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A POLITECNICA
Nampula
2020
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Muaija A.I. Cardoso
Trabalho de caracter
avaliativo de cadeira de:
Neuroanatomia e
neurofisiologia humana
leccionado pelo Docente
Rogerio Mulumba
Nampula
2020
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ÍNDICE
ABREVIATURA..............................................................................................................3
INTRODUÇÃO.................................................................................................................5
Objectivo Geral:................................................................................................................5
Objectivos específicos:......................................................................................................5
I. BASES NEUROENDROCRINAS DOS COMPORTAMENTOS............................7
II. 1 Hipotálamo.............................................................................................................8
II.2 Relações entre os sistemas nervoso e endócrino.....................................................8
II.3 O controle hipotalâmico dos comportamentos motivacionais e a sobrevivência
dos seres humanos.........................................................................................................9
II. FISIOLOGIA COMPORTAMENTAL..................................................................12
III. BASES NEUROFISIOLOGICAS DO PENSAMENTO......................................14
III.1 Fenômenos fundamentais da neurofisiologia......................................................20
A transmissão de sinais................................................................................................20
A plasticidade neural...................................................................................................20
A produção do liquor...................................................................................................21
O pensamento..............................................................................................................21
CONCLUSÃO.................................................................................................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................23
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ABREVIATURA
OT - Oxitocina
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INTRODUÇÃO
Todo comportamento é observável e muitas reagimos a estímulos da maneira com que
fomos condicionados, o que não impede de desenvolvermos comportamentos
imprevisíveis diante de determinadas situações, cada pessoa ter sua personalidade e age
de acordo com os valores morais que lhe são repassados na cultura em que está inserida.
Como se sabe temos uma parte do cérebro que é responsável pelo nosso comportamento
e o funcionamento cerebral determinará a fisiologia deste comportamento.
A fisiologia do comportamento nos ajuda a compreender como acontecem as alterações
de memória, pensamento e cognição. Podemos citar ainda as pessoas portadoras de
alguma psicopatologia, estudos indicam que alterações cerebrais podem ser os
responsáveis por estas doenças que prejudicam tanto a mente do homem.
Objectivo Geral:
Abordar sobre as bases neuroendocrinas dos comportamentos
Objectivos específicos:
Explanar acerca da fisiologia comportamental;
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Debruçar sobre as bases neurofisiologicas do pensamento
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I. BASES NEUROENDROCRINAS DOS COMPORTAMENTOS
Neuroendocrinologia
Tradicionalmente, o sistema endócrino tem sido distinguido do sistema nervoso pelo
facto deste último estar em contacto com os locais-alvo da sua acção através de células
muito especializadas (os neurónios). Estas células transportam e transmitem sinais
químicos às células sobre as quais actuam. O neurotransmissor, o qual medeia a
transmissão sináptica entre dois neurnios, é sintetizado no corpo celular (soma) do
neurónio e depois é transportado através do axónio onde é armazenado em vesículas e
libertado após despolarização da membrana.
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II. 1 Hipotálamo
O hipotálamo é a divisão do diencéfalo que se relaciona com as funções viscerais,
autónomas e endócrinas. Todas estas funções estão intimamente relacionadas com o
comportamento afectivo e emocional. A protrusão anterior do hipotálamo e o terceiro
recesso ventricular formam o infundíbulo.A porção mais distal do processo infundibular
é a neuro-hipófise.
O hipotálamo recebe uma projeção muito específica originada na retina, que termina no
núcleo supraquiasmático (ciclo dia-noite).
Nosso organismo trabalha o tempo todo para manter a temperatura corporal próxima a
37 °C.
Hipotálamo - Fome
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Déficit nutricional - estado motivacional chamado fome e leva o indivíduo a comer.
Presença de nutrientes em abundância saciedade e levaria a pessoa a parar de se
alimentar.
Regulação Alimentar
Neurobiologia da Fome
Hormônio secretado pelas células do tecido adiposo \u2013 leptina - atua no hipotálamo
informando-o da quantidade de gordura acumulada no organismo.
