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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS-CCH

CURSO DE GEOGRAFIA-LICENCIATURA

7º PERÍODO

SEMSTRE 2020.2

RESENHA

SOBRAL-CE

2021
MARIA RAYLANE SILVA MESQUITA.

Resenha: Pensar a geografia política no século XXI

Trabalho apresentado à prof.ª Glauciana


Teles como requisito parcial à obtenção
de nota da referente à disciplina de
Geografia Política.

Orientadora: Prof.ª Glauciana Teles.

SOBRAL-CE

2021
SUMÁRIO
1.Introdução ...................................................................................................... 4

2. Renovação do debate temático e teórico na geografia política ............... 6

3. Face a face com o evento ............................................................................ 7

4. Referências Bibliográficas ......................................................................... 9


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1.Introdução
A ciência geográfica no que se refere a sua oficialização como disciplina
acadêmica, nota-se essa institucionalização exigiu a necessidade de buscar
compreender as relações no espaço geográfico, ou seja, a produção,
organização e as dicotomias do espaço. Desse modo, observa-se que essa
análise é muito complexa uma vez que o mundo é suscetível a diversas
transformações e apresenta uma imensa diversidade. Por conseguinte, é válido
ressaltar que há uma discussão na perspectiva da ciência geográfica os
problemas que envolvem as questões políticas e territoriais já que são
importantes aspectos presentes na formação da história e cultura da sociedade.

Em realidade, nota-se em parte os conflitos de interesses tem sua gênese


nas disputas territoriais, dessa forma, os conflitos se materializam como uma
análise geográfica. Diante disso, o autor indica que é na relação entre a politica,
que consiste em uma expressão e modo de controle dos conflitos sociais, e o
território, que por sua vez é a base material e simbólica da sociedade, que se
define o campo da geografia política.

É notório que a partir do século XX os fenômenos contraditórios dirigem


ainda mais as relações políticas ao campo de estudo da geografia. A exemplo
pode-se citar o contexto de globalização, enfraquecimento do estado- nação,
ressurgimento dos nacionalismos, aumento na circulação de mercadorias, mão
de obra, renascimento do regionalismo, expansão da democracia e etc., todos
esses aspectos citados anteriormente são importantes fatores pertinentes aos
estudos de geografia política.

Ademais, o autor aborda que a geografia politica pode ser entendida como
um conjunto de ideais referentes ao campo político e acadêmico sobre as
relações da geografia com a política ou a política com a geografia. O
conhecimento produzido por essa área do conhecimento é resultado da análise
e interpretação dos fatos políticos no decorrer da história. Segundo John Agnew
“em um mundo da ação humana não é possível falar em uma visão singular, de
lugar nenhum, para justificar esta ou aquela perspectiva como melhor que a
outra”. Isto é, na produção de conhecimento também necessita-se de um estudo
interdisciplinar entre as diferentes áreas do conhecimento.
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Por outro lado, é válido salientar que a ampliação da politica ao incorporar


questões voltadas a identidade politica e aos movimentos políticos tem
colaborado para a seleção e ordenamento de temáticas mais avançadas na
perspectiva da ciência geográfica. Nesse contexto, é notório que a inserção e a
ampliação da política na contemporaneidade inverteram o significado a geografia
politica tornando assim o estudo de geografia voltado de como a geografia é
informada pela política. Na gênese da geografia, essa área do conhecimento de
geografia politica tinha como compromisso compreender a forma pela qual a
politica era influenciada pela geografia.

A influencia do determinismo na geografia esta relacionada a


preocupação de alguns filósofos como Montesquieu com o intuito de criar
possibilidades para explicar a fluidez da vida politica com uma argumentação
fundamentadas em fatores baseados no meio físico. Nessa perspectiva, por
muito tempo mostrou a distribuição dos continentes e oceanos, cadeias de
montanhas, rios, climas e outras características relacionadas a superfície da
Terra a fim de compreender a forma pelo qual a sociedade separava o mundo
em Estados e Impérios e como eles competiam por poder e influência.

Em continuidade, além da perspectiva determinista Ratzel elaborou uma


teoria na qual aborda as relações entre politica e espaço. Dessa forma, introduziu
o conceito de sentido do espaço que consiste no ideal de que em parte havia
povos com maior capacidade de organizar as paisagens, apreciar os recursos
naturais, de se consolidar a partir da concepção de território. Nesse contexto, é
válido salientar que a concepção proposta por Ratzel foi baseada na biologia e
em temas que respondiam os anseios de problemáticas relativas aos conflitos
territoriais e a fortificação do Estado.

No século XX foram pertinentes alguns questionamentos na perspectiva


da geografia política sobre o poder, os planejamentos de controle e a dominação
do território pelo Estado nacional. Do ponto de vista histórico, após a Primeira
Guerra Mundial os conhecimentos geográficos foram de suma importância para
elaborar novas fronteiras na Europa. Em continuidade, na Segunda Guerra
Mundial a geopolítica alemã, elaborada por Ratzel, contribuiu para compreender
o autoritarismo do III Reich e o expansionismo alemão. Nesse âmbito, é visível
que a geografia política e a geopolítica são essenciais para compreender as
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diversas relações presente no contexto global. Logo, é notório que os variados


contextos históricos e sociais influenciam no estudo dessa área do
conhecimento.

2. Renovação do debate temático e teórico na geografia política


Ademais, na segunda metade do século XX, vários contextos históricos e
sociais contribuíram para o desenvolvimento das técnicas e por sua vez
propiciaram a ampliação das concepções geográficas uma vez que surgiu novas
bases teórico metodológicas com uma visão maior sob a análise espacial. Sendo
assim, surgiu novos estudos relacionados a geografia eleitoral uma que vez que
a democracia ganhou significativo espaço, sobre a economia e a política já que
as relações comerciais foram intensificadas com o processo de globalização e
com a influencia da concepção marxista, desse modo, vários contextos históricos
influenciaram na ampliação dos estudos de geografia.

