou a administração pública ou privada, referentes à segurança do trânsito;

V - supervisionar a implantação de projetos e programas relacionados com a engenharia,

educação, administração, policiamento e fiscalização do trânsito e outros, visando à

uniformidade de procedimento;

VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habilitação de condutores de veículos,

a expedição de documentos de condutores, de registro e licenciamento de veículos;

VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação, os Certificados de

Registro e o de Licenciamento Anual mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados e

do Distrito Federal;

VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação - RENACH;

IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores - RENAVAM;

X - organizar a estatística geral de trânsito no território nacional, definindo os dados a serem

fornecidos pelos demais órgãos e promover sua divulgação;

XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre as ocorrências de acidentes de

trânsito e as estatísticas do trânsito;

XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à segurança e à educação de trânsito;

XIII - coordenar a administração do registro das infrações de trânsito, da pontuação e das

penalidades aplicadas no prontuário do infrator, da arrecadação de multas e do repasse de

que trata o § 1º do art. 320;

XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito informações sobre

registros de veículos e de condutores, mantendo o fluxo permanente de informações com os

demais órgãos do Sistema;

XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes do Ministério da Educação e do

Desporto, de acordo com as diretrizes do CONTRAN, a elaboração e a implementação de

programas de educação de trânsito nos estabelecimentos de ensino;

XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a educação de trânsito;

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XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o trânsito;

XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e entidades do Sistema Nacional de

Trânsito, e submeter à aprovação do CONTRAN, a complementação ou alteração da sinalização

e dos dispositivos e equipamentos de trânsito;

XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e normas de projetos de

implementação da sinalização, dos dispositivos e equipamentos de trânsito aprovados pelo

CONTRAN;

XX – expedir a permissão internacional para conduzir veículo e o certificado de passagem nas

alfândegas mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal ou a

entidade habilitada para esse fim pelo poder público federal;

XXI - promover a realização periódica de reuniões regionais e congressos nacionais de trânsito,

bem como propor a representação do Brasil em congressos ou reuniões internacionais;

XXII - propor acordos de cooperação com organismos internacionais, com vistas ao

aperfeiçoamento das ações inerentes à segurança e educação de trânsito;

XXIII - elaborar projetos e programas de formação, treinamento e especialização do pessoal

encarregado da execução das atividades de engenharia, educação, policiamento ostensivo,

fiscalização, operação e administração de trânsito, propondo medidas que estimulem a

pesquisa científica e o ensino técnico-profissional de interesse do trânsito, e promovendo a

sua realização;

XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito interestadual e internacional;

XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as normas e requisitos de segurança

veicular para fabricação e montagem de veículos, consoante sua destinação;

XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do código marca-modelo dos veículos para

efeito de registro, emplacamento e licenciamento;

XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do CONTRAN, ao ministro ou dirigente

coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;

XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsito e submetê-los, com proposta de

solução, ao Ministério ou órgão coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;

XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e financeiro ao CONTRAN.

XXX - organizar e manter o Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf).

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§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência técnica ou administrativa ou a prática

constante de atos de improbidade contra a fé pública, contra o patrimônio ou contra a

administração pública, o órgão executivo de trânsito da União, mediante aprovação do

CONTRAN, assumirá diretamente ou por delegação, a execução total ou parcial das atividades

do órgão executivo de trânsito estadual que tenha motivado a investigação, até que as

irregularidades sejam sanadas.

§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da União disporá sobre sua estrutura

organizacional e seu funcionamento.

§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios fornecerão, obrigatoriamente, mês a mês, os

dados estatísticos para os fins previstos no inciso X.

§ 4º (VETADO).

Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e estradas federais:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;

II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança

pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da

União e o de terceiros;

III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as medidas

administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remoção de veículos,

objetos, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;

IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimento,

socorro e salvamento de vítimas;

V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos

serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;

VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a

adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao

direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e instalações não autorizadas;

VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas,

adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão

rodoviário federal;

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VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educação de Trânsito;

IX - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo com

as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de

arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à

unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de

prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;

XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores

ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando

solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais.

Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais,

e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;

III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de

controle viário;

IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas;

V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento ostensivo de trânsito, as

respectivas diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;

VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as penalidades de advertência, por

escrito, e ainda as multas e medidas administrativas cabíveis, notificando os infratores e

arrecadando as multas que aplicar;

VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, e escolta de

veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;

VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis, relativas a

infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e

arrecadar as multas que aplicar;

IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as penalidades e

arrecadando as multas nele previstas;

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X - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de

Trânsito;

XI - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo com

as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de

arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à

unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de

prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;

XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores

ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações

específicas dos órgãos ambientais locais, quando solicitado;

XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e estabelecer os

requisitos técnicos a serem observados para a circulação desses veículos.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito

Federal, no âmbito de sua circunscrição:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito das respectivas

atribuições;

II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, aperfeiçoamento, reciclagem e

suspensão de condutores, expedir e cassar Licença de Aprendizagem, Permissão para Dirigir e

Carteira Nacional de Habilitação, mediante delegação do órgão federal competente;

III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança veicular, registrar, emplacar, selar

a placa, e licenciar veículos, expedindo o Certificado de Registro e o Licenciamento Anual,

mediante delegação do órgão federal competente;

IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as diretrizes para o policiamento

ostensivo de trânsito;

V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis

pelas infrações previstas neste Código, excetuadas aquelas relacionadas nos incisos VI e VIII do

art. 24, no exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito;

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VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste Código, com exceção daquelas

relacionadas nos incisos VII e VIII do art. 24, notificando os infratores e arrecadando as multas

que aplicar;

VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos;

VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a suspensão e a cassação do direito

de dirigir e o recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;

IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas;

X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de atividades previstas na legislação de

trânsito, na forma estabelecida em norma do CONTRAN;

XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de

Trânsito;

XII - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de

acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de

arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à

unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de

prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;

XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários

municipais, os dados cadastrais dos veículos registrados e dos condutores habilitados, para

fins de imposição e notificação de penalidades e de arrecadação de multas nas áreas de suas

competências;

XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores

ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quando

solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais locais;

XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sob

coordenação do respectivo CETRAN.

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Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal:

I - (VETADO)

II - (VETADO)

III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme convênio firmado, como agente do

órgão ou entidade executivos de trânsito ou executivos rodoviários, concomitantemente com

os demais agentes credenciados;

IV - (VETADO)

V - (VETADO)

VI - (VETADO)

VII - (VETADO)

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de

sua circunscrição:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais,

e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;

III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de

controle viário;

IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas;

V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de trânsito, as diretrizes para

o policiamento ostensivo de trânsito;

VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres, edificações de uso público e

edificações privadas de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis e as

penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de circulação, estacionamento e

parada previstas neste Código, no exercício regular do poder de polícia de trânsito, notificando

os infratores e arrecadando as multas que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbito de

edificações privadas de uso coletivo, somente para infrações de uso de vagas reservadas em

estacionamentos;

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VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de circulação,

estacionamento e parada previstas neste Código, notificando os infratores e arrecadando as

multas que aplicar;

VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas a

infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e

arrecadar as multas que aplicar;

IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as penalidades e

arrecadando as multas nele previstas;

X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago nas vias;

XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, e escolta de

veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;

XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos

serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;

XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de

arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à

unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de

prontuários dos condutores de uma para outra unidade da Federação;

XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de

Trânsito;

XV - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de

acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação de veículos e reorientação do

tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes;

XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração e propulsão humana e de

tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando multas

decorrentes de infrações;

XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal;

XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sob

coordenação do respectivo CETRAN;

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XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores

ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações

específicas de órgão ambiental local, quando solicitado;

XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e estabelecer os

requisitos técnicos a serem observados para a circulação desses veículos.

§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão exercidas no Distrito

Federal por seu órgão ou entidade executivos de trânsito.

§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, os Municípios deverão integrar-

se ao Sistema Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 deste Código.

Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacional de Trânsito poderão celebrar

convênio delegando as atividades previstas neste Código, com vistas à maior eficiência e à

segurança para os usuários da via.

Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão prestar serviços de capacitação

técnica, assessoria e monitoramento das atividades relativas ao trânsito durante prazo a ser

estabelecido entre as partes, com ressarcimento dos custos apropriados.

CAPÍTULO III

DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA

Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:

I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos,

de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas;

II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou

abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo.

Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar

a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem

como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino.

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Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com

atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.

Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes

normas:

I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente

sinalizadas;

II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais

veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade

e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;

III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não

sinalizado, terá preferência de passagem:

a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por

ela;

b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;

c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;

IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação no mesmo sentido,

são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte,

quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas à

ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade;

V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só poderá ocorrer para

que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;

VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem, respeitadas as demais

normas de circulação;

VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização

e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre

circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente

identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha

intermitente, observadas as seguintes disposições:

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a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os

condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e

parando, se necessário;

b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via

quando o veículo já tiver passado pelo local;

c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só poderá

ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;

d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e

com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste Código;

VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na via,

gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que

devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN;

IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda,

obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Código, exceto

quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;

X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar-se de que:

a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;

b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapassar

um terceiro;

c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que sua

manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário;

XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:

a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do

veículo ou por meio de gesto convencional de braço;

b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma

distância lateral de segurança;

c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz

indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os

cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que

ultrapassou;

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XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de passagem sobre os demais,

respeitadas as normas de circulação.

XIII - (VETADO).

§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X e a e b do inciso XI

aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela faixa da esquerda como

pela da direita.

§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem

decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos

menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propósito de ultrapassá-lo,

deverá:

I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa da direita, sem acelerar

a marcha;

II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual está circulando, sem

acelerar a marcha.

Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão manter distância suficiente

entre si para permitir que veículos que os ultrapassem possam se intercalar na fila com

segurança.

Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de transporte coletivo

que esteja parado, efetuando embarque ou desembarque de passageiros, deverá reduzir a

velocidade, dirigindo com atenção redobrada ou parar o veículo com vistas à segurança dos

pedestres.

Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias com duplo sentido de direção e

pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem visibilidade suficiente, nas passagens de

nível, nas pontes e viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quando houver sinalização

permitindo a ultrapassagem.

Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá efetuar ultrapassagem.

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Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode

executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar

com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.

Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamento lateral, o condutor

deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz

indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço.

Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimentos

de conversão à direita, à esquerda e retornos.

Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote lindeiro a essa via,

deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por ela estejam transitando.

Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a operação de retorno

deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde estes não existirem, o condutor deverá

aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança.

Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor

deverá:

I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bordo direito da pista e

executar sua manobra no menor espaço possível;

II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou da linha

divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulação nos dois sentidos,

ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido.

Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder

passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista

da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.

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Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos locais para isto

determinados, quer por meio de sinalização, quer pela existência de locais apropriados, ou,

ainda, em outros locais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas as

características da via, do veículo, das condições meteorológicas e da movimentação de

pedestres e ciclistas.

Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações:

I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa, durante a noite e

durante o dia nos túneis providos de iluminação pública e nas rodovias;

II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cruzar com outro veículo

ou ao segui-lo;

III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período de tempo, com o

objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção de

ultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar a existência de risco à segurança para

os veículos que circulam no sentido contrário;

IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de posição do veículo quando sob chuva

forte, neblina ou cerração;

V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:

a) em imobilizações ou situações de emergência;

b) quando a regulamentação da via assim o determinar;

VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de placa;

VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o veículo estiver parado

para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias.

Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular de passageiros, quando circularem

em faixas próprias a eles destinadas, e os ciclos motorizados deverão utilizar-se de farol de luz

baixa durante o dia e a noite.

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Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que em toque breve, nas

seguintes situações:

I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes;

II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condutor que se tem o

propósito de ultrapassá-lo.

Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo por razões de

segurança.

Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar constantemente as condições

físicas da via, do veículo e da carga, as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito,

obedecendo aos limites máximos de velocidade estabelecidos para a via, além de:

I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação sem causa justificada,

transitando a uma velocidade anormalmente reduzida;

II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá antes certificar-se de que

pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros condutores, a não ser que haja

perigo iminente;

III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinalização devida, a manobra

de redução de velocidade.

Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve

demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa

deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o

direito de preferência.

Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorável, nenhum condutor

pode entrar em uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veículo

na área do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito transversal.

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Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um veículo no leito viário, em

situação de emergência, deverá ser providenciada a imediata sinalização de advertência, na

forma estabelecida pelo CONTRAN.

Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá restringir-se ao tempo

indispensável para embarque ou desembarque de passageiros, desde que não interrompa ou

perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.

Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regulamentada pelo órgão ou entidade

com circunscrição sobre a via e é considerada estacionamento.

Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos, o veículo deverá

ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da

calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.

§ 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estacionados ou em operação de

carga ou descarga deverão estar situados fora da pista de rolamento.

§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas será feito em posição

perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalização que

determine outra condição.

§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do condutor poderá ser feito somente nos

locais previstos neste Código ou naqueles regulamentados por sinalização específica.

Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou

descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles e para

outros usuários da via.

Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada,

exceto para o condutor.

Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adjacentes às estradas e rodovias

obedecerá às condições de segurança do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade com

circunscrição sobre a via.

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Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios constituídos por unidades autônomas, a

sinalização de regulamentação da via será implantada e mantida às expensas do condomínio,

após aprovação dos projetos pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.

Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela direita da pista, junto à guia da

calçada (meio-fio) ou acostamento, sempre que não houver faixa especial a eles destinada,

devendo seus condutores obedecer, no que couber, às normas de circulação previstas neste

Código e às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.

Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular nas vias quando conduzidos por

um guia, observado o seguinte:

I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser divididos em grupos de tamanho

moderado e separados uns dos outros por espaços suficientes para não obstruir o trânsito;

II - os animais que circularem pela pista de rolamento deverão ser mantidos junto ao bordo da

pista.

Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas vias:

I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;

II - segurando o guidom com as duas mãos;

III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do CONTRAN.

Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão ser

transportados:

I - utilizando capacete de segurança;

II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar atrás do condutor;

III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do CONTRAN.

Art. 56. (VETADO)

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Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita da pista de rolamento,

preferencialmente no centro da faixa mais à direita ou no bordo direito da pista sempre que

não houver acostamento ou faixa própria a eles destinada, proibida a sua circulação nas vias

de trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas.

Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais faixas de trânsito e a da direita for

destinada ao uso exclusivo de outro tipo de veículo, os ciclomotores deverão circular pela faixa

adjacente à da direita.

Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer,

quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a

utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação

regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.

Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a

circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que

dotado o trecho com ciclofaixa.

Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com

circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.

Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização, classificam-se em:

I - vias urbanas:

a) via de trânsito rápido;

b) via arterial;

c) via coletora;

d) via local;

II - vias rurais:

a) rodovias;

b) estradas.

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Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização,

obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito.

§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será de:

I - nas vias urbanas:

a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:

b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;

c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;

d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;

II - nas vias rurais:

a) nas rodovias de pista dupla:

1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e motocicletas;

2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos;

3. (revogado);

b) nas rodovias de pista simples:

1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e motocicletas;

2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos;

c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por hora).

§ 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via poderá

regulamentar, por meio de sinalização, velocidades superiores ou inferiores àquelas

estabelecidas no parágrafo anterior.

Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máxima

estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via.

Art. 63. (VETADO)

Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos

traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN.

Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as

vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo CONTRAN.

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Art. 66. (VETADO)

Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em via aberta à

circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia permissão da autoridade de trânsito

com circunscrição sobre a via e dependerão de:

I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de entidades estaduais a ela

filiadas;

II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via;

III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros;

IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos operacionais em que o órgão ou

entidade permissionária incorrerá.

Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via arbitrará os valores mínimos da

caução ou fiança e do contrato de seguro.

CAPÍTULO III-A

DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS PROFISSIONAIS

Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos motoristas profissionais:

I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros;

II - de transporte rodoviário de cargas.

§ 1º (Revogado).

§ 2º (Revogado).

§ 3º (Revogado).

§ 4º (Revogado).

§ 5º (Revogado).

§ 6º (Revogado).

§ 7º (Revogado).

§ 8º (VETADO).

Art 67-B. VETADO).

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Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 (cinco) horas e meia

ininterruptas veículos de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de transporte

rodoviário de cargas.

§ 1º Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso dentro de cada 6 (seis) horas na

condução de veículo de transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do

tempo de direção desde que não ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia contínuas no exercício

da condução.

§ 1º-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a cada 4 (quatro) horas na

condução de veículo rodoviário de passageiros, sendo facultado o seu fracionamento e o do

tempo de direção.

§ 2º Em situações excepcionais de inobservância justificada do tempo de direção, devidamente

registradas, o tempo de direção poderá ser elevado pelo período necessário para que o

condutor, o veículo e a carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança e o atendimento

demandados, desde que não haja comprometimento da segurança rodoviária.

§ 3º O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e quatro) horas, a observar o

mínimo de 11 (onze) horas de descanso, que podem ser fracionadas, usufruídas no veículo e

coincidir com os intervalos mencionados no § 1º, observadas no primeiro período 8 (oito)

horas ininterruptas de descanso.

§ 4º Entende-se como tempo de direção ou de condução apenas o período em que o condutor

estiver efetivamente ao volante, em curso entre a origem e o destino.

§ 5º Entende-se como início de viagem a partida do veículo na ida ou no retorno, com ou sem

carga, considerando-se como sua continuação as partidas nos dias subsequentes até o

destino.

§ 6º O condutor somente iniciará uma viagem após o cumprimento integral do intervalo de

descanso previsto no § 3º deste artigo.

§ 7º Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passageiros, embarcador, consignatário

de cargas, operador de terminais de carga, operador de transporte multimodal de cargas ou

agente de cargas ordenará a qualquer motorista a seu serviço, ainda que subcontratado, que

conduza veículo referido no caput sem a observância do disposto no § 6º.

Art. 67-D. (VETADO).

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Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por controlar e registrar o tempo de

condução estipulado no art. 67-C, com vistas à sua estrita observância.

§ 1º A não observância dos períodos de descanso estabelecidos no art. 67-C sujeitará o

motorista profissional às penalidades daí decorrentes, previstas neste Código.

§ 2º O tempo de direção será controlado mediante registrador instantâneo inalterável de

velocidade e tempo e, ou por meio de anotação em diário de bordo, ou papeleta ou ficha de

trabalho externo, ou por meios eletrônicos instalados no veículo, conforme norma do

Contran.

§ 3º O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcionar de forma independente de

qualquer interferência do condutor, quanto aos dados registrados.

§ 4º A guarda, a preservação e a exatidão das informações contidas no equipamento

registrador instantâneo inalterável de velocidade e de tempo são de responsabilidade do

condutor.

CAPÍTULO IV

DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS

Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias

urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade

competente permitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que não seja

prejudicial ao fluxo de pedestres.

§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e

deveres.

§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quando não for possível a utilização

destes, a circulação de pedestres na pista de rolamento será feita com prioridade sobre os

veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas

situações em que a segurança ficar comprometida.

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§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quando não for possível a utilização

dele, a circulação de pedestres, na pista de rolamento, será feita com prioridade sobre os

veículos, pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário ao deslocamento de

veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar

comprometida.

§ 4º (VETADO)

§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte a serem construídas, deverá ser

previsto passeio destinado à circulação dos pedestres, que não deverão, nessas condições,

usar o acostamento.

§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para pedestres, o órgão ou entidade

com circunscrição sobre a via deverá assegurar a devida sinalização e proteção para circulação

de pedestres.

Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará precauções de segurança, levando

em conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando

sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que estas existirem numa distância de

até cinqüenta metros dele, observadas as seguintes disposições:

I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via deverá ser feito em sentido

perpendicular ao de seu eixo;

II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou delimitada por marcas sobre a

pista:

a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes;

b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o agente de trânsito

interrompa o fluxo de veículos;

III - nas interseções e em suas proximidades, onde não existam faixas de travessia, os

pedestres devem atravessar a via na continuação da calçada, observadas as seguintes normas:

a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que podem fazê-lo sem obstruir o

trânsito de veículos;

b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão aumentar o seu

percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.

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Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse

fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão

ser respeitadas as disposições deste Código.

Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passagem

será dada preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso

de mudança do semáforo liberando a passagem dos veículos.

Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via manterá, obrigatoriamente, as

faixas e passagens de pedestres em boas condições de visibilidade, higiene, segurança e

sinalização.

CAPÍTULO V

DO CIDADÃO

Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por escrito, aos órgãos ou

entidades do Sistema Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação de

equipamentos de segurança, bem como sugerir alterações em normas, legislação e outros

assuntos pertinentes a este Código.

Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito têm o dever de

analisar as solicitações e responder, por escrito, dentro de prazos mínimos, sobre a

possibilidade ou não de atendimento, esclarecendo ou justificando a análise efetuada, e, se

pertinente, informando ao solicitante quando tal evento ocorrerá.

Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer quais as atribuições dos órgãos e

entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito e como proceder a tais solicitações.

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CAPÍTULO VI

DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os

componentes do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada órgão ou entidade

componente do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão promover, dentro de sua estrutura

organizacional ou mediante convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos

moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os cronogramas das campanhas de

âmbito nacional que deverão ser promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema

Nacional de Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias escolares, feriados

prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.

§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão promover outras

campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo com as peculiaridades locais.

§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter permanente, e os serviços de rádio e

difusão sonora de sons e imagens explorados pelo poder público são obrigados a difundi-las

gratuitamente, com a freqüência recomendada pelos órgãos competentes do Sistema

Nacional de Trânsito.

Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º

graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema

Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, nas respectivas áreas de atuação.

Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Ministério da Educação e do

Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das Universidades

Brasileiras, diretamente ou mediante convênio, promoverá:

I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar com conteúdo

programático sobre segurança de trânsito;

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II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas escolas de formação para o

magistério e o treinamento de professores e multiplicadores;

III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e análise de dados

estatísticos relativos ao trânsito;

IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto aos núcleos

interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à integração universidades-sociedade

na área de trânsito.

Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério da Saúde, mediante

proposta do CONTRAN, estabelecer campanha nacional esclarecendo condutas a serem

seguidas nos primeiros socorros em caso de acidente de trânsito.

Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por intermédio do Sistema Único de

Saúde - SUS, sendo intensificadas nos períodos e na forma estabelecidos no art. 76.

Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades componentes do Sistema Nacional de

Trânsito os mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E para a veiculação de mensagens

educativas de trânsito em todo o território nacional, em caráter suplementar às campanhas

previstas nos arts. 75 e 77.

Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou promoção, nos meios de

comunicação social, de produto oriundo da indústria automobilística ou afim, incluirá,

obrigatoriamente, mensagem educativa de trânsito a ser conjuntamente veiculada.

§ 1º Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se produtos oriundos da indústria

automobilística ou afins:

I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie, incluídos os de passageiros e os

de carga;

II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos veículos mencionados no inciso I.

§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda de natureza comercial, veiculada

por iniciativa do fabricante do produto, em qualquer das seguintes modalidades:

I – rádio;

II – televisão;

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III – jornal;

IV – revista;

V – outdoor.

§ 3º Para efeito do disposto no § 2º, equiparam-se ao fabricante o montador, o encarroçador, o

importador e o revendedor autorizado dos veículos e demais produtos discriminados no §

1º deste artigo.

Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada em outdoor instalado à margem de

rodovia, dentro ou fora da respectiva faixa de domínio, a obrigação prevista no art. 77-B

estende-se à propaganda de qualquer tipo de produto e anunciante, inclusive àquela de

caráter institucional ou eleitoral.

Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) especificará o conteúdo e o padrão de

apresentação das mensagens, bem como os procedimentos envolvidos na respectiva

veiculação, em conformidade com as diretrizes fixadas para as campanhas educativas de

trânsito a que se refere o art. 75.

Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo com as condições fixadas nos arts.

77-A a 77-D constitui infração punível com as seguintes sanções:

I – advertência por escrito;

II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de qualquer outra propaganda do

produto, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias;

III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete reais) a R$ 8.135,00 (oito mil, cento e

trinta e cinco reais), cobrada do dobro até o quíntuplo em caso de reincidência.

§ 1º As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente, conforme dispuser o

regulamento.

§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer infração acarretará a imediata

suspensão da veiculação da peça publicitária até que sejam cumpridas as exigências fixadas

nos arts. 77-A a 77-D.

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Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto, do Trabalho, dos Transportes e

da Justiça, por intermédio do CONTRAN, desenvolverão e implementarão programas

destinados à prevenção de acidentes.

Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos valores arrecadados destinados à

Previdência Social, do Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos

Automotores de Via Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974,

serão repassados mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para

aplicação exclusiva em programas de que trata este artigo.

Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar convênio com os órgãos

de educação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, objetivando o

cumprimento das obrigações estabelecidas neste capítulo.

CAPÍTULO VII

DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via, sinalização prevista neste

Código e em legislação complementar, destinada a condutores e pedestres, vedada a

utilização de qualquer outra.

§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem perfeitamente visível e

legível durante o dia e a noite, em distância compatível com a segurança do trânsito, conforme

normas e especificações do CONTRAN.

§ 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e por período prefixado, a

utilização de sinalização não prevista neste Código.

§ 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização nas vias internas pertencentes aos

condomínios constituídos por unidades autônomas e nas vias e áreas de estacionamento de

estabelecimentos privados de uso coletivo é de seu proprietário.

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Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, publicidade, inscrições,

vegetação e mobiliário que possam gerar confusão, interferir na visibilidade da sinalização e

comprometer a segurança do trânsito.

Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos suportes, ou junto a

ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se relacionem

com a mensagem da sinalização.

Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas ou símbolos ao longo das vias

condiciona-se à prévia aprovação do órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.

Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá retirar ou

determinar a imediata retirada de qualquer elemento que prejudique a visibilidade da

sinalização viária e a segurança do trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.

Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via à

travessia de pedestres deverão ser sinalizados com faixas pintadas ou demarcadas no leito da

via.

Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas, estacionamentos ou garagens de

uso coletivo deverão ter suas entradas e saídas devidamente identificadas, na forma

regulamentada pelo CONTRAN.

Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que trata o inciso XVII do art. 181

desta Lei deverão ser sinalizadas com as respectivas placas indicativas de destinação e com

placas informando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.

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Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:

I - verticais;

II - horizontais;

III - dispositivos de sinalização auxiliar;

IV - luminosos;

V - sonoros;

VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.

Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua construção, ou reaberta ao

trânsito após a realização de obras ou de manutenção, enquanto não estiver devidamente

sinalizada, vertical e horizontalmente, de forma a garantir as condições adequadas de

segurança na circulação.

Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá ser afixada sinalização específica

e adequada.

Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:

I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais;

II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;

III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.

Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por inobservância à sinalização

quando esta for insuficiente ou incorreta.

§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é responsável pela

implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação.

§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se refere à interpretação, colocação

e uso da sinalização.

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CAPÍTULO VIII

DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO

OSTENSIVO DE TRÂNSITO

Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamentos a serem adotados em todo o

território nacional quando da implementação das soluções adotadas pela Engenharia de

Tráfego, assim como padrões a serem praticados por todos os órgãos e entidades do Sistema

Nacional de Trânsito.

Art. 92. (VETADO)

Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa transformar-se em pólo atrativo de trânsito

poderá ser aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade com circunscrição sobre a via

e sem que do projeto conste área para estacionamento e indicação das vias de acesso

adequadas.

Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança de veículos e pedestres, tanto na

via quanto na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devida e imediatamente

sinalizado.

Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações transversais e de sonorizadores como

redutores de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão ou entidade

competente, nos padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou interromper a livre circulação de

veículos e pedestres, ou colocar em risco sua segurança, será iniciada sem permissão prévia

do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via.

§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução ou manutenção da obra ou do

evento.

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§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via

avisará a comunidade, por intermédio dos meios de comunicação social, com quarenta e oito

horas de antecedência, de qualquer interdição da via, indicando-se os caminhos alternativos a

serem utilizados.

§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo será punido com multa de R$ 81,35 (oitenta e

um reais e trinta e cinco centavos) a R$ 488,10 (quatrocentos e oitenta e oito reais e dez

centavos), independentemente das cominações cíveis e penais cabíveis, além de multa diária

no mesmo valor até a regularização da situação, a partir do prazo final concedido pela

autoridade de trânsito, levando-se em consideração a dimensão da obra ou do evento e o

prejuízo causado ao trânsito.

§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância de qualquer das normas previstas

neste e nos arts. 93 e 94, a autoridade de trânsito aplicará multa diária na base de cinqüenta

por cento do dia de vencimento ou remuneração devida enquanto permanecer a

irregularidade.

CAPÍTULO IX

DOS VEÍCULOS

Seção I

Disposições Gerais

Art. 96. Os veículos classificam-se em:

I - quanto à tração:

a) automotor;

b) elétrico;

c) de propulsão humana;

d) de tração animal;

e) reboque ou semi-reboque;

II - quanto à espécie:

a) de passageiros:

1 - bicicleta;

2 - ciclomotor;

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3 - motoneta;

4 - motocicleta;

5 - triciclo;

6 - quadriciclo;

7 - automóvel;

8 - microônibus;

9 - ônibus;

10 - bonde;

11 - reboque ou semi-reboque;

12 - charrete;

b) de carga:

1 - motoneta;

2 - motocicleta;

3 - triciclo;

4 - quadriciclo;

5 - caminhonete;

6 - caminhão;

7 - reboque ou semi-reboque;

8 - carroça;

9 - carro-de-mão;

c) misto:

1 - camioneta;

2 - utilitário;

3 - outros;

d) de competição;

e) de tração:

1 - caminhão-trator;

2 - trator de rodas;

3 - trator de esteiras;

4 - trator misto;

f) especial;

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g) de coleção;

III - quanto à categoria:

a) oficial;

b) de representação diplomática, de repartições consulares de carreira ou organismos

internacionais acreditados junto ao Governo brasileiro;

c) particular;

d) de aluguel;

e) de aprendizagem.

Art. 97. As características dos veículos, suas especificações básicas, configuração e condições

essenciais para registro, licenciamento e circulação serão estabelecidas pelo CONTRAN, em

função de suas aplicações.

Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autorização da autoridade

competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo modificações de suas características

de fábrica.

Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que sofrerem alterações ou

conversões são obrigados a atender aos mesmos limites e exigências de emissão de poluentes

e ruído previstos pelos órgãos ambientais competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade

executora das modificações e ao proprietário do veículo a responsabilidade pelo cumprimento

das exigências.

Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veículo cujo peso e dimensões

atenderem aos limites estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesagem ou pela verificação de

documento fiscal, na forma estabelecida pelo CONTRAN.

§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bruto total e peso bruto transmitido

por eixo de veículos à superfície das vias, quando aferido por equipamento, na forma

estabelecida pelo CONTRAN.

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§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem de veículos serão aferidos de

acordo com a metodologia e na periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou

entidade de metrologia legal.

Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar com lotação de

passageiros, com peso bruto total, ou com peso bruto total combinado com peso por eixo,

superior ao fixado pelo fabricante, nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da

unidade tratora.

§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros poderão ser dotados de pneus

extralargos.

§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extralargos para os demais veículos.

§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte de passageiros de até 15 m (quinze

metros) de comprimento na configuração de chassi 8x2.

Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte de carga indivisível, que

não se enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN, poderá ser

concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito,

com prazo certo, válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança consideradas

necessárias.

§ 1º A autorização será concedida mediante requerimento que especificará as características

do veículo ou combinação de veículos e de carga, o percurso, a data e o horário do

deslocamento inicial.

§ 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilidade por eventuais danos que o

veículo ou a combinação de veículos causar à via ou a terceiros.

§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser concedida, pela

autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo de seis

meses, atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias.

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Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente equipado quando transitar, de modo a

evitar o derramamento da carga sobre a via.

Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mínimos e a forma de proteção das cargas

de que trata este artigo, de acordo com a sua natureza.

Seção II

Da Segurança dos Veículos

Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando atendidos os requisitos e condições de

segurança estabelecidos neste Código e em normas do CONTRAN.

§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores de veículos deverão

emitir certificado de segurança, indispensável ao cadastramento no RENAVAM, nas condições

estabelecidas pelo CONTRAN.

§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a periodicidade para que os

fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores comprovem o atendimento

aos requisitos de segurança veicular, devendo, para isso, manter disponíveis a qualquer tempo

os resultados dos testes e ensaios dos sistemas e componentes abrangidos pela legislação de

segurança veicular.

Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de segurança, de controle de emissão

de gases poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, na forma e

periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os itens de segurança e pelo CONAMA para

emissão de gases poluentes e ruído.

§ 1º (VETADO)

§ 2º (VETADO)

§ 3º (VETADO)

§ 4º (VETADO)

§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção aos veículos reprovados na inspeção

de segurança e na de emissão de gases poluentes e ruído.

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§ 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, durante 3 (três) anos a partir do primeiro

licenciamento, os veículos novos classificados na categoria particular, com capacidade para até

7 (sete) passageiros, desde que mantenham suas características originais de fábrica e não se

envolvam em acidente de trânsito com danos de média ou grande monta.

§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que trata o § 6º será de 2 (dois) anos, desde

que mantenham suas características originais de fábrica e não se envolvam em acidente de

trânsito com danos de média ou grande monta.

Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo

CONTRAN:

I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica do CONTRAN, com exceção dos

veículos destinados ao transporte de passageiros em percursos em que seja permitido viajar

em pé;

II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de transporte de passageiros com

mais de dez lugares e os de carga com peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e

trinta e seis quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e

tempo;

III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos automotores, segundo normas

estabelecidas pelo CONTRAN;

IV - (VETADO)

V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído, segundo

normas estabelecidas pelo CONTRAN.

VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais,

e espelho retrovisor do lado esquerdo.

VII - equipamento suplementar de retenção - air bag frontal para o condutor e o passageiro do

banco dianteiro.

§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obrigatórios dos veículos e determinará

suas especificações técnicas.

§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou acessório proibido, sendo o

infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas previstas neste Código.

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§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores de veículos e os

revendedores devem comercializar os seus veículos com os equipamentos obrigatórios

definidos neste artigo, e com os demais estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do disposto neste artigo.

§ 5º A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo será progressivamente

incorporada aos novos projetos de automóveis e dos veículos deles derivados, fabricados,

importados, montados ou encarroçados, a partir do 1o (primeiro) ano após a definição pelo

Contran das especificações técnicas pertinentes e do respectivo cronograma de implantação e

a partir do 5o (quinto) ano, após esta definição, para os demais automóveis zero quilômetro de

modelos ou projetos já existentes e veículos deles derivados.

§ 6º A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo não se aplica aos veículos

destinados à exportação.

Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação de veículo ou, ainda, quando

ocorrer substituição de equipamento de segurança especificado pelo fabricante, será exigido,

para licenciamento e registro, certificado de segurança expedido por instituição técnica

credenciada por órgão ou entidade de metrologia legal, conforme norma elaborada pelo

CONTRAN.

Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo de

passageiros, deverão satisfazer, além das exigências previstas neste Código, às condições

técnicas e aos requisitos de segurança, higiene e conforto estabelecidos pelo poder

competente para autorizar, permitir ou conceder a exploração dessa atividade.

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Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com circunscrição sobre a via

poderá autorizar, a título precário, o transporte de passageiros em veículo de carga ou misto,

desde que obedecidas as condições de segurança estabelecidas neste Código e pelo

CONTRAN.

Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá exceder a doze meses, prazo a

partir do qual a autoridade pública responsável deverá implantar o serviço regular de

transporte coletivo de passageiros, em conformidade com a legislação pertinente e com os

dispositivos deste Código.

Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao transporte de passageiros só pode

ser realizado de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.

Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas características para competição ou

finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas com licença especial da autoridade de

trânsito, em itinerário e horário fixados.

Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:

I - (VETADO)

II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em movimento, salvo nos

que possuam espelhos retrovisores em ambos os lados.

III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas, quando

comprometer a segurança do veículo, na forma de regulamentação do CONTRAN.

Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter publicitário ou qualquer outra que

possa desviar a atenção dos condutores em toda a extensão do pára-brisa e da traseira dos

veículos, salvo se não colocar em risco a segurança do trânsito.

Art. 112.(Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999)

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Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras e fabricantes de veículos e

autopeças são responsáveis civil e criminalmente por danos causados aos usuários, a

terceiros, e ao meio ambiente, decorrentes de falhas oriundas de projetos e da qualidade dos

materiais e equipamentos utilizados na sua fabricação.

Seção III

Da Identificação do Veículo

Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres gravados no chassi ou no

monobloco, reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o CONTRAN.

§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a identificar o veículo,

seu fabricante e as suas características, além do ano de fabricação, que não poderá ser

alterado.

§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de prévia autorização da autoridade

executiva de trânsito e somente serão processadas por estabelecimento por ela credenciado,

mediante a comprovação de propriedade do veículo, mantida a mesma identificação anterior,

inclusive o ano de fabricação.

§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade executiva de trânsito,

fazer, ou ordenar que se faça, modificações da identificação de seu veículo.

Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio de placas dianteira e traseira,

sendo esta lacrada em sua estrutura, obedecidas as especificações e modelos estabelecidos

pelo CONTRAN.

§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo e o acompanharão até a

baixa do registro, sendo vedado seu reaproveitamento.

§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacional serão usadas somente pelos

veículos de representação pessoal do Presidente e do Vice-Presidente da República, dos

Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, do Presidente e dos Ministros do

Supremo Tribunal Federal, dos Ministros de Estado, do Advogado-Geral da União e do

Procurador-Geral da República.

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§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribunais Federais, dos Governadores,

Prefeitos, Secretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes das Assembléias Legislativas, das

Câmaras Municipais, dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do

respectivo chefe do Ministério Público e ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão

placas especiais, de acordo com os modelos estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de qualquer

natureza ou a executar trabalhos de construção ou de pavimentação são sujeitos ao registro

na repartição competente, se transitarem em via pública, dispensados o licenciamento e o

emplacamento.

§ 4º-A. Os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar

maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas, desde que facultados a transitar em via

pública, são sujeitos ao registro único, sem ônus, em cadastro específico do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível aos componentes do Sistema Nacional de

Trânsito.

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso bélico.

§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da placa dianteira.

§ 7º Excepcionalmente, mediante autorização específica e fundamentada das respectivas

corregedorias e com a devida comunicação aos órgãos de trânsito competentes, os veículos

utilizados por membros do Poder Judiciário e do Ministério Público que exerçam competência

ou atribuição criminal poderão temporariamente ter placas especiais, de forma a impedir a

identificação de seus usuários específicos, na forma de regulamento a ser emitido,

conjuntamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho Nacional do Ministério

Público - CNMP e pelo Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.

§ 8º Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola (jericos), para efeito do registro de

que trata o § 4º-A, ficam dispensados da exigência prevista no art. 106. (

§ 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a identificação do veículo ao qual estão

atreladas são dispensadas da utilização do lacre previsto no caput, na forma a ser

regulamentada pelo Contran.

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Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distrito Federal, devidamente

registrados e licenciados, somente quando estritamente usados em serviço reservado de

caráter policial, poderão usar placas particulares, obedecidos os critérios e limites

estabelecidos pela legislação que regulamenta o uso de veículo oficial.

Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de passageiros deverão conter, em

local facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto total (PBT), do peso

bruto total combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT) e de sua lotação, vedado

o uso em desacordo com sua classificação.

CAPÍTULO X

DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, independentemente de sua origem, em

trânsito entre o Brasil e os países com os quais exista acordo ou tratado internacional, reger-

se-á pelas disposições deste Código, pelas convenções e acordos internacionais ratificados.

Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle de fronteira comunicarão

diretamente ao RENAVAM a entrada e saída temporária ou definitiva de veículos.

§ 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território nacional sem o prévio

pagamento ou o depósito, judicial ou administrativo, dos valores correspondentes às infrações

de trânsito cometidas e ao ressarcimento de danos que tiverem causado ao patrimônio

público ou de particulares, independentemente da fase do processo administrativo ou judicial

envolvendo a questão.

§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem o cumprimento do disposto no § 1º e

que posteriormente forem flagrados tentando ingressar ou já em circulação no território

nacional serão retidos até a regularização da situação.

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CAPÍTULO XI

DO REGISTRO DE VEÍCULOS

Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-reboque, deve ser

registrado perante o órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no

Município de domicílio ou residência de seu proprietário, na forma da lei.

§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal somente registrarão

veículos oficiais de propriedade da administração direta, da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, de qualquer um dos poderes, com indicação expressa, por pintura

nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículo será

registrado, excetuando-se os veículos de representação e os previstos no art. 116.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso bélico.

Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Registro de Veículo - CRV de acordo

com os modelos e especificações estabelecidos pelo CONTRAN, contendo as características e

condições de invulnerabilidade à falsificação e à adulteração.

Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veículo o órgão executivo de trânsito

consultará o cadastro do RENAVAM e exigirá do proprietário os seguintes documentos:

I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou documento equivalente expedido

por autoridade competente;

II - documento fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores, quando se tratar de veículo

importado por membro de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de

representações de organismos internacionais e de seus integrantes.

Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de Veículo quando:

I - for transferida a propriedade;

II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;

III - for alterada qualquer característica do veículo;

IV - houver mudança de categoria.

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§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário adotar as

providências necessárias à efetivação da expedição do novo Certificado de Registro de Veículo

é de trinta dias, sendo que nos demais casos as providências deverão ser imediatas.

§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no mesmo Município, o proprietário

comunicará o novo endereço num prazo de trinta dias e aguardará o novo licenciamento para

alterar o Certificado de Licenciamento Anual.

§ 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao órgão executivo de trânsito que

expediu o anterior e ao RENAVAM.

Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de Veículo serão exigidos os

seguintes documentos:

I - Certificado de Registro de Veículo anterior;

II - Certificado de Licenciamento Anual;

III - comprovante de transferência de propriedade, quando for o caso, conforme modelo e

normas estabelecidas pelo CONTRAN;

IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de poluentes e ruído, quando houver

adaptação ou alteração de características do veículo;

V - comprovante de procedência e justificativa da propriedade dos componentes e agregados

adaptados ou montados no veículo, quando houver alteração das características originais de

fábrica;

VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no caso de veículo da categoria de

missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de representações de organismos

internacionais e de seus integrantes;

VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida no Município do registro anterior,

que poderá ser substituída por informação do RENAVAM;

VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito

vinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas;

IX - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)

X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art. 98, quando houver alteração nas

características originais do veículo que afetem a emissão de poluentes e ruído;

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XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de poluentes e ruído, quando for o caso,

conforme regulamentações do CONTRAN e do CONAMA.

Parágrafo único. O disposto no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica à regularização de

bens apreendidos ou confiscados na forma da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.

Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os agregados e as características

originais do veículo deverão ser prestadas ao RENAVAM:

I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no caso de veículo nacional;

II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por pessoa física;

III - pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa jurídica.

Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM serão repassadas ao órgão

executivo de trânsito responsável pelo registro, devendo este comunicar ao RENAVAM, tão

logo seja o veículo registrado.

Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou destinado à desmontagem, deverá

requerer a baixa do registro, no prazo e forma estabelecidos pelo Contran, vedada a

remontagem do veículo sobre o mesmo chassi de forma a manter o registro anterior.

Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da companhia seguradora ou do

adquirente do veículo destinado à desmontagem, quando estes sucederem ao proprietário.

Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetuará a baixa do registro após prévia

consulta ao cadastro do RENAVAM.

Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta comunicada, de imediato, ao

RENAVAM.

Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de Veículo enquanto houver débitos

fiscais e de multas de trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo, independentemente da

responsabilidade pelas infrações cometidas.

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Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão humana e dos veículos de

tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio

ou residência de seus proprietários.

Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a

arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, diretamente ou mediante convênio.

CAPÍTULO XII

DO LICENCIAMENTO

Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-reboque, para transitar

na via, deverá ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito do Estado, ou do

Distrito Federal, onde estiver registrado o veículo.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso bélico.

§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é válido, durante o exercício, o

licenciamento de origem.

Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado

ao Certificado de Registro, no modelo e especificações estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao registro.

§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando quitados os débitos relativos a

tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo,

independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas.

§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar sua aprovação nas inspeções de

segurança veicular e de controle de emissões de gases poluentes e de ruído, conforme

disposto no art. 104.

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Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamento e terão sua circulação regulada

pelo CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o Município de destino.

§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veículos importados, durante o trajeto

entre a alfândega ou entreposto alfandegário e o Município de destino.

§ 2º(Revogado pela Lei nº 13.154, de 2015)

Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual.

Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no momento da fiscalização, for possível ter

acesso ao devido sistema informatizado para verificar se o veículo está licenciado.

Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo deverá encaminhar ao

órgão executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópia autenticada do

comprovante de transferência de propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de

ter que se responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências até

a data da comunicação.

Parágrafo único. O comprovante de transferência de propriedade de que trata o caput poderá

ser substituído por documento eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran.

Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo de passageiros

de linhas regulares ou empregados em qualquer serviço remunerado, para registro,

licenciamento e respectivo emplacamento de característica comercial, deverão estar

devidamente autorizados pelo poder público concedente.

CAPÍTULO XIII

DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES

Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução coletiva de escolares somente

poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos de

trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto:

I - registro como veículo de passageiros;

II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança;

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III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros de largura, à meia

altura, em toda a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico ESCOLAR,

em preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui

indicadas devem ser invertidas;

IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades da parte superior

dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte traseira;

VI - cintos de segurança em número igual à lotação;

VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior deverá ser afixada na parte interna do

veículo, em local visível, com inscrição da lotação permitida, sendo vedada a condução de

escolares em número superior à capacidade estabelecida pelo fabricante.

Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de escolares deve satisfazer os

seguintes requisitos:

I - ter idade superior a vinte e um anos;

II - ser habilitado na categoria D;

III - (VETADO)

IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações

médias durante os doze últimos meses;

V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamentação do CONTRAN.

Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal de aplicar as exigências

previstas em seus regulamentos, para o transporte de escolares.

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CAPÍTULO XIII-A

DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE

Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte remunerado de mercadorias

– moto-frete – somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou

entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto:

I – registro como veículo da categoria de aluguel;

II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do veículo, destinado a

proteger o motor e a perna do condutor em caso de tombamento, nos termos de

regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito – Contran;

III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos termos de regulamentação do

Contran;

IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança.

§ 1º A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de cargas deve estar de

acordo com a regulamentação do Contran.

§ 2º É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou tóxicos e de galões nos

veículos de que trata este artigo, com exceção do gás de cozinha e de galões contendo água

mineral, desde que com o auxílio de side-car, nos termos de regulamentação do Contran.

Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal ou estadual de

aplicar as exigências previstas em seus regulamentos para as atividades de moto-frete no

âmbito de suas circunscrições.

CAPÍTULO XIV

DA HABILITAÇÃO

Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será apurada por meio de

exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado ou do

Distrito Federal, do domicílio ou residência do candidato, ou na sede estadual ou distrital do

próprio órgão, devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:

I - ser penalmente imputável;

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II - saber ler e escrever;

III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.

Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação serão cadastradas no RENACH.

Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à aprendizagem para conduzir veículos

automotores e elétricos e à autorização para conduzir ciclomotores serão regulamentados

pelo CONTRAN.

§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal ficará a

cargo dos Municípios.

§ 2º (VETADO)

Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro país está subordinado às condições

estabelecidas em convenções e acordos internacionais e às normas do CONTRAN.

Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a E, obedecida a seguinte

gradação:

I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro

lateral;

II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo peso

bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito

lugares, excluído o do motorista;

III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujo peso

bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;

IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, cuja

lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;

V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre

nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada

tenha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8

(oito) lugares.

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§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado no mínimo há um ano

na categoria B e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente

em infrações médias, durante os últimos doze meses.

§ 2º São os condutores da categoria B autorizados a conduzir veículo automotor da espécie

motor-casa, definida nos termos do Anexo I deste Código, cujo peso não exceda a 6.000 kg

(seis mil quilogramas), ou cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motorista.

§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combinação de veículos com mais de uma

unidade tracionada, independentemente da capacidade de tração ou do peso bruto total.

Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equipamento automotor

destinado à movimentação de cargas ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, de

construção ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por condutor

habilitado nas categorias C, D ou E.

Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos automotores destinados a executar

trabalhos agrícolas poderão ser conduzidos em via pública também por condutor habilitado na

categoria B.

Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veículo de transporte coletivo

de passageiros, de escolares, de emergência ou de produto perigoso, o candidato deverá

preencher os seguintes requisitos:

I - ser maior de vinte e um anos;

II - estar habilitado:

a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ano na categoria C, quando

pretender habilitar-se na categoria D; e

b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria E;

III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações

médias durante os últimos doze meses;

IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de prática veicular em

situação de risco, nos termos da normatização do CONTRAN.

Parágrafo único. A participação em curso especializado previsto no inciso IV independe da

observância do disposto no inciso III.

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§ 2º (VETADO).

Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir ambulâncias, o candidato deverá

comprovar treinamento especializado e reciclagem em cursos específicos a cada 5 (cinco)

anos, nos termos da normatização do Contran.

Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor deverá realizar exames

complementares exigidos para habilitação na categoria pretendida.

Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames realizados pelo órgão

executivo de trânsito, na seguinte ordem:

I - de aptidão física e mental;

II - (VETADO)

III - escrito, sobre legislação de trânsito;

IV - de noções de primeiros socorros, conforme regulamentação do CONTRAN;

V - de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da categoria para a qual estiver

habilitando-se.

§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos respectivos examinadores serão

registrados no RENACH.

§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a cada cinco anos, ou a

cada três anos para condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, no local de

residência ou domicílio do examinado.

§ 3º O exame previsto no § 2º incluirá avaliação psicológica preliminar e complementar sempre

que a ele se submeter o condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo-se

esta avaliação para os demais candidatos apenas no exame referente à primeira habilitação.

§ 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou de progressividade de doença que

possa diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o prazo previsto no § 2º poderá ser

diminuído por proposta do perito examinador.

§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa informação incluída na

sua Carteira Nacional de Habilitação, conforme especificações do Conselho Nacional de

Trânsito – Contran.

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Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada acessibilidade de comunicação,

mediante emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do

processo de habilitação.

§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas dos cursos que precedem os

exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de subtitulação com

legenda oculta associada à tradução simultânea em Libras.

§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência auditiva requerer, no ato de sua

inscrição, os serviços de intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas práticas e

teóricas.

Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção veicular, poderão ser aplicados por

entidades públicas ou privadas credenciadas pelo órgão executivo de trânsito dos Estados e do

Distrito Federal, de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.

§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamente, curso de direção defensiva e

de conceitos básicos de proteção ao meio ambiente relacionados com o trânsito.

§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Dirigir, com validade de um ano.

§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao condutor no término de um ano,

desde que o mesmo não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima

ou seja reincidente em infração média.

§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo em vista a incapacidade de

atendimento do disposto no parágrafo anterior, obriga o candidato a reiniciar todo o processo

de habilitação.

§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá dispensar os tripulantes de

aeronaves que apresentarem o cartão de saúde expedido pelas Forças Armadas ou pelo

Departamento de Aeronáutica Civil, respectivamente, da prestação do exame de aptidão física

e mental.

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Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se a exames toxicológicos

para a habilitação e renovação da Carteira Nacional de Habilitação.

§ 1º O exame de que trata este artigo buscará aferir o consumo de substâncias psicoativas

que, comprovadamente, comprometam a capacidade de direção e deverá ter janela de

detecção mínima de 90 (noventa) dias, nos termos das normas do Contran.

§ 2º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Habilitação com validade

de 5 (cinco) anos deverão fazer o exame previsto no § 1º no prazo de 2 (dois) anos e 6 (seis)

meses a contar da realização do disposto no caput.

§ 3º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Habilitação com validade

de 3 (três) anos deverão fazer o exame previsto no § 1º no prazo de 1 (um) ano e 6 (seis) meses

a contar da realização do disposto no caput.

§ 4º É garantido o direito de contraprova e de recurso administrativo no caso de resultado

positivo para o exame de que trata o caput, nos termos das normas do Contran.

§ 5º A reprovação no exame previsto neste artigo terá como consequência a suspensão do

direito de dirigir pelo período de 3 (três) meses, condicionado o levantamento da suspensão

ao resultado negativo em novo exame, e vedada a aplicação de outras penalidades, ainda que

acessórias.

§ 6º O resultado do exame somente será divulgado para o interessado e não poderá ser

utilizado para fins estranhos ao disposto neste artigo ou no § 6º do art. 168 da Consolidação

das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.

§ 7º O exame será realizado, em regime de livre concorrência, pelos laboratórios credenciados

pelo Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, nos termos das normas do Contran,

vedado aos entes públicos:

I - fixar preços para os exames;

II - limitar o número de empresas ou o número de locais em que a atividade pode ser exercida;

III - estabelecer regras de exclusividade territorial.

Art. 149. (VETADO)

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Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, o condutor que não tenha curso

de direção defensiva e primeiros socorros deverá a eles ser submetido, conforme

normatização do CONTRAN.

Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contratados para operar a sua frota de

veículos é obrigada a fornecer curso de direção defensiva, primeiros socorros e outros

conforme normatização do CONTRAN.

Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre legislação de trânsito ou de direção

veicular, o candidato só poderá repetir o exame depois de decorridos quinze dias da

divulgação do resultado.

Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante comissão integrada por 3 (três)

membros designados pelo dirigente do órgão executivo local de trânsito.

§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos um membro deverá ser habilitado

na categoria igual ou superior à pretendida pelo candidato.

§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e bombeiros dos órgãos de segurança

pública da União, dos Estados e do Distrito Federal que possuírem curso de formação de

condutor ministrado em suas corporações serão dispensados, para a concessão do

documento de habilitação, dos exames aos quais se houverem submetido com aprovação

naquele curso, desde que neles sejam observadas as normas estabelecidas pelo Contran.

§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar interessado na dispensa de que trata o §

2º instruirá seu requerimento com ofício do comandante, chefe ou diretor da unidade

administrativa onde prestar serviço, do qual constarão o número do registro de identificação,

naturalidade, nome, filiação, idade e categoria em que se habilitou a conduzir, acompanhado

de cópia das atas dos exames prestados.

§ 4º (VETADO)

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Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a identificação de seus instrutores e

examinadores, que serão passíveis de punição conforme regulamentação a ser estabelecida

pelo CONTRAN.

Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e examinadores serão de

advertência, suspensão e cancelamento da autorização para o exercício da atividade,

conforme a falta cometida.

Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores serão identificados por uma faixa

amarela, de vinte centímetros de largura, pintada ao longo da carroçaria, à meia altura, com a

inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.

Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para aprendizagem, quando autorizado

para servir a esse fim, deverá ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia altura, faixa

branca removível, de vinte centímetros de largura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.

Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e elétrico será realizada por instrutor

autorizado pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, pertencente ou

não à entidade credenciada.

Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização para aprendizagem, de acordo com a

regulamentação do CONTRAN, após aprovação nos exames de aptidão física, mental, de

primeiros socorros e sobre legislação de trânsito.

Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para prestação de serviço pelas auto-

escolas e outras entidades destinadas à formação de condutores e às exigências necessárias

para o exercício das atividades de instrutor e examinador.

Art. 157. (VETADO)

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Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se:

I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão executivo de trânsito;

II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.

§ 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na aprendizagem poderá conduzir

apenas mais um acompanhante.

§ 2º Parte da aprendizagem será obrigatoriamente realizada durante a noite, cabendo ao

CONTRAN fixar-lhe a carga horária mínima correspondente.

Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único e de acordo com as

especificações do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste Código, conterá

fotografia, identificação e CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a documento de

identidade em todo o território nacional.

§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação

quando o condutor estiver à direção do veículo.

§ 2º (VETADO)

§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação será regulamentada pelo

CONTRAN.

§ 4º (VETADO)

§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir somente terão validade para

a condução de veículo quando apresentada em original.

§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expedida e a da autoridade expedidora

serão registradas no RENACH.

§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RENACH, agregando-se neste todas

as informações.

§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habilitação ou a emissão de uma nova

via somente será realizada após quitação de débitos constantes do prontuário do condutor.

§ 9º (VETADO)

§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condicionada ao prazo de vigência do

exame de aptidão física e mental.

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§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na vigência do Código anterior, será

substituída por ocasião do vencimento do prazo para revalidação do exame de aptidão física e

mental, ressalvados os casos especiais previstos nesta Lei.

Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser submetido a novos exames

para que possa voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN,

independentemente do reconhecimento da prescrição, em face da pena concretizada na

sentença.

§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser submetido aos exames

exigidos neste artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de trânsito, assegurada ampla

defesa ao condutor.

§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva estadual de trânsito poderá

apreender o documento de habilitação do condutor até a sua aprovação nos exames

realizados.

CAPÍTULO XV

DAS INFRAÇÕES

Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da

legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às

penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas

no Capítulo XIX.

Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN terão suas

penalidades e medidas administrativas definidas nas próprias resoluções.

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Art. 162. Dirigir veículo:

I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para

Conduzir Ciclomotor:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes);

Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;

II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir

Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito de dirigir:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes);

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo até a

apresentação de condutor habilitado;

III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de categoria diferente da

do veículo que esteja conduzindo:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (duas vezes);

Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;

IV - (VETADO)

V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de trinta dias:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e retenção do

veículo até a apresentação de condutor habilitado;

VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição, de prótese física ou as

adaptações do veículo impostas por ocasião da concessão ou da renovação da licença para

conduzir:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento da irregularidade ou

apresentação de condutor habilitado.

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Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições previstas no artigo anterior:

Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;

Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;

Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do artigo anterior.

Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 tome posse do

veículo automotor e passe a conduzi-lo na via:

Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;

Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;

Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art. 162.

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que

determine dependência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses.

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo,

observado o disposto no § 4º do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do

Código de Trânsito Brasileiro.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no

período de até 12 (doze) meses.

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento

que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma

estabelecida pelo art. 277:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo,

observado o disposto no § 4º do art. 270.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no

período de até 12 (doze) meses

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Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mesmo habilitada, por seu

estado físico ou psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com segurança:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conforme previsto no

art. 65:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo infrator.

Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de

segurança especiais estabelecidas neste Código:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.

Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais

veículos:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.

Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos, água ou detritos:

Infração - média;

Penalidade - multa.

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Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 173. Disputar corrida:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no

período de 12 (doze) meses da infração anterior.

Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e demonstração de

perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, sem permissão da

autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

§ 1º As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes.

§ 2º Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de 12

(doze) meses da infração anterior.

Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante

arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no

período de 12 (doze) meses da infração anterior.

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Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:

I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;

II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo para o trânsito no

local;

III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da perícia;

IV - de adotar providências para remover o veículo do local, quando determinadas por policial

ou agente da autoridade de trânsito;

V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à confecção do boletim

de ocorrência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.

Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de trânsito quando

solicitado pela autoridade e seus agentes:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar providências para

remover o veículo do local, quando necessária tal medida para assegurar a segurança e a

fluidez do trânsito:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública, salvo nos casos de

impedimento absoluto de sua remoção e em que o veículo esteja devidamente sinalizado:

I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

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II - nas demais vias:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 181. Estacionar o veículo:

I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a um metro:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito rápido e das vias

dotadas de acostamento:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

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VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou tampas de poços de visita de

galerias subterrâneas, desde que devidamente identificados, conforme especificação do

CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como

nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de rolamento,

marcas de canalização, gramados ou jardim público:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada à entrada ou saída de veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

X - impedindo a movimentação de outro veículo:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos e pedestres:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

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Medida administrativa - remoção do veículo;

XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de embarque ou desembarque

de passageiros de transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização, no intervalo

compreendido entre dez metros antes e depois do marco do ponto:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XIV - nos viadutos, pontes e túneis:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XV - na contramão de direção:

Infração - média;

Penalidade - multa;

XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente freado e sem calço de segurança, quando

se tratar de veículo com peso bruto total superior a três mil e quinhentos quilogramas:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XVII - em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela sinalização (placa

- Estacionamento Regulamentado):

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela sinalização (placa - Proibido

Estacionar):

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

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XIX - em locais e horários de estacionamento e parada proibidos pela sinalização (placa -

Proibido Parar e Estacionar):

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo.

XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou idosos, sem credencial que comprove

tal condição:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo.

§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito aplicará a penalidade

preferencialmente após a remoção do veículo.

§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o calço de segurança na via.

Art. 182. Parar o veículo:

I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal:

Infração - média;

Penalidade - multa;

II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a um metro:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:

Infração - média;

Penalidade - multa;

IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito rápido e das demais

vias dotadas de acostamento:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

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VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, refúgios, canteiros centrais e

divisores de pista de rolamento e marcas de canalização:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos e pedestres:

Infração - média;

Penalidade - multa;

VIII - nos viadutos, pontes e túneis:

Infração - média;

Penalidade - multa;

IX - na contramão de direção:

Infração - média;

Penalidade - multa;

X - em local e horário proibidos especificamente pela sinalização (placa - Proibido Parar):

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal luminoso:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 184. Transitar com o veículo:

I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circulação exclusiva para determinado

tipo de veículo, exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conversões à direita:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de circulação exclusiva para

determinado tipo de veículo:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

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III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com circulação destinada aos veículos

de transporte público coletivo de passageiros, salvo casos de força maior e com autorização do

poder público competente:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida Administrativa - remoção do veículo.

Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de conservá-lo:

I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação, exceto em situações de

emergência;

II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:

I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapassar outro veículo e apenas pelo

tempo necessário, respeitada a preferência do veículo que transitar em sentido contrário:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único de circulação:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela regulamentação estabelecida pela

autoridade competente:

I - para todos os tipos de veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa;

II - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)

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Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou perturbando o trânsito:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores, de socorro de

incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias,

quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentados

de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com prioridade de passagem

devidamente identificada por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação

vermelha intermitentes:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos opostos, estejam na

iminência de passar um pelo outro ao realizar operação de ultrapassagem:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no

período de até 12 (doze) meses da infração anterior.

Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e os

demais, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade,

as condições climáticas do local da circulação e do veículo:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

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Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas,

refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos,

marcas de canalização, gramados e jardins públicos:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes).

Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pequenas manobras e de

forma a não causar riscos à segurança:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de trânsito ou de seus

agentes:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto regulamentar de braço ou luz

indicadora de direção do veículo, o início da marcha, a realização da manobra de parar o

veículo, a mudança de direção ou de faixa de circulação:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para a faixa mais à esquerda ou mais

à direita, dentro da respectiva mão de direção, quando for manobrar para um desses lados:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando solicitado:

Infração - média;

Penalidade - multa.

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Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver colocado na faixa

apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo ou de escolares, parado para

embarque ou desembarque de passageiros, salvo quando houver refúgio de segurança para o

pedestre:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros ao passar

ou ultrapassar bicicleta:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 202. Ultrapassar outro veículo:

I - pelo acostamento;

II - em interseções e passagens de nível;

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes).

Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:

I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;

II - nas faixas de pedestre;

III - nas pontes, viadutos ou túneis;

IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas, cruzamentos ou qualquer

outro impedimento à livre circulação;

V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de fluxos opostos do tipo linha dupla

contínua ou simples contínua amarela:

Infração - gravíssima;

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Penalidade - multa (cinco vezes).

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no

período de até 12 (doze) meses da infração anterior.

Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, para aguardar a oportunidade de

cruzar a pista ou entrar à esquerda, onde não houver local apropriado para operação de

retorno:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre cortejo, préstito, desfile e formações

militares, salvo com autorização da autoridade de trânsito ou de seus agentes:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 206. Executar operação de retorno:

I - em locais proibidos pela sinalização;

II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;

III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamento ou canteiros de divisões de

pista de rolamento, refúgios e faixas de pedestres e nas de veículos não motorizados;

IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da via transversal;

V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que em locais permitidos:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à esquerda em locais proibidos pela

sinalização:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

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Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou sem sinalização ou dispositivos

auxiliares, deixar de adentrar às áreas destinadas à pesagem de veículos ou evadir-se para não

efetuar o pagamento do pedágio:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.

Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal luminoso, cancela, bloqueio

viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva marcha for interceptada:

I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, desfiles e outros:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

II - por agrupamento de veículos, como cortejos, formações militares e outros:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

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Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado:

I - que se encontre na faixa a ele destinada;

II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veículo;

III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização a ele destinada;

V - que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:

I - em interseção não sinalizada:

a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória;

b) a veículo que vier da direita;

II - nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê a Preferência:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequadamente posicionado para

ingresso na via e sem as precauções com a segurança de pedestres e de outros veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar preferência de passagem a

pedestres e a outros veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa.

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Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, medida por

instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e

demais vias:

I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por cento):

Infração - média;

Penalidade - multa;

II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte por cento) até 50%

(cinqüenta por cento):

Infração - grave;

Penalidade - multa;

III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cinqüenta por cento):

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do direito de dirigir e apreensão do

documento de habilitação.

Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da velocidade máxima

estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições de

tráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do

trânsito:

I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos, préstitos e desfiles:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo agente da autoridade de trânsito,

mediante sinais sonoros ou gestos;

III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acostamento;

IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinalizada;

V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada;

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VI - nos trechos em curva de pequeno raio;

VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência de obras ou trabalhadores na pista;

VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;

IX - quando houver má visibilidade;

X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou avariado;

XI - à aproximação de animais na pista;

XII - em declive;

XIII - ao ultrapassar ciclista:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de

passageiros ou onde haja intensa movimentação de pedestres:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desacordo com as especificações e

modelos estabelecidos pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização e apreensão das placas

irregulares.

Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que confecciona, distribui ou coloca, em

veículo próprio ou de terceiros, placas de identificação não autorizadas pela regulamentação.

Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de emergência, o sistema de

iluminação vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e

salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados:

Infração - média;

Penalidade - multa.

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Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de forma a perturbar a

visão de outro condutor:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias providas de iluminação pública:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os demais condutores e, à noite, não

manter acesas as luzes externas ou omitir-se quanto a providências necessárias para tornar

visível o local, quando:

I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou permanecer no acostamento;

II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada imediatamente:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha sido utilizado para sinalização

temporária da via:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 227. Usar buzina:

I - em situação que não a de simples toque breve como advertência ao pedestre ou a

condutores de outros veículos;

II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;

III - entre as vinte e duas e as seis horas;

IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;

V - em desacordo com os padrões e freqüências estabelecidas pelo CONTRAN:

Infração - leve;

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Penalidade - multa.

Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou freqüência que não sejam

autorizados pelo CONTRAN:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que produza sons e ruído que

perturbem o sossego público, em desacordo com normas fixadas pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 230. Conduzir o veículo:

I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro elemento de

identificação do veículo violado ou falsificado;

II - transportando passageiros em compartimento de carga, salvo por motivo de força maior,

com permissão da autoridade competente e na forma estabelecida pelo CONTRAN;

III - com dispositivo anti-radar;

IV - sem qualquer uma das placas de identificação;

V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;

VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condições de legibilidade e visibilidade:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VII - com a cor ou característica alterada;

VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular, quando obrigatória;

IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante;

X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pelo CONTRAN;

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XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso, deficiente ou

inoperante;

XII - com equipamento ou acessório proibido;

XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de sinalização alterados;

XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo viciado ou defeituoso,

quando houver exigência desse aparelho;

XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter publicitário afixados ou pintados

no pára-brisa e em toda a extensão da parte traseira do veículo, excetuadas as hipóteses

previstas neste Código;

XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas ou não, painéis

decorativos ou pinturas;

XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela legislação;

XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou reprovado na

avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista no art. 104;

XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

XX - sem portar a autorização para condução de escolares, na forma estabelecida no art. 136:

Infração – gravíssima;

Penalidade – multa (cinco vezes);

Medida administrativa – remoção do veículo;

XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições previstas neste Código;

XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com lâmpadas queimadas:

Infração - média;

Penalidade - multa.

XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no art. 67-C, relativamente ao tempo de

permanência do condutor ao volante e aos intervalos para descanso, quando se tratar de

veículo de transporte de carga ou coletivo de passageiros:

Infração - média;

Penalidade - multa;

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Medida administrativa - retenção do veículo para cumprimento do tempo de descanso

aplicável.

XXIV- (VETADO).

§ 1º Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 12 (doze) meses, será convertida,

automaticamente, a penalidade disposta no inciso XXIII em infração grave.

§ 2º Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação do veículo fica condicionada ao

pagamento ou ao depósito, judicial ou administrativo, da multa.

Art. 231. Transitar com o veículo:

I - danificando a via, suas instalações e equipamentos;

II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:

a) carga que esteja transportando;

b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;

c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixados pelo CONTRAN;

IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos legalmente ou

pela sinalização, sem autorização:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância quando aferido por equipamento,

na forma a ser estabelecida pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou fração de excesso de peso

apurado, constante na seguinte tabela:

a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco reais e trinta e dois centavos);

b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos quilogramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e

quatro centavos);

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c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas) - R$ 21,28 (vinte e um reais e vinte e

oito centavos);

d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) - R$ 31,92 (trinta e um reais e noventa e

dois centavos);

e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilogramas) - R$ 42,56 (quarenta e dois reais e

cinquenta e seis centavos);

f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ 53,20 (cinquenta e três reais e vinte

centavos);

Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da carga excedente;

VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela autoridade competente para

transitar com dimensões excedentes, ou quando a mesma estiver vencida:

Infração - grave;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VII - com lotação excedente;

VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não for licenciado para

esse fim, salvo casos de força maior ou com permissão da autoridade competente:

Infração – gravíssima;

Penalidade – multa;

Medida administrativa – remoção do veículo;

IX - desligado ou desengrenado, em declive:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo;

X - excedendo a capacidade máxima de tração:

Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre o excesso de peso apurado e a

capacidade máxima de tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN;

Penalidade - multa;

Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de carga excedente.

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Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos incisos V e X, o veículo que transitar

com excesso de peso ou excedendo à capacidade máxima de tração, não computado o

percentual tolerado na forma do disposto na legislação, somente poderá continuar viagem

após descarregar o que exceder, segundo critérios estabelecidos na referida legislação

complementar.

Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório referidos neste Código:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação do documento.

Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias, junto ao órgão

executivo de trânsito, ocorridas as hipóteses previstas no art. 123:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de identificação do veículo:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos

devidamente autorizados:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.

Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, salvo em casos de emergência:

Infração - média;

Penalidade - multa.

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Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as especificações, e com falta de inscrição

e simbologia necessárias à sua identificação, quando exigidas pela legislação:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a seus agentes, mediante recibo, os

documentos de habilitação, de registro, de licenciamento de veículo e outros exigidos por lei,

para averiguação de sua autenticidade:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para regularização, sem permissão da

autoridade competente ou de seus agentes:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do registro de veículo irrecuperável ou

definitivamente desmontado:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Registro e do Certificado de

Licenciamento Anual.

Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do condutor:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

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Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de registro, licenciamento ou habilitação:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executivo de trânsito

competente a ocorrência de perda total do veículo e de lhe devolver as respectivas placas e

documentos:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos documentos.

Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:

I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo

com as normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN;

II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma estabelecida no inciso

anterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;

III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;

IV - com os faróis apagados;

V - transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas circunstâncias, condições

de cuidar de sua própria segurança:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;

VI - rebocando outro veículo;

VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente para indicação de

manobras;

VIII – transportando carga incompatível com suas especificações ou em desacordo com o

previsto no § 2º do art. 139-A desta Lei;

IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em desacordo com o previsto no art.

139-A desta Lei ou com as normas que regem a atividade profissional dos mototaxistas:

Infração – grave;

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Penalidade – multa;

Medida administrativa – apreensão do veículo para regularização.

§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:

a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele destinado;

b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento ou faixas

de rolamento próprias;

c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria

segurança.

§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do parágrafo anterior:

Infração - média;

Penalidade - multa.

§ 3º A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo não se aplica às motocicletas e

motonetas que tracionem semi-reboques especialmente projetados para esse fim e

devidamente homologados pelo órgão competente.

Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais ou equipamentos, sem

autorização do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do material.

Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa incidirão sobre a pessoa física ou

jurídica responsável.

Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circulação, à segurança de veículo e

pedestres, tanto no leito da via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a via indevidamente:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da autoridade de trânsito,

conforme o risco à segurança.

Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou jurídica responsável pela

obstrução, devendo a autoridade com circunscrição sobre a via providenciar a sinalização de

emergência, às expensas do responsável, ou, se possível, promover a desobstrução.

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Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila única, os veículos de

tração ou propulsão humana e os de tração animal, sempre que não houver acostamento ou

faixa a eles destinados:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de passageiros carga excedente em

desacordo com o estabelecido no art. 109:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção para o transbordo.

Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, quando o veículo estiver

parado, para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de

mercadorias:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:

I - deixar de manter acesa a luz baixa:

a) durante a noite;

b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e nas rodovias;

c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte coletivo de passageiros, circulando

em faixas ou pistas a eles destinadas;

d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;

II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição sob chuva forte, neblina ou

cerração;

III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;

Infração - média;

Penalidade - multa.

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Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:

I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de emergência;

II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes situações:

a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro condutor que se tem o

propósito de ultrapassá-lo;

b) em imobilizações ou situação de emergência, como advertência, utilizando pisca-alerta;

c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar o uso do pisca-alerta:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 252. Dirigir o veículo:

I - com o braço do lado de fora;

II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre os braços e pernas;

III - com incapacidade física ou mental temporária que comprometa a segurança do trânsito;

IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa a utilização dos pedais;

V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço,

mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do veículo;

VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone

celular;

Infração - média;

Penalidade - multa.

VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em movimento:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V caracterizar-se-á como infração gravíssima no

caso de o condutor estar segurando ou manuseando telefone celular.

Art. 253. Bloquear a via com veículo:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

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Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberadamente, interromper, restringir ou perturbar

a circulação na via sem autorização do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre

ela:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;

Medida administrativa - remoção do veículo.

§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes aos organizadores da conduta prevista

no caput.

§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses.

§ 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas que incorram na infração,

devendo a autoridade com circunscrição sobre a via restabelecer de imediato, se possível, as

condições de normalidade para a circulação na via.

Art. 254. É proibido ao pedestre:

I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for permitido;

II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde exista permissão;

III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalização para

esse fim;

IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito, ou para a prática de

qualquer folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos especiais e com a devida

licença da autoridade competente;

V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrânea;

VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;

Infração - leve;

Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor da infração de natureza leve.

VII - (VETADO).

§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO).

§ 3º (VETADO).

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Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de

forma agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa.

CAPÍTULO XVI

DAS PENALIDADES

Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas neste Código e

dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as seguintes

penalidades:

I - advertência por escrito;

II - multa;

III - suspensão do direito de dirigir;

IV - (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016)

V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;

VI - cassação da Permissão para Dirigir;

VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem.

§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide as punições originárias de

ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito, conforme disposições de lei.

§ 2º (VETADO)

§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou entidades executivos de

trânsito responsáveis pelo licenciamento do veículo e habilitação do condutor.

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Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao proprietário do veículo, ao

embarcador e ao transportador, salvo os casos de descumprimento de obrigações e deveres

impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressamente mencionados neste Código.

§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomitantemente as

penalidades de que trata este Código toda vez que houver responsabilidade solidária em

infração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um de per si pela falta em

comum que lhes for atribuída.

§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia

regularização e preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do

veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características, componentes,

agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores, quando esta for exigida, e

outras disposições que deva observar.

§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na

direção do veículo.

§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso de

peso nos eixos ou no peso bruto total, quando simultaneamente for o único remetente da

carga e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele aferido.

§ 5º O transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso

de peso nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de um embarcador ultrapassar o

peso bruto total.

§ 6º O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis pela infração relativa ao

excesso de peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for

superior ao limite legal.

§ 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o principal condutor ou o proprietário do

veículo terá quinze dias de prazo, após a notificação da autuação, para apresentá-lo, na forma

em que dispuser o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), ao fim do qual, não o fazendo,

será considerado responsável pela infração o principal condutor ou, em sua ausência, o

proprietário do veículo.

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§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não havendo identificação do infrator e

sendo o veículo de propriedade de pessoa jurídica, será lavrada nova multa ao proprietário do

veículo, mantida a originada pela infração, cujo valor é o da multa multiplicada pelo número de

infrações iguais cometidas no período de doze meses.

§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do disposto no § 3º do art. 258 e no

art. 259.

§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de trânsito o principal condutor do

veículo, o qual, após aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em campo próprio do cadastro

do veículo no Renavam.

§ 11. O principal condutor será excluído do Renavam:

I - quando houver transferência de propriedade do veículo;

II - mediante requerimento próprio ou do proprietário do veículo;

III - a partir da indicação de outro principal condutor.

Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com sua gravidade, em

quatro categorias:

I - infração de natureza gravíssima, punida com multa no valor de R$ 293,47 (duzentos e

noventa e três reais e quarenta e sete centavos);

II - infração de natureza grave, punida com multa no valor de R$ 195,23 (cento e noventa e

cinco reais e vinte e três centavos);

III - infração de natureza média, punida com multa no valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e

dezesseis centavos);

IV - infração de natureza leve, punida com multa no valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e

trinta e oito centavos).

§ 1º (Revogado).

§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator multiplicador ou índice adicional específico é

o previsto neste Código.

§ 3º (VETADO)

§ 4º (VETADO)

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Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguintes números de pontos:

I - gravíssima - sete pontos;

II - grave - cinco pontos;

III - média - quatro pontos;

IV - leve - três pontos.

§ 1º (VETADO)

§ 2º (VETADO)

§ 3º (VETADO).

§ 4º Ao condutor identificado no ato da infração será atribuída pontuação pelas infrações de

sua responsabilidade, nos termos previstos no § 3º do art. 257, excetuando-se aquelas

praticadas por passageiros usuários do serviço de transporte rodoviário de passageiros em

viagens de longa distância transitando em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas

regulares intermunicipal, interestadual, internacional e aquelas em viagem de longa distância

por fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas as situações

regulamentadas pelo Contran a teor do art. 65 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 -

Código de Trânsito Brasileiro.

Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou entidade de trânsito com

circunscrição sobre a via onde haja ocorrido a infração, de acordo com a competência

estabelecida neste Código.

§ 1º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federação diversa da do

licenciamento do veículo serão arrecadadas e compensadas na forma estabelecida pelo

CONTRAN.

§ 2º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federação diversa daquela do

licenciamento do veículo poderão ser comunicadas ao órgão ou entidade responsável pelo seu

licenciamento, que providenciará a notificação.

§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 4º Quando a infração for cometida com veículo licenciado no exterior, em trânsito no

território nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes de sua saída do País, respeitado o

princípio de reciprocidade.

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Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta nos seguintes casos:

I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos, no período de 12 (doze)

meses, conforme a pontuação prevista no art. 259;

II - por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas infrações preveem, de forma

específica, a penalidade de suspensão do direito de dirigir.

§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão do direito de dirigir são os

seguintes:

I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e, no caso de reincidência no

período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos;

II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) meses, exceto para as infrações com

prazo descrito no dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no período de 12 (doze)

meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses, respeitado o disposto no inciso II do art. 263.

§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação será

devolvida a seu titular imediatamente após cumprida a penalidade e o curso de reciclagem.

§ 3º A imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir elimina os 20 (vinte) pontos

computados para fins de contagem subsequente.

§ 4º (VETADO).

§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado na categoria C, D ou

E, poderá optar por participar de curso preventivo de reciclagem sempre que, no período de 1

(um) ano, atingir 14 (quatorze) pontos, conforme regulamentação do Contran.

§ 6º Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5º, o condutor terá eliminados os pontos

que lhe tiverem sido atribuídos, para fins de contagem subsequente.

§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º não poderá fazer nova opção no

período de 12 (doze) meses.

§ 8º A pessoa jurídica concessionária ou permissionária de serviço público tem o direito de ser

informada dos pontos atribuídos, na forma do art. 259, aos motoristas que integrem seu

quadro funcional, exercendo atividade remunerada ao volante, na forma que dispuser o

Contran.

§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162 o condutor que, notificado da

penalidade de que trata este artigo, dirigir veículo automotor em via pública.

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§ 10. O processo de suspensão do direito de dirigir referente ao inciso II do caput deste artigo

deverá ser instaurado concomitantemente com o processo de aplicação da penalidade de

multa.

§ 11. O Contran regulamentará as disposições deste artigo.

Art. 262. (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016)

Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:

I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer veículo;

II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações previstas no inciso III do art.

162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;

III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado o disposto no art. 160.

§ 1º Constatada, em processo administrativo, a irregularidade na expedição do documento de

habilitação, a autoridade expedidora promoverá o seu cancelamento.

§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional de Habilitação, o infrator poderá

requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, na

forma estabelecida pelo CONTRAN.

Art. 264. (VETADO)

Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de

habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada da autoridade de trânsito competente,

em processo administrativo, assegurado ao infrator amplo direito de defesa.

Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão

aplicadas, cumulativamente, as respectivas penalidades.

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Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza

leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma

infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do

infrator, entender esta providência como mais educativa.

§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o acréscimo do valor da multa prevista no

§ 3º do art. 258, imposta por infração posteriormente cometida.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos pedestres, podendo a multa ser

transformada na participação do infrator em cursos de segurança viária, a critério da

autoridade de trânsito.

Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma estabelecida pelo

CONTRAN:

I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação;

II - quando suspenso do direito de dirigir;

III - quando se envolver em acidente grave para o qual haja contribuído, independentemente

de processo judicial;

IV - quando condenado judicialmente por delito de trânsito;

V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando em risco a segurança

do trânsito;

VI - em outras situações a serem definidas pelo CONTRAN.

CAPÍTULO XVII

DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das competências estabelecidas

neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas

administrativas:

I - retenção do veículo;

II - remoção do veículo;

III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;

IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;

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V - recolhimento do Certificado de Registro;

VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;

VII - (VETADO)

VIII - transbordo do excesso de carga;

IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou

que determine dependência física ou psíquica;

X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias

de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos

devidos.

XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primeiros

socorros e de direção veicular.

§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas

adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção

à vida e à incolumidade física da pessoa.

§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não elidem a aplicação das penalidades

impostas por infrações estabelecidas neste Código, possuindo caráter complementar a estas.

§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para

Dirigir.

§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o disposto nos arts. 271 e 328, no

que couber.

Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código.

§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o veículo será liberado tão

logo seja regularizada a situação.

§ 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo, desde que ofereça

condições de segurança para circulação, poderá ser liberado e entregue a condutor

regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual,

contra apresentação de recibo, assinalando-se prazo razoável ao condutor para regularizar a

situação, para o que se considerará, desde logo, notificado.

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§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao condutor no órgão ou entidade

aplicadores das medidas administrativas, tão logo o veículo seja apresentado à autoridade

devidamente regularizado.

§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será removido a

depósito, aplicando-se neste caso o disposto no art. 271.

§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se tratar de veículo de

transporte coletivo transportando passageiros ou veículo transportando produto perigoso ou

perecível, desde que ofereça condições de segurança para circulação em via pública.

§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se refere o § 2º, será feito registro de

restrição administrativa no Renavam por órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados

e do Distrito Federal, que será retirada após comprovada a regularização.

§ 7º O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2º resultará em recolhimento do

veículo ao depósito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 271.

Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste Código, para o depósito fixado

pelo órgão ou entidade competente, com circunscrição sobre a via.

§ 1º A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante prévio pagamento de multas,

taxas e despesas com remoção e estada, além de outros encargos previstos na legislação

específica.

§ 2º A liberação do veículo removido é condicionada ao reparo de qualquer componente ou

equipamento obrigatório que não esteja em perfeito estado de funcionamento.

§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que não possa ser tomada no

depósito, a autoridade responsável pela remoção liberará o veículo para reparo, na forma

transportada, mediante autorização, assinalando prazo para reapresentação.

§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo poderão ser realizados por órgão

público, diretamente, ou por particular contratado por licitação pública, sendo o proprietário

do veículo o responsável pelo pagamento dos custos desses serviços.

§ 5º O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato de remoção do veículo, sobre

as providências necessárias à sua restituição e sobre o disposto no art. 328, conforme

regulamentação do CONTRAN.

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§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no momento da remoção do

veículo, a autoridade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias contado da data da remoção,

deverá expedir ao proprietário a notificação prevista no § 5º, por remessa postal ou por outro

meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso reste frustrada, a notificação poderá

ser feita por edital.

§ 7º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do veículo ou por

recusa desse de recebê-la será considerada recebida para todos os efeitos

§ 8º Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação será feita por edital.

§ 9º Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade puder ser sanada no local da

infração.

§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será correspondente ao período

integral, contado em dias, em que efetivamente o veículo permanecer em depósito, limitado

ao prazo de 6 (seis) meses.

§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados por particulares poderão ser

pagos pelo proprietário diretamente ao contratado.

§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o respectivo ente da Federação

estabelecer a cobrança por meio de taxa instituída em lei.

§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhimento comprovar, administrativa

ou judicialmente, que o recolhimento foi indevido ou que houve abuso no período de retenção

em depósito, é da responsabilidade do ente público a devolução das quantias pagas por força

deste artigo, segundo os mesmos critérios da devolução de multas indevidas.

Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e da Permissão para Dirigir dar-

se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando houver suspeita de sua

inautenticidade ou adulteração.

Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á mediante recibo, além dos casos

previstos neste Código, quando:

I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;

II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade no prazo de trinta dias.

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Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual dar-se-á mediante recibo,

além dos casos previstos neste Código, quando:

I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;

II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;

III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não puder ser sanada no local.

Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condição para que o veículo possa

prosseguir viagem e será efetuado às expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da

multa aplicável.

Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao disposto neste artigo, o veículo

será recolhido ao depósito, sendo liberado após sanada a irregularidade e pagas as despesas

de remoção e estada.

Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar sujeita

o condutor às penalidades previstas no art. 165.

Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a infração for

apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação metrológica.

Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo

de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro

procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran,

permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine

dependência.

§ 1º (Revogado).

§ 2º A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada mediante imagem, vídeo,

constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da

capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito admitidas.

§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165-A

deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos

previstos no caput deste artigo.

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Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não submetendo veículo à pesagem

obrigatória nos pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penalidade prevista no

art. 209, além da obrigação de retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.

Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial, a apreensão do veículo dar-se-á

tão logo seja localizado, aplicando-se, além das penalidades em que incorre, as estabelecidas

no art. 210.

Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a prática do crime de receptação,

descaminho, contrabando, previstos nos arts. 180, 334 e 334-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 (Código Penal), condenado por um desses crimes em decisão judicial

transitada em julgado, terá cassado seu documento de habilitação ou será proibido de obter a

habilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo de 5 (cinco) anos.

§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os

exames necessários à habilitação, na forma deste Código.

§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos crimes de que trata o caput deste

artigo, poderá o juiz, em qualquer fase da investigação ou da ação penal, se houver

necessidade para a garantia da ordem pública, como medida cautelar, de ofício, ou a

requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial,

decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir

veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.

Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipado com registrador

instantâneo de velocidade e tempo, somente o perito oficial encarregado do levantamento

pericial poderá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro.

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CAPÍTULO XVIII

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Seção I

Da Autuação

Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do

qual constará:

I - tipificação da infração;

II - local, data e hora do cometimento da infração;

III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos

julgados necessários à sua identificação;

IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;

V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou equipamento

que comprovar a infração;

VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação do

cometimento da infração.

§ 1º (VETADO)

§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente da

autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações

químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente regulamentado

pelo CONTRAN.

§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito relatará o fato à

autoridade no próprio auto de infração, informando os dados a respeito do veículo, além dos

constantes nos incisos I, II e III, para o procedimento previsto no artigo seguinte.

§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto de infração poderá ser

servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de

trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito de sua competência.

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Seção II

Do Julgamento das Autuações e Penalidades

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste Código e

dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade

cabível.

Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente:

I - se considerado inconsistente ou irregular;

II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação.

Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao proprietário do veículo ou ao

infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil, que assegure a

ciência da imposição da penalidade.

§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do veículo será

considerada válida para todos os efeitos.

§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira e

de representações de organismos internacionais e de seus integrantes será remetida ao

Ministério das Relações Exteriores para as providências cabíveis e cobrança dos valores, no

caso de multa.

§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à exceção daquela de que

trata o § 1º do art. 259, a notificação será encaminhada ao proprietário do veículo, responsável

pelo seu pagamento.

§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apresentação de recurso

pelo responsável pela infração, que não será inferior a trinta dias contados da data da

notificação da penalidade.

§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no parágrafo anterior será a data

para o recolhimento de seu valor.

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Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor autuado poderá optar por ser notificado

por meio eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito responsável pela autuação

oferecer essa opção.

§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar pela notificação por meio eletrônico

deverá manter seu cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito

Federal.

§ 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o proprietário ou o condutor autuado será

considerado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação no sistema eletrônico.

§ 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, atendidos os requisitos de

autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves

Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

Art. 283. (VETADO)

Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do vencimento expressa na

notificação, por oitenta por cento do seu valor.

§ 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação eletrônica, se disponível, conforme

regulamentação do Contran, e opte por não apresentar defesa prévia nem recurso,

reconhecendo o cometimento da infração, poderá efetuar o pagamento da multa por 60%

(sessenta por cento) do seu valor, em qualquer fase do processo, até o vencimento da multa.

§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica renúncia ao questionamento

administrativo, que pode ser realizado a qualquer momento, respeitado o disposto no § 1º.

§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser aplicada qualquer restrição, inclusive

para fins de licenciamento e transferência, enquanto não for encerrada a instância

administrativa de julgamento de infrações e penalidades.

§ 4º Encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e penalidades, a multa

não paga até o vencimento será acrescida de juros de mora equivalentes à taxa referencial do

Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais acumulada

mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior

ao do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento estiver

sendo efetuado.

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Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a autoridade que impôs a

penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias.

§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo.

§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão julgador, dentro dos

dez dias úteis subseqüentes à sua apresentação, e, se o entender intempestivo, assinalará o

fato no despacho de encaminhamento.

§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do prazo previsto neste

artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por solicitação do recorrente,

poderá conceder-lhe efeito suspensivo.

Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto no prazo legal, sem o

recolhimento do seu valor.

§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o estabelecido no parágrafo único do

art. 284.

§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso, se julgada improcedente a

penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga, atualizada em UFIR ou por índice legal de

correção dos débitos fiscais.

Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do licenciamento do veículo,

o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de trânsito da residência ou

domicílio do infrator.

Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá remetê-lo, de pronto,

à autoridade que impôs a penalidade acompanhado das cópias dos prontuários necessários

ao julgamento.

Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma do artigo seguinte, no

prazo de trinta dias contado da publicação ou da notificação da decisão.

§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo responsável pela infração,

e da decisão de provimento, pela autoridade que impôs a penalidade.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010)

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Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no prazo de trinta dias:

I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de trânsito da União:

a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses, cassação do documento

de habilitação ou penalidade por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN;

b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo Coordenador-Geral da JARI, pelo

Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente de Junta;

II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito estadual, municipal

ou do Distrito Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectivamente.

Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando houver apenas uma JARI, o recurso

será julgado por seus próprios membros.

Art. 290. Implicam encerramento da instância administrativa de julgamento de infrações e

penalidades:

I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 e 289;

II - a não interposição do recurso no prazo legal; e

III - o pagamento da multa, com reconhecimento da infração e requerimento de encerramento

do processo na fase em que se encontra, sem apresentação de defesa ou recurso.

Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades aplicadas nos termos deste Código

serão cadastradas no RENACH.

CAPÍTULO XIX

DOS CRIMES DE TRÂNSITO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código,

aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo

não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que

couber.

§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88

da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:

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I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine

dependência;

II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição

ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela

autoridade competente;

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta

quilômetros por hora).

§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a

investigação da infração penal.

§ 3º (VETADO).

§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848,

de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e

às circunstâncias e consequências do crime.

Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir

veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras penalidades.

Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação,

para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.

§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à

autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de

Habilitação.

§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para

dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação

penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.

Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a

garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento

do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em

decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor,

ou a proibição de sua obtenção.

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Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que

indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito

suspensivo.

Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou

a habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de

Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for

domiciliado ou residente.

Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a

penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem

prejuízo das demais sanções penais cabíveis.

Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial

em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do

art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime.

§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no

processo.

§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal.

§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.

Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o

condutor do veículo cometido a infração:

I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano

patrimonial a terceiros;

II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;

III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;

V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de

passageiros ou de carga;

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VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que

afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade

prescritos nas especificações do fabricante;

VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

Art. 299. (VETADO)

Art. 300. (VETADO)

Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não

se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro

àquela.

Seção II

Dos Crimes em Espécie

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou

a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de

1/3 (um terço) à metade, se o agente:

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;

IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de

passageiros.

V -(Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)

§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016)

§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra

substância psicoativa que determine dependência:

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Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a

permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão

ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do §

1º do art. 302.

§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras

penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora

alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine

dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.

Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à

vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da

autoridade pública:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de

crime mais grave.

Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua

omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com

ferimentos leves.

Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade

penal ou civil que lhe possa ser atribuída:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da

influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a

permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por:

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I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou

superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou

II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade

psicomotora.

§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou

toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em

direito admitidos, observado o direito à contraprova.

§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou

toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.

§ 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto Nacional de

Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO - para se determinar o previsto no caput.

Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para

dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código:

Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico

prazo de suspensão ou de proibição.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo

estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou

competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de

veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à

incolumidade pública ou privada:

Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter

a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as

circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de

produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo

das outras penas previstas neste artigo.

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§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem

que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de

liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas

neste artigo.

Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou

Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada,

com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu

estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo

com segurança:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 310-A. (VETADO)

Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas,

hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou

onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na

pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo

penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o

perito, ou juiz:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da

inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.

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Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que

o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta

deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das

seguintes atividades:

I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras

unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;

II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas

de acidente de trânsito e politraumatizados;

III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de

trânsito;

IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de

acidentes de trânsito.

CAPÍTULO XX

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos membros do CONTRAN no prazo de

sessenta dias da publicação deste Código.

Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta dias a partir da publicação deste

Código para expedir as resoluções necessárias à sua melhor execução, bem como revisar

todas as resoluções anteriores à sua publicação, dando prioridade àquelas que visam a

diminuir o número de acidentes e a assegurar a proteção de pedestres.

Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes até a data de publicação deste Código,

continuam em vigor naquilo em que não conflitem com ele.

Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN, deverá, no

prazo de duzentos e quarenta dias contado da publicação, estabelecer o currículo com

conteúdo programático relativo à segurança e à educação de trânsito, a fim de atender o

disposto neste Código.

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Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do parágrafo único do art. 281 só entrará

em vigor após duzentos e quarenta dias contados da publicação desta Lei.

Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão prazo de até um ano para a adaptação

dos veículos de condução de escolares e de aprendizagem às normas do inciso III do art. 136 e

art. 154, respectivamente.

Art. 318. (VETADO)

Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas pelo CONTRAN, continua em vigor o

disposto no art. 92 do Regulamento do Código Nacional de Trânsito - Decreto nº 62.127, de 16

de janeiro de 1968.

Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste Código poderão ser corrigidos

monetariamente pelo Contran, respeitado o limite da variação do Índice Nacional de Preços ao

Consumidor Amplo (IPCA) no exercício anterior.

Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do disposto no caput serão divulgados pelo

Contran com, no mínimo, 90 (noventa) dias de antecedência de sua aplicação.

Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada,

exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e

educação de trânsito.

§ 1º O percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito arrecadadas será

depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e

educação de trânsito.

§ 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na rede mundial de computadores

(internet), dados sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito e sua

destinação.

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Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional de Trânsito poderão integrar-se para

a ampliação e o aprimoramento da fiscalização de trânsito, inclusive por meio do

compartilhamento da receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito.

Art. 321. (VETADO)

Art. 322. (VETADO)

Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a metodologia de aferição de peso de

veículos, estabelecendo percentuais de tolerância, sendo durante este período suspensa a

vigência das penalidades previstas no inciso V do art. 231, aplicando-se a penalidade de vinte

UFIR por duzentos quilogramas ou fração de excesso.

Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere este artigo, até a sua fixação pelo

CONTRAN, são aqueles estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de novembro de 1985.

Art. 324. (VETADO)

Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no mínimo, 5 (cinco) anos os documentos

relativos à habilitação de condutores, ao registro e ao licenciamento de veículos e aos autos de

infração de trânsito.

§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser gerados e tramitados eletronicamente,

bem como arquivados e armazenados em meio digital, desde que assegurada a autenticidade,

a fidedignidade, a confiabilidade e a segurança das informações, e serão válidos para todos os

efeitos legais, sendo dispensada, nesse caso, a sua guarda física.

§ 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação, o arquivamento, o armazenamento e a

eliminação de documentos eletrônicos e físicos gerados em decorrência da aplicação das

disposições deste Código.

§ 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema deverá ser certificado digitalmente,

atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da

Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

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Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemorada anualmente no período

compreendido entre 18 e 25 de setembro.

Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito, no que se refere à

política de segurança no trânsito, deverá voltar-se prioritariamente para o cumprimento de

metas anuais de redução de índice de mortos por grupo de veículos e de índice de mortos por

grupo de habitantes, ambos apurados por Estado e por ano, detalhando-se os dados

levantados e as ações realizadas por vias federais, estaduais e municipais.

§ 1º O objetivo geral do estabelecimento de metas é, ao final do prazo de dez anos, reduzir à

metade, no mínimo, o índice nacional de mortos por grupo de veículos e o índice nacional de

mortos por grupo de habitantes, relativamente aos índices apurados no ano da entrada em

vigor da lei que cria o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).

§ 2º As metas expressam a diferença a menor, em base percentual, entre os índices mais

recentes, oficialmente apurados, e os índices que se pretende alcançar.

§ 3º A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá as respectivas margens de tolerância.

§ 4º As metas serão fixadas pelo Contran para cada um dos Estados da Federação e para o

Distrito Federal, mediante propostas fundamentadas dos Cetran, do Contrandife e do

Departamento de Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das respectivas circunscrições.

§ 5º Antes de submeterem as propostas ao Contran, os Cetran, o Contrandife e o

Departamento de Polícia Rodoviária Federal realizarão consulta ou audiência pública para

manifestação da sociedade sobre as metas a serem propostas.

§ 6º As propostas dos Cetran, do Contrandife e do Departamento de Polícia Rodoviária Federal

serão encaminhadas ao Contran até o dia 1o de agosto de cada ano, acompanhadas de

relatório analítico a respeito do cumprimento das metas fixadas para o ano anterior e de

exposição de ações, projetos ou programas, com os respectivos orçamentos, por meio dos

quais se pretende cumprir as metas propostas para o ano seguinte.

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§ 7º As metas fixadas serão divulgadas em setembro, durante a Semana Nacional de Trânsito,

assim como o desempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e do Distrito Federal no

cumprimento das metas vigentes no ano anterior, detalhados os dados levantados e as ações

realizadas por vias federais, estaduais e municipais, devendo tais informações permanecer à

disposição do público na rede mundial de computadores, em sítio eletrônico do órgão máximo

executivo de trânsito da União.

§ 8º O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia Rodoviária Federal e demais órgãos do

Sistema Nacional de Trânsito, definirá as fórmulas para apuração dos índices de que trata este

artigo, assim como a metodologia para a coleta e o tratamento dos dados estatísticos

necessários para a composição dos termos das fórmulas.

§ 9º Os dados estatísticos coletados em cada Estado e no Distrito Federal serão tratados e

consolidados pelo respectivo órgão ou entidade executivos de trânsito, que os repassará ao

órgão máximo executivo de trânsito da União até o dia 1 o de março, por meio do sistema de

registro nacional de acidentes e estatísticas de trânsito.

§ 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo órgão ou entidade executivos de

trânsito do Estado ou do Distrito Federal compreendem os coletados naquela circunscrição:

I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo rodoviário da União;

II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade executivos rodoviários do Estado ou do Distrito

Federal;

III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários e pelos órgãos ou entidades executivos

de trânsito dos Municípios.

§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o Distrito Federal, será feito pelo órgão

máximo executivo de trânsito da União, ouvidos o Departamento de Polícia Rodoviária Federal

e demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia 31 de março de cada ano.

§ 13. Com base em índices parciais, apurados no decorrer do ano, o Contran, os Cetran e o

Contrandife poderão recomendar aos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito alterações

nas ações, projetos e programas em desenvolvimento ou previstos, com o fim de atingir as

metas fixadas para cada um dos Estados e para o Distrito Federal.

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§ 14. A partir da análise de desempenho a que se refere o § 7º deste artigo, o Contran

elaborará e divulgará, também durante a Semana Nacional de Trânsito:

I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Distrito Federal, uma referente ao ano

analisado e outra que considere a evolução do desempenho dos Estados e do Distrito Federal

desde o início das análises;

II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo geral do estabelecimento de metas

previsto no § 1º deste artigo.

Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente poderão ser fabricados e licenciados

veículos que obedeçam aos limites de peso e dimensões fixados na forma desta Lei,

ressalvados os que vierem a ser regulamentados pelo CONTRAN.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título e não reclamado por seu

proprietário dentro do prazo de sessenta dias, contado da data de recolhimento, será avaliado

e levado a leilão, a ser realizado preferencialmente por meio eletrônico.

§ 1º Publicado o edital do leilão, a preparação poderá ser iniciada após trinta dias, contados da

data de recolhimento do veículo, o qual será classificado em duas categorias:

I – conservado, quando apresenta condições de segurança para trafegar; e

II – sucata, quando não está apto a trafegar.

§ 2º Se não houver oferta igual ou superior ao valor da avaliação, o lote será incluído no leilão

seguinte, quando será arrematado pelo maior lance, desde que por valor não inferior a

cinquenta por cento do avaliado.

§ 3º Mesmo classificado como conservado, o veículo que for levado a leilão por duas vezes e

não for arrematado será leiloado como sucata.

§ 4º É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata à circulação.

§ 5º A cobrança das despesas com estada no depósito será limitada ao prazo de seis meses.

§ 6º Os valores arrecadados em leilão deverão ser utilizados para custeio da realização do

leilão, dividindo-se os custos entre os veículos arrematados, proporcionalmente ao valor da

arrematação, e destinando-se os valores remanescentes, na seguinte ordem, para:

I – as despesas com remoção e estada;

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II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10;

III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de crédito com garantia real, segundo a

ordem de preferência estabelecida no art. 186 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966

(Código Tributário Nacional);

IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade responsável pelo leilão;

V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito, segundo

a ordem cronológica; e

VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência legal.

§ 7º Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os débitos incidentes sobre o veículo, a

situação será comunicada aos credores.

§ 8º Os órgãos públicos responsáveis serão comunicados do leilão previamente para que

formalizem a desvinculação dos ônus incidentes sobre o veículo no prazo máximo de dez dias.

§ 9º Os débitos incidentes sobre o veículo antes da alienação administrativa ficam dele

automaticamente desvinculados, sem prejuízo da cobrança contra o proprietário anterior.

§ 10. Aplica-se o disposto no § 9º inclusive ao débito relativo a tributo cujo fato gerador seja a

propriedade, o domínio útil, a posse, a circulação ou o licenciamento de veículo.

§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o veículo, por qualquer meio, os débitos

serão novamente vinculados ao bem, aplicando-se, nesse caso, o disposto nos §§ 1º, 2o e 3o do

art. 271.

§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será depositado em conta específica do órgão

responsável pela realização do leilão e ficará à disposição do antigo proprietário, devendo ser

expedida notificação a ele, no máximo em trinta dias após a realização do leilão, para o

levantamento do valor no prazo de cinco anos, após os quais o valor será transferido,

definitivamente, para o fundo a que se refere o parágrafo único do art. 320.

§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, ao animal recolhido, a qualquer título, e

não reclamado por seu proprietário no prazo de sessenta dias, a contar da data de

recolhimento, conforme regulamentação do CONTRAN.

§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ou judicial sobre o prontuário do veículo,

a autoridade responsável pela restrição será notificada para a retirada do bem do depósito,

mediante a quitação das despesas com remoção e estada, ou para a autorização do leilão nos

termos deste artigo.

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§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da notificação de que trata o § 14, não houver

manifestação da autoridade responsável pela restrição judicial ou policial, estará o órgão de

trânsito autorizado a promover o leilão do veículo nos termos deste artigo.

§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de bens automotores que se encontrarem

nos depósitos há mais de 1 (um) ano poderão ser destinados à reciclagem,

independentemente da existência de restrições sobre o veículo.

§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do § 16 será realizado por lote de

tonelagem de material ferroso, observando-se, no que couber, o disposto neste artigo,

condicionando-se a entrega do material arrematado aos procedimentos necessários à

descaracterização total do bem e à destinação exclusiva, ambientalmente adequada, à

reciclagem siderúrgica, vedado qualquer aproveitamento de peças e partes.

§ 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queimados, adulterados ou estrangeiros, bem

como aqueles sem possibilidade de regularização perante o órgão de trânsito, serão

destinados à reciclagem, independentemente do período em que estejam em depósito,

respeitado o prazo previsto no caput deste artigo, sempre que a autoridade responsável pelo

leilão julgar ser essa a medida apropriada.

Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os arts. 135 e 136, para exercerem suas

atividades, deverão apresentar, previamente, certidão negativa do registro de distribuição

criminal relativamente aos crimes de homicídio, roubo, estupro e corrupção de menores,

renovável a cada cinco anos, junto ao órgão responsável pela respectiva concessão ou

autorização.

Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem reformas ou recuperação de veículos e os

que comprem, vendam ou desmontem veículos, usados ou não, são obrigados a possuir livros

de registro de seu movimento de entrada e saída e de uso de placas de experiência, conforme

modelos aprovados e rubricados pelos órgãos de trânsito.

§ 1º Os livros indicarão:

I - data de entrada do veículo no estabelecimento;

II - nome, endereço e identidade do proprietário ou vendedor;

III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem;

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IV - nome, endereço e identidade do comprador;

V - características do veículo constantes do seu certificado de registro;

VI - número da placa de experiência.

§ 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipograficamente e serão encadernados ou em

folhas soltas, sendo que, no primeiro caso, conterão termo de abertura e encerramento

lavrados pelo proprietário e rubricados pela repartição de trânsito, enquanto, no segundo,

todas as folhas serão autenticadas pela repartição de trânsito.

§ 3º A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos referidos neste artigo registrar-se-ão

no mesmo dia em que se verificarem assinaladas, inclusive, as horas a elas correspondentes,

podendo os veículos irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser apreendidos ou retidos

para sua completa regularização.

