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Custódio Jorge

Impacto Ambiental da Construção de Infra-Estruturas Turísticas no Distrito Municipal de


KaNyaca: Caso da Ilha dos Portugueses
(Licenciatura em Ensino de Geografia)

Universidade Pedagógica
Maputo
2020
Custódio Jorge

Impacto Ambiental da Construção de Infra-Estruturas Turísticas no Distrito Municipal de


KaNyaca: Caso da Ilha dos Portugueses
(Licenciatura em Ensino de Geografia)

Projecto de pesquisa cientifica apresentado a cadeira de


Metodologias de Investigação Científica, Curso de
Licenciatura em Ensino de Geografia, para Efeito de
avaliação.

Prof. Doutora Suzete Lourenço Buque

Universidade Pedagógica
Maputo
2020
ii

Lista de Capítulos

CAPITULO 1: INTRODUÇÃO................................................................................................ 4
CAPITULO 2: REVISÃO DA LITERATURA...................................................................... 7
CAPITULO 3: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................ 13
CAPITULO 4: ORÇAMENTO E CRONOGRAMA .......................................................... 15

Lista de Quadros

Quadro 1: Ilustração da Amostra ........................................................................................... 15


Quadro 2: Cronograma das Actividades ............................................................................... 16
Quadro 3: Inpacto Orçamental............................................................................................... 16

Lista de Siglas

EBMI -Estacão da Biologia Marítima de Inhaca

UEM – Universidade Eduardo Mondlane

MSC– Mediterranean Shipping Cruises


Índice
Lista de Capítulos ..................................................................................................................................... ii
Lista de Quadros ...................................................................................................................................... ii
Lista de Siglas ........................................................................................................................................... ii
CAPITULO I: ..............................................................................................................................................4
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................4
1.1. Contextualização ....................................................................................................................4
1.2. Tema ........................................................................................................................................5
1.3. Problematização .....................................................................................................................5
1.4. Justificativa .............................................................................................................................5
1.5. Objectivo de Estudo ...............................................................................................................6
1.5.1. Geral: ...............................................................................................................................6
1.5.2. Específicos:......................................................................................................................6
1.6. Hipotese ...................................................................................................................................6
1.7. Delimitação do Tema .............................................................................................................7
CAPITULO II: .............................................................................................................................................7
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................................7
2.1. Impacto Ambiental .................................................................................................................7
2.2. Educação Ambiental ..............................................................................................................9
2.3. Infra-estruturas Turísticas ................................................................................................. 10
2.4. Turismo em Ilhas................................................................................................................. 11
2.5. Estrategia Nacional de Reflorestamento (2006) ............................................................... 12
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................................................... 13
3.1. Metodologia ......................................................................................................................... 13
3.2. Tipo de Estudo ..................................................................................................................... 13
3.3. Método de procedimento .................................................................................................... 13
3.4. Técnicas ................................................................................................................................ 14
3.5. Selecção da Amostra ........................................................................................................... 14
3.6. Coleta de Dados ................................................................................................................... 14
CAPITULO IV: ......................................................................................................................................... 15
4. ORÇAMENTO E CRONOGRAMA ....................................................................................................... 15
4.1. Cronograma ............................................................................................................................... 15
4.2. Orçamento ................................................................................................................................. 16
5. Conclusão ...................................................................................................................................... 17
6. Referências bibliográficas................................................................................................................ 18
4

CAPITULO I:

1. INTRODUÇÃO

Inhaca é uma ilha situada à entrada da baía de Maputo, no sul de Moçambique. Está situada
a 32 km a leste da cidade de Maputo, de cujo município faz parte administrativamente,
constituindo um distrito municipal, o distrito KaNyaka. A Ilha de Inhaca está inserida nesta
realidade, especificamente a ilha dos portugueses, estão sofrendo uma grande ameaça com a
instalação de infra-estruturas turísticas. Trata-se de uma construção que primeiro precisou o
nivelamento do espaço, degradando dunas de areia e vegetação importante que defende o solo
contra a erosão, trata-se de uso de maquinarias e de transportes de material não adequado para
o uso em espaços sensíveis, falamos de tractores e de modelos de construção que não mostram
valores pró-ambientalistas, apenas uma vontade capitalista manifesta relegando interesses
ambientais para o segundo plano, colocando em primeiro lugar o lucro e a maximização de
ganhos.