A fome, a sede, o frio e o calor são grandes exemplos de estados motivacionais que
funcionam como estados de alerta para os indivíduos. Todos esses sinais são gerados
com o objetivo de manter a homeostase corporal. Entende-se por homeostase a
capacidade que o corpo humano apresenta de manter o equilíbrio hidroeletrolítico e
térmico entre o meio intra e extracelular de forma a garantir a sobrevivência dos seres
vivos. Estes conjuntos de fenômenos fisiológicos são considerados estados
motivacionais elementares.
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busca pelo prazer é considerada também uma motivação interna característica
principalmente da espécie humana. Portanto, o prazer também é um estado
motivacional.
Dessa maneira, com o objetivo de explicar os fenômenos que estão associados aos
estados motivacionais e aos comportamentos motivados, neurocientistas realizaram um
série de estudos neurobiológicos que mostram a correlação com a ativação do
hipotálamo.
Estudos científicos revelam que lesões no hipotálamo podem levar a quadros de extrema
desmotivação, tais como, afagia (interrupção da ingestão de alimentos) e adipsia
(interrupção da ingestão de líquidos), ocasionando a perda ou inibição da motivação
interna. Em contrapartida, experimentos com estimulação elétrica cerebral ou infusão de
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neurotransmissores mostram que pequenas descargas elétricas na região hipotalâmica
estimulam o hipotálamo ocasionando a realização de comportamentos motivados.
Comandos Neuroendócrinos
Comportamentos Afiliativos
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Comportamentos afiliativos de formação de grupos parentais (casais, famílias) criam
também um conjunto de sentimentos prazerosos que contribuem para a manutenção
desses laços.
Estudos com animais mostram que há genes que produzem hormônios capazes de
influenciar circuitos neuronais específicos, que determinam a expressão de
comportamentos apetitivos de pineal ou epífise.
O tema dos eventos privados está entre aqueles que assumem certa centralidade quando
as relações entre análise do comportamento e fisiologia são discutidas, em parte devido
à freqüente definição skinneriana de privado como evento interno. Tourinho (1997)
aponta algumas dificuldades geradas por aquela definição, bem como sua insuficiência
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diante de princípios mais básicos que orientam a interpretação behaviorista radical para
o comportamento humano complexo. Uma vez que a identificação do privado com o
aparato anátomo-fisiológico se mostra problemática, especialmente porque pode
favorecer novas versões de internalismo, interditando as análises tipicamente
externalistas e relacionais que caracterizam o recorte de uma ciência do comportamento,
mostra-se ainda necessário esclarecer como se organiza a referência à fisiologia numa
interpretação behaviorista radical para os eventos privados.
Três sistemas nervosos são apontados por Skinner (1974) como requeridos para o
contato dos indivíduos com o ambiente, inclusive suas condições corporais: o sistema
interoceptivo (através do qual o indivíduo entra em contato com estimulações derivadas
dos sistemas digestivo, respiratório e circulatório), o sistema proprioceptivo (através do
qual o indivíduo entra em contato com estimulações de músculos, tendões, juntas, etc.,
particularmente envolvido na discriminação da posição e movimento do corpo) e o
sistema exteroceptivo (através do qual o indivíduo entra em contato com estimulação
presente no ambiente circundante). Os estímulos que afetam o organismo através
daqueles sistemas são designados, correspondentemente, estímulos interoceptivos,
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proprioceptivos e exteroceptivos. Quando o indivíduo sente algo interno, segundo
Skinner, está reagindo discriminativamente a estímulos interoceptivos e
proprioceptivos. Dentre as coisas internas que são sentidas, há os estímulos
proprioceptivos e interoceptivos - Também sentimos o comportamento, incluindo o
comportamento muito fraco e as condições que precedem ou estão associadas com o
comportar-se (Skinner, 1963/1969, pp. 255-256). A análise das emoções pode basear-se
nesta interpretação. Por exemplo, respostas reflexas autonômicas a estímulos
condicionados estão entre as emoções sentidas por exemplo, a ansiedade evocada por
um estímulo préaversivo (Skinner, 1963/1969, p.256).