§ 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais terão acesso aos livros sempre que o

solicitarem, não podendo, entretanto, retirá-los do estabelecimento.

§ 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude ao realizá-lo e a recusa de sua exibição

serão punidas com a multa prevista para as infrações gravíssimas, independente das demais

cominações legais cabíveis.

§ 6º Os livros previstos neste artigo poderão ser substituídos por sistema eletrônico, na forma

regulamentada pelo Contran.

Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que passarão a integrar os colegiados

destinados ao julgamento dos recursos administrativos previstos na Seção II do Capítulo XVIII

deste Código, o julgamento dos recursos ficará a cargo dos órgãos ora existentes.

Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Trânsito proporcionarão

aos membros do CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, todas as facilidades para o

cumprimento de sua missão, fornecendo-lhes as informações que solicitarem, permitindo-lhes

inspecionar a execução de quaisquer serviços e deverão atender prontamente suas

requisições.

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Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte dias após a nomeação de seus

membros, as disposições previstas nos arts. 91 e 92, que terão de ser atendidas pelos órgãos e

entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários para exercerem suas competências.

§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão prazo de um ano, após a edição das

normas, para se adequarem às novas disposições estabelecidas pelo CONTRAN, conforme

disposto neste artigo.

§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados exercerão as competências previstas

neste Código em cumprimento às exigências estabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto

neste artigo, acompanhados pelo respectivo CETRAN, se órgão ou entidade municipal, ou

CONTRAN, se órgão ou entidade estadual, do Distrito Federal ou da União, passando a integrar

o Sistema Nacional de Trânsito.

Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser homologadas pelo órgão ou

entidade competente no prazo de um ano, a partir da publicação deste Código, devendo ser

retiradas em caso contrário.

Art. 335. (VETADO)

Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo II até a aprovação pelo CONTRAN,

no prazo de trezentos e sessenta dias da publicação desta Lei, após a manifestação da Câmara

Temática de Engenharia, de Vias e Veículos e obedecidos os padrões internacionais.

Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos Estados e Municípios que os

compõem e, o CONTRANDIFE, do Distrito Federal.

Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores e fabricantes, ao comerciarem

veículos automotores de qualquer categoria e ciclos, são obrigados a fornecer, no ato da

comercialização do respectivo veículo, manual contendo normas de circulação, infrações,

penalidades, direção defensiva, primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro.

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Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial no valor de R$ 264.954,00

(duzentos e sessenta e quatro mil, novecentos e cinqüenta e quatro reais), em favor do

ministério ou órgão a que couber a coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito,

para atender as despesas decorrentes da implantação deste Código.

Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias após a data de sua publicação.

Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de setembro de 1966, 5.693, de 16 de agosto

de 1971, 5.820, de 10 de novembro de 1972, 6.124, de 25 de outubro de 1974, 6.308, de 15 de

dezembro de 1975, 6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 de dezembro de 1979, 7.031,

de 20 de setembro de 1982, 7.052, de 02 de dezembro de 1982, 8.102, de 10 de dezembro de

1990, os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei nº 237, de 28 de fevereiro de 1967, e os Decretos-leis

nºs 584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2 de outubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.

ANEXO

DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições:

ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou

estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas,

quando não houver local apropriado para esse fim.

AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou policial militar, credenciada pela

autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento

ostensivo de trânsito ou patrulhamento.

AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo, originário dos alvéolos pulmonares.

AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte de passageiros, com capacidade

para até oito pessoas, exclusive o condutor.

AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrante do

Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.

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BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical passando pelos centros das rodas

traseiras extremas e o ponto mais recuado do veículo, considerando-se todos os elementos

rigidamente fixados ao mesmo.

BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito deste

Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.

BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento de bicicletas.

BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre trilhos.

BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarcada por linhas longitudinais de

bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de veículos.

CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada à

circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação

de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins.

CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tracionar ou arrastar outro.

CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de carga com peso bruto total de até três mil

e quinhentos quilogramas.

CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de passageiros e carga no mesmo

compartimento.

CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como separador de duas pistas de

rolamento, eventualmente substituído por marcas viárias (canteiro fictício).

CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que a unidade de tração é capaz de

tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre suas limitações de geração e

multiplicação de momento de força e resistência dos elementos que compõem a transmissão.

CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos automotores em sinal de regozijo, de

reivindicação, de protesto cívico ou de uma classe.

CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado no transporte de pequenas cargas.

CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao transporte de carga.

CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da luz utilizado na sinalização de vias e

veículos (olho-de-gato).

CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao transporte de pessoas.

CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.

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CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de ciclos, delimitada

por sinalização específica.

CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de combustão interna,

cuja cilindrada não exceda a cinqüenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) e cuja

velocidade máxima de fabricação não exceda a cinqüenta quilômetros por hora.

CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do tráfego

comum.

CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à direita, de mudança da direção original

do veículo.

CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível.

DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que tenha a função específica de

proporcionar maior segurança ao usuário da via, alertando-o sobre situações de perigo que

possam colocar em risco sua integridade física e dos demais usuários da via, ou danificar

seriamente o veículo.

ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para

embarque ou desembarque de passageiros.

ESTRADA - via rural não pavimentada.

ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar.

FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, delimitada por lei específica e sob

responsabilidade do órgão ou entidade de trânsito competente com circunscrição sobre a via.

FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longitudinais em que a pista pode ser

subdividida, sinalizada ou não por marcas viárias longitudinais, que tenham uma largura

suficiente para permitir a circulação de veículos automotores.

FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das normas estabelecidas na legislação de

trânsito, por meio do poder de polícia administrativa de trânsito, no âmbito de circunscrição

dos órgãos e entidades executivos de trânsito e de acordo com as competências definidas

neste Código.

FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permissão ou impedimento de locomoção na

faixa apropriada.

FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a manter o veículo imóvel na ausência do

condutor ou, no caso de um reboque, se este se encontra desengatado.

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FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo destinado a diminuir a marcha do veículo no

caso de falha do freio de serviço.

FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a diminuição da marcha do veículo ou

pará-lo.

GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de braço, adotados exclusivamente pelos

agentes de autoridades de trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito de passagem dos

veículos ou pedestres ou emitir ordens, sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou

norma constante deste Código.

GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais de braço, adotados exclusivamente

pelos condutores, para orientar ou indicar que vão efetuar uma manobra de mudança de

direção, redução brusca de velocidade ou parada.

ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à ordenação dos fluxos de

trânsito em uma interseção.

INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsito, às normas emanadas

do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo

órgão ou entidade executiva do trânsito.

INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entroncamento ou bifurcação, incluindo as áreas

formadas por tais cruzamentos, entroncamentos ou bifurcações.

INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo para atender circunstância momentânea

do trânsito.

LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obrigações do proprietário de veículo,

comprovado por meio de documento específico (Certificado de Licenciamento Anual).

LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela municipalidade à circulação, parada ou

estacionamento de veículos, ou à circulação de pedestres, tais como calçada, parques, áreas

de lazer, calçadões.

LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o veículo transporta,

expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou número de pessoas, para os veículos

de passageiros.

LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urbanas ou rurais e que com elas se limita.

LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar a via até uma grande distância do

veículo.

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LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar a via diante do veículo, sem ocasionar

ofuscamento ou incômodo injustificáveis aos condutores e outros usuários da via que venham

em sentido contrário.

LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos demais usuários da via, que se

encontram atrás do veículo, que o condutor está aplicando o freio de serviço.

LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do veículo destinada a indicar aos demais

usuários da via que o condutor tem o propósito de mudar de direção para a direita ou para a

esquerda.

LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a iluminar atrás do veículo e advertir aos

demais usuários da via que o veículo está efetuando ou a ponto de efetuar uma manobra de

marcha à ré.

LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a iluminação da via em caso de neblina,

chuva forte ou nuvens de pó.

LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a indicar a presença e a largura do

veículo.

MANOBRA - movimento executado pelo condutor para alterar a posição em que o veículo está

no momento em relação à via.

MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de linhas, marcações, símbolos ou legendas,

em tipos e cores diversas, apostos ao pavimento da via.

MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para até vinte

passageiros.

MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-car, dirigido por condutor

em posição montada.

MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor em posição sentada.

MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja carroçaria seja fechada e destinada a

alojamento, escritório, comércio ou finalidades análogas.

NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e o nascer do sol.

ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para mais de vinte

passageiros, ainda que, em virtude de adaptações com vista à maior comodidade destes,

transporte número menor.

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OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do veículo, pelo tempo estritamente

necessário ao carregamento ou descarregamento de animais ou carga, na forma disciplinada

pelo órgão ou entidade executivo de trânsito competente com circunscrição sobre a via.

OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico baseado nos conceitos de Engenharia de

Tráfego, das condições de fluidez, de estacionamento e parada na via, de forma a reduzir as

interferências tais como veículos quebrados, acidentados, estacionados irregularmente

atrapalhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informações aos pedestres e

condutores.

PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente necessário para

efetuar embarque ou desembarque de passageiros.

PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre uma via e uma linha férrea ou trilho de

bonde com pista própria.

PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de passagem à frente de outro veículo que se

desloca no mesmo sentido, em menor velocidade, mas em faixas distintas da via.

PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à transposição de vias, em desnível

subterrâneo, e ao uso de pedestres ou veículos.

PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de vias, em desnível aéreo, e ao uso de

pedestres.

PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso, separada por pintura

ou elemento físico separador, livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de

pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.

PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodoviária Federal com o objetivo de garantir

obediência às normas de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.

PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área rural.

PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo transmite ao pavimento, constituído da

soma da tara mais a lotação.

PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo transmitido ao pavimento pela combinação

de um caminhão-trator mais seu semi-reboque ou do caminhão mais o seu reboque ou

reboques.

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PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em caráter de advertência, destinada a

indicar aos demais usuários da via que o veículo está imobilizado ou em situação de

emergência.

PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circulação de veículos, identificada por

elementos separadores ou por diferença de nível em relação às calçadas, ilhas ou aos

canteiros centrais.

PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixados ao lado ou suspensos sobre a pista,

transmitindo mensagens de caráter permanente e, eventualmente, variáveis, mediante

símbolo ou legendas pré-reconhecidas e legalmente instituídas como sinais de trânsito.

POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função exercida pelas Polícias Militares com o

objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a segurança pública e de garantir

obediência às normas relativas à segurança de trânsito, assegurando a livre circulação e

evitando acidentes.

PONTE - obra de construção civil destinada a ligar margens opostas de uma superfície líquida

qualquer.

REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de um veículo automotor.

REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização de regulamentação pelo órgão ou

entidade competente com circunscrição sobre a via, definindo, entre outros, sentido de

direção, tipo de estacionamento, horários e dias.

REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e protegida, destinada ao uso de pedestres

durante a travessia da mesma.

RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados.

RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores.

RETORNO - movimento de inversão total de sentido da direção original de veículos.

RODOVIA - via rural pavimentada.

SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se apóia na sua unidade tratora ou é a ela

ligado por meio de articulação.

SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária que se utilizam de placas, marcas viárias,

equipamentos de controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos, destinados

exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos veículos e pedestres.

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SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de segurança colocados na via

pública com o objetivo de garantir sua utilização adequada, possibilitando melhor fluidez no

trânsito e maior segurança dos veículos e pedestres que nela circulam.

SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusivamente pelos agentes da autoridade de

trânsito nas vias, para orientar ou indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres,

sobrepondo-se ou completando sinalização existente no local ou norma estabelecida neste

Código.

TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equipamento, do

combustível, das ferramentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e

do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas.

TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com duas, quatro, ou seis rodas, acoplado ou

adaptado à traseira de automóvel ou camionete, utilizado em geral em atividades turísticas

como alojamento, ou para atividades comerciais.

TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais nas vias terrestres.

TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de uma faixa demarcada para outra.

TRATOR - veículo automotor construído para realizar trabalho agrícola, de construção e

pavimentação e tracionar outros veículos e equipamentos.

ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro veículo que se desloca no mesmo

sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitando sair e retornar à

faixa de origem.

UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatilidade do seu uso, inclusive fora de

estrada.

VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos acoplados, sendo um deles automotor.

VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios

meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração

viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os

veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).

VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de carga, podendo transportar dois

passageiros, exclusive o condutor.

VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido fabricado há mais de trinta anos,

conserva suas características originais de fabricação e possui valor histórico próprio.

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VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo o primeiro um veículo automotor e os

demais reboques ou equipamentos de trabalho agrícola, construção, terraplenagem ou

pavimentação.

VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor destinado ao transporte de carga com peso

bruto total máximo superior a dez mil quilogramas e de passageiros, superior a vinte

passageiros.

VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao transporte de pessoas e suas bagagens.

VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao transporte simultâneo de carga e

passageiro.

VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a

calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.

VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, sem

interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres

em nível.

VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por

semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o

trânsito entre as regiões da cidade.

VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de

entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das

regiões da cidade.

VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, destinada

apenas ao acesso local ou a áreas restritas.

VIA RURAL - estradas e rodovias.

VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à circulação pública,

situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificados ao

longo de sua extensão.

VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias destinadas à circulação prioritária de

pedestres.

VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor uma depressão de terreno ou servir

de passagem superior.

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LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS


CÍVEIS E CRIMINAIS
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995

Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela

União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo,

julgamento e execução, nas causas de sua competência.

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,

economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a

transação.

Capítulo II

Dos Juizados Especiais Cíveis

Seção I

Da Competência

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das

causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;

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III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I

deste artigo.

§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

I - dos seus julgados;

II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo,

observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.

§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar,

falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de

trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito

excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades

profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou

escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de

qualquer natureza.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I

deste artigo.

Seção II

Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas,

para apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo

aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum.

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Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,

preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de

cinco anos de experiência.

Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados

Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Seção III

Das Partes

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as

pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o

insolvente civil.

§ 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial:

I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas;

II - as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e

empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de

2006;

III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,

nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;

IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de

14 de fevereiro de 2001.

§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive

para fins de conciliação.

Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente,

podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou

se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência

judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.

§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o

recomendar.

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§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.

§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por

preposto credenciado, munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver

necessidade de vínculo empregatício.

Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de

assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.

Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

Seção IV

Dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno,

conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de

qualquer ato processual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão somente

os dias úteis.

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as

quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio

idôneo de comunicação.

§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas

manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser

gravados em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da

decisão.

§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais

documentos que o instruem.

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Seção V

Do pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria

do Juizado.

§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a

extensão da obrigação.

§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o

sistema de fichas ou formulários impressos.

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados;

nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele

dispositivo.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a Secretaria do

Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias.

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de

conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação.

Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação formal

e ambos serão apreciados na mesma sentença.

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Seção VI

Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:

I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;

II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da

recepção, que será obrigatoriamente identificado;

III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta

precatória.

§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e

advertência de que, não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações

iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

§ 2º Não se fará citação por edital.

§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.

Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio

idôneo de comunicação.

§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes.

§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo,

reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da

comunicação.

Seção VII

Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução

e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o

contrário resultar da convicção do Juiz.

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Seção VIII

Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as

vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio,

especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua

orientação.

§ 1º Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado mediante

sentença com eficácia de título executivo.

§ 2º É cabível a conciliação não presencial conduzida pelo Juizado mediante o emprego dos

recursos tecnológicos disponíveis de transmissão de sons e imagens em tempo real, devendo

o resultado da tentativa de conciliação ser reduzido a escrito com os anexos pertinentes.

Art. 23. Se o demandado não comparecer ou recusar-se a participar da tentativa de conciliação

não presencial, o Juiz togado proferirá sentença.

Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo

arbitral, na forma prevista nesta Lei.

§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de

compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz

convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.

§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º

e 6º desta Lei, podendo decidir por eqüidade.

Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro apresentará o

laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.

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Seção IX

Da Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à audiência de instrução e

julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.

Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência designada

para um dos quinze dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas

eventualmente presentes.

Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes, colhida a prova e, em

seguida, proferida a sentença.

Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no regular

prosseguimento da audiência. As demais questões serão decididas na sentença.

Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á

imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência.

Seção X

Da Resposta do Réu

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto

argüição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em

vigor.

Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu

favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem

objeto da controvérsia.

Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou requerer

a designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.

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Seção XI

Das Provas

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei,

são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes.

Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que

não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas,

impertinentes ou protelatórias.

Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de

instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, independentemente de

intimação, ou mediante esta, se assim for requerido.

§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à Secretaria no

mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento.

§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar sua imediata

condução, valendo-se, se necessário, do concurso da força pública.

Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança,

permitida às partes a apresentação de parecer técnico.

Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a requerimento das partes,

realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança,

que lhe relatará informalmente o verificado.

Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no essencial, os

informes trazidos nos depoimentos.

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado.

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Seção XII

Da Sentença

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos

fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que

genérico o pedido.

Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida nesta

Lei.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a

submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes

de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis.

Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá

recurso para o próprio Juizado.

§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no

primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por

petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas

seguintes à interposição, sob pena de deserção.

§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo

de dez dias.

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo,

para evitar dano irreparável para a parte.

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Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o

§ 3º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do requerente as despesas respectivas.

Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.

Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação suficiente

do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos

próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 47. (VETADO)

Seção XIII

Dos Embargos de Declaração

Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão nos casos previstos no

Código de Processo Civil.

Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de

cinco dias, contados da ciência da decisão.

Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.

Seção XIV

Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:

I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do processo;

II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento, após a

conciliação;

III - quando for reconhecida a incompetência territorial;

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IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º desta Lei;

V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der no prazo de

trinta dias;

VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores no prazo de trinta

dias da ciência do fato.

§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia intimação pessoal

das partes.

§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência decorre de força

maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.

Seção XV

Da Execução

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, aplicando-se, no que

couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações:

I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em Bônus do Tesouro

Nacional - BTN ou índice equivalente;

II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de outras parcelas serão

efetuados por servidor judicial;

III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria audiência em que for

proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu

trânsito em julgado, e advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso V);

IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo havido

solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução,

dispensada nova citação;

V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase

de execução, cominará multa diária, arbitrada de acordo com as condições econômicas do

devedor, para a hipótese de inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor poderá

requerer a elevação da multa ou a transformação da condenação em perdas e danos, que o

Juiz de imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a multa vencida

de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor na execução do julgado;

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VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por outrem, fixado o valor

que o devedor deve depositar para as despesas, sob pena de multa diária;

VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o credor ou terceira

pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a

data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes serão

ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação

de bem móvel, ou hipotecado o imóvel;

VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar de alienação de bens de

pequeno valor;

IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando sobre:

a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;

b) manifesto excesso de execução;

c) erro de cálculo;

d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à sentença.

Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta salários mínimos,

obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações introduzidas por esta

Lei.

§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência de conciliação,

quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.

§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se

possível com dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras

medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a

imediata adjudicação do bem penhorado.

§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer das

partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo anterior.

§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será

imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.

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Seção XVI

Das Despesas

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do

pagamento de custas, taxas ou despesas.

Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta Lei, compreenderá

todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição,

ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita.

Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de

advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente,

vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e

vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da

causa.

Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:

I - reconhecida a litigância de má-fé;

II - improcedentes os embargos do devedor;

III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso improvido do devedor.

Seção XVII

Disposições Finais

Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias necessárias e o serviço

de assistência judiciária.

Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no

juízo competente, independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo

judicial.

Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por

instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Ministério Público.

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Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a conciliação prevista nos

arts. 22 e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.

Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por

esta Lei.

Capítulo III

Dos Juizados Especiais Criminais

Disposições Gerais

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem

competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor

potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri,

decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da

transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei,

as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois)

anos, cumulada ou não com multa.

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade,

simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que

possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de

liberdade.

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Seção I

Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração

penal.

Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em

qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as

quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio

hábil de comunicação.

§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos

realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou

equivalente.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por

mandado.

Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças

existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou,

tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da

recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça,

independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de

comunicação.

Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as

partes, os interessados e defensores.

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Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a

necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que,

na sua falta, ser-lhe-á designado defensor público.

Seção II

Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo

circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,

providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente

encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá

prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá

determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência

com a vítima.

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata

da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.

Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará

sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.

Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do

fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz

esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de

aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local,

preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na

administração da Justiça Criminal.

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Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante

sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública

condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa

ou representação.

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a

oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.

Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica

decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,

não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de

pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a

metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade,

por sentença definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de

pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como

os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do

Juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a

pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada

apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.

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§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de

antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos

civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.

Seção III

Do Procedimento Sumariíssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela

ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o

Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de

diligências imprescindíveis.

§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência

referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do

corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova

equivalente.

§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o

Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma

do parágrafo único do art. 66 desta Lei.

§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz

verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências

previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao

acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora

para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério

Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.

§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e

cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas

testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua

realização.

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§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do

art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.

§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei.

Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, se na fase

preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de

proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.

Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a condução

coercitiva de quem deva comparecer.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o

que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a

vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se

presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.

§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o Juiz

limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes,

contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.

§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que

poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de

jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo

Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o

pedido do recorrente.

§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.

§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º

do art. 65 desta Lei.

§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.

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§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento

servirá de acórdão.

Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver

obscuridade, contradição ou omissão.

§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco

dias, contados da ciência da decisão.

§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.

§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Seção IV

Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante

pagamento na Secretaria do Juizado.

Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a punibilidade, determinando

que a condenação não fique constando dos registros criminais, exceto para fins de requisição

judicial.

Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da

liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.

Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de multa

cumulada com estas, será processada perante o órgão competente, nos termos da lei.

Seção V

Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena restritiva de direitos ou

multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei

estadual.

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Seção VI

Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de

representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas

ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão

do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou

não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a

suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a

denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as

seguintes condições:

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

II - proibição de freqüentar determinados lugares;

III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;

IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar

suas atividades.

§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que

adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por

outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo,

por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.

§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.

§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus

ulteriores termos.

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Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver

iniciada.

Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.

Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação

penal pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo

de trinta dias, sob pena de decadência.

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de Processo Penal, no

que não forem incompatíveis com esta Lei.

Capítulo IV

Disposições Finais Comuns

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua

organização, composição e competência.

Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da sede

da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios

públicos, de acordo com audiências previamente anunciadas.

Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados Especiais no

prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.

Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação desta Lei, serão criados e

instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos

existentes nas áreas rurais ou nos locais de menor concentração populacional.

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua publicação.

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Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de

novembro de 1984.

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LEI DE CRIME AMBIENTAL


LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas

ao meio ambiente, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º (VETADO)

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide

nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o

administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou

mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de

impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente

conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu

representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua

entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas,

autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for

obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

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Art. 5º (VETADO)

CAPÍTULO II

DA APLICAÇÃO DA PENA

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:

I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a

saúde pública e para o meio ambiente;

II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;

III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade

quando:

I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro

anos;

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem

como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para

efeitos de reprovação e prevenção do crime.

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma

duração da pena privativa de liberdade substituída.

Art. 8º As penas restritivas de direito são:

I - prestação de serviços à comunidade;

II - interdição temporária de direitos;

III - suspensão parcial ou total de atividades;

IV - prestação pecuniária;

V - recolhimento domiciliar.

Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas

gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da

coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível.

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Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado contratar

com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como

de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos,

no de crimes culposos.

Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às

prescrições legais.

Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade

pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário

mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do

montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do

condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade

autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em

qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença

condenatória.

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação

significativa da degradação ambiental causada;

III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;

IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II - ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

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c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a

regime especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou

beneficiada por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos

casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.

Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do Código Penal será feita

mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz

deverão relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.

Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz,

ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o

valor da vantagem econômica auferida.

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Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante

do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.

Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada

no processo penal, instaurando-se o contraditório.

Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para

reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido

ou pelo meio ambiente.

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá efetuar-

se pelo valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano

efetivamente sofrido.

Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de

acordo com o disposto no art. 3º, são:

I - multa;

II - restritivas de direitos;

III - prestação de serviços à comunidade.

Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:

I - suspensão parcial ou total de atividades;

II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;

III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções

ou doações.

§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às

disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente.

§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver

funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de

disposição legal ou regulamentar.

§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou

doações não poderá exceder o prazo de dez anos.

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Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:

I - custeio de programas e de projetos ambientais;

II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

III - manutenção de espaços públicos;

IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir,

facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada,

seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo

Penitenciário Nacional.

CAPÍTULO III

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO

DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os

respectivos autos.

§ 1º Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável

ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou

entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos

habilitados.

§ 2º Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no § 1º deste artigo, o

órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em condições adequadas de

acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar físico.

§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a

instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes.

§ 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a

instituições científicas, culturais ou educacionais.

§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua

descaracterização por meio da reciclagem.

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CAPÍTULO IV

DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata

de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro

de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano

ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos

crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:

I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no caput,

dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a

impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo;

II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o

prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo

referido no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição;

III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1° do

artigo mencionado no caput;

IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de

reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o

período de suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto

no inciso III;

V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade

dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências

necessárias à reparação integral do dano.

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CAPÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE

Seção I

Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em

rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou

em desacordo com a obtida:

Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a

obtida;

II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito,

utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota

migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não

autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção,

pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas,

migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo

de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:

I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da

infração;

II - em período proibido à caça;

III - durante a noite;

IV - com abuso de licença;

V - em unidade de conservação;

VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.

§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional.

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§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a

autorização da autoridade ambiental competente:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença

expedida por autoridade competente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou

domesticados, nativos ou exóticos:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo,

ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste

artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de

espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas

jurisdicionais brasileiras:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público;

II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão

ou autorização da autoridade competente;

III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de

moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica.

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Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão

competente:

Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:

I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos

permitidos;

II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos,

petrechos, técnicas e métodos não permitidos;

III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta,

apanha e pesca proibidas.

Art. 35. Pescar mediante a utilização de:

I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante;

II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:

Pena - reclusão de um ano a cinco anos.

Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair,

coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos,

moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas

as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.

Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:

I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;

II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais,

desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;

III – (VETADO)

IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

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Seção II

Dos Crimes contra a Flora

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em

formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou

médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de

proteção:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão

da autoridade competente:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata

o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as

Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida

Silvestre.

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades

de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação

da pena.

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

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Art. 40-A. (VETADO)

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas de Proteção

Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas

Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas

Particulares do Patrimônio Natural.

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades

de Conservação de Uso Sustentável será considerada circunstância agravante para a fixação

da pena.

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:

Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.

Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas

florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento

humano:

Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Art. 43. (VETADO)

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente,

sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder

Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou

não, em desacordo com as determinações legais:

Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.

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Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e

outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada

pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até

final beneficiamento:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito,

transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença

válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade

competente.

Art. 47. (VETADO)

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de

ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas,

protetora de mangues, objeto de especial preservação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em

terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente:

Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.

§ 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do

agente ou de sua família.

§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1

(um) ano por milhar de hectare.

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Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação,

sem licença ou registro da autoridade competente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos

próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da

autoridade competente:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se:

I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime

climático;

II - o crime é cometido:

a) no período de queda das sementes;

b) no período de formação de vegetações;

c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no

local da infração;

d) em época de seca ou inundação;

e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Seção III

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar

em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição

significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o crime:

I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

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II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos

habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de

água de uma comunidade;

IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou

substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar,

quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de

dano ambiental grave ou irreversível.

Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente

autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou

explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do

órgão competente.

Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar,

armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva

à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis

ou nos seus regulamentos:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em desacordo com as

normas ambientais ou de segurança;

II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final

a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento.

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto a

um terço.

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§ 3º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 57. (VETADO)

Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas:

I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral;

II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem;

III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato não

resultar crime mais grave.

Art. 59. (VETADO)

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do

território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem

licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais

e regulamentares pertinentes:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à

pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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Seção IV

Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;

II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido

por lei, ato administrativo ou decisão judicial:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem

prejuízo da multa.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei,

ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico,

artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem

autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado

em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso,

arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em

desacordo com a concedida:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico,

arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa.

§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio

público ou privado mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e,

quando couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com

a autorização do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas

editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do

patrimônio histórico e artístico nacional.

Seção V

Dos Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar

informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de

licenciamento ambiental:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo com

as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato

autorizativo do Poder Público:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem

prejuízo da multa.

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de

relevante interesse ambiental:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo da

multa.

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Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões

ambientais:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro

procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso

ou enganoso, inclusive por omissão:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.

§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio

ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa.

CAPÍTULO VI

DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as

regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.

§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo

administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio

Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das

Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às

autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de

polícia.

§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a

promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de

co-responsabilidade.

§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o

direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei.

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Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os

seguintes prazos máximos:

I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração,

contados da data da ciência da autuação;

II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua

lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;

III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema

Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da

Marinha, de acordo com o tipo de autuação;

IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação.

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o

disposto no art. 6º:

I - advertência;

II - multa simples;

III - multa diária;

IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos,

equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;

V - destruição ou inutilização do produto;

VI - suspensão de venda e fabricação do produto;

VII - embargo de obra ou atividade;

VIII - demolição de obra;

IX - suspensão parcial ou total de atividades;

X – (VETADO)

XI - restritiva de direitos.

§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,

cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação

em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste

artigo.

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§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:

I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo

assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da

Marinha;

II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do

Ministério da Marinha.

§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação

da qualidade do meio ambiente.

§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no

tempo.

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto no

art. 25 desta Lei.

§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a

obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou

regulamentares.

§ 8º As sanções restritivas de direito são:

I - suspensão de registro, licença ou autorização;

II - cancelamento de registro, licença ou autorização;

III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;

IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos

oficiais de crédito;

V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.

Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão

revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de

1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais

ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida

pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.

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Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e

corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo

o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de

reais).

Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou

Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.

CAPÍTULO VII

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo

brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país,

sem qualquer ônus, quando solicitado para:

I - produção de prova;

II - exame de objetos e lugares;

III - informações sobre pessoas e coisas;

IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham relevância para a decisão

de uma causa;

V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos tratados de que o

Brasil seja parte.

§ 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da Justiça, que a remeterá,

quando necessário, ao órgão judiciário competente para decidir a seu respeito, ou a

encaminhará à autoridade capaz de atendê-la.

§ 2º A solicitação deverá conter:

I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

II - o objeto e o motivo de sua formulação;

III - a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;

IV - a especificação da assistência solicitada;

V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o caso.

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Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente para a reciprocidade da

cooperação internacional, deve ser mantido sistema de comunicações apto a facilitar o

intercâmbio rápido e seguro de informações com órgãos de outros países.

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código Penal e do Código de

Processo Penal.

Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais integrantes do

SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização

dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental,

ficam autorizados a celebrar, com força de título executivo extrajudicial, termo de

compromisso com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação,

ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos

ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores.

§ 1º O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á, exclusivamente, a

permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas no caput possam promover as

necessárias correções de suas atividades, para o atendimento das exigências impostas pelas

autoridades ambientais competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento

disponha sobre:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos respectivos

representantes legais;

II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade das obrigações nele

fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o máximo de três anos, com

possibilidade de prorrogação por igual período;

III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto e o cronograma físico

de execução e de implantação das obras e serviços exigidos, com metas trimestrais a serem

atingidas;

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IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica compromissada e os casos

de rescisão, em decorrência do não-cumprimento das obrigações nele pactuadas;

V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior ao valor do investimento

previsto;

VI - o foro competente para dirimir litígios entre as partes.

§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de março de 1998, envolvendo

construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades

utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, a

assinatura do termo de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas

interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento escrito protocolizado

junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado pelo dirigente máximo do

estabelecimento.

§ 3º Da data da protocolização do requerimento previsto no § 2º e enquanto perdurar a

vigência do correspondente termo de compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos

que deram causa à celebração do instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra

a pessoa física ou jurídica que o houver firmado.

§ 4º A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não impede a execução

de eventuais multas aplicadas antes da protocolização do requerimento.

§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso, quando descumprida

qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força maior.

§ 6º O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias, contados da

protocolização do requerimento.

§ 7º O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá conter as informações

necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob pena de indeferimento do

plano.

§ 8º Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser publicados no órgão oficial

competente, mediante extrato.

Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias a contar de sua

publicação.

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Art. 81. (VETADO)

Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI DOS CRIMES DE TORTURA


LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997

Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento

físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou

grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou

medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a

sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não

resultante de medida legal.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou

apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro

a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou

maior de 60 (sessenta) anos; '

III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

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§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para

seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o

cumprimento da pena em regime fechado.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em

território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob

jurisdição brasileira.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do

Adolescente.

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ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema

Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da

Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.

Art. 2º Ao Sinarm compete:

I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;

II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;

III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia

Federal;

IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências

suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de

empresas de segurança privada e de transporte de valores;

V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de

fogo;

VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;

VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos

policiais e judiciais;

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a

atividade;

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IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e

importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;

X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento

e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente

realizados pelo fabricante;

XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros

e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o

cadastro atualizado para consulta.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças

Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército,

na forma do regulamento desta Lei.

Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a

efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes

criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar

respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios

eletrônicos;

II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de

fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.

§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos

anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo

intransferível esta autorização.

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§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma

registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.

§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar

a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as

características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.

§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente

por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem

vendidas.

§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente

será efetivada mediante autorização do Sinarm.

§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou recusada com a

devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do

interessado.

§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento dos requisitos dos

incisos I, II e III deste artigo.

§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma

do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove

estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida.

Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,

autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua

residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que

seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será

precedido de autorização do Sinarm.

§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4 o deverão ser comprovados

periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no

regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

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§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido por

órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela

entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente

registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de

identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de

taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.

4o desta Lei.

§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o proprietário de arma de

fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório,

expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos

os procedimentos a seguir:

I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90

(noventa) dias; e

II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro

provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de

registro de propriedade.

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-

se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural.

CAPÍTULO III

DO PORTE

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos

previstos em legislação própria e para:

I – os integrantes das Forças Armadas;

II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144

da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais

de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei;

IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil)

e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;

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V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do

Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da

República;

VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição

Federal;

VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das

escoltas de presos e as guardas portuárias;

VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos

desta Lei;

IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades

esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei,

observando-se, no que couber, a legislação ambiental.

X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do

Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.

XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios

Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais

que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a

ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério

Público - CNMP.

§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar

arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,

mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito

nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.

§ 1º-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma

de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,

mesmo fora de serviço, desde que estejam:

I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;

II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e

III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.

§ 1º-C. (VETADO).

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§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos

incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que

se refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento

desta Lei.

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à

formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à

existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas

no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça.

§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,

bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no

art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo,

na forma do regulamento desta Lei.

§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem

depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será

concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para

subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de

alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a

efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes

documentos:

I - documento de identificação pessoal;

II - comprovante de residência em área rural; e

III - atestado de bons antecedentes.

§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente

de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de

arma de fogo de uso permitido.

§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões

metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço.

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Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de

transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e

guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço,

devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão

competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia

Federal em nome da empresa.

§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte

de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem

prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e

de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de

fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)

horas depois de ocorrido o fato.

§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação

comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4 o desta Lei quanto aos

empregados que portarão arma de fogo.

§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada

semestralmente junto ao Sinarm.

Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do

art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente

podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de

armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a

autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.

§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do

pagamento de taxa.

§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus

quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo,

respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que

exerçam funções de segurança.

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§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica

condicionado à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos

requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em

estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização

e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei.

§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada

semestralmente no Sinarm.

§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a

comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de

armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e

quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem

obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,

respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do

regulamento desta Lei.

Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis

pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do

Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito

de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros

em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território

nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do

Sinarm.

§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e

territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:

I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de

ameaça à sua integridade física;

II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;

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III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido

registro no órgão competente.

§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente

sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob

efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.

Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela

prestação de serviços relativos:

I – ao registro de arma de fogo;

II – à renovação de registro de arma de fogo;

III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;

IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;

V – à renovação de porte de arma de fogo;

VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.

§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do Sinarm,

da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas

responsabilidades.

§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as instituições a

que se referem os incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6o desta Lei.

Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento de

profissionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade

técnica para o manuseio de arma de fogo.

§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá

exceder ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica

constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia.

§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de armamento e

tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição.

§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2o deste artigo implicará o

descredenciamento do profissional pela Polícia Federal.

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CAPÍTULO IV

DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso

permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua

residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular

ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito)

anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob

sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de

empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e

de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de

fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas

depois de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda

que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de

fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com

determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo

estiver registrada em nome do agente.

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Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências,

em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a

prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável.

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,

ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar

arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com

determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo

ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de

fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro

autoridade policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização

ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou

qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição

ou explosivo a criança ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,

munição ou explosivo.

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso

proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

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Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,

montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em

proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo,

acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.

§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma

de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido

em residência.

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem

autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial

disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal

preexistente.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer

título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou

munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente

policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal

preexistente.

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de

fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

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Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade

se:

I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta

Lei; ou

II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal

para o cumprimento do disposto nesta Lei.

Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais

produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor

histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta

do Comando do Exército.

§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens

com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do

fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regulamento desta Lei.

§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de compra de

munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do

regulamento desta Lei.

§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei

conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,

definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.

§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV

do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de

munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante autorização

concedida nos termos definidos em regulamento.

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Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do

Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário

e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte

de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos

autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz

competente ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para

destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do

regulamento desta Lei.

§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer

favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de

segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça

e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser

encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.

§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico de drogas de

abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de produção ou comercialização

de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos provenientes do

tráfico de drogas de abuso, perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do

Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas com

prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da

federação responsável pela apreensão.

§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz

competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada.

§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição

beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma.

§ 4º (VETADO)

§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao

Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da

relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde se

encontram.

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Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos,

réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução,

ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do

Exército.

Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de

fogo de uso restrito.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.

Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os

integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta

Lei.

Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa)

dias após a publicação desta Lei.

Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias

poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no

prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o requerente.

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não

registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante

apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa,

acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos

meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as

características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do

pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III

do caput do art. 4o desta Lei.

Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o proprietário

de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro

provisório, expedido na forma do § 4º do art. 5o desta Lei.

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Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a

qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do

regulamento desta Lei.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,

espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma

do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil

reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:

I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que

deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma

ou munição sem a devida autorização ou com inobservância das normas de segurança;

II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda,

estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.

Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um

mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar

o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5 o da

Constituição Federal.

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte

internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar

o embarque de passageiros armados.

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Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no Banco

Nacional de Perfis Balísticos.

§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e

armazenar características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de munição

deflagrados por arma de fogo.

§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de elementos de

munição deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações

destinadas às apurações criminais federais, estaduais e distritais.

§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia

criminal.

§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele

que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em

decisão judicial responderá civil, penal e administrativamente.

§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis

Balísticos.

§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos serão

regulamentados em ato do Poder Executivo federal.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional,

salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo

popular, a ser realizado em outubro de 2005.

§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na

data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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LEI DOS CRIMES HEDIONDOS


LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e

determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte lei:

Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei

no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada

pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda

que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI,

VII e VIII);

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de

morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts.

142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de

Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,

companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;

II - roubo:

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);

b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de

arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);

c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);

III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou

morte (art. 158, § 3º);

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2o);

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VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2o, 3o e 4o);

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º).

VII-A – (VETADO)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins

terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei

no 9.677, de 2 de julho de 1998).

VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou

adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo

comum (art. 155, § 4º-A).

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados:

I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;

II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei

nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de

dezembro de 2003;

IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18

da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou

equiparado.

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas

afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança.

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá

apelar em liberdade.

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§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos

crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em

caso de extrema e comprovada necessidade.

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao

cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em

presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

"Art. 83. ..............................................................

........................................................................

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,

prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado

não for reincidente específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo

único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte

redação:

"Art. 157. .............................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos,

além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.

........................................................................

Art. 159. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º .................................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º .................................................................

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º .................................................................

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Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

........................................................................

Art. 213. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

........................................................................

Art. 223. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ........................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

........................................................................

Art. 267. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

........................................................................

Art. 270. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

......................................................................."

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:

"Art. 159. ..............................................................

........................................................................

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade,

facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,

quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e

drogas afins ou terrorismo.

Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou

quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

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Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159,

caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo

único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal,

são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a

vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de

parágrafo único, com a seguinte redação:

"Art. 35. ................................................................

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando

se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989

Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou

preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Art. 2º (Vetado).

Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da

Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.

Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor,

etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional.

Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.

Pena: reclusão de dois a cinco anos.

§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas

resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:

I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições

com os demais trabalhadores;

II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício

profissional;

III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho,

especialmente quanto ao salário.

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§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo

atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de

recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para

emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências.

Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender

ou receber cliente ou comprador.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de

ensino público ou privado de qualquer grau.

Pena: reclusão de três a cinco anos.

Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de

1/3 (um terço).

Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer

estabelecimento similar.

Pena: reclusão de três a cinco anos.

Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais

semelhantes abertos ao público.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de

diversões, ou clubes sociais abertos ao público.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias,

termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.

Pena: reclusão de um a três anos.

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Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores

ou escada de acesso aos mesmos:

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos,

ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças

Armadas.

Pena: reclusão de dois a quatro anos.

Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e

social.

Pena: reclusão de dois a quatro anos.

Art. 15. (Vetado).

Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor

público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não

superior a três meses.

Art. 17. (Vetado).

Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser

motivadamente declarados na sentença.

Art. 19. (Vetado).

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Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião

ou procedência nacional.

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos

ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de

comunicação social ou publicação de qualquer natureza:

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa;

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a

pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:

I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;

II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da

publicação por qualquer meio;

III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de

computadores.

§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão,

a destruição do material apreendido.

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

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LEI MARIA DA PENHA


LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do §

8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas

de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e

Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência

Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a

Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a

mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a

Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana

para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais

ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de

Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e

proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda,

cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa

humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência,

preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

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Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida,

à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao

esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência

familiar e comunitária.

§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das

mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda

forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o

efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.

Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e,

especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e

familiar.

TÍTULO II

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher

qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,

sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de

pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são

ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade

expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a

ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação

sexual.

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Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação

dos direitos humanos.

CAPÍTULO II

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde

corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e

diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que

vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante

ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante,

perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização,

exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à

saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a

manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação

ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua

sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao

matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou

manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,

subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos

pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer

suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou

injúria.

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TÍTULO III

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CAPÍTULO I

DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-

á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública

com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;

II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a

perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à

freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados,

a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas

adotadas;

III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da

família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência

doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no inciso IV do art.

3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal ;

IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular

nas Delegacias de Atendimento à Mulher;

V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e

familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta

Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;

VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de

promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-

governamentais, tendo por objetivo a implementação de programas de erradicação da

violência doméstica e familiar contra a mulher;

VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de

Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I

quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;

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VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito

respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;

IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos

relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da

violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO II

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de

forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da

Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre

outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência

doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e

municipal.

§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar

sua integridade física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta

ou indireta;

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho,

por até seis meses.

III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual

ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de

dissolução de união estável perante o juízo competente.

§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o

acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os

serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis

(DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos

necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

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§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e

dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os danos causados,

inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos

relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de

violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde

do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços.

§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e

disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar

amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.

§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá importar ônus de

qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem configurar

atenuante ou ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada.

§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular

seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou

transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos comprobatórios

do registro da ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso.

§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matriculados ou transferidos

conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao

Ministério Público e aos órgãos competentes do poder público.

CAPÍTULO III

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a

mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as

providências legais cabíveis.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida

protetiva de urgência deferida.

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Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento

policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do

sexo feminino - previamente capacitados.

§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de

violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes

diretrizes:

I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a sua

condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar;

II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e

familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e

pessoas a eles relacionadas;

III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos

âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida

privada.

§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha

de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:

I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os

equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e

familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;

II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em

violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial;

III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a degravação e a

mídia integrar o inquérito.

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Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade

policial deverá, entre outras providências:

I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério

Público e ao Poder Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,

quando houver risco de vida;

IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local

da ocorrência ou do domicílio familiar;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive

os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação

de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união

estável.

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da

ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem

prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se

apresentada;

II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido

da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros

exames periciais necessários;

V - ouvir o agressor e as testemunhas;

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes

criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências

policiais contra ele;

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VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese

de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição

responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826,

de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento);

VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.

§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:

I - qualificação da ofendida e do agressor;

II - nome e idade dos dependentes;

III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.

IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da violência

sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexistente.

§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o boletim de

ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.

§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por

hospitais e postos de saúde.

Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e planos de

atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, darão prioridade, no

âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher

(Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de equipes especializadas para o

atendimento e a investigação das violências graves contra a mulher.

Art. 12-B. (VETADO).

§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO.

§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessários à defesa da

mulher em situação de violência doméstica e familiar e de seus dependentes.

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Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da

mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor

será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:

I - pela autoridade judicial;

II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou

III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado

disponível no momento da denúncia.

§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo

máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a

revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público

concomitantemente.

§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de

urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.

TÍTULO IV

DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da

prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos

de Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e

ao idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça

Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito

Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das

causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme

dispuserem as normas de organização judiciária.

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Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união

estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a

pretensão relacionada à partilha de bens.

§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de

divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver.

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o

Juizado:

I - do seu domicílio ou de sua residência;

II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;

III - do domicílio do agressor.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata

esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência

especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o

Ministério Público.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de

penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena

que implique o pagamento isolado de multa.

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CAPÍTULO II

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I

Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48

(quarenta e oito) horas:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o

caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de

casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente;

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento

do Ministério Público ou a pedido da ofendida.

§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,

independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,

devendo este ser prontamente comunicado.

§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão

ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos

reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.

§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder

novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário

à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

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Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão

preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou

mediante representação da autoridade policial.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a

falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a

justifiquem.

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor,

especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do

advogado constituído ou do defensor público.

Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.

Seção II

Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos

desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as

seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão

competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de

distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica

da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de

atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e

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VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em

grupo de apoio.

§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na

legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,

devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.

§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições

mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz

comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência

concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do

agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos

crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a

qualquer momento, auxílio da força policial.

§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§

5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III

Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção

ou de atendimento;

II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio,

após afastamento do agressor;

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,

guarda dos filhos e alimentos;

IV - determinar a separação de corpos.

V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica

mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição,

independentemente da existência de vaga.

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Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de

propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes

medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de

propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais

decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos

II e III deste artigo.

Seção IV

Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas

nesta Lei:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as

medidas.

§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder

fiança.

§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

CAPÍTULO III

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais

decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

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Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de

violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:

I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de

segurança, entre outros;

II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação

de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou

judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;

III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IV

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência

doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19

desta Lei.

Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso aos

serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede

policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado.

TÍTULO V

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados

poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por

profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.

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Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe

forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério

Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver

trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a

ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.

Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá

determinar a manifestação de profissional especializado, mediante a indicação da equipe de

atendimento multidisciplinar.

Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever

recursos para a criação e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos

da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a

Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar

as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,

observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual

pertinente.

Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o processo e

o julgamento das causas referidas no caput.

TÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser

acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência

judiciária.

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Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no

limite das respectivas competências:

I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes

em situação de violência doméstica e familiar;

II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência

doméstica e familiar;

III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia médico-

legal especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;

IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;

V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação de

seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.

Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser

exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área,

regularmente constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.

Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando

entender que não há outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento da

demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher serão incluídas

nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o

sistema nacional de dados e informações relativo às mulheres.

Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal

poderão remeter suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.

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Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência.

Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em banco de dados

mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério

Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com

vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas competências

e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações

orçamentárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas

estabelecidas nesta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios por

ela adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,

independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo

Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:

“Art. 313. .................................................

................................................................

IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei

específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de

1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 61. ..................................................

.................................................................

II - ............................................................

.................................................................

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f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de

hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;

........................................................... ” (NR)

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a

vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 129. ..................................................

..................................................................

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,

ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações

domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

..................................................................

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for

cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)

Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a

vigorar com a seguinte redação:

“Art. 152. ...................................................

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o

comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)

Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.

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ESTATUTO DO IDOSO
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas

com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem

prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros

meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e

seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e

dignidade.

Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao

idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à

educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao

respeito e à convivência familiar e comunitária.

§ 1º A garantia de prioridade compreende:

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados

prestadores de serviços à população;

II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao

idoso;

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IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as

demais gerações;

V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do

atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção

da própria sobrevivência;

VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na

prestação de serviços aos idosos;

VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter

educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.

§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos,

atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos.

Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,

crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido

na forma da lei.

§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos

princípios por ela adotados.

Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa

física ou jurídica nos termos da lei.

Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de

violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos

na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso,

definidos nesta Lei.

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TÍTULO II

Dos Direitos Fundamentais

CAPÍTULO I

Do Direito à Vida

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos

termos desta Lei e da legislação vigente.

Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante

efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em

condições de dignidade.

CAPÍTULO II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito

e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais,

garantidos na Constituição e nas leis.

§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:

I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as

restrições legais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

IV – prática de esportes e de diversões;

V – participação na vida familiar e comunitária;

VI – participação na vida política, na forma da lei;

VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.

§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral,

abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e

crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

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§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer

tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

CAPÍTULO III

Dos Alimentos

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.

Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.

Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de

Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo

extrajudicial nos termos da lei processual civil.

Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu

sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.

CAPÍTULO IV

Do Direito à Saúde

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de

Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo

das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo

a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:

I – cadastramento da população idosa em base territorial;

II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;

III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e

gerontologia social;

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IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e

esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por

instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o

Poder Público, nos meios urbano e rural;

V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes

do agravo da saúde.

§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos,

especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos

ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores

diferenciados em razão da idade.

§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento

especializado, nos termos da lei.

§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos, hipótese

na qual será admitido o seguinte procedimento:

I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com o

idoso em sua residência; ou

II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador legalmente

constituído.

§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto

Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de

saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição

do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária.

§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência especial

sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.

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Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante,

devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em

tempo integral, segundo o critério médico.

Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder

autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por

escrito.

Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de

optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.

Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita:

I – pelo curador, quando o idoso for interditado;

II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado em

tempo hábil;

III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para

consulta a curador ou familiar;

IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que

deverá comunicar o fato ao Ministério Público.

Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às

necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim

como orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-ajuda.

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto

de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária,

bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos:

I – autoridade policial;

II – Ministério Público;

III – Conselho Municipal do Idoso;

IV – Conselho Estadual do Idoso;

V – Conselho Nacional do Idoso.

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§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão

praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou

psicológico.

§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo, o

disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975.

CAPÍTULO V

Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos,

produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.

Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando

currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.

§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação,

computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna.

§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão

de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da

identidade culturais.

Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos

conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de

forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.

Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada

mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos

artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos

locais.

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Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos

idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo

de envelhecimento.

Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da

educação ao longo da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância,

constituídos por atividades formais e não formais.

Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas

idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial

adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade

visual.

CAPÍTULO VI

Da Profissionalização e do Trabalho

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições

físicas, intelectuais e psíquicas.

Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a

fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a

natureza do cargo o exigir.

Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, dando-se

preferência ao de idade mais elevada.

Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:

I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades

para atividades regulares e remuneradas;

II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um)

ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de

esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania;

III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

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CAPÍTULO VII

Da Previdência Social

Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social

observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários

sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.

Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados na mesma data

de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do

seu último reajustamento, com base em percentual definido em regulamento, observados os

critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.

Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da

aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição

correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício.

Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput observará o disposto

no caput e § 2º do art. 3o da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo

salários-de-contribuição recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o disposto

no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.

Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por

responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os

reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período

compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.

Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base dos aposentados e pensionistas.

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CAPÍTULO VIII

Da Assistência Social

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os

princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do

Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes.

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover

sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1

(um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos

do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se

refere a Loas.

Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato

de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada.

§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do

idoso no custeio da entidade.

§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá

a forma de participação prevista no § 1º, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de

qualquer benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.

§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que se

refere o caput deste artigo.

Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar,

caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais.

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CAPÍTULO IX

Da Habitação

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou

desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública

ou privada.

§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada

quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos

financeiros próprios ou da família.

§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação

externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente.

§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação

compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e

higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.

Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o idoso

goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:

I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para

atendimento aos idosos;

II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;

III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao

idoso;

IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão.

Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a idosos devem situar-

se, preferencialmente, no pavimento térreo.

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CAPÍTULO X

Do Transporte

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos

transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e

especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.

§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal

que faça prova de sua idade.

§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez

por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado

preferencialmente para idosos.

§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e

cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da

gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.

Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da

legislação específica:

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2

(dois) salários-mínimos;

II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os idosos

que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.

Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios para o

exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.

Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento)

das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de

forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.

Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos procedimentos de embarque

e desembarque nos veículos do sistema de transporte coletivo.

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TÍTULO III

Das Medidas de Proteção

CAPÍTULO I

Das Disposições Gerais

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos

nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;

III – em razão de sua condição pessoal.

CAPÍTULO II

Das Medidas Específicas de Proteção

Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou

cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento dos

vínculos familiares e comunitários.

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou o Poder

Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade;

II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou

domiciliar;

IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua

convivência que lhe cause perturbação;

V – abrigo em entidade;

VI – abrigo temporário.

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TÍTULO IV

Da Política de Atendimento ao Idoso

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de ações

governamentais e não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios.

Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:

I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994;

II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que

necessitarem;

III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-tratos,

exploração, abuso, crueldade e opressão;

IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos

abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;

V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos;

VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos da

sociedade no atendimento do idoso.

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CAPÍTULO II

Das Entidades de Atendimento ao Idoso

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias

unidades, observadas as normas de planejamento e execução emanadas do órgão

competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994.

Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de assistência ao idoso

ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância

Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou

Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes

requisitos:

I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade

e segurança;

II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os princípios desta

Lei;

III – estar regularmente constituída;

IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.

Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa

permanência adotarão os seguintes princípios:

I – preservação dos vínculos familiares;

II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;

III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior;

IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo;

V – observância dos direitos e garantias dos idosos;

VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade.

Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá

civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das

sanções administrativas.

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Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:

I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo de

atendimento, as obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os

respectivos preços, se for o caso;

II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;

III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;

IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;

V – oferecer atendimento personalizado;

VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;

VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;

VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;

IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;

X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;

XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de

doenças infecto-contagiosas;

XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os documentos necessários ao

exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;

XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;

XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome

do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o

valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua

identificação e a individualização do atendimento;

XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de abandono

moral ou material por parte dos familiares;

XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.

Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de serviço ao idoso

terão direito à assistência judiciária gratuita.

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CAPÍTULO III

Da Fiscalização das Entidades de Atendimento

Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendimento ao idoso serão

fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos

em lei.

Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o

acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das

respectivas instâncias político-administrativas." (NR)

Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos públicos e privados

recebidos pelas entidades de atendimento.

Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determinações desta Lei ficarão

sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às

seguintes penalidades, observado o devido processo legal:

I – as entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa;

II – as entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) multa;

c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;

d) interdição de unidade ou suspensão de programa;

e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.

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§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em relação ao programa,

caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a suspensão do

programa.

§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá quando verificada a

má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.

§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que coloque em risco os direitos

assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público, para as providências

cabíveis, inclusive para promover a suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a

proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das providências

a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração

cometida, os danos que dela provierem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou

atenuantes e os antecedentes da entidade.

CAPÍTULO IV

Das Infrações Administrativas

Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações do art. 50 desta Lei:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não for

caracterizado como crime, podendo haver a interdição do estabelecimento até que sejam

cumpridas as exigências legais.

Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa permanência, os idosos

abrigados serão transferidos para outra instituição, a expensas do estabelecimento

interditado, enquanto durar a interdição.

Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento de saúde ou

instituição de longa permanência de comunicar à autoridade competente os casos de crimes

contra idoso de que tiver conhecimento:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro

no caso de reincidência.

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Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade no atendimento ao

idoso:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser

estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.

CAPÍTULO V

Da Apuração Administrativa de Infração às Normas de Proteção ao Idoso

Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados anualmente, na

forma da lei.

Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa por infração às

normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Ministério Público ou auto de

infração elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por duas testemunhas.

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas fórmulas impressas,

especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.

§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será

lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo justificado.

Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da defesa, contado da data

da intimação, que será feita:

I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na presença do infrator;

II – por via postal, com aviso de recebimento.

Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade competente aplicará à

entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das

providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais instituições

legitimadas para a fiscalização.

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Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a

autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem

prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou

pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.

CAPÍTULO VI

Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo de que trata este

Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro

de 1999.

Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade governamental e não-

governamental de atendimento ao idoso terá início mediante petição fundamentada de

pessoa interessada ou iniciativa do Ministério Público.

Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,

decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade ou outras medidas

que julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão

fundamentada.

Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta

escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.

Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art. 69 ou, se necessário,

designará audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção

de outras provas.

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão 5 (cinco) dias para

oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

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§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade

governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade administrativa imediatamente

superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à

substituição.

§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a

remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem

julgamento do mérito.

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo

programa de atendimento.

TÍTULO V

Do Acesso à Justiça

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o procedimento sumário

previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei.

Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do idoso.

Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução

dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade

igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.

§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua

idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que

determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local

visível nos autos do processo.

§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge

supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.

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§ 3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública,

empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento

preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação

aos Serviços de Assistência Judiciária.

§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e

caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.

§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maiores de oitenta anos.

CAPÍTULO II

Do Ministério Público

Art. 72. (VETADO)

Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exercidas nos termos da

respectiva Lei Orgânica.

Art. 74. Compete ao Ministério Público:

I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses

difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;

II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de

designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos

os feitos em que se discutam os direitos de idosos em condições de risco;

III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, conforme o disposto no

art. 43 desta Lei;

IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas hipóteses previstas no

art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse público justificar;

V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:

a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não

comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, inclusive

pela Polícia Civil ou Militar;

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b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,

estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem como promover inspeções e

diligências investigatórias;

c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;

VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito

policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao idoso;

VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados ao idoso,

promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que

trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à

remoção de irregularidades porventura verificadas;

IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde, educacionais e de

assistência social, públicos, para o desempenho de suas atribuições;

X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos previstos nesta Lei.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede

a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei.

§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a

finalidade e atribuições do Ministério Público.

§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a

toda entidade de atendimento ao idoso.

Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o

Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que

terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos, requerer diligências e

produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.

Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.

Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será

declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.

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CAPÍTULO III

Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e

Individuais Indisponíveis ou Homogêneos

Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser

fundamentadas.

Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos

direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:

I – acesso às ações e serviços de saúde;

II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com limitação

incapacitante;

III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-contagiosa;

IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.

Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros

interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios do idoso,

protegidos em lei.

Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do idoso, cujo

juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da

Justiça Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.

Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis

ou homogêneos, consideram-se legitimados, concorrentemente:

I – o Ministério Público;

II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

III – a Ordem dos Advogados do Brasil;

IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre os

fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização

da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.

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§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos Estados

na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.

§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério

Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade ativa.

Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as

espécies de ação pertinentes.

Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa

jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto

nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de

segurança.

Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-fazer, o

juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o

resultado prático equivalente ao adimplemento.

§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do

provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na

forma do art. 273 do Código de Processo Civil.

§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sentença, impor multa diária ao réu,

independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,

fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor,

mas será devida desde o dia em que se houver configurado.

Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver,

ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento

ao idoso.

Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trânsito em julgado da

decisão serão exigidas por meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos

autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia daquele.

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Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à

parte.

Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao Poder Público, o juiz

determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da

responsabilidade civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.

Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença condenatória

favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério

Público, facultada, igual iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou assumindo o

pólo ativo, em caso de inércia desse órgão.

Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas,

emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.

Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.

Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciativa do Ministério

Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que constituam objeto de ação civil e

indicando-lhe os elementos de convicção.

Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício de suas funções,

quando tiverem conhecimento de fatos que possam configurar crime de ação pública contra

idoso ou ensejar a propositura de ação para sua defesa, devem encaminhar as peças

pertinentes ao Ministério Público, para as providências cabíveis.

Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades

competentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo

de 10 (dez) dias.

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Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar,

de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou

perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.

§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da

inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou de peças informativas,

determinará o seu arquivamento, fazendo-o fundamentadamente.

§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob

pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do

Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público.

§ 3º Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conselho Superior do

Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público, as

associações legitimadas poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão

juntados ou anexados às peças de informação.

§ 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério

Público de homologar a promoção de arquivamento, será designado outro membro do

Ministério Público para o ajuizamento da ação.

TÍTULO VI

Dos Crimes

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei no 7.347, de 24 de

julho de 1985.

Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse

4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995,

e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo

Penal.

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CAPÍTULO II

Dos Crimes em Espécie

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes

aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações

bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou

instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa

idosa, por qualquer motivo.

§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou

responsabilidade do agente.

Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em

situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem

justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de

natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou

congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.

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Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a

condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis,

quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:

Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 2º Se resulta a morte:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:

I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;

II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;

III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem

justa causa, a pessoa idosa;

IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial

expedida na ação civil a que alude esta Lei;

V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto

desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.

Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem

judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento

do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste

em outorgar procuração à entidade de atendimento:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou

pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar

recebimento ou ressarcimento de dívida:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.

Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens

depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:

Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins

de administração de bens ou deles dispor livremente:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a

devida representação legal:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

TÍTULO VII

Disposições Finais e Transitórias

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer

outro agente fiscalizador:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, passa a vigorar com

as seguintes alterações:

"Art. 61. ............................................................................

............................................................................

II - ............................................................................

............................................................................

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;

............................................................................." (NR)

"Art. 121. ............................................................................

............................................................................

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de

inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar

imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para

evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se

o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

............................................................................." (NR)

"Art. 133. ............................................................................

............................................................................

§ 3º ............................................................................

............................................................................

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)

"Art. 140. ............................................................................

............................................................................

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,

origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

............................................................................ (NR)

"Art. 141. ............................................................................

............................................................................

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de

injúria.

............................................................................." (NR)

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"Art. 148. ............................................................................

............................................................................

§ 1º............................................................................

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior de 60 (sessenta) anos.

............................................................................" (NR)

"Art. 159............................................................................

............................................................................

§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18

(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

............................................................................" (NR)

"Art. 183............................................................................

............................................................................

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos."

(NR)

"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de

18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60

(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento

de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de

socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:

............................................................................" (NR)

Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das Contravenções

Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. 21............................................................................

............................................................................

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60

(sessenta) anos." (NR)

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Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar com

a seguinte redação:

"Art. 1o ............................................................................

............................................................................

§ 4º ............................................................................

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou

maior de 60 (sessenta) anos;

............................................................................" (NR)

Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar com a

seguinte redação:

"Art. 18............................................................................

............................................................................

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou a

pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa,

diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeterminação:

............................................................................" (NR)

Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte

redação:

"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60

(sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo

terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei." (NR)

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional de Assistência Social,

até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os recursos necessários, em cada exercício

financeiro, para aplicação em programas e ações relativos ao idoso.

Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população idosa do País.

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Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei revendo os

critérios de concessão do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da

Assistência Social, de forma a garantir que o acesso ao direito seja condizente com o estágio

de desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País.

Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua publicação, ressalvado o

disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.

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PRISÃO TEMPORÁRIA
LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989

Dispõe sobre prisão temporária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao

esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação

penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);

g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e

parágrafo único);

h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);

i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela

morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua

formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);

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o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade

policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável

por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o

Ministério Público.

§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado

dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da

representação ou do requerimento.

§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado,

determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da

autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.

§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das

quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão

temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser

libertado.

§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.

§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5°

da Constituição Federal.

§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia

deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso

em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da

decretação da prisão preventiva.

§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão

temporária.

Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais

detentos.

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Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acrescido da alínea i, com a

seguinte redação:

"Art. 4° ...............................................................

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando

de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade;"

Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de vinte e

quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos de

prisão temporária.

Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168° da Independência e 101° da República.

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para

instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e

individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça

como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na

harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das

controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e

Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como

fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes

eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

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Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e

o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer

outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos

seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,

social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-

americana de nações.

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TÍTULO II

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos

brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,

à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano

material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos

cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e

militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica

ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a

cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,

independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o

direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento

do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,

durante o dia, por determinação judicial;

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XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das

comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma

que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações

profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando

necessário ao exercício profissional;

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,

nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,

independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente

convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de

autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades

suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para

representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade

pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados

os casos previstos nesta Constituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de

propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,

não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade

produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

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XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de

suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz

humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que

participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e

associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua

utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes

de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o

desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em

benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei

pessoal do "de cujus";

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse

particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de

responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade

e do Estado;

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou

abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento

de situações de interesse pessoal;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

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XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de

reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da

tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como

crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo

evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,

contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o

dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores

e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

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XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do

delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos

durante o período de amamentação;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,

praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de

entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são

assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal

condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses

previstas em lei;

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo

legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da

intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de

autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime

propriamente militar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados

imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-

lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu

interrogatório policial;

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LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade

provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento

voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de

sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não

amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável pela ilegalidade ou

abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de

atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em

funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou

associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora

torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas

inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,

constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter

público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou

administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo

ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,

ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-

fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem

insuficiência de recursos;

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LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além

do tempo fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos

necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do

processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do

regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República

Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,

em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos

respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de

2008 , DEC 6.949, de 2009 , DLG 261, de 2015 , DEC 9.522, de 2018 )

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha

manifestado adesão.

CAPÍTULO III

DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida

para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através

dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

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V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela

União e estruturado em carreira, destina-se a:

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços

e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como

outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija

repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o

descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas

áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e

estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias

federais.

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e

estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias

federais.

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a

competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto

as militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos

corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de

atividades de defesa civil.

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade

federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais.

§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do

Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e

distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

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§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela

segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,

serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo

será fixada na forma do § 4º do art. 39.

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das

pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades

previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos

órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma

da lei.

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ESTATUTO DOS SERVIDORES

MILITARES DA BRIGADA MILITAR


LEI COMPLEMENTAR Nº 10.990, DE 18 DE AGOSTO DE 1997
(atualizada até a Lei Complementar n.º 15.454, de 17 de fevereiro de 2020)

Dispõe sobre o Estatuto dos Militares Estaduais e dá outras providências.

Art. 1.º Este Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos

servidores militares do Estado.

Art. 2.º A Brigada Militar, instituída para a preservação da ordem pública no Estado e

considerada Força Auxiliar, reserva do Exército Brasileiro é instituição permanente e regular,

organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Governador

do Estado.

Art. 3.º Os integrantes da Brigada Militar do Estado, em razão da destinação constitucional da

Corporação e em decorrência das leis vigentes, constituem uma categoria especial de

servidores públicos estaduais, sendo denominados servidores militares.

§ 1.º Os servidores militares encontram-se em uma das seguintes situações:

I - na ativa:

a) os servidores militares de carreira;

b) os servidores militares temporários;

c) os componentes da reserva remunerada, quando convocados;

d) os alunos de órgãos de formação de servidor militar da ativa.

II - na inatividade:

a) na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da Corporação e percebem

remuneração do Estado, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante

convocação;

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b) reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores, estão dispensados,

definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuam a perceber remuneração do

Estado;

c) na reserva não remunerada, na forma da legislação específica.

§ 2.º Os servidores militares de carreira são os que, no desempenho voluntário e permanente

do serviço policial-militar, têm vitaliciedade assegurada ou presumida.

§ 3.º Em casos especiais, regulados por lei, os servidores militares da reserva remunerada

poderão, mediante aceitação voluntária, ser designados para o serviço ativo, em caráter

transitório, por proposta do Comandante-Geral e ato do Governador do Estado.

Art. 4.º O serviço policial-militar consiste no exercício de atividades inerentes à Brigada Militar

e compreende todos os encargos previstos na legislação específica e peculiar.

Art. 5.º A carreira policial-militar é caracterizada por atividade contínua e inteiramente

devotada às finalidades da Brigada Militar, denominada atividade policial-militar.

Parágrafo único. A carreira policial-militar é privativa do pessoal da ativa, iniciando-se com o

ingresso na Brigada Militar e obedecendo à sequência de graus hierárquicos.

Art. 6.º São equivalentes as expressões "na ativa", "da ativa", "em serviço ativo", "em serviço na

ativa", "em serviço", "em atividade" ou "em atividade policial-militar" referidas aos servidores

militares no desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou missão, serviço ou

atividade policial-militar ou considerada de natureza policial-militar, nas organizações policiais-

militares, bem como, quando previsto em lei ou regulamento, em outros órgãos do Estado.

Art. 7.º A condição jurídica dos servidores militares é definida pelos dispositivos constitucionais

que lhes forem aplicáveis, por este Estatuto e pelas leis e regulamentos que lhes outorgam

direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações.

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Art. 8.º O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber, aos servidores-militares da reserva

remunerada e reformados.

Parágrafo único. Os Oficiais nomeados Juízes do Tribunal Militar do Estado são regidos por

legislação própria.

DO PROVIMENTO

Art. 9.º O ingresso na Brigada Militar é facultado a todos os brasileiros, sem distinção de raça,

sexo ou de crença religiosa, mediante concurso público, observadas as condições prescritas

em lei.

Art. 10. São requisitos para o ingresso na Brigada Militar:

I. ser brasileiro;

II. possuir ilibada conduta pública e privada;

III. estar quite com as obrigações eleitorais e militares;

IV. não ter sofrido condenação criminal com pena privativa de liberdade ou qualquer

condenação incompatível com a função policial militar;

V. não estar respondendo processo criminal;

VI. não ter sido isentado do serviço militar por incapacidade física definitiva;

VII. obter aprovação nos exames médico, físico, psicológico e intelectual, exigidos para

inclusão, nomeação ou matrícula.

§ 1.º As condições específicas, conforme o quadro ou qualificação, serão as previstas no

regulamento de ingresso.

§ 2.º O exame psicológico previsto no inciso VII aplica-se exclusivamente quando do ingresso

na Brigada Militar.

Art. 11. Para o cômputo do tempo correspondente ao período probatório será considerado o

tempo de serviço do servidor militar como aluno-oficial.

Parágrafo único. Executam-se do disposto no "caput" os atuais 1.º e 2.º Tenentes PM e os

atuais Aspirantes-a-Oficial.

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DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 12. A hierarquia e a disciplina militares são a base institucional da Brigada Militar, sendo

que a autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

§ 1.º A hierarquia militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da

estrutura da corporação, sendo que a ordenação se faz por postos ou graduações e, dentro de

um mesmo posto ou de uma mesma graduação, se faz pela antiguidade no posto ou na

graduação, consubstanciada no espírito de acatamento à sequência de autoridade.

§ 2.º A disciplina militar é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis,

regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo policial-militar e

coordenam o seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo cumprimento do

dever por parte de todos e de cada um dos seus componentes.

§ 3.º A disciplina militar e o respeito à hierarquia devem ser mantidos entre servidores

militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.

Art. 13. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os servidores militares da

mesma categoria e tem a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem em ambiente

de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.

Parágrafo único. Os círculos hierárquicos serão disciplinados, na forma regulamentar, em:

I. Círculos de Oficiais;

II. Círculos de Praças.

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Art. 14. Os círculos e a escala hierárquica na Brigada Militar são os constantes do quadro

seguinte:

CARREIRA CÍRCULO POSTOS E GRADUAÇÕES

Coronel
dos Servidores militares de de Oficiais Superiores
Tenente-Coronel Major
nível superior

de Oficiais Intermediários Capitão

‘de Oficiais Subalternos Primeiro Tenente

dos Servidores militares de nível 1° Sargento


de Sargentos
médio 2° Sargento

de Soldados Soldado

Em formação, para ingresso Têm acesso ao Círculo de


Praças Especiais Aluno - Oficial
na carreira de nível superior Oficiais Subalternos

Aluno do Curso
Têm acesso ao Círculo de
Técnico em Segurança
Sargentos
Em formação, para ingresso Pública
Praças
na carreira de nível médio
Têm acesso ao Círculo de Aluno do Curso de
Soldados Formação de Soldados

§ 1.º O Posto é o grau hierárquico do Oficial e a Graduação é o grau hierárquico da Praça,

ambos conferidos por atos do Governador do Estado.

§ 2.º Os graus hierárquicos inicial e final dos Quadros e Classificações são os compreendidos

nas carreiras de nível superior e médio, respectivamente, definidos em lei complementar

específica.

§ 3.º Sempre que o servidor militar que fizer uso do posto ou graduação for da reserva

remunerada ou reformado, deverá mencionar essa situação.

§ 4.º Os graus hierárquicos de Subtenente, 3.º Sargento e Cabo, em extinção, frequentam, os

dois primeiros, o Círculo de Sargentos, e o último, o Círculo de Soldados.

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Art. 15. A precedência entre servidores militares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é

assegurada pela antiguidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência

funcional do Comandante-Geral, do Subcomandante-Geral e do Chefe do Estado-Maior.

§ 1.º A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da publicação do

ato da respectiva promoção, nomeação, ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente

fixada outra data.

§ 2.º No caso de igualdade na data referida no parágrafo anterior, a antiguidade é

estabelecida através dos seguintes critérios:

I. entre servidores militares do mesmo quadro, pela posição nas respectivas escalas

numéricas ou registro de que trata o artigo 17;

II. nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na graduação anterior e, se, ainda assim,

subsistir a igualdade de antiguidade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos

anteriores, à data de inclusão e à data de nascimento, para definir a precedência e, neste

último caso, o mais velho será considerado mais antigo;

III. entre os alunos de um mesmo órgão de formação de servidores militares, de acordo com o

regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas

disposições dos incisos I e II.

§ 3.º Em igualdade de posto ou graduação, os servidores militares na ativa têm precedência

sobre os na inatividade.

§ 4.º Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os servidores militares na ativa

e os na reserva remunerada que estiverem convocados é definida pelo tempo de efetivo

serviço no posto ou na graduação.

§ 5.º Em caso de igualdade de posto, os Oficiais que possuírem o Curso Superior de Polícia

Militar terão precedência sobre os demais.

§ 6.º Excetuados os integrantes do Quadro de Oficiais Especialistas em Saúde - QOES, no

exercício de cargo privativo de sua especialidade, e respeitadas as restrições do presente

artigo, os demais Oficiais, quando não possuírem Curso Superior de Polícia Militar, não

poderão exercer Comando, Chefia ou Direção sobre os Oficiais que o possuir.

Art. 16. A precedência entre as Praças especiais e demais Praças é a regulada por legislação

federal específica.

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Art. 17. A Brigada Militar manterá um registro de todos os dados referentes ao seu pessoal da

ativa e da reserva remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas, segundo as

instruções baixadas pelo Comandante-Geral da Corporação.

DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS-MILITARES

Art. 18. O cargo policial-militar é aquele que só pode ser exercido por servidor militar em

serviço ativo, correspondendo, a cada cargo policial-militar um conjunto de atribuições,

deveres e responsabilidades que se constituem em obrigações do respectivo titular.

Parágrafo único. As obrigações inerentes ao cargo policial-militar devem ser compatíveis com

o correspondente grau hierárquico e definidas em legislação ou regulamentação específicas,

observados os princípios regidos por este Estatuto.

Art. 19. Os cargos policiais-militares serão providos com pessoal que satisfaça aos requisitos

de grau hierárquico e de qualificação exigidos para o seu desempenho.

Parágrafo único. O provimento de cargo policial-militar se faz por ato de nomeação ou de

designação da autoridade competente.

Art. 20. O cargo policial-militar é considerado vago:

I - a partir de sua criação e até que um servidor militar, regularmente nomeado ou designado,

dele tome posse;

II - desde o momento em que o servidor militar que o ocupa é exonerado, ou dispensado, ou

falece, ou é considerado extraviado ou desertor, e até que outro servidor militar, regularmente

nomeado ou designado, ou que tenha recebido determinação de autoridade competente, dele

tome posse.

Art. 21. A função policial-militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo policial-militar.

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Art. 22. Dentro de uma mesma Organização Policial Militar, a sequência de substituições para

assumir cargo ou função, bem como as normas, atribuições e responsabilidades

correspondentes, são estabelecidas na legislação específica e peculiar, respeitadas a

precedência e as qualificações exigidas para o cargo ou para o exercício da função.

Art. 23. O servidor militar ocupante de cargo, provido de acordo com o parágrafo único do

artigo 19, faz jus às gratificações e a outros direitos correspondentes, conforme previsto em

lei.

§ 1.º O servidor militar designado, por período igual ou superior a 10 (dez) dias, para exercer

função de posto ou graduação superior a sua terá direito ao vencimento e vantagens

correspondentes àquele posto ou graduação, a contar do dia em que houver assumido tal

função.

§ 2.º As substituições temporárias, respeitados os princípios da antiguidade e da qualificação

para o exercício funcional, somente poderão ocorrer, respectivamente, entre funções

atribuídas a servidores de nível superior ou funções atribuídas a servidores de nível médio.

DO VALOR POLICIAL-MILITAR

Art. 24. São manifestações essenciais do valor policial-militar:

I - a dedicação ao serviço policial para preservação da segurança da comunidade e das

prerrogativas da cidadania, o permanente zelo ao patrimônio público e às instituições

democráticas, mesmo com o risco da própria vida;

II - a fé na elevada missão da Brigada Militar;

III - o espírito de corpo, orgulho do servidor militar pela organização onde serve;

IV - o amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida; e o aprimoramento

técnico profissional.

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DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR

Art. 25. O sentimento do dever, a dignidade militar, o brio e o decoro de classe impõem, a

cada um dos integrantes da Brigada Militar, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com

a observância dos seguintes preceitos de ética do servidor militar:

I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;

II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em

decorrência do cargo; respeitar a dignidade da pessoa humana;

III - acatar as autoridades civis;

IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das

autoridades competentes;

V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;

VI - zelar pelo preparo moral, intelectual e físico, próprio e dos subordinados, tendo em vista o

cumprimento da missão comum;

VII - empregar as suas energias em benefício do serviço;

VIII - praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;

IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;

X - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de que tenha

conhecimento em virtude do cargo ou da função;

XI - cumprir seus deveres de cidadão;

XII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;

XIII - observar as normas da boa educação;

XIV - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de

qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;

XV - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo a que não sejam

prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e decoro;

XVI - zelar pelo bom nome da Brigada Militar e de cada um dos seus integrantes, obedecendo

aos preceitos da ética do servidor militar.

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Art. 26. Ao servidor militar da ativa é vedado participar de gerência ou administração de

empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista,

cotista ou comanditário.

§ 1.º Os servidores-militares na reserva remunerada, quando convocados, ficam proibidos de

tratar, nas organizações policiais-militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de

organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.

§ 2.º Os servidores-militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens,

desde que não infrinjam o disposto no presente artigo.

Art. 27. O Comandante-Geral da Brigada Militar poderá determinar aos servidores militares da

ativa que, no interesse da salvaguarda da sua dignidade, informem sobre a origem e a

natureza dos seus bens, sempre que houver razões que recomendem tal medida.

Art. 28. O servidor militar, enquanto em efetivo serviço, não poderá estar filiado a partido

político.

DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES

Art. 29. Os deveres policiais-militares emanam do conjunto de vínculos que ligam o servidor

militar à sua corporação e ao serviço que a mesma presta à comunidade, e compreendem:

I - a dedicação ao serviço policial-militar e a fidelidade à Pátria e à comunidade, cuja honra,

segurança, instituições e integridade devem ser defendidas, mesmo com o sacrifício da própria

vida;

II - o culto aos símbolos nacionais e estaduais;

III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;

IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;

V - o rigoroso cumprimento das obrigações e das ordens;

VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.

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DO COMPROMISSO POLICIAL-MILITAR

Art. 30. Todo o cidadão, após ingressar na Brigada Militar, prestará compromisso de honra, no

qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais militares e

manifestará a sua firme disposição de bem os cumprir.

Art. 31. O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado

na presença da tropa, tão logo o servidor militar tenha adquirido um grau de instrução

compatível com o perfeito entendimento dos seus deveres como integrante da Brigada Militar,

conforme os seguintes dizeres: "Ao ingressar na Brigada Militar do Estado, prometo regular a

minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a

que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à manutenção

da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.

Parágrafo único. Ao ser promovido ao seu primeiro posto, o servidor militar prestará

compromisso de Oficial, em solenidade especialmente programada, de acordo com os

seguintes dizeres: "Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra, prometo cumprir os

deveres de Oficial da Brigada Militar do Estado e dedicar-me inteiramente ao seu serviço."

DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO

Art. 32. Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o servidor

militar é investido legalmente, quando conduz homens ou dirige uma Organização Policial

Militar, sendo vinculado ao grau hierárquico e constituindo prerrogativa impessoal, em cujo

exercício o servidor militar se define e se caracteriza como chefe.

Art. 33. A subordinação decorre, exclusivamente, da estrutura hierárquica da Brigada Militar e

não afeta a dignidade pessoal do servidor militar.

Art. 34. Cabe ao servidor militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas

ordens que emitir e pelos atos que praticar.

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DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES

Art. 35. A violação das obrigações ou dos deveres policiais-militares constituirá crime,

contravenção ou transgressão disciplinar, conforme dispuserem a legislação ou

regulamentação específicas.

§ 1.º A violação dos preceitos da ética policial-militar é tanto mais grave quanto mais elevado

for o grau hierárquico de quem a cometer.

§ 2.º A responsabilidade disciplinar é independente das responsabilidades civil e penal.

§ 3.º Não se caracteriza como violação das obrigações e dos deveres do servidor militar o

inadimplemento de obrigações pecuniárias assumidas na vida privada.

Art. 36. A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos, ou a falta de

exação no cumprimento dos mesmos, acarreta, para o servidor militar, responsabilidade

funcional, pecuniária, disciplinar e penal, consoante legislação específica.

Parágrafo único. A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal,

poderá concluir pela incompatibilidade do servidor militar com o cargo ou pela incapacidade

para o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes.

Art. 37. O servidor militar cuja atuação no serviço revelar-se incompatível com o cargo ou que

demonstrar incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes será

do mesmo imediatamente afastado, sem prejuízo dos respectivos vencimentos e vantagens,

salvo após decisão final do processo a que for submetido, desde que venha a ser condenado.

§ 1.º São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento

do exercício da função:

I - O Comandante-Geral da Brigada Militar;

II - Os Comandantes, os Chefes e os Diretores, na conformidade da legislação ou

regulamentação da Corporação.

§ 2.º O servidor militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará

privado do exercício de qualquer função policial-militar, até a solução final do processo ou

adoção das providências legais que couberem ao caso.

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Art. 38. Ao servidor militar são proibidas a sindicalização e a greve.

Art. 39. São vedadas as manifestações coletivas que impliquem no descumprimento do dever

ou que atentem contra a disciplina policial-militar.

DOS CRIMES MILITARES

Art. 40. O Código Penal Militar relaciona e classifica os crimes militares, em tempo de paz e em

tempo de guerra, e dispõe sobre a aplicação aos servidores militares das penas

correspondentes aos crimes por eles cometidos.

DO CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO

Art. 41. O Oficial só perderá o posto e a patente por decisão do Tribunal Militar do Estado, se

declarado indigno do Oficialato ou com ele incompatível.

Art. 42. O Oficial acusado de ser incapaz de permanecer como servidor militar será, nos casos

em que a lei determinar, submetido a Conselho de Justificação.

Art. 43. O processo e julgamento pelo Conselho de Justificação serão regidos por lei especial,

assegurada ampla defesa ao acusado.

DO CONSELHO DE DISCIPLINA

Art. 44. A Praça com estabilidade será submetida a Conselho de Disciplina na forma da

legislação específica.

Art. 45. O processo e julgamento pelo conselho de Disciplina serão regidos por lei especial,

assegurada ampla defesa ao acusado.

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DOS DIREITOS DOS SERVIDORES MILITARES

Art. 46. São direitos dos servidores militares, nos limites estabelecidos na legislação específica:

I - garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a

ela inerentes, quando Oficial;

II - o uso das designações hierárquicas;

III - o desempenho de cargos e funções correspondentes ao posto e de atribuições

correspondentes à graduação;

IV - a percepção de vencimentos, proventos e outras vantagem pecuniárias, na forma

estabelecida no Código de Vencimentos e Vantagens da Brigada Militar;

V - o transporte para si e seus dependentes, seus bens pessoais, inclusive mobília, quando

movimentado por necessidade do serviço;

VI - as promoções;

VII - a transferência para a reserva remunerada ou a reforma;

VIII - as férias e as licenças;

IX - a demissão voluntária e, ouvido o Comandante-Geral, o licenciamento voluntário da ativa;

X - o porte de arma, em serviço ativo ou inativo, SALVO aqueles em inatividade por alienação

mental na forma do artigo 121 e seus parágrafos ou sentença penal condenatória com trânsito

em julgado cuja pena não enseja o benefício de sursis;

XI - a aquisição de uma arma de uso permitido, através da Brigada Militar, mediante

indenização, na forma regulamentar;

XII - a assistência judiciária gratuita, quando processado em razão de atos praticados em

objeto de serviço;

XIII - a assistência social e médico-hospitalar;

XIV - a saúde, higiene e segurança do trabalho.

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Art. 47. O servidor militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato

administrativo ou disciplinar de superior hierárquico poderá recorrer, interpor pedido de

reconsideração, queixa, representação ou anulação de ato administrativo, segundo legislação

disciplinar da Corporação.

§ 1.º O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:

a) em 10 (dez) dias corridos, a contar do recebimento de comunicação oficial, quanto a ato

que decorra da composição de Quadro de Acesso;

b) em 60 (sessenta) dias corridos, nos demais casos.

§ 2.º O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos

coletivamente.

§ 3.º A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,

exceto em matéria disciplinar, cujo prazo será de 8 (oito) dias.

§ 4.º Aos servidores militares em processo administrativo ou judicial são assegurados o

contraditório e a ampla defesa.

DA REMUNERAÇÃO

Art. 48. A remuneração dos servidores militares compreende vencimentos ou proventos,

indenizações e outras vantagens e é devida em bases estabelecidas em lei.

§ 1.º REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.454/20)

I - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.454/20)

II - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.454/20)

§ 2.º A remuneração percebida pelos servidores militares em inatividade denomina-se

proventos.

§ 3.º Os servidores militares da ativa e na inatividade perceberão abono familiar de

conformidade com a lei geral que rege essa vantagem.

§ 4.º O servidor militar que exercer o magistério em curso ou estágio regularmente instituídos

pela Brigada Militar, perceberá gratificação de magistério, por aula proferida, conforme fixado

em lei.

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§ 5.º O servidor militar, ao ser movimentado por necessidade do serviço, desde que implique

alteração de seu domicílio, perceberá ajuda de custo para atender às despesas de sua

instalação, no valor fixado em lei.

§ 6.º O servidor militar fará jus à gratificação pelo exercício, fora do horário do expediente a

que estiver sujeito, de encargo em comissão de concurso público, nos termos da lei.

§ 7.º O servidor militar, quando estiver frequentando curso de aperfeiçoamento, atualização

ou de formação com fins de promoção na carreira e/ou exercício de função especializada, terá

sua remuneração inviolada, não podendo esta ser reduzida.

§ 8.º O servidor militar, por necessidade imperiosa de serviço, poderá ser convocado para

cumprir serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador.

§ 9.º Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais e

estabelecidas por jornada diária para o respectivo posto ou graduação da carreira a que

pertencer.

§ 10. Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor militar terá direito à

remuneração ou folga, nos termos da lei.

§ 11. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinquenta por cento)

em relação à hora normal de trabalho.

§ 12. O Poder Executivo regulamentará o disposto nos parágrafos 8.º a 12 no prazo de trinta

dias, a contar da promulgação desta Lei Complementar, em especial as hipóteses de

necessidade imperiosa de serviço, a quantidade de horas extraordinárias e os procedimentos

relativos à competência para fiscalização e controle das convocações de que versa esta Lei

Complementar.

Art. 49. Os vencimentos, os proventos e as pensões dos servidores militares e seus

beneficiários não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, EXCETO nos casos previstos

em lei federal.

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Art. 50. Os proventos de inatividade serão revistos na mesma proporção e na mesma data em

que se modificar a remuneração dos servidores militares em atividade, sendo também

estendidos aos inativos quaisquer benefícios e vantagens posteriormente concedidos aos

servidores militares em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou

reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR

Art. 51. O Estado proporcionará, ao servidor militar e a seus dependentes, assistência médico-

hospitalar, através do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - IPERGS e,

supletivamente, através do Departamento de Saúde da Brigada Militar, conforme legislações

específicas.

§ 1.º O Departamento de Saúde da Brigada Militar destina-se a atender o militar estadual e

seus dependentes, estando o atendimento nos hospitais da instituição vinculado à condição

de segurado do IPE-SAÚDE.

§ 2.º Assegurada a absoluta prioridade de atendimento aos policiais militares e aos seus

dependentes, o Departamento de Saúde da Brigada Militar poderá utilizar sua capacidade

hospitalar supletiva para o atendimento dos servidores públicos civis estaduais, desde que

segurados junto ao IPERGS, mediante indenização ao hospital, através de fator moderador.

§ 3.º A Brigada Militar poderá, mediante a formalização de convênios, destinar parte de sua

capacidade hospitalar supletiva ao atendimento de usuários de outros planos de saúde.

§ 4.º O Comando-Geral da Brigada Militar poderá estabelecer critérios que permitam a

limitação do atendimento aos usuários referidos nos §§ 2.º e 3.º deste artigo, em observância à

prioridade aos militares estaduais e a seus dependentes.

Art. 52. Nas localidades onde não houver organizações de saúde da Brigada Militar, os

servidores militares nela sediados poderão ser atendidos por organizações das Forças

Armadas ou civis, mediante acordos previamente estabelecidos entre estas e o Departamento

de Saúde da Corporação.

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Art. 53. O servidor militar em serviço ativo faz jus à hospitalização e tratamento custeado pelo

Estado, quando acidentado em serviço ou acometido de doença adquirida em serviço ou dela

decorrente.

Art. 54. A assistência médico-hospitalar ao servidor militar da ativa, da reserva remunerada ou

reformado, poderá ser prestada pelas organizações de saúde, dentro das limitações dos

recursos orçamentários próprios da Brigada Militar, postos à disposição do seu Departamento

de Saúde.

Art. 55. As normas e condições de atendimento serão estabelecidas em regulamento próprio,

através de ato do Poder Executivo.

DA PROMOÇÃO

Art. 56. O acesso na hierarquia policial-militar é seletivo, gradual e sucessivo e será feito

mediante promoções, de conformidade com o disposto na legislação e regulamentação de

promoções de Oficiais e de Praças, de modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado da

carreira para os servidores militares a que esses dispositivos se referem.

§ 1.º O planejamento da carreira dos Oficiais e das Praças, observadas as disposições da

legislação e regulamentação a que se refere este artigo, é atribuição do Comando-Geral da

Brigada Militar, ouvido o Secretário de Estado responsável pela área da segurança pública.

§ 2.º A promoção é ato administrativo e tem como finalidade básica a seleção dos servidores

militares para o exercício de funções pertinentes ao grau hierárquico superior.

Art. 57. As promoções serão efetuadas pelos critérios de merecimento e de antiguidade, ou,

ainda, extraordinariamente.

§ 1.º Em casos especiais, haverá promoções em ressarcimento de preterição.

§ 2.º A promoção de servidor militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada

segundo os princípios de antiguidade ou merecimento, recebendo ele o número que lhe

competir na escala hierárquica, como se houvesse sido promovido na época devida,

observado o princípio aplicável à sua promoção.

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§ 3.º A promoção de Oficiais será realizada na seguinte proporção:

I - de um Oficial promovido no critério de merecimento, para um no de antiguidade para o

posto de Major;

II - de três Oficiais promovidos no critério de merecimento, para um no de antiguidade, para

os demais postos, observando-se a sequencialidade dos critérios.

§ 4.º A cada processo de promoção de Oficiais, no critério de merecimento, proceder-se-á a

escolha do servidor militar promovido na primeira vaga dentre os três melhores pontuados no

Quadro de Acesso respectivo e, para as vagas seguintes, se houver, os remanescentes da vaga

anterior e mais 2 (dois) ocupantes da classificação imediatamente seguinte.

§ 5.º Na avaliação do critério de merecimento não serão consideradas condecorações e

medalhas, EXCETO as relativas a tempo de serviço.

Art. 58. A Praça que contar com mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço público militar, ao

ser transferida, a pedido, para a reserva remunerada ou ao ser reformada, será promovida ao

grau hierárquico superior imediato.

§ 1.º O disposto no “caput” deste artigo estende-se à Praça que, com mais de vinte e cinco

anos de serviço público militar, for transferida, “ex offício”, para a reserva remunerada, de

acordo com os incisos I, III e V do art. 106 desta Lei Complementar.

§ 2.º O servidor militar estadual da carreira de nível médio que já tenha cumprido as

exigências para a inatividade voluntária, ressalvadas as hipóteses que impliquem a

transferência “ex officio” para a reserva remunerada, cuja permanência no desempenho de

suas funções seja julgada conveniente e oportuna para o serviço público militar, e que optar

por continuar na atividade, poderá ter deferido, por ato do Governador do Estado, o abono de

permanência no serviço, no valor equivalente à sua contribuição previdenciária.

§ 3.º O abono de que trata o § 2.º deste artigo tem natureza precária e transitória, podendo

ser revogado um ano após a sua concessão ou renovação, não será incorporado ao soldo ou

aos proventos quando da passagem da Praça para a reserva remunerada e não servirá de

base de cálculo para fins de apuração da contribuição mensal para o Regime Próprio de

Previdência Social do Estado do Rio Grande do Sul – RPPS/RS, para o Fundo Previdenciário dos

Servidores Militares – FUNDOPREV/MILITAR, para o Fundo de Assistência à Saúde – FAS/RS – e

nem para vantagens.

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§ 4.º O abono de que trata o § 2.º deste artigo será deferido por um período máximo de 2

(dois) anos, podendo ser renovado por iguais períodos, até o limite de idade estabelecido no

art. 106, I, desta Lei Complementar, mediante iniciativa do Comandante imediato e juízo de

conveniência e oportunidade da Chefia do Poder Executivo.

§ 5.º Fica suspenso o pagamento do abono de incentivo à permanência no serviço ativo à

Praça no período que exceder a:

I - 30 (trinta) dias, em razão de gozo de licença especial de que trata o art. 70 desta Lei

Complementar, a cada período de 12 (doze) meses; e

II - 60 (sessenta) dias, em razão de licença para tratamento de saúde própria ou de licença

para tratamento de saúde de pessoa da família, a cada período de 24 (vinte e quatro) meses.

§ 6.º Fica revogada a concessão do abono de incentivo à permanência no serviço ativo à Praça

que permanecer em alguma das condições previstas no § 8.º do art. 92 desta Lei

Complementar ou que for afastada temporariamente do serviço ativo nos termos do disposto

nas alíneas ‘m’ e ‘n’ do inciso III do § 1.º do art. 92 desta Lei Complementar, EXCETO se ficar em

exercício na Administração Direta ou Indireta do Poder Executivo Estadual, ou, ainda, a partir

da data de concessão de licença:

I. para tratar de interesses particulares;

II. para acompanhar o(a) cônjuge;

III. para exercício de mandato classista, de que trata o § 3.º do art. 69 desta Lei Complementar;

IV. especial de que trata o § 1.º do art. 102 desta Lei Complementar, inclusive para tratamento

de saúde aguardando aposentadoria por invalidez.

§ 7.º O abono de incentivo à permanência previsto neste artigo integra o cálculo da

remuneração para os fins previstos e especificados no inciso XI do art. 37 da Constituição

Federal.

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DA PROGRESSÃO DE NÍVEL

Art. 58-A. O ingresso na carreira dos servidores militares de nível médio dar-se-á no Nível III da

graduação de Soldado, havendo a progressão automática para o Nível II após 10 (dez) anos de

carreira e para o Nível I após 20 (vinte) anos de carreira.

Parágrafo único. A promoção à graduação superior independe do nível em que esteja

posicionado o Soldado.

DAS FÉRIAS E OUTROS AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO

Art. 59. As férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidos aos

servidores militares, para descanso.

§ 1.º As férias serão de trinta dias para todos os servidores-militares.

§ 2.º Compete ao Comandante-Geral da Brigada Militar a regulamentação da concessão das

férias anuais.

§ 3.º Para o primeiro período aquisitivo de férias será exigido 12 (doze) meses de exercício.

§ 4.º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

§ 5.º A requerimento do servidor militar, e havendo concordância do respetivo comando, as

férias poderão ser gozadas em até 3 (três) períodos.

§ 6.º A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de

saúde, por punição anterior decorrente de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou

para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.

§ 7.º Durante as férias, o servidor militar terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo,

como se estivessem em exercício.

Art. 60. Será pago ao servidor militar, por ocasião das férias, independentemente de

solicitação, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias,

pago antecipadamente.

§ 1.º O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor

militar que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço), antes do

início do referido período.

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§ 2.º Na hipótese de férias parceladas, PODERÁ o servidor militar indicar em qual dos períodos

utilizará a faculdade de que trata este artigo.

Art. 61. Por absoluta necessidade de serviço, as férias poderão ser acumuladas até o máximo

de 2 (dois) períodos anuais.

Art. 62. Somente em casos de interesse da segurança pública, de manutenção da ordem, de

extrema necessidade do serviço, ou de transferência para a inatividade, os servidores militares

terão interrompido ou deixarão de gozar, na época prevista, o período de férias a que tiverem

direito, registrando-se o fato em seus assentamentos.

Art. 63. Se o servidor militar vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que

lhe assegure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descontadas eventuais

parcelas correspondentes à antecipação, será paga aos dependentes legalmente constituídos.

Art. 64. O servidor exonerado fará jus ao pagamento da remuneração de férias

proporcionalmente aos meses de efetivo exercício, descontadas eventuais parcelas já fruídas.

Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos)

da remuneração a que fizer jus o servidor militar, na forma prevista no artigo 61.

Art. 65. O servidor militar que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias para tratar de interesses

particulares, somente após um ano de efetivo exercício contado da data da apresentação, fará

jus a férias.

Art. 66. Os servidores militares têm direito, também, aos períodos de afastamento total do

serviço, observadas as disposições legais e regulamentares, por motivo de:

I - núpcias;

II - luto;

III - instalação;

IV - trânsito.

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Parágrafo único. O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto, por até 8 (oito) dias

consecutivos, será concedido, no primeiro caso, se solicitado por antecipação à data do evento

e, no segundo caso, tão logo a autoridade à qual estiver subordinado o servidor militar tenha

conhecimento do óbito de seu ascendente, descendente, cônjuge, sogros, irmãos,

companheiro ou companheira, padrasto ou madrasta, enteado e menor sob guarda ou tutela.

Art. 67. É assegurado, ainda, o afastamento do servidor militar, sem prejuízo de sua

remuneração, durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes

de ensino superior, 1.º e 2.º graus, e durante os dias de provas em exames supletivos e de

habilitação a curso superior.

Parágrafo único. O servidor militar, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, DEVERÁ

comprovar perante seu superior imediato as datas em que se realizarão as diversas provas e

seu comparecimento.

Art. 68. As férias e os outros afastamentos mencionados são concedidos com a remuneração

prevista na legislação peculiar e computados como tempo de efetivo serviço para todos os

efeitos legais.

DAS LICENÇAS

Art. 69. Licença é a autorização para afastamento total do serviço, em caráter temporário,

concedida ao servidor militar, observadas as disposições legais e regulamentares.

§ 1.º A licença pode ser:

I - licença de capacitação profissional;

II - para tratar de interesses particulares;

III - para tratamento de saúde própria;

IV - para tratamento de saúde de pessoa da família;

V - à gestante e à adotante;

VI - à paternidade;

VII - para acompanhar o cônjuge.

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§ 2.º A remuneração do servidor militar, quando em qualquer das situações de licença

constantes do parágrafo anterior, será regulada em legislação própria.

§ 3.º Compete ao Comandante-Geral da Brigada Militar conceder as licenças previstas no

"caput", bem como a licença para exercício de mandato classista, observadas as necessidades

de serviço.

Art. 70. A lei assegurará ao servidor militar estadual ocupante de cargo de provimento efetivo,

no interesse da Administração, após cada quinquênio de efetivo exercício, a possibilidade de

afastamento por meio de licença, para participar de curso de capacitação profissional, com a

respectiva remuneração, sem prejuízo de sua situação funcional, por até 3 (três) meses, não

cumuláveis, conforme disciplina legal, sendo vedada a conversão em pecúnia para aquele

servidor que não usufruir desse direito.

§ 1.º Ficam asseguradas ao servidor militar estadual as licenças especiais já adquiridas, bem

como a integralização, para todos os efeitos de averbação e gratificações temporais, com base

no regime anterior, do quinquênio em andamento na data da publicação desta Lei

Complementar.

§ 2.º O período de licença de capacitação profissional não interrompe a contagem de tempo

de efetivo exercício.

§ 3.º A licença de capacitação profissional não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer

licença para tratamento de saúde e para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não

anula o direito àquelas licenças.

§ 4.º Para os efeitos de concessão de licença de capacitação profissional, não se considerarão

como interrupção de serviços ao Estado os afastamentos previstos nos incisos V e VI do art. 69,

as licenças para tratamento de saúde própria, de até 4 (quatro) meses, e as licenças para

tratamento de saúde de pessoas da família, de até 2 (dois) meses.

Art. 71. Ao servidor militar estável PODERÁ ser concedida licença para tratar de interesses

particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem remuneração e com prejuízo da

contagem do tempo de serviço público.

§ 1.º A licença PODERÁ ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do

serviço.

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§ 2.º O servidor militar DEVERÁ aguardar em exercício a concessão da licença, SALVO hipótese

de imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a que estiver subordinado,

considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada.

§ 3.º O servidor militar PODERÁ, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.

§ 4.º Não se concederá nova licença, antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior,

contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo.

Art. 72. Será concedida ao servidor militar licença para tratamento de saúde própria, a pedido

ou "ex-officio", precedida de inspeção médica realizada pelo Departamento de Saúde da

Brigada Militar, na Capital ou no interior, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

§ 1.º Sempre que necessário, a inspeção médica PODERÁ ser realizada na residência do

servidor, ou no estabelecimento hospitalar em que se encontrar internado.

§ 2.º O servidor militar não PODERÁ recusar-se à inspeção médica.

§ 3.º O resultado da inspeção médica será comunicado imediatamente ao servidor militar,

logo após a sua realização, SALVO se houver a necessidade de exames complementares,

quando então, ficará o servidor militar à disposição do Departamento de Saúde da Brigada

Militar.

Art. 73. Findo o período de licença, o servidor militar DEVERÁ reassumir imediatamente o

exercício do cargo, sob pena de ser considerado ausente, SALVO prorrogação ou determinação

constante em laudo pericial.

Art. 74. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou à natureza da

doença, devendo, porém, esta ser especificada através do respectivo código (CID).

Parágrafo único. Para a concessão de licença a servidor militar acometido de moléstia

profissional, o laudo médico DEVERÁ estabelecer a sua rigorosa caracterização.

Art. 75. O servidor militar em licença para tratamento de saúde própria DEVERÁ abster-se do

exercício de atividades incompatíveis com o seu estado, sob pena de imediata suspensão da

mesma.

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Art. 76. O servidor militar PODERÁ obter licença por motivo de doença do cônjuge, de

ascendente, descendente, enteado e colateral consanguíneo, até o 2.º grau, desde que

comprove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente,

com o exercício do cargo.

Parágrafo único. A doença será comprovada através de inspeção de saúde a ser procedida

pelo Departamento de Saúde da Brigada Militar.

Art. 77. A licença de que trata o artigo anterior será concedida:

I - com a remuneração total, até 90 (noventa) dias;

II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa) e não

ultrapassar a 180 (cento e oitenta) dias;

III - com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não

ultrapassar a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos

inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

Art. 78. À servidora militar é concedido licença maternidade de 180 (cento e oitenta) dias,

mediante inspeção médica e sem prejuízo da remuneração.

§ 1.º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora-militar será

submetida a inspeção médica e, se julgada apta, reassumirá o exercício do cargo.

§ 2.º O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir da alta da

Unidade de Tratamento Intensivo, em caso de nascimento prematuro.

Art. 79. Ao término da licença a que se refere o artigo anterior, é assegurado à servidora-

militar lactante, durante o período de 2 (dois) meses, o direito de comparecer ao serviço em

um turno, quando seu regime de trabalho obedecer a dois turnos, ou a três horas

consecutivas por dia, quando seu regime de trabalho obedecer a turno único.

Art. 80. À servidora militar adotante será concedida licença a partir da concessão do termo de

guarda ou da adoção pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

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Art. 81. Pelo nascimento ou pela adoção de filho, o servidor militar terá direito à licença-

paternidade de 30 (trinta) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração, inclusive em casos

de natimorto.

Parágrafo único. O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir da

alta da Unidade de Tratamento Intensivo, em caso de nascimento prematuro.

Art. 81-A. As disposições constantes dos arts. 78, 80 e 81 terão seus efeitos retroativos à data

de início das licenças em andamento.

Art. 82. As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas neste

artigo.

§ 1.º A interrupção da licença capacitação e da licença para tratar de interesses particulares

PODERÁ ocorrer:

I - em caso de mobilização e estado de guerra;

II - em caso de decretação de estado de sítio;

III - em caso de emergente necessidade e segurança pública;

IV - para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;

V - para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulamento da Força;

VI - em caso de pronúncia em processo criminal ou indiciação em Inquérito Policial Militar, a

juízo da autoridade que efetivou a pronúncia ou a indiciação.