1.1. Contextualização

Para SILVA (2004), o turismo é uma actividade marcante nas sociedades contemporâneas,
um fenômeno econômico, político, social e cultural dos mais significativos que se originou e se
desenvolveu com o capitalismo no mundo inteiro. Ele tem representado nas últimas décadas
como uma das mais promissoras actividades econômicas mundiais, geradora de postos de
trabalho e de divisas. O turismo gera actividades indirectas que atingem os mais variados
sectores da economia, desde a indústria até a agricultura, no entanto estão localizadas no sector
terciário. Ao analisar o turismo sob os aspectos econômico e social, é possível avaliar a sua
capacidade de gerar empregos, distribuir renda, captar divisas e proporcionar a melhoria da
qualidade de vida das comunidades. Porém, ao analisar sob ponto de vista ambiental, o turismo
e as suas infra-estruturas podem gerar graves problemas.

Os espaços ambientalmente sensíveis, como montanhas, margens de rios e outros, são


ameaçados pela acção do homem, que nas suas actividades industriais ou de exploração, vai
criar males ao meio ambiente, as consequências das acções humanas sobre o meio são sentidas
a curto, médio e se repercutirão a longo prazo, ora vejamos, se uma árvore de mangal leva anos
para robustecer e defender as margens da praia, significa isto, que serão necessários mais anos
de espera para crescer mais uma outra árvore, o que pode ferir as gerações vindouras.
5

É neste âmbito, que através deste estudo, pretendo criar uma proposta local à educação
ambiental como forma de consciencializar os sectores económicos, as elites governativas locais,
bem como as instituições fiscalizadoras, a respeitar e a prever as consequências das actividades
do homem face ao meio ambiente, pretendo acordar a dialéctica entre o homem e o meio que a
muito foram abandonados em nome do investimento.

1.2. Tema

Impacto Ambiental da Construção de Infra-Estruturas Turísticas no Distrito Municipal de


KaNyaca: Caso da Ilha dos Portugueses.

1.3. Problematização
Na actualidade, o turismo é caracterizado por fenómeno em massa, causa diversos efeitos
nas comunidades e nos centros receptores. No caso concreto do arquipélago de Inhaca, a
construção de infra-estruturas turísticas na Ilha dos Portugueses, a comunidade e as estruturas
governamentais e locais tem centrado a sua análise na influência e da recreação que estas infra-
estruturas trazem. Estes tendem a considerar a geração de divisas, a importância e as
características do gasto feito pelos turistas, a geração de emprego e o papel do turismo como
agente de desenvolvimento na comunidade. Contudo, é evidente que a actividade turística gera
outros efeitos, principalmente ambientais, sociais e culturais.

Toda a zona costeira, uma duna consolidada com vegetação natural, é protegida como
reserva integral, assim como a próxima ilha dos Portugueses (antes conhecida como Ilha dos
Elefantes), sob a responsabilidade da Estacão de Biologia Marítima, um órgão da Universidade
Eduardo Mondlane (UEM). Mas apesar desta entidade tutelar o arquipélago de Inhaca, cabe as
autoridades municipais autorizar a construção de várias infra-estruturas na Ilha dos Portugueses,
infra-estruturas essas que tem um impacto negativo ao meio ambiente.

Diante do que foi exposto acima, coloca-se a seguinte pergunta de partida:

 Quais os impactos sócios- ambientais resultantes da construção de infra-estruturas


turísticas na Ilha dos Portugueses?

1.4. Justificativa
Na actualidade, tem sido assistido uma longa e profunda crise ambiental resultante da acção
do homem sobre a natureza, as modificações que este promove e que acabam desembocando
em forte crise ambiental e que gera sérios problemas para a humanidade como um todo. Esses
6

problemas ambientais têm evidenciado na ilha de Inhaca nos últimos tempos e os mesmos são
em resultado do turismo e das suas infra-estruturas que foram sendo implantadas naquele
espaço e acabam gerando uma degradação do solo e aos poucos a ilha vai desaparecendo, o que
a longo prazo pode trazer sérios problemas para a costa das praias da província de Maputo.

