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Um novo conceito
no mercado nacional
ADV investe em áreas limpas para receber
equipamento que permitirá a empresa massificar o
conceito da dose única no Brasil. Primeiro produto é
o soro fisiológico.
Luciana Fleury
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SBCC - Mar/Abr - 2014
Fotos: Glaucia Motta
Equipamento Rommelag com tecnologia blow-fill seal: uma única máquina - com condições ISO classe 5 em seu interior,
produz a embalagem, envasa e sela as ampolas
trabalhava até então para adaptar-se nova área produtiva foi um espaço pre- de líquidos, de semissólidos e de pós
à nova realidade. O processo produ- viamente reservado durante o projeto farmacêuticos e outra reservada aos
tivo das embalagens de 100, 250 e de ampliação e modernização das ins- produtos cosméticos, todos ambien-
500 ml, continua como sempre, mas talações da empresa em Nova Odes- tes controlados, sem classificação).
basta imaginar o que significaria sim- sa, interior de São Paulo, concluído há A entrada para o setor da Rommelag,
plesmente redirecionar esta produção dois anos. A nova área construída foi dois andares totalizando 150 metros
para embalagens unitárias de 5 ml. dedicada ao almoxarifado e à expedi- quadrados, se dá por portas intertrava-
“Seguir o mesmo processo significa- ção de produtos acabados enquanto das que desembocam em um pequeno
ria receber um volume considerável o espaço que estas atividades antes corredor com classificação ISO classe
de pequenas embalagens, garantir ocupavam ficou livre para receber o 8, mantido em pressão diferenciada da
sua esterilização e limpeza e reali- projeto direcionado às doses únicas. área produtiva.
zar o envase e lacre individual, algo Uma ampla divisória de vidro per-
que, pelo baixo valor final de venda mite completa visualização do espaço
do produto, tornaria a ideia inviável Controles efetivos ocupado pelo equipamento e de sua
comercialmente”, diz Sérgio de Vivo. operação. Ao fundo do corredor, uma
Por isso, a opção pela tecnologia Após a passagem por uma antecâ- escada dá acesso ao local mantido em
disponibilizada pela Rommelag que, mara de paramentação básica (onde ISO classe 7, onde se localiza o tanque
em um mesmo equipamento, molda a são colocados avental, touca e propé), no qual se realiza a mistura de água
embalagem, envasa o medicamento e chega-se a um amplo corredor, comum e cloreto de sódio nas proporções
sela o blister. a todas as áreas produtivas da ADV corretas e o tempo de agitação neces-
O local escolhido para abrigar a (sendo uma parte dedicada ao envase sário, gerando o soro fisiológico que
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CASE: ADV
Há 27 anos transformando
trabalho em qualidade
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Associado:
Tel: (11) 3731-2255 / (11) 3729-5155 será dispensando na máquina, levado lag deve ser limpa e esterilizada. Após
ardutec@ardutec.com.br ao equipamento via tubulação. Com a limpeza, a esterilização ocorre com
www.ardutec.com.br
capacidade de armazenar mil litros a passagem de vapor, e para garantir a
de soro fisiológico, o tanque garante esterilidade, precisa alcançar a tempe-
o abastecimento do sistema para dois ratura mínima de 121 ºC, e ser mantida
dias de envase (considerando que a assim por 20 minutos. Em seguida, a
produção é de 12 horas por dia). Rommelag inicia o processo de seca-
Ao lado da divisória de vidro, fica gem dos filtros, que leva em torno de
outra antecâmara para paramentação 30 minutos. A maquina possui 16 sen-
completa (macacão, touca ninja, bota sores, que fazem a medição da tempe-
e luvas), que, mantida em pressão ratura em diversos pontos, e indicam se
negativa, recebe classificação ISO essas condições foram atingidas. Se
classe 7 e dá acesso à área produti- qualquer sensor apontar que o proces-
va. Um ambiente ISO classe 7 abriga so de esterilização não foi satisfatório, o
a máquina da Rommelag e a máquina equipamento não iniciará a produção e
está sob fluxo unidirecional ISO classe o ciclo de esterilização será reiniciado.