§ 2.º A interrupção de licença para tratamento de saúde de pessoa da família e para

cumprimento de pena disciplinar que importe em restrição da liberdade individual, será

regulada em legislação própria.

DA PENSÃO POLICIAL-MILITAR

Art. 83. A pensão policial-militar destina-se a amparar os beneficiários do servidor militar

falecido ou extraviado e será paga conforme o disposto em lei.

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Art. 84. A pensão policial-militar do pessoal do serviço ativo, da reserva ou reformado será a

do Instituto de Previdência do Estado, conforme legislação específica, SALVO no caso do artigo

seguinte.

Art. 85. O servidor militar morto em campanha ou em ato de serviço, ou em consequência de

acidente em serviço, deixará a seus dependentes pensão correspondente aos vencimentos

integrais do grau hierárquico imediatamente superior ao que possuir na ativa.

Parágrafo único. O disposto no "caput" sobre o valor da pensão não se aplica ao servidor

militar que for promovido extraordinariamente.

DAS PRERROGATIVAS

Art. 86. As prerrogativas dos servidores militares são constituídas pelas honras, dignidades e

distinções devidas aos graus hierárquicos e cargos.

Parágrafo único. São prerrogativas dos servidores militares:

I - o uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas policiais-militares da Brigada

Militar, correspondentes ao posto ou à graduação;

II - as honras, tratamento e sinais de respeito que lhes são assegurados em leis ou

regulamentos;

III - as penas de prisão, detenção ou reclusão, fixadas em sentença judicial e os casos de prisão

provisória, serão cumpridos em organização policial-militar, cujo Comandante, Chefe ou

Diretor tenha precedência hierárquica sobre a pessoa do preso;

IV - julgamento em foro especial, nos crimes militares;

V - livre ingresso e trânsito, em objeto de serviço, em qualquer recinto público ou privado,

respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;

VI - prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no

território estadual, quando em serviço de caráter urgente;

VII - carteira de identidade de acordo com modelo regulamentar, que consigne os direitos e

prerrogativas instituídos em lei, para o exercício funcional;

VIII - não confinamento em cela no caso de punição administrativa.

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Art. 87. Somente em caso de flagrante delito o servidor militar PODERÁ ser preso por

autoridade policial civil, ficando esta obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade policial

militar mais próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou posto policial durante o tempo

necessário à lavratura do flagrante.

§ 1.º Cabe ao Comandante-Geral da Brigada Militar a iniciativa de responsabilizar a autoridade

policial que não cumprir o disposto neste artigo e que maltratar ou consentir que seja

maltratado qualquer preso servidor militar ou não lhe der o tratamento devido ao seu posto

ou a sua graduação.

§ 2.º Se durante o processo em julgamento no foro civil houver perigo de vida para qualquer

preso servidor militar, a autoridade policial-militar da localidade providenciará em

entendimentos com a autoridade judiciária, visando à guarda do Foro ou Tribunal por força

policial-militar, se for o caso.

DO USO DOS UNIFORMES DA BRIGADA MILITAR

Art. 88. Os uniformes da Brigada Militar, com seus distintivos, insígnias e emblemas são

privativos dos servidores militares e representam o símbolo da autoridade policial-militar, com

as prerrogativas que lhe são inerentes.

Parágrafo único. Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos

uniformes, distintivos, insígnias e emblemas policiais-militares, bem como seu uso por quem a

ele não tiver direito.

Art. 89. O uso dos uniformes, com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os

modelos, descrição, peças, acessórios e outras disposições, são estabelecidos na

regulamentação da Brigada Militar.

§ 1.º É proibido ao servidor militar o uso de uniforme:

I - em reuniões, propaganda ou qualquer outra manifestação de caráter político-partidário;

II - na inatividade, SALVO para comparecer a solenidades militares e policiais-militares e,

quando autorizado, a cerimônias cívicas comemorativas das datas nacionais ou a atos sociais

solenes de caráter particular;

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III - no estrangeiro, quando em atividade não relacionada com a missão de servidor militar,

SALVO quando expressamente determinado ou autorizado.

§ 2.º Os servidores militares na inatividade, cuja conduta possa ser considerada como ofensiva

à dignidade da classe, poderão ser definitivamente proibidos de usar uniformes, por decisão

do Comandante-Geral da Brigada Militar.

Art. 90. O servidor militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que usa e

aos distintivos, emblemas e insígnias que ostenta.

Art. 91. É vedado a qualquer organização ou pessoa civil usar uniformes ou ostentar

distintivos, equipamentos, insígnias ou emblemas iguais aos adotados na Brigada Militar ou

que com eles possam ser confundidos.

Parágrafo único. Serão responsabilizados pela infração das disposições deste artigo os

diretores ou chefes de sociedades ou organizações de qualquer natureza, empregadores,

empresas e institutos ou departamentos que tenham adotado ou consentido que sejam

usados uniformes ou ostentados distintivos, equipamentos, insígnias ou emblemas que

possam ser confundidos com os adotados na Brigada Militar.

DA AGREGAÇÃO

Art. 92. A agregação é a situação transitória na qual o servidor militar da ativa deixa de ocupar

vaga na escala hierárquica de seu Quadro, nela permanecendo sem número.

§ 1.º O servidor militar será agregado quando:

I - exercer cargo ou função não previstos nos quadros de organização da Brigada Militar,

criados em lei para provimento e desempenho privativos de servidores militares;

II - aguardar transferência "ex-officio" para a reserva remunerada, por ter sido enquadrado em

quaisquer dos requisitos que a motivam;

III - for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de:

a) ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano contínuo de tratamento;

b) ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;

c) haver ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;

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d) ter-lhe sido concedida licença para tratar de interesses particulares ou licença para

desempenho de mandato em associação de classe;

e) haver ultrapassado seis meses contínuos de licença para tratamento de saúde de pessoa da

família;

f) ter sido considerado oficialmente extraviado;

g) haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal

Militar, se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada;

h) como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a

fim de se ver processar;

i) se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da justiça comum ou militar;

j) ter-lhe sido concedida a licença especial de que trata o parágrafo 1.º do art. 102 desta

Lei, enquanto aguarda transferência para a reserva remunerada;

l) ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a seis meses, com sentença

passada em julgado, enquanto durar a execução;

m) ter passado à disposição de Secretaria do Governo ou de outro órgão do Estado, da União,

dos Estados ou dos Territórios ou Municípios, para exercer função de natureza civil, SALVO se

for do interesse da segurança pública;

n) ter sido, com prévia autorização ou mediante ato do Governador do Estado, investido em

cargo, função ou emprego público civil temporário, inclusive da administração indireta;

o) ter-se candidatado a cargo eletivo, desde que conte com dez ou mais anos de efetivo

serviço;

p) ser afastado das funções de acordo com o previsto nesta lei ou condenado a pena de

suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função prevista em lei;

q) haver ultrapassado seis meses contínuos, na situação de convocado para funcionar como

Juiz do Tribunal Militar do Estado;

r) ter-lhe sido concedida licença para acompanhar o cônjuge, na forma do artigo 148 desta

Lei.

§ 2.º O servidor militar agregado de conformidade com os incisos I e II do parágrafo 1.º

continua a ser considerado, para todos os efeitos, em serviço ativo.

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§ 3.º A agregação do servidor militar a que se refere o inciso I e as letras "m" e "n" do inciso III

do parágrafo 1.º é contada desde a posse do novo cargo e até o regresso à Corporação ou

transferência "ex-officio" para a reserva remunerada.

§ 4.º A agregação do servidor militar a que se refere as letras "a", "c", "d", "e", e "j", do inciso III

do parágrafo 1.º é contada a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto

durarem o respectivo evento ou situação.

§ 5.º A agregação do servidor militar a que se refere o inciso II e as letras "b", "f", "g", "h", "i",

"l", e "p" do inciso III do parágrafo 1.º é contada a partir da data indicada no ato que torna

público o respectivo evento.

§ 6.º A agregação do servidor militar a que se refere a letra "o" do inciso III do parágrafo 1.º é

contada a partir da data do registro como candidato e até sua diplomação ou seu regresso à

corporação, se não houver sido eleito.

§ 7.º Ultrapassados dois anos, contínuos ou não, de agregação, nos termos da letra "n" do

inciso III do parágrafo 1.º, o servidor militar ficará automaticamente transferido para a reserva,

nas mesmas condições do que houver aceito cargo público permanente.

§ 8.º O servidor militar em atividade, com mais de 10 (dez) anos de serviço, ao candidatar-se a

cargo eletivo, será afastado temporariamente, do serviço ativo e agregado, e, se eleito e

diplomado, será transferido para a reserva remunerada, com remuneração proporcional ao

seu tempo de serviço. CF, Art. 14, §8°

§ 9.º O servidor militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas

relações com outros servidores militares e autoridades civis, SALVO quando titular do cargo

que lhe dê precedência funcional sobre outros servidores militares mais graduados ou mais

antigos.

Art. 93. O servidor militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e remuneração, à

organização policial-militar que lhe for designada, continuando a figurar no respectivo registro,

sem número, no lugar que até então ocupava, com a abreviatura "Ag" e anotações

esclarecedoras de sua situação.

Art. 94. A agregação se faz por ato do Governador do Estado para os Oficiais e do

Comandante-Geral para as Praças.

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DA REVERSÃO

Art. 95. Reversão é o ato pelo qual o servidor militar agregado retorna ao respectivo quadro

tão logo cesse o motivo que determinou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe

competir na respectiva escala numérica, na primeira vaga que ocorrer.

Parágrafo único. A qualquer tempo poderá ser determinada a reversão do militar agregado,

exceto nos casos previstos nas letras "a", "b", "c", "f", "g", "l", "o", e "p" do inciso III do parágrafo

1.º do artigo 92.

Art. 96. A reversão será efetuada mediante ato do Governador do Estado para os Oficiais e do

Comandante-Geral para as Praças.

DO EXCEDENTE

Art. 97. Excedente é a situação transitória a que automaticamente passa o servidor militar

que:

I - tendo cessado o motivo que determinou a sua agregação, reverte ao respectivo quadro,

estando este com seu efetivo completo;

II - aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica, após haver sido transferido de

quadro, estando o mesmo com o seu efetivo completo;

III - é promovido por bravura, sem haver vaga;

IV - é promovido indevidamente;

V - sendo o mais moderno na respectiva escala hierárquica, ultrapassa o efetivo de seu

quadro, em virtude de promoção de outro servidor militar em ressarcimento de preterição;

VII - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorna

ao respectivo Quadro, estando este com o seu efetivo completo.

§ 1.º O servidor militar cuja situação é a de excedente, SALVO o indevidamente promovido,

ocupa a mesma posição relativa em antiguidade que lhe cabe, na escala hierárquica, com a

abreviatura "Excd" e receberá o número que lhe competir em consequência da primeira vaga

que se verificar.

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§ 2.º O servidor militar cuja situação é a de excedente é considerado como em efetivo serviço

para todos os efeitos e concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e

sem nenhuma restrição a qualquer cargo policial-militar, bem como à promoção.

§ 3.º O servidor militar promovido por bravura, sem haver vaga, ocupará a primeira vaga

aberta, deslocando para a vaga seguinte o princípio de promoção que deveria ter sido seguido.

§ 4.º O servidor militar promovido indevidamente só contará antiguidade; e receberá o

número que lhe competir na escala hierárquica, quando a vaga a ser preenchida corresponder

ao princípio pelo qual deveria ter sido promovido, desde que satisfaça aos requisitos para a

promoção.

DO AUSENTE

Art. 98. É considerado ausente o servidor militar que, por mais de vinte e quatro horas

consecutivas:

I - deixar de comparecer à sua Organização Policial-Militar, sem comunicar qualquer motivo de

impedimento;

II - ausentar-se, sem licença, da Organização Policial-Militar onde serve ou do local onde deva

permanecer.

Parágrafo único. Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as

formalidades previstas em legislação específica.

DO DESAPARECIMENTO E DO EXTRAVIO

Art. 99. É considerado desaparecido o servidor militar da ativa que, no desempenho de

qualquer serviço, em viagem, em operações policiais-militares ou em caso de calamidade

pública, tiver paradeiro ignorado por mais de oito dias.

§ 1.º A situação do desaparecido só será considerada quando não houver indício de deserção.

§ 2.º O servidor militar da ativa, com estabilidade assegurada, que permanecer desaparecido

por mais de trinta dias, será oficialmente considerado extraviado.

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DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO

Art. 100. O desligamento ou exclusão do serviço do servidor militar é feito em consequência

de:

I - transferência para a reserva remunerada;

II - reforma;

III - demissão;

IV - perda do posto ou patente;

V - licenciamento;

VI - exclusão a bem da disciplina;

VII - deserção;

VIII - falecimento;

IX - extravio.

Parágrafo único. O desligamento do serviço será processado após a expedição de ato do

Governador do Estado ou de autoridade à qual para tanto tenham sido delegados ou

concedidos poderes.

Art. 101. A transferência para a reserva remunerada ou a reforma não isentam o servidor

militar de indenização dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem do

pagamento das pensões decorrentes de sentença judicial.

Art. 102. Ao servidor militar da ativa, enquadrado nos incisos I ou V do artigo 100 ou

demissionário a pedido, serão aplicadas as disposições constantes nos parágrafos deste artigo,

com relação ao seu desligamento da Organização Policial-Militar em que serve.

§ 1.º Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado, no órgão encarregado

da administração do pessoal, o requerimento de transferência para a reserva remunerada, na

forma do inciso I do artigo 100, o servidor militar será considerado em licença especial, sem

prejuízo da remuneração e da contagem de tempo de serviço, para todos os efeitos, podendo

afastar-se do serviço, enquanto aguarda o desligamento, SALVO se, antes, tiver sido

cientificado do indeferimento do pedido.

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§ 2.º Nos demais casos previstos no "caput" deste artigo, o desligamento será feito após a

publicação do ato correspondente, no Diário Oficial e no boletim da organização em que serve

o servidor militar, a qual não PODERÁ exceder de trinta dias da primeira publicação Oficial.

DA REINCLUSÃO

Art. 103. A Praça licenciada a pedido ou "ex-officio", neste último caso desde que não seja a

bem da disciplina, PODERÁ ser reincluída, mediante novo concurso público.

Parágrafo único. Em hipótese alguma a Praça licenciada no comportamento "MAU"' PODERÁ

ser incluída novamente.

DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA

Art. 104. A passagem do servidor militar à situação de inatividade, mediante transferência

para a reserva remunerada, se efetua:

I - a pedido;

II - "ex-officio".

Art. 105. A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, mediante

requerimento, ao servidor militar que tenha preenchido os requisitos legais de tempo de

contribuição.

§ 1.º No caso de o servidor militar haver realizado qualquer curso ou estágio por conta do

Estado, de duração superior a seis meses, sem haver decorrido três anos de seu término, a

transferência para a reserva só será concedida mediante indenização de todas as despesas

correspondentes à realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de

vencimentos, na forma regulamentar.

Lei 10990, Art. 105, § 2.º Preenchidos os demais requisitos legais, a transferência para reserva

a pedido exige o tempo MÍNIMO de 25 (vinte e cinco) anos de efetivo serviço militar prestado à

Corporação para os homens e de 20 (vinte) anos de efetivo serviço militar prestado à

Corporação para as mulheres, sendo computado, para essa finalidade, o tempo de serviço

público já averbado até a data de publicação desta Lei Complementar.

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Art. 106. A transferência "ex-officio" para a reserva remunerada verificar-se-á sempre que o

servidor militar incidir em um dos seguintes casos:

I - atingir as seguintes idades limites:

a) Oficiais: 65 anos;

b) Praças: 60 anos;

II - o Oficial, ao completar 30 (trinta) anos de serviço e:

a) (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.019/17)

b) 35 (trinta e cinco) anos de efetivo exercício, em qualquer hipótese;

III - ultrapassar 2 (dois) anos contínuos de licença para tratamento de saúde em pessoa da

família;

IV - agregar para, com prévia autorização ou mediante ato do Governador do Estado, assumir

cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive na Administração Indireta, e

V - permanecer afastado das funções por 2 (dois) anos, contínuos ou não;

VI - for diplomado para desempenho de cargo eletivo;

VII - quando Coronel, for demitido por necessidade de serviço ou for dispensado da função de

Comandante-Geral e não aceitar nomeação para outro cargo policial-militar;

VIII - (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.019/17)

§ 1.º A transferência para a reserva remunerada processar-se-á à medida que o servidor

militar for enquadrado em um dos itens deste artigo.

§ 2.º Enquanto permanecer no cargo que trata o inciso IV:

a) fica assegurada a opção entre a remuneração do cargo e a do posto ou graduação;

b) somente PODERÁ ser promovido por antiguidade;

c) o tempo de serviço será contado apenas para a promoção por antiguidade e para a

transferência à inatividade.

Art. 111. A transferência do servidor militar para a reserva remunerada pode ser suspensa na

vigência de estado de sítio, de calamidade pública e nos casos de convocação e mobilização,

nos termos da lei.

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Art. 112. O Oficial da reserva remunerada PODERÁ ser convocado para o serviço ativo por ato

do Governador do Estado, por proposição do Comandante-Geral, para compor o Conselho de

Justificação, para ser encarregado de Inquérito Policial-Militar ou para ser incumbido de outros

procedimentos administrativos, na falta de Oficial da ativa em situação hierárquica compatível

com a do Oficial envolvido.

§ 1.º O Oficial convocado nos termos deste artigo terá os direitos e deveres dos Oficiais da

ativa de igual situação hierárquica, EXCETO quanto à promoção, a que não concorrerá e

contará como acréscimo esse tempo de serviço.

§ 2.º A convocação de que trata este artigo terá a duração necessária ao cumprimento da

atividade que a ela deu origem, não devendo ser superior ao prazo de doze meses e

dependerá da anuência do convocado, sendo precedida de inspeção de saúde.

DA REFORMA

Art. 113. A passagem do servidor militar à situação de reformado efetua-se "ex-officio".

Art. 114. A reforma de que trata o artigo anterior será aplicada ao servidor militar que:

I - atingir as seguintes idades-limites de permanência na reserva remunerada:

a) Oficiais: 70 anos;

b) Praças: 65 anos

II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo da Brigada Militar e não houver

possibilidade de, na forma regulamentar, ser readaptado em decorrência de limitação que

tenha sofrido em sua capacidade física e mental, a pedido ou ex-officio, conforme a avaliação

médica a ser procedida por Junta Policial-Militar de Saúde;

III - estiver agregado por mais de dois anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente,

mediante homologação de Junta de Saúde ainda que se trate de moléstia curável;

IV - for condenado à pena de reforma, prevista em lei, por sentença passada em julgado;

V - sendo Oficial, a reforma tiver sido determinada pelo Tribunal Militar do Estado, em

julgamento por ele efetuado, em consequência de Conselho de Justificação a que foi

submetido;

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VI - sendo Aluno-Oficial ou Praça com estabilidade assegurada, tal medida for indicada ao

Comandante-Geral da Brigada Militar em julgamento de Conselho de Disciplina.

§ 1.º Aos atuais postos de 1.º e 2.º Tenentes, em extinção, aplica-se o disposto na alínea "b" do

inciso I deste artigo.

§ 2.º O servidor militar reformado na forma dos itens V e VI só PODERÁ readquirir a situação

de servidor militar anterior, respectivamente, por outra sentença do Tribunal Militar do Estado

e nas condições nela estabelecidas, ou por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar,

em processo regular.

Art. 115. Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão responsável pelo pessoal da Corporação

organizará a relação dos servidores militares que houverem atingido a idade-limite de

permanência na reserva remunerada, a fim de serem reformados.

Parágrafo único. A situação de inatividade do servidor militar da reserva remunerada, quando

reformado por limite de idade, não sofre solução de continuidade, EXCETO quanto às

condições de convocação.

Art. 116. A incapacidade definitiva pode sobrevir em consequência de:

I - ferimento sofrido em ação policial ou enfermidade contraída nessa circunstância ou que

nela tenha causa eficiente, bem como em decorrência da agressão sofrida e não provocada

pelo serviço militar, no exercício de suas atribuições;

II - acidente em serviço, entendido como:

a - por ato relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do posto ou graduação,

ainda que ocorrido em horário ou local diverso daquele determinado para o exercício de suas

funções; b - por situação ocorrida no percurso da residência para o trabalho e vice-versa; c -

em treinamento; e d - em represália, por sua condição de servidor militar.

III - doença, moléstia ou enfermidade adquirida com relação de causa e efeito a condições

inerentes ao serviço; tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira,

hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, males de Addison e de

Parkinson, pênfigo, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, esclerose múltipla,

estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência

Adquirida e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada;

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IV - acidente, doença, moléstia ou enfermidade sem relação de causa e efeito com o serviço.

§ 1.º Os casos de que tratam os itens I, II, e III deste artigo serão provados por atestado de

origem ou inquérito sanitário de origem, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital,

papeletas de tratamento nas enfermarias e hospitais, bem como os registros de baixa,

utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação.

§ 2.º Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde deverão basear seus julgamentos,

obrigatoriamente, em observações clínicas acompanhadas de repetidos exames subsidiários,

de modo a comprovar, com segurança, a atividade da doença, após acompanhar sua evolução

até três períodos de seis meses de tratamento clínico-cirúrgico metódico, atualizado e, sempre

que necessário, nosocomial, SALVO quando se tratar de formas avançadas no conceito clínico

e sem qualquer possibilidade de regressão completa, as quais terão parecer imediato da

incapacidade definitiva.

§ 3.º O parecer definitivo a adotar, nos casos de tuberculose, para os portadores de lesões

aparentemente inativas, ficará condicionado a um período de consolidação extranosocomial

nunca inferior a seis meses contados a partir da época da cura.

§ 4.º Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio mental ou neuro-mental grave

persistente, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento, permaneça alteração

completa ou considerável na personalidade, destruindo a autodeterminação do pragmatismo

e tornando o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.

§ 5.º Ficam excluídas do conceito de alienação mental as epilepsias psíquicas e neurológicas,

assim julgadas pelas Juntas de Saúde.

§ 6.º Considera-se paralisia todo caso de neuropatia grave e definitiva que afeta a motilidade,

sensibilidade, troficidade e mais funções nervosas, no qual, esgotados os meios habituais de

tratamento permaneçam distúrbios graves, extensos e definitivos, que tornem o indivíduo

total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.

§ 7.º São também equiparados a paralisias os casos de afecção ósteo-músculoarticulares

graves e crônicos (reumatismos graves e crônicos ou progressivos e doenças similares), nos

quais, esgotados os meios habituais de tratamento, permaneçam distúrbios extensos e

definitivos, querósteo-músculo-articulares residuais, quer secundários das funções nervosas,

motilidade, troficidade ou mais funções, que tornem o indivíduo total e permanentemente

impossibilitado para qualquer trabalho.

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§ 8.º São equiparados à cegueira, não só os casos de afecção crônica, progressiva e incurável

que conduzirão à cegueira total, como também os de visão rudimentar que apenas permitam

a percepção de vultos, não suscetíveis de correção por lentes nem removíveis por tratamento

médico-cirúrgico.

Art. 117. O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos

constantes dos itens I, II, III e IV do artigo anterior, será reformado com remuneração integral,

qualquer que seja o seu tempo de serviço.

Art. 118. O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos

constantes do item I do artigo 116, será promovido extraordinariamente, nos termos definidos

em lei específica, antes de ser reformado.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos itens II, III e IV do artigo 116, verificada a

incapacidade definitiva, o servidor militar considerado inválido, com impossibilidade total e

permanente para qualquer trabalho, será reformado com remuneração correspondente ao

grau hierárquico imediatamente superior ao que possuir na ativa.

Art. 119. O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos

constantes do item V do artigo 116, será reformado:

I - com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se Oficial ou Praça com estabilidade

assegurada;

II - com remuneração integral do seu posto ou graduação, desde que, com qualquer tempo de

serviço, seja considerado inválido, com impossibilitante total e permanente para qualquer

trabalho.

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Art. 120. O servidor militar, reformado por incapacidade definitiva, que for julgado apto em

inspeção de saúde pela Junta Superior de Saúde, em grau de recurso ou revisão, poderá

retornar ao serviço ativo ou ser transferido para a reserva remunerada.

§ 1.º O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não

ultrapassar dois anos e na forma do § 1.º do artigo 97.

§ 2.º A transferência para a reserva remunerada, observado o limite de idade para

permanência nessa situação, ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado

ultrapassar dois anos.

Art. 121. O servidor militar reformado por alienação mental, enquanto não ocorrer a

designação judicial de curador, terá a sua remuneração paga aos seus beneficiários, desde que

o tenham sob sua guarda e responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e condigno.

§ 1.º A interdição judicial do servidor militar reformado por alienação mental deverá ser

providenciada pelos beneficiários, parentes ou responsáveis, até sessenta dias a contar da

data do ato da reforma, sob a pena de suspensão do pagamento da remuneração respectiva.

§ 2.º A interdição judicial do servidor militar e seu internamento em instituição apropriada,

policial-militar ou não, deverão ser providenciados pela Corporação quando:

I. não houver beneficiários, parentes ou responsáveis;


II. não forem satisfeitas as condições de tratamento exigidas neste artigo.
§ 3.º Os processos e os atos de registro de interdição do servidor militar serão isentos de

custas na Justiça Estadual.

DA DEMISSÃO, DA PERDA DO POSTO E DA PATENTE E DA DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE OU

INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO

Art. 122. A demissão da Brigada Militar, aplicada exclusivamente aos Oficiais, se efetua:

I. a pedido;
II. "ex-officio".

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Art. 123. A demissão a pedido será concedida, diante de requerimento do interessado:

I. sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais de cinco anos de Oficialato;

II. com indenização das despesas feitas pelo Estado com a sua preparação e formação,

quando contar menos de cinco anos de Oficialato.

§ 1.º No caso de o Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração igual ou superior a

seis meses e inferior ou igual a dezoito meses, por conta do Estado, e não tendo decorrido

mais de três anos de seu término, a demissão só será concedida mediante indenização de

todas as despesas correspondentes ao referido curso ou estágio, acrescidas, se for o caso, das

previstas no item II deste artigo a das diferenças de vencimentos.

§ 2.º No caso de o Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração superior a dezoito

meses, por conta do Estado, aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior, se ainda não

houverem decorrido mais de cinco anos de seu término.

§ 3.º O Oficial demissionário a pedido não terá direito a qualquer remuneração, sendo a sua

situação militar definida pela Lei de Serviço Militar.

§ 4.º O direito à demissão a pedido pode ser suspenso, na vigência de estado de guerra, de

sítio, e nos casos de perturbação da ordem interna, de mobilização ou de calamidade pública.

Art. 124. O Oficial da ativa empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira

será imediatamente, mediante demissão "ex-officio", transferido para a reserva, onde

ingressará com o posto que possuir na ativa e com as obrigações estabelecidas em lei, não

podendo acumular qualquer proventos de inatividade com a remuneração do cargo público

permanente.

Art. 125. O Oficial que houver perdido o posto e a patente será demitido "ex-officio", sem

direito a qualquer remuneração ou indenização, e terá a sua situação definida pela Lei do

Serviço Militar.

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Art. 126. O Oficial perderá o posto e a patente se for declarado indigno do Oficialato, ou com

ele incompatível, por decisão do Tribunal Militar do Estado, em decorrência de julgamento a

que for submetido.

Parágrafo único. O Oficial declarado indigno do Oficialato, ou com ele incompatível, e

condenado à perda de posto e patente, só poderá readquirir a situação de servidor militar

anterior por outra sentença do Tribunal Militar do Estado e nas condições nela estabelecidas.

Art. 127. Fica sujeito a declaração de indignidade para o Oficialato, ou de incompatibilidade

com o mesmo, por julgamento do Tribunal Militar do Estado, o Oficial que:

I. for condenado por Tribunal Civil ou Militar a pena restritiva de liberdade individual superior
a dois anos, em decorrência de sentença condenatória passada em julgado;

II. for condenado por sentença passada em julgado por crime para o qual a lei comine essa
pena acessória;

III. incidir nos casos previstos em lei específica, que motivam o julgamento por Conselho de
Justificação e neste for considerado culpado;

IV. tiver perdido a nacionalidade brasileira.

DO LICENCIAMENTO

Art. 128. O licenciamento do serviço ativo, aplicado somente às Praças, se efetua:

I. a pedido;

II. "ex-officio".

§ 1.º O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde que não haja prejuízo para o

serviço, à praça engajada ou reengajada que conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço

a que se obrigou.

§ 2.º O licenciamento "ex-officio" se dará:

I. por conclusão de tempo de serviço;

II. por conveniência do serviço;

III. a bem da disciplina.

§ 3.º O servidor militar licenciado não tem direito a qualquer remuneração e terá sua situação

militar definida pela Lei do Serviço Militar.

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§ 4.º O licenciado "ex-officio" a bem da disciplina receberá o Certificado de Isenção previsto na

Lei do Serviço Militar.

§ 5.º Compete ao Governador do Estado o ato licenciamento das Praças.

Art. 129. O Aluno-Oficial e as demais Praças sem estabilidade assegurada, empossadas em

cargo público permanente estranho à sua carreira, serão imediatamente licenciados

"exofficio", sem remuneração, e terão sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.

Parágrafo único. As Praças que tiverem feito curso ou estágio aplicam-se as disposições dos

parágrafo único do artigo 105.

Art. 130. O direito ao licenciamento a pedido PODERÁ ser suspenso na vigência do estado de

guerra ou de sítio e nos casos de perturbado da ordem interna, de mobilização ou de

calamidade pública.

DA ANULAÇÃO DE INCLUSÃO

Art. 131. A anulação de inclusão, para as Praças, ocorrerá durante a prestação do serviço

policial-militar inicial nos seguintes casos:

I - de irregularidade no recrutamento, inclusive relacionada com a seleção;

II - de moléstia não adquirida em serviço, em consequência da qual o voluntário venha a

permanecer afastado do serviço durante noventa dias, consecutivos ou não;

III - se o voluntário for portador de moléstia que o incapacite para o serviço e que haja

escapado à observação da Junta Policial-Militar de Saúde, por ocasião da inspeção para a

inclusão.

Parágrafo único. Cabe ao Comandante-Geral determinar a anulação de Inclusão.

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DA EXCLUSÃO DA PRAÇA A BEM DA DISCIPLINA

Art. 132. A exclusão a bem da disciplina será aplicada "ex-officio":

a) às Praças sem estabilidade que forem condenadas a pena restritiva de liberdade superior a

dois anos, no foro civil ou militar, em sentença transitada em julgado.

b) aos Alunos-Oficiais ou às Praças com estabilidade assegurada:

I. sobre as quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por

haverem sido condenadas em sentença passada em julgado por aquele Conselho ou pela

Justiça Civil a pena restritiva de liberdade individual superior a dois anos, ou, nos crimes

previstos na legislação especial concernente à Segurança Nacional, a pena de qualquer

duração;

II. sobre as quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por

haverem perdido a nacionalidade brasileira;

III. incidirem nos casos que motivaram julgamento por Conselho de Disciplina e neste forem

considerados culpados.

Parágrafo único. O Aluno-Oficial ou a Praça com estabilidade assegurada que houver sido

excluído a bem da disciplina, só poderá readquirir a situação de servidor militar anterior:

a) por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça e nas condições nela estabelecidas,
se a exclusão for consequência de sentença daquele Conselho;

b) por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar, em processo regular, se a exclusão for


consequência de ter sido julgado culpado em Conselho de Disciplina.

Art. 133. Compete ao Governador do Estado o ato de exclusão, a bem da disciplina, das Praças

com estabilidade.

Art. 134. A exclusão da Praça a bem da disciplina acarreta a perda do seu grau hierárquico e

não a isenta das indenizações dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem

das pensões decorrentes de sentença judicial.

Parágrafo único. A Praça excluída a bem da disciplina não terá direito a qualquer

remuneração ou indenização e sua situação militar será definida pela Lei do Serviço Militar.

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DA DESERÇÃO

Art. 135. A deserção do servidor militar acarreta a interrupção do serviço policial militar, com a

consequente demissão "ex-officio" para o Oficial ou exclusão do serviço ativo para a Praça.

§ 1.º A demissão do Oficial ou exclusão da Praça com estabilidade processar-se-á após um ano

de agregação, se não houver captura ou apresentação voluntária antes do término desse

prazo.

§ 2.º A Praça sem estabilidade assegurada será automaticamente excluída, ao ser oficialmente

declarada desertora.

§ 3.º O servidor militar desertor que for capturado ou que se apresentar voluntariamente

depois de haver sido demitido ou excluído, será submetido a inspeção de saúde e, se julgado

apto, reincluído no serviço ativo e, a seguir, agregado para se ver processar e, na hipótese de

ser julgado incapaz, a sua situação será regulada na legislação específica.

§ 4.º A reinclusão em definitivo do servidor militar de que trata o parágrafo anterior

dependerá de sentença do Conselho de Justiça.

DO FALECIMENTO E DO EXTRAVIO

Art. 136. O falecimento do servidor militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-

militar, com o consequente desligamento ou exclusão do serviço ativo, a partir da data da

ocorrência do óbito.

Art. 137. O extravio do servidor militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar

com o consequente afastamento temporário do serviço ativo, a partir da data em que o

mesmo foi oficialmente considerado extraviado.

§ 1.º O desligamento do serviço ativo será feito seis meses após a agregação por motivo de

extravio.

§ 2.º Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes

oficialmente reconhecidos, o extravio ou o desaparecimento do servidor militar da ativa será

considerado como falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos

máximos de possível sobrevivência ou se deem por encerradas as providências de salvamento.

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Art. 138. O reaparecimento do servidor militar extraviado ou desaparecido, já desligado do

serviço ativo, resulta em sua reinclusão e nova agregação, enquanto se apuram as causas que

deram origem ao seu afastamento.

Parágrafo único. O servidor militar reaparecido será submetido a Conselho de Justificação ou

a Conselho de Disciplina, por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar, se assim julgar

necessário.

DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 139. Os servidores militares começam a contar tempo de serviço na Brigada Militar a

partir da data de sua inclusão ou nomeação para o posto ou graduação.

§ 1.º Considera-se como data de inclusão ou nomeação, para fins deste artigo, a data de

publicação do respectivo ato no Diário Oficial do Estado.

§ 2.º O servidor militar reincluído recomeça a contar tempo de serviço na data de publicação,

no Diário Oficial do Estado, do ato concernente a sua reinclusão.

§ 3.º Quando, por motivo de força maior oficialmente reconhecido, como incêndio, naufrágio,

sinistro aéreo, inundação ou outras calamidades, faltarem dados para contagem de tempo de

serviço, caberá ao Comandante-Geral arbitrar o tempo a ser computado, para cada caso

particular, de acordo com os elementos disponíveis, após as investigações que couberem.

Art. 140. Na apuração de tempo de serviço policial-militar, será feita a distinção entre:

I. tempo de serviço efetivo;


II. anos de serviço.

Art. 141. Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo computado dia a dia entre a inclusão

ou nomeação e a data limite estabelecida para contagem ou data do desligamento do serviço

ativo, mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado.

§ 1.º Será, também, computado como tempo de efetivo serviço o tempo passado dia a dia, nas

Organizações Policiais-Militares, pelo servidor militar da reserva convocado ou mobilizado, no

exercício de funções servidores militares na forma do artigo 112.

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§ 2.º Não serão deduzidos do tempo de efetivo serviço, além dos afastamentos previstos no

artigo 66, os períodos em que o servidor militar estiver afastado do exercício de suas funções,

em gozo de licença especial.

§ 3.º Ao tempo de efetivo serviço, de que trata este artigo, apurados e totalizados em dias,

será aplicado o divisor trezentos e sessenta e cinco, para a correspondente obtenção dos anos

de efetivo serviço.

Art. 142. "Anos de serviço" é a expressão que designa o tempo de efetivo serviço a que se

refere o artigo anterior, com os seguintes acréscimos:

I. tempo de serviço público federal, estadual ou municipal prestado pelo servidor militar

anteriormente a sua inclusão, matrícula, nomeação ou reinclusão na Brigada Militar, acrescido

do tempo de serviço de que trata a Lei Estadual n.º 7057, de 30 de dezembro de 1976;

II. (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.019/17)

§ 1.º Os acréscimos a que se refere o inciso I serão computados somente no momento da

passagem do servidor militar à situação de inatividade.

§ 2.º (REVOGADO pela Lei Complementar n.º 15.019/17)

§ 3.º Não é computável, para efeito algum, o tempo:

I. que ultrapassar de um ano, contínuo ou não, em licença para tratamento de saúde de


pessoa da família;

II. - passado em licença, para tratar de interesse particular;


III. - passado como desertor;
IV. - decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercício do posto, ou graduação;
cargo, ou função por sentença passada em julgado;

V. - decorrido em cumprimento de pena restrita da liberdade, por sentença passado em


julgado, desde que não tenha sido concedida suspensão condicional da pena;

VI. - decorrido após completada a idade limite de permanência no serviço ativo da força;
VII. - decorrido após a data em que for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo.

§ 4.º As restrições constantes dos §§ 1.º e 2.º do presente artigo não prejudicarão a vigência

dos artigos 15 a 17 da Lei n.º 6.196, de 15 de janeiro de 1971.

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Art. 143. O tempo que o servidor militar vier a passar afastado do exercício de suas funções,

em consequência de ferimentos recebidos em acidente quando em serviço, na manutenção da

ordem pública, ou de moléstia adquirida no exercício de qualquer função policial-militar, será

computado como se ele o tivesse passado no exercício daquelas funções.

Art. 144. O tempo de serviço passado pelo servidor-militar no exercício de atividades

decorrentes ou dependentes de operações de guerra será regulado em legislação específica.

Art. 145. O tempo de serviço dos servidores militares beneficiados por anistia será contado

conforme estabelecer o ato legal que a conceder.

Art. 146. A data limite estabelecida para o final de contagem dos anos de serviço, para fins de

passagem para a inatividade, será a do desligamento do serviço ativo.

Art. 147. Na contagem dos anos de serviço não PODERÁ ser computada qualquer

superposição entre si dos tempos de serviço público federal, estadual, municipal ou passado

em administração indireta, nem com os acréscimos de tempo, para os possuidores de curso

universitário, nem com tempo de serviço computável após a inclusão em Organização Policial

Militar ou órgão de formação de Polícia-Militar ou a nomeação para posto da Brigada Militar.

DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE

Art. 148. O servidor militar estável terá direito à licença, sem remuneração e sem a contagem

de tempo de serviço, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido,

independentemente de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território

Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e

Legislativo federal, estadual ou municipal.

Art. 149. A licença será concedida mediante pedido do servidor militar, devidamente instruído,

podendo ser renovada a cada dois anos.

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DAS RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO SERVIÇO

Art. 150. As recompensas constituem reconhecimento de bons serviços prestados pelos

servidores militares.

§ 1.º São recompensas aos servidores militares:

a) prêmios de Honra ao Mérito;

b) condecorações por serviços prestados;

c) elogios, louvores, referências elogiosas;

d) dispensa do serviço.

§ 2.º As recompensas serão concedidas de acordo com as normas estabelecidas nas leis e nos

regulamentos da Brigada Militar.

Art. 151. As dispensas do serviço são autorizações concedidas aos servidores militares para

afastamento total do serviço, em caráter temporário.

Art. 152. As dispensas do serviço podem ser concedidas aos servidores militares:

I - como recompensa;

II - em decorrência de prescrição médica.

Parágrafo único. As dispensas de serviço serão concedidas com remuneração correspondente

ao cargo ou função e computadas como tempo de efetivo serviço.

DA PRORROGAÇÃO DO SERVIÇO POLICIAL-MILITAR

Art. 153. Às Praças que concluírem o tempo de serviço a que estiverem obrigadas, PODERÁ,

desde que requeiram, ser concedida prorrogação desse tempo, uma ou mais vezes, como

engajados ou reengajados, segundo as conveniências da Corporação e de acordo com a

legislação pertinente.

Parágrafo único. O tempo de serviço policial-militar inicial, bem como os de engajamento e de

reengajamento, será de dois anos.

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DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 154. A assistência religiosa aos servidores militares será regulada em lei específica.

Art. 155. É vedado o uso, por parte de organizações civis, de designações que possam sugerir

a sua vinculação à Brigada Militar, excetuadas as associações, clubes, círculos e outros, que

congreguem membros da Brigada Militar.

Art. 156. Aplicam-se à Brigada Militar, no que couberem, o Regulamento Interno e dos

Serviços Gerais do Exército (R/1), o Regulamento de Continências, Honra e Sinais de Respeito

das Forças Armadas (R/2), o Regulamento de Administração do Exército (R/3), o Regulamento

de Correspondência do Exército, o Conselho de Justificação (Lei n.º 5.836/72) e o Conselho de

Disciplina (Decreto federal n.º 71.500/72).

Art. 157. O cônjuge do servidor militar, sendo servidor estadual, será, se o requerer, removido

ou designado para a sede do município onde servir o servidor militar, sem prejuízo de

qualquer dos seus direitos, passando, se necessário, a condição de adido ou posto a

disposição de qualquer órgão do serviço público estadual.

Parágrafo único. Quando, por necessidade do serviço, o servidor militar mudar a sede do seu

domicílio, terá assegurado o direito de transferência e matrícula, para si e seus dependentes,

para qualquer estabelecimento de ensino do Estado, independente de vaga e em qualquer

grau.

Art. 158. Não se aplicam as disposições deste Estatuto ao pessoal civil em serviço na Brigada

Militar.

Art. 159. Aplicam-se aos servidores militares, nos casos omissos na presente Lei, as

disposições do Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio

Grande do Sul.

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Art. 160. Os servidores militares inativados na forma prevista pelo artigo 167, § 1.º, incisos I, II

e III da Lei n.º 7.138, de 30 de janeiro de 1978, são considerados promovidos ao grau

hierárquico imediato, mantendo-se inalterado o cálculo dos respectivos proventos.

Art. 161. As Praças terão direito ao fardamento de serviço por conta do Estado, de acordo com

a tabela de distribuição elaborada pela Brigada Militar.

Art. 162. Esta lei entra em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao de sua publicação.

Art. 163. Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei n.º 7.138, de 30 de janeiro

de 1978.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 18 de agosto de 1997.

Legislação compilada pelo Gabinete de Consultoria Legislativa.

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CARREIRA DOS SERVIDORES

MILITARES DO ESTADO
LEI COMPLEMENTAR Nº 10.992, DE 18 DE AGOSTO DE 1997
(atualizada até a Lei Complementar n.º 15.454, de 17 de fevereiro de 2020)

Dispõe sobre a carreira dos Servidores Militares do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras

providências.

Art. 1.º Os Quadros de Organização da Brigada Militar e as carreiras dos Oficiais e Praças

passam a observar os preceitos estatuídos na presente Lei.

Art. 2.º Fica instituída a carreira dos Servidores Militares Estaduais de Nível Superior,

estruturada através do Quadro de Oficiais de Estado Maior - QOEM e do Quadro de Oficiais

Especialistas em Saúde - QOES.

§ 1.º A carreira dos Quadros de Oficiais, de que trata o "caput" deste artigo, é constituída dos

postos de Capitão, Major, Tenente-Coronel e Coronel.

§ 2.º A inclusão no quadro de acesso para a promoção ao posto de Coronel PODERÁ ser

recusada pelo servidor.

Art. 3.º O ingresso no QOEM dar-se-á no posto de Capitão, por ato do Governador do Estado,

após concluída a formação específica, através de aprovação no Curso Superior de Polícia

Militar.

§ 1.º O ingresso no Curso Superior de Polícia Militar dar-se-á mediante concurso público de

provas e títulos com exigência de diplomação no Curso de Ciências Jurídicas e Sociais.

§ 2.º Os aprovados no concurso público de que trata o parágrafo anterior, enquanto estiverem

frequentando o Curso Superior de Polícia Militar, cujo prazo de duração não excederá a dois

anos, serão considerados Alunos-Oficiais.

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Art. 4.º O ingresso no QOES dar-se-á no posto de Capitão, por ato do Governador do Estado,

mediante concurso público de provas e títulos e conclusão, com aprovação, do Curso Básico

de Oficiais de Saúde - CBOS, sendo exigido diploma de nível superior na respectiva área da

saúde.

Art. 5.º A ascensão funcional nos postos do QOEM e do QOES ocorrerá após decorrido o

interstício MÍNIMO de oito anos de efetivo serviço em cada posto imediatamente anterior ao

correspondente à promoção.

§ 1.º Para a promoção ao posto de Major, o ocupante do posto de Capitão DEVERÁ ter

prestado serviços em órgão de execução por um período, consecutivo ou não, de, no MÍNIMO,

três anos e ter concluído, com aprovação, o Curso Avançado de Administração Policial Militar -

CAAPM.

§ 2.º O acesso à promoção ao posto de Coronel, pelo ocupante do posto de Tenente-Coronel,

exige a conclusão, com aprovação, do Curso de Especialização em Políticas e Gestão de

Segurança Pública - CEPGSP.

§ 3.º O Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e o Curso Superior de Polícia Militar, cursados

pelos integrantes do Quadro de Oficiais de Polícia Militar - QOPM, com vigência anterior a esta

Lei, são equivalentes e substituídos, respectivamente, pelos Cursos previstos nos parágrafos

1.º e 2.º deste artigo.

Art. 6.º Os postos de Capitão, Major, Tenente-Coronel e Coronel da atual carreira do Quadro

de Oficiais de Polícia Militar - QOPM e o posto de Capitão da atual carreira do Quadro Especial

de Oficiais de Polícia Militar Feminina - QEOPMFem, previstos na Lei n.º 9.741, de 20 de

outubro de 1992, ficam incorporados à carreira do QOEM, assim como os postos mencionados

neste artigo, da atual carreira do Quadro de Oficiais de Saúde - QOS, igualmente previstos na

mencionada Lei, passam a integrar a carreira do QOES.

§ 1.º Os atuais postos de Primeiro e Segundo-Tenentes do QOPM e do QEOPMFem passam a

constituir o Quadro Especial de Oficiais da Brigada Militar em Extinção - QEOBMEx, e os atuais

postos de Primeiro e Segundo-Tenentes do QOS passam também a constituir o Quadro

Especial de Oficiais de Saúde da Brigada Militar em Extinção - QEOSBMEx, sendo que estes

postos serão extintos à medida que vagarem os respectivos cargos.

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§ 2.º Não haverá ingressos no posto inicial da carreira do QOEM e do QOES, decorrentes da

conclusão dos Cursos instituídos nos artigos 3.º e 4.º desta Lei, enquanto não forem

promovidos ao posto de Capitão os integrantes dos Quadros Especiais previstos no parágrafo

anterior, até a sua extinção.

§ 3.º A incorporação dos Oficiais oriundos dos Quadros extintos por esta Lei Complementar

aos novos Quadros por ela criados, far-se-á de acordo com as respectivas antiguidades e na

ordem de precedência que entre si detinham nos Quadros de origem, sendo que, na hipótese

de igualdade de antiguidade, será considerada como termo inicial a data de promoção ou

nomeação para o posto de Segundo Tenente, assegurando-se a mencionados Oficiais o direito

de acesso a todos postos, em igualdade de condições.

§ 4.º Os Alunos-Oficiais dos Cursos Superiores de Formação de Oficiais da Brigada Militar em

andamento ou já autorizados, mediante edital, na data de vigência desta Lei Complementar,

serão promovidos ao posto de Segundo-Tenente do QEOBMEx referido no § 1.º deste artigo,

por ocasião da formatura no respectivo curso, mediante ato do Governador do Estado.

§ 5.º O Curso Superior de Formação de Oficiais da Brigada Militar (CSFO/BM), com vigência

anterior a esta Lei, é equivalente e substituído pelo Curso Superior de Polícia Militar.

§ 6.º A promoção disciplinada pelo § 4.º deste artigo será realizada para o posto de Primeiro-

Tenente do QEOBMEx, quando nele existirem vagas, respeitada a precedência hierárquica.

Art. 7.º Os integrantes do QOPM, do QEOPMFem e do QOS, previstos na Lei n.º 9.741, de 20 de

outubro de 1992, bem como os integrantes dos Quadros Especiais em extinção, previstos no §

1.º do artigo anterior, têm assegurado o direito à ascensão hierárquica, independentemente

do interstício e tempo de serviço em órgão de execução previstos no artigo 5.º desta Lei,

aplicando-se-lhes o Estatuto dos Servidores Militares do Estado do Rio Grande do Sul e o

Regulamento de Promoções.

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Art. 8.º O Oficial do Quadro de Oficiais de Estado Maior - QOEM exerce o Comando, Chefia ou

Direção dos órgãos administrativos de média e alta complexidade da estrutura organizacional

da Corporação e das médias e grandes frações de tropa de atividade operacional, incumbindo-

lhe o planejamento, a coordenação e o controle das atividades a seu nível, na forma

regulamentar, bem como o planejamento, a direção e a execução das atividades de ensino,

pesquisa, instrução e treinamento, voltadas ao desenvolvimento da segurança pública, na área

afeta à Brigada Militar.

Art. 9.º O Oficial do Quadro de Oficiais Especialistas em Saúde - QOES atuará nas atividades de

saúde da Instituição, aplicando-lhes as disposições do artigo anterior, de acordo com as suas

peculiaridades.

Art. 10. Os Quadros de Oficiais de Administração (QOA) e de Oficiais Especialistas (QOE),

previstos na Lei n.º 9.741, de 20 de outubro de 1992, serão extintos à medida que vagarem os

respectivos cargos, ficando assegurado aos seus atuais integrantes a ascensão hierárquica, na

forma da legislação pertinente.

Art. 11. Fica instituída a carreira dos Servidores Militares Estaduais de Nível Médio, integrada

pelo Quadro de Primeiro-Tenentes de Polícia Militar - QTPM e pelas Qualificações Policiais-

Militares - QPM - para Praças, composta, respectivamente, por posto e graduações, com

exigência da escolaridade de 2.º Grau do ensino médio, a qual possibilitará o acesso ao grau

hierárquico de Primeiro-Tenente.

§ 1.º A inclusão em Quadro de Acesso para as promoções na carreira instituídas no “caput”

PODERÁ ser recusada pelo servidor militar.

§ 2.º Fica assegurado aos Terceiro-Sargentos em Extinção, aos Cabos em Extinção e aos

Soldados que ingressaram na Brigada Militar anterior a data de 18 de agosto de 1997, o direito

de frequentarem o Curso Técnico de Segurança Pública (CTSP), independente de possuírem o

ensino médio, permanecendo a necessidade de preencherem os demais requisitos impostos

em lei.

§ 3.º Os Militares Estaduais para serem promovidos deverão estar classificados, no MÍNIMO,

no comportamento "Bom".

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§ 4.º Na promoção de carreira dos Militares Estaduais de Nível Médio não será exigido exame

psicotécnico.

Art. 12. As Qualificações Policiais-Militares (QPM) da Brigada Militar passam a ser as seguintes:

I - Qualificação Policial-Militar 1 (QPM-1): Praças de Polícia Ostensiva;

II - Qualificação Policial-Militar 2 (QPM-2): Praças Bombeiros. (Atual QPBM –

observação minha!)

Art. 13. As Qualificações Policiais-Militares a que se refere o art. 12 são constituídas pelas

graduações de Soldado Nível III, Soldado Nível II, Soldado Nível I, Segundo-Sargento e Primeiro-

Sargento.

Parágrafo único. A progressão para os Níveis II e I da graduação de Soldado será automática

após, respectivamente, 10 (dez) e 20 (vinte) anos de carreira.

Art. 14. O ingresso nas Qualificações Policiais-Militares dar-se-á na graduação de Soldado Nível

III, por ato do Governador do Estado, após aprovação em concurso público e no respectivo

Curso de Formação.

Art. 16. As graduações de Cabo e Subtenente, previstas na Lei n.º 9.741, de 20 de outubro de

1992, ficam extintas, à medida que vagarem os respectivos cargos.

§ 1.º A graduação de Terceiro-Sargento será provida, respeitado o efetivo para ela fixado na

Lei citada, mediante a formação em serviço dos atuais Cabos e Soldados, respeitada a ordem

hierárquica, que houverem ingressado na Instituição até a data de 18 de agosto de 1997, que

contarem ou completarem cinco anos de efetivo serviço na Brigada Militar.

§ 2.º Os promovidos à graduação de Terceiro-Sargento frequentarão estágio de

aperfeiçoamento visando a adequarem-se à nova graduação.

§ 3.º Não havendo candidatos passíveis de formação em serviço, a graduação de Terceiro-

Sargento entrará em extinção, revertendo os cargos, à medida em que vagarem: 20% para o

posto de Primeiro-Tenente, 30% para a graduação de Primeiro-Sargento e os 50% restantes

para a graduação de Segundo-Sargento.

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Art. 17. A convocação dos Subtenentes e Primeiro-Sargentos para frequentarem o Curso

Básico de Administração Policial Militar (CBAPM) e dos Terceiro-Sargentos em Extinção, Cabos

em Extinção e Soldados para frequentarem o Curso Técnico em Segurança Pública (CTSP), dar-

se-á por ordem de antiguidade.