A finalidade geral da pesquisa, é propor medidas de mitigação dos problemas ambientais


gerados pelo mau uso do espaço territorial da ilha dos portugueses por parte de operadores
turísticos de modo, a que o desenvolvimento socio-económico não seja minado, estando neste
caso ligadas ora aos espaços habitacionais, turísticos ou de exploração de recursos naturais do
ponto de vista económico e social. Desse modo, abordagem do tema poderá contribuir com a
geração de conhecimentos ou até informações necessárias à compreensão das condições
ambientais locais, bem como a reflexão sobre as medidas que possam ser aplicadas no
planeamento e gestão desta reserva, como a da Inhaca.

1.5. Objectivo de Estudo

1.5.1. Geral:
 Analisar o impacto sócio-ambiental, resultante das construções de infra-estruturas
turísticas na ilha dos portugueses.

1.5.2. Específicos:
 Identificar os impactos ambientais provocados pela construção de infra-estruturas
turísticas na Ilha dos Portugueses;
 Caracterizar o estágio actual dos problemas ambientais na Ilha dos Portugueses
relacionada com construção de infra-estruturas turísticas;
 Propor alternativas de construção pró-ambiente para a ilha dos portugueses.

1.6. Hipotese

Os impactos socio-ambientais resultantes da construção de infra-estruturas turísticas são


o desmatamento em trilha, degradação do sistema dunar, perda de mangais na zona costeira,
bem como o lixo e fecalismo a céu aberto e como medida de mitigação propõe-se a educação
7

ambiental para os operadores turísticos e o plantio de espécies nativas para o combate a


erosão e consequente desaparecimento a curto prazo da ilha dos portugueses.

1.7. Delimitação do Tema

No contexto, o trabalho vai cingir-se no impacto ambiental das infra-estruturas turísticas e


como será implementada a educação ambiental de modo a que sejam reduzidos os problemas
ambientais que se assistem na ilha dos portugueses no distrito da ilha de Inhaca, na província
de Maputo. No tempo, o trabalho compreendera o ano de 2020, por ser o ano da nossa
observação dos factos e por ser o ano onde tem sido assistido maiores problemas ambientais
com a implantação de locais truísticos, causando problemas a comunidade residente na ilha. E
no espaço, será feito na ilha dos Portugueses, no distrito de Inhaca, na província de Maputo.

CAPITULO II:

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Impacto Ambiental

O impacto ambiental é um conceito que foi abordado por vários teóricos ao longo seu percurso
até aos dias de hoje, a seguir, trazemos algumas definições que achamos pertinentes para o
nosso estudo:

O impacto ambiental é um desequilíbrio provocado pelo choque da relação do homem com


o meio ambiente (SÁNCHEZ, 2006).

O impacto ambiental é definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas
e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-
estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e
sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.

Um impacto ambiental é sempre consequência de uma acção, porem, nem sempre as


consequências de uma acção humana, merecem ser consideradas como impactos ambientais.A
legislação americana qualifica um efeito ambiental baseando-se na identificação, previsão da
magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos positivos e negativos
(benefícios e adversos) directos e indirectos, imediatos e a médio e longo prazo, temporários e
8

permanentes, seu grau de reversibilidade, suas propriedades cumulativas e sinérgicas, a


distribuição dos ónus e benefícios sociais (resolução CONAMA n 001/860)

Para MOREIRA (1985), o cálculo da magnitude do impacto ambiental, devem-se


considerar o grau de intensidade, a periodicidade e a amplitude temporal do impacto conforme
o caso. A importância e a ponderação do grau de significação de um impacto em relação ao
factor ambiental afectado e a outros impactos. Uma acção pode vir a causar inúmeros impactos,
muitas vezes estreitamente interligados.

Para o presente trabalho iremos nos servir da constituição da Republica de Moçambique


de 2004, na lei do ambiente Lei nº 20/97, de 1 de Outubro e demais decretos do conselho de
Ministros. A constituição da república, em primeiro lugar, eleva o ambiente à categoria de bem
jurídico fundamental da comunidade, ao lado de outros bens clássicos, como a vida, a
integridade física, as diferentes liberdades, entre outros. A protecção constitucional do bem
jurídico ambiente foi significativamente reforçada na lei fundamental de 2004, a qual se
sublinhou o direito fundamental de todo o cidadão ao ambiente equilibrado e respectivo dever
de o defender, como ainda maximizou o interesse público de protecção do ambiente, prevendo
deveres do cidadão para com a comunidade, incluindo o de defender o ambiente.

