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Introdução
DISCIPLINA
INTRODUÇÃO À
NEUROPSICOLOGIA
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Disciplina |
Sumário
Sumário
Sumário ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 2
Introdução -------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
1 Sistema Nervoso ------------------------------------------------------------------------------------- 4
1.1 Sinapses ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6
1.2 Organização do Sistema Nervoso ---------------------------------------------------------------------------- 9
2 Áreas Sensoriais------------------------------------------------------------------------------------- 12
2.1 Áreas Relacionadas com a Linguagem -------------------------------------------------------------------- 13
3 Estudos sobre Atenção ---------------------------------------------------------------------------- 14
3.1 Bases Biológicas e Comportamentais do Mecanismo de Atenção -------------------------------- 14
3.2 Tipos de Atenção------------------------------------------------------------------------------------------------ 15
3.3 Desenvolvimento da Atenção: suas relações com a afetividade, vontade, memória e
pensamento 16
3.4 Interação entre Atenção e Afetividade. ------------------------------------------------------------------ 18
Referências ------------------------------------------------------------------------------------------------ 61
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Sumário
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Introdução à Neuropsicologia |
Introdução
Introdução
Vamos, aqui, conceituar os elementos básicos do sistema nervoso para
compreensão dos processos complexos como, mente, atenção, consciência,
aprendizagem, memória, fala e pensamento; reconhecer as estruturas do sistema
nervoso e suas principais funções; compreender os conceitos neurológicos para
aplicação em diagnósticos de diferentes dificuldades e necessidades especiais de
aprendizagem
1 Sistema Nervoso
O grande desafio da ciência é compreender a base biológica da consciência e
dos processos mentais pelos quais percebemos, agimos, aprendemos e lembramos.
Um passo evolutivo importante foi a fusão entre o estudo do comportamento - a
ciência da mente e a ciência neural - a ciência do cérebro.
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Sistema Nervoso
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Sistema Nervoso
Para se ter uma ideia da importância da mielina, basta observar que enquanto
não se alcança um determinado grau de desenvolvimento do processo de
mielinização neuronal não se aprende a falar ou a andar. A estimulação durante essa
fase é de importância crucial para esse processo.
1.1 Sinapses
Os neurônios entrem em contato com outros neurônios, principalmente através
de suas terminações axônicas, passando- lhes informações. Os locais de conexões são
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Sistema Nervoso
• complexo - para que seja processado, este arco reflexo envolve as vias
aferentes, ascendentes, de associação, descendentes e eferentes.
Os axônios dos neurônios, em alguns tratos e vias, são muito longos e formam
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Sistema Nervoso
diversas vias, que serão percorridas pelos impulsos nervosos. Essas vias levam
informações sobre as condições do meio ambiente ou sobre atividades viscerais até o
sistema nervoso central, e conduzem estímulos deste para órgãos efetores,
permitindo ao organismo adaptar-se às condições de cada momento, além de
conjugar os fenômenos da consciência e integrar sensações e ideias.
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Sistema Nervoso
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Sistema Nervoso
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Sistema Nervoso
O lobo frontal está relacionado com funções intelectuais tais como o raciocínio
e o pensamento abstrato; comportamento agressivo e sexual; fala (área de Broca),
linguagem e iniciação do movimento, tanto treinado quando postural. A área rotulada
como giro pré-central inicia especificamente o movimento treinado, e os impulsos
desta área motora são conduzidos, ao longo do tracto corticospinal, diretamente aos
neurônios motores dos nervos cranianos/espinais.
De modo interessante, a maioria dos tractos longos que vão ou vêm do córtex
(de outras áreas também) de neurônios sensitivos e motores respectivamente, cruzam
para o lado oposto. Assim, grande parte dos receptores do lado esquerdo são
representados do lado direito do córtex, e dos impulsos motores que se original do
lado esquerdo geram atividade muscular no lado direito do corpo.
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Áreas Sensoriais
2 Áreas Sensoriais
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA
Podem ser denominadas Podem ser denominadas Podem ser denominadas
também de área de projeção. também de áreas de também de área de
São áreas do córtex que associação ou interpretativas. associação. Recebem e
recebem ou dão origem a Estão localizadas no córtex integram as informações
fibras relacionadas adjacentes às áreas primárias. sensoriais já elaboradas por
diretamente com a Função: ocorre a interpretação, todas as áreas secundárias e
sensibilidade e com a ou seja, as características são responsáveis também pela
motricidade. sensoriais são comparadas elaboração das diversas
Função: têm-se consciência com o conceito do objeto estratégias do
das características sensoriais existente na memória do comportamento. Está
do objeto, sua forma, dureza, indivíduo, o que permite a sua relacionado também com o
tamanho. identificação. pensamento e memória.