§ 1.º O total de postos de Primeiro-Tenente (QTPM) será distribuído entre a qualificação de

policiamento e a qualificação de bombeiros proporcionalmente ao respectivo efetivo, para fins

de convocação de Subtenentes e Primeiro-Sargentos aos cursos de habilitação (CBA) previstos

no “caput” deste artigo.

§ 2.º Das vagas referentes às convocações de que trata o "caput" deste artigo, 50% (cinquenta

por cento) serão preenchidas por candidatos habilitados, a ser regulado administrativamente

pela Brigada Militar, observado o interstício MÍNIMO de 5 (cinco) anos de efetivo serviço para o

Curso Técnico em Segurança Pública – CTSP –, e de 4 (quatro) anos na graduação de Primeiro-

Sargento para o Curso Básico de Administração – CBA.

§ 3.º O interstício de permanência na graduação de Primeiro-Sargento referido no § 2.º será

de 3 (três) anos para os atuais Terceiros, Segundos e Primeiros-Sargentos e para os atuais

alunos do CTSP.

Art. 19. Serão promovidos à graduação de Segundo-Sargento, após aprovação no curso de

habilitação Curso Técnico de Segurança Pública (CTSP), os Terceiros-Sargentos em Extinção,

Cabos em Extinção e Soldados, que contarem com mais de cinco anos de efetivo serviço na

Brigada Militar, obedecidos os critérios de antiguidade e merecimento, a medida que vagarem

os cargos.

§ 1.º Serão promovidos à graduação de Primeiro-Sargento os Segundos-Sargentos que

contarem com pelo menos 4 (quatro) anos na graduação, obedecidos os critérios de

antiguidade e merecimento, à medida que vagarem os cargos.

§ 2.º O interstício de permanência na graduação de Segundo-Sargento referido no § 1.º será

de 3 (três) anos para os atuais Terceiros e Segundos-Sargentos e para os atuais alunos do

CTSP.

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Art. 20. Os Servidores Militares Estaduais de Nível Médio são, por excelência, respeitada a

ordem hierárquica, elementos de execução das atividades administrativas e operacionais,

podendo exercer o Comando e Chefia de órgãos administrativos de menor complexidade e

das pequenas frações de tropa da atividade operacional da estrutura organizacional da

Corporação, assim como auxiliar nas tarefas de planejamento, executar a coordenação e o

controle das atividades em seu nível, na forma regulamentar, e ainda auxiliar na execução das

atividades de ensino, pesquisa, instrução e treinamento.

Art. 21. Serão promovidos ao posto de Primeiro-Tenente, após aprovação em curso de

habilitação Curso Básico de Administração Policial Militar (CBAPM), os Subtenentes e Primeiro-

Sargentos, obedecidos os critérios de antiguidade e merecimento, à medida em que vagarem

os cargos.

Parágrafo único. Os Subtenentes e Primeiro-Sargentos possuidores do extinto Curso de

Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS) terão precedência na matrícula do CBAPM.

Art. 22. Ficam extintas as Qualificações Policiais Militares Gerais e Particulares e a Qualificação

Especial de Praças de Polícia Militar Feminina, instituídas pela Lei n.º 9.741, de 20 de outubro

de 1992.

§ 1.º As Praças oriundas das extintas Qualificações Policiais-Militares Particulares (QPMP), da

Qualificação Policial-Militar Geral-1 (QPMG-1) e da Qualificação Especial de Praças de Polícia-

Militar Feminina (QEPPMFem) passam a integrar a Qualificação PolicialMilitar 1 (QPM-1).

§ 2.º As Praças oriundas das extintas Qualificações Policiais-Militares Particulares (QPMP) da

Qualificação Policial-Militar Geral-2 (QPMG-2) passam a integrar a Qualificação Policial-Militar 2

(QPM-2).

§ 3.º As fusões das extintas Qualificações Policiais-Militares, com vistas à formação das

Qualificações criadas por esta Lei, observarão, para a organização das novas escalas

hierárquicas, a ordem de antiguidade na graduação e a ordem de precedência que seus

integrantes detinham nas Qualificações extintas.

§ 4.º As especialidades de interesse da Brigada Militar, exercidas por Praças, serão criadas e

reguladas por ato do Chefe do Poder Executivo, mediante proposta do Comandante-Geral da

Brigada Militar ao Secretário de Estado responsável pelos assuntos da segurança pública.

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Art. 23. Fica extinta a graduação de Aspirante-a-Oficial.

Art. 24. Ficam extintos os Cursos de Formação, Habilitação e Aperfeiçoamento instituídos para

Oficiais e Praças anteriormente à vigência desta Lei.

Art. 25. Ficam mantidos os padrões remuneratórios dos cargos correspondentes aos postos e

graduações extintos por esta Lei, sobre os quais incidirá a política salarial do Estado.

Art. 25-A. Os Soldados PM - 1.ª Classe ativos e inativos serão reenquadrados nos Níveis III, II e

I, da seguinte forma:

I - os Soldados que tenham 20 (vinte) anos ou mais de carreira completos na data de entrada

em vigor desta Lei Complementar serão reenquadrados no Nível I;

II - os Soldados que tenham entre 10 (dez) e 20 (vinte) anos incompletos de carreira na data

de entrada em vigor desta Lei Complementar serão reenquadrados no Nível II; e

III - os Soldados que tenham menos de 10 (dez) anos de carreira na data de entrada em vigor

desta Lei Complementar serão reenquadrados no Nível III.

Art. 27. VETADO.

Art. 28. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão à conta de dotações

orçamentárias próprias.

Art. 29. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA BRIGADA MILITAR


LEI Nº 10.991, DE 18 DE AGOSTO DE 1997

Dispõe sobre a Organização Básica da Brigada Militar do Estado e dá outras providências.

Art. 1º - A Brigada Militar, Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul, é uma Instituição

permanente e regular, organizada com base na hierarquia e na disciplina, destinada à

preservação da ordem pública e à incolumidade das pessoas e do patrimônio.

Art. 2º - A Brigada Militar vincula-se, administrativa e operacionalmente, à Secretaria de Estado

responsável pela Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 3º - Compete à Brigada Militar:

I. executar, com exclusividade, ressalvada a competência das Forças Armadas, a polícia

ostensiva, planejada pela autoridade policial-militar competente, a fim de assegurar o

cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos;

II. atuar preventivamente, como força de dissuasão, em locais ou área específicas, onde de

presuma ser possível a perturbação da ordem pública; atuar repressivamente, em caso de

perturbação da ordem pública e no gerenciamento técnico de situações de alto risco;

III. exercer atividades de investigação criminal militar; atuar na fiscalização e controle dos

serviços de vigilância participar no Estado; executar o serviço de prevenção e combate a

incêndio;

IV. planejar, organizar, fiscalizar, controlar, coordenar, instruir, apoiar e reconhecer o

funcionamento dos serviços civis auxiliares de bombeiros;

V. realizar os serviços de busca e resgate aéreo, aquático e terrestre no Estado; executar as

atividades de defesa civil no Estado;

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VI. desempenhar outras atribuições previstas em lei. planejar, estudar, analisar, vistoriar,

controlar, fiscalizar, aprovar e interditar as atividades, equipamentos, projetos e planos de

proteção e prevenção contra incêndios, pânicos, desastres e catástrofes em todas as

edificações, instalações, veículos, embarcações e outras atividades que ponham em risco a

vida, o meio ambiente e o patrimônio, respeitada a competência de outros órgãos;

VII. realizar a investigação de incêndios e sinistros;

VIII. elaborar e emitir resoluções e normas técnicas para disciplinar a segurança contra

incêndios e sinistros;

IX. avaliar e autorizar a instalação de sistemas ou centrais de alarmes privados contra

incêndios, nos Órgãos de Polícia Militar (OPM) de Bombeiros, mediante a cobrança de taxas de

serviço não emergenciais, determinadas na Lei nº 10.987, de 11 de agosto de 1997, aplicando-

se-lhes as penalidades previstas em lei.

Parágrafo único - São autoridades policiais-militares o Comandante-Geral da Brigada Militar, os

Oficiais, e as Praças em comando de fração destacada, no desempenho de atividade policial-

militar no âmbito de suas circunscrições territoriais.

Art. 4º - A Brigada Militar estrutura-se em órgãos de Direção, de Apoio e de Execução.

§ 1º - Ao Comando-Geral, que é o órgão de Direção Geral da Brigada Militar, compete a

administração da Instituição.

§ 2º - Aos Departamentos e ao Comando do Corpo de Bombeiros - CCB, que são órgãos de

apoio da Brigada Militar, compete o planejamento, a direção, o controle e a execução das

diretrizes emanadas do Comando da Instituição.

§ 3º - Aos Comandos Regionais e aos órgãos de Polícia Militar (OPM), que são os órgãos de

Execução da Brigada Militar, compete as atividades administrativo-operacionais indispensáveis

ao cumprimento das finalidades da Instituição.

§ 4º - Os órgãos de Polícia Militar (OPM) compreendem:

I - OPM de Polícia Ostensiva;

II - OPM de Bombeiros;

III - OPM de Ensino;

IV - OPM de Logística;

V - OPM de Saúde;

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VI - OPM Especiais.

Art. 5º - Os OPM têm criação, extinção, atribuições, estrutura, organização, efetivo, nível,

subordinação e grau de comando fixados considerando-se os indicadores de segurança

pública da respectiva circunscrição territorial e os indicadores específicos da Instituição.

Art. 6º - O Comandante-Geral, Oficial do último Posto da carreira do Quadro de Oficiais de

Estado-Maior - QOEM, é a autoridade primeira da Instituição, competindo-lhe a sua

administração, com os poderes e deveres inerentes à função.

Art. 7º - O Comando-Geral compreende:

I - o Comandante-Geral; o Subcomandante-Geral;

II - o Conselho Superior;

III - Estado Maior;

IV - a Corregedoria-Geral;

V - a Ajudância Geral;

VI - o Gabinete do Comandante-Geral; e

VII - a Comissão de Avaliação e Mérito.

Art. 8º - O Comandante-Geral é indicado pelo Secretário de Estado responsável pelos assuntos

de segurança pública e nomeado pelo Chefe do Poder Executivo Estadual, competindo-lhe:

I - a Coordenação geral das atividades da Instituição;

II - a Presidência da Comissão de Avaliação e Mérito;

III - a Direção do Conselho Superior.

Art. 9º - O Subcomandante-Geral é o substituto, nos seus impedimentos eventuais, do

Comandante-Geral da Corporação, competindo-lhe igualmente as funções de assessorá-lo no

cumprimento das atividades da Brigada Militar.

Parágrafo único - O Subcomandante-Geral será indicado pelo Secretário de Estado responsável

pelos assuntos de segurança pública, ouvido o Comandante-Geral, e nomeado pelo

Governador do Estado.

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Art. 10 - Ao Conselho Superior, constituído pelos Coronéis da ativa em exercício na Instituição,

cabe o assessoramento em assuntos de interesse da Corporação.

Art. 11 - Ao Estado Maior da Brigada Militar, órgão de assessoramento do Comando Geral,

compete o estudo e o planejamento estratégico da Instituição.

Art. 12 - O Estado Maior da Brigada Militar estrutura-se em:

I - Chefia;

II - e seções.

Art. 13 - Ao Chefe do Estado Maior compete:

I - assessorar o Comandante-Geral; e

II - coordenar, dirigir e controlar os trabalhos do Estado Maior.

Art. 14 - A Corregedoria-Geral, diretamente subordinada ao Comandante-Geral é o órgão de

disciplina, orientação e fiscalização das atividades funcionais e da conduta dos servidores da

Instituição.

Parágrafo único - Compete à Corregedoria-Geral:

I - cumprir atividades que lhe sejam atribuídas pelo Comandante-Geral;

II - exercer a apuração de responsabilidade criminal, administrativa ou disciplinar;

III - fiscalizar as atividades dos órgãos e servidores da Brigada Militar, realizando inspeções e

correições e sugerindo as medidas necessárias ou recomendáveis para a racionalização e

eficiência dos serviços;

IV - avaliar, para encaminhamento posterior ao Comandante-Geral, os elementos coligidos

sobre o estágio probatório de integrantes da carreira de Servidor-Militar;

V - requisitar, de qualquer autoridade, certidões, diligências, exames, pareceres técnicos e

informações indispensáveis ao bom desempenho de sua função;

VI - elaborar o regulamento do estágio probatório dos servidores-militares.

Art. 15 - A Ajudância-Geral tem a seu cargo os serviços administrativos do Quartel do

Comando-Geral e o atendimento de suas necessidades em pessoal e material.

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Art. 16 - O Gabinete do Comandante-Geral, ao qual compete o assessoramento direto ao

Comandante-Geral, é composto por:

I - Chefia;

II - Assessorias;

III - Secretaria Executiva.

Art. 17 - À Comissão de Avaliação e Mérito, órgão de assessoramento permanente do

Comandante-Geral nos assuntos relativos às carreiras de Oficiais e Praças da Instituição,

compete o controle, avaliação e processamento das promoções.

Art. 18 - Os Comandos Regionais, escalões intermediários de Comando, são os responsáveis

em suas respectivas circunscrições territoriais pelas atividades administrativo-operacionais

dos OPM que lhe são subordinados.

§ 1º - Os Comandos Regionais, conforme a respectiva circunscrição territorial de atuação,

podem receber denominações diferenciadas, em razão do efetivo e da sua destinação, que

atendam às necessidades da segurança pública.

§ 2º - Os Comandos Regionais podem ser dotados de Centro de Operações Policiais Militares.

Art. 19 - Os Departamentos e o Comando do Corpo de Bombeiros organizam, sob a forma de

sistemas, as atividades de ensino, instrução e pesquisa, logística, patrimônio, saúde,

administração financeiro-contábil, pessoal, informática, atividades de bombeiro e outras, de

acordo com as necessidades de instituição, compreendendo:

I - Departamento de Ensino, órgão de planejamento, controle e fiscalização das atividades de

ensino, instrução e pesquisa;

II - Departamento de Logística e Patrimônio, órgão de planejamento, controle e fiscalização

dos bens patrimoniais afetos à Instituição, competindo-lhe a aquisição, distribuição,

manutenção e a contratação de todos os serviços;

III - Departamento de Saúde, órgão de planejamento, controle e fiscalização das atividades de

saúde da Instituição;

IV - Departamento Administrativo, órgão de planejamento, controle, fiscalização, auditoria e

execução das atividades financeiro-orçamentário-contábeis do pessoal;

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V - Departamento de Informática, órgão de planejamento, controle e fiscalização dos sistemas

informatizados da Instituição. Comando do Corpo de Bombeiros, órgão de planejamento,

controle, coordenação e fiscalização de todas as atividades técnicas de bombeiro.

Art. 20 - As funções de Comandante-Geral, de Subcomandante-Geral, de Chefe do Estado-

Maior, de Corregedor-Geral e de Diretores dos Departamentos são privativas do posto de

Coronel do QOEM.

§ 1º - A função de Diretor do Departamento de Saúde será exercida por um Coronel do Quadro

de Oficiais Especialistas em Saúde - QOES.

§ 2º - VETADO

§ 3º - O preenchimento das funções nos OPM de Bombeiros ocorrerá, preferencialmente, por

Oficiais detentores do Curso de Especialização em Bombeiros ou equivalente, por Oficiais

pertencentes ao Quadro de Tenentes de Polícia Militar - QTPM - oriundos da Qualificação

Policial Militar 2 - QPM-2 e, somente, por Praças Integrantes da mesma Qualificação.

Art. 21 - Os Departamentos da Brigada Militar poderão dividir-se em divisão, seção e setor,

nesta ordem de hierarquia, com competências a serem discriminadas em regimento interno.

Art. 22 - O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no que couber, no prazo de 90

(noventa) dias, a contar de sua vigência.

Art. 23 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 24 - Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei nº 7.556, de 20 de

novembro de 1981.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 18 de agosto de 1997.

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DECRETO Nº 42.871, DE 04

DE FEVEREIRO DE 2004

Regula a lei de organização básica da Brigada Militar.

O governador do estado do rio grande do sul, no uso de atribuição que lhe confere o artigo 82,

incisos v e vii, da constituição do estado e de conformidade com a lei nº 10.991, de 18 de

agosto de 1997, e suas alterações,

Decreta:

Art. 1º - o presente decreto regulamenta a estrutura, as atribuições, a denominação, o efetivo,

o nível, a subordinação e o grau de comando na Brigada Militar do estado do rio grande do sul,

nos termos da lei nº 10.991, de 18 de agosto de 1997, que dispõe sobre a sua organização

básica.

TÍTULO I

Da competência e da estrutura geral

Art. 2º - a Brigada Militar do estado do rio grande do sul, instituição permanente e regular,

organizada com base na hierarquia e na disciplina, nos termos da lei nº 10.991, de 18 de

agosto de 1997, tem as seguintes competências:

I - executar, com exclusividade, ressalvada a competência das forças armadas, a polícia

ostensiva, planejada pela autoridade policial militar competente, a fim de assegurar o

cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos;

II - atuar preventivamente, como força de dissuasão, em locais ou áreas, onde se presuma ser

possível a perturbação da ordem pública;

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III - atuar repressivamente, em caso de perturbação da ordem pública e no gerenciamento

técnico de situações de alto risco;

IV - exercer atividades de investigação criminal militar;

V - atuar na fiscalização e controle dos serviços de vigilância particular no estado;

VI - executar o serviço de prevenção e combate a incêndio;

VII - planejar, organizar, fiscalizar, controlar, coordenar, instruir, apoiar e reconhecer o

funcionamento dos serviços civis auxiliares de bombeiro;

VIII - realizar os serviços de busca e salvamento aéreo, aquático e terrestre no estado;

IX - executar as atividades de defesa civil no estado;

X - planejar, estudar, analisar, vistoriar, controlar, fiscalizar, aprovar e interditar as atividades,

equipamentos, projetos e planos de proteção e prevenção contra incêndios, pânicos, desastres

e catástrofes em todas as edificações, instalações, veículos, embarcações e outras atividades

que ponham em risco a vida, o meio ambiente e o patrimônio, respeitada a competência de

outros órgãos;

XI - realizar a investigação de incêndios e sinistros;

XII - elaborar e emitir resoluções e normas técnicas para disciplinar a segurança contra

incêndios e sinistros;

XIII - avaliar e autorizar a instalação de sistema ou centrais de alarmes privados contra

incêndios, nos órgãos de polícia militar (OPM) de bombeiros, mediante a cobrança de taxas de

serviço não emergenciais, determinadas pela lei nº 10.987/97, aplicando-se as penalidades

previstas em lei;

XIV - desempenhar outras atividades previstas em lei.

Art. 3º a Brigada Militar, vinculada administrativa e operacionalmente à secretaria da

segurança pública, estrutura-se em:

I - órgãos de direção-geral, compreendendo:

A) comandante-geral;

B) subcomandante-geral;

C) conselho superior;

D) estado-maior;

E) Corregedoria-Geral;

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F) ajudância-geral;

G) gabinete do comandante-geral;

H) comissão de avaliação e mérito;

II - órgãos de apoio, compreendendo:

A) departamento de ensino;

B) departamento de logística e patrimônio;

C) departamento de saúde;

D) departamento administrativo;

E) departamento de informática;

F) comando do corpo de bombeiros.

III - órgãos de execução, compreendendo:

A) comandos regionais de polícia ostensiva;

b) comando de polícia de choque;

C) comando rodoviário da Brigada Militar;

D) comando ambiental da Brigada Militar;

E) órgãos de polícia militar de polícia ostensiva;

f) comando dos órgãos de polícia militar especiais;

G) órgãos de polícia militar de ensino;

H) órgãos de polícia militar de logística;

I) órgãos de polícia militar de saúde;

J) órgãos de polícia militar de tecnologia da informação;

K) órgãos de polícia militar especiais.

Parágrafo único - são autoridades policiais militares os oficiais e os praças, no desempenho de

atividade policial-militar.

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TÍTULO II

Dos órgãos de direção-geral

Art. 4º - ao comando-geral, órgão de direção-geral da Brigada Militar, compete à administração

da instituição, que será exercida diretamente pelo comandante-geral e pelos demais órgãos

que compõem o referido comando, com funções específicas de disciplina, assessoramento e

suporte administrativo.

Art. 5º - ao comandante-geral, indicado pelo secretário de estado da justiça e segurança e

nomeado pelo chefe do poder executivo, compete:

I - a coordenação geral das atividades da instituição;

II - a presidência da comissão de avaliação e mérito;

III - a direção do conselho superior.

Art. 6º - o subcomandante-geral da Brigada Militar, ouvido o comandante-geral e o secretário

de estado da justiça e segurança e nomeado pelo governador do estado, sendo o substituto

imediato do comandante-geral nos impedimentos eventuais deste, competindo-lhe,

igualmente, as funções que lhe forem por ele delegadas.

Parágrafo único. O batalhão de aviação da Brigada Militar - BAVBM - e o batalhão de operações

policiais especiais - BOPE, criados nos termos deste decreto, bem como a coordenação da

força tarefa da Brigada Militar - FTBM, ficam diretamente subordinados ao subcomandante-

geral.

Art. 7º - o conselho superior é constituído pelos coronéis da ativa em exercício na corporação,

competindo-lhe, em assessoramento direto ao comandante-geral, o acompanhamento e

manifestação em assuntos relevantes da instituição, com vista ao fornecimento de subsídios

para a tomada de decisão.

Parágrafo único - o conselho superior será secretariado pelo coronel de menor precedência

hierárquica.

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Art. 8º - ao estado-maior da Brigada Militar (EMBM), em assessoramento direto ao

comandante-geral, compete o estudo e o planejamento estratégico de todas as atividades da

instituição.

§ 1º - o estado-maior da Brigada Militar, subordinado ao comandante-geral, será estruturado

em:

I - primeira seção (PM-1) - pessoal e legislação;

II - segunda seção (PM-2) - inteligência;

III - terceira seção (PM-3) - operações e instrução;

IV - quarta seção (PM-4) - logística, patrimônio e orçamento;

V - quinta seção (PM-5) - comunicação social.

VI - secretaria executiva do chefe do estado maior da Brigada Militar.

§ 2º - para o cumprimento de suas missões o EMBM poderá requisitar informações dos demais

órgãos componentes da estrutura da Brigada Militar.

Art. 9º - a Corregedoria-Geral (cor-g), responsável pela disciplina, orientação e fiscalização das

atividades funcionais e da conduta dos servidores da instituição, será exercida pelo

corregedor- geral, subordinado ao comandante-geral, contará com as seções de justiça e

disciplina, de feitos especiais, de correição e a seção administrativa.

Parágrafo único - compete à Corregedoria-Geral:

I - cumprir atividades que lhe sejam atribuídas pelo comandante-geral;

II - exercer a apuração de responsabilidade criminal, administrativa ou disciplinar;

III - fiscalizar, orientar e apoiar as atividades de polícia judiciária militar dos órgãos e dos

policiais militares estaduais da Brigada Militar, realizando inspeções e correições e sugerindo

as medidas necessárias ou recomendáveis para a racionalização e eficiência dos serviços;

IV - avaliar, para encaminhamento posterior ao comandante-geral, os elementos coligidos

sobre o estágio probatório de integrantes das carreiras dos policiais militares estaduais;

V - providenciar junto a qualquer autoridade certidões, diligências, exames, pareceres técnicos

e informações indispensáveis ao bom desempenho de sua função.

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Art. 10 - a Ajudância-Geral será exercida pelo ajudante-geral, oficial do círculo dos oficiais

superiores subordinado ao subcomandante-geral, e contará com as seções administrativas e

de pessoal, competindo-lhe:

I - a administração do quartel do comando-geral (QCG);

II - o arquivo geral e o boletim diário da corporação;

III - o apoio de praças e de material a todos os órgãos sediados no QCG;

IV - a segurança e serviços gerais do QCG.

Art. 11 - o gabinete do comandante-geral (gabcmt-g), ao qual compete o assessoramento

direto ao comandante-geral, será chefiado por oficial superior a ele subordinado, contando

com a seguinte estrutura:

I - assessoria jurídica;

II - assessoria parlamentar;

III - secretaria executiva do comandante-geral;

IV - secretaria executiva do subcomandante-geral;

V - assessoria de assuntos estratégicos;

VI - assessoria de assistência biopsicossocial;

VII - assessoria de controle interno.

Art. 12 - a comissão de avaliação e mérito (cam), a qual compete o controle, a avaliação e o

processamento das promoções das carreiras de nível superior e médio, é órgão de

assessoramento permanente do comandante-geral, regulado em legislação própria e

estruturado em:

I - subcomissão de avaliação e mérito de oficiais, presidida pelo subcomandante-geral;

II - subcomissão de avaliação e mérito de praças, presidida pelo chefe do estado-maior.

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TÍTULO III

Dos órgãos de apoio

Art. 13 - os órgãos de apoio da Brigada Militar são constituídos pelos departamentos e

comando do corpo de bombeiros a que se refere o inciso ii do artigo 3° deste decreto,

subordinados ao comando-geral, competindo-lhes o planejamento, a direção, o controle e a

execução das diretrizes emanadas do comando da instituição.

Parágrafo único - os órgãos de apoio da Brigada Militar organizarão em forma de sistema as

atividades de administração, bombeiro, defesa civil, ensino, informática, logística, patrimônio,

pesquisa, recursos humanos, saúde e treinamento.

Art. 14 - o departamento de ensino (de) é responsável pelas atividades de ensino, instrução e

pesquisa, estruturando-se em:

I - divisão de logística e orçamento;

II - divisão de ensino e treinamento;

III - divisão administrativa.

Art. 15 - o departamento de logística e patrimônio (DLP), é responsável pelos bens

patrimoniais afetos à instituição, competindo-lhe a aquisição, distribuição, manutenção e

contratação de todos os serviços, estruturando-se em:

I - divisão administrativa;

II - divisão de logística;

III - divisão de patrimônio;

IV - divisão técnica;

V – divisão de convênios;

VI - divisão de inquérito técnico.

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Art. 16 - o departamento de saúde (DS), é responsável pelas atividades de saúde da instituição,

estruturando-se em:

I - divisão de saúde humana;

II - divisão de saúde animal;

III - divisão administrativa.

Art. 17 - o departamento administrativo (DA), é responsável pelos recursos humanos e pela

execução das atividades financeiro-orçamentário-contábeis da instituição, estruturando-se em:

I - divisão de pessoal;

II - divisão de finanças;

III - (revogado pelo decreto estadual n° 43.898, de 30 de junho de 2005)

IV - divisão de recrutamento, seleção e acompanhamento.

Art. 18 - o departamento de informática (DI) é o responsável pelos sistemas de produção da

informação, informatização e de comunicações da instituição, estruturando-se em:

I - divisão de gerência da informação;

II - divisão técnica operacional;

III - divisão de telefonia e comunicação;

IV - divisão de gerência de rede.

Art. 19 - o comando do corpo de bombeiros (ccb) é o responsável pelas atividades técnicas de

bombeiro, estruturando-se em:

I - divisão técnica de prevenção de incêndio e investigação;

II - divisão de operações e de defesa civil;

III - divisão administrativa.

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TÍTULO IV

Dos órgãos de execução

CAPÍTULO I

Dos comandos regionais e especiais

SEÇÃO I

Dos comandos regionais de polícia ostensiva

Art. 20 - os comandos regionais de polícia ostensiva, escalões intermediários, subordinados ao

comando-geral, competem administrar a execução das atividades de polícia ostensiva e de

segurança pública em suas respectivas responsabilidades territoriais, e também as atividades

administrativo-operacionais dos OPM que lhes são subordinados.

§ 1º - os comandos regionais de polícia ostensiva serão comandados por oficiais superiores do

QOEM.

§ 2° - os comandos regionais contarão com estado maior, ao qual compete o assessoramento

direto ao comandante, o estudo e planejamento estratégico e a coordenação da estrutura do

respectivo comando, estruturando-se em:

I - 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento.

§ 3º - o comando regional de polícia ostensiva será constituído de no mínimo dois OPM.

SEÇÃO II

Comando regional de bombeiro

Art. 21 - os comandos regionais de bombeiro, escalões intermediários, subordinados ao

comando-geral, competem administrar e executar as atividades de bombeiros, defesa civil e de

segurança pública em seus respectivos espaços de responsabilidades territoriais, e também as

atividades administrativo-operacionais das frações que lhes são subordinadas, estruturando-

se em:

I - 1ª seção - b1 - efetivo, legislação e comunicação social;

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II - 2ª seção - b2 - inteligência;

III - 3ª seção - b3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - b4 - logística, patrimônio e orçamento;

V - seção de prevenção de incêndio - spi § 1° - os comandos regionais de bombeiros serão

comandados por oficiais superiores do QOEM.

§ 2° - os comandos regionais contarão com estado maior, aos quais compete o

assessoramento direto ao comandante, o estudo e planejamento estratégico e a coordenação

da estrutura do respectivo comando, estruturando-se em:

I - 1ª seção - b 1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - b2 - inteligência;

III - 3ª seção - b3 - operações e treinamento;

IV - 4" seção -b4 - logística, patrimônio e orçamento;

V - seção de prevenção e incêndio - spi.

§ 3º - o comando regional de bombeiro será constituído de no mínimo dois subgrupamentos.

SEÇÃO III

Comando dos órgãos de polícia militar especiais

Art. 22. O comando dos órgãos de polícia militar especiais - coe, subordinado ao comando-

geral, é o responsável pelo planejamento, pelo controle e pela fiscalização das atividades

técnicas, administrativas e operacionais dos seguintes OPM especiais:

I - batalhão de polícia fazendária - bpf;

II - grupamento de supervisão, de vigilância e guardas - gsvg;

III - batalhão de polícia de guardas - BPG.

§ 1° - o comando dos órgãos de polícia militar especiais (coe) contará com estado maior, ao

qual compete o assessoramento direto ao comandante, o estudo e planejamento estratégico e

a coordenação da estrutura do respectivo comando, estruturando-se em:

I - 1ª seção-p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento;

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§ 2° - o comando dos órgãos de polícia militar especiais (coe), na estrutura organizacional da

Brigada Militar, situa-se no mesmo nível dos comandos regionais de polícia ostensiva.

§ 3º - o comando dos órgãos de polícia militar especiais será comandado por oficial superior

do QOEM.

Art. 22-A - o comando rodoviário da Brigada Militar - crbm - subordinado ao comando- geral, é

responsável pelo planejamento, controle e fiscalização das atividades técnicas e

administrativo-operacionais dos batalhões rodoviários, estruturando-se em:

I - 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento.

§ 1º - aos batalhões rodoviários compete a execução das atividades de polícia ostensiva nas

rodovias estaduais e outras atribuições previstas em leis e regulamentos, estruturando-se em:

I - 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento.

V - companhias rodoviárias

§ 2º - o comando rodoviário e dos batalhões rodoviários será exercido por oficial superior do

QOEM.

§ 3º - o comando rodoviário da Brigada Militar - crbm -, na estrutura organizacional da Brigada

Militar, situa-se no mesmo nível dos comandos regionais de polícia ostensiva.

Art. 22 - B - o comando ambiental da Brigada Militar (cabm) subordinado ao comando- geral, é

responsável pelo planejamento, controle e fiscalização das atividades técnicas e

administrativo-operacionais dos batalhões ambientais, estruturando-se em:

I - 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento.

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§ 1º - aos batalhões ambientais compete cumprir e fazer cumprir a legislação ambiental,

representar a Brigada Militar nas atividades atinentes à área e promover o intercâmbio com

outros órgãos governamentais, por intermédio da proposição de convênios estruturando-se

em:

I - 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento;

V - companhias de polícia ambiental.

§ 2º - o comando ambiental e dos batalhões ambientais será exercido por oficial superior do

QOEM.

§ 3º - o comando ambiental da Brigada Militar (cabm), na estrutura organizacional da Brigada

Militar, situa-se no mesmo nível dos comandos de policia ostensiva.

Art. 22 - C. O comando de polícia de choque - cpchq, com sede em porto alegre, subordinado

ao comando-geral, é responsável pelo planejamento, controle e fiscalização das atividades

técnicas e administrativo-operacionais dos batalhões de polícia de choque, estruturando-se

em:

I - 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento; e

IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento.

§ 1º o comandante do comando de polícia de choque e dos batalhões de polícia de choque

será oficial superior do QOEM.

§ 2º o comando de polícia de choque - cpchq, na estrutura organizacional da Brigada Militar,

situa-se no mesmo nível dos comandos regionais de polícia ostensiva.

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CAPÍTULO II

Dos órgãos de polícia militar

Art. 23 - os órgãos de polícia militar - OPM -, responsáveis pela execução das atividades

administrativo-operacionais indispensáveis ao cumprimento das finalidades da instituição são

classificados em: de polícia ostensiva, de bombeiros, de ensino, de logística, tecnologia da

informação, de saúde e especiais.

§ 1º- os OPM de ensino, de logística, tecnologia da informação e de saúde são

respectivamente, subordinados aos departamentos de ensino, de logística e patrimônio,

informática e de saúde.

§ 2º - os OPM de polícia ostensiva são subordinados aos respectivos comandos regionais de

polícia ostensiva, os subgrupamentos de combate à incêndio - SGCI - e os subgrupamentos de

busca e salvamento - sgbs -, são frações orgânicas dos respectivos comandos regionais de

bombeiros.

§ 3º- os OPM de polícias ostensiva, de bombeiros e especiais terão denominação própria,

conforme seu nível hierárquico, podendo constituir-se como:

I - batalhão;

II - regimento;

III - grupamentos.

§ 4º - constituem-se em fração do respectivo OPM a que se subordinam:

I - companhia, esquadrão ou subgrupamentos;

II - pelotão ou seção;

III - grupo.

§ 5º - os OPM de ensino, de logística, tecnologia da informação e de saúde terão denominação

própria, conforme estabelecido neste decreto.

§ 6º - constituem-se em fração do respectivo OPM a que se subordinam:

I - companhia, esquadrão ou subgrupamentos;

II - pelotão ou seção;

III - grupo.

§ 7º - as frações denominadas companhia, esquadrão ou subgrupamentos, quando

subordinadas diretamente a um comando regional, são consideradas OPM.

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§ 8º - os OPM de ensino, de saúde e de logística terão denominação própria, conforme

estabelecido neste decreto.

SEÇÃO I

Dos órgãos de polícia militar de polícia ostensiva

Art. 24 - aos OPM de polícia ostensiva compete a execução das atividades de polícia ostensiva

no seu espaço de responsabilidade territorial, respondendo perante o comando regional pelo

grau de segurança pública de sua circunscrição.

Art. 25 - os OPM de polícia ostensiva têm espaço territorial definidos com base em indicadores

de segurança pública e critérios próprios da instituição.

Art. 26 - os OPM de polícia ostensiva serão constituídos nos seguintes níveis:

I - batalhão e regimento poderão ser constituídos de 2 a 7 companhias ou esquadrões

contando com subcomandante e estado-maior constituído das seguintes seções:

A) 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

B) 2ª seção - p2 - inteligência;

C) 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

D) 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento.

II - companhia ou esquadrão, subordinados ao respectivo batalhão ou regimento, serão

constituídos de 2 a 7 pelotões, e terão como comandante oficial do QOEM;

III - pelotão subordinado ao respectivo comandante de companhia ou esquadrão neles

enquadrados, constituído de dois a sete grupos policial militar e terá como comandante

policial militar do círculo de oficiais;

IV - grupo de polícia militar, subordinado ao comandante do respectivo pelotão, nele

enquadrado, constituído no máximo de 12 policiais militares e terá como comandante policial

militar do círculo de sargentos.

Parágrafo único - os atuais batalhões e regimentos deverão, adaptar sua estrutura

organizacional ao disposto neste artigo.

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SEÇÃO II

Dos órgãos de polícia militar de bombeiro

Art. 27 - aos subgrupamentos de combate a incêndio - SGCI -, frações orgânicas do respectivo

comando regional, compete a execução das atividades de bombeiros e defesa civil no âmbito

de seu espaço de responsabilidade territorial, respondendo perante àquele comando pela

realização de suas atividades na correspondente circunscrição.

I - os subgrupamentos de combate a incêndio (scgi), serão constituídos de duas a sete seções

de combate a incêndio (sci) e, quando couber, de uma seção de busca e salvamento; sendo o

comando exercido por oficial do QOEM;

II - os subgrupamentos de combate a incêndio (SGCI), quando couber, poderá contar com

assessoria de análise técnica (aat);

III - os subgrupamentos de busca e salvamento (sgbs) terão como comandante oficial do

QOEM, e serão constituídos de duas a sete seções;

IV - a seção de combate a incêndio (sci), subordinada ao respectivo subgrupamento, de

combate a incêndio (SGCI), terá como comandante policial militar do círculo de oficiais e será

constituída de duas a sete grupos de combate a incêndio podendo um deles, se necessário, ser

constituído como grupo de busca e salvamento e, quando couber, contar com assessoria de

Análise técnica (aat);

V - seção de busca e salvamento (sbs), subordinado ao comandante do respectivo

subgrupamento terá como comandante policial militar do círculo de oficiais;

VI - grupo de combate a incêndio - GRCI - e grupo de busca e salvamento - grbs -, subordinado

ao respectivo comandante de seção, nele enquadrado, que será constituído de no máximo 12

policiais militares (qPM2 - bombeiros) e terá como comandante policial militar praça do círculo

de sargentos (qPM2 - bombeiros).

Parágrafo único - a seção de prevenção de incêndio (spi) é orgânica dos comandos regionais

de bombeiros e a assessoria de análise técnica (aat) será orgânica dos subgrupamentos e das

seções de combate a incêndios destacadas.

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Art. 28 - ao subgrupamento de busca e salvamento - sgbs -, fração orgânica do respectivo

comando regional de bombeiros a que estiver subordinado, compete administrar e executar

as atividades de busca e salvamento no âmbito de sua responsabilidade territorial,

respondendo perante àquele comando pela realização de suas tarefas, sendo que, a função de

comandante deverá ser desempenhada por oficial do QOEM.

I - 1ª seção - b1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - b2 - inteligência;

III - 3ª seção - b3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - b4 - logística, patrimônio e orçamento;

SEÇÃO III

Dos órgãos de polícia militar de ensino

Art. 29 - os OPMs de ensino, responsáveis pelas atividades de ensino, treinamento e pesquisa,

serão comandados e dirigidos por oficiais do quadro de oficiais de estado maior, e

correspondem:

I - a academia de polícia militar - APM, estruturada em: seção administrativa, seção de ensino,

corpo de alunos e seção de comando.

II - ao instituto de pesquisa da Brigada Militar - ipbm -, estruturado em: seção administrativa,

seção técnica e seção de pesquisa e extensão;

III - ao museu da Brigada Militar (MUSBM), estruturado em: seção administrativa e seção de

acervo;

IV - a escola de formação e aperfeiçoamento de sargentos de santa maria – esfas/sm,

estruturada em: seção administrativa, seção de ensino, corpo de alunos e seção de comando.

V - a escola de formação e especialização de soldados de montenegro – esfes/mn, estruturada

em: seção administrativa, seção de ensino, corpo de alunos e seção de comando;

VI - a escola de bombeiros - esbo -, estruturada em: seção administrativa, seção de ensino,

corpo de alunos e seção de comando;

VII - a escola de educação física da Brigada Militar - esefbm, estruturada em: seção

administrativa, seção de ensino, corpo de alunos e seção de comando;

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VIII - o colégio tiradentes - porto alegre (ct-pa) estruturado em: seção administrativa, seção de

ensino, corpo de alunos.

IX - o centro de formação aeropolicial - cfaer - estruturado em: seção administrativa, seção de

ensino, corpo de alunos e seção de comando.

X - o colégio tiradentes - passo fundo (ct-pf) estruturado em: seção administrativa, seção de

ensino, corpo de alunos.

XI - o colégio tiradentes - santa maria (ct-sm) estruturado em: seção administrativa, seção de

ensino e corpo de alunos.

XII - o colégio tiradentes - pelotas (ct-pel) estruturado em: seção administrativa, seção de

ensino e corpo de alunos.

XIII - o colégio tiradentes - canoas (ct-Canoas) estruturado em: seção administrativa, seção de

ensino e corpo de alunos.

XIV - a escola de formação e especialização de soldados de osório – esfes/os, estruturada em:

seção administrativa, seção de ensino, corpo de alunos e seção de comando.

XV - o colégio tiradentes – santo ângelo (ct-santo ângelo) estruturado em: seção administrativa,

seção de ensino e corpo de alunos.

XVI - o colégio tiradentes – rio grande (ct-rg) estruturado em: seção administrativa, seção de

ensino e corpo de alunos;

XVII - o colégio tiradentes – caxias do sul (ct-Caxias do sul) estruturado em: seção

administrativa, seção de ensino e corpo de alunos.

XVIII - o colégio tiradentes – são gabriel (ct-são gabriel) estruturado em: seção administrativa,

seção de ensino e corpo de alunos.

XIX - o colégio tiradentes – são luiz gonzaga (ct-são luiz gonzaga) estruturado em: seção

administrativa, seção de ensino e corpo de alunos.

XX – o colégio tiradentes – ijuí (ct-ijuí) estruturado em: seção administrativa, seção de ensino e

corpo de alunos.

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Art. 30 – à academia de polícia militar, às escolas de formação e aperfeiçoamento de sargentos

de santa maria e às escolas de formação e especialização de soldados de montenegro e de

osório, à escola de bombeiros e à escola de educação física da Brigada Militar, compete:

I - à academia de polícia militar a formação, habilitação e especialização dos policiais militares

das carreiras de nível superior;

II - a escola de formação e aperfeiçoamento de sargentos de santa maria, a formação,

habilitação e especialização de sargentos e às escolas de formação e especialização de

soldados de montenegro e de osório, a formação, habilitação e especialização de soldados.

III - à escola de bombeiros a especialização dos oficiais para as atividades de bombeiro e de

defesa civil e a formação e especialização de policiais militares de nível médio da qualificação

policial militar 2 (qPM-2), relativa a praças bombeiros;

IV - à escola de educação física da Brigada Militar a especialização dos policiais militares na

área de educação física, pelo desenvolvimento de programas de incentivo à atividade e à

saúde física, pelo planejamento, organização e coordenação do treinamento físico dos policiais

militares e das competições esportivas da Brigada Militar.

Art. 31 - ao instituto de pesquisas da Brigada Militar (ipbm) é responsável pela pesquisa

científica na instituição, compete:

I - manter cadastro dos pesquisadores, pesquisas e entidades afins;

II - acompanhar e avaliar os projetos de pesquisas, estudos técnicos e obras científicas;

III - elaborar projetos e proceder pesquisas encomendadas pelo escalão superior ou de

iniciativa do OPM;

IV - efetuar intercâmbio técnico-Científico com organizações de pesquisa;

V - difundir o conhecimento produzido para a comunidade, buscando sua aplicação no

exercício das atividades constitucionais e delegadas da Brigada Militar;

VI - estimular e desenvolver o comportamento investigativo e de produção científica na

instituição;

VII - apoiar, coordenar e executar projetos e investigações científicas, no âmbito da instituição,

em todas as áreas de conhecimentos afins às competências e à administração da Brigada

Militar.

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Art. 32 – os colégios tiradentes de porto alegre, passo fundo, santa maria, pelotas, canoas,

santo ângelo, rio grande, caxias do sul, são gabriel, são luiz gonzaga e ijuí (ct-pa, ct- pf, ct-sm,

ct-pel, ct-Canoas, ct-sa, ct-rg, ct-Caxias do sul, ct-sg, ct-são luiz gonzaga e ct-ijuí), integrantes do

sistema estadual de ensino destinam-se a ministrar o ensino médio, sob direção de oficiais

superiores do QOEM, na forma da legislação específica.

Parágrafo único - os colégios tiradentes proporcionarão condições de ensino aos filhos de

policiais militares que forem transferidos por necessidade do serviço para o município sede do

colégio, com garantia de vagas, na forma da legislação vigente.

(redação dada pelo decreto estadual n° 44.787, de 13 de dezembro de 2006)

Art. 33 - o museu da Brigada Militar (MUSBM), administrado por oficial de estado maior, é o

órgão responsável pelo acervo histórico e cultural da Brigada Militar.

Art. 33-A - o centro de formação aeropolicial é responsável pela formação e pela especialização

dos policiais militares na área de policiamento aéreo, bem como pelo desenvolvimento de

programas de incentivo desta atividade dentro da corporação.

SEÇÃO IV

Dos órgãos de polícia militar de logística

Art. 34 - os OPM de logística, responsáveis pelas atividades de controle e fiscalização dos bens

patrimoniais afetos à instituição e de aquisição, distribuição, manutenção e contratação de

todos os serviços, serão chefiados por oficiais superiores, correspondendo a:

I - centro de intendência;

II - centro de obras;

III - centro de material bélico;

IV - centro de motomecanização;

V - centro de logística.

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Art. 35 - ao centro de intendência, estruturado em três seções, administrativa, de recebimento

e distribuição e de oficinas, compete:

I - a previsão, recebimento, armazenagem, confecção, distribuição e manutenção dos

suprimentos de material de intendência;

II - a padronização, o controle individual do vestuário e uniformes e a atualização das

especificações dos materiais de intendência.

Art. 36 - ao centro de obras, estruturado em três seções: administrativa, de recebimento e

distribuição e de planejamento e obras compete:

I - a previsão, recebimento, armazenagem e distribuição de materiais de obras;

II - o planejamento, projeto, execução e fiscalização dos serviços de engenharia, de obras e

manutenção predial;

III - a padronização e a atualização das especificações dos materiais de obras.

Art. 37 - ao centro de material bélico, estruturado em três seções, administrativa, de

recebimento e distribuição e de manutenção, compete:

I - a previsão, recebimento, armazenagem, distribuição e manutenção de material bélico;

II - produção de materiais destinados ao treinamento da tropa;

III - a organização e controle individual da prática de tiro;

IV - a padronização e atualização das especificações do material bélico;

V - a avaliação, perícia, parecer técnico, padronização de armamento e munição.

Art. 38 - ao centro de motomecanização, estruturado em três seções, administrativa, de

recebimento e distribuição e de oficinas, compete:

I - a previsão, recebimento, armazenagem, distribuição e manutenção dos materiais de

motomecanização;

II - a avaliação, perícia, parecer técnico, padronização de material e frota;

III - o acompanhamento estatístico sobre a frota e sua manutenção;

IV - a padronização e atualização das especificações dos materiais de motomecanização.

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Art. 39 - ao centro de logística, estruturado em três seções: administrativa, de operações e de

subsistência, compete:

I - o transporte e fornecimento de materiais de campanha;

II - a execução de ações de apoio a unidades empregadas em operações;

III - a previsão, o recebimento, a armazenagem e a distribuição de material de subsistência.

SEÇÃO V

Dos órgãos de polícia militar de tecnologia da informação

Art. 40 - o centro de produção da informação responsável pela pesquisa, metodologia de

processamento e análise de dados operacionais e administrativos de interesse da instituição,

estrutura-se em seção de desenvolvimento e produção, seção de estatística e seção de

sistemas.

Art. 41 - o centro de manutenção tecnológica responsável pela manutenção de equipamentos

e da infraestrutura de redes de telecomunicações, bem como pelo controle do material de

informática e telefonia, estruturando-se em seção de manutenção de hardware, seção de

manutenção de redes e seção de controle de material.

SEÇÃO VI

Dos órgãos de polícia militar de saúde

Art. 42 - os OPM de saúde responsáveis pela assistência, prevenção médico-hospitalar e

odontológica aos policiais militares, civis e inativos da corporação, e seus dependentes serão

dirigidos por oficiais superiores, salvo disposições em contrário, e correspondem:

I - ao hospital da Brigada Militar de Porto Alegre - HBM/PA;

II - ao hospital da Brigada Militar de Santa Maria - HBM/SM;

III - ao centro médico-odontológico da Brigada Militar - CMOBM.

§ 1º - o hospital da Brigada Militar de porto alegre (HMB/PA) e o hospital da Brigada Militar de

santa maria (hbm/sm), estruturam-se em duas seções, a administrativa e a técnica.

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§ 2º - as funções da área técnica de saúde do hospital da Brigada Militar de porto alegre

(HBM/PA) e do hospital da Brigada Militar de santa maria (HBM/SM), serão próprias do QOES.

§ 3º - o centro médico-odontológico da Brigada Militar (CMOBM) estrutura-se em seção

técnico-Administrativa e em policlínicas.

§ 4º - (parágrafo revogado pelo decreto estadual n° 43.682, de 17 de março de 2005)

SEÇÃO VII

Dos órgãos de polícia militar especiais

Art. 43 - (revogado).

Art. 44 – (revogado).

Art. 45 – (revogado).

Art. 46 - ao batalhão de polícia fazendária compete a execução das atividades de fiscalização

fazendária estruturando-se em:

I - 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento;

V - companhias de polícia fazendária.

Art. 47 - o grupamento de supervisão, de vigilância e guardas terá sua competência definida

em legislação própria estruturando-se em:

I - seção administrativa;

II - seção de registro e licenciamento;

III - seção de controle e fiscalização.

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Art. 48. Ao batalhão de aviação da Brigada Militar (BAVBM), subordinado ao subcomandante-

geral da Brigada Militar, compete planejar, controlar, fiscalizar e executar as atividades técnicas

do policiamento aéreo da Brigada Militar, qualificar recursos humanos, coordenar as

atividades administrativo-operacionais dos OPM que lhe são subordinados e apoiar os OPM no

cumprimento de suas missões.

Parágrafo único. O 1º esquadrão independente de aviação (1ºesqindav), com sede no

município de Caxias do Sul e o 2º esquadrão independente de aviação (2ºesqindav), com sede

no município de capão da canoa, são OPM subordinados administrativa e operacionalmente

ao batalhão de aviação da Brigada Militar (BAVBM).

Art. 49 - (artigo revogado pelo decreto estadual n° 42.937, de 02 de março de 2004)

Art. 50. Os OPM de polícia de choque, subordinados ao comando de polícia de choque - cpchq,

estruturam-se como:

I - 1º batalhão de polícia de choque - 1º BPCHQ, de porto alegre;

II - 2º batalhão de polícia de choque - 2º BPCHQ, de santa maria;

III - 3º batalhão de polícia de choque - 3º BPCHQ, de passo fundo;

IV - 4º batalhão de polícia de choque - 4º BPCHQ, de caxias do sul;

V - 5º batalhão de polícia de choque - 5º BPCHQ, de pelotas; e

VI - 6º batalhão de polícia de choque - 6º BPCHQ, de Uruguaiana.

Art. 51. Aos batalhões de polícia de choque compete:

I - executar ações de manutenção da ordem pública:

II - apoiar as ações dos OPM;

III - atuar nas ações de alto risco;

IV - (revogado pelo decreto estadual nº 55.763, de 18 de fevereiro de 2021.)

V - (inciso revogado pelo decreto estadual n° 43.682, de 17 de março de 2005)

§ 1º os batalhões de polícia de choque estruturam-se em:

I- 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

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IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento;

V – companhias de choque.

§ 2º - (revogado pelo decreto estadual n° 54.424, de 20 de dezembro de 2018)

Art. 51-A - ao batalhão de polícia de guardas - BPG -, compete executar a guarda externa de

estabelecimentos penais e atribuições referentes ao cumprimento de penas restritivas de

liberdade pelos integrantes da Brigada Militar, comandado por oficial superior, estruturando-

se em:

I - 1ª seção - p1 - efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção - p2 - inteligência;

III - 3ª seção - p3 - operações e treinamento;

IV - 4ª seção - p4 - logística, patrimônio e orçamento;

V - companhias de operações especiais;

VI - presídio policial militar (nr)."

Art. 51-B. O batalhão de operações policiais especiais estrutura-se em:

I - 1ª seção – p1 – efetivo, legislação e comunicação social;

II - 2ª seção – p2 – inteligência;

III - 3ª seção – p3 – operações e treinamento;

IV - 4ª seção – p4 – logística, patrimônio e orçamento; e

V – companhias de operações especiais.

Art. 51-C. Ao batalhão de operações policiais especiais, fração reserva do comandogeral,

vinculado diretamente ao subcomandante-geral, para emprego em situações ou ocorrências

que envolvam grave perturbação à ordem pública, bem como outras intervenções de elevado

rigor tático e estratégico, compete:

I - a aplicação de alternativas táticas para a resolução de situações de gerenciamento de crise;

II - as remoções, as desativações e as análises técnicas de explosivos, bem como as demais

operações antibomba; e

III - a implementação de ações de contraterrorismo e de contrainsurgência.

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TÍTULO V

Disposições gerais e finais

Art. 52 - o exercício das funções da estrutura hierárquica estabelecida neste decreto por

titulares de postos de oficial superior será efetivada por nomeação do chefe do poder

executivo, mediante indicação do comandante-geral, ressalvado o disposto nos artigos 4º e 5º

deste decreto, e, nos demais casos, por designação do comandante-geral.

Art. 53 - as funções de comandante-geral, de subcomandante-geral, de chefe do estado- maior,

de corregedor-geral, comandante do comando de corpo de bombeiros e de diretores de

departamentos são privativas do posto de coronel do QOEM, com exceção da função de

diretor do departamento de saúde, que será exercida por um coronel do quadro de oficiais

especialistas em saúde - QOES."

Art. 54 - observado o disposto neste decreto, a estrutura interna e a respectiva competência

dos órgãos integrantes da Brigada Militar, inclusive quanto aos demais níveis de organização

administrativa, serão regulados por regimento interno, proposto pelo estado-maior e

aprovado pelo comandante-geral.