O ordenamento do território está hoje consagrado na constituição de 2004, através do n º 2


do artigo 117, que o elevou à categoria de interesse público, nos termos de garantir o direito ao
ambiente, promover o ordenamento do território com vista a uma correcta localização das
actividades e a um desenvolvimento socioeconómico sustentável.Configura-se uma espécie de
Lei-quadro, fixando os pilares do regime de protecção jurídico-legal do ambiente. Segundo o
respectivo artigo 2, a lei tem como objecto a definição das bases legais para uma utilização e
gestão correctas do ambiente e seus componentes, com vista a materialização de um sistema de
desenvolvimento sustentável do país.

No Artigo 7, da Lei no 19/97, de 1 de Outubrosobre Zonas de Protecção Total: O artigo


claramente afirma que considera as áreas de protecção total as áreas destinadas a actividades de
conservação ou preservação da natureza e segurança do Estado. E o Artigo 8, Zonas de
Protecção Parcial: Menciona que a faixa da orla marítima e no contorno de ilhas, baías e
estuários, medida das máximas preia-mares até 100 metros para o interior do território é
considerada como uma zona de protecção parcial, incluindo neste caso o sistema de praias e
dunas costeiras. É qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas
9

que, directa ou indirectamente, afectam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as


atividades sociais e econômicas; a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
a qualidade dos recursos ambientais.

De acordo com OLIVEIRA e BURSZTYN (2001), a avaliação das obras públicas e


privadas, até á década de 60, beaseava-se exclusivamente em critérios puramente técnicos e
econômicos, visando a maximizar os resultados esperados. Não havia nenhuma preocupação
com os impactos ambientais e socias decorrentes dessas ações, o que acarretou o crescimento
da degradação dos recursos naturais e queda no nível de bem-estar da população.

Moçambique é um país localizado no litoral sudeste da África. Faz fronteira a sul com a África
do Sul e a Swazilândia, a oeste com o Zimbabwe, Malawi e Zâmbia, a norte com a Tanzânia e
a este com o oceano Indico. Conta com uma superfície de 800 mil km2 e com uma população
de 28 à 30 milhões.

É um país vasto e rico em recursos naturais com uma grande variedade de ecossistemas e
habitats. As riquezas de Moçambique, graças à sua localização geográfica, consistem potencial
agrícola, nos recursos florestais e faunísticos, pesqueiros, hídricos e minerais bem como no
enorme potencial turístico. No entanto muita desta riqueza foi destruída durante o conflito
armado e muitas áreas de proteção tiveram a sua fauna dizimada pela caça furtiva na procura
de carne e troféus de caça. Foi apenas alguns anos após o acordo de paz em 1992 que se
começaram a implementar leis e políticas ambientais que permitiram um controle da destruição
dos recursos naturais do país que estava sendo feita. Além do problema do conflito armado
existem ainda uma série de problemas relacionados com a biodiversidade em Moçambique,
entre eles: exploração insustentável dos recursos naturais, ocorrência de cheias e secas
(calamidades naturais), destruição ambiental causada pelo crescimento urbano etc (Hatton et
al., 2003).

2.2. Educação Ambiental

De acordo com OLIVEIRA e BURSZTYN (2001), a avaliação das obras públicas e


privadas, até á década de 60, beaseava-se exclusivamente em critérios puramente técnicos e
econômicos, visando a maximizar os resultados esperados. Não havia nenhuma preocupação
com os impactos ambientais e socias decorrentes dessas ações, o que acarretou o crescimento
da degradação dos recursos naturais e queda no nível de bem-estar da população.

Moçambique é um país localizado no litoral sudeste da África. Faz fronteira a sul com a África
do Sul e a Swazilândia, a oeste com o Zimbabwe, Malawi e Zâmbia, a norte com a Tanzânia e
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a este com o oceano Indico. Conta com uma superfície de 800 mil km2 e com uma população
de 28 à 30 milhões.