Ex: Sensorial (giro pós -central) Ex: área pré-frontal; áreas
Motora (giro pré-central). límbicas (hipocampo).
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Áreas Sensoriais
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uma vez que o perfeito funcionamento da área de Broca depende de informações que
recebe da área de Wernicke, através do fascículo arqueado (feixe de axônios). Nos
raros casos em que esse fascículo é lesado, temos a chamada afasia de condução, em
que a compreensão da linguagem é normal (pois a área de Wernicke está íntegra),
mas existe déficit da expressão.
O sistema nervoso periférico, através dos receptores e das vias sensitivas envia
para o sistema nervoso central impulsos nervosos originados a partir de estímulos
diferentes, como os visuais, táteis, dolorosos, olfativos, auditivos etc. Estes impulsos,
após percorrerem várias estruturas neurais, chegam ao córtex cerebral para serem
interpretados.
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Esta classificação tem mais um caráter didático, pois em qualquer de suas formas
conhecidas a atenção sempre implica em atividade intelectual, quer seja orientando
os movimentos ou dando sentido às percepções sem perder o seu caráter de
independência.
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Durante toda a vida a visão constitui-se num sentido que tende a sobrepujar os
demais, e por isto, objetos inseridos no campo visual tendem a atrair a atenção com
grande facilidade. Por este motivo, brincadeiras de cabra cega e outras similares em
que se priva o sujeito da visão colaboram para mobilizar e desenvolver a atenção a
partir de informações provenientes dos outros sentidos.
Por volta dos cinco anos de idade a capacidade de obedecer a uma instrução
falada se torna suficientemente forte permitindo que a criança facilmente elimine os
fatores irrelevantes, distrativos, mas ainda podem aparecer sinais de instabilidade das
formas superiores da atenção.
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de uma criança para outra, sendo que as crianças com Déficit de Atenção mostram
uma capacidade para manter a atenção seletiva semelhante à de crianças de idade
inferior, e menor que de seus colegas de mesma idade e sem problemas de
aprendizagem.
afetividade-vontade-atenção-memória-pensamento.
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Para este autor, existem pelo menos dois grupos de fatores que são
determinantes da atenção e que asseguram o caráter seletivo dos processos psíquicos
que determinam tanto a orientação como o volume e a estabilidade da atividade
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De acordo com Aston-Jones et al. (1999), a atenção pode ser vista de acordo com
três aspectos distintos. O primeiro diz respeito à orientação para os eventos sensoriais,
que são as diferentes formas de atenção: motora, visomotora, auditiva etc. O segundo
refere-se ao controle executivo que relaciona a atenção à memória semântica e à
linguagem. O terceiro é o estado de vigília e alerta sustentado que prepara o sistema
nervoso para os aspectos anteriormente mencionados.
Sabe-se que o nível de vigília e alerta pode variar desde o coma profundo até um
estado de hiperalerta ansioso (WEINTRAUB e MESULAM, 1985). Esse nível pode ser
definido operacionalmente pela intensidade de estímulo necessário para desencadear
uma resposta do indivíduo. A qualidade da resposta em função da intensidade do
estímulo permite caracterizar estados como "estupor", "sonolência", "alerta" e
"hiperalerta" que descrevem, em ordem ascendente, os níveis de vigília e alerta de
uma pessoa.
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Luria (1981) afirma que seria um engano imaginar que a atenção da criança
pequena pudesse ser atraída somente por estímulos poderosos e novos ou por
estímulos ligados à exigência imediata. Ele ressalta que a criança vive em um ambiente
de adultos. Quando a mãe nomeia um objeto e o aponta com o dedo, a atenção da
criança é atraída para aquele objeto que, assim, começa a se sobressair dentre os
demais, não importando se ele origina um estímulo forte, novo ou importante.
Dessa forma, continua Luria (1981), o processo de atenção pode ser observado
não apenas durante o comportamento organizado, seletivo, mas reflete-se também
em indicadores fisiológicos precisos, que podem ser usados para estudar a
estabilidade da atenção.