[...] a psique não deve ser considerada como uma série de processos especiais
que existem em algum lugar na qualidade de complementos acima ou a parte
dos cerebrais, mas como expressão subjetiva desses mesmos processos, como
uma faceta especial, uma característica qualitativa especial das funções
superiores do cérebro. (VYGOTSKI, 1991, p. 100, tradução nossa).
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neuropsicólogo russo ressalta que “[...] isto não significa que a atividade mnésica,
complexamente estruturada, envolva todas as partes do cérebro por igual, nem que é
função de todo o córtex cerebral, considerado como um todo indivisível” (LURIA,
1980, p. 22, tradução nossa).
Leontiev (1978, p. 196) observa também que as funções psíquicas não se localizam em
um grupo isolado de células corticais, mas sim em “[...] um sistema cerebral complexo,
cujos elementos, dispostos em diversas zonas no cérebro, [...] formam todavia uma
constelação única”.
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Figura 1: Célula Nervosa
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sinápticos e através do contato estabelecido por esses com as superfícies receptoras
especializadas de outras células, comumente situadas nos dendritos, ocorre a
transmissão de informações da célula nervosa (SQUIRE; KANDEL, 2002;
IZQUIERDO, 2011).
Para tanto, nas terminações do axônio, isto é, nos terminais présinápticos, há substâncias
químicas denominadas neurotransmissores que realizam essa “transferência” de
informação em virtude de os neurônios estarem separados pelas fendas sinápticas. Entre
os principais neurotransmissores envolvidos com os processos de memória estão: o
glutamato, o GABA (sigla em inglês para o ácido gama-aminobutírico), a dopamina, a
noradrenalina, a serotonina e a acetilcolina. Do lado dos dendritos, existem os
receptores, moléculas de proteínas específicas para cada neurotransmissor, que se
dividem em duas classes gerais: excitadores e inibidores. Como a corrente produzida
pelos sinais elétricos na célula pré-sináptica não pode transpor, de modo direto, a fenda
sináptica para ativar a célula-alvo, ocorre um processo de transformação dos sinais
elétricos em sinais químicos no neurônio pré-sináptico e dos sinais químicos em sinais
elétricos no neurônio pós-sináptico. Esses pontos de intercomunicação entre os
neurônios chamam-se sinapses, neles ocorre a maior aproximação entre as terminações
axônicas e dendríticas (SQUIRE; KANDEL, 2002; IZQUIERDO, 2011).
A força das ligações sinápticas não é fixa, mas sim plástica e sujeita a alterações pela
atividade neuronal. O processo de aprendizagem pode modificar os padrões e
intensidades dos sinais elétricos que geram a atividade cerebral e, como consequência
dessa modificação, os neurônios podem modular sua capacidade de comunicação entre
si. “A persistência destas alterações na comunicação sináptica básica – uma propriedade
funcional chamada plasticidade sináptica – pode fornecer os mecanismos elementares
para o armazenamento da memória” (SQUIRE; KANDEL, 2002, p. 44). Sobre esse
aspecto, destacamos que Vigotski (2009) também aponta a plasticidade da substância
nervosa como a base orgânica da atividade reprodutiva ou da memória.
Squire e Kandel (2002) observam que ainda não é possível estabelecer exatamente
quantos sistemas de memória existem na mente e sua designação, porém há um
consenso sobre os principais sistemas de memória e as áreas cerebrais mais relevantes
para tais sistemas. Os vários esquemas de classificação de memória geralmente utilizam
termos diversos para a mesma distinção básica. Segundo Izquierdo (2010, 2011), as
principais classificações referem-se ao seu conteúdo, à sua função e ao seu tempo de
duração.
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As memórias declarativas se subdividem em episódicas ou autobiográficas e
semânticas, a saber: as episódicas relacionam-se com eventos assistidos ou participados
pelo indivíduo, logo são todas autobiográficas. Além disso, registram marcos temporais
e espaciais relativos ao tempo e ao espaço em que o evento aconteceu, característica que
não aplica às memórias semânticas. Estas se referem a conhecimentos gerais e fatos e
não a eventos passados, como no caso das episódicas. As memórias episódicas são
consideradas caracteristicamente humanas, pois ainda não está claro até que ponto os
animais irracionais possuem a capacidade de criar esse tipo de memória, embora
consigam recordar-se de fatos (memória semântica) (SQUIRE; KANDEL, 2002;
IZQUIERDO, 2011).