É um país vasto e rico em recursos naturais com uma grande variedade de ecossistemas e
habitats. As riquezas de Moçambique, graças à sua localização geográfica, consistem potencial
agrícola, nos recursos florestais e faunísticos, pesqueiros, hídricos e minerais bem como no
enorme potencial turístico. No entanto muita desta riqueza foi destruída durante o conflito
armado e muitas áreas de proteção tiveram a sua fauna dizimada pela caça furtiva na procura
de carne e troféus de caça. Foi apenas alguns anos após o acordo de paz em 1992 que se
começaram a implementar leis e políticas ambientais que permitiram um controle da destruição
dos recursos naturais do país que estava sendo feita. Além do problema do conflito armado
existem ainda uma série de problemas relacionados com a biodiversidade em Moçambique,
entre eles: exploração insustentável dos recursos naturais, ocorrência de cheias e secas
(calamidades naturais), destruição ambiental causada pelo crescimento urbano etc (Hatton et
al., 2003).

2.3. Infra-estruturas Turísticas

Para que haja turismo organizado, os destinos necessitam de infra-estrutura turística que
propiciem conforto e maximizem o desfrute da visita. Segundo RABAHY (2003), a importância
dos equipamentos turísticos é indiscutível para o funcionamento do sistema turístico, o que
merece ser destacado é o crescimento de seu significado na determinação das destinações
turísticas.Os destinos que oferecem infraestrutura mais adequada tendem a ser os destinos que
receberam mais turistas. E, no entanto, isso tem levantado uma disputa entre os
empreendimentos turísticos como afirma RABAHY (2003), na área de investimento pode-se
observar um crescimento na competição, disponibilizando aos turistas atrativos e equipamentos
sofisticados.

Para TUNA (2008), a infra-estrutura de uma localidade influencia na demanda turística,


pois a infraestrutura turística aliada com a infraestrutura urbana constituirá, em parte, a
atratatividade de determinada localidade. Rabahy (2003) e Tuna (2008), concordam que a infra-
estrutura tem uma importância indiscutível para a actividade turística, que além de tornar a
visita agradável, ela também atrai o turista e está entre um dos factores que irão mantê-lo e
trazê-lo de volta no futuro.
11

Para MENEZES (2009), a infraestrutura turística é factor primordial para o


desenvolvimento da actividade turística em um município. Sem os itens citados acima é muito
difícil conseguir uma clientela fiel já que os turistas que está visitando a localidade necessitam
além dos atrativos, uma estruturaque faça com que ele sinta a vontade durante sua estada. Ainda,
o turista precisa de uma infra-estrutura mínima para que possa sentir-se a vontade e queira voltar
para o atractivo. Por isso, a infra-estrutura se faz tão necessária, ela é essencial para o sucesso
turístico de um atractivo.

Percebe-se que segundo PETROCCHI (2001), a infraestrutura turística não funciona


sozinha ela necessita de apoio de outras infraestrutura para seu desenvolvimento. E que no
momento que todas estiverem trabalhando junto o atrativo estará oferecendo boas condições
para a prática da atividade turística.

2.4. Turismo em Ilhas

Segundo, VISNADI e VITAL (1989), as ilhas são ecossistemas individualizados e isolados


geograficamente devido à barreira aquática. Os ecossistemas insulares são frágeis em sua
dinâmica e, em geral, abrangem uma área pequena. E essas características são o atractivo para
alguns turistas. Outro motivo pelo qual as Ilhas atraem os turistas, é que muitos se encantam
com o facto de ir para uma Ilha. Até mesmo o fato da viagem ser realizada em etapas
diferenciadas, aumenta a expectativa do turista. Há também quem espera chegar ao local e
encontrar algo diferente “Quem chega a uma ilha depara se com um mundo ligeiramente
distinto daquele que conheceu anteriormente” (DELLINGER, 2012, p.12), uma cultura mais
preservada, e devido ao seu isolamento geográfico lhe permite um contacto maior com a
natureza. Enfim, como afirma SWARBROOKE (2000), as ilhas exercem um fascínio sobre o
turista.

No entanto, esse fascínio pode causar problemas, pois as Ilhas são frágeis, o meio ambiente
sofre se houver uma actividade turística descontrolada e a cultura da comunidade também
sofrerá, pois está sujeita a aculturação.Sem contar que a vida em uma Ilha é muito mais
complexa do que no continente, pois quem vive numa Ilha não tem a sua disposição o acesso
ao transporte, a alimentação, a moradia, aos recursos que toda a populaçãoprecisa. Para tanto,
fica claro que é oneroso para esses moradores manterem suas necessidades humanas básicas, já
que tudo do que necessitam vem do continente e isso afeta o preço final dos produtos.
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SWARBROOKE (2000), relata alguns problemas que as Ilhas encontram, como por
exemplo, altos custos de transporte, custo de vida alto, baixa competitividade, menos
oportunidades econômicas, emprego insuficiente, emigração seletiva, problemas de
acessibilidade, redução da demanda de bens e serviços, população mais velha, baixa taxa de
nascimentos e por fim a diminuição da população em longo prazo. Esses são apenas alguns dos
problemas que se encontram nas Ilhas, contudo, são situações que afetam diretamente a
população. Eles apresentam diferenças conforme o tamanho e a distância em que a Ilha se
encontra do continente. Em algumas são maiores e em outras são menores.