Além dos trabalhos clássicos referidos por Luria (1981) abordando os processos
da atenção, outros mais recentes têm demonstrado que o desenvolvimento da
atenção passa pelo desenvolvimento de mecanismos cerebrais inibitórios (van der
MOLEN, 2000).
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Nessa mesma revisão, van der Molen (2000) assume que os processos inibitórios
se tornam mais eficientes ao longo da infância, possibilitando uma entrada menor de
informação irrelevante para a memória de trabalho e aumentando, assim, a
capacidade funcional da criança. Essa hipótese se assenta na ideia de que a eficiência
do processamento se dá em função das velocidades de ativação e inibição em termos
de um processo que bloquearia o alastramento da ativação. Essas mudanças na
eficiência de processamento e inibição cerebral ao longo do desenvolvimento da
criança estariam ligadas à maturação do sistema nervoso e, mais notoriamente, à
formação da mielina. A mielinização aumentaria a transmissão linear entre grupos de
células nervosas e reduziria a transmissão lateral (alastramento). ~
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Em ampla revisão, Ridderinkhof e van der Stelt (2000) afirmaram que a nossa
compreensão limitada das mudanças no desenvolvimento da seleção da atenção, em
crianças durante o processo de crescimento, é consequência de poucas pesquisas
sobre o tema.
Continuando, Ridderinkhof e van der Stelt (2000) afirmaram que, quando o foco
de atenção inicialmente selecionado é inibido, as crianças mais jovens ficam mais
sensíveis aos efeitos adversos da competição de resposta aos estímulos do que as
crianças mais velhas.
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Ruff et al. (1998) afirmaram que, durante a idade pré-escolar, as crianças focam
sua atenção por tempo muito variável em razão do objeto de atenção e em razão da
idade. Entre 2,5 e 4,5 anos de idade, vários índices de atenção aumentam enquanto
os de desatenção diminuem.
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Devido a sua plasticidade, nosso cérebro irá constituir-se durante toda a vida
numa obra de arte inacabada pois, a cada novo estímulo, a cada nova necessidade de
interação e, principalmente, a cada nova aprendizagem, novos circuitos neuronais são
ativados, novas sinapses são formadas. Os neurônios envolvidos aumentam o seu
vigor funcional reduzindo a possibilidade de serem eliminados através da apoptose.
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entanto, o bebê não consegue realizar tarefas que parecem simples como falar,
controlar o ato de urinar, e, simplesmente ficar de pé. Isto decorre da imaturidade
biológica do sistema nervoso, apesar de ter número excessivo de neurônios, estas
células ainda não estão se comunicando adequadamente, devido às poucas conexões
neuronais e ao processo de mielinização incompleto.
À medida que novos estímulos vão sendo incorporados na vida deste sujeito,
novas conexões são exigidas, e os comportamentos motores, intelectuais, e
vegetativos sofrem processo de amadurecimento.
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Nos seres humanos, diversos casos relatados na literatura e novos exames por
método de ressonância magnética funcional sugerem que a plasticidade cerebral
observada nos ratos pode ser extrapolada para os seres humanos. Tarefas mentais
como ouvir, falar, fazer um cálculo ou lembrar de algum fato faz áreas diferentes do
cérebro aumentar o seu metabolismo, ou seja, consumir mais glicose, e provavelmente
realizar mais sinapses.
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Deve ficar claro a definição de novas e ricas estimulações para o cérebro e o seu
limite. Pois o excesso de estímulos provoca uma sobrecarga, que conduz ao stress. E
na intenção de estar otimizando o funcionamento cerebral, muitas pessoas acabam
por um caminho reverso. Ou seja, submetidos ao stress e os efeitos negativos
cerebrais, como diminuição da memória e consequentemente do aprendizado.
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Cronobiologia
5 Cronobiologia
A Cronobiologia é o estudo sistemático da organização temporal da matéria viva,
ou seja, da capacidade dos seres vivos de expressarem seus comportamentos, bem
como controlarem sua fisiologia, de forma periódica e recorrente.
Ritmos biológicos
Os ritmos biológicos podem ser de: divisão celular; fotossíntese, excreção renal
de K, comportamental, reprodutivo, floração das plantas, hormonal e enzimático.
Caracterizam-se pela recorrência, a intervalos regulares de eventos bioquímicos,
fisiológicos e comportamentais. Variam em frequência, sendo classificados em:
Zeitgebers (Arrastadores)
Ritmos comportamentais
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Cronobiologia
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Cronobiologia
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Cronobiologia
sono. O primeiro é o pequeno dormidor, que precisa cerca de 5h30 a 6h30 de sono.