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porque nos interessam. Nestes casos, lembramo-nos de forma nítida porque
desencadeamos espontaneamente uma codificação profunda e elaborada, bem
como um ensaio, ou seja, recordamos inúmeras vezes o evento na nossa mente.
(SQUIRE; KANDEL, 2002, p. 79).
A transmissão de sinais
Quando um neurônio recebe um estímulo, se este é “forte” o suficiente, produzirá um
impulso nervoso. O impulso nervoso corresponde a uma corrente elétrica que percorre o
axônio até os botões sinápticos. O impulso nervoso precisa encontrar a membrana numa
condição denominada potencial de repouso (-70 mV); uma vez iniciado, se auto
propagará. Os potenciais capazes de gerar tal transmissão de sinal são denominados
potenciais de ação (> 15 mV). Os sinais elétricos que percorrem neurônios, sinapses,
órgãos receptores e efetores constituem a base da comunicação, em todas as suas
instâncias.
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A plasticidade neural
Esta é definida como a capacidade que o sistema nervoso tem de mudar em resposta às
exigências do ambiente em que se encontra. É um fenômeno que depende de mudanças
microestruturais nos próprios neurônios, morfológicas e fisiológicas. O termo também
pode ser definido, quando ocorre nas sinapses, de plasticidade sináptica. Especialmente
as sinapses ao sofrerem o fenômeno plástico, ou ficam “fortalecidas”, reforçadas pelo
fenômeno de potenciação, ou se desfazem pela retração e protrusão dendríticas. Sem a
plasticidade neural, não aprendemos, simplesmente não nos adaptamos.
A produção do liquor
O liquor sustenta e protege o cérebro contra eventuais choques mecânicos. Além disso,
também desempenha um papel imunológico, servindo como veículo para nutrientes e
agentes de defesa contra infecções. O liquor é produzido pelo plexo coroide e, após
circular pelo interior do cérebro, é absorvido pelo sistema de drenagem venoso. Cerca
de 100-150 ml são produzidos diariamente. Durante séculos se acreditou que o sistema
ventricular era onde a alma estava alojada. O estudo do sistema ventricular e da
neurofisiologia do liquor, tão importante para o sistema nervoso central, prova que a
absorção de impactos e a proteção são básicas para qualquer processo, por mais
complexo que ele seja.
O pensamento
Segundo Jolivet, o pensamento é a capacidade que tem o ser de, através de três
operações mentais distintas, a formação de ideias, o juízo sobre as relações de
conveniência entre essas ideias e o raciocínio, que estabelece relações entre os juízos,
compreender o significado das coisas concretas e das abstrações, bem como das
relações que elas guardam entre si. Filosofias à parte, é através do pensamento que o ser
humano dá conta de sua existência e do seu papel social.
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CONCLUSÃO
A definição das condições de independência e complementaridade entre análise do
comportamento e fisiologia tem se mostrado um assunto polêmico na literatura
behaviorista radical e parece demandar, para ser equacionada, uma elaboração teórica
consistente, como também (e, talvez, principalmente) pesquisa empírica sistemática,
especialmente na área de aplicação clínica, onde o modelo analítico-comportamental
apenas recentemente começou a ser explorado com maior intensidade (e onde as
práticas culturais também - favorecem fortemente recortes internalistas). É possível
dizer que a polêmica se alimenta parcialmente de afirmações de Skinner, que, como
reconhecido no início deste texto, não são sempre coerentes. Mas exatamente dos
escritos de Skinner é possível derivar elementos que orientem de forma coerente a
demarcação das fronteiras entre as duas ciências.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEONTYEV, A. N. The development of mind. Pacifica, CA: Marxists Internet Archive,
2009. Disponível em: . Acesso em: 02 nov. 2013.
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