6. “A área interna da máquina onde é Já para a fusão do granulado de
realizado o envase mantém condições polietileno (matéria-prima para as em-
de ISO classe 5, garantindo o controle balagens), que irá formar o chamado
da contaminação. O sistema do equi- parison (material moldável para forma-
pamento é dotado de vários manôme- ção das ampolas), a temperatura deve
tros e sensores que avaliam de forma chegar em torno de 180 ºC. Sensores
permanente a condição do máquina dentro do canhão de extrusão, que
e, caso haja alguma alteração, a pro- realiza o derretimento, indicam se esta
dução é interrompida e o problema, temperatura foi alcançada e, desta for-
sinalizado para a devida correção”, ma, o operador é informado que pode
explica Alexsandro Silva, Coordenador dar início ao ciclo de produção. Após
de Validação da ADV. realizar o set up da máquina com os
Para entrar em operação a Romme- dados relacionados ao lote a ser pro-
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Produto é comercializado em cartuchos com dois conjuntos de cinco ampolas ou
caixa com 200 ampolas
duzido, o operador irá descartar os pri- esta etapa, os produtos saem da área
meiros volumes de parison produzidos pelo corredor de acesso e são levados
até que o material atinja a consistência à expedição. As doses únicas são ven-
ideal e, só depois disso, deixará o didas em cartuchos com 10 ampolas
material passar pelos moldes que, por ou caixa com 200 ampolas, apresenta-
vácuo, formarão as ampolas. ção direcionada para a venda unitária
“Tanto este parison descartado em farmácias. “Nesta segunda opção,
quanto as rebarbas do esquadro de enviamos uma bula para cada unidade
confecção das ampolas serão direcio- fracionada, para que a drogaria entre-
nados para o local de entrada do gra- gue para o consumidor”, lembra Sérgio.
nulado de polietileno e reaproveitados. Apesar de requerer pouca manuten-
Estamos apenas finalizando alguns ção, demandando basicamente a troca
ajustes para colocar esta parte de re- periódica dos filtros, a Rommelag exige
aproveitamento em operação e assim, boas condições técnicas para operar.
fechar o ciclo e ter uma produção sem Um piso técnico, localizado na parte
resíduos”, comenta Sérgio. superior, abriga os equipamentos de
Com o parison na espessura dese- ar-condicionado, utilidades e sistema
jada, a Rommelag inicia a produção, de água. “O trabalho do operador não é
com a passagem do parison pelos complexo, pois a máquina trabalha pra-
moldes e, em seguida, pela confecção ticamente sozinha, mas toda a equipe
das ampolas, envase do soro fisiológi- de infraestrutura precisa atuar de forma
co, processo de resfriamento (realizado afinada. O sistema de ar-condicionado,
por circulação de água gelada para que de água gelada, filtros, tudo precisa es-
o choque térmico estabilize as ampolas tar operando em condições ideais para
formadas) e selagem das ampolas. O que a máquina funcione. Se houver
produto finalizado é enviado via uma uma variação de energia muito grande,
pequena esteira a um ambiente contí- por exemplo, a máquina para, pois ela
guo, destinado à rotulagem, inclusão precisa de uma alimentação de energia
de bula e embalagem secundária. Após estável”, diz Alexsandro.
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CASE: ADV
Controle de qualidade deve fazer um ciclo com solução, exe- de expedição para aguardar os resul-
cutar a pesagem e conferir se o peso tados dos testes para finalmente se-
Na ADV, todo o processo de produ- está conforme o especificado. rem liberados para comercialização.