O segundo é o grande dormidor, que possui a necessidade de dormir de 8h30 a 9h30
(CIPOLA-NETO, 1988).
Miranda Neto (1997) mostra uma outra variação para o tempo de sono de um
indivíduo adulto, sendo esta dividida em três grupos: os pequenos dormidores, que
têm a necessidade de sono de 5 a 6 horas; os médios dormidores, cujo tempo de sono
é de 7 a 9 horas; e os grandes dormidores, que precisam dormir de 10 a 12 horas
diárias. Com isso, o autor afirma que não se pode dizer que um determinado indivíduo
está em privação de sono olhando apenas para a média da população, é preciso saber
o que é o normal dessa pessoa, observando, por exemplo, o quanto ela normalmente
dorme.
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Cronobiologia
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Cronobiologia
Adultos e crianças com privação de sono têm dificuldade para aprender. Isto
decorre, como já vimos, de alterações de curso do pensamento, da afetividade, da
atividade voluntária, da atenção e também da memória. Em termos práticos, se
estamos cansados e privados de sono, nosso pensamento se torna lento e confuso.
Os níveis de instabilidade afetiva que se instalam com a privação de sono vão se
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Cronobiologia
A teoria epigenética de Jouvet (1978, 1991) postula que o sono REM tem a
função de promover uma complexidade crescente das ligações sinápticas, mesmo
após o término da organização anatômica dos circuitos neuronais, que ocorrem
durante a embriogênese e primeira infância. Para o referido autor, o desenvolvimento
humano não pode se restringir a programação genética, aquilo que é fixo e herdado,
mas que, através do processamento onírico, surgem maneiras de o indivíduo transpor
tais limites.
Outra questão que deve ser compreendida é a dos cronotipos (OSTEBERG, 1976;
CARDINALI AET AL., 1992). É sabido que na população existem três diferentes
cronotipos: matutinos, intermediários e vespertinos. Os matutinos acordam cedo e
dormem cedo. São muito produtivos para os trabalhos físicos e mentais no período
da manhã e boa parte da tarde. Porém, no período noturno, em especial, após as 21
ou 22 horas, têm grandes dificuldades para se manterem acordados. Os vespertinos
dormem tarde e acordam tarde. Em compensação, são muito produtivos à tarde e à
noite. Os intermediários situam-se entre os dois tipos anteriores.
Como a maioria das escolas não oferece turmas vespertinas para as últimas séries
do ensino fundamental e para ensino médio, surge um problema bem conhecido:
retirar o adolescente vespertino da cama e mantê-lo acordado. Na verdade, estes
alunos vão para a escola quando ainda deveriam estar dormindo, pois se a sua noite
de sono se iniciou às 2 horas de manhã, às 6 horas ele está começando a segunda
metade do sono, que deveria estender-se até 10 ou 11 horas. Nesta fase, iria ocorrer
a intensificação do sono REM e os processos de consolidação da memória, além da
importante testagem das vivências através do processamento onírico. No entanto, o
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Cronobiologia
aluno tem seu sono interrompido para ir à escola, pois existe uma crença generalista
de que pela manhã a aprendizagem se processa com maior facilidade. Esta crença não
chega a ser errada. O que está incorreto é o conceito de manhã. É preciso diferenciar
a manhã ambiental, marcada pelo surgimento do sol, da manhã de cunho biológico,
que ocorre no organismo de cada indivíduo. Pode-se dizer que para os sujeitos
matutinos a manhã biológica coincide com a ambiental, enquanto para os vespertinos
isto não ocorre, pois a manhã ambiental ocorre enquanto eles ainda se encontram na
segunda metade da noite de sono.
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Cronobiologia
quando estamos dormindo e com frio). Nessa fase do sono a respiração se torna
profunda e regular, a frequência cardíaca e a produção de calor reduzem. Isso provoca
uma queda na temperatura corporal, uma vez que os mecanismos de regulação da
temperatura se tornam menos eficientes embora permaneçam ativos.