Art. 55 - ao exercício de funções de comando corresponderá à percepção de função

gratificada, conforme definido no regimento interno, limitada ao estabelecido em lei.

Art. 56 - para fins de fixação do efetivo, dos níveis, da subordinação e do grau de comando dos

órgãos da Brigada Militar, constituem indicadores de segurança pública básicos a população

urbana e rural, e indicadores específicos da instituição, para as atividades de policiamento

ostensivo e de bombeiro, os relacionados, respectivamente, nos anexos i e ii deste decreto.

Parágrafo único - a cada indicador aplica-se um fator numérico, a ser definido pelo estado-

maior da Brigada Militar e aprovado por portaria do comandante-geral que definirá a

proporção dos recursos humanos a serem disponibilizados para cada município do estado.

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Art. 57 - este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições

em contrário, em especial o decreto nº 38.107, de 22 de janeiro de 1998 e suas alterações.

Palácio piratini, em porto alegre, 04 de fevereiro de 2004.

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REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA

MILITAR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - O Regulamento Disciplinar da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul tem a

finalidade de especificar e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas

relativas às punições disciplinares, os recursos, o comportamento policial-militar das Praças e

as recompensas policiais-militares.

§ 1º - A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio entre os integrantes da

Corporação, devendo estes primar pela melhor relação social entre si.

§ 2º - Incumbe ao superior hierárquico incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus

subordinados.

§ 3º - A civilidade, como parte da educação policial-militar, é de importância vital para a

disciplina no âmbito da Brigada Militar e, assim sendo, é indispensável que o superior trate

com cortesia, urbanidade e justiça os seus subordinados e, em contrapartida, o subordinado

deve externar, aos seus superiores, toda manifestação de respeito e deferência.

§ 4° - As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias entre os

Militares Estaduais, devem ser dispensadas também aos Militares das Forças Armadas e aos

Militares Estaduais de outras Corporações.

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Art. 2° - Este Regulamento aplica-se aos Militares Estaduais ativos e alunos matriculados em

órgãos de formação .

§ 1° - Os Militares Estaduais na inatividade não são alcançados pelas disposições deste

Regulamento, excetuando-se quanto a divulgação de segredos militares, de que trata a Lei

Federal n° 7.524/86, tanto quanto a manifestação pública, pela imprensa ou por outro meio de

divulgação, de críticas a assuntos que afetem a previsão estatutária relativa ao valor e a ética

policial-militar, naquilo que lhes for aplicável.

§ 2° - Os Alunos de órgãos de formação de Militares Estaduais também estão sujeitos aos

Regimentos Internos, Regulamentos, Normas e Ordens específicas dos OPM em que estejam

matriculados e/ou freqüentando o Curso.

CAPÍTULO II

DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 3° - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Brigada Militar.

Art. 4° - São manifestações essenciais da disciplina e da hierarquia policial-militar:

I - a correção de atitudes;

II - a pronta obediência às ordens dos superiores hierárquicos;

III - a dedicação integral ao serviço;

IV - a colaboração espontânea para a disciplina coletiva e a eficiência da instituição;

V - a consciência das responsabilidades;

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VI - o respeito à hierarquia entre os servidores militares ativos e inativos;

VII - a rigorosa observância das prescrições legais e regulamentares.

Art. 5° - As ordens legais devem ser prontamente executadas, cabendo inteira

responsabilidade à autoridade que as determinar.

§ 1° - Em caso de dúvida, será garantido ao subordinado os esclarecimentos necessários para

o total entendimento e compreensão sobre o que deve cumprir.

§ 2° - Quando a ordem contrariar preceito legal poderá o executor solicitar a sua confirmação

por escrito, cumprindo a autoridade que a emitiu atender à solicitação.

§ 3° - Cabe ao executor que exorbitar no cumprimento de ordem recebida a responsabilidade

pelos excessos e abusos que cometer.

Art. 6° - Todo Militar Estadual que se deparar com ato contrário à disciplina militar deverá

adotar medida saneadora.

Parágrafo único - Se detentor de precedência hierárquica sobre o transgressor, o Militar

Estadual deverá adotar as providências cabíveis pessoalmente, se subordinado, deverá

comunicar ao seu comandante imediato ou seu representante.

TÍTULO II

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

CAPÍTULO I

DA DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Art. 7° - Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres ou

das obrigações policiais-militares, na sua manifestação elementar e simples, bem como

qualquer omissão ou ação contrária a preceitos legais ou regulamentares.

§ 1° - A responsabilidade criminal e civil não elide a incidência de transgressão disciplinar e,

conseqüentemente, da aplicação de sanção disciplinar, caso a conduta não seja devidamente

justificada.

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§ 2° - São transgressões disciplinares:

I - todas as ações ou omissões contrárias à disciplina policial-militar especificadas no Anexo I ,

deste Regulamento;

II - todas as ações ou omissões ou atos não especificados na relação de transgressões do

Anexo citado que afetem a honra pessoal, o pundonor militar, o decoro da classe ou o

sentimento do dever e outras prescrições contidas no Estatuto dos Servidores Militares

Estaduais, Leis e Regulamentos, bem como aquelas praticadas contra regras e ordens de

serviço emanadas de autoridade competente.

Art. 8° - As transgressões, quanto à natureza, classificam-se como:

I - leves;

II - médias;

III - graves.

§ 1° - A classificação das transgressões disciplinares, obedecidos os preceitos deste

Regulamento, cabe a quem tem competência para aplicar as punições.

§ 2° - A autoridade competente poderá, motivadamente, observando o interesse da disciplina,

da ordem administrativa e da ação educativa da punição, e os vetores da aplicação da sanção,

de que trata os artigos 34 a 41 , deste Regulamento, alterar a classificação da falta disciplinar

prevista na Relação dos Tipos Transgressionais Disciplinares constante do Anexo I, deste

Regulamento.

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TÍTULO III

DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

CAPÍTULO I

DA NATUREZA E AMPLITUDE

Art. 9° - As sanções disciplinares aplicáveis aos Militares Estaduais, nos termos dos artigos

precedentes, são:

I - advertência;

II - repreensão;

III - detenção;

IV - prisão;

V - licenciamento a bem da disciplina;

VI - exclusão a bem da disciplina .

§ 1° - As sanções disciplinares têm função educativa e visam à preservação da disciplina em

beneficio do punido, da coletividade a que ele pertence e também à garantia da eficiência na

prestação dos serviços.

§ 2° - A publicação das punições dos praças se dará em Boletim Geral ou Interno.

§ 3° - A publicação das punições dos Oficiais se dará no Boletim Disciplinar dos Oficiais dentro

dos respectivos círculos hierárquicos, podendo ser em Boletim Geral ou Interno caso as

circunstâncias ou a natureza da transgressão sejam aviltantes à ética e ao dever Policial-Militar.

SEÇÃO I

DA ADVERTÊNCIA

Art. 10 - A advertência, forma mais branda das sanções, será aplicada ostensivamente, por

meio de publicação em Boletim, e será registrada nos assentamentos individuais do

transgressor.

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SEÇÃO II

DA REPREENSÃO

Art. 11 - A repreensão é sanção imposta ao transgressor de forma ostensiva, mediante

publicação em Boletim, devendo sempre ser averbada nos assentamentos individuais do

transgressor.

SEÇÃO III

DA DETENÇÃO

Art. 12 - A detenção consiste no cerceamento da liberdade do punido, o qual deverá

permanecer no local que lhe for determinado, sem que fique confinado.

§ 1° - O ato administrativo que decidir pela detenção esclarecerá se deve ser cumprida com

prejuízo das escalas operacionais de serviço externo ou não.

§ 2° - A detenção com prejuízo do serviço externo consiste na permanência do punido em local

próprio e designado para tal, o qual deverá comparecer aos atos de instrução e serviços

internos, caso as circunstâncias recomendem o contrário, tal restrição deverá ser objeto da

publicação que veiculou o ato administrativo.

§ 3° - A detenção sem prejuízo do serviço externo consiste na permanência do punido em local

próprio e designado para tal, devendo concorrer às escalas operacionais, tanto como a

instrução e serviços internos.

§ 4° - O tempo de cumprimento da punição contar-se-á do momento em que o punido for

recolhido até aquele em que for posto em liberdade.

§ 5° - Os Militares Estaduais dos diferentes círculos de oficiais e praças, estabelecidos em lei

estatutária, não poderão cumprir suas sanções disciplinares no mesmo compartimento, tanto

como deverão ficar separados daqueles presos à disposição da Justiça.

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SEÇÃO IV

DA PRISÃO

Art. 13 - Exclusivamente para o atendimento das disposições de conversão de infração penal

em disciplinar, previstas na lei penal militar, haverá o instituto da prisão administrativa que

consiste na permanência do punido no âmbito do aquartelamento, com prejuízo do serviço e

da instrução.

SEÇÃO V

DO LICENCIAMENTO E DA EXCLUSÃO

Art. 14 - O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina consistem no afastamento ex-officio

do Militar Estadual do serviço ativo, conforme preceitua o Estatuto dos Servidores Militares do

Estado.

Art. 15 - O licenciamento a bem da disciplina será aplicado à praça sem estabilidade, mediante

processo administrativo, quando:

I - acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social de ter:

a) procedido incorretamente no desempenho do cargo;

b) tido conduta irregular; ou

c) praticado ato que afete a honra pessoal o pundonor militar ou decoro da classe.

II - afastado do cargo, na forma do estatuto, por se tomar incompatível com o mesmo ou

demonstrar incapacidade no exercício das funções a ele inerentes;

III - condenado por crime de natureza dolosa com pena privativa de liberdade até dois anos,

tão logo transite em julgado a sentença; ou

IV - permanecer no comportamento mau pelo período de dois anos.

Art. 16 - A exclusão a bem da disciplina será aplicada ex-officio ao praça com estabilidade, de

acordo com o prescrito no Estatuto dos Servidores Militares do Estado, sendo submetida a

Conselho de Disciplina nos termos da legislação específica.

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SEÇÃO VI

DAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 17 - Quando para a preservação da vida ou da integridade física, excluídas as

circunstâncias de flagrância de delito, uma ocorrência exija pronta intervenção , mesmo sem

possuir ascendência funcional sobre o infrator, o militar estadual de maior antigüidade que

presenciar a irregularidade deverá tomar imediatas e enérgicas providências, inclusive

recolhendo o transgressor a local determinado, na condição de detido com prejuízo do serviço,

em nome da autoridade competente , dando ciência a esta, pelo meio mais rápido, do ocorrido

e das providências tomadas em seu nome.

Parágrafo único - O transgressor permanecerá nestas condições pelo período de vinte e

quatro horas, prorrogável por igual período, mediante decisão devidamente fundamentada, da

qual ser-lhe-á dado ciência, determinando-se a imediata apuração dos fatos e instauração do

devido processo administrativo disciplinar militar, pela autoridade que detém a competência

punitiva sobre o infrator.

Art. 18 - Quando para a preservação da disciplina e do decoro da Corporação, uma ocorrência

exija pronta intervenção, visando restabelecer a ordem administrativa, mesmo sem possuir

ascendência funcional sobre o infrator, o militar estadual de maior antigüidade que presenciar

ou tiver conhecimento de transgressão disciplinar de natureza grave deverá tomar imediatas e

enérgicas providências, inclusive recolhendo o transgressor a local determinado, na condição

de detido com prejuízo do serviço, em nome da autoridade competente, dando ciência a esta,

pelo meio mais rápido, do ocorrido e das providências tomadas em seu nome.

Parágrafo único - O transgressor permanecerá nestas condições pelo período de até vinte e

quatro horas, mediante decisão devidamente motivada, da qual ser-lhe-á dado ciência,

determinando-se a imediata apuração dos fatos e instauração do devido processo

administrativo disciplinar militar, pela autoridade que detém a competência punitiva sobre o

infrator.

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TÍTULO IV

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR

CAPÍTULO I

DA COMPETÊNCIA

Art. 19 - A competência disciplinar é inerente ao cargo, posto ou função.

Art. 20 - São autoridades competentes para aplicar sanção disciplinar:

I - O Governador do Estado a todos os Militares Estaduais sujeitos a este Regulamento;

II - O Chefe da Casa Militar aos que estiverem sob suas ordens;

III - O Comandante-Geral e o Subcomandante-Geral da Brigada Militar a todos os Militares

Estaduais sujeitos a este Regulamento, exceto o Chefe da Casa Militar e àqueles que servirem

sob as ordens deste;

IV - O Chefe do Estado Maior da Brigada Militar aos que estiverem sob suas ordens;

V - O Corregedor-Geral, o Comandante do Comando do Corpo de Bombeiros, os Comandantes

dos Comandos Regionais de Polícia Ostensiva, os Comandantes dos Comandos Regionais de

Bombeiros, o Comandante do Comando dos órgãos de Polícia Militar Especiais e os Diretores

aos que estiverem sob suas ordens ou integrantes das OPM subordinadas;

VI - O Ajudante-Geral, os Comandantes e Subcomandantes de órgãos Policiais Militares, os

Chefes de Assessorias, Seção, Centros e Divisões, e os Comandantes de Subunidades aos que

estiverem sob seu comando, chefia ou direção.

VII - Os Comandantes de Pelotões Destacados, aos que servirem sob suas ordens.

Art. 21 - O Governador do Estado e o Comandante-Geral da Brigada Militar são competentes

para aplicar todas as sanções disciplinares previstas neste Regulamento.

Art. 22 - Na ocorrência de transgressão disciplinar envolvendo Militares Estaduais de mais de

um OPM, caberá ao Comandante com responsabilidade territorial sobre a área onde ocorreu o

fato, apurar ou determinar sua apuração, e, ao final, remeter os autos à autoridade funcional

superior comum aos envolvidos.

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Art. 23 - Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com competência

disciplinar sobre o transgressor, tiverem conhecimento da transgressão disciplinar, caberá à

de maior hierarquia apurá-la ou determinar que a menos graduada o faça.

Art. 24 - No caso de ocorrência disciplinar envolvendo Militares das Forças Armadas e Militares

Estaduais, a autoridade policial-militar competente deverá tomar as medidas disciplinares

cabíveis quanto aos elementos a ela subordinados, informando o escalão superior sobre a

ocorrência, as medidas tomadas e o que foi por ela apurado, dando ciência do fato também ao

Comandante Militar interessado.

CAPÍTULO II

DA PARTE DISCIPLINAR

Art. 25 - A parte disciplinar é o relato de uma transgressão disciplinar cometida por Militar

Estadual.

Art. 26 - Todo Militar Estadual que tiver conhecimento de um fato contrário à disciplina deverá

participar ao seu superior imediato, por escrito ou verbalmente, neste último caso

confirmando a participação, por escrito no prazo de até dois dias úteis.

Art. 27 - A parte disciplinar deve ser clara e precisa, contendo os dados capazes de identificar

pessoas ou objetos envolvidos, local, data, hora do fato, circunstâncias e alegações do

transgressor, quando presente.

§ 1° É vedado ao comunicante tecer comentários ou opiniões pessoais.

§ 2° A parte disciplinar deverá ser apresentada no prazo de até dois dias úteis, contados da

constatação ou do conhecimento do fato, ressalvadas as disposições relativas às medidas

cautelares, previstas nos artigos 17 e 18, deste Regulamento, quando deverá ser feita

imediatamente.

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CAPÍTULO III

DO PROCESSO

Art. 28 - Nos casos em que são imputadas ao Militar Estadual ações ou omissões tidas como

transgressões da disciplina policial-militar, estas serão devidamente apuradas na forma do

contido neste Capítulo e nos Anexos I e II, deste Regulamento , propiciando-se ao imputado o

devido processo administrativo para a sua ampla defesa e contraditório.

Parágrafo único - O processo administrativo será orientado pelos princípios da instrumental

idade, simplicidade, informalidade, economia procedimental e celeridade, buscando sempre a

verdade real sobre o fato apreciado.

Art. 29 - As autoridades competentes para instauração, procedimento e julgamento do

processo são aquelas com competência para aplicar a sanção administrativa.

Parágrafo único - As autoridades de que trata o caput deste artigo, excetuando-se aquelas do

inciso VII do artigo 20, poderão delegar a Oficial que lhe seja subordinado, a realização do

Processo Administrativo Disciplinar Militar, observando a precedência hierárquica entre o

Encarregado e o Acusado.

Art. 30 - Incumbirá ao acusado o ônus de provar os fatos por ele alegados em sua defesa,

entre estes os de existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão

punitiva-disciplinar, bem como o de apresentar e conduzir à autoridade competente as provas

documentais e testemunhais que arrolar como pertinentes ao fato.

Parágrafo único - A autoridade competente ou a encarregada do processo poderá limitar ou

excluir as provas e testemunhas que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

Art. 31 - Nenhum ato do processo será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo

para a Administração ou para a defesa, nem se praticado de forma diversa da prescrita tenha

atingido sua finalidade.

Parágrafo único - Igualmente não será declarada nulidade de ato processual que não tenha

influído na apuração da verdade substancial ou decisão da autoridade competente.

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Art. 32 - O processo será arquivado quando reconhecido:

I- estar provada a inexistência do fato:

II - não haver prova da existência do fato;

III - não constituir o fato infração disciplinar;

IV - não existir prova de ter o acusado concorrido para a infração disciplinar;

V - não existir prova suficiente para a aplicação da punição;

VI - a existência de quaisquer das seguintes causas de justificação:

a. a. motivo de força maior ou caso fortuito;

b. b. legítima defesa própria ou de outrem;

c. c. estado de necessidade;

d. d. estrito cumprimento do dever legal;

e. e. coação irresistível;

f. inexigibilidade de conduta diversa.

Art. 33 - O Militar Estadual, com estabilidade cuja atuação no serviço revelar-se incompatível

com o cargo ou que demonstrar incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a

ele inerentes será submetido a Conselho de Justificação ou Disciplina.

Parágrafo único - Obedecidas as prescrições estatutárias será promovido o imediato

afastamento do cargo e das funções o Militar Estadual que praticar os atos previstos no caput

deste artigo.

CAPÍTULO IV

DA APLICAÇÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR

Art. 34 - Na aplicação da sanção disciplinar serão considerados os motivos, circunstâncias e

conseqüências da transgressão, os antecedentes e a personalidade do infrator, assim como a

intensidade do dolo ou o grau da culpa.

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Art. 35 - São circunstâncias atenuantes:

I - estar classificado, no mínimo, no comportamento bom;

II - relevância de serviços prestados;

III - ter cometido a transgressão para a preservação da ordem ou do interesse público;

IV - ter admitido, com eficácia para elucidação dos fatos, o cometimento da transgressão.

Art. 36 - São circunstâncias agravantes:

I - estar classificado no comportamento insuficiente ou no comportamento mau;

II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;

III - reincidência;

IV - conluio de duas ou mais pessoas;

V - falta praticada com abuso de autoridade;

VI - ter sido cometida a transgressão:

a) em presença de subordinado;

b) durante a execução de serviço;

c) com premeditação;

d) em presença de tropa;

e) em presença de público.

Art. 37 - A aplicação da punição será feita com justiça, serenidade e imparcialidade, para que o

punido fique consciente e convicto de que a mesma se inspira no cumprimento exclusivo de

um dever.

§ 1° A aplicação da sanção disciplinar será proporcional à gravidade da transgressão cometida,

e não justificada, dentro dos seguintes limites:

I - advertência ou repreensão para as transgressões classificadas como de natureza leve;

II - de repreensão até dez dias de detenção com prejuízo do serviço para as transgressões

classificadas como de natureza média;

III - de detenção com prejuízo do serviço , até trinta dias, à s puniç ões prevista s no s artigo s

14 e 15, deste Regulamento, para as transgressões classificadas como de natureza grave.

§ 2° A punição não poderá atingir o máximo previsto no parágrafo anterior quando ocorrerem

apenas circunstâncias atenuantes;

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§ 3° A aplicação da primeira punição classificada como detenção com prejuízo do serviço ou

prisão são da competência das autoridades elencadas no inciso I ao VI do artigo 20 , do

presente Regulamento;

§ 4° Nos casos em que houver a necessidade de exceder o limite de dez dias de detenção com

prejuízo do serviço ou de quinze dias de prisão na aplicação da punição, esta deverá ser

submetida a apreciação das autoridades previstas no inciso VI do artigo 20 deste Regulamento,

com exceção das aplicadas pelas autoridades que as precedem.

Art. 38 - O enquadramento disciplinar é a descrição da transgressão cometida, dele devendo

constar, resumidamente, o seguinte:

I - descrição da ação ou omissão que caracteriza a transgressão;

II - indicação da transgressão disciplinar;

III - as causas de justificação ou das circunstâncias atenuantes e agravantes;

IV - alegações de defesa;

V - decisão da autoridade aplicando a sanção;

VI - assinatura da autoridade.

Art. 39 - Em caso de reincidência, a aplicação da pena deverá ser com maior severidade.

Art. 40 - Na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre elas, serão aplicadas

as sanções correspondentes isoladamente.

Art. 41 - Ninguém será administrativamente cerceado da liberdade, exceto quando da

necessidade da aplicação das medidas cautelares , da detenção ou da prisão de que trata m o

presente Regulamento.

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CAPÍTULO V

DO CUMPRIMENTO DA SANÇÃO DISCIPLINAR

Art. 42 - A autoridade competente que tiver de efetivar o cumprimento de uma sanção imposta

a subordinado que esteja a serviço ou à disposição de outra autoridade, fará a devida

comunicação para que a medida seja cumprida.

Art. 43 - O cumprimento da sanção disciplinar por Militar Estadual afastado de serviço deve

ocorrer após a sua apresentação no OPM, pronto para o serviço policial-militar, salvo nos

casos da preservação da ordem.

Parágrafo único - A interrupção de afastamento regulamentar para implemento de sanção

disciplinar, somente ocorrerá quando determinada pelo Governador do Estado ou pelo

Comandante-Geral da Brigada Militar.

TÍTULO V

DO COMPORTAMENTO POLICIAL-MILITAR

Art. 44 - O comportamento Policial-Militar dos Praças espelha o seu procedimento civil e

policial-militar sob o ponto de vista disciplinar.

Art. 45 - Ao ser incluído na Brigada Militar, o Praça será classificado no comportamento bom.

Art. 46 - Para fins disciplinares e para outros efeitos, o comportamento policial-militar do Praça

é considerado:

I - excepcional, quando no período de setenta e dois meses de efetivo serviço tenha sofrido até

no máximo uma advertência;

II - ótimo, quando no período de quarenta e oito meses tenha sofrido até no máximo uma

repreensão, ou o equivalente;

III - bom, quando no período de vinte e quatro meses tenha sofrido até no máximo uma

punição de detenção, ou o equivalente;

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IV - insuficiente, quando no período de doze meses tenha sofrido até no máximo uma punição

de detenção com prejuízo do serviço ou o equivalente;

V - mau, quando no período de doze meses tenha sofrido até duas punições de detenção com

prejuízo do serviço ou o equivalente, e mais uma outra punição qualquer.

§ 1° - A reclassificação do comportamento se dará ex-officio, de acordo com os prazos

estabelecidos neste artigo.

§ 2° - Para a classificação de comportamento, duas advertências equivalerão a uma

repreensão, duas repreensões a uma detenção sem prejuízo do serviço e duas detenções sem

prejuízo do serviço a uma detenção com prejuízo do serviço .

§ 3° - Ainda para efeito de classificação do comportamento , a prisão administrativa, de que

trata o artigo 13 deste Regulamento, corresponderá a uma detenção com prejuízo do serviço.

§ 4° - Para efeito de reclassificação do comportamento, ter-se-á como base as datas em que as

sanções foram publicadas.

§ 5° - A reclassificação do comportamento do ME se dará gradativamente e será proporcional à

sanção, tomando como base o comportamento bom.

§ 6° - A reclassificação do comportamento se dará após a decisão definitiva.

§ 7° - As punições canceladas ou anuladas não serão consideradas para efeito de

reclassificação do comportamento.

§ 8° - O Militar Estadual classificado no comportamento Bom ou ótimo poderá ser beneficiado

com a reclassificação gradativa por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada,

independente dos prazos, por meio de publicação fundamentada de seu comandante

imediato.

TÍTULO VI

DOS RECURSOS DISCIPLINARES

Art. 47 - É direito de todo o Militar Estadual, que se considerar prejudicado, ofendido ou

injustiçado por ato de superior hierárquico na esfera disciplinar, interpor os seguintes

recursos:

I - Reconsideração de Ato;

II - Queixa;

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III - Representação.

Art. 48 - O recurso disciplinar deve ser redigido de forma respeitosa, sem comentários ou

insinuações, tratando de caso específico, cingindo-se aos fatos que o motivaram,

fundamentando-se em argumentos, provas ou documentos comprobatórios e elucidativos.

Art. 49 - Os recursos deverão ser interpostos individualmente e deverão ser encaminhados

pela autoridade à qual o requerente estiver diretamente subordinado.

Art. 50 - Os recursos disciplinares a que se refere o artigo 47 deste Regulamento terão efeito

suspensivo no cumprimento da punição imposta.

Art. 51 - A decisão do recurso não agravará a punição do recorrente.

Art. 52 - A Reconsideração de Ato é o recurso interposto, mediante parte ou oficio, à

autoridade que praticou, ou aprovou, o ato disciplinar que se reputa irregular, ofensivo, injusto

ou ilegal, para que o reexamine.

Art. 53 - A Queixa é o recurso interposto perante a autoridade imediatamente superior a que

aplicou a punição disciplinar, por Militar Estadual que se julgue prejudicado em virtude de

decisão denegatória do recurso de Reconsideração de Ato.

Parágrafo único - Caso a decisão denegatória for do Subcomandante, do Chefe do Estado-

Maior ou do Corregedor-Geral da Brigada Militar, a queixa será interposta perante o

Comandante-Geral.

Art. 54 - Representação é o recurso disciplinar, efetuado mediante oficio ou parte, interposto

por autoridade que julgue subordinado seu estar sendo vítima de injustiça, ilegalidade,

arbitrariedade, abuso de autoridade ou prejudicado em seus direitos por ato de autoridade

superior hierárquico.

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Art. 55 - Os recursos de Reconsideração de Ato, Queixa e Representação deverão ser

interpostos no prazo de três dias úteis a contar da publicação do ato.

Art. 56 - A decisão dos recursos disciplinares será dada no prazo de até oito dias.

Art. 57 - Não será conhecido o recurso intempestivo, procrastinador ou que não apresente

fatos novos que modifiquem a decisão anteriormente tomada, devendo este ato ser publicado,

obedecido o prazo do artigo anterior.

Parágrafo único - O recurso disciplinar, que não atender aos requisitos previstos no presente

Regulamento, não será conhecido pela autoridade à qual for dirigido, cabendo a esta mandar

arquivá-lo ou encaminhá-lo à autoridade competente, publicando a sua decisão em Boletim,

fundamentadamente.

Art. 58 - Cabe ao Comandante-Geral da Brigada Militar decidir, em última instância, os recursos

disciplinares deste Título, contra ato punitivo aplicado pelas autoridades de que trata o artigo

20 , deste Regulamento , exceto a prevista no inciso I daquele dispositivo .

Parágrafo único - Nos casos em que a sanção disciplinar tiver sido aplicada pelo Comandante-

Geral caberá somente o recurso de Reconsideração de Ato.

Art. 59 - Quando a sanção disciplinar tiver sido aplicada pelo Governador do Estado, somente

será cabível o recurso de Reconsideração de Ato.

TÍTULO VII

DO CANCELAMENTO E DA ANULAÇÃO

Art. 60 - O cancelamento de sanção disciplinar consiste na retirada dos registros realizados nos

assentamentos do Militar Estadual.

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Art. 61 - O cancelamento da punição será concedido ao ME que o requerer, satisfeitas as

seguintes condições:

I - não ser a transgressão objeto do cancelamento, atentatória ao sentimento do dever, à

honra pessoal, ao pundonor militar ou ao decoro da classe;

II - ter o requerente bons serviços prestados e comprovados pela análise de suas alterações;

III - ter o requerente parecer favorável de seu Comandante;

IV - ter o requerente completado, sem qualquer outra punição superveniente:

a) seis anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção com prejuízo do

serviço ou prisão;

b) quatro anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção sem prejuízo

do serviço ;

c) dois anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de advertência ou repreensão.

Art. 62 - A eliminação das anotações nos assentamentos e fichas disciplinares se dará de modo

que não seja possível a sua leitura, registrando-se apenas o número e a data do ato

administrativo que formalizou o cancelamento.

Art. 63 - A solução do requerimento solicitando o cancelamento da punição deverá constar em

publicação do Boletim.

Art. 64 - A decisão do pedido de cancelamento de punição é de competência dos Comandantes

Regionais e Diretores, além das autoridades elencadas nos incisos I, II, III, IV, V e VII do artigo

20 , deste Regulamento.

Art. 65 - Concedido o cancelamento, o comportamento do Militar Estadual será reclassificado,

na forma deste Regulamento.

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Art. 66 - O Comandante-Geral da Brigada Militar, ex-officio, ou mediante requerimento do

interessado, após parecer do Comandante deste, independentemente das condições

enunciadas nos artigos anteriores, poderá cancelar as sanções dos Militares Estaduais que

tenham prestado relevantes serviços e não hajam sofrido qualquer punição nos últimos dois

anos.

Art. 67 - A anulação de punição consiste em tomar sem efeito sua aplicação.

§ 1° - A anulação da punição será concedida quando for comprovado ter ocorrido injustiça ou

ilegalidade na sua aplicação.

§ 2° - A punição poderá ser anulada:

I - a qualquer tempo pelas autoridades elencadas no artigo 20, incisos I, II e III , deste

Regulamento;

II - no prazo de cento e vinte dias pelas demais autoridades previstas nos incisos do artigo 20 ,

deste Regulamento.

Art. 68 - A anulação da punição importará na eliminação de toda e qualquer anotação ou

registro nos assentamentos do punido relativo à sua aplicação.

Art. 69 - A autoridade que tomar conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na

aplicação de punição e não tiver competência para anulá-la, deverá propor a sua anulação à

autoridade competente, fundamentadamente.

TÍTULO VIII

DAS RECOMPENSAS POLICIAIS-MILITARES

Art. 70 - As recompensas policiais-militares constituem reconhecimento aos bons serviços

prestados pelo Militar Estadual e consubstanciam-se em prêmios por atos meritórios e

serviços relevantes.

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Art. 71 - São recompensas policiais-militares, além de outras previstas em lei e regulamentos

especiais:

I - o elogio;

II - a dispensa do serviço.

Art. 72 - O elogio, que pode ser individual ou coletivo, é ato administrativo que coloca em

relevo as qualidades morais e profissionais do servidor militar, podendo ser formulado

independentemente da classificação de comportamento, com a devida publicidade e registro

nos assentamentos.

§ 1° - O elogio individual somente poderá ser reconhecido a Militares Estaduais que tenham se

destacado na prática de ato em serviço ou ação meritória, onde os aspectos principais nele

abordados serão referentes ao caráter, à coragem e desprendimento, à inteligência, às

condutas civil e policial-militar, às culturas profissionais e gerais, à capacidade como instrutor,

à capacidade como comandante e como administrador e à capacidade física.

§ 2° - Só serão registrados nos assentamentos dos ME os elogios individuais obtidos no

desempenho de funções próprias à Brigada Militar e concedidos por autoridades com

atribuições para fazê-lo.

§ 3° - O elogio coletivo visa a reconhecer os serviços prestados e a ressaltar as qualidades

reveladas por um grupo de Policiais-Militares ou fração de tropa ao cumprir destacadamente

uma determinada missão.

§ 4° - Quando a autoridade que conceder o elogio não dispuser de Boletim para a publicação,

esta deverá ser feita, mediante solicitação escrita, no da autoridade imediatamente superior.

Art. 73 - A dispensa do serviço consiste na publicação, devidamente fundamentada, dos

motivos que levaram a concessão da recompensa ao ME, a juízo de seu Comandante, de modo

que também apresente efeito educativo e motive a coletividade a seguir os bons exemplos.

§ 1° - A dispensa total do serviço será concedida pelo prazo máximo de oito dias, alternados ou

consecutivos, no decorrer de um ano civil, observado esse limite, os dias de dispensa que não

serão descontados das férias do Militar Estadual.

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§ 2° - A dispensa total do serviço é regulada por dias de vinte e quatro horas, contados de

Boletim a Boletim. Sua publicação deverá ser feita, no mínimo, vinte e quatro horas antes do

início, salvo motivo de força maior.

Art. 74 - São competentes para conceder as recompensas de que trata este Título as

autoridades especificadas no artigo 20 , deste Regulamento.

TÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS FINAIS

Art. 75 - Os julgamentos a que forem submetidos os Militares Estaduais perante o Conselho de

Justificação ou Conselho de Disciplina serão realizados segundo legislação específica.

Parágrafo único - As causas determinantes de sujeição do ME a julgamento por um desses

Conselhos, provocados ex-officio ou a pedido, são as estabelecidas na legislação própria.

Art. 76 - O comportamento dos praças deverá ser adequado ao disposto no artigo 46 , deste

Regulamento.

Art. 77 - A Brigada Militar deverá elaborar relatório anual de avaliação disciplinar de seu

efetivo.

§ 1° - Os critérios de avaliação terão por base a aplicação deste Regulamento.

§ 2° - A avaliação deverá contemplar a totalidade das transgressões e sanções

correspondentes, posto ou graduação e OPM do transgressor e localidade do cometimento

das infrações.

Art. 78 - As disposições deste Regulamento não se aplicam aos procedimentos já instaurados

com base no Decreto n° 41.067, de 24 de setembro de 2001, exceto às sanções disciplinares

aplicáveis e aos procedimentos e respectivas autoridades recursais.

Parágrafo único - Para efeitos de classificação de comportamento disciplinar as suspensões,

ocorridas na vigência do regulamento citado no caput deste artigo , corresponderão a uma

prisão ou uma detenção com prejuízo do serviço.

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Art. 79 - O Comandante-Geral da Brigada Militar expedirá instruções complementares

necessárias à correta interpretação e perfeita aplicação das disposições deste Regulamento.

Art. 80 - Este Regulamento Disciplinar entra em vigor na data de sua publicação.

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REGIMENTO INTERNO DA BRIGADA MILITAR

CAPÍTULO I

DA FINALIDADE

Art. 1º - O Regimento Interno da Brigada Militar dispõe sobre a estrutura gerencial, atribuições

e normas gerais de procedimento para os diversos níveis organizacionais da instituição.

DA COMPETÊNCIA

Art. 2º - A Brigada Militar, instituição permanente e regular, organizada com base na hierarquia

e na disciplina, nos termos da Lei 10.991, de 18 d e agosto de 1997, é a Polícia Militar do Estado

do Rio Grande do Sul, de acordo com o que dispõem o inciso V e os parágrafos 5º e 6º do

artigo 144 da Constituição Federal, e dos artigos 129 a 132 da Constituição do Estado,

competindo -lhe:

I - executar, com exclusividade, ressalvada a competência das Forças Armadas, a polícia

ostensiva, planejada pela autoridade policial militar competente, a fim de assegurar o

cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e incolumidade das pessoas e do

patrimônio, bem como o exercício dos poderes constituídos;

II - atuar preventivamente, como força de dissuasão, em locais ou áreas, onde se presuma ser

possível a perturbação da ordem pública;

III - atuar repressivamente, em casos de perturbação da ordem pública e no gerenciamento

técnico de situações de alto risco;

IV - exercer a polícia ostensiva de proteção ambiental;

V - executar a guarda externa dos estabelecimentos prisionais do Estado;

VI - exercer atividade de investigação criminal militar;

VII - atuar na fiscalização e controle dos serviços de vigilância particular no Estado;

VIII - exercer atividades de inteligência da Polícia Militar;

IX - executar os serviços de prevenção e de combate a incêndio, b em como a investigação de

incêndios e sinistros;

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X - fiscalizar e controlar os serviços civis auxiliares de bombeiro ;

XI - realizar os serviços de busca e salvamento aéreo, aquático e terrestre;

XII - executar as atividades de defesa civil;

XIII - desempenhar outras atividades previstas em lei;

CAPÍTULO II

DA ESTRUTURAÇÃO

SEÇÃO I

DOS NÍVEIS GERENCIAIS

Art. 3º - A Brigada Militar estrutura-se em três níveis de gerenciamento:

I - Nível Institucional, onde são estabelecidos a s ações estratégicas de planejamento, direção,

organização e controle da Brigada Militar;

II - Nível Departamental, onde são desenvolvidos as ações táticas de planejamento, direção,

organização e controle do a poio e da execução de serviços à comunidade, em cumprimento

aos objetivos institucionais traçados;

III - Nível Operacional, onde são executados as ações técnicas de apoio e de execução de

serviços à comunidade, atinentes a missão organizacional.

SEÇÃO II

DA COMPOSIÇÃO DOS NÍVEIS

Art. 4º - Compõem o nível institucional da Brigada Militar, de acordo com art. 7 º da Lei nº

10.991, d e 18 de agosto de 1997:

I - Comandante-Geral;

II - Subcomandante-Geral;

III - Conselho Superior;

IV - Estado Maior da Brigada Militar;

V - Corregedoria-Geral;

VI - Ajudância-Geral;

VII - Gabinete do Comandante -Geral;

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VIII - Comissão de Avaliação e Mérito.

Art. 5º - Compõem o nível departamental de apoio:

I - Departamento de Ensino;

II - Departamento de Logística e Patrimônio;

III - Departamento de Saúde;

IV - Departamento Administrativo;

V - Departamento de Informática;

VI - Comando do Corpo de Bombeiros.

Art. 6º - Compõem o nível departamental de execução da prestação de serviços à comunidade:

I - Os Comandos Regionais de Polícia Ostensiva;

II - Os Comandos Regionais de Bombeiro;

III - O Comando dos Órgãos de Policia Militar Especiais.

Art. 7º - Compõem o nível operacional de apoio:

I - Os Órgãos de Polícia Militar de Ensino;

II - Os Órgãos de Polícia Militar de Logística;

III - Os Órgãos de Polícia Militar de Saúde.

Art. 8º - Compõem o nível operacional de prestação de serviços à comunidade:

I - os Órgãos de Polícia Militar de Polícia Ostensiva;

II - os Órgãos de Polícia Militar de Bombeiro;

III - os Órgãos de Polícia Militar Especiais.

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SEÇÃO III

DA ESTRUTURA DOS ÓRGÃOS

Art. 9º - O Estado-Maior da Brigada Militar estrutura-se em:

I - Chefe;

II - Seção de Análise de Pessoal;

III - Seção de Inteligência Organizacional;

IV - Seção de Análise de Logística e Orçamento;

V - Seção de Análise da Imagem Institucional;

VI - Seção de Análise Operacional.

Art. 10 - A Corregedoria-Geral estrutura-se em:

I - Corregedor-Geral;

II - Seção de Justiça e Disciplina;

III - Seção de Feitos Especiais;

IV - Seção de Correição;

V - Seção Administrativa.

Art. 11 - A Ajudância-Geral estrutura-se em:

I - Ajudante-Geral;

II - Seção de Pessoal;

III - Seção Administrativa.

Art. 12 - O Gabinete do Comandante-Geral estrutura-se em:

I - Chefe;

II - Assessoria Jurídica;

III - Assessoria de Comunicação Social;

IV - Assessoria de Auditagem;

V - Secretaria Executiva;

VI - Seção Administrativa.

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Art. 13 - A Comissão de Avaliação e Mérito estrutura-se em:

I - Subcomissão de Avaliação e Mérito de Oficiais;

II - Subcomissão de Avaliação e Mérito de Praças.

Parágrafo único - As Subcomissões, além do colegiado que as compõem, contarão com uma

secretaria, incumbida da execução das tarefas e rotinas administrativas a seu cargo, na forma

da legislação específica.

Art. 14 - O Departamento de Ensino estrutura-se em:

I - Diretor;

II - Divisão de Logística e Orçamento;

III - Divisão de Ensino e Treinamento;

IV - Divisão Administrativa.

Art. 15 - O Departamento de Logística e Patrimônio estrutura-se em:

I - Diretor;

II - Divisão Administrativa;

III - Divisão de Logística;

IV - Divisão de Patrimônio;

V - Divisão Técnica.

Art. 16 - O Departamento de Saúde estrutura-se em:

I - Diretor;

II - Divisão de Saúde Humana;

III - Divisão de Saúde Animal;

IV - Divisão Administrativa.

Art. 17 - O Departamento Administrativo estrutura-se em:

I - Diretor;

II - Divisão de Pessoal;

III - Divisão de Finanças;

IV - Divisão de Auditoria;

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V - Divisão Técnica.

Art. 18 - O Departamento de Informática estrutura-se em:

I - Diretor;

II - Divisão de Gerência Técnico-Operacional;

III - Divisão de Gerência de Informações;

IV - Divisão de Gerência de Redes;

V - Divisão Administrativa.

Art. 19 - O Comando do Corpo de Bombeiros estrutura-se em:

I - Comandante;

II - Divisão Técnica de Prevenção de Incêndio e Investigação;

III - Divisão de Operações e de Defesa Civil;

IV - Divisão Administrativa.

Art. 20 - O Comando dos Órgãos de Polícia Militar Especiais estrutura-se em:

I - Comandante;

II - Estado-Maior, compreendendo:

a) Chefe;

b) Seção de Efetivo e Legislação;

c) Seção de Inteligência, Operações e Treinamento;

d) Seção de Logística, Patrimônio e Orçamento.

Art. 21 - Os Comandos Regionais estruturam-se em:

I - Comandante;

II - Estado-Maior, compreendendo:

a) Chefe;

b) Seção de Efetivo e Legislação;

c) Seção de Inteligência, Operações e Treinamento;

d) Seção de Logística, Patrimônio e Orçamento.

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§ 1º - Os Comandos Regionais de Bombeiros, além das Seções previstas neste artigo, contarão

com uma Seção de Prevenção de Incêndio.

§ 2º - As denominações e áreas de responsabilidade territorial dos Comandos Regionais de

Policiamento Ostensivo e de Bombeiros, serão definidas pelo Comando da Corporação,

mediante Portaria.

§ 3º- O Comando dos Órgãos de Polícia Militar Especiais compõem-se do s seguintes OPM:

I - Batalhão de Policia Rodoviária Estadual;

II - Batalhão de Policia Ambiental;

III - Batalhão de Policia Fazendária;

IV - Grupamento de Policia Militar Aéreo;

V - Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guardas;

VI - Esquadrão de Guarda Externa dos Presídios de Porto Alegre.

Art. 22 - Os Órgãos Operacionais de execução do apoio estruturam-se em:

I - Órgãos de Ensino, compreendendo:

a) A Academia de Polícia Militar, estruturada em:

1) Comandante;

2) Seção Administrativa;

3) Centro de Ensino Superior;

4) Centro de Ensino Técnico;

b) Instituto de Pesquisa da Brigada Militar, estruturado em:

1) Chefe;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Pesquisa e Extensão.

c) Museu da Brigada Militar, estruturado em:

1) Chefe;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Acervo.

d) Escola Técnica de Polícia Militar de Santa Maria, estruturada em:

1) Comandante;

2) Seção Administrativa;

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3) Seção de Ensino;

4) Seção de Comando.

e) Escola Técnica de Polícia Militar de Montenegro, estruturada em:

1) Comandante;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Ensino;

4) Seção de Comando.

f) Escola de Bombeiros, estruturada em:

1) Comandante;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Ensino;

4) Seção de Comando.

g) Escola de Educação Física da Brigada Militar, estruturada em:

1) Comandante;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Ensino;

4) Seção de Comando.

II - Órgãos de Logística, compreendendo:

a) Centro de Intendência, estruturado em:

1) Chefe;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Recebimento e Distribuição;

4) Seção de Oficinas.

b) Centro de Obras, estruturado em:

1) Chefe;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Recebimento e Distribuição;

4) Seção de Patrimônio e Obras.

c) Centro de Comunicações, estruturado em:

1) Chefe;

2) Seção Administrativa;

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3) Seção de Recebimento e Distribuição;

4) Seção de Manutenção de Redes.

d) Centro de Material Bélico, estruturado em:

1) Chefe;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Recebimento e Distribuição;

4) Seção de Manutenção.

e) Centro de Subsistência, estruturado em:

1) Chefe;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Recebimento e Distribuição.

f) Centro de Motomecanização, estruturado em:

1) Chefe;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Recebimento e Distribuição;

4) Seção de Oficinas.

g) Companhia Logística, estruturada em:

1) Comandante;

2) Seção Administrativa;

3) Seção de Operações.

III - Órgãos de Policia Militar de Saúde, compreendendo:

a) Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre, estruturado em:

1) Diretor-Geral;

2) Diretor Administrativo;

3) Diretor Técnico;

4) Seção Administrativa;

5) Seção Técnica.

b) Hospital da Brigada Militar de Santa Maria, estruturado em:

1) Diretor-Geral;

2) Diretor Administrativo;

3) Diretor Técnico;

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4) Seção Administrativa;

5) Seção Técnica.

c) Centro Médico-Odontológico da Brigada Militar, estruturado em:

1) Chefe;

2) Seção Técnico-Administrativa;

3) Policlínica das Área Médica e/ou Odontológica.

Art. 23 - Os órgãos de execução em nível operacional de prestação d e serviços à comunidade

estruturam-se em:

I - Órgão de Polícia Militar de Polícia Ostensiva, poderão ter os seguintes designativos:

a) Batalhões, Regimentos e Destacamentos Especiais;

b) Companhias e Esquadrões;

c) Pelotões;

d) Grupos.

II - Os Órgãos de Polícia Militar de Bombeiros, poderão ter os seguintes designativos:

a) Grupamento de Bombeiro;

b) Subgrupamento de Bombeiro;

c) Subgrupamento de Busca e Resgate;

d) Seção de Bombeiro;

e) Seção de Busca e Resgate;

f) Grupo de Combate à Incêndio;

III - Órgãos de Policia Militar Especiais, compreendendo:

a) Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual, estruturado em:

1) Comandante;

2) Subcomandante;

3) Estado-Maior, compreendendo:

(a) Assessoria de Efetivo e Logística;

(b) Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;

4) Companhia de Polícia Rodoviária;

5) Pelotão de Polícia Rodoviária;

6) Grupo de Polícia Rodoviária.

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b) Batalhão de Polícia Ambiental, estruturado em:

1) Comandante;

2) Subcomandante;

3) Estado-Maior, compreendendo:

(a) Assessoria de Efetivo e Logística;

(b) Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;

4) Companhia de Polícia Ambiental.

5) Pelotão de Polícia Ambiental;

6) Grupo de Polícia Ambiental.

c) Batalhão de Polícia Fazendária, estruturado em:

1) Comandante;

2) Subcomandante;

3) Estado-Maior, compreendendo:

a) Assessoria de Efetivo e Logística;

b) Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;

4) Companhia de Polícia Fazendária;

5) Pelotão de Polícia Fazendária;

6) Grupo de Polícia Fazendária.

d) Grupamento de Polícia Militar Aéreo, estruturado em:

1) Comandante;

2) Assessoria Administrativa;

3) Assessoria Técnica;

e) Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guarda, estruturado em:

1) Comandante;

2) Assessoria Administrativa;

3) Assessoria de Registro e Licenciamento;

4) Assessoria de Controle e Fiscalização.

g) Esquadrão de Guarda Externa de Presídios de Porto Alegre, estruturado em:

1) Comandante;

2) Subcomandante;

3) Pelotão de Guarda.

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IV - Batalhão de Operações Especiais (Porto Alegre e Santa Maria), estruturados em:

1) Comandante;

2) Subcomandante;

3) Estado-Maior, compreendendo:

(a) Assessoria de Efetivo e Logística;

(b) Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;

4) Companhia de Operações Especiais.

§ 1º - Os Órgãos de Polícia Militar Batalhão e Regimento contarão, em sua estrutura, com:

I - Comandante;

II - Subcomandante;

III - Assessoria de Efetivo e Logística;

IV - Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;

V - Companhia ou Esquadrão de Polícia militar;

VI - Pelotão de Operações Especiais.

VII - Grupo de Operações Especiais.

§ 2º - Os Órgãos de Polícia Militar de Bombeiro Grupamento contarão, em sua estrutura, com:

I - Comandante;

II - Subcomandante;

III - Assessoria de Prevenção de Incêndio;

IV - Assessoria de Efetivo e Logística;

V - Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;

VI - Subgrupamento de Bombeiro e/ou Subgrupamento de Busca e Resgate;

VII - Seção de Bombeiro e/ou Busca e Resgate.

§ 3º - Os Órgãos de Polícia Militar Companhia e Esquadrão contarão em sua estrutura, com:

I - Comandante;

II - Pelotão de Polícia Ostensiva;

III - Grupo de Polícia Militar;

IV - Grupo de Operações Especiais.

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§ 4º - Os Órgãos de Polícia Militar de Bombeiro Subgrupamento contarão em sua estrutura,

com:

I - Comandante;

II - Seção de Bombeiro e/ou Seção de Busca e Resgate;

III - Seção de Prevenção de Incêndio;

§ 5º - Os OPM de Polícia Ostensiva de valores Pelotão e Grupo e os OPM de Bombeiro de

valores Seção e Subseção, poderão contar, de acordo com o que lhes seja previsto em Quadro

de Organização, com:

I - Comandante;

II - Grupo de Polícia Militar;

III - Patrulheiro ou Combatente.

CAPÍTULO III

O PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO

SEÇÃO I

DO PLANEJAMENTO

Art. 24 - A função administrativa de planejamento da Brigada Militar é feita em três níveis, que

determinam o encadeamento e a especificidade das respectivas abrangências com vista ao s

objetivos organizacionais.

§ 1º - O planejamento estratégico está a cargo dos órgãos de direção, integrantes do nível

institucional

da Organização.

§ 2º - O planejamento tático d e apoio está a cargo dos Departamentos e o de execução da

prestação de serviços à comunidade a cargo do s Comandos Regionais de Polícia Ostensiva,

Especiais e de Bombeiro.

§ 3º - O planejamento operacional de apoio está a cargo dos órgãos de execução do apoio, e o

planejamento operacional da prestação de serviços à com unidade está a cargo dos Órgãos de

Polícia Ostensiva, Especiais e de Bombeiro.

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SESSÃO II

DA ORGANIZAÇÃO

Art. 25 - A organização da Brigada Militar obedece, em seus três níveis, a técnica da linha -staff

e estabelece dois ambientes de desempenho das atividades em f unção d o grau de percepção

do cidadão, constando do Anexo I, o desenho organizacional.

Art. 26 - O Organograma dos Departamentos, do Comando do Corpo de Bombeiros, dos

Comandos Regionais de Polícia Ostensiva, Comando de Operações Especiais e Comandos

Regionais de Bombeiros, deve observar a definição entre as atividades do apoio e da

execução.

Art. 27 - O Organograma dos Órgãos de Polícia Militar deve observar a divisão entre as

atividades voltadas para o funcionamento do próprio órgão e aquelas destinadas a atender ao

cidadão.

Art. 2 8 - A organização, no nível operacional, deve incluir a descrição dos cargos e das tarefas

a executar, empregando o auxílio de fluxogramas.

SESSÃO III

DA DIREÇÃO

Art. 29 - O processo decisório na esfera da prestação d e serviço e de apoio à com unidade,

devem possibilitar uma melhor articulação operacional e agilidade nas áreas de

responsabilidade.

Art. 30 - Todos os níveis de comando devem estimular a participação d o escalão subordinado

envolvendo o público interno.

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SESSÃO IV

DO CONTROLE

Art. 31 - A atividade de controle é exercida nos três níveis de planejamento, conforme referidos

no art. 22.

Parágrafo único - O controle é exercido de duas formas:

I - através da avaliação dos recursos, por intermédio dos:

a) padrões de quantidade;

b) padrões de qualidade;

c) padrões de tempo;

d) padrões de custo.

II - através d a avaliação dos resultados obtidos, por intermédio de pesquisas quantitativas e

qualitativas dos:

a) padrões de valor agregado à prestação de serviços, na visão do cidadão;

b) padrões de evolução de melhorias dos processos organizacionais;

c) padrões de inserção na mídia;

d) padrões relativos ao envolvimento dos outros Órgãos;

e) padrões de desempenho.

Art. 32 - O controle estratégico tem caráter global em função dos objetivos institucionais,

podendo ser aplicado para medir o esforço total da Organização, áreas territoriais ou

específicas.

§ 1º - O nível de controle estratégico é avaliado a partir das informações internas oriundas dos

Departamentos e dos Comandos Regionais, e externas, do ambiente de satisfação dos

segmentos da cidadania.

§ 2 º - São recursos para a avaliação organizacional:

I - orçamento-programa de trabalho, conforme modelo no Anexo IV a este Regimento Interno;

II - balanço social, conforme modelo no Anexo II a este Regimento Interno;

III - estrutura básica de projeto, conforme modelo no Anexo III a este Regimento Interno;

IV - balanço de capacitação;

V - indicadores de desempenho e resultados;

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VI - Avaliação da satisfação das metas previstas no planejamento estratégico

VII - relatórios;

VIII - inspeções e visitas.

Art. 33 - O nível de controle tático, é exercido no âmbito dos Departamentos, Comandos

Regionais e Especiais e é estabelecido em função dos objetivos organizacionais.