ção do soro fisiológico é acompanhado O teste de esterilidade, por exemplo,
pela equipe de qualidade da empresa, Visando o controle leva 14 dias para ser finalizado”, co-
desde o recebimento da matéria pri- da contaminação, menta Sarah.
ma até o produto final. “Realizamos ambiente que abriga
análises das características físico-
-químicas e microbiológicas em 100%
maquinário recebe Mercado a ser ampliado
das matérias-primas”, explica Sarah recebe classificação
Liepkaln Sichmann Heiffig, Gerente da ISO classe 7 e o Neste primeiro momento, a ADV
Garantia da Qualidade da ADV. Sarah tem como mira o alto consumo do
equipamento é
comenta que são realizadas conferên- soro fisiológico no inverno e tem como
cias de limpeza do tanque de mistura
operado sob fluxo meta produzir entre 700 mil e 1 mi-
e da área, além da paramentação do unidirecional ISO lhão de ampolas ao mês. A empresa
operador para só então o ambiente classe 6 também quer ampliar sua presença
estar liberado para produção. territorial e visa levar o novo conceito
O produto passa por controle de para o mercado latino-americano, ini-
processo durante a manipulação e Há também o controle do produto ciando suas exportações. “A maioria
etapas de produção. Dependendo do final, com a retirada de várias amos- dos nossos produtos são líquidos e o
volume da ordem de produção, a cada tras por lote (ou seja, mil litros de soro soro fisiológico é nosso carro-chefe,
uma ou duas horas de produção, o fisiológico), que são enviadas para o um produto cuja exportação passa a
operador deve realizar um ciclo de pro- controle de qualidade físico-químico ser rentável com a dose única”, afirma
dução sem o soro fisiológico, obtendo e microbiológico, para verificação da Sérgio de Vivo.
ampolas vazias, separar e pesar uma conformidade do produto. “Os produ- Mas a principal ideia é rapidamente
por uma, obtendo as taras. Depois, ele tos finalizados seguem para a área ampliar os produtos comercializados
Tanque com capacidade de mil litros realiza a mistura que dá origem ao soro fisiológico, enviado para a máquina via
tubulação. Utilizando o painel de controle, operador configura o set up da máquina de acordo com a especificação do
lote a ser produzido. Todo processo é feito sem qualquer contato direto do operador com o produto
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ADV: expertise em medicamentos de notificação simplificada
Empresa de capital 100% nacional, a ADV atua nos segmentos far-
macêutico e de cosmético desde 1955. Em 1988, a sede foi transferida
para Nova Odessa, no interior de São Paulo, e desde então ocupa uma
área de 8 mil metros quadrados. Contando com uma equipe de 118 pro-
fissionais, atua na linha de Medicamentos de Notificação Simplificada,
conforme RDC 199 da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sani-
tária, fabricando produtos como soro fisiológico, água oxigenada, água
boricada, álcool 70, violeta de genciana, tintura de iodo, azul de metileno.
O laboratório ADV recebeu a certificação de “Boas Práticas de Fabri-
cação”, emitido pela ANVISA – Ministério da Saúde, por apresentar boas
condições nos aspectos Controle de Qualidade, Sanitização, Higiene,
Saúde, Vestuário, Instalações, Equipamentos, Documentação, Materiais,
etc, sendo a primeira empresa no Brasil que trabalha com a linha de Me-
dicamentos de Notificação Simplificada a receber esta certificação.
A empresa tem grande expertise e capacidade instalada na fabricação
de medicamentos líquidos e possui também certificados para fabricação
de semissólidos (géis, pomadas e cremes) e sólidos (pós, comprimidos
e bastões), além de trabalhar de forma terceirizada, com vários clientes.
CASE: ADV
Do corredor ISO classe 8 é possível ter visão total do processo. Operador usa estão mais alinhadas à nossa linha de
paramentação completa durante todo o processo de produção produtos atuais”, diz.
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De ponta a ponta, as
mais completas soluções
para o controle da
contaminação.