O sono paradoxal
Importante ressaltar que durante essa fase a pessoa se encontra no estado mais
profundo do sono e, entretanto, a atividade do cérebro é comparável à observada
quando acordado, tanto no consumo energético como no fluxo sanguíneo ou na
atividade elétrica e mesmo na atividade mental. Esses dois tipos de sono ficam se
alternando continuamente durante um episódio de sono. No homem o ciclo completo
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Cronobiologia
3. manutenção da memória;
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Cronobiologia
4. desenvolvimento cerebral;
5. desintoxicação.
Entre tantos outros. Todavia, a maioria dessas funções, senão todas, pode ser
alcançada mesmo com grande privação de sono. Dessa forma pode se concluir que a
maioria das funções propostas ao sono têm sido demonstradas como sendo
necessárias, mas não suficientes por si só para justificar a existência desse estado
comportamental tão complexo chamado de sono.
O sono tem tudo para ser um processo adaptativo que vem se especializando e
adaptando também através da evolução das espécies. Isso pode ser deduzido através
do estudo do sono nas diferentes espécies ao longo da escala evolutiva dos animais.
O sono de uma lagartixa é diferente do sono de uma ave ou de um mamífero. É
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Memória e Aprendizagem
Portanto, tentar achar uma resposta para a pergunta de "por que dormimos?"
pode passar pela missão de se achar uma resposta para cada função, para cada
fenômeno que mantém um organismo vivo, e, mais ainda, pensando, raciocinando,
lembrando, sentindo, emocionando-se.
6 Memória e Aprendizagem
Muitas das experiências que vivenciamos não esquecemos. Por exemplo, uma
visita às Cataratas do Iguaçu. A exuberância da natureza combinada com a abundância
e a fúria das águas. Cada pessoa guardará essas imagens de forma particular, pois a
memória mescla experiências vividas no ambiente com as nossas vivências interiores.
Assim somos seres "únicos" porque aprendemos e lembramos das nossas
experiências. O conjunto de memórias de cada um determina aquilo que se denomina
personalidade ou forma de ser.
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Memória e Aprendizagem
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Memória e Aprendizagem
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Memória e Aprendizagem
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Memória e Aprendizagem
É uma memória muito rápida. Pode durar apenas segundos ou algumas horas, e
é importante para proporcionar a continuidade do nosso sentido do presente. É crucial
tanto no momento da aquisição como no momento da evocação de toda e qualquer
memória, declarativa ou não. Através dela armazenamos temporariamente
informações que serão úteis apenas para o raciocínio imediato e a resolução de
problemas, ou para a elaboração de comportamentos, podendo ser esquecidas logo
a seguir. Em outras palavras, ela mantém a informação viva durante poucos segundos
ou minutos, enquanto ela está sendo percebida ou processada. Armazenamos em
nossa memória de curto prazo, por exemplo, o local onde estacionamos o automóvel,
uma informação que será necessária até o momento de chegarmos até o carro. Esta
forma de memória é sustentada pela atividade elétrica de neurônios do córtex pré-
frontal. Esses neurônios interagem com outros, através do córtex entorrinal, inclusive
do hipocampo, durante a percepção, aquisição ou evocação. E o mecanismo biológico
envolvido seriam as sinapses.
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Memória e Aprendizagem
As vezes não é preciso ver ou ouvir a mesma coisa duas vezes. A repetição é
necessária para aprender o número do CPF, mas uma única experiência pode ser
gravada para sempre, principalmente se ela estiver associada ao medo. O truque do
cérebro é avaliar nossas experiências a cada instante e escolher quais delas devem ser
mantidas para referências futuras e quais devem ser descartadas. Aliás, uma das
tarefas mais importantes do cérebro é esquecer, que significa deletar inúmeras
informações que nosso cérebro processa todos os dias.
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Memória e Aprendizagem
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Memória e Aprendizagem
O sono desempenha papel crucial na memória, pois é sabido que durante o sono
profundo, o cérebro se desconecta dos sentidos e organiza toda a atividade vivida
durante aquele dia, selecionando, processando, armazenando informações
processadas.
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A pessoa com TDAH mantém-se sempre vigilante, sendo sua atenção atraída por
estímulos novos, na maioria das vezes irrelevantes, o que compromete sua capacidade
de concentrar-se e prestar atenção no que lhe está sendo apresentado sem se distrair.
Como a focalização da atenção é fundamental para a compreensão e para o processo
de memorização, estas pessoas apresentam dificuldades de memorização, esquecem
seus compromissos ou pertences.