§ 1º - São instrumentos de controle:

I - controle da execução orçamentária;

II - relatórios;

III - indicadores de desempenho e resultados;

IV - inspeções e visitas.

§ 2º - São rotinas de controle:

a) avaliação dos resultados obtidos e m f unção d as metas e objetivos estabelecidos no

planejamento tático;

b) avaliação dos resultados obtidos sobre as variáveis intervenientes no processo de gestão;

c) resultados obtidos em razão dos recursos disponíveis e dos recursos empregados;

d) grau de satisfação da prestação de serviço;

e) grau de satisfação do publico interno;

SEÇÃO V

DA AÇÃO ORG ANIZACION AL

Art. 34 - A ação organizacional nos níveis institucional, departamental e operacional, visa à

busca da eficiência, através da racionalidade técnica dos meios, recursos e conhecimentos.

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CAPÍTULO IV

DAS COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS

SEÇÃO I

DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO

Art. 35 - Compete ao Comandante -Geral, a administração da Brigada Militar.

Art. 36 - Compete ao Conselho Superior assessorar diretamente o Comandante -Geral na

formulação dos cenários internos e externos, nas elevadas questões institucionais.

Art. 37 - Compete ao Subcomandante -Geral, além das atribuições previstas na Lei d e

Organização Básica, as ações de assessoramento ao Comandante -Geral no nível institucional

e ações de coordenação nos níveis departamental e operacional da Brigada Militar.

Art. 38 - Compete ao Estado-Maior da Brigada Militar:

I - elaborar, coordenar e acompanhar a implantação do Plano Estratégico da Corporação;

II - elaborar, implantar, analisar e acompanhar os indicadores de controle da Corporação;

III - elaborar estudos de estado -maior sobre temas de abrangência Institucional ou por

determinação do Comando-Geral;

IV - analisar as propostas de normatizações encaminhadas pelo nível departamental;

V - estudar, redigir e expedir as normas de iniciativa do Comando da Instituição;

VI - supervisionar e avaliar o desempenho do s escalões nos níveis departamentais e de

execução da Brigada Militar.

Art. 39 - Compete à Corregedoria-Geral:

I - elaborar o regulamento de estágio probatório e avaliar seus resultados quando da aplicação

aos servidores militares;

II - exercer a apuração de responsabilidade criminal, administrativa ou disciplinar;

III - fiscalizar as atividades dos órgãos e servidores da Brigada Militar, realizando inspeções e

correições, sugerindo medidas necessárias ou recomendáveis para a racionalização e

eficiência dos serviços;

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IV - manter o controle quantitativo e qualitativo das de cisões administrativo -disciplinares

adotadas na Corporação, equacionando, a través de Súmulas, a s dúvidas de interpretação da

legislação, a fim de uniformizar procedimentos;

V - normatizar o exercício da polícia judiciária militar no âmbito da Corporação;

VI - providenciar, junto a qualquer autoridade, certidões, diligências, exames, pareceres

técnicos e informações indispensáveis ao bom desempenho de sua função;

VII - editar o Boletim Disciplinar por círculo hierárquico.

VIII - regular, controlar, acompanhar, remeter e adotar procedimentos, cumprindo as demais

rotinas definidas institucionalmente;

Art. 40 - Compete a Ajudância-Geral:

I - administrar a segurança e os serviços gerais do Quartel do Comando -Geral;

II - ad ministrar a Banda de Música do Quartel do Com ando -Geral e supervisionar as de mais

Bandas;

III - coordenar o funcionamento do Sistema de Correio da Brigada Militar;

IV - controlar e prestar apoio em efetivo e logística aos órgãos sediados no Quartel do

Comando-Geral;

V - editar o Boletim Geral da Corporação;

VI - manter o arquivo geral do Quartel do Comando-Geral;

VII - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

Art. 41 - Com pete a o Gabinete do Comandante -Geral o assessoramento direto ao

Comandante -Geral, e suporte técnico às ações do Subcomandante-geral.

Art. 42 - Compete a Comissão de Avaliação e Mérito o assessoramento permanente ao

Comandante-Geral nos processos d e promoções das carreiras e concessão de distinções a

oficiais, praças e autoridades civis.

Parágrafo único - A Comissão de Avaliação e Mérito está estruturada em:

I - Subcomissão de Avaliação e Mérito de Oficiais, presidida pelo Subcomandante-geral;

II - Subcomissão de Avaliação e Mérito de Praças, presidida pelo Chefe do Estado Maior.

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SEÇÃO II

DOS ÓRGÃOS DEPARTAMENTAIS DE APOIO

Art. 43 - Ao Departamento de Ensino compete:

I - propor e executa r as diretrizes de ensino, instrução e pesquisa emanadas do comando da

Brigada Militar;

II - elaborar o planejamento anual de ensino, instrução e pesquisa da Brigada Militar;

III - fiscalizar e controlar as atividades de formação, especialização e aperfeiçoamento de

oficiais e praças, assim como as atividades de treinamento e pesquisa, com base nas Diretrizes

do Comando-Geral;

IV - propiciar o atingimento das metas específicas por parte dos seus órgãos de execução;

V - supervisionar o desenvolvimento das atividades d e ensino, instrução e pesquisa atribuída

aos órgãos integrantes da sua estrutura organizacional;

VI - estabelecer unidade pedagógica e doutrinária que assegure a uniformidade de atuação

dos órgãos subordinados;

VII - estruturar os cursos, treinamentos e concursos, submetendo a proposta à aprovação do

Comando-Geral;

VIII - promover e incentivar a realização de pesquisas e estudos com vistas ao aprimoramento

do ensino e instrução voltados ao desenvolvimento institucional;

IX - definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo

orientação do Comando-Geral;

X - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

Art. 44 - Compete ao Departamento de Logística e Patrimônio:

I - propor e executar as diretrizes de logística e patrimônio aprovadas pelo comando;

II - elaborar o planejamento logístico anual, definindo os objetivos institucionais;

III - adquirir, distribuir, armazenar, realizar a manutenção de bens e a contratação de obras e

serviços, efetivar o controle patrimonial, dentre outras atividades próprias da área de Logística,

através de seus órgãos subordinados;

IV - e laborar o Boletim Reservado de Material Permanente, Bélicos e Semoventes, destinados

ao controle patrimonial da Corporação;

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V - propiciar o atingimento das metas específicas por parte dos seus órgãos de execução;

VI - definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo

orientação do Comando-Geral;

VII - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

Art. 45 - Compete ao Departamento de Saúde:

I - propor e executar a s diretrizes de saúde física e mental emanadas do comando da Brigada

Militar;

II - normatizar, planejar, executar e controlar, e m consonância com o Comando, as políticas d

e Saúde da Corporação;

III - controlar e propor convênios aos serviços d e saúde não orgânicos, necessários ao

funcionamento dos Órgãos de Saúde da Brigada Militar;

IV - responder na atividade d e suprimentos, pelo recebimento, armazenagem, distribuição e

utilização dos itens necessários ao funcionamento dos órgãos de execução do Departamento;

V - planejar, controlar e fiscalizar as atividades de Saúde em função dos objetivos

organizacionais;

VI - definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo

orientação do Comando-Geral;

VII - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

Art. 46 - Compete ao Departamento Administrativo:

I - propor e executar as diretrizes de recursos humanos, orçamentária e financeira aprovadas

pelo Comando da Brigada Militar;

II - estabelecer a política de pessoal quanto a o recrutamento, seleção, movimentação,

mobilização, identificação e distribuição dos recursos humanos para o desempenho das

atividades organizacionais da Brigada Militar;

III - liberar, distribuir, orientar, acompanhar e controlar os recursos orçamentários da

Instituição;

IV - auditar, controlar, fiscalizar, orientar a gestão financeira, orçamentária e d e recursos

humanos, no âmbito da Corporação;

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V - normatizar, orientar, controlar e realizar os processos de inativações do quadro de pessoal

da instituição;

VI - controlar, publicar, encaminhar e realizar a concessão de benefícios atinentes ao pessoal

da Corporação;

VII - acompanhar a evolução da matriz remuneratória e a situação salarial da Corporação;

VIII - executar a despesa corrente de pessoal;

IX - elaborar e encaminhar a proposta orçamentária da Corporação ao Comando -Geral;

X - definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo

orientação do Comando-Geral;

XI - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

Art. 47 - Compete ao Departamento de Informática:

I -executar as diretrizes de informática emanada do Comando da Brigada Militar;

II - planejar e controlar os serviços d e gerenciamento eletrônico de dados da Brigada Militar

em

função dos objetivos organizacionais;

III - gerenciar a instalação e o uso de rede de informações da corporação ao público externo

(Internet) e ao público interno (Intranet);

IV - executar a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de informática da

corporação;

V - desenvolver programas de gerenciamento nos módulos de pessoal, logística, treinamento e

operacional;

VI - definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo

orientação do Comando-Geral;

VII - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

Art. 48 - Compete ao Comando do Corpo de Bombeiros:

I - executar as diretrizes emanadas do Comando da Brigada Militar;

II - planejar, organizar, fiscalizar, controlar, coordenar, instruir, apoiar e reconhecer o

funcionamento dos serviços civis auxiliares de bombeiros;

III - desenvolver e coordenar a investigação de incêndios e sinistros;

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IV - e laborar e emitir resoluções e normas técnicas para disciplinar e segurança contra

incêndios e sinistros;

V - definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo

orientação do Comando-Geral;

VI - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

SEÇÃO III

DOS ÓRGÃOS DE NÍVEL DEPARTAMENTAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE

Art. 49 - Compete aos Comandos Regionais de Polícia Ostensiva:

I - executar as diretrizes operacionais emanadas do comando da Brigada Militar;

II - planejar, editar, coordenar e estabelecer a política d e comando d e polícia ostensiva na

área de responsabilidade em consonância com o Comando -Geral da Brigada Militar;

III - exercer a ação disciplinar e a Polícia Judiciária Militar em sua circunscrição territorial;

IV - exercer o controle, através de padrões de desempenho e de resultados, estabelecidos com

base n os objetivos organizacionais regionais decorrentes d o alinhamento aos objetivos

institucionais;

V - centralizar no Comando os atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados;

VI - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

Art. 50 - Compete aos Comandos Regionais de Bombeiro:

I - executar as diretrizes de bombeiros emanadas do comando da Brigada Militar;

II - planejar, editar, coordenar e estabelecer a política de comando de prevenção e combate a o

incêndio na área de responsabilidade em consonância com o Comando -Geral da Corporação;

III - exercer a ação disciplinar e a Polícia Judiciária Militar em sua circunscrição territorial;

IV - fiscalizar, controlar, coordenar, instruir e apoiar o funcionamento dos serviços civis

auxiliares de bombeiros;

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V - planejar, estudar, analisar, vistoriar, controlar, fiscalizar, aprovar e interditar atividades,

equipamentos, projetos e planos de proteção e prevenção contra incêndios, pânicos, desastres

e catástrofes em todas as edificações, instalações, veículos, embarcações e outras atividades

que ponham risco a vida, o meio ambiente e patrimônio, respeitada a competência de outros

órgãos;

VI - realizar a investigação de incêndios e sinistros;

VII - avaliar e autorizar a instalação de sistemas ou centrais de alarmes privados contra

incêndios;

VIII - centralizar no Comando os atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados;

IX - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

Art. 51 - Compete ao Comando dos Órgãos de Polícia Militar Especiais:

I - executar as diretrizes operacionais emanadas do comando da Brigada Militar;

II - planejar, editar, coordenar e estabelecer a política d e comando d e polícia ostensiva na

área de responsabilidade em consonância com o Comando-Geral da Brigada Militar;

III - exercer a ação disciplinar e a Polícia Judiciária Militar em sua circunscrição territorial;

IV - exercer o controle, através de padrões de desempenho e de resultados, estabelecidos com

base n os objetivos organizacionais regionais decorrentes d o alinhamento aos objetivos

institucionais;

V - exercer a polícia ostensiva de proteção ambiental, fiscalização da caça amadorística e da

pesca artesanal;

VI - centralizar no Comando os atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados;

VII - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

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SEÇÃO IV

DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO DO APOIO

SUBSEÇÃO I

DOS ÓRGÃOS DE ENSINO

Art. 52 - Compete à Academia de Polícia Militar:

I - formar, habilitar e especializar os servidores das carreiras de nível superior, através do

Centro de Ensino Superior, de acordo com as exigências das respectivas carreiras e segundo

critérios das competências essenciais requeridas pela evolução do perfil profissional;

II - formar, habilitar e especializar os servidores da s carreiras de nível médio, através do

Centro de Ensino técnico, de acordo com a s exigências das respectivas carreiras e segundo

critérios d as competências essenciais requeridas pela evolução do perfil profissional;

III - planificar as suas atividades de acordo com as metas imediatas, desenvolvendo

programas, procedimentos, métodos e normas em função dos objetivos ajustados com o

Departamento de Ensino;

IV - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.

Art. 53 -Compete a Escola Técnica Policial Militar de Santa Maria:

I - formar, habilitar e especializar os servidores militares da Carreira de nível médio;

II - habilitar, aperfeiçoar e especializar as praças da Brigada Militar, de acordo com as

exigências das respectivas carreiras e segundo critérios d as competências essenciais

requeridas pela evolução do perfil profissional.

III - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.

Art. 54 - Compete a Escola Técnica Policial Militar de Montenegro:

I - formar, habilitar e especializar os servidores militares da carreira de nível médio;

II - habilitar, aperfeiçoar e especializar as praças da Brigada Militar, de acordo com as

exigências das respectivas carreiras;

III - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.

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Art. 55 - Compete a Escola de Bombeiros:

I - formar e especializar os servidores militares para as atividades de bombeiro;

II - instruir e especializar os bombeiros integrantes dos serviços civis auxiliares de bombeiros;

III - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.

Art. 56 - Compete a Escola Educação Física da Brigada Militar:

I - especializar os servidores militares na área de Educação Física, desenvolver programas d e

incentivo à atividade e à saúde física;

II - desenvolver programas de incentivo à atividade física como fator de saúde e de melhoria

no desempenho profissional;

III - planejar, organizar e coordenar as competições esportivas do pessoal da Brigada Militar ;

IV - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.

Art. 57 - Compete ao Instituto de Pesquisas da Brigada Militar:

I - desenvolver, acompanhar e avaliar programa s e projetos de pesquisas, estudos técnicos, e

obras quanto a sua pertinência, validade, utilidade, formalística, aplicabilidade e ineditismo;

II - elaborar projetos e proceder a pesquisas encomendadas pelo escalão superior ou de

iniciativa do OPM;

III - difundir o conhecimento produzido para a comunidade, buscando sua aplicação no

exercício das atividades constitucionais da Brigada Militar;

IV - apoiar e coordenar as investigações científicas, no âmbito d a instituição, em todas as

áreas do conhecimento;

V - efetuar o intercâmbio técnico-científico com organizações de pesquisa;

VI - manter o cadastro dos pesquisadores, pesquisas e entidades afins;

VII - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.

Art. 58 - Compete ao Museu da Brigada Militar:

I - responsabilizar pelo acervo histórico e cultural da Brigada Militar;

II - guardar, inventariar, identificar, localizar, conservar e restaurar objetos, obras e

documentos de valor histórico e cultural para a Brigada Militar;

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III - organizar e realiza r mostras e exposições das atividades culturais, e incentivar a difusão

estudos e pesquisas da história da Brigada Militar;

IV - desenvolver e a pesquisa da história da Brigada Militar;

V - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.

SUBSEÇÃO II

DOS ÓRGÃOS DE LOGÍSTICA

Art. 59 - Ao Centro de Intendência compete:

I - exercer o controle do s materiais de intendência existentes na Corporação, até o nível d e

município, segundo as especificações e padronização institucionalmente definidas;

II - planejar, receber, armazenar e distribuir o material de intendência da Brigada Militar;

III - cumprir os objetivos e metas ajustados com o Departamento de Logística e Patrimônio,

visando atingir as metas de desempenho pré-definidas;

IV - controlar os ítens de suprimento e efetivar a distribuição conforme planejamento;

V - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.

Art. 60 - Ao Centro de Obras compete:

I - exercer o controle do s materiais e obras da Corporação, até o nível de município, segundo

as especificações e padronização institucionalmente definidas;

II - planejar, receber, armazenar e distribuir do material de obras da Brigada Militar;

III - e laborar projetos, acompanhar, executar e assumir a responsabilidade técnica dos

serviços de engenharia, de obras e manutenção predial;

IV - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.

Art. 61 - Ao Centro de Comunicações compete:

I - exercer o controle dos equipamentos e materiais d e Comunicação existentes na

Corporação, até o nível de município, segundo as especificações e padronização

institucionalmente definidas;

II - planejar, receber, armazenar e distribuir e realizar a manutenção do mate rial de

comunicações da Brigada Militar;

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III - elaborar o projeto básico para instalações d e redes de rádio-comunicação e controlar os

registros de redes e licenças do funcionamento das estações junto aos órgãos competentes;

IV - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.

Art. 62 - Ao Centro de Material Bélico compete:

I - exercer o controle do armamento, d a munição, dos agentes químicos e de equipamentos

defensivos empregados pela Brigada Militar, até o nível de município, segundo as

especificações e padronização institucionalmente definidas;

II - planejar, receber, armazenar, distribuir e realizar a manutenção do armamento, munição,

agentes químicos e equipamentos defensivos de uso na Brigada Militar;

III - produzir e distribuir suprimentos específicos destinados ao treinamento da tropa;

IV - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.

Art. 63 - Ao Centro de Subsistência compete:

I - exercer o controle do material de subsistência empregados pela Brigada Militar, até o nível

de município, segundo as especificações e padronização institucionalmente definidas;

II - planejar, receber, armazenar e distribuir o material de subsistência;

III - executar ou fornecer os meios ou ainda refeições para o s refeitórios existentes na

Corporação, conforme definição institucional;

IV - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.

Art. 64 - Ao Centro de Motomecanização compete:

I - exercer o controle do material de motomecanização empregados pela Brigada Militar, até o

nível de município, segundo as especificações e padronização institucionalmente definidas;

II - planejar, receber, armazenar, distribuir e realizar a manutenção do material de

motomecanização;

III - realizar o registro, licenciamento e demais rotinas tendentes à regularização dos veículos e

demais meios de transportes em uso na Corporação, na conformidade da legislação e normas

do Estado para o controle da frota;

IV - realizar a perícia técnica em material de motomecanização;

V - estruturar e operacionalizar a seleção e reciclagem de condutores de viaturas da BM;

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VI - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.

Art. 65 - À Companhia de Apoio Logístico compete:

I - fornecer suporte logístico para apoiar ações e operações ordinárias ou de cunho

extraordinário na atividade de polícia ostensiva, bombeiro ou outra determinada pelo

Comando-Geral;

II - realizar ações tendentes ao cumprimento de tarefas determinadas pelo Departamento de

Logística e Patrimônio;

III - cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.

SUBSEÇÃO III

DOS ÓRGÃOS DE SAÚDE

Art. 66 - Ao Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre compete:

I - da r assistência médico-ambulatorial e hospitalar aos servidores militares e civis, ativos e

inativos e a seus dependentes, e em caráter excepcional, aos servidores militares de outras

polícias militares;

II - desenvolver atividades preventivas de saúde à clientela que lhe compete dar assistência;

III - cumprir os objetivos, metas e demais rotinas definidas pelo Departamento de Saúde.

Art. 67 - Ao Hospital da Brigada Militar de Santa Maria compete:

I - da r assistência médico-ambulatorial e hospitalar aos servidores militares e civis, ativos e

inativos e a seus dependentes, e em caráter excepcional, aos servidores militares de outras

polícias militares;

II - desenvolver atividades preventivas de saúde à clientela que lhe compete dar assistência;

III - cumprir os objetivos, metas e demais rotinas definidas pelo Departamento de Saúde.

Art. 68 - Ao Centro Médico-Odontológico compete:

I - d ar assistência médico-odontológica em nível ambulatorial aos servidores militares e civis,

ativos e inativos e a seu s dependentes, e em caráter excepcional, aos servidores militares de

outras polícias militares;

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II - desenvolver atividades preventivas de saúde à clientela que lhe compete dar assistência;

III - cumprir os objetivos, metas e demais rotinas definidas pelo Departamento de Saúde.

SESSÇAO V

SESDOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE

SUBSEÇÃO I

DOS ÓRGÃOS DE POLÍCIA OSTENSIVA

Art. 69- Compete aos Órgãos de Polícia Militar de Polícia Ostensiva:

I - aplicar no seu espaço territorial o planejamento das ações de polícia ostensiva;

II - executar o controle diário do pessoal, material e das operações através de rotinas de

supervisão, em função dos padrões de desempenho e dos resultados decorrentes dos

objetivos e metas estabelecidos;

III - planejar e executar, em nível operacional, as tarefas e rotinas de polícia ostensiva em

função do planejamento regional, no âmbito do seu respectivo município;

IV - planificar as suas ações para os objetivos de proteção ao cidadão;

V - regular, controlar, acompanhar, remeter e adota r procedimentos, cumprindo a s demais

rotinas definidas pelo Comando Regional.

SUBSEÇÃO II

DOS ÓRGÃOS DE BOMBEIRO

Art. 70 - Compete aos Órgãos de Polícia Militar de Bombeiro:

I - aplicar no seu espaço territorial o planejamento das ações de bombeiro;

II - executar o controle diário d o seu pessoal, material e operações, através de rotinas de

supervisão em f unção dos padrões de desempenho e dos resultados decorrentes dos

objetivos e metas estabelecidos;

III - exercitar as relações com os grupos sociais, que permitam o desenvolvimento d a missão

constitucional da Brigada Militar, na área de bombeiro, no seu espaço territorial.

IV - planejar e executar as tarefas e rotina s de bombeiro em f unção d o planejamento

regional, no âmbito da respectiva área de ação;

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V- regular, controlar, acompanhar, remeter e adotar procedimentos, cumprindo as demais

rotinas definidas pelo Comando Regional.

SUBSEÇÃO III

DOS ÓRGÃOS DE OPERAÇÕES ESPECIAIS

Art. 71 - Ao Batalhão de Polícia Rodoviária compete:

I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;

II - aplicar, no seu espaço territorial, o planejamento das ações de polícia rodoviária;

III - controlar a carga do material pertencente ao DAER e a disposição do OPM;

IV - regular e exercer o controle, no âmbito da sua competência, a atuação das frações

subordinadas;

V - planejar e executar as tarefas e rotinas de polícia ostensiva nas rodovias estaduais e nas

federais mediante convênio;

VI - cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.

Art. 72 - Ao Batalhão de Polícia Ambiental compete:

I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;

II - cumprir e fazer cumprir a legislação ambiental;

III - exercer a polícia ostensiva de proteção ambiental, fiscalização d a caça amadorística e da

pesca artesanal;

IV - exercer o controle sobre as suas frações através de padrões de desempenho e de

resultados estabelecidos;

V - planejar e executar as tarefas e rotinas de polícia ostensiva, na área da preservação

ambiental, nas atividades de polícia florestal e outras previstas em leis ou mediante convênio;

VI - propor a realização de convênios de intercâmbio com órgãos ambientais, governa mentais

e não-governamentais;

VII - cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.

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Art. 73 - Ao Batalhão de Polícia Fazendária compete:

I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;

II - apoiar os órgãos governamentais nas ações necessárias à execução da s atividades de

fiscalização fazendária;

III - exercer o controle sobre a s suas f rações, a través de padrões de desempenho e de

resultados estabelecidos;

IV - cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.

Art. 74 - Ao Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guardas compete:

I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;

II - fiscalizar e aplicar as penalidades previstas em leis e regulamentos;

III - aprovar os uniformes, fixar currículos, a natureza e a quantidade de armas e o número de

vigilantes das entidades de segurança privada;

IV - conceder autorização e expedir orientação normativa para atuação no território estadual:

a) das empresas especializadas em segurança privada;

b) das escolas de formação e capacitação de vigilantes e guardas municipais;

c) dos sistemas de segurança orgânicos de empresas que não têm como fim para a exploração

da prestação de serviços a terceiros;

d) das guardas ou vigilâncias municipais;

e) das atividades assemelhadas às já mencionadas anteriormente;

f) das cooperativas de vigilantes.

V - encaminhar à autoridade competente parecer quanto ao prévio cumprimento das

exigências legais fixadas para a autorização de funcionamento de estabelecimentos

financeiros;

VI - estabelecer as ligações entre a Brigada Militar e os órgãos públicos e privados no que

couber à segurança particular;

VII - cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.

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Art. 75 - Ao Esquadrão de Guarda Externa de Presídios de Porto Alegre, compete:

I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;

II - realizar a guarda externa nos estabelecimentos prisionais de sua circunscrição de

responsabilidade territorial;

III - cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.

Art. 76 - Ao Grupamento de Polícia Militar Aéreo compete:

I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;

II - apoiar as ações de polícia ostensiva, no processo aéreo;

III - assessorar no ensino de formação, habilitação e aperfeiçoamento dos pilotos de aeronave;

IV - manter-se em nível técnico apurado na sua respectiva área;

V - cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.

Art. 77 - Compete ainda, aos Comandantes, Diretores e Chefes da Brigada Militar:

I - a plicar os controles sobre as rotinas, monitorando o desempenho durante o

processamento das informações;

II - aplicar o s controles sobre os resultados, comparando os indicadores previamente

estabelecidos;

III - avaliar o grau de satisfação, utilizando o resulta do para melhorar o desempenho do

sistema ou subsistema;

IV - considerar o Órgão de Polícia Militar e suas assessorias e f rações componentes, como um

conjunto de sistemas e subsistemas;

V - cumprir e fazer cumprir as normas vigentes para o desenvolvimento da s atividades

atribuídas ao órgão que dirige;

VI - definir os indicadores e rotinas às quais as informações serão submetidas;

VII - dirigir a ação organizacional para o atendimento ao cidadão, monitorando o desempenho

nas atividades-meio;

VIII - executar as diretrizes fixadas pelo Comandante -Geral;

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CAPÍTULO V

DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 78 - Ao Comandante-Geral incumbe:

I - administrar a Brigada Militar, com os poderes e deveres inerentes à função;

II - coordenar as atividades da Corporação;

III - presidir o Conselho Superior;

IV - praticar os atos administrativos de sua competência legal e regulamentar, necessários à

administração da Corporação;

V - presidir a Comissão de Avaliação e Mérito e aprovar as normas gerais de ação;

VI - cumprir às ordens recebidas do Governo do Estado, de acordo com o inciso XIII do art. 82

da Constituição do Estado;

VII - ligar-se diretamente ao Secretário da Justiça e Segurança.

Art. 79 - Ao Subcomandante-Geral incumbe:

I - exercer as atribuições que lhe forem delegadas pelo Comandante -Geral;

II - presidir a Subcomissão de Avaliação e Mérito de Oficiais;

III - prestar assessoramento ao Comandante-Geral no desenvolvimento das atividades afetas à

Brigada Militar;

IV - substituir o Comandante-Geral nos seus impedimentos;

V - Coordenar as ações nos níveis departamental e operacional da Brig ada Militar.

Art. 80 - Ao Chefe do Estado-Maior da Brigada Militar incumbe:

I - coordenar, controlar e dirigir os trabalhos do Estado -Maior;

II - presidir a Subcomissão da Avaliação a Mérito de Praças;

III - prestar assessoramento ao Comandante-Geral;

IV - substituir o Subcomandante-Geral nos seus impedimentos;

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Art. 81 - Ao Corregedor-Geral incumbe:

I - cumprir e fazer cumprir as normas legais, regulamentares e de orientação normativa fixadas

para o desenvolvimento das atividades atribuídas ao órgão que dirige;

II - executar as diretrizes fixadas pelo Comandante -Geral;

III - orientar, coordenar e controlar as atividades de correição e controle interno;

IV - exercer a apuração de responsabilidade criminal, administrativa ou disciplinar n o âmbito

da Corporação;

Art. 82 - Ao Ajudante-Geral incumbe:

I - controlar e prestar apoio em efetivo e logística a os órgãos sediados no Quartel do

Comando-Geral;

II - executar as diretrizes fixadas pelo Comando -Geral;

III - orientar, coordenar e controlar as atividades desenvolvidas pelas chefias diretamente

subordinadas.

Art. 83 - Ao Chefe de Gabinete do Comandante-Geral incumbe:

I - dirigir as atividades administrativas que forem incumbidas ao órgão;

II - estruturar internamente o órgão que dirige, organizando o funcionamento dos serviços e

rotinas administrativas a cargo de cada uma das chefias subordinadas;

III - orientar, coordenar e controlar as atividades desenvolvidas pelas chefias diretamente

subordinadas, com vista ao atingimento da destinação fixada para o órgão em suas atividades

de fornecimento do apoio administrativo necessário às necessidades do Comandante -Geral e

do Subcomandante-Geral;

IV - prestar assessoramento imediato ao Comandante-Geral e ao Subcomandante-Geral.

Art. 84 - Aos Diretores de Departamentos e Comandante do CCB incumbe:

I - controlar, acompanhar os indicadores desempenho e de resultados, visando o cumprimento

de orientações normativas fixadas;

II - orientar, coordenar e controlar as atividades setoriais, decorrentes da compartimentação

funcional, estabelecendo as políticas de gestão definidas institucionalmente;

III - orientar e expedir normas complementares dentro de sua esfera de competência;

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IV - centralizar o s atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados e cumprir a s

demais rotinas institucionais.

Art. 85 - Aos Comandantes Regionais e Operações Especiais incumbe:

I - controlar, acompanhar os indicadores desempenho e de resultados, visando o cumprimento

de orientações normativas fixadas;

II - estruturar, organizar o funcionamento dos serviços e rotinas d e cada um dos Comandos

diretamente subordinados;

III - orientar, coordenar e controlar as atividades dos comandos subordinados para o

desenvolvimento das atividades operacionais que lhes incumbem;

IV - planejar, editar, coordenar e estabelecer a política de comando de polícia ostensiva na área

de responsabilidade em consonância com o Comando -Geral da Brigada Militar;

V - manter-se permanentemente ligado ao Comando Geral, informando -o da situação global

na sua região;

VI - visitar as autoridades constituídas e os segmentos representativos das comunidades,

visando a integração, cooperação e o comprometimento, visando a eficiência no cumprimento

das missões da Brigada Militar;

VII - ligar-se com os Órgãos de Direção -Geral e de Apoio, no trato dos assuntos que visem o

cumprimento da missão;

VIII - visitar, inspecionar e promover reuniões com os Comandantes de seus Órgãos de Polícia

Militar subordinados visando obter a melhor produtividade da tropa;

IX - presidir a passagem de Comando dos Órgãos de Polícia Militar subordinados;

X - auto rizar os deslocamentos, dispensas e afastamentos temporários d os Comandantes dos

Órgãos de Polícia Militar subordinados;

XI - solicitar ao Subcomandante -Geral autorização para afastar -se da região onde está

sediado;

XII - centralizar o s atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados e cumprir as

demais rotinas institucionais.

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Art. 86 - Aos Comandantes e Chefes de órgãos de execução incumbe:

I - orientar, coordenar e controlar, mediante supervisão diária das rotinas e tarefas, de modo a

assegurar o atingimento das metas operacionais estabelecidas;

II - estruturar, organizar o funcionamento dos serviços e rotinas de cada um dos subsistemas

diretamente subordinados;

III - executar as diretrizes fixadas pelo escalão imediatamente superior;

IV - orienta r o desenvolvimento d as políticas de gestão definidas para a aplicação nas

atividades desenvolvidas, no âmbito de responsabilidade dos níveis organizacionais

subordinados;

V - cumprir as demais rotinas estabelecidas pelo escalão superior.

CAPÍTULO VI

DOS PROCEDIMENTOS INSTITUCIONAIS

SEÇÃO I

DOS REGIMENTOS INTERNOS

Art. 87 - Os Regimentos Internos, dos órgãos d a estrutura da Brigada Militar, serão elaborados

observando a seguinte estrutura:

I - Capítulo I (Da Finalidade), onde será definida competência do órgão na estrutura da

Corporação;

II - Capítulo II (Da Organização), onde constará a estruturação do órgão através da articulação

e ordenação dos seus níveis organizacionais subordinados;

III - Capítulo III (Das Competências), onde será definido o conjunto de competências reservadas

aos níveis organizacionais subordinados (divisões, seções, setores, frações operacionais

internas) que integram a estrutura do órgão, para o atingimento de sua destinação;

IV - Capítulo IV (Das Atribuições), onde serão definidas as atribuições previstas para os agentes

públicos no âmbito de exercício de seus cargos e funções, nos níveis organizacionais

subordinados integrantes da estrutura do órgão;

V - Capítulo V (Disposições Gerais), onde serão reunidas as disposições que complementam ou

esclarecem as normas estabelecidas nos Capítulos anteriores.

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§ 1º - Os Regimentos Internos do Conselho Superior, do Estado Maior da Brigada Militar, da

Corregedoria-Geral, da Ajudância -Geral, do Gabinete do Comandante-Geral, da Comissão de

Avaliação e Méritos, dos Departamentos, do Comando do Corpo de Bombeiros, dos Comandos

Regionais e Operações Especiais, serão aprovados por ato do Comandante -Geral da Brigada

Militar.

§ 2º - As propostas de Regimento s Internos do Conselho Superior e da Comissão de Avaliação

e Mérito, serão apresentadas pelo Subcomandante -Geral e as dos demais órgãos referidos no

parágrafo anterior serão apresentadas pelos respectivos Corregedor, Ajudante -Geral,

Comandante, Diretor ou Chefe.

§ 3º - Os Regimentos Internos dos Órgãos de Polícia Militar de execução do apoio, serão

aprovados por ato d o respectivo Diretor de Departamento a que estiverem subordinados,

mediante proposta apresentada pelo Comandante ou Chefe do órgão.

§ 4º - Os Regimentos Internos dos Órgãos de Polícia Militar de execução da prestação de

serviço à comunidade, serão aprovados por ato do respectivo Comandante de Com ando

Regional a que estiverem subordinados, mediante proposta apresentada pelo Comandante do

órgão.

SEÇÃO II

DOS BOLETINS

Art. 88 - O Boletim Geral é o documento oficial de divulgação e m que o Comandante -Geral

publica as ordens e atos administrativos e registra os fatos da Brigada Militar, e:

I - será confeccionado e distribuído pela Ajudância -Geral;

II - será confeccionado sucessivamente em quatro partes:

a) Serviços Diários;

b) Instrução;

c) Assuntos Gerais de Administração;

d) Justiça e Disciplina.

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§ 1º - As matérias resultantes d e atividades administrativas, atribuídas a órgãos específicos da

estrutura da Brigada Militar, que exijam divulgação a toda a Corporação, serão publicados no

Boletim Geral, constituindo os seguintes Anexos:

I - De Ensino, elaborado sob a responsabilidade do Departamento de Ensino;

II - De Pessoal, elaborado sob responsabilidade do Departamento Administrativo;

III - De Avaliação, Méritos e Promoções, elaborado sob responsabilidade das Subcomissões de

Avaliação e Mérito.

§ 2º - Os Diretores de Departamentos e os Presidentes de Subcomissões a que se referem os

incisos do parágrafo anterior, submeterão os Anexos à aprovação do Comandante-Geral,

encaminhando -os, após, à Ajudância-Geral, observadas a s normas fixadas para a transmissão

de dados, visando à inserção de publicações no Boletim Geral.

Art. 89 - Os assuntos de Logística e Patrimônio, serão publicados pelo Departamento de

Logística e Patrimônio, no Boletim Reservado de Material Permanente, Semoventes e Material

Bélico, que te rá numeração seqüencial própria;

Art. 90 - Os ato s administrativos de natureza disciplinar, serão publicados em Boletim

Disciplinar, que terá numeração seqüencial própria e devidamente divulgados em seus círculos

hierárquicos;

Art. 91 - Serão editados Boletins Especiais, tão somente para publicação de matérias relativas a

comemorações de datas festivas, na forma estabelecida n este Regimento Interno, ou em

eventos especiais que o órgão organize ou coordene.

Art. 92 - O Boletim Interno é o documento oficial de divulgação em que o Comandante

Regional, Diretor,

Corregedor-Geral e Ajudante-Geral, publica todas as suas ordens, as das autoridades

superiores e atos administrativos, que seus Órgãos de Polícia Militar subordinados, devam ter

conhecimento, devendo:

I - seguir as divisões previstas para o Boletim Geral;

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II - possuir periodicidade diária, semanal ou mensal, conforme o volume de matérias a

publicar.

Art. 93 - O Boletim Reservado é o documento em que o Comandante publica os assuntos de

divulgação restrita a determinadas esferas administrativas ou hierárquicas da Corporação;

I - O Boletim Reservado poderá ser confeccionado p elo Comando -Geral, pelos

Departamentos e Comando do Corpo de Bombeiros, pelos Comandos Regionais e Operações

Especiais, Corregedor-Geral e Ajudante-Geral;

II - O Boletim Reservado segue as divisões do Boletim Geral.

SEÇÃO III

DOS SERVIÇOS DE ESCALA

SUBSEÇÃO I

Art. 94 - Serviços de escala internos para os OPM:

I - No Quartel do Comando-Geral haverá serviços de:

a) Supervisor de Dia ao QCG;

b) Auxiliar de Dia ao QCG;

c) Médico de Dia à Guarnição;

d) Dentista de Dia à Guarnição.

II - Nos Departamentos e Comando do Corpo de Bombeiros:

a) Oficial de Permanência;

b) Auxiliar de Serviço;

c) Posto da Guarda do Quartel e de Comunicações.

III - Nos Comandos Regionais de Polícia Ostensiva e Operações Especiais:

a) Oficial de Permanência;

b) Auxiliar de Serviço;

c) Posto da Guarda do Quartel e de Comunicações.

IV - Nos Comandos Regionais de Bombeiro:

a) Oficial de Permanência;

b) Auxiliar de Serviço;

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c) Posto de Comunicações.

V - Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Batalhão, Regimento:

a) Auxiliar de Dia;

b) Quarteleiro de Dia;

c) Postos de Guarda do Quartel;

VI - Nos Órgãos de Polícia Militar de Execução do Apoio:

a) Oficial de Sobreaviso;

b) Auxiliar de Serviço;

c) Postos da Guarda do Quartel.

VII - Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Companhia, Esquadrão e Pelotão:

a) Auxiliar de Serviço;

b) Postos de Comunicações e Guarda do Quartel.

VIII - Nos Órgãos de Polícia Militar de valor GPM:

- Posto de Comunicações

SUBSEÇÃO II

Art. 95 - Serviços de Escala externos dos OPM:

I - Nos Comandos Regionais e Operações Especiais:

- Oficial Superior de Sobreaviso;

II - Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Batalhão e Regimento:

a) Oficial Supervisor;

b) Oficial de Serviço;

c) Auxiliar de Serviço;

d) Operadores da Sala de Operações e/ou Posto de Escuta;

e) Postos de Policiamento Ostensivo.

III - Nos Órgãos de Polícia Militar d e valor Grupamento de Bombeiro e Grupamento de Busca

e Resgate:

a) Oficial de Serviço;

b) Guarnição de Serviço.

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IV - No Grupamento de Polícias Militar Aéreo:

a) Piloto de serviço;

b) Piloto de sobreaviso;

c) Tripulante técnico de serviço;

d) Tripulante técnico de sobreaviso;

e) Operador de pista de serviço;

f) Operador de pista de sobreaviso.

V - Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Companhia e Esquadrão:

a) Oficial de Sobreaviso;

b) Auxiliar de Serviço;

c) Postos de Policiamento Ostensivo.

VI - Nos Órgãos de P olícia Militar de valor Subgrupamento e Se ções de Bombeiro, Seções de

Busca e Resgate, Subseção de Bombeiro e Subseção de Busca e Resgate:

- Guarnição de Serviço.

VII - Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Pelotão:

a) Auxiliar de serviço;

b) Postos de Policiamento Ostensivo.

VIII - Nos Órgãos de Polícia Militar de valor GPM:

- Postos de Policiamento Ostensivo.

SEÇÃO IV

DAS FORMATURAS GERAIS

Art. 96 - Formatura Geral é a reunião de todo o efetivo disponível do Órgão de Polícia Militar

em forma, excetuando os oficiais e p raças que se encontram de serviço e segue os procedi

mentos abaixo descritos:

I - deverá ocorrer com freqüência mensal em dia e horário estipulado pelo Comandante do

OPM, exceto nos casos das Escolas que poderão ter uma freqüência maior.

II - terá a seguinte seqüência:

a) leitura de assuntos do interesse do OPM;

b) leitura de elogios por ação de Oficiais e Praças, em serviço;

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c) treinamento prático de assunto técnico, da área de atuação do OPM;

d) palavras do Comandante, Diretor ou Chefe;

d) desfile da tropa (se couber).

III - O tempo de duração das formaturas gerais não deverá exceder a uma hora.

SEÇÃO V

DAS CERIMÔNIAS E FORMALIDADES

SUBSEÇÃO I

DAS BANDEIRAS

Art. 97 - Cada Órgão d e Polícia Militar terá sob sua guarda as Bandeiras Nacional e Rio -

Grandense, destinadas a estimular o sentimento de patriotismo e culto às tradições d o País e

d o Estado, atendendo sempre aos seguintes requisitos:

I - As Bandeiras deverão estar guardadas em armário apropriado e envidraçado, no gabinete

do Comandante, Diretor ou Chefe ou no Salão Nobre do OPM;

II - Os Órgãos de Polícia Militar que possuírem estandartes históricos, legalmente autorizados,

deverão mantê-los nas mesmas condições das Bandeiras.

SUBSEÇÃO II

DAS FESTAS POLICIAIS MILIT ARES

Art. 98 - A s festas policiais militares são todas as comemorações festivas de fatos nacionais,

estaduais, ou relativos à vida da Brigada Militar, destinadas à exaltação do patriotismo, ao

desenvolvimento do espírito de camaradagem e amor à Corporação.

§ 1º - As Festas Militares consideradas oficiais pela Corporação são as seguintes:

I - Dia do Policial Militar - 21 de abril;

II - Dia Nacional do Bombeiro - 02 de julho;

III - Dia da Pátria - 7 de setembro;

IV - Dia da República Riograndense - 20 de setembro;

V - Aniversário do Patrono da Brigada Militar - 16 de outubro

VI - Aniversário da Brigada Militar - 18 de novembro;

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VII - Dia da Bandeira - 19 de novembro;

VIII - Aniversário do OPM.

§ 2º - Para comemorar as Festas Militares, os Órgãos de Polícia Militar poderão realizar:

I - Formatura geral comemorativa a data;

II - Boletim Especial destacando a data;

III - Com petições Desportivas comemo rativas a data, a critério do Comandante, Diretor ou

Chefe do OPM;

IV - Outros atos relativos a data e julgados de importância.

SEÇÃO VI

DA PARADA DI ÁRIA E PARADA POLICI AL MILITAR

SUBSEÇÃO I

DA PARADA DI ÁRIA

Art. 99 - A parada diária é a formatura destinada à revista e a distribuição do pessoal p ara os

serviços internos do dia, e será realizada em local e horário estabelecido, seguindo o

procedimento: A parada diária será comandada pelo militar estadual mais antigo escalado d e

serviço, que, em frente ao efetivo em forma, n a posição de sentido, comandará: “Parada em

continência ao terreno, apresentar armas”. O efetivo fará a continência regulamentar.

Terminada a continência, o Auxiliar de Dia comandará: “Descansar Armas, Descansar” e dará,

então, destino ao efetivo.

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SUBSEÇÃO II

DA PARADA POLICIAL MILITAR

Art. 100 - A parada policial militar destina-se à revista do pessoal, transmissão de orientações

sobre os serviços externos e será realizada em local e horário estabelecido, sempre

antecedendo a cada turno de serviço, seguindo o procedimento: A p arada policial militar será

comandada pelo Oficial de serviço externo, seguindo o mesmo procedimento da parada diária,

nos Órgãos de Polícia Militar de valor Batalhão e Regimento e pelo Auxiliar d e serviço, nos

Órgãos de Polícia Militar de valor Companhia, Esquadrão e Pelotão.

SEÇÃO VII

DA GALERIA DE RETRATOS E DE VULTOS HISTÓRICOS

Art. 101 - No Gabinete d o Comandante, o u n o Salão Nobre de todos o s OPM, será

organizada como homenagem e registro histórico, galeria de retratos, em que figurarão os ex-

com andantes titulares ou interinos na função, que exerceram -na pelo prazo não inferior a

seis meses contínuos, a posse, e também:

I - No gabinete do Comandante, ou no Salão Nobre do OPM, deverão figurar também os

retratos do Patrono das Polícias Militares - Joaquim José da Silva Xavier - e do Patrono da

Brigada Militar - Cel Afonso Emílio Massot;

II - Poderá também figurar n o Gabinete do Comandante, ou no Salão Nobre do OPM, o retrato

do Patrono do OPM;

III - A inauguração de retratos, nas diversas galerias, deverá constituir ato solene, feito em

datas nacionais ou festivas, devendo constar de Boletim Interno ou Especial.

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SEÇÃO VIII

DA RECEPÇÃO E DESPEDIDA DE OFICIAIS E PR AÇAS

SUBSEÇÃO I

DA RECEPÇÃO E DESPEDIDA DE OFICIAIS

Art. 102 - Na recepção dos oficiais incluídos no Órgão de Polícia Militar ha verá as formalidades

abaixo especificadas:

I - O Comandante, ao assumir o Comando: Avisará, com antecedência nunca inferior a 07 dias,

o d ia e a hora que p retende assumir o comando. Ao chegar no OP M, será recebido pelo

Comandante, que deverá apresentar os demais oficiais, em reunião específica para esse fim.

II - Demais Oficiais: O Oficial apresenta-se ao Comandante do OPM, que deverá recebê-lo em

seu gabinete e reunir os demais Oficiais, para a sua apresentação e designação da nova

função.

Art. 103 - Na d espedida de Oficiais por motivo de transferência de Órgão d e Polícia Militar ou

da passagem para a reserva remunerada, haverá as formalidades abaixo especificadas:

I - O Comandante que entrega o comando: Após a solenidade de passagem de Comando e d e

inauguração da foto na galeria dos ex-comandantes, o comandante substituído será

acompanhado até a saída do Órgão de Polícia Militar pelos Oficiais.

II - Demais Oficiais: A d espedida do Oficial que f oi transferido, ocorrerá no gabinete do

Comandante, em reunião específica para esse fim, constando também desse ato a leitura do

boletim com elogio do Oficial, se assim entender o Comandante.

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SUBSEÇÃO II

DA RECEPÇÃO E DESPEDIDA DE PRAÇAS

Art. 104 - Na recepção do Praça incluído no Órgão de Polícia Militar, haverá as formalidades

abaixo especificadas: O Praça apresenta-se no Órgão de Polícia Militar p ara onde foi

transferido e depois d e determinada a subunidade na qual prestará serviço, será

recepcionado pelo Comandante dessa subunidade ou seu representante, em reunião

específica para esse fim, acompanhado de representação dos Praças que servem naquela

subunidade.

Art. 105 - Na despedida do Praça por motivo de transferência de Órgão de Polícia Militar ou

passagem para a reserva remunerada, haverá as seguintes formalidades: O Praça ao ser

transferido de u m Órgão de Polícia Militar p ara outro ou para a reserva remunerada,

receberá, no dia do seu desligamento do OPM, as despedidas, em reunião específica,

coordenada pelo Comandante da subunidade em que servia, ou seu representante, e por uma

representação de Praças da subunidade.

SEÇÃO IX

DO SISTEMA DE CORREIO E DA CORRESPONDÊNCI A

SUBSEÇÃO I

DOS SERVIÇOS DE CORREIO

Art. 106 - Os serviços do Sistema de correio interno na Brigada Militar, será executado sob a

responsabilidade da Ajudância-Geral, como órgão central do Sistema, e o processo d e

desenvolvimento

das atividades serão reguladas em norma geral específica.

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SUBSEÇÃO II

DA CORRESPONDÊNCIA

Art. 107 - A correspondência oficial abrange duas classes:

- Correspondência sigilosa;

- Correspondência ordinária.

I - A correspondência sigilosa é aquela que, pela sua natureza, não deve seguir os preceitos da

correspondência normal, mantendo-se reserva na exposição do se u conteúdo. Segundo a

qualidade do assunto e a extensão do meio em que pode circular, será classificada pelo

expedidor em:

a) Secreta - aquela que se refere exclusivamente a documento ou informação que exija

absoluto sigilo, e cuja divulgação possa comprometer a segurança pública. Na ausência do

destinatário, pode ser lida por quem o substitui oficialmente;

b) Confidencial - aquela que diz respeito à informação de caráter pessoal, cujo conhecimento

deve ficar restrito, podendo ser lida, na ausência do destinatário, por quem o substitui

oficialmente;

c) Reservada - aquela cujo sigilo é restrito ou transitório. Somente pode ser divulgada no

círculo a que se dirige ou no nível de acesso permitido.

II - A correspondência ordinária é aquela que não está compreendida nas categorias da

correspondência sigilosa e cujo conhecimento pelo grupo não prejudica a administração.

SEÇÃO X

DO ACERVO LITERÁRIO

Art. 108 - Cada Órgão de Polícia Militar deverá possuir e manter um Acervo Literário

constituído de obras de cultura geral, assuntos técnicos, históricos e outros de interesse da

Brigada Militar:

I - O Comandante, Diretor ou Chefe do Órgão de Polícia Militar estabelecerá os critérios para

freqüência ao acervo literário e estimulará a presença, visando ao aperfeiçoamento

educacional dos seus comandados;

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II - O Comandante, Diretor ou Chefe estabelecerá formas de manter o s processos de

atualização e evolução do acervo literário do Órgão de Polícia Militar sob seu comando.

SEÇÃO XI

DAS SITUAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS DA TROPA

Art. 109 - As situações extraordinárias da tropa, são as de correntes de ordens de sobreaviso

ou prontidão, e seus procedimentos diversos, serão regulado s por norma do Comando -Geral

da Corporação.

SUBSEÇÃO I

DO SOBREAVISO

Art. 110 - A ordem de sobreaviso de termina a situação na qual todo efetivo disponível ou

parte dele fica prevenido da possibilidade de ser chamado para o desempenho de qualquer

missão extraordinária, observando os seguintes preceitos:

I - Todas as providências de ordem preventiva relativas ao pessoal e ao material são impostas

pelas circunstâncias decorrentes da situação da tropa e deverão ser tomadas pelos diversos

níveis de comando e de chefia;

II - Nesta situação, o s Oficiais deverão permanecer no quartel ou e m suas residências; neste

último caso, em ligação permanente com o Órgão de Polícia Militar e em condições de

recolher-se imediatamente ao quartel, em caso de necessidade;

III - Nesta situação, os Praças deverão permanecer no quartel ou em suas residências; neste

último caso, em condições de ser acionados imediatamente através do plano de chamada e

apresentar-se no quartel;

IV - A ordem de suspensão do sobreaviso, se rá de terminada pela autoridade que o

determinou, depois de cessado o motivo da medida, voltando a tropa às suas atividades

normais.

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SUBSEÇÃO II

DA PRONTIDÃO

Art. 111 - A ordem de prontidão importa em ficar todo o efetivo disponível do Órgão de Polícia

Militar preparado para deslocar do quartel logo que receba a ordem, em condições de cumprir

a missão determinada pelo escalão superior, observando o s seguintes preceitos:

I - Os oficiais e Praças ao receberem a ordem de prontidão, deverão comparecer

imediatamente e permanecer em quartel, uniformizados e aguardando as instruções e

procedimentos determinados por parte do comando do OPM, para o cumprimento da missão;

II - A ordem de suspensão do estado de prontidão será determinada pela autoridade que o

determinou, depois de cessado o motivo da medida, voltando a tropa às atividades normais.

SEÇÃO XII

DA GUARNIÇÃO POLICIAL MILITAR

Art. 112 - Nas localidades onde existam mais de uma sede de OPM, subordinadas a comandos

diferentes, haverá a figura do Comandante da Guarnição Policial Militar, que será exercida

pelo oficial de maior posto, entre os comandantes de Órgão de Polícia Militar da localidade.

Parágrafo único - Para efeitos deste artigo, restringe-se ao gerenciamento da representação da

Brigada Militar n a localidade e organização de eventos que exijam a participação dos OPM, em

conjunto, sem haver interferência em assunto s de administração interna e operacional de

cada comando.

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CAPÍTULO VII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 113 - A implantação dos órgãos previstos para a estrutura organizacional da Brigada

Militar, na forma a que se refere este Regimento Interno , far-se-á de acordo com a orientação

fixada pelo Comando-Geral, levando em conta a legislação pertinente.

Art. 114 - As atribuições d os integrantes dos colegiados das Subcomissões de Avaliação e

Mérito e de seus respectivos secretários, serão fixadas através do Regimento Interno da

Comissão.

Art. 115 - Na documentação de tramitação interna, poderão ser utilizadas siglas e/ou

abreviaturas, de acordo com as normas da corporação.

Art. 116 - O Departamento Administrativo deverá adequar as estruturas administrativas dos

Órgãos da Corporação, na forma estabelecida neste Regimento Interno.

Art. 117 - A revisão deste Regimento se rá realizada a cada dois anos, contados da sua

publicação em Boletim Geral da Corporação.

Quartel do Comando-Geral em Porto Alegre, RS, 02 de outubro de 2002.

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