2.5. Estrategia Nacional de Reflorestamento (2006)

A presente estratégia apresenta as bases fundamentais para impulsionar o estabelecimento


de plantações florestais no país, respeitando o princípio de equidade, assumindo o processo de
descentralização, com particular atenção a geração de mais postos de emprego e a erradicação
da pobreza (MINAG, 2006).

A Estratégia Nacional de Reflorestamento permite:


Gerar riqueza, incrementar os rendimentos económicos e melhorar a qualidade de vida da
população rural;
Preservar o solo, a água e o ar, como as matrizes para o desenvolvimento de uma vida no
planeta, gerando florestas que contribuem para a conservação;
Converter o reflorestamento em uma actividade prioritária e permanente na agenda de
desenvolvimento do país, especialmente da área rural, devido a sua importância económica,
social e ambiental;
Contribuir para geração de emprego e melhorar os rendimentos da população rural,
consolidando as iniciativas florestais em curso;
Recuperar ecossistemas frágeis e degradados e elevar os níveis de produtividade, melhorando
a qualidade do ambiente;
Reduzir a pressão sobre a floresta nativa, contrastando com as práticas inapropriadas de
aproveitamento de utilização da floresta;
Gerar oportunidades de integração regional, com enfoque no ordenamento território e gestão
adequada do espaço;
Elevar a consciência social para a valorização da natureza, promovendo a participação activa
dos cidadãos.
13

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1. Metodologia
No presente capítulo serão abordados os processos metodológicos, desde a selecção da
amostra, definição das técnicas de recolha de dados e materiais e métodos usados para
responder os objectivos do estudo e finalmente a apresentação, discussão e apresentação dos
resultados.

3.2. Tipo de Estudo

Para alcançar os resultados deste estudo, o autor apostou em estudo exploratório com
abordagem qualitativa, como sustenta LAKATOS e MARCONI (2017), a pesquisa qualitativa
é um estudo não estatístico pois visa identifica e analisa em profundidade dados de difícil
mensuração de um determinado grupo de indivíduos em relação a um problema específico.

Os pressupostos básicos desse tipo de pesquisa são: a preocupação primária estudar temas
ou clarificar problemas que ainda não foram discutidos no campo científico, trazendo soluções
para os mesmos, fazer levantamento dos dados bibliográficos dos estudos anteriores, conviver
de forma directa com a população da ilha de inhaca, concretamente na ilha dos portugueses,
compreender com maior rigor os problemas ambientais causados pelas infra-estruturas
turísticas, sua visão de mundo, a busca por informações directamente no campo de pesquisa, a
ênfase na exploração dos fenómenos, utilização de processos dedutivos, a fim de propor novas
formas ou técnicas de exploração.

3.3. Método de procedimento

O projecto usara pesquisa documental para explorar os documentos escritos sobre a


situação do impacto ambiental das infra-estruturas turísticas da Ilha dos Portugueses. A
pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico,
tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes,
fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc.
(FONSECA, 2002, p. 32).
14

3.4. Técnicas

Na pesquisa, como técnicas, usara-se a observação directa e a entrevista semi-


estruturada. A pesquisa de campo consiste na observação de factos e fenômenos tal como
ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se
presume relevantes para a análise (MARCONI e LAKATOS, 2017, p. 203).

O recurso à entrevista semiestruturada será o foco da pesquisa como técnica, as conversações


permitirão obter informações a respeito de determinados assuntos. É um procedimento utilizado
na investigação social, para coleta de dados, ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de
um problema social (MARCONI e LAKATOS, 2017, p. 213).