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na infância. Por isto tem sido proposto que o TDAH seja visto mais como um
transtorno de adaptação do que como uma doença estática, pois a dificuldade de
focalizar a atenção, a hiperatividade e a impulsividade somam-se como desvantagens
em situações em que a manutenção da atenção focalizada e o controle motor dos
impulsos são necessários.
O padrão de distração de uma criança de sete anos com TDAH pode assemelhar-
se ao de uma criança de três ou quatro anos que, por falta de desenvolvimento de seu
processo de atenção voluntária, desvia facilmente o foco de sua atenção. Rohde &
Benczik (1999) comentam que pesquisadores norte-americanos acompanharam
crianças com e sem TDAH enquanto assistiam à televisão. Quando não havia
brinquedos disponíveis no ambiente, as crianças com TDAH assistiam a um show na
televisão e eram capazes de responder a perguntas sobre o show da mesma forma
que as crianças que não possuíam TDAH. Quando eram colocados brinquedos no
ambiente, as crianças sem TDAH continuavam assistindo ao programa. As crianças
com TDAH entretinham-se com os brinquedos e interessavam-se menos pelo
programa. Passando-se de uma comédia para um programa educacional, as
diferenças tornaram-se mais marcantes. Neste caso, as crianças com TDAH tinham
maiores dificuldades para responder corretamente às perguntas sobre o conteúdo
que estavam assistindo.
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Atenção especial tem sido dada a possíveis alterações no lobo frontal e suas
conexões com os gânglios basais, em especial aquelas que partem do lobo frontal
passam pelo núcleo caudado e chegam ao sistema límbico. O lobo frontal entre outras
funções relaciona-se à atenção sustentada, ao autocontrole e ao planejamento do
futuro. Em adultos com TDAH foi constatado hipometabolismo no córtex cerebral pré-
frontal durante a realização de tarefas que requerem focalização da atenção (Zametkin
et al.,1990). Através de ressonância magnética foi demonstrado menor funcionalidade
do lobo frontal e de suas conexões em tarefas que exigem controle motor (Rubia et
al., 1999).
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ativador reticular ascendente, sistema límbico, lobo frontal, região parietal posterior e
inferior). Quando o TDAH está associado com depressão há também alterações da
produção de serotonina.
Tem dificuldade em assistir a uma palestra, ler um livro, sem que sua cabeça “voe”
para bem longe perdida num turbilhão de pensamentos. Comete erros por falta de
atenção a detalhes, faz várias coisas simultaneamente, ficando com vários projetos,
tarefas por terminar e a cabeça remoendo todos os "tenho que". Quando motivado
e/ou desafiado, tem uma hiperconcentração. É desorganizado tanto internamente (mil
pensamentos e ideias ao mesmo tempo), como externamente: mesa, gavetas, papéis,
prazos, horários...
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humor. Muda com facilidade de metas e planos. É comum ter mais de um casamento
ou relacionamento estável.
Essa disfunção é crônica, herdada na grande maioria das vezes, daí sua presença
desde a infância.
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Provocar confusão, discutir, viver em conflito consigo e/ou com o(s) outro(s) é
uma forma inconsciente de estimulação do córtex pré-frontal, que anseia por mais
atividade. A pessoa não percebe esse processo, não o faz de propósito, mas pode ficar
viciada em confusão.
− dificuldade de concentração;
− distração;
− dificuldade em ouvir;
− falta de controle dos impulsos;
− desorganização;
− tendência ao adiamento de tarefas;
− sonhar acordado;
− falta de perseverança;
− tendência a executar várias tarefas ao mesmo tempo, deixando muitas
inacabadas;
− falha na organização de tempo e espaço dificuldade de planejamento
problemas de memória a curto prazo;
− dificuldade para lidar com regras sociais;
− falhas de julgamento, interpretações errôneas;
− dificuldade em expressar sentimentos;
− ansiedade crônica;
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O córtex pré-frontal estabelece uma relação com o sistema límbico: quando este
fica hiperativo, as emoções tendem a tomar “posse” da pessoa. Isso acontece quando
o córtex pré-frontal está em hipofuncionamento como no caso do TDAH.
Prevalência
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Referências
Referências
GARCIA, J.N. Manual de dificuldades de aprendizagem. Madrid: NARCEA, 1995
MIRANDA NETO, M.H.; MELO, S.R. BRUNO NETO, R. et al. Anatomia Humana -
Aprendizagem dinâmica. 2006. ed. gráfica clichetec - Maringá -PR.2006.
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Referências
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