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A proteção das crianças:

prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

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O papel social
das escolas
A proteção das crianças:
prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

2. O papel social das escolas


Como é que a comunidade se pode (re)organizar para assegurar os
direitos da criança?

• As escolas desempenham um papel social incontornável no desenvolvimento das


crianças, garantindo-lhes o acesso a serviços essenciais de educação, proteção,
nutrição, apoio psicossocial e saúde.
• O encerramentos das escolas exacerbam o risco de exposição à violência para
mulheres e crianças.
• Para crianças expostas a situações de violência ou abuso, as escolas servem, muitas
vezes, como um dos únicos lugares onde podem estar seguros, bem como
relacionarem-se com outras crianças e adultos de confiança.
• As crianças necessitam de ser ensinadas a estarem preparadas, a responderem e a
reconstruirem estratégias para agir mediante situações de risco ou perigo.

A escola como espaço seguro para estar e aprender.


A proteção das crianças:
prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

2. O papel social das escolas


Como é que a comunidade se pode (re)organizar para assegurar os
direitos da criança?

• O papel da escolas, na área da prevenção e da intervenção em situações de perigo ou


risco está estabelecido primordialmente em dois documentos:
1. Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo – nomeadamente o artigo 7º;
2. Estatuto do Aluno e Ética Escolar – nomeadamente o artigo 47º.

A escola como entidade que promove e potencia a articulação


entre entidades.
A proteção das crianças:
prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

2. O papel social das escolas


Como é que a comunidade se pode (re)organizar para assegurar os
direitos da criança?
Princípios para ação na ótica dos direitos:
• Intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança:
• Participar e ser ouvida – a criança tem de conhecer e reconhecer o processo e fazer parte
das soluções, de acordo com o seu interesse superior, maturidade e desenvolvimento;
• Respeito pela privacidade;
• Direito à imagem e reserva da vida privada da criança e família;
• Intervenção deve ser precoce e célere – importante para tal, saber prevenir, detetar e o que
fazer;
• Mínima - a indispensável à promoção dos direitos e proteção da criança;
• Adequada à situação, só intervindo na vida da criança e na da sua família na medida do
estritamente necessário;
• Com circuitos bem definidos, nomeadamente o papel de cada um dos intervenientes – numa
ótica de multidisciplinariedade, para intervir holística e sistemicamente;
• Orientada para a responsabilização da família relativamente aos seus deveres fundamentais
para com as crianças – tal como previsto na Convenção sobre os direitos da criança –
família como elemento fundamental.
A proteção das crianças:
prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

2. O papel social das escolas


Como é que a comunidade se pode (re)organizar para assegurar os
direitos da criança?
Princípios para ação na ótica dos direitos:
• Intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança:
• Participar e ser ouvida;
• Respeito pela privacidade;
• Direito à imagem e reserva da vida privada da criança e família;
• Intervenção deve ser precoce e célere;
• Mínima - a indispensável à promoção dos direitos e proteção da criança;
• Adequada à situação, só intervindo na vida da criança e na da sua família na
medida do estritamente necessário;
• Com circuitos bem definidos, nomeadamente o papel de cada um dos
intervenientes;
• Orientada para a responsabilização da família relativamente aos seus deveres
fundamentais para com as crianças.
A proteção das crianças:
prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

2. O papel social das escolas


Como é que a comunidade se pode (re)organizar para assegurar os
direitos da criança?

• No contexto educativo, ou noutro que envolva comunicação não presencial, como


recurso para acompanhar crianças e famílias, podem definir-se estratégias para
prevenir e detetar precocemente as situações de risco ou perigo, como:
• Promover a articulação entre as entidades que colaboram com as crianças e
respetivas famílias;
• Promover a saúde mental das crianças;
• Capacitar crianças e jovens para identificarem e intervirem em situações de
violência, nomeadamente através da Educação pelos Direitos;
• Garantir que as crianças têm acesso contínuo aos serviços de acompanhamento
terapêutico;
• Capacitar o pessoal docente e não docente com conteúdos e ferramentas sobre
matérias de infância e juventude, nomeadamente na área da proteção.

The Alliance for Child Protection in Humanitarian Action, UNICEF and Save the Children. (2020). Social Protection and Child
Protection: Working together to protect children from the impact of COVID-19 and beyond.
UNICEF Portugal (2020). Prevenção e contenção do COVID-19: Como proteger as crianças na escola, em casa e na
comunidade. Lisboa: UNICEF Portugal.
A proteção das crianças:
prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

2. O papel social das escolas


Como é que a comunidade se pode (re)organizar para assegurar os
direitos da criança?