3.5. Selecção da Amostra

A unidade de pesquisa ou objecto de estudo será a população do distrito da ilha de Inhaca,


concretamente na Ilha dos Portugueses. Será feita selecção da amostra com base no método de
amostragem não probabilístico por julgamento ou intencional, envolve a maior participação
por parte do pesquisador na escolha dos elementos da população os quais irão compor a amostra
(STEVENSON, 1981), pois, na população de Inhaca, entrevistarei e farei uma observação a
situação em que vivem os populares de inhaca e quais as suas percepções acerca da destruição
da natureza que é feita pela implantação de infra-estruturas artificiais na beira da praia, local
destinado a laser mas que se tem tornado num local de graves problemas ambientais, e que
necessita urgente de uma educação ambiental aos operadores bem como a comunidade residente
nas proximidades.

3.6. Coleta de Dados

3.6.1. Observação

Observação na sua plenitude, consiste na participação real do pesquisador com a


comunidade ou grupo, onde ele se incorpora. Fica tão próximo quanto ao membro do grupo que
está estudando e participa das actividade normais deste (LAKATOS & MARCON, 2010).

Através deste método, a amostra será constituída por doze (12) elementos, que serão submetidos
ao processo de entrevista, dos quais quatro (04) funcionários da empresa Multinacional MSC,
15

oito (08) membros da comunidade, quatro (04) representantes da administração distrital de


KanYaka. Conforme mostra a tabela abaixo:

Nº Experiên
Funcionário Home Mulhe Idade cia Categoria Instruç
s ns res Profissio Profissional ão
nal
Administra 4 2 2 18 – Mínimo Técnico Licencia
ção do 60 de 15 do
Distrito M. anos
Kanyaka
Explorador 4 3 1 18 - Mínimo Técnico Licencia
es Ilha dos 65+ de 10 do
portuguese anos
s (MSC)
Estacão da 4 2 2 18 – Mínimo Técnico Licencia
Biologia 65 de 15 do
Marítima anos
da Inhaca
Total 12 7 5
Quadro 1: Ilustração da Amostra

CAPITULO IV:
4. ORÇAMENTO E CRONOGRAMA

4.1. Cronograma

N⁰ Descrição Meses
Março Abril Maio Junho Julho
1 Elaboração do projecto
2 Revisão bibliográfica
16

3 Levantamento de dados
(entrevistas)
4 Entrega do projecto
Quadro 2: Cronograma das Actividades

4.2. Orçamento

N⁰ Descrição Quantidade Preço por unidade Sub. total

1 Resma 01 250,00mt 250,00mt


2 Impressão 04 70,00mt 280,00mt
3 Encadernação 04 45,00mt 180,00mt
4 Esferográfica 07 10,00mt 70,00mt
5 Pasta 01 1000,00mt 1000,00mt
6 Maquina fotográfica 01 6 500,00mt 6 500,00mt
7 Deslocamento 1 200,00mt 1 200,00mt
8 Alimentação 3 000,00mt 3 000,00mt
Total 12 480,00mt
Quadro 3: Inpacto Orçamental
17

5. Conclusão

A construção de infra-estruturas turísticas ao longo da praia da ilha dos portugueses vem


criando problemas ambientais que devem ser tomados a serio porque os mesmos geram erosão
ao longo da costa e criam resíduos sólidos depositados em locais impróprios e ainda gera
poluição sonora. Esses impactos ambientas se manifestam no desaparecimento da extensão
territorial da ilha. Esse desaparecimento deve-se a implantação das infraestruturas e ao uso
inadequando e não recomendável dos espaços. O estudo mostra que essa degradação ambiental
também deve-se a falta de educação ambiental por parte dos nativos e estruturas
governamentais que receberam o projecto de construção de infra-estruturas turísticas de mãos
abertas sem questionarem a sustentabilidade sob ponto de vista ambiental, por outro lado os
apetites capitalistas e de investimentos típicos de empresas multinacionais como a empresa
MSC foi esquecendo toda responsabilidade ambiental em nome do lucro, se aproveitando da
falta da forca da lei e das instituições locais na aplicação da lei.
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6. Referências bibliográficas

LAKATOS, E. e MARCONI, M. (2017). Fundamentos de metodologia científica. 8ª. Ed. São


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TUNA, M. (2008). A importância da infraestrutura no turismo. São Paulo. Disponível em:


<http://sinhoresaparecida.blogspot.com.br/2008/09/importnciada-infra-estrutura-no.htm>l.
Acesso: 27 de abril 2020.

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