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Entendendo o Estado no Brasil

contemporâneo
Todos fazemos parte de um Estado. Quando nascemos, nossos pais têm
que ir ao cartório registrar nosso nome numa folha carimbada e
reconhecida pelo Estado. Crescemos e tiramos o diploma escolar
reconhecido pelo Estado. Completamos dezoito anos e tiramos carteira de
identidade, CPF, Carteira de Trabalho, PIS etc., tudo para sermos
reconhecidos pelo Estado. O Estado moderno se caracteriza por um
conjunto de instituições, que regem, através da chamada ordem jurídica, o
funcionamento da sociedade. A ordem jurídica é constituída por um leque
de normas aplicadas pelo Estado e reconhecidas, em geral, por todos os
cidadãos.
O Estado compreende basicamente três funções:

• elaborar leis;
• administrar os serviços públicos e executar as leis;
• julgar a aplicação das leis, quando estas não estiverem sendo
devidamente cumpridas. É isto que faz com que existam os chamados “três
poderes”: Executivo, Legislativo e Judiciário.

O Brasil é um Estado (com E maiúsculo mesmo): isso quer dizer que a


forma como organizamos a vida coletiva dentro desse território é através
de uma instituição jurídica. Ou seja, temos leis e regras que orientam as
decisões gerais do grupo.
Brasil: um Estado Democrático de Direito.

Além disso, somos um Estado Democrático de Direito. Mas o que isso de


fato quer dizer? A parte do “de Direito” quer dizer que o que guiam as regras
da organização coletiva são as leis (ao invés de por exemplo um
governante), isso quer dizer que a nossa constituição* é a autoridade
máxima, e até mesmo (e principalmente) os governantes devem responder
à ela.

Já a parte do “democrático” se refere a nossa tão falada democracia. Isso


quer dizer que o poder é coletivo, isso é, de alguma forma ele é dividido
entre o povo.

* A constituição é um documento que define as leis máximas do país. Ela


define até mesmo o processo de como e por quem as leis devem ser feitas.
A atual constituição federal brasileira foi reescrita em 1988, após o fim da
ditadura militar.
Democracia Representativa Partidária

Mas nem toda democracia é igual! Existem diferentes tipos de democracia e


a nossa é a “Democracia Representativa Partidária”. Democracias
representativas são um tipo de democracia indireta. Isso é, não somos nós
que geralmente tomamos as decisões sobre a organização coletiva, mas
somos nós que escolhemos representantes das nossas vontades e valores
para escolher por nós. Isso se dá por que a população do nosso país é muito
grande e as decisões são muito complexas para todos os 200 milhões de
pessoas discutirem diretamente sobre cada uma delas. E a forma de
organização desses representantes aqui no Brasil é por meio dos Partidos
Políticos.
- Nos partidos todos cidadãos e cidadãs devem possuir voz e espaço para
multiplicarem suas opiniões pessoais, as transformando em ideias para o
bem-comum. E, a partir disso, destacarem um representante dessas ideias
para concorrer aos diversos cargos nas eleições. Assim, em democracias
representativas partidárias, como no Brasil, não votamos em pessoas,
votamos em ideias coletivas co-criadas, anteriormente ao período da
votação.

Brasil: uma República Federativa

Essa mesma complexidade mencionada anteriormente também é um dos


fatores que nos faz ser uma República Federativa. Isso quer dizer que o
poder não é um só para o país inteiro, e sim dividido entre diferentes
unidades territoriais, que no Brasil são: Federal, Estadual e Municipal.
Sendo assim, cada um desses entes possui poder de administrar seus
serviços prestados para população e seus funcionários envolvidos nessas
ações (autonomia administrativa), cobrar impostos (autonomia fiscal) e
escolher seus representantes políticos (autonomia política).
Os Três Poderes

Uma última característica essencial para o entendimento do sistema de


organização do nosso país é a de que possuímos Três Poderes, que se
complementam na missão de exercer e zelar pelos direitos e deveres
tanto do Estado, quando dos cidadãos, são eles: Executivo, Legislativo e
Judiciário. Nenhum deles deve ser mais poderoso ou ter controle sobre o
outro, justamente para garantirmos a pluralidade de ideias e a coerência
com a constituição na aplicação de nossas leis/regras. Sem ninguém ter
poder suficiente para controlá-la.
Aristóteles - “A Política” que contempla a existência de três órgãos
separados a quem cabiam as decisões de Estado. Eram eles o Poder
Deliberativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário.

Locke - “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”, defende um Poder


Legislativo superior aos demais, o Executivo com a finalidade de aplicar as
leis, e o Federativo, mesmo tendo legitimidade, não poderia desvincular-se
do Executivo, cabendo a ele cuidar das questões internacionais de
governança.

Montesquieu - “O Espírito das Leis” cria a tripartição e as devidas


atribuições do modelo mais aceito atualmente.

→ não deixar em uma única mão as tarefas de legislar, administrar e


julgar, já que a concentração de poder tende a gerar o abuso dele
Poder Legislativo:

No âmbito federal, o legislativo é composto pelos


Deputados Federais e os Senadores. No âmbito estadual,
pelos Deputados Estaduais e no Municipal pelos
Vereadores.

O Poder Legislativo é o responsável por elaborar e votar as


leis e fiscalizar as decisões do executivo. Por ter mais
representantes, eles podem se dedicar mais à elaboração e
revisão de leis que atendam demandas mais específicas da
população, e votar nas leis propostas pelos demais de
acordo com os valores e propostas divulgados na sua
campanha de eleição
Poder Executivo:

No âmbito federal, o executivo é composto pelo


Presidente, vice e seus Ministros. No estadual, pelo
Governador, vice e Secretarias estaduais e no Municipal
pelo Prefeito, vice e Secretarias Municipais.

O Poder Executivo é o responsável por executar as leis,


isso é, colocá-las em prática por meio da administração de
áreas como educação, saúde, segurança, mobilidade
urbana, entre outras. Isso inclui o plano orçamentário, que
aloca o dinheiro coletado pelos impostos para cada área
de serviços públicos.
Poder Judiciário

O judiciário é composto pelos Juízes, organizados nos


tribunais. No Judiciário, os Juízes não são eleitos, pois
acredita-se que o saber técnico sobrepõe o desejo da
maioria.

O Poder Judiciário é quem julga os casos ocorridos para


ver se estão de acordo com a lei, ou mesmo as próprias
leis e se estão de acordo com a Constituição.

→ Esse mecanismo de divisões de poderes visa assegurar


que nenhum poder irá sobrepor-se ao outro, trazendo uma
independência harmônica nas relações de governança
A separação dos poderes, portanto, é uma forma
de descentralizar o poder e evitar abusos, fazendo com que um
poder controle o outro ou, ao menos, seja um contrapeso.
Exemplos:
- O Poder Executivo em relação ao Legislativo: adoção de
Medidas Provisórias, com força de Lei, conforme determina o
artigo 62 da Constituição Federal de 1988 – “Em caso de
relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar
Medidas Provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional”.
- O Poder Legislativo em relação ao Executivo: compete ao
legislativo processar e julgar o Presidente e Vice-Presidente da
República, assim como promover processo de impeachment.
- Poder Judiciário em relação ao Legislativo: observa-se o Art.
53. §1º, que diz que “os deputados e senadores desde a
expedição do diploma serão submetidos a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal
Referências:

Contraponto: Miniguia eleições 2020. Disponível em:


https://drive.google.com/file/d/1k5D5q53AL0mNE-TzTZNIEmHnPKBdrdBW/view

https://www.politize.com.br/separacao-dos-tres-poderes-executivo-legislativo-e-judiciario/

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