• No acompanhamento a situações e risco ou perigo, e perante novos casos, podem


adotar-se os seguintes procedimentos para uma ação concertada e baseada em
direitos:
• Ter conhecimento claro sobre a história da família e o seu atual contexto familiar,
bem como, quais são as organizações na comunidade com quem o agregado
familiar contacta;
• Criar espaços e ferramentas que assegurem um contacto mais informal entre
alunos e professores, nomeadamente através de contactos regulares e
permanentes;
• Readaptar os momentos síncronos às necessidades das crianças, permitindo que
possam ser utilizados para promover momentos de reflexão e análise;
• Definir, com os técnicos e terapeutas, métodos de acompanhamento à distância
como a definição de sessões síncronas ou em determinados contextos, através
de visitas domiciliárias;
• Investir na capacitação e formação contínua do pessoal docente e não docente
em matérias de infância e juventude.
A proteção das crianças:
prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

2. O papel social das escolas


Como é que a comunidade se pode (re)organizar para assegurar os
direitos da criança?

Experiências:
• Desenvolvimento de um botão no qual as crianças podem clicar enquanto estão no
ensino à distância para sinalizar um problema. Isto permite à escola investigar o que
está a acontecer e relatar qualquer suspeita de maus-tratos às entidades com
competência nesta matéria;
• As escolas definem um método, que por sua vez é do conhecimento dos alunos, sobre
as formas de contacto particular com elementos chave no processo educativo;
• Medidas específicas tomadas por escolas parceiras da UNICEF Portugal:
• Identificação dos alunos beneficiários de ASE, dos que se encontram acompanhados pelas
CPCJ e dos alunos para os quais a Escola considera ineficaz a aplicação do regime misto e
não presencial;
• Criação de uma equipa de apoio tecnológico na escola para alunos sem equipamento;
• Reforço no acompanhamento (presencial e à distância) a crianças e famílias de risco pela
Assistente Social.
A proteção das crianças:
prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

2. O papel social das escolas


As necessidades de proteção de grupos específicos de crianças

A situação é particularmente preocupante para determinados grupos, como crianças


refugiadas e migrantes, em acolhimento ou sinalizadas/em perigo ou risco.

A intervenção com grupos específicos ou sobre determinados tipos de violência, deve ser
sempre contextualizada, adequada à problemática e à população-alvo.
A proteção das crianças:
prevenção e deteção à distância de situações de risco ou perigo

Referencias bibliográficas
• Fórum Municipal de Cascais contra a Violência Doméstica e Grupo de Trabalho Educação e Violência.
(s/d). Intervenção em situações de violência em contexto escolar. Cascais: Câmara Municipal de
Cascais.
• Neal, J. (14 August 2020). Will online schooling increase child abuse risks? Retrieved from Harvard Law
Today: https://today.law.harvard.edu/will-online-schooling-increase-child-abuse-risks/.
• Lei n.º 51/2012, de 5 de setembro. Diário da República n.º 172/2012 - I Série. Assembleia da República.
• Lei n.º 147/99, de 1 de setembro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º31/2003, de 22 de agosto,
pela Lei n.º 142/2015, de 8 de setembro, pela Lei n.º 23/2017, de 23 de maio e pela Lei n.º 26/2018, de
5 de Julho.
• The Alliance for Child Protection in Humanitarian Action, End Violence Against Children, UNICEF, WHO.
(May 2020). COVID-19: Protecting Children from Violence, Abuse and Neglect in the Home.
• The Alliance for Child Protection in Humanitarian Action, UNICEF and Save the Children. (2020). Social
Protection and Child Protection: Working together to protect children from the impact of COVID-19 and
beyond.
• UNESCO. (2017). School safet y manual - Tools for teachers. Ethiopia: UNESCO-IICBACBA International
Institute for Capacity Building in Africa.
• UNICEF. (2019). Convenção sobre os Direitos da Criança e Protocolos Facultativos. Lisboa: Comité
Português para a UNICEF.
• UNICEF. (2020). Prevenção e contenção do COVID-19 - Como proteger as crianças na escola, em casa e
na comunidade. Lisboa: UNICEF Portugal.
• UNICEF Romania. (15 April 2020). Children at increased risk of harm online during global COVID-19
pandemic - UNICEF. Retrieved from UNICEF Romania: https://www.unicef.org/romania/press-
releases/children-increased-risk-harm-online-during-global-covid-19-pandemic-unicef.

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