A renovação da geografia possibilitou interesses pelas questões politicas


que por sua vez envolve também as questões territoriais e as diversas temáticas
presentes na sociedade. No final da década de 1970, de acordo com a
concepção proposta por Kevin Cox, na perspectiva da geografia, é evidente que
esse autor privilegiou a geografia eleitoral e os impactos das politicas publicas
na organização socioespacial distanciando-se dos ideais tradicionais da
disciplina de geografia.

Em continuidade, na década de 1980 John Agnew propõe a concepção


de escala geográfica no qual para ele é a chave para entender um determinado
fenômeno e superar a polemica entre as noções da redução na qual pressupõe
que o menor nível de analise é sempre o melhor e a holista no qual acredita que
o todo é sempre maior que a soma das partes e que as escalas geográficas mais
abrangentes são sempre as melhores.

Outrossim, por volta da década de 1950 Jean Gottmann criticou o


determinismo existente nas ciências sociais e na geografia. Desse modo,
Gottmann propõe o questionamento das relações propriamente dita como
simples estabelecidas pela constatação da coincidência de alguns fatos nos
mapas. Por conseguinte, para Gottmann a questão central era desenvolver uma
teoria do espaço politico apto a explicar a divisão do espaço global e a
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distribuição do poder em termos de tendência dinâmica mais do que em termos


de Estados permanentes.

Os estudos de Gottmann relacionados a geografia e a política em distintos


Estados tinha preocupação de enuncia-los de modo preciso. Dessa forma,
Gottmann também considera em seus estudos que há uma simbiose entre três
categorias de símbolos que consiste para os povos uma iconografia complexa e
eficaz que é a religião, passado politico e a organização social. Em síntese,
Gottmann tenta compreender a história humana e as divisões do espaço por
meio das oscilações entre sistemas socioterritoriais abertos e fechados como
decorrentes das tensões entre dois tipos de ideais, isto é, a necessidade de
segurança e de abrigo.

Por outro lado, no final da década de 1980 Peter Taylor propôs um modelo
de estudo voltado a geografia política baseado na economia política. Esse autor
criticou as correntes que adotavam modelos explicativos não abrangentes. Além
disso, Peter Taylor acredita que a ausência de uma teoria unificadora diminui a
capacidade da disciplina.

Além disso, Taylor investiga os fenômenos políticos e geográficos com


base em uma perspectiva voltada aos padrões globais de acumulação do capital
e do desenvolvimento desigual o que propiciou a incorporação de temas
tradicionais e os novos da disciplina. Nesse contexto, os fenômenos são
analisados e explicados com base na localização e em relação as categorias
principais da divisão internacional do trabalho como centro, periferia e
semiperiferia produzidas pela economia capitalista mundial.

3. Face a face com o evento


Em parte, alguns marcos na história política contemporânea do mundo
têm avaliações em aberto bem como o ataque terrorista às torres do World Trade
Center em Nova Iorque no dia 11 de setembro de 2001, a guerra do Afeganistão,
a ameaça de guerra contra o Iraque e etc. Diante disso, é válido salientar que
esses assuntos de cunho histórico contribuem para os estudos relacionados a
geografia política no contexto mundial. Em realidade, na hodiernidade percebe-
se que há várias transformações no mundo o que necessita de interpretações.
Sendo assim, nota-se que no mundo atual há novos protagonistas em rede
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global, nacional e local que suscitam questionamentos relacionados a


hegemonia e a centralidade do Estado e da Nação contemporânea. Por
conseguinte, é válido ressaltar que o Estado-Nação no passado apresentava-se
com um papel inovador. Contudo, na atualidade constitui um foco de resistência.
Além disso, nota-se que a complexidade das relações presente na
contemporaneidade visto os interesses se movem em ritmos diferentes se
movem de modo assincrônico em diferentes escalas.

O contexto dos Estados Unidos e os dilemas que envolve os Estados


Nacionais frente as transformações seguem para uma nova ordem mundial,
nesse sentido, é necessário uma análise desse cenário no que se refere as
ações terroristas. Em continuidade, segundo o autor a guerra é uma estratégia
dos Estados para aumentar o controle sobre os territórios e as riquezas diante
de outras nações. As questões pertinentes acerca da influência e o poder do
Estado necessitam ser analisadas sob dois pontos de vista o interno e o externo.
Dessa forma, o interno consiste em medidas de controle das fronteiras e
contenção das liberdades pessoais dos cidadãos. Em realidade, essas decisões
são medidas objetivas que foram possibilitadas pela centralidade politico e
territorial relacionados

A geografia política reflete sobre as questões entre a política relacionado


ao controle dos conflitos de interesses, decisões e ações e o território que é a
base material e simbólica do cotidiano social. Diante disso, a geografia politica
incorporou variados temas produzidos pelas ebulições que apontam as
transformações na ordem atual em diferentes escalas. Os movimentos e
transformações históricas e espaciais são heterogêneos e apresentam
dinâmicas que incorporam as formas de organização na qual em parte ainda
permeia resistências as mudanças. Nesse sentido, a geografia politica deve
considerar em seus estudos tanto os fatores atuais como também preservar as
dinâmicas antigas.
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4. Referências Bibliográficas
CASTRO. Iná Elias de. Pensar a geografia política no século XXI.
In:___________. Geografia e política: território, escolas de ação e instituições.
6ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p.15-37, 2014.

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